Vídeo no trello: Ter (09/04) Amor autoconhecimento e real meditação, confusão desordem sofrimento, ego é conflito
Texto revisado:
A pergunta é: “Onde está o amor?” Observe que nossas perguntas sempre pressupõem a presença, necessariamente, do tempo para se alcançar algo, para se obter algo, para chegar em algum lugar. A ideia central é a presença da necessidade imperiosa do tempo.
Outra pergunta é: “Como encontrar o verdadeiro amor?” Para nós é algo para ser alcançado, porque, olhando de perto, nossas vidas são cansativas, aborrecidas, tediosas, carregadas de contradições, de decepções. Então a questão do amor, por exemplo, é uma coisa que é vista desta forma.
Ao passarmos por experiências na relação afetiva, sentimental, emocional com pessoas, a crença comum é que estamos diante de experiências que podem nos facultar, nos dar, tornar disponível para nós a presença do amor, porque para nós o amor é encontrado ou encontrável dentro de relações com pessoas.
Qual será a verdade do Amor? O que é Real Amor? O que é o encontro com o verdadeiro Amor? Será um encontro com uma relação que traga para “mim” uma satisfação e um preenchimento que seja completo, algo do tipo eterno? Repare que muitas histórias terminam exatamente assim: “... e viveram felizes para sempre”.
Quando temos uma aproximação com alguém, acreditamos que esse “alguém” pode nos dar o que buscamos. Vamos investigar isso aqui juntos com você. Será que “alguém” pode nos dar o que nós buscamos? Será que esta outra pessoa também não está procurando o que nós também estamos procurando? Nós esperamos que ela possa nos dar, mas ela também espera que nós possamos dar a ela. Então o que ocorre nesse encontro, quando duas pessoas carentes se encontram?
A verdade das nossas vidas centradas no “eu”, no ego é que são vidas de carência. No “eu”, no ego, estamos carentes da Paz, da Liberdade, da Felicidade, da Completude e do Amor. Nesse sentido do “eu”, do ego não sabemos o que é Paz, Liberdade, Felicidade e Amor. Tudo o que temos feito é projetar uma ideia do que isso representa, e nos colocarmos em busca disso, à procura disso, e fazermos perguntas desse tipo: “Onde encontrar o amor? Como encontrar o amor verdadeiro?”
No pensamento nós temos uma “pessoa” para um dia ser encontrada, e podemos, sim, ter um contato com “alguém” especial. Especial para quem? Para “mim”, porque ela me preenche, porque ela me satisfaz, porque ela me dá algo – mas nunca a Completude de Ser. A verdade é que ninguém pode lhe dar essa Completude de Ser, isso porque, basicamente, o seu “eu”, o seu ego é, por estrutura e natureza, insuficiência, conflito, contradição e sofrimento.
Assim, nós queremos algo que possa nos completar, mas nós somos o elemento da incompletude, da desordem, da ausência do amor. Assim, a verdadeira resposta para esse encontro com o Amor – com o verdadeiro Amor – está aqui, em nós mesmos.
Tomar ciência desse “eu”, se tornar cônscio do próprio movimento do ego, perceber como ele se movimenta construindo para si mesmo um mundo de confusão, desordem, sofrimento, insatisfação e carência. Uma vez que você se torne ciente de que você é o problema, que o sentido do “eu”, do ego é a incompletude, então se torna possível um trabalho em si mesmo, e esse trabalho é o trabalho do esvaziamento desse “eu”.
Então temos que tocar aqui com você na importância da morte. Não dessa morte física que todos nós conhecemos, estamos falando de um contato com essa morte no sentido psicológico. Morrer para suas satisfações, para suas realizações, para os seus prazeres; morrer para essa busca de preenchimento externo em objetos, em ideias, ideologias, crenças e, principalmente, nessa realização e preenchimento externo em pessoas.
Nesse sentido, temos que nos aproximar dessa questão de deixar, psicologicamente, que essa morte ocorra, a morte da ilusão dessa projeção, dessa idealização. Percebam isso! O contato com a Verdade do Amor é que o Amor está presente agora, aqui.
Nós não temos a ausência do Amor, nós temos a inconsciência da Verdade do Amor, porque estamos nessa consciência do “eu”, do ego. A consciência do “eu”, do ego, essa consciência egoica, essa, assim chamada, “consciência humana”, envolvida em seus projetos, em suas ideias, em suas crenças, em seus sonhos, em suas imaginações, isso é inconsciência. O que nós temos chamado de consciência é, na verdade, inconsciência.
Toda consciência que o ser humano tem é a inconsciência. Assim, essa consciência do “eu”, essa consciência da “pessoa” é inconsciência. Nós não estamos cônscios, cientes de nós mesmos. Tomar ciência dessa inconsciência que é o “eu” é possível quando existe esse contato com o fim do “eu”, dessa condição psicológica de ser “alguém”. Então se torna possível o contato com a Verdade do Amor agora e aqui.
Uma vez que haja essa Liberdade de Ser, que é Amor, na Vida, neste instante, neste encontro será a presença do Amor. Então não existe essa ausência do Amor, o que existe é essa inconsciência da Verdade do Amor. Toda essa projeção de futuro é o que nós temos feito. No ego estamos projetando esse alcançar, esse obter, esse realizar, e nesse ínterim continuamos sem o Amor, sem a Felicidade, sem a Liberdade.
O contato com a Verdade do Amor é o contato com uma relação onde o Amor agora está presente. Não se trata da busca do Amor lá, se trata da constatação do Amor aqui. Em que momento este Amor se Revela? No momento em que você começa a olhar para aquilo que não é agora, aqui, o Amor. Veja, não podemos identificar o que é o Amor, porque quem estaria fazendo isso? O ego. Quais seriam os critérios que o ego teria para identificar a presença do Amor ou a ausência do Amor? O pensamento.
Esse “eu”, esse ego vive no pensamento, vive pelo pensamento. E pensamento, que é conhecimento, é só experiência passada. Experiência passada, que é conhecimento, que é pensamento, só identifica aquilo que ela reconhece, e o que ela reconhece ainda é parte dela mesma, é parte do reconhecível, é parte do tempo, ainda é parte do pensamento. O Amor não é algo que está no pensamento, não é algo que está no tempo, não é algo reconhecível portanto, porque é algo que está fora do descritível, do nominável.
O Amor não carrega pensamento com ele. Observem o que estamos dizendo para você. Eu sei que isso é a quebra de um modelo de pensamento tão comum a todos nós, mas completamente falso, de que você pode pensar na “pessoa amada”. O que você pode ter da “pessoa amada” é uma imagem, é uma lembrança, é uma recordação, mas esta “pessoa amada” é só uma imagem, é só uma lembrança, é só uma recordação. Não há Amor nisso. Repare como é falso tudo isso.
Há milênios o ser humano vem acreditando que o amor é possível na companhia do pensamento, e aqui estamos vendo que pensamento é passado, é memória, é imagem. Isso não tem nada a ver com o Amor. O Amor não requer lembrança, recordação, não tem nada a ver com imagem. O desejo tem a ver com a imagem, prazer tem a ver com a imagem, e isso é recordação, isso é lembrança, isso é memória, no entanto, o Amor não é isso.
O Amor é Algo desconhecido, é Algo que está presente agora, mas que não carrega o passado. Observe, você tem neste instante a presença do Amor com ele, com ela, com uma dada situação; lá está a presença do Amor.
No contato com a natureza, no contato com um pequeno animalzinho de estimação, no contato com uma pessoa, no contato consigo mesma, consigo mesmo, quando o pensamento não está é possível um momento de Silêncio, de Alegria, de Presença indescritível, que podemos chamar de Amor, mas isso não deixa “memória”, não deixa registro.
O registro que se tira dessa experiência é zero. O que temos depois desse momento ocorrido é apenas uma projeção do pensamento imaginando aquilo que ocorreu, mas essa projeção é só uma imaginação, é só uma formação de imagem. Não há Amor no pensamento. O Amor é agora e aqui, quando o “eu”, o ego não está.
Podemos ter uma vida em Amor na relação com o outro. Isso significa que você está livre do passado. Então, esse é o contato com a Verdade, também, da morte. Então, a Verdade da Revelação do Amor é a Verdade da relação da morte. Qual é a Verdade da Revelação da morte, dessa psicológica morte do “eu”? É a Verdade da Revelação do Amor.
Quando o “eu” está presente, não há amor. Quando o “eu” não está presente, o Amor está. Quando o passado não está presente, que é o “eu”, que é o ego, não há memória, não há lembrança, o Amor está. Então, onde encontrar o Amor? Aqui, quando o “eu” não está. Qual é a Verdade do Amor? É a presença da Realidade do seu Ser, desta Realidade de Divina.
Seu Ser é a Verdade de Deus, isso é Amor, então você está em contato com ele, com ela em Amor. A cada momento o Amor está presente nesse contato, porque não há mais esse “eu”. Veja, você não está carregando o passado, você não carrega imagem dele ou dela, de momentos felizes e agradáveis. Você está neste instante em um momento feliz e agradável em Amor, sem o “eu”, sem o passado. Compreendam a beleza disso. Isso está presente e é algo possível em uma vida livre do ego.
Então, todo o nosso trabalho aqui consiste em descobrirmos essa Vida, essa qualidade de Vida onde o “eu”, o ego não está, onde existe essa Completude de Ser, que é Amor. Então, quando há Amor, Ele está presente em nossas relações como um perfume. Esse perfume é o perfume da ciência de Ser Verdadeira Consciência, que é Meditação.
Então como se torna possível a Presença do Amor? Autoconhecimento e a Revelação da Real Meditação de uma forma vivencial. Aqui trabalhamos muito isso com você, sinalizando o que é a Verdade do Autoconhecimento e da Real Meditação de uma forma vivencial, de uma forma prática.
Quando há este perfume da Verdade da Meditação, que é possível quando há Autoconhecimento – e agora acabamos de perceber: o Autoconhecimento é possível quando há o descarte dessa ilusória identidade que é o “eu”, o ego, que representa a morte do passado, a morte do conhecido, a morte do experimentador com suas experiências, com suas memórias, lembranças e imagens –, então temos a Presença da Verdade de Deus, que é a Verdade do Amor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui o seu comentário