Nós temos diversas formas de nos comportarmos na vida, e todas elas têm por princípio, por modelo, a base, o próprio pensamento. Assim, quando você está em busca de compreender como realizar propósitos, alvos e objetivos, a ideia básica é a ideia que tem por princípio o modelo do pensamento presente. Quando, por exemplo, você toca nessa questão de realizar aquilo que deseja, e você pergunta "como alcançar a realidade desejada", notem que já traz dentro de você uma ideia do que significa essa realidade e o quanto isso é importante pra você; você já tem uma ideia, um pensamento, uma crença de que ao realizar isso, você será feliz.
Todo o nosso comportamento nesse modelo, que é o modelo do pensamento, é sempre em busca do prazer e fuga do medo. Então, nós precisamos investigar aqui essa questão de prazer e medo, e ver a direta relação disso com esse programa que está rodando em nós, que é o modelo dessa mente já programada, condicionada a acreditar na felicidade como um alvo a ser alcançado, como um objetivo a ser realizado - isso gira em torno dessa ideia do desejo.
Nós não estamos lidando com a vida como ela acontece e atendendo à vida a partir dessa Inteligência; estamos atendendo a vida a partir desse programa de pensamento, de mente condicionada, vivendo nesse ideal: o ideal do amor, o ideal da paz, o ideal da prosperidade, o ideal da felicidade, o ideal da realidade dos desejos, e pra nós esse ideal está nessa realidade desejada.
Um contato com a vida nesse momento, livre do pensamento, e ficará claro que esse ideal, esse movimento, que é o movimento do pensamento, é exatamente uma projeção da imaginação de uma realização no futuro, enquanto que, na verdade, tudo que procuramos como o ideal nessa, assim chamada, realidade desejada já está presente nesse instante como sendo a natureza da Verdade sobre Você.
Nada nesse mundo, nada nessa experiência realizada, desejada, buscada, procurada pelo pensamento irá lhe fazer feliz. Todo esse movimento em nós é um movimento que o pensamento está produzindo. Nós precisamos saber, na vida, qual é o lugar real do pensamento, que lugar real ele deve ter; de outra forma, estaremos sempre sendo vítimas, vitimadas dessa psicológica condição, que é a condição desse movimento do pensamento se processando de uma forma inconsciente, mecânica, automática, em cada um de nós.
Todos os valores que você tem, todo esse modo de se deparar com a vida como ela acontece, é algo que o pensamento presente em você tem uma leitura. Essa leitura de como a vida acontece, de como tudo se processa, é a leitura de um modelo comum a todos - essa é a forma como todos pensam. Então nós temos uma crença - e ela se baseia no pensamento - de que a realização é de alguma coisa da qual você sente falta. Veja, essa coisa da qual você sente falta, esse você, é o próprio pensamento.
É importante isso aqui: quando você usa o pronome "eu", você está apenas afirmando de novo e de novo a presença do pensamento. É a presença do pensamento que lhe causa a sensação, o sentimento e a emoção de existir como alguém, isso é você. Então você tem a ideia de alcançar no futuro alguma coisa que possa lhe preencher como alguém. No entanto, esse alguém, esse você, é o próprio pensamento se projetando.
Aqui eu tenho algo para lhe dizer: a Realidade d'Aquilo que é Você, exatamente quando esse pensamento não está, é a Completude, é o Amor, é a Felicidade, é a Liberdade, é a ciência de Deus. Quando você se aproxima desse trabalho e pergunta: "O que é o medo?" O medo é a presença do pensamento. Não há qualquer separação entre o medo e o pensamento. Quando é que você sente medo? Não é quando o pensamento está presente criando a imagem de algo ruim que possa acontecer a você?
Não existe tal coisa como o medo e a ausência do pensamento. Você não pode detectar a presença do medo sem o pensamento. Você não pode detectar a presença de você sem o pensamento. Não existe tal coisa como uma separação entre o pensamento, você e o medo, é uma única presença. Assim, quando você pergunta: "O que é o medo?" É a presença do pensamento.
Viver a vida livre do pensamento é a ciência de que não existe tal coisa como o medo. Alguma coisa ruim aconteceu no passado a você. Quem viveu essa experiência no passado? Você! Onde é possível essa lembrança? Em você! O que é essa lembrança? É o pensamento! Então, o que é o medo? É o pensamento! [O que é] O medo do que aconteceu no passado e que possa voltar a acontecer? É o pensamento! Você só tem a noção de algo que possa acontecer a você, você só tem a noção do futuro, também pelo pensamento. Veja como nós precisamos investigar essa questão da presença do pensamento em nós.
Então, o que é o pensamento? É esse movimento, é o movimento da memória, da lembrança, falando do passado, falando do futuro e falando desse "eu", desse "mim". A cada momento, a vida está acontecendo, a cada instante, é somente a vida presente. A ideia de ser alguém surge quando alguma situação ruim, desfavorável, desagradável, está acontecendo para esse "mim", para esse "eu". Mas detectar isso só é possível em razão da presença do pensamento, porque é o pensamento que diz: "eu não gosto disso", é o pensamento que diz: "isso está errado", ou ele diz: "isso não deveria ser assim".
Então, reparem como é fundamental nós descobrirmos em nós como o pensamento se processa e todo esse jogo firmado pelo pensamento será desfeito. Aqui estamos lhe convidando para uma vida livre do pensamento, Nós precisamos do pensamento de uma forma objetiva e prática. Para ações profissionais, você precisa do conhecimento e da experiência, que é o pensamento. Aquela informação que você tem está guardada em você nessa memória, nessa lembrança, essa recordação é o pensamento.
Então, tecnicamente, você precisa do conhecimento, da experiência e do pensamento. Mas nesse contato com a vida nesse instante, o pensamento é algo completamente dispensável. É quando ele aparece, que você tem problemas; problemas do tipo: "eu gosto de alguém". Repare, isso é um problema, porque esse gostar lhe cria uma imagem que, psicologicamente, fica fixada em você como parte desse você, desse "eu", e você se apega a essa imagem. Se essa pessoa lhe ignora ou vai embora da sua experiência, esse "você", esse "mim", esse "eu", sofre.
Veja como é importante isso. Parece muito simples gostar das pessoas, mas é algo muito complicado essa ideia de pessoas para esse "mim", para esse "eu", para esse ego. Podemos viver numa relação com as pessoas numa qualidade nova de sentir sobre elas, que não é esse gostar? Esse gostar pode se tornar o desgostar. São dos amigos que deixamos de ser amigos; algumas vezes, os amigos se tornam inimigos, e tudo isso está dentro desse próprio movimento do pensamento, desse gostar e não gostar.
"Eu gosto de você quando você me agrada e fico muito desgostoso de você quando você me desagrada". Quem é esse "eu" que se sente agradado, feliz, preenchido com o outro, e se sente infeliz, miserável, aborrecido, com raiva do outro? Não é o pensamento? Não é a presença desse "você", desse "mim", desse ego? Podemos ter um contato com ele ou ela com uma nova qualidade de sentir sobre ele ou ela, algo além dessa condição, que é a condição do pensamento?
Veja, nós não sabemos o que é amar, o que é o amor nas relações, porque estamos vivendo no pensamento, estamos vivendo com esse problema, que é o problema do "eu". O pensamento é apenas um retrato que eu trago de você, do passado, porque você me agradou. O pensamento é apenas um pensamento que eu trago de você, do passado, que você provocou em mim raiva e se tornou o meu inimigo: é assim que estamos vivendo nossas vidas, com amigos, inimigos e pessoas indiferentes.
E aqui o desafio, na vida, é atender à vida como ela acontece, livre do passado e, portanto, livre do pensamento, porque são esses pensamentos que esse "eu" tem que fazem com que esse momento, nesse encontro aqui, seja visto a partir desse olhar equivocado. Encontrar-se com ele ou ela, sem a presença do pensamento, é se encontrar com ele ou ela sem a presença do "eu".
Experimente olhar para alguém sem o passado dela. Repare, você não vai estar diante de algo tão simples, porque o modelo do pensamento em nós é sustentar a ideia de alguém, desse "mim", desse "eu", desse você presente, tendo um encontro com ele ou ela. A vida como ela acontece, nela, quando o pensamento entra - me refiro a essa qualidade de pensamento -, nós temos a presença do sofrimento. É isso que sustenta em nós estados internos como o apego.
As pessoas falam do "apego ansioso". A qualidade do sentido do "eu", do ego, é de produzir apegos, e onde houver apego, haverá sofrimento. Então, você não precisa realizar aquilo que o pensamento projeta para ser feliz, você só precisa assumir a Verdade d'Aquilo que é Você em sua Natureza Real, quando o pensamento não está.
Enquanto estivermos sustentando essa qualidade de ser alguém, com base no pensamento, em toda essa movimentação que vem do passado, que são as imagens que eu tenho dele ou dela, que eu faço de mim mesmo, estarei sempre nessa ilusão de um dia alcançar o preenchimento, a satisfação, a realização, alcançando desejos, essa, assim chamada, realidade desejada.
Podemos, nesta vida, assumir a Verdade, livre desses apegos? Esse "apego ansioso" é, naturalmente, a presença da dependência. Isso é medo, isso é sofrimento. Isso é algo presente nesse sentido do "eu", do ego, algo presente nessa autoimagem, algo presente nesse modelo do pensamento.
Olhar para a vida nesse instante, atender à vida nesse momento como ela acontece, nessa relação com pessoas, as mais próximas, como os parentes, marido, esposa, os filhos, e as mais distantes, mas sem o "eu", sem o ego; então estamos diante de um novo sentir sobre ele ou ela, de um novo pensar nesse momento, livre do passado. Então temos a Presença do Amor, temos a Presença da Verdade, temos a Presença de Deus. Se Isso está presente, não há mais o futuro, não existe mais essa projeção do pensamento para alcançar alguma coisa ou se livrar de alguma coisa. Aqui está a Presença da Verdade, aqui está a Presença de Deus.
Não se trata de você com Deus, trata-se de que é a Realidade de Deus, quando o pensamento "eu", esse "mim", esse "você", não está mais presente. Alguns chamam isso de Despertar Espiritual ou Iluminação espiritual, é que estamos trabalhando aqui com você. Assim, sábado e domingo estamos juntos aprofundando esse assunto aqui. São dois dias, online, onde temos a oportunidade de estarmos assentados investigando isso, tendo esse encontro também com o Silêncio, com a ciência do Autoconhecimento. Além disso, temos encontros presenciais e, também, retiros. Fica o convite.
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