A Verdade é a própria Luz de toda manifestação, e sempre falo da Verdade como sinônimo de Consciência. Quando há Consciência, a Verdade está presente, e Consciência é muito mais do que estar consciente. Para alguns, essa noção de Consciência é a de estar consciente, em oposição ao estado de desmaio ou de sono profundo, por exemplo, os quais chamamos de “estados de inconsciência”. Não é nesse sentido que uso essa palavra. Consciência, para mim, é a Luz de toda manifestação, e isso está além de estar consciente ou inconsciente.
Vocês acreditam que alguém em sono profundo, ou em desmaio, está inconsciente porque lhe falta Consciência, mas isso não é verdade. Essa Consciência é anterior a “estar consciente” e, naturalmente, anterior a “estar inconsciente”. É bastante difícil aceitar, na mente, que não existe inconsciência. Há somente essa Consciência! Quando a mente não tem ciência de algo, você chama isso de inconsciência. Isso é um assunto bastante interessante... Em sono profundo, o que você chama de “estar inconsciente” é a mente estando não ciente da experiência do mundo. Contudo, a Consciência sempre está presente, além dessa ciência ou não ciência do mundo.
Toda a manifestação é a expressão dessa Consciência, mas Ela é anterior à percepção dessa manifestação. Noutras palavras, a Verdade nunca deixa de ser O que Ela é. Ela nunca desaparece no desmaio, no sono profundo ou na morte. Ela nunca deixa de ser O que é: Consciência. Então, vocês precisam parar de se assustar com essa noção sobre a morte, com o desaparecimento do corpo ou da noção do mundo, acreditando que tudo acabou, pois, nessa Consciência, que é a Verdade, nada teve início e nada termina.
Essa Consciência, a Verdade que Você é, é imutável, não está sujeita a mudança. Apenas a experiência da mente é de mudança, e é isso que você chama de “estar consciente”, mas não tem nada a ver com a Verdade. Quando você acorda pela manhã, esse “estar consciente” amanhece, mas essa Consciência não precisa do “estar consciente”. Essa Verdade que Você é, está além desses estados de vigília, sono, sono profundo, inconsciência ou consciência (nesse sentido de “estar consciente”).
Quando você acorda pela manhã, tem esse estado chamado de "consciência", que é quando você percebe o corpo, o mundo, a mente. Porém, isso tudo são apenas aparências nessa experiência mental, onde os sentidos (audição, visão, tato, olfato, paladar) estão a serviço da mente. Esses sentidos também fazem parte da mente, do sonho, assim como esse mundo que você percebe, mas repito: isso são apenas aparências, nada disso é Você, o que Você é. Identificar-se com qualquer uma dessas experiências termina dando essa noção, essa sensação, de uma identidade individual, separada, que é a base do medo, de toda busca, todo sofrimento, toda confusão, e esse é o estado da mente egoica. É tão claro isso que ninguém, em sono profundo, tem qualquer preocupação de deixar de estar vivo, da possibilidade de perder a vida, morrer. Não há medo em sono profundo, porque não existe o “sonho” criado por esse sentido de separação, em que há essa ilusão de uma identidade presente.
Essa é mais uma fala para ver se você consegue soltar essa preocupação psicológica com essa identidade tão apavorada, assustada. Quando você está sob efeito de uma anestesia, toda essa experiência de “ser alguém” começa a diminuir, diminuir, até desaparecer completamente e, depois disso, não há nenhuma falta, não há nada assustador, preocupante. Isso mostra que essa chamada “consciência” é algo muito transitório, vem e vai com a mente. Quando a mente está presente, os sentidos estão trabalhando bem, e aí está o que você chama de “vida consciente”. Quando isso é interrompido pela anestesia, desmaio ou sono profundo, fica tudo em paz.
Todo esse senso de existência é somente uma aparência. Quando você sai do sono profundo, do desmaio ou da anestesia, que aqui é se tornar consciente do corpo, da mente e do mundo, fica muito claro que algo existia antes, estava lá, antes dessa experiência de estar consciente, senão isso não seria possível. Ou seja, não seria possível você estar consciente agora se antes já não houvesse uma Consciência. Isso é muito básico: você está voltando e, se está voltando, é porque estava em algum lugar.
Participante: E onde estávamos?
Marcos Gualberto: Você é O que é, e é aqui que você esteve, está e estará. É apenas a presença da mente que está chegando e partindo, não Você. Isso é fascinante, de grande beleza! Por isso que eu disse que essa Consciência é a Luz da manifestação. Agora ficou mais claro. A Consciência, que é a Verdade, é anterior a toda manifestação, é a Luz dessa própria manifestação. É belíssima a Compreensão disso! Mesmo acompanhar isso de uma forma intelectual é bastante interessante. Você não pode deixar de ser O que Você é, assim como Você não vem a ser o que não é. Noutras palavras, Você nunca nasceu, portanto não pode morrer. É tremendo isso tudo, é algo de grande beleza!
Participante: Quando a gente toma anestesia, não tem nada, desaparece tudo. Como você vive nesse mundo, se relaciona, toma decisões, sendo esse Nada?
Marcos Gualberto: A partir dessa Natureza Essencial, dessa Fonte, que é Algo não conceitual. Esse senso de presença consciente surge, essa sensação de ser e de experimentar surge, e é isso que, por si só, funciona no mundo. Não é necessária a ilusão de uma identidade presente para que essa presença consciente e essa sensação de ser estejam aí trabalhando, funcionando. Então, aqui, nessa descoberta da Meditação, de sua Essencial Natureza, que é essa Consciência e a Luz de toda a manifestação, quando Isso está presente, essa ilusão do sentido de separação fica dispensada.
Você, como Consciência Absoluta, como Real e Verdadeira Luz dessa manifestação, é anterior a ser e a não ser, anterior ao corpo e ao mundo, ao manifesto e ao não manifesto, da dualidade e da não dualidade. Vocês acham que o Sol conhece a sua própria luz? O Sol é luz absoluta, mas ele não conhece sua própria luz. Essa Consciência Absoluta é Absoluta Realidade. Aqui, estou usando o Sol como figura de linguagem, mas somente no sentido de que ele não necessita de sua própria luz e não tem ciência dela. Essa Consciência Absoluta está além do conhecer e do não conhecer, e é nesse sentido que eu comparei essa questão da luz do Sol, não no sentido de estar consciente ou não, mas no sentido de não necessitar de luz, porque ele já é pura luz.
Você em seu Ser, como Consciência Absoluta, é a pura Luz, é a Luz da própria manifestação, então é imperecível. São apenas o corpo e o mundo que desaparecem; é a mente, a ideia “eu sou”, que desaparece. Você é, e isso é a Luz de toda a manifestação, a Consciência não conceitual. Essa Realidade está além de todas as características, expressões, definições. Despertar para essa Natureza Essencial, que é essa Identidade Essencial, é se descobrir se movendo no Reino do Absoluto, onde os fenômenos não têm toda essa importância que a mente egoica procura dar.
Sua Natureza Essencial é anterior a essa “consciência de ser”. Simplificando a coisa: há Algo em você que conhece essa sensação de estar consciente, de estar presente, mas o que Você é, está além dessa sensação, e é isso que estou dizendo. Esse Algo é sempre incognoscível, indefinível, indescritível, inominável. Então, há uma certa tentação de acreditar que esse Natural Estado de Ser é um estado de paz e felicidade, que aqui é o contrário de conflito e guerra, do ponto de vista da mente, mas o Estado Natural está além dessa “paz” e dessa “felicidade” que a mente imagina. Tudo que a mente conhece é por contraste e experiência. Se ela imagina a paz, a felicidade, é com base na sua experiência de conflito e guerra, então isso ainda não é a Verdade. Essa não é a Paz, a Felicidade, e assim vale para o Amor, pois o que a mente conhece como “amor” é sensação, prazer.
O que a mente conhece é sensação, e todos esses estados são objetivos, vêm e vão, aparecem e desaparecem. Por exemplo, você está feliz hoje e amanhã já estará triste; está em paz agora, mas daqui a pouco acontecerá algo e você perderá isso rapidamente. Isso é tudo o que você conhece. Contudo, O que Você é, está, evidentemente, além de tudo isso, além desses estados. Em algum momento, em Satsang, pode haver uma ressonância, algo apontando para essa Dimensão, porque existe um certo contato, mas logo a mente volta e ocupa de novo o espaço dela, então começa a traduzir, interpretar tudo, de forma objetiva e subjetiva. Isso é automático e tudo que a mente sabe fazer é viver de experiências.
Vocês acreditam que alguém em sono profundo, ou em desmaio, está inconsciente porque lhe falta Consciência, mas isso não é verdade. Essa Consciência é anterior a “estar consciente” e, naturalmente, anterior a “estar inconsciente”. É bastante difícil aceitar, na mente, que não existe inconsciência. Há somente essa Consciência! Quando a mente não tem ciência de algo, você chama isso de inconsciência. Isso é um assunto bastante interessante... Em sono profundo, o que você chama de “estar inconsciente” é a mente estando não ciente da experiência do mundo. Contudo, a Consciência sempre está presente, além dessa ciência ou não ciência do mundo.
Toda a manifestação é a expressão dessa Consciência, mas Ela é anterior à percepção dessa manifestação. Noutras palavras, a Verdade nunca deixa de ser O que Ela é. Ela nunca desaparece no desmaio, no sono profundo ou na morte. Ela nunca deixa de ser O que é: Consciência. Então, vocês precisam parar de se assustar com essa noção sobre a morte, com o desaparecimento do corpo ou da noção do mundo, acreditando que tudo acabou, pois, nessa Consciência, que é a Verdade, nada teve início e nada termina.
Essa Consciência, a Verdade que Você é, é imutável, não está sujeita a mudança. Apenas a experiência da mente é de mudança, e é isso que você chama de “estar consciente”, mas não tem nada a ver com a Verdade. Quando você acorda pela manhã, esse “estar consciente” amanhece, mas essa Consciência não precisa do “estar consciente”. Essa Verdade que Você é, está além desses estados de vigília, sono, sono profundo, inconsciência ou consciência (nesse sentido de “estar consciente”).
Quando você acorda pela manhã, tem esse estado chamado de "consciência", que é quando você percebe o corpo, o mundo, a mente. Porém, isso tudo são apenas aparências nessa experiência mental, onde os sentidos (audição, visão, tato, olfato, paladar) estão a serviço da mente. Esses sentidos também fazem parte da mente, do sonho, assim como esse mundo que você percebe, mas repito: isso são apenas aparências, nada disso é Você, o que Você é. Identificar-se com qualquer uma dessas experiências termina dando essa noção, essa sensação, de uma identidade individual, separada, que é a base do medo, de toda busca, todo sofrimento, toda confusão, e esse é o estado da mente egoica. É tão claro isso que ninguém, em sono profundo, tem qualquer preocupação de deixar de estar vivo, da possibilidade de perder a vida, morrer. Não há medo em sono profundo, porque não existe o “sonho” criado por esse sentido de separação, em que há essa ilusão de uma identidade presente.
Essa é mais uma fala para ver se você consegue soltar essa preocupação psicológica com essa identidade tão apavorada, assustada. Quando você está sob efeito de uma anestesia, toda essa experiência de “ser alguém” começa a diminuir, diminuir, até desaparecer completamente e, depois disso, não há nenhuma falta, não há nada assustador, preocupante. Isso mostra que essa chamada “consciência” é algo muito transitório, vem e vai com a mente. Quando a mente está presente, os sentidos estão trabalhando bem, e aí está o que você chama de “vida consciente”. Quando isso é interrompido pela anestesia, desmaio ou sono profundo, fica tudo em paz.
Todo esse senso de existência é somente uma aparência. Quando você sai do sono profundo, do desmaio ou da anestesia, que aqui é se tornar consciente do corpo, da mente e do mundo, fica muito claro que algo existia antes, estava lá, antes dessa experiência de estar consciente, senão isso não seria possível. Ou seja, não seria possível você estar consciente agora se antes já não houvesse uma Consciência. Isso é muito básico: você está voltando e, se está voltando, é porque estava em algum lugar.
Participante: E onde estávamos?
Marcos Gualberto: Você é O que é, e é aqui que você esteve, está e estará. É apenas a presença da mente que está chegando e partindo, não Você. Isso é fascinante, de grande beleza! Por isso que eu disse que essa Consciência é a Luz da manifestação. Agora ficou mais claro. A Consciência, que é a Verdade, é anterior a toda manifestação, é a Luz dessa própria manifestação. É belíssima a Compreensão disso! Mesmo acompanhar isso de uma forma intelectual é bastante interessante. Você não pode deixar de ser O que Você é, assim como Você não vem a ser o que não é. Noutras palavras, Você nunca nasceu, portanto não pode morrer. É tremendo isso tudo, é algo de grande beleza!
Participante: Quando a gente toma anestesia, não tem nada, desaparece tudo. Como você vive nesse mundo, se relaciona, toma decisões, sendo esse Nada?
Marcos Gualberto: A partir dessa Natureza Essencial, dessa Fonte, que é Algo não conceitual. Esse senso de presença consciente surge, essa sensação de ser e de experimentar surge, e é isso que, por si só, funciona no mundo. Não é necessária a ilusão de uma identidade presente para que essa presença consciente e essa sensação de ser estejam aí trabalhando, funcionando. Então, aqui, nessa descoberta da Meditação, de sua Essencial Natureza, que é essa Consciência e a Luz de toda a manifestação, quando Isso está presente, essa ilusão do sentido de separação fica dispensada.
Você, como Consciência Absoluta, como Real e Verdadeira Luz dessa manifestação, é anterior a ser e a não ser, anterior ao corpo e ao mundo, ao manifesto e ao não manifesto, da dualidade e da não dualidade. Vocês acham que o Sol conhece a sua própria luz? O Sol é luz absoluta, mas ele não conhece sua própria luz. Essa Consciência Absoluta é Absoluta Realidade. Aqui, estou usando o Sol como figura de linguagem, mas somente no sentido de que ele não necessita de sua própria luz e não tem ciência dela. Essa Consciência Absoluta está além do conhecer e do não conhecer, e é nesse sentido que eu comparei essa questão da luz do Sol, não no sentido de estar consciente ou não, mas no sentido de não necessitar de luz, porque ele já é pura luz.
Você em seu Ser, como Consciência Absoluta, é a pura Luz, é a Luz da própria manifestação, então é imperecível. São apenas o corpo e o mundo que desaparecem; é a mente, a ideia “eu sou”, que desaparece. Você é, e isso é a Luz de toda a manifestação, a Consciência não conceitual. Essa Realidade está além de todas as características, expressões, definições. Despertar para essa Natureza Essencial, que é essa Identidade Essencial, é se descobrir se movendo no Reino do Absoluto, onde os fenômenos não têm toda essa importância que a mente egoica procura dar.
Sua Natureza Essencial é anterior a essa “consciência de ser”. Simplificando a coisa: há Algo em você que conhece essa sensação de estar consciente, de estar presente, mas o que Você é, está além dessa sensação, e é isso que estou dizendo. Esse Algo é sempre incognoscível, indefinível, indescritível, inominável. Então, há uma certa tentação de acreditar que esse Natural Estado de Ser é um estado de paz e felicidade, que aqui é o contrário de conflito e guerra, do ponto de vista da mente, mas o Estado Natural está além dessa “paz” e dessa “felicidade” que a mente imagina. Tudo que a mente conhece é por contraste e experiência. Se ela imagina a paz, a felicidade, é com base na sua experiência de conflito e guerra, então isso ainda não é a Verdade. Essa não é a Paz, a Felicidade, e assim vale para o Amor, pois o que a mente conhece como “amor” é sensação, prazer.
O que a mente conhece é sensação, e todos esses estados são objetivos, vêm e vão, aparecem e desaparecem. Por exemplo, você está feliz hoje e amanhã já estará triste; está em paz agora, mas daqui a pouco acontecerá algo e você perderá isso rapidamente. Isso é tudo o que você conhece. Contudo, O que Você é, está, evidentemente, além de tudo isso, além desses estados. Em algum momento, em Satsang, pode haver uma ressonância, algo apontando para essa Dimensão, porque existe um certo contato, mas logo a mente volta e ocupa de novo o espaço dela, então começa a traduzir, interpretar tudo, de forma objetiva e subjetiva. Isso é automático e tudo que a mente sabe fazer é viver de experiências.
* Transcrito a partir de uma fala em um encontro online, na noite do dia 27 de Abril de 2020 – Para informações sobre os nossos encontros, clique aqui.
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