Ficar quieto e, ao mesmo tempo, alerta a tudo o que se passa no exterior e no interior de nós mesmos, é a chave que abre a porta para o momento presente, e é neste momento presente que Deus se mostra.
Por termos sido, desde pequenos, ensinados a acreditar que a busca de Deus pode ser realizada pelo pensamento, aqui estamos nós, presos aos conceitos intelectuais e sentimentais que as religiões nos impuseram, dando-nos um falso sentimento de encontro com Deus, que nunca aconteceu de fato.
O que não nos disseram é que podemos vivenciar diretamente Deus, de uma forma simples e natural, sem esforço ou qualquer busca dessas que o pensamento idealiza.
Não há nada a ser encontrado no futuro! Se aquilo que o pensamento persegue pode ser encontrado, isso também pode ser perdido, assim, não vale a pena ser buscado.
O fato é que o pensamento, isso que falsamente chamamos de “minha mente”, é limitado; é apenas um conjunto de imagens correndo na cabeça, ideias que nos foram dadas desde a infância sobre Deus.
Para uma criança, a resposta para a pergunta “Por que as árvores são verdes?” é muito simples, mas nós achamos que não temos essa resposta e, por isso, vamos consultar os especialistas, que são os cientistas. Então, repetimos para a criança o que eles nos dizem – “Meu filho, as árvores são verdes porque possuem clorofila” –, embora nós mesmos não saibamos completamente o significado que a ciência confere a esta palavra. No entanto, a resposta verdadeira seria: “As árvores são verdes porque são verdes!”.
Assim como a cor das árvores, Deus é uma vivência direta. A cor é uma experiência direta dos sentidos, que nenhuma explicação intelectual pode substituir, assim como a vivência direta de Deus. Deus é este Eterno Agora! Não estamos falando acerca dos eventos e acontecimentos que ocorrem agora, mas da indescritível Consciência do Agora, desta Presença, algo que todos nós experimentamos quando somos tocados no coração, em alguns momentos, como quando estamos diante de um quadro, de um belo cenário, do sorriso de uma criança, da imensidão do mar, contemplando um pôr do sol, ou quando temos a visão de uma paisagem pela janela de um ônibus de viagem, quando olhamos o campo coberto de orvalho em uma manhã fria e sentimos os primeiros raios de sol entrando através da janela…
Quando há Silêncio em nossa mente e coração, sentimos o Despertar da Beleza do Agora, onde está essa Coisa sem nome, sem forma, sem definições. Deus é assim, tão simples e natural, mas não pode ser encontrado pelo pensamento, porque não está no campo da mente.
Estamos perdidos quando estamos presos ao tempo, que é algo criado pelo pensamento. O tempo nos ilude dizendo que amanhã teremos um encontro com Deus. O pensamento, em sua ânsia de resposta, satisfação e segurança, está sempre ocupado com as suas pequenas coisas, criando assim os chamados “passado, presente e futuro”. No entanto, o único momento é este, o Agora!
Quando saímos da prisão da ficção do tempo, não há pensamentos, não há mente, não há conflitos, desejos, temores ou qualquer tipo de sofrimento, mas apenas a Verdade da Presença deste Eterno, do Eterno Agora, onde Deus se revela.
*Este texto, escrito pelo Mestre Marcos Gualberto, compartilhando a visão do Sábio sobre a vida, foi veiculado pela primeira vez em 05 de outubro de 2010. Trata-se da quarta publicação deste blog, fazendo parte do acervo relativo aos primeiros anos deste trabalho, cujos textos, após terem sido mantidos offline nos últimos anos, serão republicados em série, de forma comemorativa pelos dez anos de criação deste blog, este que foi o primeiro canal da internet através do qual este trabalho tornou-se público. Para maiores informações, acesse o nosso site, clique aqui.
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