domingo, 26 de julho de 2020

7º - Sonhar para quê? Para sofrer?

Aceitamos como real um modo superficial de vida. Dizemos: “É preciso sonhar!”. Todos dizem isso! Assim, estamos correndo atrás de superficialidades e dando a isso o nome de "meus sonhos". Isso ocorre porque nós somos condicionados a acreditar que nossos esforços fazem as coisas acontecerem, que sem eles nada acontece.
Será isso verdade? Já paramos para observar a vida e ver se é mesmo assim? Quantas tentativas fizemos, através das quais tanto nos esforçamos, mas que não deram em nada, e, por isso, nos cobramos, nos culpamos e somos condenados pelos outros? Dizemos a nós mesmos que não nos esforçamos o suficiente e que eles também não, que nós somos os responsáveis e que poderíamos ter feito um pouco mais e, assim, teria dado certo, teríamos conquistado… Mas realmente é assim a vida? Em contrapartida, quantas coisas levaram pouco ou absolutamente nenhum esforço nosso para chegarem às nossas mãos?
O que ainda não percebemos é que não somos nós que estamos no controle, determinando qualquer coisa em nossas vidas ou na vida das outras pessoas. É estúpido nos culparmos e também culparmos os outros por aquilo que nem nós e nem eles podemos controlar, determinar. Tem sido assim por acreditarmos nesse "eu" como o Senhor Supremo do nosso tão badalado destino e tão sonhado futuro.
Nós temos esses e outros tipos de crenças porque fomos treinados ou condicionados, como costumo dizer, a viver dessa maneira. Nunca nos perguntamos por que buscamos e o que realmente estamos buscando. Assim, temos essa contínua busca. Quando uma coisa chega, logo estamos à procura de uma nova. Você já percebeu quanto tempo dura uma satisfação ou o prazer de uma realização?
Só existem sonhos porque estamos dormindo. Essa é a natureza da mente: sonhar. Acreditamos que aquilo pelo qual lutamos poderá um dia nos trazer felicidade, e que a coisa mais natural na vida é desejar ser feliz. No entanto, a coisa mais natural na vida é ser Feliz, e Isso só é possível quando não há desejos.
O fato é que não precisamos de nada, absolutamente nada, para sermos Felizes. Somos profundamente Felizes quando, diante de um por do sol, o contemplamos com a sua vermelhidão, que, aos poucos, se esconde por detrás da montanha; ou quando presenciamos o nascer do sol na praia – assentados ali, vemos aquela imensa bola de fogo subir... silenciosa, imponente, trazendo luz e calor sobre tudo o que antes estava debaixo da escuridão.
Esses são extraordinários e indescritíveis momentos, momentos de Beleza, de Alegria sem causa. Diante daquela indescritível experiência, onde estava o "eu"? Em momentos como esses, onde estão os sonhos, desejos e buscas que nos causam tanta ansiedade, aflições e sofrimento?
Veja, o nosso Ser já é plenamente Feliz, nossa Real Natureza é Felicidade! Afinal, o que aconteceu naquela praia ou diante daquela montanha? É que descansamos por alguns segundos em nosso Ser, voltamos à nossa inocência.
Se não estamos vivendo essa Felicidade é exatamente porque estamos alienados do nosso Ser, de nossa Real Natureza, longe dessa inocência da nossa Natureza Verdadeira.
*Este texto, escrito pelo Mestre Marcos Gualberto, compartilhando a visão do Sábio sobre a vida, foi veiculado pela primeira vez em 08 de outubro de 2010. Trata-se da sétima publicação deste blog, fazendo parte do acervo relativo aos primeiros anos deste trabalho, cujos textos, após terem sido mantidos offline nos últimos anos, serão republicados em série, de forma comemorativa pelos dez anos de criação deste blog, este que foi o primeiro canal da internet através do qual este trabalho tornou-se público. Para mais informações, acesse o nosso site, clique aqui.

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