quinta-feira, 17 de julho de 2025

Joel Goldsmith | Vivendo o Caminho Infinito | Como encontrar Deus? | Marcos Gualberto

GC: Olá, pessoal! Estamos aqui para mais um videocast. Novamente, o Mestre Gualberto aqui conosco. Gratidão, Mestre, pela presença.

Hoje, eu vou ler um trecho de um livro do Joel Goldsmith chamado "Vivendo o Caminho Infinito". Num trecho desse livro, Mestre, o Joel faz o seguinte comentário: "Que cada um possa experimentar Deus, conhecer Deus". Sobre esse assunto, o Mestre pode compartilhar a sua visão sobre como podemos encontrar Deus?

MG: Gilson, encontrar Deus significa tomar ciência da Realidade. Não é um elemento - esse "eu", esse "mim" -, não é alguém tendo um encontro com Deus, é a ciência da Realidade de que Deus é a única Verdade presente. Assim, há um equívoco aqui nessa pergunta, que parte de um princípio totalmente errôneo. O equívoco é de alguém presente aqui na vida, separado da vida; é de alguém presente na existência, separado da existência. Esse conceito é o conceito da separação. No pensamento, na crença, a ideia presente em nós é da existência de Deus separado daquilo que "eu sou". Então, existe isso que "eu sou" - observem, esse "eu sou" ou essa ideia desse "eu sou", toda a ideia que faço sobre quem "eu" sou. Estamos diante de algo que se assenta em pensamentos, em conceitos, em imagens que o pensamento constrói sobre "mim". Isso também, ainda, claro, naturalmente, é uma crença; toda a ideia que você tem sobre você. E temos também uma ideia sobre Deus. Tudo isso está dentro desse círculo, que é o círculo do pensamento.

Então, o pensamento é um círculo. Dentro desse círculo, estão as crenças, os conceitos, as ideias, as opiniões, as conclusões. Tudo que nos foi ensinado e que é parte, hoje, desse conhecimento que trazemos, está presente em nós ao nível intelectual, ao nível de palavras, de ideias, de pensamentos. Então, essa separação entre a realidade daquilo que é a verdade sobre "mim" e d'Aquilo que é a Verdade sobre Deus, essa separação, toda essa ideação que gira em torno de pensamentos sobre isso, é um equívoco. Assim, as pessoas querem encontrar Deus, mas qual é a verdade da pessoa? Nós não compreendemos a verdade sobre quem nós somos e temos todo tipo de ideia sobre quem é Deus, todo tipo de avaliação, de crença, de conclusão. E fazemos isso em razão de tudo o que nós já ouvimos, de tudo o que nós já lemos. Alguns avançam um pouco mais e conseguem obter experiências, mas essas experiências, por mais ricas e profundas, elas ainda continuam, depois, como uma lembrança.

Toda experiência presente que você tem é o resultado do passado, de algo pelo qual você passou, e quando você trata comigo de uma experiência, você está apenas me tornando ciente de algo pelo qual você passou. Assim são as experiências! Então, nem essa ideia de encontrar Deus é real, nem essas colocações que se fazem a partir de experiências adquiridas. Então, quando você tem experiências, quando passa por experiências, você relata essas experiências, mas estamos diante de um jogo intelectual, de palavras.

Você vem e pergunta como encontrar Deus. Aqui, a pergunta real seria: qual é a Verdade sobre esse "mim", sobre esse "eu"? Qual é a Verdade sobre quem eu sou? Ou: o que é isso que eu sou? Então, sim, temos um encontro com a Realidade. Mas como tenho colocado aqui inúmeras vezes para você, essa palavra "encontro" pressupõe algo que não está presente, para ser encontrado, e também um elemento presente separado daquilo que ele quer encontrar, deseja encontrar, precisa encontrar. Então, aqui nós temos três coisas: a primeira é aquilo que não está presente para ser encontrado; a segunda é esse elemento que, na verdade, é o elemento principal na busca, na procura, que quer encontrar; e o terceiro elemento é o movimento desse que busca para aquilo que ele está buscando. Nós estamos diante de uma construção do pensamento. Tudo isso é uma mera construção do pensamento! O pensamento lhe dá a sensação de "alguém" presente, lhe dá a crença de um Deus distante e, em razão da presença do pensamento, essa noção de algum momento para encontrar. Esse momento é, naturalmente, toda essa noção de tempo. Não existe tal coisa como o tempo sem o pensamento; não existe tal coisa como aquele que ainda não encontrou - que é o "eu" - sem o pensamento; e não existe tal coisa como Deus sendo uma ideia, uma crença, que também é um pensamento.

Podemos ter uma aproximação da vida, neste momento, para uma visão direta da Realidade, d'Aquilo que está presente quando o pensamento não está? Nós vivemos no pensamento, com o pensamento, pelo pensamento. Aquilo que nós chamamos de "vida" consiste na ideia de relacionamentos com coisas, com pessoas, com situações, com acontecimentos. O elemento principal em tudo isso ainda são, para o intelecto, para esse modelo condicionado de pensamento em nós, as ideias. As relações se assentam em ideias: "eu e você", "nós e eles", "eu e a vida". Observem a implicação, o que implica essa presença do pensamento em tudo isso. É ele que norteia o que você sente, o que você fala, o que você pensa e o que você faz dentro dessas relações. Essas relações não são verdadeiras quando se assentam no pensamento, porque é o pensamento que está sobrepondo a essa Realidade do momento, de tudo que acontece, esse princípio da separação - "eu e a outra coisa". Não sabemos a Verdade sobre nós mesmos, não sabemos a Verdade sobre o outro, sobre a vida, sobre Deus.

Você vem e pergunta: "Como encontrar Deus?" Tome ciência da Realidade que está presente aqui e agora. Isso jamais será possível nesse movimento, que é o movimento do pensamento. Assim, a Compreensão aqui consiste na Revelação desse encontro. Sim, esse encontro consiste nessa Revelação, que é essa Compreensão. Quando há uma Compreensão da Vida neste momento, esse elemento chamado "pensamento" desaparece, e quando ele não está presente, estamos em contato com a Realidade do momento. A Realidade do momento é a Realidade da Vida, quando o pensamento não está; e, sem o pensamento, não existe mais esse elemento, que é esse "mim", esse "eu". Sem esse elemento, não existe mais qualquer movimento de alcançar, de obter, de encontrar. Então, Aquilo que é essa Realidade Divina, essa coisa indescritível, inominável, que está além das palavras, se revela neste instante, como sendo a Verdade do seu Ser, como sendo a Realidade, a Verdade da Vida.

Assim, o propósito destes encontros aqui, é termos, deste momento, uma aproximação real, algo possível quando estamos livres do pensamento, livres desse sentido do "eu", desse "mim", então a Realidade de Deus está presente - essa Realidade é esse encontro. Não é alguém tendo um encontro, é o encontro se revelando.

GC: Mestre, nós temos uma pergunta de uma inscrita aqui no canal. A Ione faz a seguinte pergunta: "Quando você fala 'no momento em que o discípulo está pronto'... eu te pergunto: o que é estar pronto? Como é ficar pronto?"

MG: Gilson, repare na pergunta. A pergunta é: na frase "quando o discípulo está pronto, o Mestre aparece", qual é o significado da expressão "pronto"? Qual será a verdade dessa prontidão? Quando é que, de fato, estamos prontos? Quando nós temos a real condição de tomar ciência de alguma coisa, de realizar alguma coisa. Então, essa prontidão não é outra coisa senão uma real disposição para assumir a Verdade daquilo que nos é mostrado, daquilo que nos é apresentado, aqui dentro deste contexto da fala. Quando é que você está pronto? Quando está pronto! Não existe uma definição intelectual de palavras ou verbal sobre isso. Uma aproximação direta daquilo que nos é mostrado como sendo a Realidade da Vida para ser vivida neste momento, sem a ilusão desse sentido do "eu", do ego, sem a ilusão desse movimento do pensamento - que são essas construções da imaginação, da memória, da lembrança. A Visão da Vida, clara, lúcida, real. essa verdadeira prontidão para assumir Isso é estar pronto.

De outra forma, nós ficamos nas teorias, nos conceitos, nas crenças, nas palavras. E podemos continuar repetindo essas palavras - que são meras palavras -, podemos continuar acreditando e achando bonito tudo isso, mas não existe uma prontidão para esse trabalho, para essa Realização, para essa Visão. Aquilo que denota essa prontidão de forma mais clara, é a rendição, é a verdadeira entrega ao próprio trabalho. Uma vez que exista a presença dessa entrega, desse trabalho, temos a presença da prontidão. Você pergunta: "Como ficar pronto?" A partir deste instante, deste momento. Se há algo aí que lhe mostra a verdade disso e a importância disso, para ser vivido neste momento, não se trata mais de como ficar pronto. Aqui, ou você está pronto, ou não está pronto. Ao se deparar com uma fala como esta, um trabalho como este, este trabalho já te encontra ou disposto a realizá-lo, ou a continuar teorizando sobre o assunto. Não existe essa coisa de "como ficar". A prontidão ou está presente, ou não está presente.

Gilson, existe aqui uma confusão. Nós acreditamos que podemos, pela ideia, pela crença, pelo desejo, pela intenção, pelo esforço, nos tornarmos prontos para isso. Essa prontidão vem dessa Presença misteriosa, que é a Presença da Graça. Essa prontidão é algo que opera em um nível fora dessa intenção, dessa volição, desse querer; é algo que está presente ou não está presente. Agora mesmo, ao se deparar com tudo que é colocado aqui, se isso é algo que realmente faz sentido para você, internamente - não só ao nível intelectual, mas ao nível de totalidade da mente e do coração -, se isso é algo que queima aí dentro e o impulsiona a essa rendição, a essa entrega, a esse envolvimento, é sinal de que você está pronto. Você está pronto porque a Graça lhe deu essa prontidão!

Este trabalho é muito, muito misterioso. Ele está além da vontade, do querer, do desejo. Ele está além do conhecimento que se adquire ouvindo falas, lendo livros. Este trabalho está além, também, das experiências. Então, não se trata de uma aproximação intelectual, de conhecimento. Não se trata do mero desejo, vontade ou intenção de realizar Isso, e também não se trata de experiências que se tem, que se obtém. Existe um toque em cada um de nós, além da mente, além desse sentido de alguém presente, que tem toda a disposição de ouvir, acompanhar e aprender sobre este assunto. Aqui, a forma real de aproximação desse ouvir não é ouvir como geralmente ouvimos; desse acompanhar esse assunto, não é acompanhar como em geral nós acompanhamos qualquer um outro assunto; e aprender não é esse aprender acumulando informações, adquirindo conhecimentos ou experiências.

Assim, esse encontro com a Realidade requer a Presença desta Graça, desta Verdade misteriosa presente, que o coloca nessa prontidão, nessa real condição de um envolvimento completo, de um envolvimento total, para o fim do "eu", para o fim do ego, para o fim dessa ilusão, para o fim desse sonho, dessa psicológica condição de separação, de dualidade.

GC: Mestre, nós temos uma outra pergunta, de um outro inscrito no canal. Ele faz a seguinte pergunta: "Como podemos chegar a esse Estado de Consciência?"

MG: Gilson, aqui nos deparamos com uma outra pergunta: "Como podemos chegar a esse Estado de Consciência?" A nossa noção é de chegar. É porque a ideia que temos é de que isso ainda não está aqui.

E, aqui, nós temos que parar e estudar isso, investigar isso, ter plena clareza sobre isso. É evidente que não se trata de algo do qual temos que nos aproximar intelectualmente, verbalmente, com palavras. Qual será a verdade da ausência desse Estado? Porque a ideia é a ausência desse Estado. A grande verdade sobre isso é que aquilo que conhecemos, que está dentro do conhecido, é isso que tem dado base para essa consciência que vemos presente em nós, que é essa consciência do "eu". Então, quando usamos expressões como "alcançar", "chegar", "obter", isso está dentro, exatamente, dessa condição de consciência do "eu" em que nós nos encontramos.

E, por que nos encontramos dentro dessa consciência do "eu"? Porque nos falta uma visão da Realidade de nossa Natureza Essencial, da Verdade sobre quem nós somos, da Verdade sobre Aquilo que somos, e a Verdade sobre isso é que essa Real e Divina Presença, Consciência, não está ausente. É algo presente, mas nós não temos ciência disso, em razão desse modelo de consciência, que é a consciência comum a todos, que é a consciência do "eu". E qual é a base dessa consciência do "eu"? É esse movimento, em nós, de pensamentos, de sentimentos, de emoções, de sensações, de percepções, ocorrendo de uma forma inconsciente aqui, neste instante. Assim, trazer ciência a esse movimento, se dar conta desse movimento, é isso que traz o Despertar desse Estado, desse Novo Estado, dessa Nova Consciência - Aquilo que eu tenho chamado de Real Consciência. Isso é o fim dessa consciência que conhecemos, que é a consciência do "eu". Isso é o fim dessa inconsciência que é a consciência do "eu", onde estamos envolvidos com o velho modelo do pensamento, dos sentimentos, das emoções, dentro de uma condição psicológica completamente, totalmente, adormecida.

A desordem, a confusão, os problemas, os conflitos, os sofrimentos diversos são algo presente em razão dessa consciência do "eu", dessa inconsciência. Você pergunta como alcançar esse Estado de Consciência... Aqui, se trata de como investigar a natureza dessa velha consciência, se aproximar disso, e é pela compreensão de todo esse processo, o que requer a presença dessa visão sobre como nós funcionamos. É exatamente assim que nós empregamos aqui a palavra - apontando exatamente para isso - "Autoconhecimento". Compreender a natureza do próprio "eu", a natureza da mente, como processamos essa questão de pensamentos, sentimentos, emoções. O Despertar de sua Natureza Essencial, de sua Natureza Divina, requer uma aproximação de suas reações, daquilo que se passa com você, daquilo que é você nesse movimento, que é o movimento do pensamento, do sentimento, da emoção.

O nosso contato com este momento é um contato que tem, por princípio, a ideia de alguém dentro desse contato, fazendo escolhas, tendo ideias, avaliações, conceitos, opiniões, enquanto que, na verdade, o que está presente é apenas esse movimento, que é o movimento do pensamento. Ao se tornar ciente desse movimento, você pode ir além dele, e quando estamos além do próprio movimento do pensamento e dessas velhas reações que vêm do passado, desse fundo de memória, de lembranças, de recordações, temos presente esse Novo Estado, essa Visão Real da Vida como Ela é, sem o "eu". Portanto, não se trata de alcançar, se trata de constatar essa Realidade presente, aqui e agora, sem o passado, sem o pensamento! Isso é Realização, isso é Ciência de Deus, isso é Ciência do seu Ser, isso é Ciência da Vida. Assim, estamos diante de uma única Realidade: a Realidade de Deus é a Realidade da vida.

GC: Gratidão, Mestre, já deu nosso tempo. Gratidão aí por mais este videocast.

E, para você que está acompanhando o videocast até o final e deseja realmente viver essas verdades, fica o convite para participar dos encontros que o Mestre Gualberto proporciona. Aqui, no primeiro comentário, fixado, tem o link do WhatsApp para poder participar do grupo do WhatsApp sobre esses encontros. Nesses encontros, o Mestre Gualberto responde ao vivo às nossas perguntas, e muito mais do que isso: por o Mestre já viver nesse Estado Desperto de Consciência, a sua Presença é um campo de energia, e, nesses encontros, a gente acaba entrando de carona nesse campo de energia do Mestre. Isso é um facilitador incrível para a gente ter uma visão do que está além do entendimento intelectual.

Então, fica o convite. No primeiro comentário, tem o link do WhatsApp. Além disso, já dá um "like" no vídeo, se inscreve no canal. E, Mestre, mais uma vez gratidão pelo videocast.

Março de 2025
Gravatá-PE
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