quinta-feira, 29 de junho de 2023

A Verdadeira Meditação. O Verdadeiro Autoconhecimento. A consciência mental. Sofrimento psicológico.

O ser humano sempre esteve em busca ou à procura de alguma coisa além dessa “sua vida comum”, de rotina, de repetição, de tédio, de aborrecimento e, também, de conflito, contradição, confusão e sofrimento. Então, a história da humanidade, a história do homem sempre foi nessa busca ou nessa procura por alguma coisa além de tudo isso. Aqui eu quero tratar com você dessa descoberta, o que é que o ser humano descobriu além de tudo isso nessa sua procura ou nessa sua busca.

Alguns tomaram ciência de uma Verdade que nós vamos trabalhar aqui com você nesse encontro. Eu me refiro à Verdade da Meditação. A Meditação é esse contato com o Mistério, com Algo além do modelo comum, do padrão comum, daquilo que o homem conhece. A Meditação é aquilo que lhe revela a Verdade do seu Ser, porque essa tem sido a procura do homem ao longo desses milhares e milhares de anos. Essa procura do homem pela Paz, pelo Amor, pela Liberdade, pela Felicidade é, na verdade, a procura dele por ele próprio. Na verdade, é a procura ou o impulso da Realidade Divina nele. Apenas essa Realidade Divina em você lhe impulsiona à procura de alguma coisa fora desse “eu”, dessa condição de tédio, rotina, aborrecimento, contrariedade, sofrimento e medo. Apenas essa Presença Real, essa Verdade da Consciência Divina é Aquilo que lhe impulsiona nessa busca, nessa procura. Então o ser humano descobriu Algo além da mente, Algo além do conhecido, Algo além dessa velha e antiga condição, que por sinal, é importante que se diga, essa condição é a condição da grande maioria da humanidade. Essa condição que acabamos de descrever é a condição da mente egoica; eu tenho chamado de mente egoica e, também, tenho chamado isso de condicionamento psicológico, porque é um modelo, é um padrão de comportamento onde há a presença da mente adquirindo conhecimento, experiência, memória, e através disso o pensamento tem sustentado uma identidade presente aqui, no viver. Essa identidade presente é esse “eu”, o que se constitui numa ilusão. Um conjunto de memórias e lembranças têm nos colocado como seres humanos dentro dessa condição, mas alguns descobriram Algo além desse “eu”.

E aqui nesse canal, nós estamos trabalhando com você o fim dessa coisa chamada “eu”, o fim dessa ilusão desse modelo de padrão de comportamento no qual esse sentir e pensar em nós é algo que está dentro de uma razão de separação. Esse sentido do “eu” se move dentro de um círculo vicioso pessoal, particular e egocêntrico. Existe Algo além disso. Esse Algo além é descoberto quando você realiza Aquilo que você nasceu para realizar: a Realização do seu Ser, a Realização de Deus, e o caminho direto para isso está na arte da Meditação. A Meditação é esse encontro com a Realidade Divina, é esse encontro com a Realidade do seu Ser. E nós vamos, agora, aqui, em alguns minutos, em alguns poucos minutos, trabalhar isso com você.

O que é Meditação? O que é essa Real Meditação? Por que nós chamamos de Real Meditação? Porque aquilo que é conhecido por “meditação” não é isso que estaremos tratando aqui. As pessoas geralmente tratam a “meditação” como um recurso terapêutico para um relaxamento psicológico, para um controle de ansiedade, estresse e nervosismo. Nós usamos aqui a palavra Meditação no sentido desse encontro com a Realidade do seu Ser, e a “meditação” moderna não tem sido dessa forma. Há diversas técnicas e práticas que lhe indicam um caminho para o relaxamento, para o desestresse, para a tranquilidade mental, para um certo descanso emocional. Aqui estamos falando do fim do sofrimento, isso é o fim da identidade egoica, na constatação de que a única Realidade presente é a Realidade do seu Ser, que é a Realidade Divina, essa é a Realidade de Deus.

Então, o que é Meditação? Como isso se tornou possível? Essa procura do ser humano por alguma coisa além fez com que alguns começassem a olhar não para fora, mas para dentro de si mesmos, então eles começaram a observar aquilo que se passava dentro deles mesmos. É importante que se diga isso aqui: esse encontro com a Realidade Divina não é resultado de uma busca externa, não se trata de Algo para ser encontrado dentro de uma projeção que idealizamos do lado de fora. Então o ser humano descobriu que olhando para aquilo que ele é, investigando a Verdade sobre si mesmo – essa é uma descoberta dos Sábios e isso há milênios tem sido assim –, essa arte de olhar para si mesmo é aquilo que lhe possibilita se aproximar da Verdade do seu Ser. Essa aproximação ocorre em razão do descarte da ilusão sobre quem você é. Então aqui, quando nos referimos à arte da Meditação, estamos falando dessa aproximação para uma vivência direta da Realidade de Deus. Quando nós usamos a palavra “Deus”, há em nós uma predisposição de sentimento, emoção e algum tipo de sensação com essa palavra, no entanto, tudo isso fica a nível de corpo, a nível da própria mente. A palavra não é a própria Realidade de Deus, a palavra “Deus” não é a Realidade de Deus, assim como a palavra “carro” não é aquele veículo de quatro rodas que você dirige na estrada; aquele veículo é o carro, a palavra “carro” não é o carro. A palavra “mesa” não é a mesa, a palavra “Deus” não é essa Realidade Divina. Então o homem nessa procura por um contato direto além da palavra, além do intelecto e além da emoção, da sensação e do sentimento, pôde constatar uma Realidade fora do tempo. A Graça, a maravilha, a Beleza, a grande Realidade da Meditação para você é que Ela lhe revela a Verdade do seu Ser, que é a Verdade de Deus. Essa é a grande revelação, é a grande maravilha da arte da Meditação, e naturalmente, essa Meditação não é resultado de uma prática, de uma técnica, de um sistema.

Ao longo dos séculos, as religiões, nessa procura, nessa busca, têm introduzido técnicas, sistemas e práticas para essa Realização. Aqui nós estamos colocando para você aquilo que há de mais simples para esse contato direto, prescindindo de técnicas, de práticas, de sistemas para um contato direto pela auto-observação desse movimento interno, dessa consciência mental. Essa é a forma Real de nos aproximarmos de nós mesmos, da Verdade dessa revelação grandiosa que é a Meditação.

Ao olhar para todo o movimento interno dessa consciência do “eu”, que é a consciência mental, que eu também chamo de consciência egoica, ao observar isso é possível constatar esse condicionamento, e quando você se torna ciente desse condicionamento, desse programa de sentir e pensar, algo que é uma continuidade sempre do passado – pensamento é, na realidade, uma continuidade do passado, toda a memória, toda a lembrança, todo o pensamento em você, assim como sensações e sentimentos é algo que está presente reverberando agora, aqui, mas tem por causa real, por base real um fundamento no passado –, quando você aprende a olhar para esse movimento da consciência do “eu”, que é a consciência do ego, ocorre uma quebra dessa continuidade desse passado, é quando o passado, que é o “eu”, o ego, não se afirma aqui presente.

Eu tenho nessas falas tocado com vocês sobre a importância desse olhar para si mesmo, dessa auto-observação, porque essa auto-observação é o início desse aprender sobre nós mesmos, é quando nos tornamos cientes daquilo que somos, daquilo que demonstramos ser ou aparentamos ser, agora, aqui, em nossas relações com o outro, com a vida e dentro de nós mesmos, quando nos tornamos cientes dos pensamentos e dos sentimentos surgindo sendo o resultado desse passado, dessa memória, dessa lembrança. O ponto aqui é que nós vivendo como estamos vivendo nesse “eu”, essa vida do “eu” vivendo como estamos vivendo nesse momento, presos a essa ideia de “ser alguém” – e esse “alguém” é só um conjunto de memórias, lembranças, recordações, imagens, pensamentos vindo do passado –, quando estamos dando identidade a isso pela não compreensão da Verdade do nosso próprio Ser, nós estamos num estado de sono, de inconsciência. O detalhe todo é que esse sono e essa inconsciência é um estado interno de insanidade.

A confirmação disso se vê por todo tipo de comportamento e reações que temos diante da vida, na relação com o outro e na relação que temos com o próprio corpo. Nós estamos vivendo dentro de uma situação de sono, que é inconsciência, e isso nos coloca num estado interno de infelicidade, de inquietude, na verdade, de insanidade. É isso que tem produzido em nossas vidas toda essa confusão, todo esse sofrimento, toda essa desordem, todo esse tédio, esse cansaço. Nós não estamos vivendo a Felicidade da Verdade que somos porque estamos sendo aquilo que o condicionamento social, cultural – aquilo que aprendemos dentro dessa cultura, dentro desse mundo – tem nos ensinado. Estamos aquém da Realidade do nosso próprio Ser, que é Deus. A única Realidade presente na vida, em toda a Existência, é a Realidade Divina. A beleza da revelação desse contato com a Meditação é que quando a Meditação se assenta como sendo o seu Estado Natural, aí nesse corpo-mente, Aquilo que agora está presente é essa Unicidade, é essa Não Separação, é esse Estado que não é mais de inconsciência, mas de Plena Consciência, não é mais de sono, mas é o Estado Acordado, que alguns chamam de o “Estado Desperto” ou o “Despertar”. Então a condição de vida presente quando há esta Realidade é a vida com toda a sua Graça, com toda a sua Beleza.

Nós nascemos para realizar a Verdade que somos, para assumir a Realidade do nosso Ser; nós nascemos para essa compreensão, que é a compreensão de Deus, que é a compreensão da Verdade. Então essa aproximação com a Real Meditação nos coloca diante dessa Revelação, que é a Revelação d’Aquilo que somos. Nós temos aqui a coisa mais importante na vida, precisamos aprender a arte de aprender essa Vida Real. Assumir a Realidade Divina é possível quando aprendemos a aprender. Aqui o que temos de interessante é que esse “aprender a aprender” requer desaprender essa antiga e velha condição psicológica de ser, esse ser psicológico que é o “eu”, o ego, que vive em um tempo muito específico, que eu tenho chamado de tempo do “eu” ou tempo psicológico. Então essa aproximação desse aprender sobre nós mesmos é constatar, aqui e agora, um aprender livre desse tempo psicológico.

Pela auto-observação estamos descobrindo, e nesse descobrimento estamos descartando a ilusão da inveja, do medo, dessas predisposições de desejos conflituosos, esse modo bem peculiar de sentir e pensar do ego. Esse aprender é algo agora, aqui, você não aprende para depois colocar em prática. Você agora, aqui, está se tornando ciente, nessa ciência existe o aprender e nesse aprender, naturalmente, a ilusão é desfeita e Algo novo surge, e esse Algo novo é esta Inteligência, é esta Presença, é esta Consciência. Essa aproximação requer auto-observação. Percebam que esse aprender sobre nós mesmos, que é Autoconhecimento, que é essa aproximação do Autoconhecimento é, simultaneamente, desaprender a ilusão do “eu”, a ilusão dessa egoidentidade carregada com os seus dilemas, conflitos, problemas, sofrimentos, temores, ambição e tudo o mais. Então, pela auto-observação, nos aproximamos de nós mesmos olhando para esse movimento interno, esse olhar para aquilo que se passa agora, aqui. Precisamos aprender essa arte de aprender a olhar.

Aprender é simplesmente descobrir o que é olhar sem o “eu”. Quando há esse olhar, esse observar sem o “eu”, temos um observar sem esse elemento que se separa como sendo o observador. Esse “eu”, esse observador é aquele que julga, que compara, que avalia, que aceita algumas coisas, que rejeita outras coisas, que escolhe, que diz “Sim, que diz “Não”, que diz “Eu gosto disso” ou “Eu não gosto disso”. Então repare: nós temos um formato de vida, de consciência egoica, que é essa inconsciência, que é esse sono, que é esse sonho, que quando os pensamentos surgem somos capturados pelos estados que eles trazem e, assim, esse corpo-mente se sente, algumas vezes, eufórico. Essa euforia que nós chamamos de “alegria” é algo puramente egoico. Ou, às vezes, nos sentimos deprimidos, angustiados, e esse “nós” é esse mecanismo, esse corpo-mente com o qual nos identificamos, isso porque nos confundimos, nos identificamos com a presença desse elemento que é o “eu”. Quando um pensamento surge, ou nós concordamos ou discordamos. Se nós concordamos com um pensamento, temos a crença de que estamos produzindo esse pensamento e, assim, damos continuidade a esse pensamento como sendo algo que nós estamos produzindo. Nós não temos essa arte de olhar para um pensamento sem se confundir com ele, apenas olhando, observando sem esse observador, sem esse “eu” que aceita ou rejeita, que julga ou compara.

Então, o que é a Meditação? É a arte de permanecer livre de todo o movimento do pensamento, sentimento, de todas as imagens que surgem aqui e agora, uma vez que essas imagens, pensamentos e sentimentos são, na verdade, o resultado do passado – sempre do passado. Olhar para isso sem se confundir é permanecer livre desse observador, desse pensador. Observe o que estamos colocando, experimente isso. Diante de um pensamento, de um sentimento, apenas observe a presença dele, assim como você observa um pássaro, assim como você observa uma nuvem ao olhar para o céu, e você nada quer, nada busca, nada deseja, nada espera; você não é contra essa nuvem, você não é a favor dela, você apenas olha para o céu e vê uma nuvem, você não a coloca dentro de um padrão pessoal, você não torna isso algo pessoal para você, é apenas uma nuvem. Experimente lidar com pensamentos, com sentimentos sem esse elemento “eu”, sem esse observador, sem esse pensador, sem esse que interfere na experiência desse olhar, desse ver.

Experimente isso. Ao experimentar isso, você irá descobrir uma desidentificação, a completa quebra de um padrão que vem se repetindo há milênios na humanidade, e em você há alguns decênios. Eu me refiro a essa ilusão de que você é o autor desses pensamentos, é o autor desses sentimentos. Absolutamente, isso é só uma memória, uma lembrança, uma recordação, isso é algo gravado nas células cerebrais, o cérebro está guardando essas lembranças. Ao longo do tempo, quando isso surge, você sempre dá continuidade colocando uma identidade nessa experiência, o resultado disso é esse estado de tagarelice interna, é esse estado de um grande volume de pensamentos dentro de você e, observe, não há controle disso. Eles chegam com os sentimentos, nesse momento há uma identificação com o corpo, a mente se identifica com esse corpo, nesse estado emocionalmente e sentimentalmente, de forma egoica, está presente a ilusão de uma identidade no tempo se separando da vida, se separando da existência. Note que o sentido do “eu” em nós é algo que está sempre no passado ou no futuro; neste estado, esse momento presente perde completamente o espaço dele, porque agora ele foi tomado pela ilusão de uma identidade psicológica, que é o “eu”, o ego. Então, ou você está no passado ou está no futuro, e isso é ausência do seu Natural Estado de Puro Ser, de Pura Consciência. Em razão desse estado de identificação egoica você está angustiado, deprimido, se sentindo culpado, em remorso, em alguma qualidade psicológica de dor, em algum tipo de sofrimento psicológico, dentro da ilusão de uma identidade presente, que é o “eu, o ego, e assim temos levado nossas vidas.

Nós não temos ciência da Verdade do Ser, não temos ciência da Verdade de Deus, não temos ciência da Verdade desse “quem sou eu”, porque esse “eu” que assumo ser é uma ilusão, é uma ilusória identidade ocupada com o seu pequeno mundo, onde há tédio, inveja, solidão, medo, desejos, enfim, diversas formas de conflitos psicológicos e, assim, você não vivencia a Realidade Divina, a Realidade da Paz, do Amor, da Felicidade, da Inteligência, da Sanidade, desta Real Inteligência, desta Real Consciência. Esse Natural Estado de Ser Consciência, Amor e Felicidade é Aquilo que alguns têm chamado de o “Despertar da Consciência”, o “Estado Desperto”, o “Estado Livre do eu”. Assim, a Meditação é essa aproximação.

Aqui no canal nós temos falado sobre a importância dessa aproximação do Autoconhecimento, sobre o verdadeiro Autoconhecimento – nós temos uma playlist aqui no canal sobre isso e, também, uma outra sobre a Real Meditação na prática. Assim, essa Meditação Real na prática não é uma técnica, não é um sistema, não é uma prática de meditação, é a Meditação no viver, é nesse viver prático, é nesse dia a dia, é nesse momento a momento que você está se tornando ciente desse movimento do “eu”, aprendendo a Verdade sobre si mesmo e descartando a ilusão daquilo com o qual você tem se confundido, que é esse condicionamento cultural, social, milenar.

A Realidade do seu Ser é a Realidade do Amor, da Felicidade, da Consciência Real, então, a Meditação revela isso agora, aqui, de uma forma muito direta. Você não precisa se sentar por alguns minutos, colocar uma música, cruzar as pernas, respirar de uma certa forma, você relaxa naquele momento, e quando sai dali, tudo continua da mesma forma, aqui é necessário a arte de aprender a Ser-Consciência-Felicidade, que é essa Real Meditação no viver, a Real Meditação na prática do viver. Enquanto você está trabalhando, conversando com alguém, caminhando, fazendo alguma tarefa, dedicado a alguma atividade, você está se tornado ciente de si mesmo, ciente daquilo que se passa aí dentro; apenas ciente sem se confundir, sem se identificar com isso, então há uma quebra dessa ilusão, desse sentido do “eu”, do ego. Esse é o contato com a Realidade do seu Ser.

Esse é o assunto aqui dentro do nosso canal. Se isso é algo que faz sentido para você, deixe aí o seu like no vídeo, se inscreva no canal e aí fica um convite para você: nós temos encontros online, encontros presenciais e, também, retiros, onde estamos trabalhando isso com aqueles que se aproximam.

Junho de 2023
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terça-feira, 27 de junho de 2023

Joel Goldsmith: União Consciente com Deus | Despertar da Consciência | Iluminação Espiritual

Muito bem!

Vocês já notaram que quando temos o nosso coração envolvido com determinada coisa não há qualquer esforço em nós para dar atenção àquilo? É assim com relação a essa Verdade da Revelação de Deus.

Aqui no canal, estamos trabalhando com você o fim do ego, o fim do “eu”. Sim, esse “eu”, esse ego em você, esse sentido de “mim”, de “eu”, que você tem, é a causa de toda a confusão, de toda a complicação na sua vida – a ansiedade está presente, a depressão está presente, todas as formas de temores estão presentes. Tudo isso está presente em razão desse “mim”, desse “eu”, desse ego.

Você nasceu para realizar a Verdade do seu Ser, a Realidade de Deus, você nasceu para constatar a Beleza da Vida, que é a Beleza de Deus, a Felicidade, a Paz, o Amor. Foi para isso que você nasceu, para se tornar ciente da Verdade sobre quem é Você e, no entanto, não há essa atenção para Isso. Desde o nascimento até hoje, todo o nosso envolvimento é sempre o envolvimento com esse sentido de “pessoa” que acreditamos ser, alienados da Verdade sobre o nosso Ser, sobre a nossa Natureza Real, que é a Natureza de Deus. Nós estamos fazendo, exatamente, como nossos pais, avós, bisavós, como todos os nossos antepassados fizeram, nós estamos tentando alcançar na vida alguma coisa, realizar na vida alguma coisa para encontrarmos, nesta realização, o amor, a paz, a felicidade. Não nos disseram que nossa Natureza Real é Isso. Temos a Natureza de Deus e n’Ela não há conflito, não há contradição, não há desejo e não há medo.

Aqui nesse canal, estamos mostrando para você – nós temos centenas de vídeos –, estamos trabalhando o Despertar desta Verdade do seu Ser, que é a Verdade de Deus – alguns chamam Isso de Iluminação Espiritual, outros chamam o Despertar da Consciência, outros chamam o Despertar da Kundalini. Trata-se, basicamente, da Verdade sobre Você, que você desconhece. Desconhece porque você está dentro desse velho modelo de cultura, de sociedade, de mundo. Nós temos um instrumento em nós capaz de nos dar essa aproximação da Verdade sobre quem nós somos. Esse instrumento é aquilo que temos de mais íntimo em nós mesmos: é a mente – aqui eu me refiro a esse mecanismo em nós. Esse mecanismo em nós está em desordem, está confuso, está funcionando de uma forma completamente equivocada, desequilibrada, desorganizada, de uma forma insana; esse mecanismo em nós, que é a mente, está funcionando [dessa forma] nesse mundo.

Você sabe por que esse modelo de pensamento repetitivo dentro da sua cabeça? Você sabe por que esse modelo de pensamento descontrolado, negativo? Você sabe por que funcionamos dessa forma, dessa maneira? Essa desordem psicológica, essa inquietude interna, esse medo presente, essa ideia de “alguém” para o futuro ser feliz, esse “mim”, esse “eu” que acredito ser. “Agora não tenho paz, mas terei paz amanhã”, “Agora não sou feliz, mas serei feliz amanhã, quando realizar determinada coisa, ou quando me livrar de determinada coisa” – esse é o modelo de pensamento em nós.

Então o nosso modelo de pensamento nos coloca sempre, psicologicamente, sendo “alguém”, uma entidade presente, aqui e agora, indo para o futuro para, no futuro, realizar algo e encontrar amor, encontrar paz, encontrar felicidade. O amor a gente vai encontrar em realizações de relacionamento com pessoas; a paz vamos encontrar quando tudo se estabelecer de uma forma ordenada e harmoniosa do lado de fora, externamente em nossas vidas; e a felicidade nós iremos realizar quando conseguirmos aquele sonho, aquela objetivação idealizada pelo próprio pensamento em um desejo, em uma realização material, em uma realização profissional, ou em um encontro também em uma relação amorosa, perfeita. Então nós vivemos sempre dentro de modelos criados pelo pensamento, sustentados pelo pensamento, o que não passa de um modelo de cultura.

Assim, a nossa paz estará no futuro, nossa felicidade estará no futuro, tudo sempre estará no futuro para esse “mim”, esse “eu”. É a ideia de uma identidade presente se movendo, vindo do passado, estando agora aqui no presente e caminhando para o futuro – esse é o “mim”, o “eu”, o ego. Enquanto esse futuro não chega, a inquietude está presente, a desordem está presente, o sofrimento está presente, o medo está presente, a esperança está presente.

Assim, o nosso modo de funcionar, o nosso modo de operar no mundo, é dentro desse antigo e velho modelo de todos à nossa volta. Não estamos cientes, não estamos cônscios da Realidade Divina, da Realidade do nosso Ser, da Realidade de Deus.

Aqui eu quero lhe convidar a Despertar, a sair desse modelo; em outras palavras, a Acordar desse sonho que, em alguns momentos, parece um sonho maravilhoso, mas daqui a pouco, tudo muda e o que parece ser a proximidade da paz se mostra, ainda, como algo que não deu certo; a proximidade do amor, a proximidade da felicidade, como, ainda, algo que não deu certo.

A Realização de Deus é a Realização d'Aquilo que Ele é, é Ele nessa Realização, aqui e agora, se expressando nesse corpo-mente, encontrando esse lugar, esse espaço, que é Dele, aqui e agora. Esse é o fim do “eu”, é o fim do ego, é o fim para o sofrimento; é a Realização de sua Natureza Divina, de sua Natureza Essencial, a Razão de Ser de sua existência, a única Realidade para a qual você nasceu. Isso é se tornar ciente do seu Ser, que está além do corpo, da mente e do mundo e, portanto, Algo Real, que nunca nasceu. Estamos falando d'Aquilo que nunca nasceu e, portanto, não pode morrer, estamos falando de sua Natureza Divina, de sua Natureza Essencial.

Então o nosso trabalho juntos aqui, nesse canal – se isso faz sentido para você, já deixa aí o seu like, já se inscreva no canal; isso ocorre também em encontros online, encontros presenciais e, também, retiros – é trabalharmos isso, o fim dessa ilusão, a ilusão do “eu”, do ego, do “mim”. É o que alguém chama de o Despertar da Consciência, Iluminação Espiritual ou Realização de Deus, a Realização da Felicidade, do Amor e da Paz em vida, agora, aqui, a Beleza de Deus, a Beleza do seu Ser. Sem Isso tudo continua no mesmo formato, tudo continua da mesma forma.

Essa inquietude interna, esse vazio existencial, essa dor presente dentro do ser humano, está presente em razão de que algo ainda não está completo. O que estamos dizendo é que a Realidade do seu Ser é Algo que está pleno, mas a condição psicológica da mente nos dá essa sensação de que há algo faltando, há algo incompleto. Sem a beleza do Autoconhecimento, desta aproximação da verdadeira Meditação, essa condição psicológica se sustenta, ela permanece. Isso é infelicidade, isso é inquietude, isso é sofrimento.

Olhar para a Verdade de Deus é compreender a verdade da ilusão desse “eu”, assim, uma mente nova está presente, silenciosa, harmoniosa, vivendo nessa Inteligência. Tudo isso é resultado da Presença desta verdadeira Consciência – não dessa velha e antiga consciência egoica, dessa mente egoica, dessa condição psicológica comum ao ser humano vivendo nessa inconsciência da Verdade do seu Ser. A Verdade da Consciência Real, da Natureza Divina em Você, é Inteligência, é Amor, é Paz, é Felicidade.

Esse é o nosso propósito aqui, estamos trabalhando com você o fim para tudo isso, a Realização da Felicidade em vida. Na Índia eles têm uma expressão, eles chamam de Jivamukti aquele que realizou Isso em vida, que está vivendo em seu Natural Estado de Ser – nesta “União Consciente com Deus”, na linguagem de Joel Goldsmith –; nesta “União Consciente com Deus”, eu tenho chamado de Consciência de Deus, livre desse sentido do “eu”.

Assim, temos uma aproximação da Verdade da Realização de Deus, da Iluminação Espiritual, nesse contato com a Verdade de Deus, a Verdade d'Aquilo que é Indefinível, Indescritível.

Assim, a constatação da Realidade Divina é a constatação de sua Natureza, simplesmente Isso; d'Aquilo que já é Você, agora, aqui. A não compreensão de todo esse movimento interno dentro de você, que é o movimento da mente – como ela tem funcionado, como ela funciona –, é que tem lhe colocado nessa condição; é uma condição de sonho, é uma condição de hipnose.

Nossos pais viveram assim, os pais deles – de nossos pais –, também viveram assim, e os pais dos nossos pais também viveram assim. O mundo está vivendo dentro desse modelo – como eu tenho chamado –, dentro dessa condição de sonho, de hipnose – algo bastante comum. Por isso essa Realização de Deus alguns chamam de um Despertar, porque, literalmente, é o fim do sono, do sonho, dessa condição de identificação com esse “eu” nesse estado de sonho, nesse estado de hipnose, onde aquilo que prevalece é o egocentrismo, as atividades desse falso “eu”, desse falso centro; se isso está presente, não há Verdade, isso não há Verdade, não há Beleza, não há Amor não há Paz, não há Felicidade. Então Acordar é assumir a Verdade de sua Natureza Essencial, de sua Natureza Divina, nesta “União Consciente com Deus” – essa foi a revelação de Joel Goldsmith.

A Verdade sobre o seu Ser é a única Realidade presente em toda a Manifestação e essa Verdade presente em toda a Manifestação é perfeição absoluta. Não há nada fora dessa Realidade, tudo mais que você vê a partir desta mente egoica, dessa consciência egoica, é a visão do sonho, dentro desse estado hipnótico. Então dentro dessa particular visão, tudo é complicado, tudo é difícil, há muita confusão, há medo; o que temos presente é o sofrimento, é esse sentido de separação entre “você” e Deus, entre “você” e a Vida, entre “você” e a Realidade. Isso tudo está presente em razão dessa condição psicológica, que é o ego, o “mim”.

Quero lhe convidar à Verdade do seu Ser, à Realidade de Deus, aqui e agora. Assim, esse encontro aqui nosso tem como propósito lhe mostrar Isso: a Verdade Divina, a Verdade de Deus, que é Amor, Paz, Felicidade.

Portanto, se isso é algo que faz sentido para você, deixe aí o seu like e se inscreva no canal. Quero lhe convidar para encontros online, encontros presenciais e, também, retiros, onde estamos trabalhando isso com aqueles que se aproximam. Ok?

Valeu pelo encontro e até a próxima!

Março de 2023
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quinta-feira, 22 de junho de 2023

Mooji, Papaji, Ramana. Osho: abandone o ego | Como obter o Despertar? | A Iluminação Espiritual

Muito bem! A pergunta é: como obter o Despertar Espiritual? Ou: como obter a Iluminação Espiritual? Notem: a intenção das pessoas é alcançar, é chegar lá, é obter. Eu aqui tenho uma boa notícia para você. Não é necessário se mover para Isso ou realizar algo no tempo para Isso. Esse movimento requer tempo, e essa assim chamada “realização” no tempo requer muita coisa para ser feita. Pessoas idealizam isso como algo para o futuro. Futuro é tempo e a realização disso no tempo requer esforço, um trabalho dentro desse propósito, desse objetivo.

Aqui, eu quero lhe dizer que a Realidade do seu Ser – o que alguém tem chamado de Iluminação espiritual, outros chamam de “O Despertar Espiritual” –, a Constatação de sua Natureza Real, a Iluminação Espiritual, o Despertar Espiritual, a Realização d’Isso é a Constatação d’Isso agora aqui. Não requer esforço, não requer tempo.

Não estou dizendo que não se faz necessário um trabalho. Sim, se faz necessário um trabalho! E é um trabalho de desaprender, de desconstruir, de se desfazer da ilusão. Então, sim, há um trabalho. Mas não é o esforço positivo para realizar algo. E não é algo amanhã, é algo agora, aqui, neste instante.

Há uma forma direta de nos aproximarmos dessa resposta para esta pergunta: como obter o Despertar Espiritual? Como obter a Iluminação Espiritual? Há um caminho direto para essa Realização. A essa Realização, eu também tenho chamado de Constatação. O caminho direto, em razão desse trabalho, está no esvaziamento desse conteúdo psicológico, desse “eu”, desse “mim”, desse ego.

Osho chamava esse “mim”, esse “eu”, esse ego, de “o falso centro”. Então, na linguagem do Osho, era “o falso centro”. Ele dizia: “Abandone o ego”, ou seja: solte esse falso centro! Vá além dessa ilusão desse falso centro! A observação do movimento do “eu”, do ego, desse falso centro… é assim que nos aproximamos desse abandono do ego, desse “ir além” desse falso centro.

Aqui, nós estamos trabalhando com você isso: o fim dessa ilusão, da ilusão do “eu”. Então, esse “desaprender” sobre si mesmo… O que é que você sabe sobre você? Tudo o que você sabe sobre você é tudo que o pensamento construiu em torno da pessoa que você acredita ser. Então, em torno dessa identidade, dessa pessoa que você acredita ser, existe um conjunto de pensamentos, de conceitos, de ideias, de crenças, além de uma disposição interna sempre reativa, que eu tenho chamado de condicionamento psicológico, para reagir às experiências a partir desse “eu”, desse “falso centro”. É isso que você sabe sobre você.

O que você sabe sobre você é como reagir. Então, há uma reação de medo e de desejo. Há uma reação a toda forma de sofrimento interno, a toda forma de sofrimento psicológico. É isso que você sabe sobre você, sobre esse “mim”, sobre esse “eu”. A inveja, o medo, o ciúme, a avidez, as dúvidas, a desesperança, a esperança, o prazer e a dor – [isso] é tudo o que você sabe sobre esse “mim”, sobre esse “eu”, sobre esse “você”, com o qual você se identifica, se confunde a todo momento.

Então, o desaprender sobre isso, descobrindo a Verdade d’Aquilo que está além desse sentido de um “eu” presente, de um ego: essa era a abordagem ou a aproximação desse apontar para o fim desse “eu”, desse ego… Eu me refiro ao apontar de Ramana Maharshi.

Nós já tivemos diversos expoentes dessa mesma Verdade em nosso tempo. Eu citei o Osho, mas nós temos, neste momento, o Mooji compartilhando Isso, falando dessa mesma Realidade. Mooji foi aquele que esteve com o Papaji, que foi um direto discípulo de Ramana Maharshi. Então, a Visão da Verdade sobre o seu Ser, de sua Realidade Divina, é algo que tem sido compartilhado por aqueles que realizaram Isso.

A Verdade do seu Ser, a Verdade sobre a sua Natureza Real, Aquilo que é a Realidade imutável, que está presente agora aqui, não é algo que se alcança, não é algo que se obtém. Então, para a pergunta “como obter?”, a resposta é “agora, aqui, constatando!” Para esse “como?”, é agora, aqui, constatando Aquilo que está presente como sendo sua Real Natureza Divina.

Como Isso se torna possível? Pelo esforço, por práticas místicas, pelas assim chamadas práticas de meditação diversas? Não, absolutamente! É pela direta Constatação da Verdade que está presente agora aqui. “Então, não devo me disciplinar? Não devo me esforçar? Não devo meditar?” Tudo o que você precisa é se tornar ciente, agora, aqui, de todo esse processo de condicionamento psicológico; a observação disso, uma atenção direta para observar isso… Essa atenção não requer esforço, ela requer um coração voltado para isso. Percebam que quando você tem o seu coração voltado para algo, todo o seu interesse pelas outras coisas desaparece. Quando você, de verdade, está voltado para uma única coisa, é muito natural o interesse, o foco, a atenção para aquilo, e tudo o mais perde a importância.

Tudo o que nós precisamos para constatar a Verdade de Deus não é de uma disciplina, não é de um esforço, não é de uma técnica, não é de um método, não é de uma prática, não é seguir um modelo de doutrina ou um sistema. Tudo o que nós precisamos é estar, de verdade, ardendo por Isso, queimando por Isso. É preciso uma apreciação profunda por Isso, então tudo o mais perde a importância e fica esse interesse único. Então, naturalmente essa atenção se torna plena, completa, para Isso.

Então, essa atenção plena é a base para uma aproximação verdadeira desse Autoconhecimento, desse olhar para si mesmo, agora, aqui. Esse olhar lhe permite perceber todo esse movimento do “eu”, todo esse movimento reativo do ego, desse “mim”, desse falso centro. Esse falso “eu”, esse falso centro, a ilusão dessa identidade é vista. Isso é Autoconhecimento verdadeiro, isso é verdadeiro Autoconhecimento.

Olhar para isso requer essa atenção plena, e ela é muito natural quando você está, de verdade, queimando por Isso. E Isso é agora! Você não continua semeando até realizar nesse assim chamado “futuro”... semeando a confusão, cultivando ainda alguma forma de medo, de frustração, de perturbação e desordem emocional, porque essa ilusão do tempo termina quando essa atenção está agora aqui. Então, não existem sementes sendo lançadas nesse assim chamado “tempo”, para se obter Isso amanhã. Quando você quer realizar Isso amanhã, você diz: “Haverá tempo”. E, durante esse tempo, você continua vivendo na ilusão, na contradição, no conflito, no sofrimento, no medo, cultivando esses aspectos da egoidentidade.

No entanto, quando sua intenção é real, você está de verdade queimando pela Verdade do Despertar, da Realização do seu Ser… quando a sua apreciação por Isso é uma apreciação profunda, real, como aconteceu já, em toda a história da humanidade, com diversos seres que já realizaram Deus. E aqui, eu citei o Osho numa ponta e o Mooji em outra ponta – o Mooji, dentro dessa linhagem de Papaji e de Ramana Maharshi. O Osho foi aquele, também, que realizou Isso, dentro do seu próprio caminho de Encontro ou de Constatação dessa Verdade em Si mesmo.

Aqui, eu quero convidá-lo para que você olhe para Aquilo que Você é, aqui e agora, e constate a Verdade do seu Ser, então você tem essa Verdade se mostrando, essa Verdade se revelando. [Isso] Ocorre em razão dessa aproximação com o Autoconhecimento, nessa plena atenção sobre todo esse movimento do “eu”, dispensando a ilusão de uma disciplina, de um sistema, de um método, de uma prática.

Uma coisa importante aqui é lhe dizer isso: as pessoas querem se dedicar a uma determinada técnica, prática ou disciplina… Na verdade, não é para a Constatação da Verdade sobre quem elas são, mas sim para realizar alguma coisa fora desse modelo de rotina, de tédio, de confusão em que elas vivem; mas, através de uma experiência, uma experiência mística! E, de uma certa forma, elas podem até obter isso nessas assim chamadas práticas de meditações ou no uso de algumas substâncias para obterem uma experiência mística, uma assim chamada experiência esotérica ou espiritual, mas é só uma experiência ainda dentro desse “eu”, desse ego.

Aqui, eu sinalizo para você o fim desse experimentador, que é esse esse “eu”, esse ego. E isso só é possível quando há o verdadeiro contato com a Real Meditação na prática. Aqui no canal, nós temos uma playlist sobre Autoconhecimento, o Verdadeiro Autoconhecimento, e a Verdadeira e Real Meditação na prática, aquilo que está agora, aqui, neste momento. Olhar para todo esse movimento do “eu”, se despir de todo esse conteúdo do ego, é a Realização da Verdadeira Meditação na prática.

Então, não se trata de fugir, temporariamente, de uma dor psicológica, de um conflito existencial ou de uma rotina, para a busca de uma experiência onde você possa ter alguma visão, alguma experiência assim chamada de expansão da mente ou expansão da consciência, mas o sentido do “eu” continue lá, o ego continue presente, a ilusão continue presente. Então, é importante não confundir isso com a Realização de Deus, não confundir isso com o Verdadeiro Despertar Espiritual ou com a Iluminação Espiritual.

Assim, esse é o assunto que nós estamos trabalhando aqui com você, aqui dentro do canal. Se isso é algo que faz sentido para você, eu quero convidá-lo a deixar aí o seu “like”, se inscrever no canal e, também, olhar para isso.

Se isso é algo que faz sentido para você, nós temos encontros on-line, encontros presenciais e, também, retiros, onde estamos trabalhando isso com você. OK? Fica aí o convite e até o nosso próximo encontro. Valeu por mais esse momento juntos.

Março de 2023
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terça-feira, 20 de junho de 2023

Liberdade psicológica | Sofrimento psicológico | Condicionamento psicológico | Prisão psicológica

Nós continuamos falando com você sobre a importância da Liberdade psicológica; não da liberdade externa, não da liberdade do mundo externo, mas da Liberdade desse mundo interno, desse psicológico mundo, que é o mundo do “eu”, do ego. Essa é a Real Liberdade que precisamos, essa é a única Liberdade que significa o fim do sofrimento – aqui eu me refiro a esse sofrimento também interno, também psicológico. Nós temos diversas formas de medos. Esses temores diversos, por exemplo, são representações desse sofrimento interno. Uma aproximação de si mesmo, uma aproximação da Verdade do seu Ser, é algo que representa o fim do sofrimento, porque isso é o fim do “eu”, do ego.

Aqui nesse canal estamos trabalhando com você o fim da ilusão de ser “alguém”, de se colocar no mundo como uma entidade, uma pessoa, um “eu” vivendo uma vida separada, se movendo no mundo numa ação em desejos e medos e, portanto, que sustenta e estabelece como padrão de vida o sofrimento, a contradição, o conflito, a miséria interna, a miséria psicológica; essa miséria encontrando na vida externa todo tipo de situação de representação, se mostrando nessa vida externa como uma prisão que, na verdade, não está lá, está dentro de cada um de nós. Um sofrimento que, na verdade, não está lá, está dentro de cada um de nós. Uma confusão que, na verdade, não é externa, ela não está lá, está dentro de cada um de nós.

Observem o que estamos colocando: toda a confusão no mundo, todo o sofrimento no mundo, todo o problema humano no mundo é algo presente em razão dessa abordagem, dessa aproximação que temos, interna, nesse viver, nessa relação com o mundo. Nós não somos pessoas ou criaturas separadas do outro, separadas da vida, separadas do mundo. Todo o nosso contato com o mundo, com o outro, se mostra dessa forma em razão dessa confusão interna que trazemos em cada um de nós, que estamos vivendo aqui dentro de cada um de nós. Esse medo presente, essa ansiedade presente, essa confusão presente, essa desordem interna presente, é aquilo que estamos vendo no mundo, mas o mundo é uma representação externa dessa condição interna de prisão e sofrimento em que nos encontramos. E tudo isso é algo presente em razão da falta da compreensão da Verdade sobre nós próprios, sobre nós mesmos.

Nós não temos uma visão sobre quem somos, nos confundimos com ideias, com crenças, com julgamentos, opiniões, com um conjunto de coisas aprendidas em razão desse formato equivocado de aprender, que é acumular informações dentro de nós, tendo essas informações como sendo reais, como sendo verdadeiras. Fazemos isso, por exemplo, nesse lidar constantemente com toda forma de propaganda. Nós somos hoje, psicologicamente, o resultado da propaganda, dos conceitos, das ideias, das crenças, de tudo que já ouvimos e que estamos constantemente ouvindo. Assim, os nossos cérebros estão sendo bombardeados constantemente por ideias, por crenças, por sugestões e estamos vivendo dentro desse modelo de condicionamento interno, aquilo que eu tenho chamado de condicionamento psicológico. Essa tem sido a condição psicológica do nosso cérebro e o nosso comportamento está todo assentado dentro desse modelo de comportamento. Assim, o que nós temos no mundo é aquilo que nós somos. Nós somos, psicologicamente, internamente, o que o mundo é. Toda a inveja, ambição, violência, temores, complicações, problemas, tudo o que está presente no mundo é algo que está presente naquilo que acreditamos ser, nisso com o qual nós nos identificamos e, naturalmente, assumimos como sendo nós mesmos. Tudo isso está acontecendo em razão dessa falta de compreensão da Verdade sobre nós.

Eu tenho falado aqui no canal sobre o valor do Autoconhecimento. O Autoconhecimento é esse contato com a Verdade sobre aquilo que você é, agora, aqui. A ciência desse condicionamento psicológico, é isso que você é agora, aqui. Tomar ciência disso é se aproximar do Autoconhecimento. O Autoconhecimento lhe faz perceber em que condições internas você está – e a gente quer a liberdade externa. Quando as pessoas usam a expressão “liberdade”, elas estão idealizando isso, então estamos lidando sempre com uma ideia de liberdade. E para nós, liberdade é a capacidade de externamente fazer o que queremos, no momento que queremos, ir onde quisermos, termos a força e o poder de se expressar sem sermos inibidos, coibidos ou proibidos por alguém. Então quando as pessoas usam as expressões “liberdade de expressão”, “liberdade econômica” ou “liberdade para fazer o que você quer ou o que deseja”, estão sempre falando de uma liberdade externa – como se o real problema estivesse do lado de fora. Na verdade, o problema é aquilo que nós somos em razão dessa falta de compreensão sobre quem somos, de estarmos vivendo dentro de uma prisão interna. E essa prisão é a prisão que tem sido construída pelo pensamento em nós, por todas essas imagens, símbolos, ideias que estão presentes aqui, nesse corpo-mente – e nós não sabemos lidar com isso.

Nunca investigamos essa questão do pensamento e estamos falando da liberdade; da liberdade como uma ideia, da liberdade como algo que precisamos ter e sempre nos referindo a essa externa liberdade. Enquanto não compreendermos essa questão do pensamento em nós, de como nós funcionamos, do que é que se passa aqui dentro de cada um de nós, não haverá Real Liberdade. A Real Liberdade é a Liberdade de lidar com a Verdade daquilo que aqui está presente. Nesse sentido, o externo e o interno são uma única coisa. Quando não há essa visão a partir desse espaço que eu chamo de Liberdade, haverá confusão externamente, porque a confusão já está dentro de cada um de nós, e ela está presente porque nós não compreendemos o que é o pensamento, como nós funcionamos.

A vida é algo que requer uma abordagem nova, uma aproximação nova; não uma aproximação dessa que temos tido até então, que é a aproximação que se baseia no pensamento, que se baseia nesse conjunto de idéias e crenças sobre quem nós somos, sobre o que o mundo é e sobre o que a vida é. Então essa desordem externa está presente em razão dessa desordem interna. Afinal, o que é o pensamento? Como funcionamos? O que é esse “eu"? O que é o ego? Qual é a Verdade sobre a pessoa que eu acredito ser? A pergunta é: quem sou “eu”?

Olhar para todo esse movimento interno em nós e perceber que o pensamento é em nós, basicamente, uma recordação, uma lembrança, uma memória. Ao passarmos por experiências, aquilo é registrado e se torna uma ideia presente, gravada no cérebro; essa ideia gravada no cérebro é o que nós chamamos de memória, basicamente, isso é o pensamento. A vida é algo acontecendo aqui, agora, e nós estamos, com base no pensamento – que são lembranças, recordações, memórias, o que, na verdade, é o passado presente em nós –, tentando atender a isso que está agora aqui presente.

Assim, a nossa vida psicológica, baseada no pensamento, se reflete em nossa vida externa como o passado tentando se adequar, se ajustar a esse instante, a esse momento presente, e quando isso acontece, o problema está presente, o conflito está presente, a ausência da liberdade está presente. É muito simples a gente verificar isso. Quando você lida com uma pessoa, você acredita que está lidando com a Verdade nesse lidar com ela. Nesse momento você não está lidando com a Verdade nesse lidar com ela, você está lidando com uma projeção, com uma imagem, está lidando com um condicionamento psicológico, com uma memória, nessa relação com ela. Você não está diante de algo vivo, está diante de uma imagem que está vindo do passado, um conjunto de crenças que está vindo do passado, e é com isso que estamos lidando com a pessoa que está diante de nós. Naturalmente, não há Verdade nessa relação, e se não há Verdade, aquilo que está presente é a ilusão, é o engodo, é a mentira, e é isso que tem sustentado, por exemplo, em nossa vida de relação com o mundo, com o outro, todas a forma de conflito, problema, sofrimento.

“A ideia que eu tenho sobre quem você é” e “a ideia que você tem sobre quem eu sou”: é com isso que estamos lidando nessa relação. Não sabemos quem o outro é. Nós temos uma ideia sobre quem ele é, mas é muito simples isso, nós não sabemos quem nós somos. Como podemos saber quem o outro é se o que nós temos de nós também é uma imagem, um acúmulo de lembranças, memórias, recordações do passado sobre quem somos, sobre quem o outro é. Então não há Amor em nossas relações, não há Paz em nossas relações, isso por quê? Porque não há Liberdade, não há Verdade – e aqui eu me refiro à Liberdade n’Ela própria, à Liberdade de ser Inteligência, Consciência, não mais à liberdade externa, à liberdade como nós entendemos, à liberdade exterior, mas sim à Liberdade interna, à Liberdade psicológica.

Essa Liberdade psicológica é a ausência desse modelo de passado, presente e futuro que o pensamento tem preservado presente dentro de cada um de nós. Esse formato de passado, presente e futuro é a ideia de um tempo que existe apenas na imaginação, algo que o pensamento sustenta – eu tenho chamado isso de tempo psicológico. Estamos vivendo nesse tempo psicológico, nessa ilusão de uma identidade presente dentro dessa experiência, aqui, por exemplo, nessa relação com o marido, nessa relação com a esposa, nessa relação com os filhos, com os funcionários da empresa ou com o seu chefe no seu trabalho. O nosso mundo de relações é o mundo que se assenta na ilusão do pensamento que não compreendemos, então não sabemos o que é o pensamento, não estamos livres do pensamento. Se não estamos livres do pensamento, não há Liberdade Real.

A Real Liberdade não é a liberdade externa. Vou repetir: não é a liberdade de alguma coisa, mas é a Liberdade psicológica, é a Liberdade dessa ilusão, desse senso de identidade separada, desse “eu” ilusório. É sobre isso que estamos tratando aqui com você, colocando para você a beleza, a importância de uma vida completamente livre desse senso de identidade separada e, portanto, de conflito e de contradição. É quando o Amor está presente em razão da ausência desse “eu”, desse ego, dessa pessoa, dessa ilusória identidade – é nela que está o sentido dessa prisão psicológica –, então o fim do pensamento – e aqui eu me refiro a esse pensamento que eu tenho chamado de “pensamento psicológico”.

Nós precisamos do pensamento num certo nível em nossas vidas, apenas em um certo nível. Pensamento lógico, pensamento não emocional, não sentimental, por exemplo, saber o endereço da sua casa, de ir para a sua casa, de estar lidando com alguma coisa do ponto de vista técnico, você precisa do conhecimento, que é memória, que é lembrança e que é pensamento. Apenas nesse nível o pensamento é importante. Mas há um nível de pensamento em nós, que é esse nível de pensamento psicológico, que está sustentando o conflito, sustentando a contradição, o sofrimento e o medo, sustentando essa condição de contradição interna, de problemas.

Então eu quero lhe convidar a uma vida livre desse sentido do “eu”, desse sentido de ego identidade e, portanto, uma vida livre do pensamento, desse psicológico pensamento, deste que está criando e sustentando em nós toda a forma de complicações, de sofrimento, de angústias, de medos, de desejos e assim por diante.

Será isso possível? Sim, isso é possível quando você se torna ciente da Verdade sobre quem você É, aqui e agora, e esse modelo de pensamentos cessa. Esse formato de pensamento psicológico desaparece, você fica apenas com o pensamento técnico ou funcional. Saber seu nome é um pensamento, é uma memória; saber o endereço da sua casa é um pensamento, é uma memória; saber trabalhar numa profissão requer pensamento, memória. Essa é uma memória não emocional, funcional, prática. Fora essa memória, temos a memória psicológica, desse pensamento psicológico que sustenta o “eu”, que sustenta o ego, que sustenta a ilusão desse sentido de separação e, portanto, de confusão, sofrimento e complicações em nossas vidas. Assim, o nosso trabalho tem esse propósito: nos tornarmos cientes da Verdade daquilo que somos. A ciência disso é a Real Liberdade de Ser.

Então, esse é o assunto que nós tratamos aqui com você dentro desse canal. Se isso é algo que faz sentido para você, deixe o seu like e se inscreva no canal. Quero lembrar a você: nós temos encontros online, encontros presenciais e, também, retiros, onde estamos trabalhando isso com aqueles que se aproximam. Nós temos aí na descrição do vídeo o nosso grupo no Whatsapp. Ok?

A gente se vê. Valeu pelo encontro até a próxima!

Maio de 2023
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quinta-feira, 15 de junho de 2023

O Eu Místico | Joel Goldsmith | União Consciente com Deus | Mestre Gualberto

Olá, pessoal! Estamos aqui no canal Luz do Despertar para mais um vídeo, um vídeo de entrevista, e esse vídeo também vai estar no canal do Mestre Gualberto, que está aqui conosco. Só tenho, primeiramente, Mestre, a agradecer a tua Presença e a tua disponibilidade para esses bate-papos.

É uma verdadeira graça estar podendo ter contato – esse contato direto – com alguém que vive essa Realidade que tanto a gente traz aqui para o canal com essas leituras do Joel, essa Realidade de Realização de Deus, de União Consciente com Deus.

Para quem não conhece o Mestre Gualberto, o Marcos Gualberto, eu o conheci há alguns meses atrás. Venho em uma busca espiritual de preenchimento, de me entender, há muitos anos e, nesses últimos meses, como até já relatei em outros vídeos, me encontrei.

A Graça, essa Divina Presença, me trouxe um vídeo do Marcos Gualberto, do canal dele, que trata, especificamente, desse assunto de Iluminação Espiritual, desse Despertar da Consciência. E, aí, olhei um vídeo, algo me chamou atenção, não soube explicar o quê, não soube entender, não soube entender o quê, mas vi que tinha encontros presenciais e encontros on-line, onde o Marcos compartilha dessa Verdade que ele vive.

E, aí, participei de um intensivo de final de semana e algo, que é sem palavras, que é sem compreensão intelectual, tocou muito forte a consciência aqui, porque pude entender que o Marcos, depois de um trabalho de muitos anos (vinte e um anos de um trabalho muito forte de autoinvestigação), através da Graça do seu Mestre, o Ramana, teve esse Despertar dessa Consciência, desse Estado Natural de Ser.

E, durante esse intensivo de final de semana que eu participei com ele, eu pude sentir o que está além das palavras, esse compartilhar de Consciência, e, nesse olhar do Marcos, algo tocou aqui dentro do meu coração, porque eu fui tomado por um estado de silêncio, de quietude, e aquilo ali me chamou muito a atenção.

E, devido a isso, venho nesses últimos meses muito próximo a esse trabalho, e tem sido algo sem palavras, porque, como todos que acompanham o canal… Joel muito enfatiza a prática da meditação, a prática de uma vida contemplativa, mas, para mim, como também já comentei em outros videocasts – inclusive, tem a playlist dos videocasts anteriores que tu podes assistir também a eles –, eu não conseguia entender o que é essa vida contemplativa, o que é estar em meditação, não apenas em determinados momentos da minha rotina, alguns minutos da manhã ou à tarde ou à noite, mas, sim, estar a cada momento presente, a cada momento consciente do que a vida me apresenta. E o Joel traz esse tema como uma vida contemplativa – contemplando a Vida e a perfeição dessa Criação Divina.

E, aí, com essa aproximação, eu posso estar agora, um pouco, vivendo isso, e isso tem sido transformador, porque essa identidade egoica, esse ego… eu tenho percebido com essa proximidade contigo, Marcos, o quanto ele é uma ideia, é um pensamento, e daqui a pouco… Posso até ter lido isso em algum livro, mas era só uma informação intelectual. Agora, com esse trabalho próximo contigo, participando principalmente dos encontros on-line e presenciais, por esse teu compartilhar de Consciência, eu tenho tido pequenos vislumbres do que é essa Realidade Unidade, essa Realidade Una, esse “Todo Somos Um”, essa Não Dualidade, e eu só tenho a agradecer a ti.

E, dentro desses encontros que a gente tem feito, desse bate-papo, onde eu faço perguntas, leio perguntas que vocês fazem aqui no canal, para o Marcos trazer muito mais do que palavras, mas trazer a vivência do que é Isso…

E, hoje, Marcos, eu tenho a pergunta aqui da Andreia, que ela fala bem assim: “Tenho uma pergunta: estar nessa Presença quando paro minhas atividades é mais fácil para mim, mas quando estou em uma atividade, nas minhas atividades diárias, essa Presença me escapa e depois sinto culpa, fico ansiosa, nervosa… Então, eu tenho que sentir que isso é natural?” – ela pergunta. “Pois eu já sei que a Presença está sempre comigo, mas dói por ter me esquecido d’Ela, por ter me esquecido de Deus. Gratidão. Parabéns por todo o trabalho. Namastê.”

Mestre, dentro dessa pergunta, passo a palavra para você falar um pouco para o pessoal que acompanha o canal, dentro das tuas falas, o que é essa Meditação Real, conforme a Andreia comenta, e é o que também acontecia comigo. A palavra é contigo, Mestre.

OK. Então, vamos lá. A situação é a seguinte: nós temos que nos deparar com a vida como ela é, sempre. Nós não podemos idealizar Aquilo que nós chamamos de Estado de Consciência ou de Presença. Nós temos que ficar com o que se mostra. Se nós realmente queremos nos aproximar da Verdade sobre quem nós somos, nós precisamos estar com o que se mostra agora aqui, neste instante.

O que é isso que se mostra? O que é isso que se apresenta? O que é isso que é, agora, aqui? Essa aproximação abre a porta para a Realidade que transcende isso que é. Esse é o contato com a Verdadeira Presença, com a Verdadeira Consciência.

Então, a gente não idealiza Isso. Nós somos muito da imaginação, da crença, da conceituação. Eu tenho enfocado muito na importância de vivenciarmos Isso, e, quando você vivencia, você dispensa as palavras, tanto as palavras do Gualberto quanto as palavras do Joel e as suas próprias palavras, porque você está vivenciando Algo que transcende a palavra, transcende a fala.

Aqui, eu me refiro a essa Presença, essa Consciência, e você só tem acesso real a essa Consciência, a essa Presença, nesse contato com o que se mostra agora aqui.

Então, eu tenho falado sobre a Real Meditação na prática. Essa Real Meditação na prática é estar cônscio de si mesmo agora. Por exemplo: ela acabou de citar que, quando não está no estado, sente culpa e dói. Esse momento de dor e de culpa é a porta. Então, se culpar... quem é esse que se culpa? E o que é essa dor? É nesse momento que você coloca Consciência para o próprio estado.

Então, se queremos acessar a Verdade d’Aquilo que transcende essa limitação de identidade egoica, nós só temos acesso a Isso através da auto-observação e desse Autoconhecimento – daquilo que está agora aqui, e não de uma ideia de como deveria ser essa Presença ou essa Consciência. Então, nós temos que aprofundar isso vivencialmente.

Quando você acessa essa dor da culpa ou essa dor do medo ou da raiva, ou quando você acessa o estado e não se separa desse estado, mas, pelo contrário, você se aproxima para observá-lo de perto, você se encontra com a porta, que eu vou aqui chamar de “a porta do que é”. Isso é o que é, e essa é a porta.

Se você se aproxima e não se separa para julgar, para tentar se livrar, para tentar corrigir isso através de ideias e crenças; se você apenas fica com isso e não se separa da própria experiência colocando um “eu” idealizado para se livrar da experiência; se você quebra essa separação, se você se desfaz dessa dualidade, entre esse “eu” e o estado, você tem a oportunidade de estar em contato direto com o que é. Isso é a porta para que esse sentido do “eu” desapareça nessa experiência e, quando isso desaparece, a experiência se desfaz e você realmente cruza esse portal, cruza essa porta.

Então, você está diante, agora, da Realidade que transcende essa limitação, que é a limitação do que é; ou do que parece ser, colocando de uma forma mais precisa, porque esse estado é um estado de identidade egoica e, portanto, um estado ilusório.

Então, quando falamos aqui para você sobre a Meditação Real ou a Real Meditação na prática, é estar agora aqui, momento a momento, cônscio de si mesmo, de qualquer pensamento, de qualquer sentimento, de qualquer emoção, de qualquer sensação, sem se separar disso.

Percebam a beleza do que estamos colocando aqui para vocês. O problema, Gilson, que eu percebo, é que colocando isso… é até suave ou intrigante de ouvir, mas eu quero que as pessoas coloquem isso em ação… coloquem em ação e observem o que estamos dizendo.

Quando você coloca em ação isso, quando você, de verdade, efetiva isso na prática e não se separa da experiência, seja ela dolorosa, aflitiva, preocupante, enfim, não importa o estado que esteja se mostrando aqui, esse é o momento…

Notem o que estamos dizendo. A Realidade da Consciência ou da Presença, que foi a expressão que ela usou e que nós usamos… essa Realidade nunca está ausente, não importa a experiência que esteja presente: é raiva, é medo, é tristeza, é dor, é ansiedade... Não importa! Essa experiência é uma experiência que está presente porque existe um experimentador dentro dessa experiência.

Se você se aproxima trazendo luz, consciência, ciência disso, e não se separa da experiência, você se desfaz do experimentador e, quando você se desfaz do experimentador, a experiência definha, ela não pode persistir. Isso porque, Gilson, não há medo sem o medroso, não há ansiedade sem o ansioso, não há depressão sem o depressivo, não há pensamento sem o pensador.

Mestre, o Joel traz esse “eu” como um “eu” ilusório, um “eu humano”, e é esse “eu” que precisa “morrer”, que precisa desaparecer, que é só uma ideia do pensamento.

Mas, aqui, nos deparamos com uma dificuldade: quando você acredita nisso, isso não funciona! “Ah, esse ‘eu’ tem que morrer”, “ele precisa desaparecer”... Essas expressões estão sempre dentro da dualidade. O que você precisa é se tornar cônscio dele.

Se você se torna cônscio dele, de fato, ele definha e desaparece, ou “morre”, como você queira chamar, mas isso não pode ser uma ideação, não pode ser uma ideia: “tenho que me livrar desse ‘eu’ humano”, “tenho que me livrar desse ego”. Nada disso! Como: “tenho que me livrar dessa experiência”. Quem é esse que tem que se livrar? Então, já colocamos de volta o sentido de separação, o sentido de dualidade, e, assim, estamos nos afastando da Real Meditação na prática.

Então, quando você reserva um momento para meditar, você se senta, a mente já sabe: “Olha, é a hora de ficar quieta”. E, com o passar do tempo, ela vai ficando tão dócil… e, naquele momento, ela se aquieta e, aí, você sente a Presença. Só que, depois que você diz para si mesmo “acabou a meditação”, quem é que está dizendo? É o próprio sentido de separação, é o próprio “eu”. E, aí, quando ele diz “acabou a meditação”, é o mesmo que está dizendo “agora eu posso me soltar, posso voltar à minha rotina”, e, aí, tudo se processa do mesmo jeito.

Por isso que eu nunca recomendo às pessoas se sentarem para meditar; eu recomendo às pessoas olharem para si agora aqui. Tem um momento melhor para meditar do que o momento presente? Aliás, existe algum outro momento fora deste momento presente? Não há nenhum outro momento! É só ideológico qualquer outro momento fora deste instante. Fora deste instante, não existe nenhum outro momento!

Então, você, neste instante, é a Realidade da Consciência, é a Realidade da Meditação. Agora, não idealize a Meditação ou a Consciência como algo separado daquilo que está aqui. A gente se aproxima é do que está aqui! “Ah, mas eu estou tão ansioso!” – é o que você tem, meu filho! “Ah, mas eu estou tão preocupado” – é o que você tem. “Mas eu estou com raiva” – você é a raiva, você não está com raiva; você não está ansioso, você é a ansiedade; você não está preocupado, você é a preocupação. Assuma isso, se torne cônscio disso agora aqui! Porque, quando você coloca “estou”, você se separa. Isso é muito sutil, muito sutil, muito sutil.

É sempre um “eu” que está sentindo essa ansiedade e não quer sentir. Então, existe “eu” e existe a ansiedade, e [ele] quer se livrar dela. Deu! Separação!

Exatamente!

Dualidade!

Exatamente! Isso reforça o sentido de separação e, naturalmente, o estado. Quando as pessoas vêm a mim e dizem: “Olha, o que eu faço para me livrar de pensamentos repetitivos?” Não brigue com eles! Porque quem estaria brigando com os pensamentos repetitivos senão aquele que está angustiado na repetição, que é o próprio movimento do pensamento?

O problema, Gilson, é que, na nossa educação, nós aprendemos, desde crianças, que nós existimos. Então, “eu existo”, então “eu penso”...

E queremos ser alguém… e queremos ser alguém na vida, queremos “ganhar a vida”, né?

Mas é com essa base que nós queremos ser alguém, porque acreditamos que existimos e que temos que evoluir, temos que realizar, temos que fazer... Nós não percebemos que a vida está acontecendo, e ela já está acontecendo por esta Presença que faz tudo; não tem você!

Então, desde pequenos, nós fomos ensinados dentro desse modelo: “eu existo, então eu sinto, eu penso, eu me preocupo, eu me aflijo, eu faço, eu tenho…”. É sempre “eu”: “eu tenho”, “eu faço”, “eu e o meu corpo”, “eu e a minha mãe”...

“Eu sou assim”, “eu sou assado”.

“Eu sou assim”, “eu sou assado”, “eu não quero”, “eu quero”... Então, para efeitos práticos, objetivos, na vida, o pronome “eu” é funcional: “preciso escrever essa carta”; “eu preciso embarcar nesse voo”; “essa casa é minha”. Então, para efeitos práticos, OK. Mas, psicologicamente, quando colocamos esse sentido de um “eu” presente na experiência psicológica, estamos reafirmando uma fraude, uma ilusão, porque esse próprio movimento psicológico é um movimento ilusório de uma identidade, assumindo um posto, uma posição.

Todo sofrimento psicológico em nós, em qualquer nível, está sempre ao nível de um ”eu” para sentir, para viver, para experimentar aquilo e dizer “é a minha ansiedade”, “é a minha solidão”, “é a minha preocupação”, “é o meu medo”.

Mestre, é interessante como, mesmo na própria caminhada espiritual, é muito fácil cair nessa armadilha dessa separação. Inclusive, eu quero ler um trechinho, Mestre, de um livro do Joel, em que o Joel fala disso, nesse contexto espiritual mesmo, inclusive com uma fala de Jesus. Posso ler aqui, Mestre?

Sim, vamos lá. Ótimo!

No livro “O Eu Místico”, no Capítulo 3, o Joel fala: “Tudo o que existe para você é esse Eu, não no sentido limitado do “eu” que você normalmente tem e que costuma admitir para si mesmo, mas o Eu que você realmente é, o Filho de Deus, Um com o Pai. Provavelmente, o próprio fato de que o Mestre Jesus fosse hebreu ajudou a estabelecer essa separação entre Pai e sua individualização, porque Jesus usou o imaginário hebraico do pai e do filho, e isso sempre nos faz pensar em um grande pai sábio e uma pequena criança imatura: uma dualidade!

Na verdade, não podemos conceber um pai e uma criança como uma unidade. Vemos o pai e a criança, e sabemos que são dois. Mesmo quando a criança está sendo carregada no ventre da mãe, a criança e a mãe ainda são dois, a criança é algo separado da mãe. Assim, essa imagem que foi usada no antigo ensino hebraico pode ser uma barreira, e, às vezes, é necessário nos afastarmos dessa imagem de pai e filho e aderirmos apenas ao Eu; Eu e somente Eu. Eu e a Verdade somos Um, Eu e a Vida somos Um.”

Aí, ele dá essa ênfase: como na questão espiritual ainda se tem “eu e o Pai”? Mas, aí, ele frisa “é Eu, apenas Eu”.

Sim, a gente aqui se depara com a dificuldade das palavras. A nossa linguagem, toda ela, é dualista. Não há como a gente usar a expressão “eu” sem colocar algo separado desse “eu”. Se tem o “eu”, tem o “não eu”. Então, você vê: ele termina falando de “eu e a vida”. Quer dizer, a gente coloca de volta, sempre, não tem como… a gente está sempre colocando a dualidade na expressão.

Por isso que hoje compartilho com aqueles que se aproximam a partir desta visão direta, e eu tenho encontrado minha própria linguagem para colocar isso e tenho visto a dificuldade que nós temos, porque, quando você escuta alguém falando, tem alguém dizendo e você ouvindo. Então, nós vivemos dentro desse princípio de separação, dentro desse princípio de dualidade.

Como eu disse agora há pouco, ao nível físico, ao nível prático, a gente faz uso, não tem como. A gente está num sonho de mundo, onde tudo acontece nessa dualidade aparente, mas o problema é internamente, psicologicamente; esse é o problema! A Realização d’Aquilo que Você é, é o fim desse “eu” psicológico, com esse tempo psicológico, com esses valores de princípios, de dualidade. Tudo isso é psicológico, e é isso que se desfaz na Realização.

Você continua tendo um corpo e usando o pronome “eu” após a Realização, só que você não se confunde mais com o corpo e nem coloca nesse “eu” o poder de se separar da experiência para ser o dono de qualquer coisa: dono da tristeza, dono da ansiedade, dono do medo, dono do desejo ou dono de coisas materiais. Isso desaparece quando você se torna cônscio de que a Única Realidade… e isso não é teórico.

Notem, isso não pode estar na teoria, Gilson, não pode estar no conceitual, isso tem que estar assentado. Os seus olhos têm que olhar sem o sentido de separação; o pensamento, quando aparece, tem que ser visto sem alguém pensando; o sentimento, quando surge, é o sentimento direto, como ele é nesse corpo, nesse mecanismo, sem alguém: isso é estar assentado em seu Natural Estado, que alguns chamam de Iluminação Espiritual ou Despertar Espiritual.

Talvez, você pergunte: “E qual é o treinamento para isso?” Real Meditação na prática! Comecem a colocar, de forma efetiva, no viver, momento a momento, isso. Quando alguém lhe elogiar, observe o elogio, mas não entre na experiência do elogiado. Se alguém te dá um elogio, você observa o elogio, meneia a cabeça… até agradeça pelo elogio, mas não coloque uma identidade presente se inflando, se separando do elogio, criando esse elogiado em você, [ou] você vai se sentir especial, o sentido do “eu” vai estar presente – isso é ausência da atenção sobre si neste instante, ausência da Meditação.

Isso vale para um elogio ou para uma crítica. Então, quando alguém xinga você, a quem ele está xingando? Tem alguém para receber o xingamento, para receber a crítica? Então, ser elogiado ou ser criticado não faz a menor diferença se há a consciência de que não há esse elemento “eu” na experiência. Continue, por favor, vamos lá…

Eu me lembro exatamente disso, Mestre, que, em um vídeo seu, você fez esse mesmo exemplo: quem é esse “eu” que está se sentindo lisonjeado com um elogio ou está se sentindo diminuído com uma crítica? Quem é esse “eu”?

Sim.

É o ego! Rápido vem a resposta: é óbvio que é o ego.

Agora, eu te pergunto: não é o melhor momento da Meditação?

Pois é! É o agora, né? É neste instante.

Não é agora? Não é nesse desafio com o momento presente que você se desafia com a Verdade do que é, que se mostra?

Exatamente.

Se você está no seu quarto meditando, com uma luz suave, com uma musicazinha, não tem isso! Tem que estar no viver, no dia a dia, tem que se encontrar no dia a dia.

Essa auto-observação, Mestre, como eu comentei em outro videocast, como é interessante… Para mim, falando de mim, como existia uma inconsciência muito grande! Porque é o tempo inteiro o ego dando pitaco, julgando “isso é bom”, julgando “isso é mau”. Quem é esse que julga que isso é bom ou mau? É essa ilusão de uma identidade presente que quer isso ou não quer aquilo, e isso acontece a todo instante! E, antes, eu não percebia, eu não percebia!

Sim, sim.

Agora, eu vejo essa atividade e…

E você sabe por que você não percebia? Porque você já tinha o hábito de ter o momento da meditação. Você sabia que, no momento da meditação, você tinha que estar livre disso. Quando nós chegamos, agora, e colocamos para você: “Gilson, por que você não se torna ciente agora aqui?”, aí você disse: “É mesmo!”

Então, veja que é só uma questão de a gente se aproximar, ter uma aproximação muito real do que estamos apresentando aqui para você. Coloquem na prática isso. É no viver, é quando o seu “eu”, esse “mim”, esse ego, está frustrado, com raiva, arrependido, preocupado, se sentido vítima; é quando esse “eu” é tocado.

A vida é maravilhosa, porque ela vai – não se preocupe –, momento a momento, o desafiar a esse encontro com o que é. Você vai perder isso muitas vezes, por falta de uma habilidade que vai vir com o exercício, que é a habilidade de estar olhando para si. Então, o exercício entra nesse sentido. Não é algo mecânico, por isso é que você vai perder muitas vezes. O seu estado de consciência vai ter que ser… ele vai se aprofundando para lhe trazer isso de uma forma consciente, e não de uma forma mecânica, de uma forma habitual.

Meditação é Consciência. Quanto mais você se rende a essa Presença, a esse exercício, mais essa Consciência vai assumindo o lugar d’Ela e lhe trazendo isso de uma forma presencial, em Pura Consciência; não é automático, não é mecânico. “Ah, mas eu caio muitas vezes”. Não tem problema! Você vai cair muitas vezes! Você só se levanta de novo e olha de novo para isso.

Mestre, é engraçado, porque, nesses meses acompanhando… no início, quando eu comecei a exercitar isso, eventualmente eu me dava conta, quando era uma coisa mais forte, assim… sentia uma raiva, algo mais forte, eu me dava conta: “Opa, passou”; “Opa, foi”. E eu: “Não, mas vai ter oportunidade. Daqui a pouco, vai ter outra oportunidade”. Daqui a pouco, vinha mais uma oportunidade, sempre quando era algo mais palpável, mais forte. E, agora, eu percebo que, mesmo em coisas bem sutis... já percebo aquele conflito, já percebo aquele desejo… e quem é que está desejando? É esse “eu” humano, essa identidade. Então, fica muito mais sensível essa percepção.

Sim, sim. Sabe por que fica mais sensível? Porque a dor da contradição do conflito fica mais visível. Porque, a princípio, somos muito embotados, somos muito insensíveis. O estado de conflito psicológico que o ser humano vive é de tal teor de inconsciência que ele nem percebe o quanto ele está sofrendo e o quanto ele está produzindo sofrimento à sua volta.

Na razão em que você se aproxima disso, você vai ficando sensível a essa dor dentro, porque você vai se tornando cônscio de si, presente, consciente, esta Consciência vai se aprofundando, Ela vai tendo espaço para assumir esse corpo-mente.

E, aqui, a gente entra já em outros pormenores; é quando começa a acontecer o Despertar dessa Energia que é a Kundalini. Isso é um assunto dentro desse contexto, que eu tenho falado também no canal. De outra forma, não tem nada de Kundalini. O pessoal faz uma “viagem” por aí: “Ah, eu tive uma experiência, eu vi não sei o quê, eu senti isso, senti aquilo”. Não tem nada a ver com Kundalini.

Kundalini é o Despertar da Consciência, da sensibilidade desta Presença, não tem nada a ver com experiência mística, esotérica; não tem nada a ver com sensações, com calor, com nada disso; é outra coisa, embora o corpo possa até passar por algum processo, mas isso não deve ser considerado como o objetivo, como o alvo, como... porque isso é muito particular de cada organismo, de cada mecanismo.

O ponto comum do Despertar da Kundalini é o despertar da sensibilidade, da inteligência para não conflitar com o que é. Isso é o ponto comum do Despertar da Kundalini em qualquer ser humano. Agora, essas “diferençazinhas” de alguns sintomas, de algumas coisinhas que podem aparecer no corpo, até alguns assim chamados fenômenos psíquicos, isso aí é irrelevante, não tem relevância nenhuma! Isso a gente deve abandonar, não tem que se prender a isso, nem dizer que isso é a base ou o fundamento do Despertar da Kundalini, absolutamente. O Despertar da Kundalini é o Despertar desta Verdade, da Inteligência de não sofrer, de não ser “alguém” na experiência. Isso é a base Real do Despertar da Consciência, que é a Kundalini.

Como eu já compartilhei, tinha uma circunstância na minha vida, de vinte anos, acarretando sofrimento, acarretando sofrimento… e “melhorou”, tinha “melhorado” já, e, agora, nessa aproximação desse trabalho contigo, algo está consciente dessas imagens do pensamento, que acabavam gerando sofrimento, e sentindo essa dor, quando vem a dor, sem querer fugir dela, como eu já relatei. Hoje, simplesmente, quando aparece aquele padrão de pensamento que geraria um sofrimento, não existe mais a identificação. É uma coisa engraçada, porque existe aquilo ali, mas não cola mais, não tenho mais a identidade que era o sofredor com aquela imagem que gerava isso e aquilo, então só aparece e vai embora.

Então, onde está o sofrimento?

Estava só nessa identidade.

Exatamente! A identidade do “eu” é o sofrimento. Essa é a proposta do Despertar da Consciência ou da Iluminação Espiritual.

Gratidão! Gratidão, Mestre! Gratidão por mais esse encontro, mais esse “maná” que cai do céu, que é essa Graça que flui através de palavras, só que é muito mais que palavras, é esse compartilhar de Consciência, esse olhar que não é um olhar que julga, que não é um olhar que condena, é um olhar onde a gente pode se ver… ver o que está além da forma, ver essa Consciência. Então, só tenho a agradecer. Gratidão!

Pessoal, curtam aí o vídeo, comentem, podem trazer perguntas para a gente ir trazendo-as nos próximos encontros… Aqui, na descrição do vídeo, vai estar o link da playlist com os outros encontros, então acesse aí para ver os outros encontros a que você ainda não assistiu…

Gratidão, Mestre Gualberto! Muito obrigado.

Dezembro de 2022
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terça-feira, 13 de junho de 2023

Condicionamento psicológico | Advaita, Realidade | Medo da morte | Turya | Complexidade psicológica

Colocando direto para você isso aqui: não é possível a realização da Felicidade sem a Realização de Deus. Não adianta! O que quer que você realize, o que quer que você consiga, o que quer que você conquiste, toda e qualquer conquista externa estará presente por um tempo e depois desaparecerá. A realização da Felicidade é a Realização do seu Ser, é a Realização de Deus, apenas Isso é Real, nada mais é. Somente Isso é verdadeiro, nada mais é.

Então, direto ao ponto aqui com você: neste canal estamos trabalhando com vocês a Verdade da Realização de Deus. Isso é a única coisa que é Real, tudo mais vem e vai, tudo mais aparece e desaparece. Seu Ser é a Natureza da Verdade, que é a Natureza de Deus. Isso não é uma conquista, não é algo que você alcança, não é algo que você chega lá. Assim, quando usamos a expressão “Realizar Deus” ou a “Realização do seu Ser” não é algo que você vai lá e torna possível, não é algo que você idealize, programe e consiga ir lá e tornar possível. Essa Realização de Deus não é algo no tempo. Vamos trabalhar com você isso, aqui, nos próximos minutos.

A pergunta é: como realizar a Felicidade? Como alcançar a Felicidade? Não se alcança a Felicidade, não se realiza a Felicidade. Nós nos tornamos cientes da Verdade da Felicidade, nos tornamos presentes agora, aqui. A ciência d`Aquilo que somos é a Felicidade se revelando. Não é um processo, é uma constatação aqui e agora.

Aqui no canal nós estamos trabalhando com você o fim da ilusão da “pessoa” ou da pessoa que você acredita ser. Você se vê como alguém que nasceu, você tem um nome, você tem uma história, você olha para trás e vê os seus ancestrais, você acredita que a sua origem está dentro desse contexto de história. A Verdade do seu Ser é que você nunca nasceu. É muito estranho ouvir isso, porque você se vê no corpo como sendo ‘alguém’ que tem um nome e uma história. Aqui eu me refiro à Verdade última de sua Real Natureza, de sua Real e Verdadeira individualidade.

Nós temos uma noção completamente errônea, equivocada, sobre quem somos. Nós estamos nos vendo nessa ilusória identidade, nesse ilusório “eu”. Quando nós usamos a expressão “eu”, o pronome “eu”, nos referindo a “nós mesmos”, sempre estamos identificando esse “nós mesmos” com esse corpo. Aqui está o equívoco. Quando dizemos “eu”, “mim”, “eu próprio”, “eu mesmo”, estamos apenas expressando uma palavra ou uma frase – a palavra “eu” ou uma frase “eu mesmo” –, porque é algo que nos foi ensinado, nós aprendemos isso e isso é algo que surgiu no tempo e também irá desaparecer no tempo. Todo o problema conosco está na ideia de tempo, desse psicológico tempo: “Eu fui isso ontem, sou isso hoje e serei isso amanhã”, isso é tempo. Sempre nos referimos aqui a esse corpo. Você olha para uma fotografia quando você tinha dez anos ou quinze anos de idade e olha para o seu rosto hoje no espelho e percebe que houve uma mudança, uma diferença. Então essa noção de tempo é algo muito entranhado em nosso modelo de condicionamento psicológico. Nos vemos no tempo porque nos vemos no corpo, nos vemos na forma. A realização da Felicidade, a Realização do seu Ser, a Realização de Deus, é algo fora do tempo.

Quando temos uma aproximação da Verdade sobre quem somos, quando investigamos a natureza ilusória do “eu” – desse que se separa da experiência agora, aqui – percebemos que esse “eu” é apenas uma crença, um conceito, um conceito dentro do corpo. Percebemos, também, que esse corpo é apenas uma expressão do tempo, não é Aquilo que somos, é aquilo com o qual nós nos confundimos. Nós quem? Esse “eu”, que não passa de memória, história, lembrança, portanto, estamos de volta ao tempo. Sem o tempo, onde é que está o “eu”? Quem é você sem o seu nome? E o seu nome é história, que é tempo, é memória. Sem o seu corpo, quem é você?

Todas as noites quando dormimos entramos em sono profundo e não há corpo, não há nome, não há história, no entanto, Algo permanece desconhecido. Em sono profundo não há o mundo, não há o “eu”, não há o corpo, não há história, mas algo permanece fora desse tempo, fora desse sonho de vida que nós chamamos “vida humana”. Quando acordamos pela manhã, ao sairmos do sono profundo, estamos de volta ao tempo, ao corpo, ao mundo, ao nome, à história. A pergunta para você é: o que é essa Realidade que permanece em sono profundo, desconhecida? Essa Realidade é o seu Ser.

O seu Ser está fora do tempo, do nome, da história, do mundo. Esse seu Ser, que é vivenciado em sono profundo – percebam isso com muita clareza –, em sono profundo não há outra coisa a não ser Paz, Felicidade. Não há sensação, não há prazer, mas há Algo extraordinário em sono profundo. Todos amam, todo o ser humano ama o sono profundo, porque no sono profundo todo o sentido do “eu” com seus prazeres e dores, histórias, memórias, lembranças, todos os seus personagens, desaparecem. Então há Algo no sono profundo, que é o Desconhecido, mas é o Desconhecido em Paz, em Liberdade, em Felicidade. É curioso dizer isso: “todos amamos profundamente o sono profundo”, mas no sono profundo, quem é você?

O ser humano pode até dizer: “Eu tenho medo da morte”, ele pode sentir o medo da morte, ele pode dizer que ama viver, ele ama a vida, mas, na realidade, ele tem medo é de perder aquilo que ele conhece, que ele chama de vida, e ele chama isso de amor à vida. O que o ser humano realmente ama é a Singularidade e o Desconhecido do sono profundo. Nós amamos o sono profundo, e no sono profundo não há vida, não há “alguém” vivo. Todas as noites nós morremos psicologicamente, historicamente, em termos de memórias e lembranças. Isso acontece todas as noites quando adentramos ao sono profundo, desfrutamos da Paz, da Liberdade, da Felicidade. Então nós temos amor ao sono profundo. E por que isso está presente? Porque no sono profundo não há o ego, o “eu”, o “mim”. Se nós pudéssemos trazer a Paz, o Silêncio, a Felicidade do sono profundo para o nosso estado de vigília, que é esse “estado de mundo”, seria algo maravilhoso. Se pudéssemos viver no Amor, na Paz, na Liberdade, no Silêncio, na ausência do ego, no estado de vigília, como no sono profundo, todos nós apreciaríamos isso, com certeza.

O convite para a Realização do seu Ser, que é o convite para a Verdade da Felicidade de sua Natureza Real, é a vida no estado de vigília livre do ego e, portanto, nesta Paz, neste Silêncio, neste Desconhecido Mistério do sono profundo. A Realização do seu Ser é a Realização do Desconhecido, d`Aquilo que não tem nome, d`Aquilo que está além de tempo e espaço e, portanto, além do corpo e de toda a história de memória psicológica, além do toda a ilusão do “eu”. É impossível a vida nesta Beleza, Graça, Amor, Liberdade e Felicidade enquanto o sentido do “eu”, do ego, de toda essa complexidade psicológica, de toda essa condição de estrutura de egoidentidade permanecer presente.

Precisamos descobrir a Verdade do sono profundo. A compreensão desta Verdade sobre quem somos, aqui e agora, revela a Verdade nesse estado de vigília, no estado de sonho à noite e no estado de sono profundo. Os Sábios têm chamado isso de “o quarto estado”, o estado de Turiya, um estado possível a cada um de nós. É o estado de Sabedoria, de visão da Vida como ela se mostra, sem o sentido da dualidade. Isso é também chamado de Advaita, onde só há “esse primeiro sem o segundo”, que é a Realidade de Deus. A palavra Advaita significa “o primeiro sem o segundo”, a Realidade de Deus presente. Essa é a Realidade do seu Ser. Não há sofrimento em seu Ser, não há sofrimento em Deus, não há o sentido de separação, não há o sentido de dualidade, não há o experimentador com sua experiência, não há o observador com aquilo que ele observa, não há o pensador com os seus pensamentos. Há somente essa Realidade, que é o Desconhecido, o Inominável, a Presença da Consciência pura. O Estado de Turiya é esta Presença pura, é a pura Consciência que é Ser, Felicidade, transcendendo vigília, sonho e sono profundo.

Então no sono profundo você tem um vislumbre desse Desconhecido, d`Aquilo que aqui tratamos dentro do canal, que alguns chamam de a Iluminação Espiritual, o Despertar da Consciência ou o Despertar Espiritual. É você em seu Ser, em seu Natural Estado, livre do sentido do “eu”, do ego, desse “mim”. Assim, o nosso trabalho consiste em investigar isso, em nos aprofundarmos nisso, em termos a clareza da Verdade d`Isso que somos, aqui e agora, livre do tempo e do espaço, livre do “eu”, do ego, do “mim”, de toda a história desse personagem com o qual nós nos identificamos.

Talvez a sua pergunta seja: “E a vida?” Não há nada lá fora para mudar. A vida é o que ela é quando o sentido do “eu” não está. Aquilo que desaparece é a ilusão de um sofredor para sofrer, a ilusão de um observador para observar o mundo, a ilusão de um pensador para pensar os seus pensamentos, a ilusão desse “eu” que vê o outro como algo separado de si mesmo, que vê o mundo como algo separado de si mesmo, que vê Deus como algo longe, distante de si mesmo, é isso que desaparece – algo forjado pelo pensamento, sentimento que desaparece. Então Algo novo está presente. Esse Algo é a presença da Realidade do seu Ser, que é Felicidade. Isto é a Realização de Deus, a Iluminação Espiritual, o Despertar, os diversos nomes que têm sido dado para Isso – nenhum deles, de verdade, representa Isso, porque é Algo que transcende toda a palavra, toda a linguagem, de toda e qualquer forma de ideia, crença ou pensamento.

Assim, esse é o assunto que tratamos aqui com você dentro do canal. Nós temos diversas playlists explorando esse assunto aqui com você. É só entrar no canal e dar uma olhada nessas playlists, investigar isso e se aproximar disso. Quero lembrar a você: nós temos encontros online, encontros presenciais e, também, retiros onde estamos trabalhando isso com aqueles que se aproximam. Aí fica o convite e a gente se vê no próximo encontro.

Valeu e até a próxima!

Maio de 2023
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quinta-feira, 8 de junho de 2023

Ramana Maharshi, Eckhart Tolle, Krishnamurti. O fim da busca. Psicologia Positiva: o Estado de Flow.

Ao perceber que tudo é rotina, ao perceber que tudo termina em tédio e em alguma forma de insatisfação, o ser humano está à procura de algo. Há duas vertentes aí: a primeira são aqueles que procuram esse “algo” em coisas… em coisas, em lugares, em objetos, em pessoas; são os que têm uma inclinação não religiosa. E existem aqueles que estão à procura desse “algo” na religiosidade. Algo sendo buscado no mundo e algo sendo buscado fora do mundo.

Alguns de vocês já ouviram falar e, hoje em dia, está muito badalado isso. É a questão dessa linha filosófica que procura se aproximar desse encontro com algo fora desse contexto de rotina, desse contexto comum, desse contexto de repetição. Eles apontam a possibilidade de viver feliz aprendendo a lidar com o mundo: como reagimos ao mundo é algo que depende da qualidade dos nossos pensamentos, das nossas ideias, das nossas crenças, e é como reagimos ao mundo, às situações na vida, a forma como reagimos a isso, dependendo dessa qualidade de pensamento que trazemos, que irá determinar se seremos felizes ou não. Isso é chamado de estoicismo – a procura da felicidade dentro de um princípio filosófico.

Então, para o filósofo, o encontro com uma certa qualidade de vida, de harmonia de vida, de paz, de felicidade… Eu não sei bem o que se entende por felicidade dentro desse contexto, mas é algo parecido com uma espécie de ajustamento psicológico, mental, a essa condição que se apresenta. A isso nós chamamos de felicidade: um mero ajuste a determinada situação, dependendo da qualidade de pensamento que tenhamos. Isso é chamado de estoicismo, e as pessoas, hoje em dia, estão fissuradas nisso, estão loucas por isso!

Então, esse é um caminho para a felicidade dentro desse princípio, dessa busca de algo ainda no mundo. Somado a isso, nós temos a psicologia, que também vai por um caminho dizendo a você que é possível você alcançar essa paz, ou essa felicidade, ou essa “coisa”, esse “algo”, ainda mudando os seus pensamentos.

Então, dentro da psicologia, temos diversas outras vertentes. Tem, por exemplo, a psicologia positiva, que fala do “Estado de Flow” como um estado em que a mente e o corpo estão em sintonia, em harmonia, em não conflito, em não contradição com a vida como ela se mostra. Então, vamos, através de uma disciplina psicológica, através de uma técnica psicológica, alcançar… vamos alcançar isso, vamos trabalhar para alcançarmos essa condição desse assim chamado – dentro da psicologia positiva – “Estado de Flow”.

Então, é a procura de algo fora da rotina, do comum, do estresse, dessa dor que o ser humano vem enfrentando, vem vivendo há milênios, por esse caminho. Então, é a procura por algo ainda no mundo, no mundo dos objetos, nos lugares, nas pessoas, nas realizações ou nas frustrações.

A realização dentro desse desafio no mundo, tendo essa aproximação dessa procura por algo fora dessa condição pela psicologia ou pela filosofia – essa é uma vertente. A outra vertente é a busca religiosa. Então, existem aqueles que estão na procura por algo já não no mundo, mas fora do mundo – é a procura religiosa. E a procura religiosa é se ligar a uma determinada religião oficializada. Você passa um período ali para ver se você encontra essa outra coisa procurada, buscada por você, que, dentro da religião, é chamada de Verdade ou Deus. Ninguém sabe o que é Isso, mas todos usam a expressão. Se imagina algo sobre isso, como na própria filosofia se imagina algo sobre verdade. Na religião, se imagina algo como Deus. É uma ideia, é um conceito, é uma crença. Ninguém sabe o que isso significa, o que isso, de verdade, representa.

Mas, no Google, a palavra mais badalada, que é a mais procurada, que é a mais pesquisada, que é a mais estudada, que é a mais conhecida, é a palavra “Deus”. Há uma concorrência muito grande porque todos procuram, todos querem saber e todos pesquisam, e todos ensinam sobre isso. Então, o uso da palavra “Deus”... Então, na religião, existe essa procura. Então, você procura essa coisa chamada “verdade” e “Deus” dentro dessa busca religiosa, e isso não se resolve. Internamente, você continua ainda como uma criatura humana ansiosa, preocupada, estressada, entediada, vivendo num estado de confusão interna, que só você mesmo sabe.

Você tenta compartilhar isso com um profissional da área de saúde mental e ele prescreve alguma medicação, ele prescreve uma nova técnica de terapia, de psicoterapia, ou lhe indica algumas mudanças de comportamento, mas também não se resolve. E aqui estamos nós, o ser humano… todos nós aqui, olhando para isso. Já que não se encontra no mundo, nessa busca por esse algo no mundo, e nem se encontra nessa busca por algo fora do mundo… Essa busca por algo no mundo é o materialismo, é o existencialismo, e há vários nomes para isso. E, na espiritualidade – é assim que é chamada essa busca pela vida religiosa.

E, afinal, o que é que estamos buscando? Essa é a pergunta. O que é que nós estamos buscando? Aqueles que constataram – não aqueles que encontraram, mas aqueles que constataram – o fim para esse dilema, para essa confusão, o fim para esse tédio, para esse estado aborrecido de vida, onde você continua vivendo apesar de todas as conquistas no mundo ou conquistas fora do mundo – ainda continua a situação… Aqueles que encontraram, não; aqueles que constataram, neles mesmos, o fim disso, o fim dessa busca por algo lá ou do outro lado, de um lado do rio ou do outro lado do rio… aqueles que constataram Isso nos dão o seu testemunho.

Nós temos Ramana Maharshi nos dando o seu testemunho, nós temos Eckhart Tolle nos dando seu testemunho, nós temos Krishnamurti nos dando seu testemunho, e nós temos inúmeros outros que constataram o fim para isso, o fim da busca. Como é que essa busca termina? Como essa busca termina? Vocês sabem o que estamos dizendo aqui. Alguns de vocês já casaram mais de duas vezes, três vezes… Então, o homem é um desejo, a mulher é um desejo, mas uma casa também, uma casa muito bonita, sonhada, com a mobília dos sonhos. Isso tudo é um desejo! Todos nós sabemos do que estamos falando aqui.

A gente vive trocando de casa, vive trocando também de marido, vive trocando também de mulher, e a gente vai adquirindo, ao longo dos anos, através de um árduo esforço, uma luta, uma forte luta por essas realizações, por uma autodisciplina muito grande… estudar muito, alguns anos de faculdade, depois um diploma de doutorado, depois pós-doutorado, mestrado… Depois de longo trabalho, longa luta, a gente consegue tudo isso e percebe que continua trocando. Então, vamos enfatizar um pouquinho mais isso aqui para a gente ir adiante com você.

Mas há um fim para isso, há um fim para essa busca daquilo que está fora e também há um fim para essa busca daquilo que acreditamos estar dentro. Então, aqueles da ala dos que estão procurando fora dizem que está fora. Parte desse movimento de como reagir à vida, que ainda é psicológico, ainda está fora. Se é algo que depende desse “mim”, desse “eu”, desse “você”, então a ideia é de que algo está fora, é com algo fora que você tem que lidar. E existem aqueles que dizem que é algo dentro, que você vai encontrar algo dentro, e aí você projeta uma imagem de algo dentro: é o Divino, é o Ser Supremo, é o Eu Superior… Então, existem as sombras e a luz. A luz é o Eu Supremo, é o Eu Superior, é o Deus interno, que a gente vem ouvindo falar desde a infância.

Mas tudo isso ainda é parte de uma ideia, é parte ainda de uma crença. E, aí, depois que você se dedica muitos anos, percebe que a coisa não se resolveu. Desejos e conflitos ainda se mantêm. Você realizou um desejo, mas um outro logo a seguir surge. Você tem um marido, mas passa o marido da outra, mais bonito… isso é uma complicação interna para com a qual você lidar, porque, então, você descobre que não era a falta de um marido; aí, a mente diz que é trocar de marido! E, assim, a gente troca de religião, troca de carro, troca de casa, troca de Deus – é porque a gente acredita primeiro em um, depois acredita no outro, e isso não termina.

E o que os Sábios, os Seres Realizados, têm a nos dizer sobre isso? O que é que está faltando? Será que realmente está faltando algo e por isso existe essa busca? Como essa busca termina? Termina quando a gente encontra ou termina quando a gente constata que esse elemento que busca é o problema? É a falta de alguma coisa no mundo material ou no mundo espiritual? É o que está realmente faltando? É a falta de alguma coisa ou é o excesso de alguma coisa, ou é o excesso de algo?

A Verdade está na constatação daquilo que já está agora aqui, não de algo a ser acrescentado ao que está agora aqui. Não é assunto para o que está fora nem para o que está dentro. A Realidade é a Constatação de que essa ilusão, a ilusão da dualidade, é de fato uma ilusão. Encaramos a dualidade como um fato. Sim, é um fato subjetivo, psicológico, mas não é um fato de Realidade. Vamos esclarecer isso.

Nós estamos lidando com o mundo sendo “alguém”, se vendo como “alguém”, se sentindo “alguém”. Então, há essa insatisfação, há essa incompletude, há esse estado de contradição, de conflito, de sofrimento, que nos impele a buscar… “nos impele a buscar” – nós quem? Esse sentido do “eu” em cada um de nós.

Então, é um fato psicológico esse mundo do lado de fora; isso é um fato psicológico. Não é uma Realidade! Não é uma Realidade, mas é um fato psicológico. Precisamos descobrir, como lidar com isso, com esse fato psicológico. Esse fato psicológico é aquilo que sustenta o sofrimento do ser humano, como eu disse agora há pouco: o tédio, esse sentido de rotina, de repetição, de continuidade, alimentando novas expectativas de um futuro melhor, de uma realização melhor, de uma casa melhor, de um de um desejo melhor, de um desejo que vai completar...

Tudo isso ocorre em razão desse fato psicológico, que é uma fraude do ponto de vista da Realidade. Do ponto de vista da Realidade, não existe isso! O fato é… do ponto de vista da Realidade, o fato é: a Vida é o que Ela é, e Ela está completa quando essa condição subjetiva, quando essa condição de fato psicológico, que é essa condição de dualidade, desaparece. Isso é a Verdade! Não adianta citarmos Jesus, Buda… Temos que descobrir isso por nós mesmos, que é essa ilusão do sentido de “alguém” presente lidando com a vida, que irá sustentar continuamente essa busca por algo sempre do lado de fora, para se ver completo. E isso é impossível, porque é da natureza da dualidade o conflito.

Enquanto houver essa dualidade, haverá conflito; enquanto houver o sentido do “eu”, enquanto houver esse “eu”, haverá o outro para ser desejado, haverá outra coisa para ser buscada, haverá a ideia de Deus, que é só uma crença, uma imagem. Não estamos negando a Realidade de Deus, estamos negando a ideia de Deus. A ideia de Deus é um conceito, uma crença. É como olhar para a carta do baralho e dizer: “Aqui está o rei”. Não, não é o rei! Isso é uma figura, uma imagem, uma representação idealística, não é a realidade. Você pode pegar o baralho e encontrar o rei de ouros, o rei de paus – é isso? –, de copas e de espada, mas ali não está o rei. Você olha para um tabuleiro de xadrez e também encontra o rei. Qual é o rei real? Onde está o rei?

Assim representamos Deus ou a Felicidade: como um ideal. Então, não dá para encontrar a Felicidade nem na psicologia positiva, nem no que é entendido lá por “Estado de Flow”. Minha visão sobre o Estado de Flow é completamente diferente. O Estado de Flow é o Natural Estado de Pura Consciência, onde não há, de fato, separação entre Você e a Realidade, mas não é o estado que vem vai, como é proposto pela psicologia positiva; é o Estado Natural, onde o sentido “eu”, do “mim”, o ego, não está mais presente.

Então, nem pela psicologia positiva, nem pela filosofia dos estoicos, no estoicismo. A Realidade da Felicidade não é uma crença, não é uma ideia, não é um conceito. A gente pode falar mais sobre isso. Isso é algo vivencial quando o sentido de dualidade não está mais presente. E o que é necessário para que isso ocorra? O fim do buscador! O fim do buscador é a rendição, a rendição da ilusão de uma identidade presente – isso é rendido, é entregue. Você se rende, você está de verdade em Suas Mãos, você está entregando, você parou de resistir, parou de lutar.

Então, é muito básico isso, é muito simples compreender que a Vida é Onipotente, a Verdade é Onipotente, o Desconhecido, que alguém chama de Deus… eu chamo de “O Desconhecido”; chamaria de “O Sem Nome” e, às vezes, eu chamo de Deus mesmo, mas é o Mais Poderoso! Então, se a Vida lhe mostra que algo está fora, algo tem que ser entregue, algo tem que ser rendido, algo tem que desistir de continuar… e fica essa compreensão em razão desse Nascimento de uma Nova Mente, dessa Inteligência, que tem como base o Autoconhecimento. Aí fica simples compreendemos o que é rendição. Você vai render, você vai entregar, você vai desistir da ilusão desse “mim”, desse “eu”, desse ego.

Então, quando acaba isso, quando isso desaparece, aí Você, em seu Natural Estado de Ser, de Puro Ser, não está mais procurando, nem fora, nem dentro. Esse é o fim do ego, é o fim do “eu”.

Para que essa rendição ocorra, se faz necessária a visão do Autoconhecimento, e Autoconhecimento não é possível se você não se auto-observa. Não adianta continuar buscando! Essa busca tem que terminar, ou você continuará buscando pelo resto da vida! Isso acontece no materialismo e isso acontece no espiritualismo.

Na espiritualidade, as pessoas buscam para o resto da vida e continuam infelizes, continuam sofrendo, continuam sentindo essa incompletude, porque é a presença do ego nelas. Então, não adianta realizar algo na espiritualidade; também não adianta realizar algo no materialismo.

Então, não funciona! Não funciona! Enquanto houver o sentido de separação, seja na espiritualidade, seja na psicologia positiva, seja no estoicismo… enquanto houver o sentido de separação, a ilusão do “eu” estará presente, e a falácia, a mentira, de que algo o fará feliz. Nada o fará feliz! A presença desse “mim” é a ausência da Felicidade. Não adianta você ouvir isso, é necessário olhar, observar, se tornar cônscio disso agora, aqui. Isso é real rendição, isso é a real entrega desse “mim”, desse “eu”, desse ego. OK? É bem isso!

Dezembro de 2022
Gravatá-PE
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