Participante: Ontem, o senhor nos disse que não estamos prontos para encarar a dor. O que isso significa?
Mestre Gualberto: Nós somos protegidos da dor desde pequenos. Nossos pais sempre tiveram uma amorosidade ignorante, nos protegeram demais. Eles não queriam nos ver sofrer. Eles sempre nos protegeram da dor, tanto física quanto emocional. Não sei se vocês conseguem compreender onde eu quero chegar.
Se você é protegido da frustração, você não a vê como algo natural. Se você é protegido da dor, você cresce com a ideia de que nunca deve sentir dor e, para tanto, você segue se protegendo. Então, você entra em um jogo de condicionamento psicológico. Quando recebe um “não”, isso lhe dá uma profunda dor de rejeição. O que você faz para não sentir isso? Essa dor não vai matá-lo, mas, para não sentir isso, você se torna uma criança tímida, afasta-se de pessoas que podem magoá-lo, feri-lo, ofendê-lo, rejeitá-lo.
Assim, desde criança, você carrega esse movimento interno, querendo sempre se proteger da dor. O detalhe é que, quanto mais você se protege da dor, mais sensível à dor você fica. O resultado é que você se torna um jovem e depois um adulto que se comporta como uma criança quando é rejeitado, quando é magoado, quando ninguém olha para você. Quando ninguém diz “e aí, tudo bem?”, você olha com suspeita: “Ela não olhou para mim, não gosta de mim”.
Se você observar bem, o ego é um feixe, um conjunto de manias, medos, escolhas, fantasias, imaginações. Esse é o sentido do “eu”. Toda nossa cultura é montada dentro dessa estrutura. Você não fica sozinho para observar essa dor, tem sempre um jeitinho para escapar disso, para não olhar para isso. No entanto, esse ego é uma estrutura falsa, uma mentira.
Essa dor psicológica, emocional, não é como a dor física, que é neural; ela é imaginária! E quanto mais você foge disso, mais sensível você fica a esse tipo de dor. Então, o que acontece com o ego? Ele sente dor à toa. Tudo lhe provoca dor! Se alguém fala alto com você, isso causa uma dor, então, para se proteger dessa dor, você reage, você responde ao outro. Você responde agressivamente com palavras ou com ações, tudo para não sentir dor, porque é proibido sentir dor.
Em nossa cultura, na cultura do ego, dessa egoidentidade, é proibido ficar com a dor e resolver isso sozinho aí. Você tem que descarregar, tem que jogar a dor de volta, para não senti-la. Mas agora você é uma pessoa agressiva, violenta, cheia de medo e dor. A dor continua, mas está com um outro formato: o formato da agressão, da reatividade, da violência. Aí, você não fica curado do ego, porque não o vê. Você só teria a chance de vê-lo se pudesse sentir a dor sozinho. Quando você não olha para o que sente, automaticamente, mecanicamente, inconscientemente, você já despeja isso.
Sabem o que eu tenho dito às pessoas? Descubram o que é Real Meditação! Eu vejo pessoas praticando meditação, mas sabe o que elas fazem para praticar meditação? Elas procuram por um espaço silencioso, colocam uma música suave, respiram de uma certa forma, ficam ali por 10 minutos, meia hora, 1 hora. Até aí, tudo bem. Mas, quando se levantam, vão para casa, para o trabalho ou para a faculdade, e lá o ego delas é provocado... Ali é hora da Meditação! Ali está a Meditação, e não na hora em que se está respirando fundo. Assim é fácil! A meditação, como prática, é uma coisa fácil! E na vida, no dia a dia? Esse é o exercício! É simples, mas não é fácil.
Olhar para a dor quando surge e não reagir: isso é Meditação, é trazer Consciência para este momento presente, para aquilo que está aqui e agora. Este momento é um chamado divino para você se conhecer, encontrar aquela criança que foi condicionada a não sentir dor.
Participante: Parece-me que são duas coisas: uma é sentir a dor, outra é não confiar na história que o pensamento está contando sobre ela.
Mestre Gualberto: Isso! Exatamente isso! Vocês acreditam na história que o pensamento cria sobre a dor. A dor não é o problema! A dor é como um fantasma ferido, que recebeu uma pancada. Não existe fantasma! Se a dor está ali, ok! Mas, por que criar uma história sobre isso? Para se proteger. Para aliviar essa “dor-fantasma”, seu ego reage.
Se nossos pais tivessem sido bons mestres para nós, eles teriam nos ensinado isso: a ficarmos sozinhos com a dor, a não reagirmos como crianças mimadas. Mas eles não nos ensinaram isso, não eram Seres Realizados. Agora, você é adulto e me encontrou, então teremos que corrigir isso! O que a sociedade não deu para você, um Mestre vivo pode dar! Mas você precisa ter paciência e acolher isso com profunda confiança. Por isso um Mestre vivo é importante: ele nos inspira! Sua Presença nos inspira a confiar! Então, qual é o meu trabalho com vocês? Corrigir!
O ponto aqui é: não reaja! Esteja atento a essa dor. Não reaja! Sua mulher está nervosa? Não tem problema! Seu namorado está estressado? Deixe-o sozinho, dê espaço para ele e olhe para si mesma, mas não reaja! Vocês estão aqui para aprender isso, mas é um “aprender desaprendendo”. Aqui, você vai desaprender a ser uma “pessoa”. É assim que o Sábio nasce! Quando uma pessoa desaprende a ser uma “pessoa”, descobre o seu Ser!
É como tirar a roupa. Você não é essa roupa, assim como Você não é essa programação que se ofende, se magoa, se entristece, tem raiva de tudo, tem medo de tudo. Isso não é Você! Então, isso se desaprende. É como a sua roupa, que você tira. Ninguém toma banho de roupa! Para se banhar nas águas da Sabedoria, da Consciência, da Verdade, você precisa se despir desse falso “eu”. Então, o Divino, seu Ser, se mostra em toda a sua nudez, e Ele é bonito! Ele não faz inimigos!
Então, o problema não é a dor; o problema é “alguém” com dor. “Alguém” com dor reage. A dor, em si, apenas mostra alguma coisa. Se você trabalhar isso, eu lhe prometo uma coisa: em pouco tempo, as pessoas vão parar de ofendê-lo, de irritá-lo, entristecê-lo... Isso porque não são elas que o irritam, entristecem ou aborrecem, e sim o seu ego reagindo. O seu ego faz inimigos!
Reparem no que eu disse: o seu ego faz inimigos! Quando você diz, aí dentro, “eu não gosto dele. Que chefe chato! Que trabalho horrível!”, isso não está lá; está tudo aí! Compreendem? Não é o mundo que é o seu problema, mas o seu ego, sua mente, sua interpretação, sua relação mal resolvida consigo mesmo. Resolva isso aí dentro!
O que eu digo para você aqui não é um conceito, uma crença ou uma teoria. Eu sou Isso! Eu vivo Isso! Sabe o que isso quer dizer? Que Isso é a sua Verdade! Eu não estou dizendo para você aprender a fazer isso. Estou dizendo para você assumir Isso! Desaprenda! Desaprenda o que você não é e fique com o que Você é! Desaprenda essa autoimagem, essas crenças que você tem sobre si. Fique nu, tire suas roupas, vá para o chuveiro, tome um banho de Compreensão, de Inteligência, de Verdade, de Amor Divino! Isso é Meditação!
Mestre Gualberto: Nós somos protegidos da dor desde pequenos. Nossos pais sempre tiveram uma amorosidade ignorante, nos protegeram demais. Eles não queriam nos ver sofrer. Eles sempre nos protegeram da dor, tanto física quanto emocional. Não sei se vocês conseguem compreender onde eu quero chegar.
Se você é protegido da frustração, você não a vê como algo natural. Se você é protegido da dor, você cresce com a ideia de que nunca deve sentir dor e, para tanto, você segue se protegendo. Então, você entra em um jogo de condicionamento psicológico. Quando recebe um “não”, isso lhe dá uma profunda dor de rejeição. O que você faz para não sentir isso? Essa dor não vai matá-lo, mas, para não sentir isso, você se torna uma criança tímida, afasta-se de pessoas que podem magoá-lo, feri-lo, ofendê-lo, rejeitá-lo.
Assim, desde criança, você carrega esse movimento interno, querendo sempre se proteger da dor. O detalhe é que, quanto mais você se protege da dor, mais sensível à dor você fica. O resultado é que você se torna um jovem e depois um adulto que se comporta como uma criança quando é rejeitado, quando é magoado, quando ninguém olha para você. Quando ninguém diz “e aí, tudo bem?”, você olha com suspeita: “Ela não olhou para mim, não gosta de mim”.
Se você observar bem, o ego é um feixe, um conjunto de manias, medos, escolhas, fantasias, imaginações. Esse é o sentido do “eu”. Toda nossa cultura é montada dentro dessa estrutura. Você não fica sozinho para observar essa dor, tem sempre um jeitinho para escapar disso, para não olhar para isso. No entanto, esse ego é uma estrutura falsa, uma mentira.
Essa dor psicológica, emocional, não é como a dor física, que é neural; ela é imaginária! E quanto mais você foge disso, mais sensível você fica a esse tipo de dor. Então, o que acontece com o ego? Ele sente dor à toa. Tudo lhe provoca dor! Se alguém fala alto com você, isso causa uma dor, então, para se proteger dessa dor, você reage, você responde ao outro. Você responde agressivamente com palavras ou com ações, tudo para não sentir dor, porque é proibido sentir dor.
Em nossa cultura, na cultura do ego, dessa egoidentidade, é proibido ficar com a dor e resolver isso sozinho aí. Você tem que descarregar, tem que jogar a dor de volta, para não senti-la. Mas agora você é uma pessoa agressiva, violenta, cheia de medo e dor. A dor continua, mas está com um outro formato: o formato da agressão, da reatividade, da violência. Aí, você não fica curado do ego, porque não o vê. Você só teria a chance de vê-lo se pudesse sentir a dor sozinho. Quando você não olha para o que sente, automaticamente, mecanicamente, inconscientemente, você já despeja isso.
Sabem o que eu tenho dito às pessoas? Descubram o que é Real Meditação! Eu vejo pessoas praticando meditação, mas sabe o que elas fazem para praticar meditação? Elas procuram por um espaço silencioso, colocam uma música suave, respiram de uma certa forma, ficam ali por 10 minutos, meia hora, 1 hora. Até aí, tudo bem. Mas, quando se levantam, vão para casa, para o trabalho ou para a faculdade, e lá o ego delas é provocado... Ali é hora da Meditação! Ali está a Meditação, e não na hora em que se está respirando fundo. Assim é fácil! A meditação, como prática, é uma coisa fácil! E na vida, no dia a dia? Esse é o exercício! É simples, mas não é fácil.
Olhar para a dor quando surge e não reagir: isso é Meditação, é trazer Consciência para este momento presente, para aquilo que está aqui e agora. Este momento é um chamado divino para você se conhecer, encontrar aquela criança que foi condicionada a não sentir dor.
Participante: Parece-me que são duas coisas: uma é sentir a dor, outra é não confiar na história que o pensamento está contando sobre ela.
Mestre Gualberto: Isso! Exatamente isso! Vocês acreditam na história que o pensamento cria sobre a dor. A dor não é o problema! A dor é como um fantasma ferido, que recebeu uma pancada. Não existe fantasma! Se a dor está ali, ok! Mas, por que criar uma história sobre isso? Para se proteger. Para aliviar essa “dor-fantasma”, seu ego reage.
Se nossos pais tivessem sido bons mestres para nós, eles teriam nos ensinado isso: a ficarmos sozinhos com a dor, a não reagirmos como crianças mimadas. Mas eles não nos ensinaram isso, não eram Seres Realizados. Agora, você é adulto e me encontrou, então teremos que corrigir isso! O que a sociedade não deu para você, um Mestre vivo pode dar! Mas você precisa ter paciência e acolher isso com profunda confiança. Por isso um Mestre vivo é importante: ele nos inspira! Sua Presença nos inspira a confiar! Então, qual é o meu trabalho com vocês? Corrigir!
O ponto aqui é: não reaja! Esteja atento a essa dor. Não reaja! Sua mulher está nervosa? Não tem problema! Seu namorado está estressado? Deixe-o sozinho, dê espaço para ele e olhe para si mesma, mas não reaja! Vocês estão aqui para aprender isso, mas é um “aprender desaprendendo”. Aqui, você vai desaprender a ser uma “pessoa”. É assim que o Sábio nasce! Quando uma pessoa desaprende a ser uma “pessoa”, descobre o seu Ser!
É como tirar a roupa. Você não é essa roupa, assim como Você não é essa programação que se ofende, se magoa, se entristece, tem raiva de tudo, tem medo de tudo. Isso não é Você! Então, isso se desaprende. É como a sua roupa, que você tira. Ninguém toma banho de roupa! Para se banhar nas águas da Sabedoria, da Consciência, da Verdade, você precisa se despir desse falso “eu”. Então, o Divino, seu Ser, se mostra em toda a sua nudez, e Ele é bonito! Ele não faz inimigos!
Então, o problema não é a dor; o problema é “alguém” com dor. “Alguém” com dor reage. A dor, em si, apenas mostra alguma coisa. Se você trabalhar isso, eu lhe prometo uma coisa: em pouco tempo, as pessoas vão parar de ofendê-lo, de irritá-lo, entristecê-lo... Isso porque não são elas que o irritam, entristecem ou aborrecem, e sim o seu ego reagindo. O seu ego faz inimigos!
Reparem no que eu disse: o seu ego faz inimigos! Quando você diz, aí dentro, “eu não gosto dele. Que chefe chato! Que trabalho horrível!”, isso não está lá; está tudo aí! Compreendem? Não é o mundo que é o seu problema, mas o seu ego, sua mente, sua interpretação, sua relação mal resolvida consigo mesmo. Resolva isso aí dentro!
O que eu digo para você aqui não é um conceito, uma crença ou uma teoria. Eu sou Isso! Eu vivo Isso! Sabe o que isso quer dizer? Que Isso é a sua Verdade! Eu não estou dizendo para você aprender a fazer isso. Estou dizendo para você assumir Isso! Desaprenda! Desaprenda o que você não é e fique com o que Você é! Desaprenda essa autoimagem, essas crenças que você tem sobre si. Fique nu, tire suas roupas, vá para o chuveiro, tome um banho de Compreensão, de Inteligência, de Verdade, de Amor Divino! Isso é Meditação!
*Transcrição de uma fala realizada em um encontro presencial na cidade de Graz, na Áustria, em 25 de Novembro de 2019 – – Para informações sobre os nossos encontros, clique aqui.
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