É possível que essa seja a sua primeira vez aqui conosco, mas aqueles que já estão conosco acompanhando essas falas já perceberam que aqui a nossa intenção é termos um olhar, uma forma de aproximação em que, de fato, isso faça sentido não teoricamente, verbalmente, intelectualmente, mas vivencialmente. Notem que é muito comum nós, como seres humanos, nessa procura pelo aprendizado, pela descoberta, pela compreensão de alguma coisa, termos de início uma busca intelectual do assunto. Reparem que a nossa inclinação, por exemplo, para as leituras é porque em nossa ideia, e isso, repare, é algo que nos foi ensinado dentro dessa cultura nossa, nessa educação que recebemos, que nós precisamos primeiro intelectualmente compreender alguma coisa, para que depois tenhamos uma visão vivencial daquilo.
De uma certa forma sim, isso procede. Em diversos aspectos da vida nós precisamos primeiro de uma base teórica e depois de uma visão ou aproximação prática. Mas aqui nós estamos questionando com você isso, dentro desse princípio que nos é mostrado aqui dentro do canal.
Uma vez que não estamos tratando de algo que se compreende separado do viver. Não podemos teorizar antes um assunto como esse, para termos uma compreensão direta disso depois. E há diversas razões por que isso acontece, dentro desta visão que nos aproximamos aqui para investigar.
Aqui estamos tratando com você do Despertar da Consciência. Qualquer ideia, teoria, conceito ou aprendizado sobre isso é meramente intelectual. Estaremos só lidando com palavras, com pensamentos, com ideias e conceitos.
A não ser que ocorra um processo interno de mudança psicológica dentro de cada um de nós, toda essa teoria não serve absolutamente para nada. Apenas é algo que nos causa ainda mais condicionamento. Aqui nós estamos tratando com você do fim desse condicionamento, desse psicológico condicionamento, que tem nos colocado dentro de uma posição onde estamos dentro desse modelo social, de cultura humana, de sociedade humana.
Essa condição é a condição da inconsciência, a condição norteada pelo modelo do pensamento, daquilo que todos nós conhecemos. Notem que todo pensamento em nós é apenas algo que é parte daquilo que essa consciência que nós temos reconhece.
Então, vamos investigar tudo isso aqui com você. Vamos compreender a beleza de termos uma aproximação direta daquilo que eu tenho chamado de compreensão. Notem que há uma diferença entre a compreensão, que é algo direto, vivencial, experimental, e o mero entendimento de conhecimento intelectual e verbal. Eu tenho dado alguns exemplos aqui, embora não sejam de exemplos que nós precisamos.
Nós precisamos de uma vivência direta daquilo que é colocado aqui como um exemplo. Porque isso também se torna apenas mais uma teoria dentro de nós, sem uma direta vivência.
Eu vou lhe dar um exemplo. Vamos supor que eu lhe apresente uma fruta exótica. A partir daquele momento, você tem o conhecimento visual e, portanto, a memória e a lembrança daquela fruta.
Quando alguém lhe apresentar novamente aquela fruta, de fato, você a conhece, de memória, de lembrança, visual. Mas no dia que lhe foi apresentada aquela fruta pela primeira vez, e agora pela segunda, você nunca provou a fruta.
Então, repare, essa é a diferença entre o entendimento, que é meramente intelectual, verbal, visual, de memória, para uma compreensão. Uma coisa é você ter a compreensão do que aquela fruta é. E isso só é possível quando você experimenta a fruta. Então, de fato, você conhece a fruta.
Não intelectualmente, mas experimentalmente. Aqui estamos trabalhando com você a visão da realidade divina, esta ciência de Deus, esta ciência do seu Ser.
Assim, estamos mostrando aqui para você a verdade sobre a Advaita Vedanta, mas não o aspecto teórico, verbal, intelectual desse assunto, mas a vivência do que isso representa. Então, não se trata de conhecer essa fruta exótica, se trata de experimentar isso, tomar ciência diretamente disso.
Então essa é a diferença entre o intelectualismo e a compreensão direta. Uma visão verdadeira, real, autêntica, da não dualidade, da não separação, requer a ciência da realidade do seu Ser, que é a realidade divina. Veja como isso aqui é importante.
As pessoas usam a expressão Deus, mas a expressão Deus, a palavra Deus, não é a realidade de Deus. É só uma palavra, um símbolo, uma expressão oral, verbal. Você junta algumas letras, elas se transformam em sílabas e nós temos a palavra. Mas a palavra não é aquilo que a palavra representa.
A realidade divina, a realidade de Deus é aquilo que é vivencial. Apenas quando há uma vivência, e aqui é importante também que se diga isso para você. não vamos confundir uma vivência direta com a realidade de Deus, com uma sensação, um sentimento ou uma emoção. Emoção, sentimento e sensação ocorrem a nível, ainda, psicofísico. A realidade divina é algo experimental, mas o sentido do "eu", notem, não está envolvido nesse processo de memória, de lembrança, de recordação.
Então vamos compreender uma coisa aqui. Quando as pessoas usam expressões tipo: eu experimentei Deus, ou eu tive uma experiência com Deus. Reparem, uma experiência é uma lembrança, uma memória, algo reservado nesse cérebro, nesse corpo, mente, a nível de uma sensação, sentimento e emoção.
Aqui não estamos dizendo que essa sensação, sentimento, emoção não seja algo prazeroso, algo preenchedor quando ocorre. Mas estamos diante apenas de uma experiência e a realidade divina não está dentro de uma experiência. Assim como o sabor daquela fruta exótica não pode ser descrito por palavras, porque palavras não representam o sabor.A realidade divina, a realidade de Deus, não é uma experiência. Então, um contato com a verdade do seu Ser é o despertar desta natureza divina.
Então, aqui estamos dizendo para você que o despertar da Kundalini, as pessoas usam essa expressão e dão a essa expressão diversos significados, e um deles, o principal dentre todos esses significados está um sentimento, uma sensação, uma percepção a nível de experiência. E aqui estamos dizendo para você que o despertar de sua real consciência, que é a natureza divina em você, que é a natureza de Deus em você, é o despertar da Kundalini.
Mas isso não é uma experiência, não é algo pelo qual você passa e depois o descreve. O experimentar da realidade divina é ter a compreensão direta desta coisa inominável, indescritível. Então, a realidade do seu Ser é a realidade desta consciência. Quando isso floresce, temos o despertar da Kundalini.
Mas não é uma experiência. Não há alguém envolvido nisso. E não fica alguém para relatar algo sobre isso quando isso ocorre. Quando as pessoas perguntam: o que é o despertar da Kundalini, como despertar a Kundalini? Primeiro elas querem ter uma ideia do que isso seja. E é possível o pensamento criar uma ideia, mas todo pensamento, ele apenas representa aquilo que essa consciência do "eu", do ego, da própria mente reconhece. E, portanto, aquilo que o pensamento cria como ideia de Kundalini não é real.
As pessoas falam muito sobre esse despertar da Kundalini, sempre atrelando isso às sensações, sentimentos, emoções ou experiências no corpo. Sim, a verdade daquilo que é você em seu Ser, como real consciência, quando floresce, opera uma mudança nessa estrutura psicofísica. Então, a nível de corpo e mente, um processo se realiza, um processo de mudança acontece.
Mas isso é o que nós temos de menor importância. Porque a verdade do despertar da Kundalini, o que há de real importância nisso, é que quando isso de fato ocorre, isso termina com o sentido de separação, de dualidade. A palavra dualidade nos Vedas é Advaita.
Esse é um assunto aqui no canal, um dos principais assuntos abordados aqui com você. A não dualidade. O despertar da Kundalini é o fim da dualidade.
É o fim desta identidade do "eu", desse mim, desse ego, onde há um pensamento de separação e um sentimento de separação presente nesta autoimagem. Esta autoimagem é a imagem que o pensamento tem construído sobre ele, como sendo o experimentador que passa por experiências.
Assim sendo, aquilo que alguém denomina minha Kundalini, ou minha experiência de Kundalini, é algo atrelado ainda ao sentido do "eu", deste ego, desta auto-imagem, desse experimentador. Espero que isso se torne claro para você.
Há um trabalho se processando nessa estrutura, nesse corpo-mente, para o florescer desse natural estado de ser, para o rompimento com essa condição de separação ou de dualidade. Então, vamos compreender de uma forma clara isso aqui.
Se a sua pergunta é: o que é Iluminação Espiritual? A Iluminação Espiritual é algo do qual você pode e precisa se aproximar, mas de uma forma diferente. Não pode ser com base em conceitos, em teorias, em crenças, em ideias. Não se trata de estudar os livros sagrados, não se trata de ler os Vedas. Aqui se trata de compreender aquilo que se passa aqui com você. Há uma pergunta comum também por parte das pessoas: como alcançar a maturidade espiritual?
Vamos compreender uma coisa também a respeito disso aqui. Veja, não é entender a respeito disso, mas é compreender. E agora ficou claro, compreender é ter um experimentar direto.
Não se trata de passar por uma experiência. Uma experiência, notem, ainda faz parte do mero conhecimento a nível do sentimento, emoção e sensação. A realidade desse florescer da Kundalini, ou a realidade desta maturidade espiritual, requer um estado novo de presença, de real consciência, aqui, neste instante.
Então, o que é essa maturidade espiritual? Primeiro temos que limpar completamente essa ideia equivocada do que as pessoas chamam de espiritual. Acabamos de dar alguns exemplos aqui. Você pode passar por algumas experiências místicas ou psíquicas. O contato com o extrafísico ou com o assim chamado mundo espiritual e chamar isso de espiritual. Aqui quando usamos a expressão espiritual ou maturidade, a expressão maturidade não requer a presença do tempo, mas requer a presença da ciência direta, real daquilo. É nesse sentido que aqui a palavra maturidade é usada.
Então, quando alguém pergunta assim: como alcançar essa maturidade espiritual? Eu não sei o que elas entendem por maturidade e também não sei bem o que elas entendem por espiritual, uma vez que espiritual aqui não se trata de uma experiência mística, assim chamada espiritual, ou extrafísica, ou com esse assim chamado mundo da espiritualidade.
Aqui, o espiritual é aquilo que está fora da mente e, portanto, fora do pensamento. E, uma vez que o pensamento não está, estamos lidando com algo que é desconhecido. Se é desconhecido, não pode fazer parte do registro, da memória, da lembrança. Então, não se trata de uma experiência. Como alcançar a maturidade espiritual? Tomando ciência daquilo que é o desconhecido. Então, nós temos a verdade da compreensão sobre aquilo que é a real espiritualidade, que é a ciência do seu Ser, que é a ciência de Deus.
Então, observem, aqui no canal nós não tratamos com você de teorias, mas da possibilidade de um experimentar, nesse instante, desta realidade. E por que nesse instante? Porque esta realidade divina está presente. Mas não é algo que alguém possa experimentar, mas é algo que está presente, que se revela quando alguém, o "mim", o "eu", o ego, não está presente.
Então, aqui, a pergunta real é: como conhecer a si mesmo? Então, veja. Autoconhecimento é como conhecer a si mesmo. Assim, essa verdade da revelação daquilo que é você em seu Ser, requer uma compreensão direta.
E agora sabemos o que é esta compreensão direta. É o experimentar diretamente essa fruta. Estamos aqui tratando com você de algo que está fora do conhecido.
Assim estamos lhe apresentando algo que não faz parte do movimento do pensamento. Assim, de verdade estamos diante de algo inusitado. E o experimentar real disso requer Autoconhecimento.
O Autoconhecimento é aquilo que temos quando está presente esta ciência de olhar para todo esse movimento, que é o movimento do "eu", da mente dualista, da mente egoica. Descobrir como olhar para esse movimento é Autoconhecimento. O grande detalhe aqui é que ter uma aproximação real disso requer o aprender. E também uma nova forma de aprender.
Para nós, o aprender é através do estudo dos livros, de ouvir palestras e ensinamentos a respeito daquela dada coisa. Aqui, essa dada coisa, que é esta visão sobre quem é você, não é possível aprender com alguém ou nos livros. Esse compreender a si mesmo requer um estudar da verdade sobre você em si mesmo. Então, se trata de estudar a si mesmo. Aprender como estudar a si mesmo é Autoconhecimento. Isso é algo que ocorre nesse momento.
Não é algo que você aprende para depois. Então, não se trata de algo que você lê ou escuta a respeito para depois entender. Aqui se trata de descobrir o que é olhar para esse movimento, que é o movimento do "eu", compreendendo a mente, como ela processa pensamentos, sentimentos, emoções, sensações, percepções. E esse aprender é agora.
Então, não se trata de acumular conhecimentos e informações para depois fazer uso. Se trata de descobrir, nesse momento, como suas reações acontecem. Descobrindo que esse elemento que vem do passado, que é o pensador, que é exatamente esse elemento que está sempre à procura de novas experiências, que é o "eu" funciona. Portanto, esse contato com a realidade do seu Ser, com a realidade divina, com o florescer de sua natureza essencial, não é uma experiência para um experimentador. O contato com isso nasce do Autoconhecimento e esse Autoconhecimento é compreender o movimento desse "eu". Como temos colocado aqui para você, essa expressão Autoconhecimento não é o "eu" se conhecendo, é a verdade da liberação dessa ilusória identidade, que é a identidade egoica, que é esse "eu". Quando há uma ciência do próprio movimento do pensamento condicionado, que dá formação a esse movimento egoico da consciência dualista, que é a consciência egoica, que é a consciência do "eu", isso termina.
E quando isso termina, nesse corpo-mente se processa uma mudança. E essa mudança é a presença desta verdade de Deus se revelando. Então, aquilo que é real, que está presente agora aqui, se revela quando esse sentido ilusório de uma identidade que se assenta, que se baseia no movimento de inconsciência, que é esse movimento de pensamento que vem do passado, não está mais presente. Então, um olhar direto para todo esse movimento do "eu" é Autoconhecimento. Então, esse contato com essa realidade divina, que é a realidade deste Ser que está fora desta mente egoica, desse sentido de separação, isso lhe dá o real sabor da compreensão direta de sua natureza essencial, de sua natureza divina.
Então, estamos, de fato, diante da realidade do florescer de sua natureza essencial, de sua natureza divina. Isso é o real despertar da Kundalini. Essa é a verdade da revelação sobre esta maturidade espiritual.
É apenas nesse sentido que nós usamos expressões aqui como: Kundalini, Autoconhecimento, maturidade ou espiritual. É no sentido da realidade presente aqui, nesse momento. Não se trata de um processo de graduação, de aquisição de mais, mais e mais, de um amadurecimento no tempo ou de uma visão da realidade sendo confundida com práticas assim chamadas espirituais ou espiritualização da pessoa. Assim, essa realidade divina é aquilo que é indescritível, que está fora do conhecido, que está fora da mente e, portanto, do pensamento.
Portanto, esse é o nosso assunto aqui com você, dentro desse canal e também em nosso outro canal, chamado Marcos Gualberto. Depois você dá uma olhadinha também em nosso outro canal. Então, estamos trabalhando com você isso.
Além desses vídeos que nós temos aqui nesse canal e também em nosso outro canal, nós temos os nossos encontros online que ocorrem nos finais de semana. Sábado e domingo estamos juntos, aprofundando esses assuntos aqui com você, tomando ciência disso, para uma compreensão direta disso. Você tem aqui, na descrição do vídeo, o nosso link do WhatsApp para participar desses encontros online.
São dois dias juntos, sábado e domingo, de uma forma online, estamos juntos. Além disso, temos encontros presenciais e também retiros em alguns períodos do ano. Se isso que você acaba de ouvir aqui é algo que faz sentido para você, já fica aqui um convite. Já deixe aqui o seu like, se inscreva no canal, coloque aqui no comentário: sim, faz sentido. Ok? E a gente se vê. Valeu pelo encontro e até a próxima.