terça-feira, 4 de agosto de 2020

Encontrando a Paz, a Felicidade e a Liberdade!

Esperar uma experiência positiva é uma posição completamente falsa, porque nunca houve nenhuma experiência negativa. Você fica na expectativa de que o mundo sofra uma mudança para encontrar sua felicidade, sua paz, mas isso é completamente sem sentido. Por exemplo: você age ou tenta agir inteligentemente, como se soubesse o que deve fazer para evitar o sofrimento. Você não entende que, quanto mais você estuda ou aprende sobre o que deve fazer, mais limitada sua vida se torna.
Todos seus interesses são da mente, e todos os seus momentos – felizes e infelizes – são apenas como experiências de sonho. Quanto mais você se move dessa forma, mais se aproxima dessa forma humana de existir, e você sabe como é a “pessoa” − ela não deixa de “ser pessoa”. Por isso, tenho enfatizado a importância de você se desligar de suas reações, porque elas são sempre premeditadas pela crença. Isso não tem nada a ver com uma Vida Divina, mas, sim, com esse modelo sofrido, conflituoso, que é “ser uma pessoa”.
Jesus costumava dizer: “Não se ocupem com o que vocês irão viver amanhã, com o que irão comer, ou vestir, ou para onde irão”. Por que ele dizia isso? Você acha que a minha insistência é muito forte quanto à necessidade de você sair dessa história, dessa imagem, desse personagem de marido, filho, esposa, mãe, e acha que isso é muito difícil, que ouvir isso é muito duro. No entanto, enquanto você estiver interessado nessas coisas, continuará somente nelas. Isso é como alguém literalmente sonhando e interessado demais no que está acontecendo no sonho. Quando você sonha e o sonho não é bom, você fica doido para sair daquela situação. Porém, quando o sonho é bom ou agradável, você quer continuar naquilo. 
A dificuldade com que a gente se depara aqui é que, para o ego, o agradável é o desagradável, então você não se move para ir além desse “sonho”. No fundo, você ama ser mãe, pai, marido, filho, namorado, ser “gente”, mas não percebe que amar isso é carregar sempre o medo. Você pensa: “Eu posso existir, viver, estar vivo, ir ao trabalho, alimentar a minha criança, levar meu filho para escola, tomar decisões, ser amado, aceito...”. Porém, cada uma dessas posições tem a posição contrária. Você fará todas essas coisas, mas, quando não puder fazer alguma delas, vai haver muita dor, muito sofrimento. Você tem essa forte sensação de que a vida é continuar lutando, mas, quando não conseguir mais lutar, você vai se sentir deprimido, sozinho, em solidão, em sofrimento.
O problema realmente não está no fazer, mas na ideia de que “você” está presente nisso. Você pensa: “Eu nasci para um grande propósito, tenho uma grande missão, farei grandes coisas. Por isso, eu tenho que lutar, tenho que batalhar muito até ter a completa vitória”. Essa é a postura da mundanidade, do modelo de ser miserável.
Assim, você não encontra beleza, encontra luta, somente. No que as pessoas pensam? Sobre o que elas conversam? O que é a vida para elas? Agora, é o caso da nomeação de um novo ministro da Saúde, as atitudes do Presidente, o coronavírus, o lockdown... Para as pessoas, a vida é isso, somado à particularidade de meia dúzia de filhos, netos e aqueles que estão em volta delas. Todos estão tratando dessas “histórias” tão importantes para eles.
Então, você se depara com Buda, com Jesus Cristo, e eles dizem: “Não ocupe sua mente com o amanhã, com o que você irá comer, vestir, se estará vivo ou não no próximo final de semana”. Eles são de outro planeta? Será que, de fato, eles são de outro mundo? Ou será que eles somente parecem estar neste mundo, mas não estão nesse “sonho” em que você acredita estar? Eles não pensam: “Eu existo!”, “Eu sou!”, “Eu farei!”, “Vou realizar coisas amanhã!”, “Quero construir uma grande história!”. Eles compreendem que não estão aqui para fazer.
Contudo, olhem as pessoas à sua volta. Elas estão com medo, porque têm decisões que ainda não tomaram e desejos que não realizaram. É assim: primeiro, o desejo era ter dois filhos e, agora, é criá-los, porque ainda não são adultos; depois, o desejo será de ver os filhos deles e, após isso, viver muito para poder ver os filhos dos filhos deles. Porém, chegou o coronavírus e elas escutam o som das ambulâncias passando... Cada vez que as escuta, alguma coisa lá dentro é afetada e elas veem a própria morte sendo cantada por uma sirene de ambulância. Eu não sei se vocês entendem o que estou dizendo… Tem pessoas em volta de vocês ficando deprimidas ao ouvir o som de ambulância passando.
Então, ser uma “pessoa” não é uma coisa gratificante. Passar por esses mesmos caminhos antigos, pisar os mesmos passos, dar as mesmas passadas na mesma direção, parece-me não ser uma coisa muito boa. Não pegue esses pensamentos como “O que eu deveria comer?” ou “O que eu deveria fazer?” Não pegue! A maioria das pessoas está tendo pensamentos desse tipo: “O que farei?”, “O que vou realizar?”, “Onde estarei?”, “Como será o futuro para mim e para os meus?”.
Jesus, se estivesse diante de você, diria: “Deixe o mundo sozinho e as coisas onde elas estão! Deixe cada coisa seguir o seu próprio destino! Deixe cada coisa ser como ela é! Olhe isso tudo como um jogo, do qual o resultado não está em suas mãos. Abandone o apego! Abandone também o abandono do apego!”. Ele diria, ainda, para você: “Vá além desse mundo, além dessa ideia de fazer algo, ou de ganhar e perder algo!”.
Então, deixe esse mundo sozinho, as coisas onde estão. Não se envolva! Eu estou dizendo para que internamente, psicologicamente, você não se envolva. Assim, você fica Livre e pode conhecer Deus, viver a Verdade, ser Feliz. Sabe o que acontece, então? Seu modelo de “sonho” termina.
Uma pessoa num estado de completa aflição psicológica se joga do sétimo andar do prédio. Sua desordem psicológica é tão dolorosamente aguda que ela acredita que pode se livrar do mundo assim, achando que tudo vai acabar dessa forma. Então, vem um Sábio indiano e diz: “Ela vai procurar um novo ventre, porque ficou devendo muito e ainda está com muitas coisas pendentes, muitos desejos que queria realizar e não conseguiu”. O Sábio diz que ela precisa voltar de novo, de novo, de novo e de novo, para resolver assuntos não acabados. Você achou dramática essa história, não foi? Você acha que a sua pequena história não é tão dramática? Enquanto você tiver dívidas, terá que resolvê-las; se você estiver devendo, vai ter que pagar; se você estiver fugindo, vai ser capturado; se você não quiser algo, vai ter isso. Então, a sua história é tão dramática quanto essa.
Se você tem alguma forma de medo, quer escapar de algo, então, terá isso. Ou seja, de alguma forma, você está devendo. Os Sábios chamam isso de “reencarnar” ou “nascer de novo”, e eu chamo de “continuação do sonho”. O “sonho” continuará! Se nada for resolvido, tudo continuará! Então, tire sua mente disso! Em outras palavras, não permita que os pensamentos presentes fiquem voltados para o externo, porque, quando é assim, essas condições começam a tomar lugar.
Se seus pensamentos voltarem à Fonte e desaparecerem no Coração, você encontrará Paz, Felicidade e Liberdade Absolutas! Portanto, tire seus pensamentos do mundo! Traga todos esses pensamentos de volta à sua Fonte, que é o Silêncio, e, então, não haverá mais dívida, “sonho” e história. Assim, o mundo acaba.
*Trecho de um Satsang intensivo online ocorrido no dia 16 de Maio de 2020. Para informações sobre os nossos encontros, clique aqui.

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