Nesses encontros, nosso grande objetivo, nosso grande propósito, é nos voltarmos para o Coração, nos voltarmos para dentro. Estamos tratando de Algo que já está presente como nosso próprio Ser. Não é alguma coisa que vai chegar; é Algo que já está presente. Portanto, nosso propósito é entrar em contato direto com Aquilo que somos, agora mesmo, aqui, neste instante. Quando falamos da Natureza da Consciência, da Natureza do Ser, estamos tratando de Algo sempre presente. A mente está sempre procurando novas experiências, novas sensações, mas seu Ser não é uma experiência nova, nem é uma sensação nova. Seu Ser é essa Realidade presente!
Nós passamos uma vida inteira alimentando e sustentando essa falsa identidade, que é quem está sempre buscando, procurando, tentando encontrar algo novo. A mente faz isso em razão da sua insatisfação. A natureza da mente é se afastar do Coração, Daquilo que está presente agora, aqui, neste instante. Todo nosso interesse, em Satsang, está em constatar Aquilo que somos, entrar em contato diretamente com Aquilo que somos neste instante, neste momento presente. A mente tem construído o tempo. Ela se move nele. Assim, ela está sempre buscando experiências e sensações. Quando você faz isso, você se identifica com o corpo e com a mente.
A base de toda miséria humana é essa identificação com o corpo, a ilusão de uma identidade presente dentro do corpo. Se você é alguém dentro do corpo, está preso à noção de tempo e espaço, vivendo na procura de experiências e sensações. Toda a sua vida gira em torno dessa ideia central: a ideia de que você é uma pessoa.
Em uma certa manhã, um homem esteve diante de Ramana Maharshi. Ele era um missionário e também professor de inglês. Ao entrar e se prostrar diante do Mestre, ele estava em grande tristeza, porque havia perdido o seu filho na guerra. Naquele momento, ele perguntou ao Mestre: “Afinal, qual é o meio de se obter essa libertação da dor?”. Ramana olhou para ele, se manteve em silêncio por alguns minutos, e respondeu: “Toda sua tristeza está apenas na sua mente”. Ramana lhe disse que toda aquela dor estava sendo criada pelo pensamento. O Mestre lhe disse: “Sua tristeza é só o seu pensamento; a sua Natureza Verdadeira é Paz”. E continuou: “O seu remédio é investigar, dentro de sua própria Natureza, quem é Você. É porque o pensamento diz que o seu filho não existe mais que você sente tristeza. Se no pensamento você ainda acreditasse que ele está vivo, você não sentiria nenhuma tristeza”.
Ramana também lhe contou uma história, que eu vou contar para você aqui. É a história de dois jovens que saíram juntos numa peregrinação. Eles chegaram numa aldeia, no norte da Índia, e um deles morreu. Aquele que ficou vivo arrumou um emprego e começou a trabalhar. Depois de um certo tempo, ele decidiu voltar para sua cidade, mas, nesse intervalo, ele conheceu alguém, um outro peregrino que estava voltando antes dele para sua cidade. Então, ele pediu para o peregrino avisar à família daquele seu amigo que ele havia morrido. Assim, o peregrino transmitiu as notícias, mas, ao fazer isso, trocou o nome dos rapazes. Como resultado, os parentes e amigos do falecido estavam contentes, porque acreditavam que ele estava vivo, enquanto o pessoal do peregrino vivo estava pesaroso e muito triste, todos chorando, pensando que esse tinha morrido. A notícia foi trocada!
Então, Ramana lhe contou isso, e é isso que estamos falando com você nesse encontro aqui, em Satsang: enquanto você se identifica com a ideia da pessoa que você acredita ser, todo o seu mundo gira em torno de pensamentos. Identificado com o corpo e com a mente, você é uma pessoa no mundo – um mundo de crenças, conceitos, conclusões, opiniões. Esse é o sentido de escravidão, o sentido de uma egoidentidade.
A Iluminação, ou o Despertar, ou Realização de Deus, é o definitivo rompimento com essa crença “eu sou alguém” – alguém que tem família, parentes e amigos. Na mente, você sempre vive no medo de perder o que tem, e o que você tem só existe na sua cabeça. Esse é o seu mundo! O que eu estou dizendo em Satsang, todos os dias, é que Você já é a Paz, já é a Liberdade, já é a Felicidade, mas somente quando não tem nada. Quando você não tem nada, Você é a Felicidade! Quando você tem alguma coisa, você é miserável.
Seu sentido de pessoa é tão miserável que projeta miséria para além da vida do corpo. Vocês esperam morrer e ir para um “outro lado”, se encontrar com seus medos, desejos e apegos, encontrar algumas pessoas que estão “do lado de lá”. O medo é a base da mente. Em razão do medo, a mente tem criado todo tipo de vinculação com coisas, pessoas, lugares... Esse é o estado miserável da pessoa, desse “mim”, desse ego.
Você precisa “morrer” para tudo isso, “morrer” para a pessoa que você acredita ser, e “morrer” para todas as coisas que você acredita que tem, o que significa parar de buscar experiências e sensações. A Paz, a Liberdade, o Amor, a Felicidade está aqui e agora quando você não está, quando a sua mente não está, quando essas imagens na sua cabeça não estão mais aí. Então, de fato, você “morre”, o seu mundo desaparece. Agora, Você está além da vida e da morte, além da ilusão de que um dia nasceu e de que um dia vai morrer. Você é esse Espaço que nunca se agita, esse Espaço que não se move.
Você aqui tem uma sala e pode movimentar os móveis dentro dela. Você pode criar agitação de objetos dentro dessa sala, mas o espaço dela não se move. Quando você Realiza a Verdade sobre Si Mesmo, Você é esse Espaço que não se move. Todos os seus parentes, um dia, irão morrer. Um dia, todas as coisas que você tem, você perderá. Quando você perde o próprio corpo, você perde tudo! Quando, fisicamente, seu corpo vai para a sepultura, você perde tudo, instantaneamente, imediatamente, de uma vez só. Mas agora você sabe que não é o corpo, e como você não é o corpo, você não perde nada. Isso é Realização! Jesus chamava Isso de “nascer no Reino de Deus”. Um dia, ele disse: “Aquele que crê em minhas palavras nunca morrerá!”. Se você também confiar em minhas palavras, nesse momento você poderá ir além da ilusão dessa “pessoa”. Nesse Despertar, nessa Realização, você nasce de novo!
Nós passamos uma vida inteira alimentando e sustentando essa falsa identidade, que é quem está sempre buscando, procurando, tentando encontrar algo novo. A mente faz isso em razão da sua insatisfação. A natureza da mente é se afastar do Coração, Daquilo que está presente agora, aqui, neste instante. Todo nosso interesse, em Satsang, está em constatar Aquilo que somos, entrar em contato diretamente com Aquilo que somos neste instante, neste momento presente. A mente tem construído o tempo. Ela se move nele. Assim, ela está sempre buscando experiências e sensações. Quando você faz isso, você se identifica com o corpo e com a mente.
A base de toda miséria humana é essa identificação com o corpo, a ilusão de uma identidade presente dentro do corpo. Se você é alguém dentro do corpo, está preso à noção de tempo e espaço, vivendo na procura de experiências e sensações. Toda a sua vida gira em torno dessa ideia central: a ideia de que você é uma pessoa.
Em uma certa manhã, um homem esteve diante de Ramana Maharshi. Ele era um missionário e também professor de inglês. Ao entrar e se prostrar diante do Mestre, ele estava em grande tristeza, porque havia perdido o seu filho na guerra. Naquele momento, ele perguntou ao Mestre: “Afinal, qual é o meio de se obter essa libertação da dor?”. Ramana olhou para ele, se manteve em silêncio por alguns minutos, e respondeu: “Toda sua tristeza está apenas na sua mente”. Ramana lhe disse que toda aquela dor estava sendo criada pelo pensamento. O Mestre lhe disse: “Sua tristeza é só o seu pensamento; a sua Natureza Verdadeira é Paz”. E continuou: “O seu remédio é investigar, dentro de sua própria Natureza, quem é Você. É porque o pensamento diz que o seu filho não existe mais que você sente tristeza. Se no pensamento você ainda acreditasse que ele está vivo, você não sentiria nenhuma tristeza”.
Ramana também lhe contou uma história, que eu vou contar para você aqui. É a história de dois jovens que saíram juntos numa peregrinação. Eles chegaram numa aldeia, no norte da Índia, e um deles morreu. Aquele que ficou vivo arrumou um emprego e começou a trabalhar. Depois de um certo tempo, ele decidiu voltar para sua cidade, mas, nesse intervalo, ele conheceu alguém, um outro peregrino que estava voltando antes dele para sua cidade. Então, ele pediu para o peregrino avisar à família daquele seu amigo que ele havia morrido. Assim, o peregrino transmitiu as notícias, mas, ao fazer isso, trocou o nome dos rapazes. Como resultado, os parentes e amigos do falecido estavam contentes, porque acreditavam que ele estava vivo, enquanto o pessoal do peregrino vivo estava pesaroso e muito triste, todos chorando, pensando que esse tinha morrido. A notícia foi trocada!
Então, Ramana lhe contou isso, e é isso que estamos falando com você nesse encontro aqui, em Satsang: enquanto você se identifica com a ideia da pessoa que você acredita ser, todo o seu mundo gira em torno de pensamentos. Identificado com o corpo e com a mente, você é uma pessoa no mundo – um mundo de crenças, conceitos, conclusões, opiniões. Esse é o sentido de escravidão, o sentido de uma egoidentidade.
A Iluminação, ou o Despertar, ou Realização de Deus, é o definitivo rompimento com essa crença “eu sou alguém” – alguém que tem família, parentes e amigos. Na mente, você sempre vive no medo de perder o que tem, e o que você tem só existe na sua cabeça. Esse é o seu mundo! O que eu estou dizendo em Satsang, todos os dias, é que Você já é a Paz, já é a Liberdade, já é a Felicidade, mas somente quando não tem nada. Quando você não tem nada, Você é a Felicidade! Quando você tem alguma coisa, você é miserável.
Seu sentido de pessoa é tão miserável que projeta miséria para além da vida do corpo. Vocês esperam morrer e ir para um “outro lado”, se encontrar com seus medos, desejos e apegos, encontrar algumas pessoas que estão “do lado de lá”. O medo é a base da mente. Em razão do medo, a mente tem criado todo tipo de vinculação com coisas, pessoas, lugares... Esse é o estado miserável da pessoa, desse “mim”, desse ego.
Você precisa “morrer” para tudo isso, “morrer” para a pessoa que você acredita ser, e “morrer” para todas as coisas que você acredita que tem, o que significa parar de buscar experiências e sensações. A Paz, a Liberdade, o Amor, a Felicidade está aqui e agora quando você não está, quando a sua mente não está, quando essas imagens na sua cabeça não estão mais aí. Então, de fato, você “morre”, o seu mundo desaparece. Agora, Você está além da vida e da morte, além da ilusão de que um dia nasceu e de que um dia vai morrer. Você é esse Espaço que nunca se agita, esse Espaço que não se move.
Você aqui tem uma sala e pode movimentar os móveis dentro dela. Você pode criar agitação de objetos dentro dessa sala, mas o espaço dela não se move. Quando você Realiza a Verdade sobre Si Mesmo, Você é esse Espaço que não se move. Todos os seus parentes, um dia, irão morrer. Um dia, todas as coisas que você tem, você perderá. Quando você perde o próprio corpo, você perde tudo! Quando, fisicamente, seu corpo vai para a sepultura, você perde tudo, instantaneamente, imediatamente, de uma vez só. Mas agora você sabe que não é o corpo, e como você não é o corpo, você não perde nada. Isso é Realização! Jesus chamava Isso de “nascer no Reino de Deus”. Um dia, ele disse: “Aquele que crê em minhas palavras nunca morrerá!”. Se você também confiar em minhas palavras, nesse momento você poderá ir além da ilusão dessa “pessoa”. Nesse Despertar, nessa Realização, você nasce de novo!
*Transcrito de uma fala ocorrida em 28 de junho de 2017, num encontro aberto online. Para informações sobre os nossos encontros, clique aqui.
Gratidão, Mestre!
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