terça-feira, 9 de abril de 2024

Iluminação Espiritual | O pensamento e a memória | A Verdade da Meditação | Real Meditação

A pergunta é: o que é que nós queremos? O que é que a maioria de nós deseja? Em um mundo confuso, em desordem, nessa inquietude que nossa mente tem lidando com as experiências da vida, com as experiências nesse mundo, tendo que se deparar com esses desafios desse caótico e confuso mundo em que nós nos encontramos, o que é que a maioria de nós, de verdade, deseja? Nós desejamos a paz, desejamos a felicidade e desejamos o amor, mas é uma espécie de paz, de felicidade e de amor.

Aqui nós estamos com você explorando essa questão: a questão desse encontro com a Verdade sobre nós mesmos. Não há ciência disso, e para a grande maioria, não há qualquer interesse em descobrir a Verdade sobre isso; e, no entanto, a grande maioria está anelante por uma paz, por uma felicidade, por um amor que eles idealizam, que eles acreditam existir.

Aqui nós estamos trabalhando isso, apresentando pra você a Verdade da possibilidade do Amor, não desse “amor” que a pessoa, nós seres humanos idealizamos. A Verdade da Felicidade, não o idealismo de “felicidade” como as pessoas acreditam poder encontrar. Assim como a Verdade da Paz.

Para nós, paz – dentro desse idealismo que as pessoas fazem sobre a necessidade da paz e o que elas acreditam ser a paz – é simplesmente um momento onde não haja conflito, onde não haja um distúrbio dentro da relação. Naquele momento, há a presença dessa, assim idealizada, “paz”. Não é dessa paz que estamos tratando aqui.

Para as pessoas, a presença do “amor” é quando há afeição, carinho, troca de satisfação, de prazer, na relação, a tudo isso nós chamamos de “amor”. Então, nesse encontro mútuo de satisfação prazerosa, satisfatória, lincada a prazer sentimental, emocional, afetivo, nós estamos dando o nome de “amor”. Então a idealização do encontro com o amor é o encontro com isso. Notem que isso representa mera sensação, uma sensação emocional, uma sensação física. Quando tratamos da Verdade do Amor aqui com você, estamos falando de uma outra coisa; assim como da Verdade da Paz, estamos falando de uma outra coisa.

E quanto à “felicidade”, para a maioria das pessoas, consiste em realizar projetos, sonhos e desejos. Então, a realização lhe dá uma completude temporária, uma satisfação momentânea. A felicidade, em geral, é confundida por satisfação. Então, a verdade sobre a busca da felicidade, para a maioria das pessoas, é só uma busca de satisfação. Quanto ao amor e à paz é, também, a busca de uma satisfação.

Aqui tratamos com você sempre que, uma vez ciente da Verdade deste Ser, desta Realidade Divina que trazemos, estamos diante da ciência do Amor, da Paz e da Felicidade. No entanto, isso não representa nada disso que o pensamento tem construído em torno desse assunto. Na verdade, o pensamento jamais pode se aproximar da Verdade do Amor, porque o pensamento não alcança algo fora dele mesmo.

O pensamento está circunscrito ao seu próprio modelo de vida, ao seu próprio modelo de existência, ao seu próprio modelo de aparição. Tudo que nós conhecemos está dentro desse modelo, que é o modelo construído pelo pensamento. Assim, nossas ideias sobre a Verdade, sobre Deus, assim como nossas ideias sobre a Liberdade, sobre o Amor, sobre a Felicidade, sobre a Paz, tudo isso são ideias dentro desse contexto, que é o contexto do pensamento.

A Realidade que tratamos aqui com você é Algo que está além do pensamento, essa Realidade Divina deste Ser que somos quando não estamos mais presos a esse movimento, que é o movimento do pensamento. Assim, quando o pensamento cessa, há Algo presente que não está dentro desse contexto daquilo que o pensamento formula, não faz parte daquilo que o pensamento conhece.

Quando tratamos do Amor, da Felicidade, da Paz, da Realidade de Deus, da Verdade deste Ser, estamos tocando em Algo que é possível ser constatado por cada um de nós, mas não é possível ser descrito pelo cérebro, pelo pensador, pelo pensamento, pelo experimentador com a sua experiência, por aquele que sente com o seu sentimento.

Observem que, em geral, nossa ideia e sentimento estão atrelados à presença de um pensador, de um experimentador e de alguém presente nesse sentir. Então é sempre pessoal – invariavelmente é assim –, a proposta que recebemos dada pelo pensamento para a realização daquilo que, na verdade, está além do pensamento.

Como encontrar a Felicidade? Como encontrar a Paz? Como realizar a Verdade de Deus? Essas perguntas não podem ser respondidas pelo pensamento. Não é dentro do pensamento que você encontra a solução para o problema, que é o problema da pessoa. O problema da pessoa, que é o problema do “eu”, desse “mim”, desse ego, é exatamente a ausência da Verdade da Paz, da Felicidade, do Amor, da Liberdade.

Esse é o nosso assunto aqui. Estamos trabalhando isso, apontando, sinalizando, mostrando para você. A Verdade d’Aquilo que somos comporta uma qualidade de vida, uma condição inteiramente nova de existência, onde um agir, um sentir, um pensar, um modo novo de se mover na vida está presente. Está presente em razão da Revelação d’Aquilo que é Indescritível, d’Aquilo que é Inominável, d’Aquilo que está além do pensamento.

Portanto, precisamos investigar a natureza da Verdade sobre nós mesmos, a natureza desse “eu”, desse “mim”, desse sentir, desse pensar, desse agir dentro de diversos propósitos, dentro de diversas intenções para, nesta vida, alcançar alguma coisa. Precisamos primeiro compreender a natureza do “eu”, desse que busca, então iremos compreender que essa busca é só um movimento de autoprojeção dele próprio, desse mesmo modelo de identidade que está à procura de algo, mas que é o próprio “eu” em projeção – e tudo o que ele projeta está dentro do pensamento.

Olhe para você e você irá perceber muito claramente isso. Todo o seu modelo de vida está assentado no pensamento. Tudo o que você conhece sobre si mesmo, tudo o que você conhece sobre o outro, tudo o que você conhece sobre a vida é parte daquilo que o pensamento tem estabelecido dentro de você como memória. Assim, todo conhecimento em nós é memória, e toda experiência que podemos relatar, descrever, explicar, tudo aquilo que passamos e podemos colocar como sendo nossa vida conhecida é algo que faz parte do pensamento, da experiência, da memória.

Então, no que se constitui esse “eu”? Esse “eu” é memória. O seu nome é uma memória, a sua história é uma memória; assim são os seus projetos, seus objetivos, sonhos, ideais, suas crenças, suas descrenças, as experiências boas e as experiências ruins, tudo isso está dentro dessa memória, desse modelo conhecido, que é o modelo do pensamento.

Não podemos encontrar aquilo que aqui está presente se situando fora do conhecido, portanto, fora do pensamento. O que é isso que está presente fora do pensamento, fora do conhecido? É a Realidade que está além do tempo. O pensamento em nós, que é memória, é história. A experiência em nós, que é memória, é história. Objetivos, projetos, sonhos em nós são parte do pensamento, que é memória, que é história. Tudo isso está dentro do tempo.

Assim, o ideal da felicidade está dentro do tempo, do amor está dentro do tempo, da paz está dentro do tempo, da liberdade está dentro do tempo. E o que é isso que aqui se encontra, que está fora do tempo, que não pode, portanto, ser encontrado porque já está presente? A Realidade presente, que está fora do tempo, que não pode ser encontrada, é a Realidade de Ser.

Você pode descrever quem você é. Toda a descrição a respeito de quem você é se refere a essa memória que o pensamento formula com base nesse pensador que você acredita ser. Então esse “eu” é constituído de memória, que é pensamento, que é esse pensador, que é essa história, e tudo isso está dentro do tempo. Mas esta não é a Verdade sobre Você, mas, sim, é aquilo que você manifesta ser, que você aparenta ser, que você demonstra ser.

Então, em primeiro lugar, você demonstra ser isso e idealiza ser aquilo. Observe: aquilo que você foi é um pensamento, aquilo que você é é um pensamento, aquilo que você deseja ser é um pensamento. Então o que a maioria das pessoas desejam? O que elas desejam está dentro do modelo da formulação do pensamento. Portanto, tudo isso faz parte desse modelo, que é o modelo do “eu”, que é o modelo do ego, que é o modelo do tempo. Por que tudo isso está dentro do tempo? Porque isso tudo só pode existir como pensamento. Então o pensamento é tempo. É muito simples isso.

Não há nenhum pensamento em você presente nesse instante que não esteja vindo do passado. Então esse passado é tempo, portanto, o pensamento é tempo. É isso que nós temos chamado aqui de tempo psicológico. É no tempo psicológico que a identidade do “eu” reside.

O “eu”, o ego, esse centro, esse “mim”, esse sentido de ser “alguém” reside no tempo, e é no tempo que ele projeta o que ele deseja alcançar. É no tempo que ele projeta aquilo que ele deseja, também, se livrar. Do medo, o ego quer se livrar; do prazer, o ego quer alcançar; do sofrimento, o “eu”, o ego quer se livrar, mas da satisfação, que ele chama de “felicidade”, ele quer alcançar.

Então, é sempre dentro do tempo que todo esse projeto reside. Esse movimento no tempo é um movimento psicológico nesse tempo psicológico.“Eu não sou, mas serei”, “eu não tenho, mas eu terei”, tudo isso reside no tempo, se move no tempo, enquanto que a Realidade está fora do tempo.

Nossa aproximação aqui é da Verdade sobre o Autoconhecimento e de uma visão direta do que é a Meditação, porque quando há esta visão da Verdade daquilo que somos aqui, nesse instante, temos a ciência do Autoconhecimento. E quando há esta ciência do Autoconhecimento, nós temos o fim para essa condição psicológica do tempo, desse “alcançar”, desse “se livrar”. Então o tempo termina, e quando o tempo termina se Revela a ciência de Ser Pura Consciência, então temos a Verdade da Meditação, a Revelação da Meditação.

Estamos aqui interessados em olhar para isso, olhar para o fim dessa condição psicológica de ser “alguém” que reside no tempo, que vive no tempo. Seu nome, sua história, sua identidade, seus desejos, seus sonhos, seus projetos, assim como suas angústias, suas frustrações, seus conflitos, contradições, seus medos, tudo isso faz parte desse “alguém”, desse sentido de ser “alguém”, desse modelo de ser “alguém” dentro do viver, dentro dessa experiência. Isso tudo está dentro desse tempo.

Nesse tempo cronológico, o seu corpo tem envelhecido, e nesse tempo psicológico, o pensamento tem projetado uma identidade. Então o corpo, nesse tempo cronológico, está caminhando para o fim, e esse sentido psicológico de uma identidade que se sustenta no pensamento – me refiro a esse “eu” – é o que busca a continuidade. É algo que está sempre buscando alguma coisa, então há essa insatisfação, essa incompletude, há todo esse sentido de vazio existencial. É isso que explica todos os nossos vínculos de apegos, porque o sentido do “eu”, do ego, busca sua continuidade naquilo que ele adquire psicologicamente.

Então nós temos também essa fantasia da continuidade de uma identidade presente; presente naquilo que possui, naquilo que tem, naquilo que alcançou, naquilo que controla, naquilo que é seu. Tudo isso faz parte da ilusão do “eu”. O fim para tudo isso está na visão da Verdade do seu Ser, na Realização da Verdade Divina. Tomar ciência disso é Realizar Isso nesse instante. A Verdade do seu Ser já é Amor, Paz, Felicidade. Aquilo que Você é não está no tempo, não está no corpo, não está na mente e não está no mundo. A Revelação disso é a Verdade do Despertar da Consciência – alguns chamam de Iluminação Espiritual.

Março de 2024
Gravatá/PE
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