O que vamos tratar aqui com você? Qual é a coisa certa aqui, se não há nada para ser ensinado, explicado ou para se aprender? O que se comunica em um encontro como este?
Nada pode ser comunicado neste encontro, a não ser a Presença deste Espaço. A gente tem muitas palavras, como “liberdade”, “verdade”, “consciência”, “presença”, “Deus”, mas nada pode ser comunicado neste Espaço; o que você pode é tomar ciência da Presença deste Espaço. Somente o Silêncio torna isso possível, e a revelação do Silêncio é a única que importa para a sua vida. Essa é a linguagem de Ramana, Cristo, Buda, de sua Natureza Essencial, de sua Natureza Divina. Na visão de Buda, o sofrimento está presente quando a agitação está presente, e o que cria a agitação é o desejo. O desejo é aquilo que cria e sustenta essa agitação. Então,o desejo é sofrimento; são dois lados da mesma moeda.
O que será que Cristo descobriu no deserto? O que foi aquele seu encontro no deserto? O que foi o encontro de Buda debaixo da árvore Bodhi? O que significa este encontro aqui? Não há nada fora desse Silêncio, desse Espaço, dessa Presença, que a gente pode chamar de Deus, Verdade, Consciência e, também, de Liberdade. Para Cristo, Isso é a entrada no Reino de Deus, no Reino dos Céus. Para Buda, é o fim do poder de maya, da ilusão, o fim do samsara. Isso é o fim, e você não precisa e não pode estudar sobre Isso. Repito: não precisa e não pode, porque você não vai descobrir essa Revelação do Silêncio do lado de fora.
Tudo que a mente pode fazer é viajar e se afastar do princípio dessa Presença, que é esse Espaço, esse Silêncio. Assim, não se trata de aprender, estudar, sobre Isso. Então, o que fazemos aqui, já que não se trata de aprender ou estudar sobre Isso? O que você aprende e estuda se torna apenas uma nova crença, somente isso. Uma crença funciona somente no nível intelectual, não toca você realmente. Repare que tudo aquilo que você tem no intelecto não trouxe nenhuma real mudança, transformação, alteração. Portanto, não estamos interessados nisso, e, se você vai aprender e estudar, jamais conhecerá a Liberação.
É necessário ver a importância de ir além da mente, que é sinônimo de crença, memória, conhecimento e experiências. Você está sempre pensando em si mesmo, e esse pensamento sempre gira em torno de uma memória. Pensamento é memória e isso é uma forma de conhecimento. As experiências pelas quais você passou se tornaram uma forma de conhecimento presente, agora. Você está sempre pensando em si mesmo como uma entidade presente somente porque valoriza esse conhecimento, essa memória, o que sustenta a ideia, a crença, de “ser alguém”.
Você nunca me fala do que acontecerá, porque você não sabe nada sobre isso, pode apenas imaginar. Você sempre me fala do que aconteceu, apenas não percebe que o que aconteceu é somente uma ideia agora, aqui; somente uma crença, uma imaginação sobre quem você foi no passado. Da mesma forma, você pode imaginar quem você será no futuro. Então, observe: isso é algo que está sempre girando em torno desse sujeito fictício, imaginário, que você acredita ser.
Há interesse nisso mesmo, aqui? Por que você tem interesse nisso? Você já viu como é aborrecido, tedioso, cansativo e nostálgico viver nesse movimento da “pessoa”? Você consegue ver que a “pessoa” não está nesse Espaço, nesse Silêncio? Ela está sempre fazendo essa viagem de nostalgia, a um imaginário passado ou futuro, que, em alguns momentos, pode deprimir e, noutros momentos, pode criar uma excitação artificial de “alegria” momentânea. Percebem como é cansativo viver nesse senso do “eu”? Foi o que meu Guru, Ramana Maharshi, me mostrou.
Na mente, você está sempre pensando que hoje foi assim, mas amanhã será diferente, ou que ontem foi pior, ou melhor. Isso é completamente falso, não tem verdade, a não ser como uma idealização, uma crença, e é o pensamento que cria isso. Para Marcos Gualberto, isso já acabou. O seu futuro não será diferente porque, de repente, terá um novo casamento ou mais dois, três, cinco ou seis filhos. Aí, você acredita que seu presente, agora, é diferente do que foi o seu passado. O ego é sempre esse movimento de tempo, é a ilusão de uma entidade presente que se repete no tempo. O tempo é uma ilusão!
Essa falsa identidade assume ser real, se repete e cria novas representações de sua história, e acredita que está vivendo uma vida diferente. Contudo, não tem nada diferente acontecendo agora, nem nada diferente aconteceu no passado, nem vai acontecer no futuro; é somente uma repetição, uma história, que é memória. Então, seu passado, seu presente e o seu futuro são pensamentos de numa suposta “pessoa”, que acredita estar presente. Ou seja, não tem ninguém aí, não tem ninguém aqui, são apenas ideias. Você, como “pessoa”, vive preso a essas ideias. Sem elas, não há nenhuma pessoa! São essas ideias que deixam você alegre e triste, excitado e deprimido.
Você precisa ir além da mente, além dessas ideias, desse conjunto de crenças. Você está sempre se configurando como um especialista em computação, que constrói uma máquina, um computador, e a configura. Você está sempre assim, se configurando no tempo, na ilusão de um tempo que o pensamento imagina existir, como uma entidade presente dizendo que ontem foi assim, mas amanhã será diferente, ou que algo poderia ter sido diferente. Quando você faz isso, está sempre se reafirmando como uma fraude, uma ilusão, como uma entidade que sofre. Sua alegria é tão curta e seu sofrimento é tão longo!
Seria uma experiência interessante se você pudesse registrar numa folha em branco os seus estados internos. Fazendo essa experiência, você descobrirá o quanto sua tristeza está associada a decepções dessa entidade que você acredita ser, porque fez algo errado no passado. Descobrirá, também, as suas preocupações se fundamentando em situações que podem não vir a dar certo no futuro. Anote também os seus momentos de tranquilidade, relaxamento e alegria, momentos de estresse, tensão, preocupação e sofrimento em algum nível, ou seja, de alguma forma de conflito presente. Você vai descobrir depois, olhando para essa folha, que a maior parte do seu tempo psicológico, que é um tempo criado exatamente pelo pensamento, é para sustentar essa ilusória “identidade” que você acredita ser, sofrendo.
Você tem poucos momentos para ser uma pessoa relaxada, tranquila, confiante na Existência, na Vida, porque a maior parte do seu tempo é para se autoflagelar, se punir, sofrer. É assim que você configura, psicologicamente, esse tempo para essa suposta entidade que você acredita ser. “Amanhã será diferente. Eu não consegui até agora, mas vou conseguir!” − isso é tensão, preocupação, conflito, e o ego é esse movimento. Você espera e exige muito de si mesmo, e não consegue fazer isso sem envolver o mundo nessa sua história, nessa sua imaginação. Isso é tensão, conflito, sofrimento. Não dá para ser feliz sendo “alguém”. Ser feliz significa só Ser, puro Ser, pura Consciência! Não pode ter “alguém presente” nessa Experiência de Ser.
Para “alguém”, as coisas podem dar certo ou errado, e somente isso já causa estresse e um sofrimento incrível aí dentro de você, mas, no fundo, isso tudo são pensamentos, e a mente precisa deles. Aliás, você, como entidade separada, não é real sem pensamentos; é “real” porque pensa − e pensa muito! − em perdas e ganhos, lucros e prejuízos. Por isso, comecei falando para você que a coisa mais importante neste encontro é esse Espaço onde o Silêncio se revela, e que não há nada para se aprender nem estudar. Não foi assim que eu comecei? Quando há Silêncio, não há futuro, memória, imaginação, nem há o que ganhar e perder. Silêncio é uma palavra para Consciência ou Meditação. Na Índia, eles têm uma expressão: “Samadhi”, que é o Estado Natural de Pura Consciência, fora do tempo, ou seja, fora da mente egoica, desse movimento tão conhecido, que é o movimento da mente.
Tem alguém acompanhando aí? Pois é… A “pessoa” é somente um conjunto de lembranças, de memórias, e tudo isso é um peso enorme.
Nada pode ser comunicado neste encontro, a não ser a Presença deste Espaço. A gente tem muitas palavras, como “liberdade”, “verdade”, “consciência”, “presença”, “Deus”, mas nada pode ser comunicado neste Espaço; o que você pode é tomar ciência da Presença deste Espaço. Somente o Silêncio torna isso possível, e a revelação do Silêncio é a única que importa para a sua vida. Essa é a linguagem de Ramana, Cristo, Buda, de sua Natureza Essencial, de sua Natureza Divina. Na visão de Buda, o sofrimento está presente quando a agitação está presente, e o que cria a agitação é o desejo. O desejo é aquilo que cria e sustenta essa agitação. Então,o desejo é sofrimento; são dois lados da mesma moeda.
O que será que Cristo descobriu no deserto? O que foi aquele seu encontro no deserto? O que foi o encontro de Buda debaixo da árvore Bodhi? O que significa este encontro aqui? Não há nada fora desse Silêncio, desse Espaço, dessa Presença, que a gente pode chamar de Deus, Verdade, Consciência e, também, de Liberdade. Para Cristo, Isso é a entrada no Reino de Deus, no Reino dos Céus. Para Buda, é o fim do poder de maya, da ilusão, o fim do samsara. Isso é o fim, e você não precisa e não pode estudar sobre Isso. Repito: não precisa e não pode, porque você não vai descobrir essa Revelação do Silêncio do lado de fora.
Tudo que a mente pode fazer é viajar e se afastar do princípio dessa Presença, que é esse Espaço, esse Silêncio. Assim, não se trata de aprender, estudar, sobre Isso. Então, o que fazemos aqui, já que não se trata de aprender ou estudar sobre Isso? O que você aprende e estuda se torna apenas uma nova crença, somente isso. Uma crença funciona somente no nível intelectual, não toca você realmente. Repare que tudo aquilo que você tem no intelecto não trouxe nenhuma real mudança, transformação, alteração. Portanto, não estamos interessados nisso, e, se você vai aprender e estudar, jamais conhecerá a Liberação.
É necessário ver a importância de ir além da mente, que é sinônimo de crença, memória, conhecimento e experiências. Você está sempre pensando em si mesmo, e esse pensamento sempre gira em torno de uma memória. Pensamento é memória e isso é uma forma de conhecimento. As experiências pelas quais você passou se tornaram uma forma de conhecimento presente, agora. Você está sempre pensando em si mesmo como uma entidade presente somente porque valoriza esse conhecimento, essa memória, o que sustenta a ideia, a crença, de “ser alguém”.
Você nunca me fala do que acontecerá, porque você não sabe nada sobre isso, pode apenas imaginar. Você sempre me fala do que aconteceu, apenas não percebe que o que aconteceu é somente uma ideia agora, aqui; somente uma crença, uma imaginação sobre quem você foi no passado. Da mesma forma, você pode imaginar quem você será no futuro. Então, observe: isso é algo que está sempre girando em torno desse sujeito fictício, imaginário, que você acredita ser.
Há interesse nisso mesmo, aqui? Por que você tem interesse nisso? Você já viu como é aborrecido, tedioso, cansativo e nostálgico viver nesse movimento da “pessoa”? Você consegue ver que a “pessoa” não está nesse Espaço, nesse Silêncio? Ela está sempre fazendo essa viagem de nostalgia, a um imaginário passado ou futuro, que, em alguns momentos, pode deprimir e, noutros momentos, pode criar uma excitação artificial de “alegria” momentânea. Percebem como é cansativo viver nesse senso do “eu”? Foi o que meu Guru, Ramana Maharshi, me mostrou.
Na mente, você está sempre pensando que hoje foi assim, mas amanhã será diferente, ou que ontem foi pior, ou melhor. Isso é completamente falso, não tem verdade, a não ser como uma idealização, uma crença, e é o pensamento que cria isso. Para Marcos Gualberto, isso já acabou. O seu futuro não será diferente porque, de repente, terá um novo casamento ou mais dois, três, cinco ou seis filhos. Aí, você acredita que seu presente, agora, é diferente do que foi o seu passado. O ego é sempre esse movimento de tempo, é a ilusão de uma entidade presente que se repete no tempo. O tempo é uma ilusão!
Essa falsa identidade assume ser real, se repete e cria novas representações de sua história, e acredita que está vivendo uma vida diferente. Contudo, não tem nada diferente acontecendo agora, nem nada diferente aconteceu no passado, nem vai acontecer no futuro; é somente uma repetição, uma história, que é memória. Então, seu passado, seu presente e o seu futuro são pensamentos de numa suposta “pessoa”, que acredita estar presente. Ou seja, não tem ninguém aí, não tem ninguém aqui, são apenas ideias. Você, como “pessoa”, vive preso a essas ideias. Sem elas, não há nenhuma pessoa! São essas ideias que deixam você alegre e triste, excitado e deprimido.
Você precisa ir além da mente, além dessas ideias, desse conjunto de crenças. Você está sempre se configurando como um especialista em computação, que constrói uma máquina, um computador, e a configura. Você está sempre assim, se configurando no tempo, na ilusão de um tempo que o pensamento imagina existir, como uma entidade presente dizendo que ontem foi assim, mas amanhã será diferente, ou que algo poderia ter sido diferente. Quando você faz isso, está sempre se reafirmando como uma fraude, uma ilusão, como uma entidade que sofre. Sua alegria é tão curta e seu sofrimento é tão longo!
Seria uma experiência interessante se você pudesse registrar numa folha em branco os seus estados internos. Fazendo essa experiência, você descobrirá o quanto sua tristeza está associada a decepções dessa entidade que você acredita ser, porque fez algo errado no passado. Descobrirá, também, as suas preocupações se fundamentando em situações que podem não vir a dar certo no futuro. Anote também os seus momentos de tranquilidade, relaxamento e alegria, momentos de estresse, tensão, preocupação e sofrimento em algum nível, ou seja, de alguma forma de conflito presente. Você vai descobrir depois, olhando para essa folha, que a maior parte do seu tempo psicológico, que é um tempo criado exatamente pelo pensamento, é para sustentar essa ilusória “identidade” que você acredita ser, sofrendo.
Você tem poucos momentos para ser uma pessoa relaxada, tranquila, confiante na Existência, na Vida, porque a maior parte do seu tempo é para se autoflagelar, se punir, sofrer. É assim que você configura, psicologicamente, esse tempo para essa suposta entidade que você acredita ser. “Amanhã será diferente. Eu não consegui até agora, mas vou conseguir!” − isso é tensão, preocupação, conflito, e o ego é esse movimento. Você espera e exige muito de si mesmo, e não consegue fazer isso sem envolver o mundo nessa sua história, nessa sua imaginação. Isso é tensão, conflito, sofrimento. Não dá para ser feliz sendo “alguém”. Ser feliz significa só Ser, puro Ser, pura Consciência! Não pode ter “alguém presente” nessa Experiência de Ser.
Para “alguém”, as coisas podem dar certo ou errado, e somente isso já causa estresse e um sofrimento incrível aí dentro de você, mas, no fundo, isso tudo são pensamentos, e a mente precisa deles. Aliás, você, como entidade separada, não é real sem pensamentos; é “real” porque pensa − e pensa muito! − em perdas e ganhos, lucros e prejuízos. Por isso, comecei falando para você que a coisa mais importante neste encontro é esse Espaço onde o Silêncio se revela, e que não há nada para se aprender nem estudar. Não foi assim que eu comecei? Quando há Silêncio, não há futuro, memória, imaginação, nem há o que ganhar e perder. Silêncio é uma palavra para Consciência ou Meditação. Na Índia, eles têm uma expressão: “Samadhi”, que é o Estado Natural de Pura Consciência, fora do tempo, ou seja, fora da mente egoica, desse movimento tão conhecido, que é o movimento da mente.
Tem alguém acompanhando aí? Pois é… A “pessoa” é somente um conjunto de lembranças, de memórias, e tudo isso é um peso enorme.
* Transcrito a partir da primeira parte de uma fala em um encontro online, na noite do dia 15 de Outubro de 2020 – Para informações sobre os nossos encontros, clique aqui.
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