É inexplicável e indizível a oportunidade de se viver fora dos conflitos da mente, que são inumeráveis. A dificuldade da mente comum é aceitar sua autolimitação. Ela não vai abrir mão da autoconfiança e perceber sua limitação com facilidade. Dizer para a mente que ela é irreal é algo que ela não vai aceitar.
Quem é você quando acorda, caminha ou dirige um carro? Se você escutar uma voz lhe dizendo que isso é apenas uma aparência de um mecanismo em funcionamento, que tudo está acontecendo sem uma identidade presente, sua mente rejeitará isso de imediato. Ela não pode perceber com muita facilidade sua autolimitação, porque a própria estrutura de todas as suas crenças está na ilusão de uma identidade presente na experiência de falar, andar, dirigir um carro, e assim por diante.
Quando você estuda música, descobre que existe uma coisa chamada “centro tonal”, em torno do qual ela acontece. Da mesma forma, essa suposta identidade, que você acredita ser, carrega um centro em torno do qual acontece o movimento dela. Que centro é esse? É o que tenho chamado de “imaginação”. Essa falsa identidade acredita estar falando, caminhando, dirigindo, escolhendo, agindo, e, para que esse movimento exista, há a ilusão de um centro pessoal e particular. Esse sentido de uma individualidade separada, esse centro, é o que eu tenho chamado de “imaginação”.
Portanto, seus sentimentos, pensamentos, emoções, sensações e ações não são seus, não são de “alguém”. O que temos, na verdade, é o corpo e a mente funcionando, mas não há um centro particular e individual, embora haja um cérebro individual, com suas experiências aparentemente particulares. Você está funcionando, mas não tem uma entidade presente nesse funcionamento, o qual é todo da Existência, que tenho também chamado de Consciência.
Nosso trabalho, aqui, é para que você descubra Isso de forma direta. Não estamos lidando com mais uma ideia ou um conjunto de crenças. Isso aqui não é mais um conceito sendo colocado para que você acredite nele. Essa é a Visão da não dualidade, da não separatividade, na qual não há “pessoa”. Então, quando falamos de caminhar, falar, dirigir um carro, ou pensar, sentir, isso está acontecendo, mas não como o pensamento diz.
Sei que esse pensamento de ser uma “pessoa” é algo muito sutil. “Eu vi”; “eu existo”; “eu sou”; “eu tenho”; “eu faço”... Essas são expressões e descrições do pensamento sobre a experiência, mas são somente uma forma de crença. Isso tudo é somente esse “eu”, uma referência de justificativa para o que acontece. O ponto aqui é que a Existência não precisa de nenhuma justificativa para o que Ela mesma faz, porém, a mente precisa criar uma justificativa, e faz isso a partir de sua imaginação. Assim, ela cria um “eu” para sentir ou fazer, para ser herói ou vítima, para escolher, decidir, para ser responsável ou não, para se responsabilizar ou se livrar da culpa da responsabilidade.
Então, as coisas podem ir bem ou mal, mas haverá sempre essa ilusão de que estão acontecendo para “alguém” ou sendo feitas por “alguém”. Alguns chegam até a dizer: “Não sou eu que estou fazendo isso. Agora estou livre, não há nenhum ‘eu’”. Contudo, essas afirmações ainda são imaginárias. Agora, a crença é na não existência de um “eu”, enquanto antes era na existência de um “eu”, ou seja, o conceito ainda está presente. A verdade é que, se houver qualquer senso, grosseiro ou sutil, de um “eu”, ainda que você se proclame livre, realizado, iluminado, denomine-se “o Buda”, “o Cristo” ou “a Suprema Verdade”, essas denominações serão apenas mais ideias, mais conceitos e crenças.
Essa noção do “eu” é a suposição de que existe uma entidade à parte, separada da Realidade, da própria Existência, da Consciência. Depois que você consegue ver Isso, não pode mais jogar esse jogo. Esse é o jogo da ilusão conceitual, em que você pode estar de um lado − daqueles que creem na existência de uma entidade separada −, ou de outro − daqueles que não acreditam numa identidade separada −, porém, o jogo é o mesmo e continua. Existem muitos círculos, muitos lugares, onde essa questão da não separação ou da não dualidade é tratada, mas tudo ainda gira em torno desse jogo, porque isso não se resolve assim, já que a referência é sempre a crença, seja a crença em um “eu” ou em um “não eu”.
Quem é você quando acorda, caminha ou dirige um carro? Se você escutar uma voz lhe dizendo que isso é apenas uma aparência de um mecanismo em funcionamento, que tudo está acontecendo sem uma identidade presente, sua mente rejeitará isso de imediato. Ela não pode perceber com muita facilidade sua autolimitação, porque a própria estrutura de todas as suas crenças está na ilusão de uma identidade presente na experiência de falar, andar, dirigir um carro, e assim por diante.
Quando você estuda música, descobre que existe uma coisa chamada “centro tonal”, em torno do qual ela acontece. Da mesma forma, essa suposta identidade, que você acredita ser, carrega um centro em torno do qual acontece o movimento dela. Que centro é esse? É o que tenho chamado de “imaginação”. Essa falsa identidade acredita estar falando, caminhando, dirigindo, escolhendo, agindo, e, para que esse movimento exista, há a ilusão de um centro pessoal e particular. Esse sentido de uma individualidade separada, esse centro, é o que eu tenho chamado de “imaginação”.
Portanto, seus sentimentos, pensamentos, emoções, sensações e ações não são seus, não são de “alguém”. O que temos, na verdade, é o corpo e a mente funcionando, mas não há um centro particular e individual, embora haja um cérebro individual, com suas experiências aparentemente particulares. Você está funcionando, mas não tem uma entidade presente nesse funcionamento, o qual é todo da Existência, que tenho também chamado de Consciência.
Nosso trabalho, aqui, é para que você descubra Isso de forma direta. Não estamos lidando com mais uma ideia ou um conjunto de crenças. Isso aqui não é mais um conceito sendo colocado para que você acredite nele. Essa é a Visão da não dualidade, da não separatividade, na qual não há “pessoa”. Então, quando falamos de caminhar, falar, dirigir um carro, ou pensar, sentir, isso está acontecendo, mas não como o pensamento diz.
Sei que esse pensamento de ser uma “pessoa” é algo muito sutil. “Eu vi”; “eu existo”; “eu sou”; “eu tenho”; “eu faço”... Essas são expressões e descrições do pensamento sobre a experiência, mas são somente uma forma de crença. Isso tudo é somente esse “eu”, uma referência de justificativa para o que acontece. O ponto aqui é que a Existência não precisa de nenhuma justificativa para o que Ela mesma faz, porém, a mente precisa criar uma justificativa, e faz isso a partir de sua imaginação. Assim, ela cria um “eu” para sentir ou fazer, para ser herói ou vítima, para escolher, decidir, para ser responsável ou não, para se responsabilizar ou se livrar da culpa da responsabilidade.
Então, as coisas podem ir bem ou mal, mas haverá sempre essa ilusão de que estão acontecendo para “alguém” ou sendo feitas por “alguém”. Alguns chegam até a dizer: “Não sou eu que estou fazendo isso. Agora estou livre, não há nenhum ‘eu’”. Contudo, essas afirmações ainda são imaginárias. Agora, a crença é na não existência de um “eu”, enquanto antes era na existência de um “eu”, ou seja, o conceito ainda está presente. A verdade é que, se houver qualquer senso, grosseiro ou sutil, de um “eu”, ainda que você se proclame livre, realizado, iluminado, denomine-se “o Buda”, “o Cristo” ou “a Suprema Verdade”, essas denominações serão apenas mais ideias, mais conceitos e crenças.
Essa noção do “eu” é a suposição de que existe uma entidade à parte, separada da Realidade, da própria Existência, da Consciência. Depois que você consegue ver Isso, não pode mais jogar esse jogo. Esse é o jogo da ilusão conceitual, em que você pode estar de um lado − daqueles que creem na existência de uma entidade separada −, ou de outro − daqueles que não acreditam numa identidade separada −, porém, o jogo é o mesmo e continua. Existem muitos círculos, muitos lugares, onde essa questão da não separação ou da não dualidade é tratada, mas tudo ainda gira em torno desse jogo, porque isso não se resolve assim, já que a referência é sempre a crença, seja a crença em um “eu” ou em um “não eu”.
* Transcrito a partir de uma fala em um encontro online, na noite do dia 13 de Abril de 2020 – Para informações sobre os nossos encontros, clique aqui.
Gratidão!
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