terça-feira, 16 de abril de 2024

Sofrimento psicológico. Advaita: a Não Dualidade. A Verdade sobre quem nós somos. Tempo psicológico.

O nosso propósito aqui com você é estudar a nós mesmos, é tomarmos ciência da Verdade sobre quem nós somos e, assim, claramente tomar ciência da ilusão da nossa representação nessa, assim chamada, “vida”. Como representamos a vida? O que é essa vida que levamos? O que ela significa? Qual é a verdade desse “mim”, desse “eu”?

Estamos diante de algo aqui que é fascinante. Trata-se da descoberta da ilusão dessa vida como nós a levamos. Essa vida que vivemos, o que ela representa? Nós temos aqui diversas perguntas, uma delas é: por que há tanta confusão no mundo? Observe de perto isso e você irá perceber: a confusão no mundo não é a confusão que está lá fora, é a confusão que está aqui nessa vida, nessa particular vida da pessoa.

Então, compreender a pessoa – não é a outra pessoa, mas, sim, a pessoa que somos –, tomar ciência de como você funciona nessa relação com o outro, com as situações, com os eventos, com os acontecimentos, com tudo aquilo que aparece. Tudo isso é a vida. Reparem, nós temos o termo “minha vida”, a frase “minha vida…” Mas o que é essa “minha vida”? Quem sou eu? O que é essa “pessoa”?

A não compreensão de como você funciona psicologicamente – uma vez que a estrutura de nossa existência humana está assentada nesse modelo psicológico de ser alguém – é ignorância. Nós ignoramos quem somos porque estamos alienados da compreensão desse modelo psicológico de ser alguém. Assim, estudar a nós mesmos é a coisa mais importante na vida.

Como seres humanos, nós temos evoluído em diversas áreas, em diversos aspectos dessa, assim chamada, “história da humanidade”. Evoluímos tecnologicamente, cientificamente, temos meios de transportes rápidos, de comunicação. Estamos tendo hoje, na área da medicina, da tecnologia, diversos progressos, no entanto, psicologicamente nós continuamos em desordem, em sofrimento, infelizes, problemáticos, carregados de medos. Então, psicologicamente, não há qualquer evolução.

A Realidade é que esse modelo psicológico de ser alguém, de se mover como alguém no mundo é o que tem criado confusão. Nossa confusão psicológica está suplantando nossa evolução tecnológica e científica. Assim, nós não temos Felicidade, porque não temos ciência da Verdade d’Aquilo que está além desse movimento interno, que é o movimento psicológico de ser alguém, desconhecemos isso. Essa é a ignorância, essa é a nossa alienação.

Essa condição psicológica confusa é a condição do ego, é a condição do “eu”, dessa identidade que assumimos ser. Vivemos dentro de um sentido de separação onde existe essa vida – essa representativa vida do “eu”, do ego – se opondo a essa Totalidade da Existência, da Real Vida. Desconhecemos a Real Vida. Estamos alienados da ilusão que trazemos a respeito de quem somos, porque nos falta a Verdade do Autoconhecimento. Estamos incientes da Totalidade da Vida, vivendo essa particular vida desse centro ilusório.

Aqui nós estamos vendo a possibilidade de uma vida livre desse modelo egocêntrico de ser, ilusório de viver, nessa representação particular de vida egocêntrica. Tomar ciência da Realidade da Totalidade da Vida, da Beleza da Vida livre desse autocentramento, desse autointeresse, desse movimento de confusão interna onde há todo esse sofrimento psicológico, onde nossa vida está orientada por uma ilusão básica, a ilusão do vir a ser, do se tornar, do alcançar.

Esse movimento psicológico de ser alguém carrega um vazio existencial, e ele busca preencher esse vazio nessa imaginação, nessa ilusão de vir a ser alguém diferente de quem ele é, de alcançar um lugar, uma posição, um resultado diferente do que ele tem, encontrar um lugar diferente do lugar de onde ele se encontra nesse instante.

Então existe esse movimento do tempo que o pensamento, na imaginação, tem construído para alcançar um futuro, para se tornar alguém diferente. Há todo um movimento interno de pensamento psicológico de tempo – que é apenas o tempo psicológico engendrado pelo pensamento, construído pelo pensamento – onde existe essa ilusão de uma vida particular, autocentrada, separada dessa Totalidade da Vida; e essa vida particular autocentrada irá alcançar alguma coisa mais excelente, fora da própria Vida como Ela, em sua Totalidade, representa.

Nós desconhecemos essa Totalidade da Vida. A ciência dessa Totalidade da Vida é a Verdade da Revelação de Deus. Mas nesse centro pessoal, que é o “eu”, o ego, nesse sentido de ser alguém, nesse movimento psicológico de identidade egocêntrica, de identidade egoica, há esse sentimento de separação, há essa ilusão da dualidade, a ideia de ser alguém para vir a ser um outro, um outro alguém melhor, mais amplo, mais feliz, mais completo, um alguém que encontrará o amor, encontrará a paz, a felicidade, a liberdade, um alguém que irá encontrar tudo o que anseia, tudo o que deseja e se sentirá completo nesse dia, então terá esse vazio existencial preenchido.

Assim, nos deparamos com essa dor da solidão. Nós temos colocado aqui para você: há uma grande beleza em estar só. Mas este só, nesse sentido do “eu”, é um isolacionismo egocêntrico e nele há uma grande dor. Nós desconhecemos a beleza desse estar só. E este estar só é livre exatamente desse modelo egocêntrico de isolacionismo onde o “eu” se vê separado do todo, se vê separado da Vida. Este estar só é a própria expressão da Inteligência da Vida, que é esta Real Consciência que está aqui e agora. Se Ela está presente, não existe o isolacionismo.

Então, o verdadeiro estar só não carrega dor. Esse estar só significa estar livre desse modelo de consciência coletiva, onde o seu modo de pensar, de sentir, de agir, de se mover no mundo é completamente egocêntrico, ou seja, a partir de um centro que se separa do outro, se separa nas relações com tudo à sua volta e se vê, naturalmente, carregado com essa dor da solidão, com essa dor desse vazio existencial dentro do seu isolacionismo.

Tomar a ciência da Verdade Divina é encontrar esse estar só, é a ciência da Real Consciência. A Verdade sobre a verdadeira individualidade está nessa Real Consciência de Ser Pura Inteligência. Não é uma individualidade que se separa, não é um só que se separa, estamos diante de Algo inteiramente novo, desconhecido, fora de tudo aquilo que o ego em seu movimento conhecido, conhece. Isso é algo possível quando você aprende a olhar para todo esse movimento de vida centrada no “eu”, de vida centrada nesse “mim”. Tomar ciência disso, aprender a olhar, Olhar, Perceber, ter a clareza desse Ver sem esse centro que é o “eu”.

Quando o “eu” vê algo, ele compara, ele avalia, ele julga, ele aceita, ele rejeita. Esse Ver, esse Olhar, esse Perceber é sem a presença desse “eu”. Então, olhos novos estão presentes quando há essa Atenção dada a si mesmo nesse momento. Como Realizar Isso? Nós temos encontros on-line nos finais de semana para aprofundar isso com você de uma forma bem direta, através de perguntas e respostas.

É necessário Acordar nesta vida, deixar essa condição de inconsciência, de movimento egocêntrico, de vida representativa no “eu”, no ego, onde há toda forma de confusão, desordem e sofrimento, para uma vida beatífica, para uma vida bem aventurada, feliz, livre, acordada. Alguns chamam isso de O Despertar, porque, naturalmente, se refere ao Acordar para uma nova Consciência, para uma nova Vida, para Algo que o pensamento não tem a menor forma de se aproximar disso com suas ideias, com suas crenças, com suas fórmulas de imaginação.

A Verdade sobre isso é que você nasceu para a Vida, a Vida em sua Totalidade, a Vida na sua Verdade, a Vida no que Ela É. Não essa particular vida representativa dessa identidade egoica, dessa ilusória identidade que se separa da Existência e vive nesse princípio de dualidade. Há uma expressão indiana para o fim dessa condição de inconsciência, de sono. A expressão é Advaita, a Não dualidade, a ciência da Verdade.

A Verdade é a Não separação, a Não dualidade. Aqui está a Vida onde há esse “primeiro sem o segundo”. A palavra Advaita significa “o primeiro sem o segundo”, onde não há mais essa ilusão, a ilusão desse ser alguém nessa intenção de vir a ser, porque estamos diante da Beleza da Vida, onde o centro, que é o “eu”, o ego não está mais. Esse é o Real encontro com Deus ou a Real Consciência da Verdade de Deus.

Março de 2024
Gravatá-PE
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