terça-feira, 31 de dezembro de 2024

Ansiedade social: como controlar? Importância do Autoconhecimento. Como lidar com baixa autoestima?

Nós temos um modo de nos depararmos com a experiência – a experiência é aquilo que acontece aqui, nesse instante – que é bastante equivocada, e é isso que se traduz para cada um de nós, de imediato, a médio ou a longo prazo, como complicações. Quando chega, por exemplo, alguém e pergunta: “Como posso controlar a ansiedade? Eu tenho ansiedade social, como posso controlar isso?”

Notem, cada um de nós vai encontrar esse ou aquele estado ou quadro interno de desordem, de desconforto, de sofrimento. É só dar um pouquinho de atenção a si mesmo e você irá descobrir que isso está presente. E por que isso está presente em todos nós? Isso está presente em razão da psicológica condição em que nós nos encontramos; a condição psicológica da maioria de nós – para não dizer em todos nós.

Nós estamos propondo a você uma Liberdade que é possível para cada um de nós, e aqui particularmente não estamos compartilhando com você algo que é uma teoria. Estamos tocando com você num assunto que é possível termos, nesta vida, uma ciência direta a respeito de tudo isso.

É a falta de uma compreensão que nos coloca dentro dessa condição, que é a condição – e essa é a ressalva – da maioria das pessoas. Então, em algum nível psicológico, a maioria das pessoas está vivendo quadros internos de desordem, de conflito, de contradição, de problema, de sofrimento. É esse sofrimento psíquico presente no ser humano que está determinando o sofrimento humano presente na maioria das pessoas.

Aqui a nossa disposição é para a compreensão disso. Nós não temos uma compreensão direta disso em nós, não sabemos lidar com o problema. Nós, como seres humanos, estamos carregados de problemas, sobretudo problemas dessa ordem, desse tipo. Não é só a questão da ansiedade, depressão, angústia, a dor da solidão ou o ciúme, nós temos diversos outros quadros de infelicidade psicológica presentes nessa condição de sofrimento psíquico, e não sabemos lidar com isso. Não sabemos lidar com isso porque não temos uma aproximação verdadeira disso.

Como podemos ter uma real aproximação desses estados internos de desordem, conflituosos e aflitivos que trazemos? Vale aqui uma observação: observe que nesse contato com o outro, com o mundo, com a vida a nossa volta, a partir de modelos de pensamentos preestabelecidos em nós como modelos de crenças que temos, como formas de acreditar e desacreditar, de aceitar e rejeitar a vida como ela acontece, isso que tem nos colocado dentro desse contexto de existência ou de vida, nesse ou naquele quadro de sofrimento.

E nesse contato com o outro, nesse contato com a vida, essa desordem ou essa forma aflitiva de viver em nós está representando sofrimento. Não é só o nosso sofrimento, o meu sofrimento, é o sofrimento dele ou dela que convive comigo, com o mundo a minha volta. Então, não entramos em contato direto com o problema, não sabemos fazer isso.

Até vamos em busca de uma ajuda terapêutica, a psicoterapia pode ajudar. Mas no sentido de uma ajuda, a prática da meditação, como as pessoas praticam aí fora, também pode ajudar. O envolvimento com crenças religiosas, com orações e preces, também pode ajudar. Mas aqui com você nós estamos aprofundando essas questões, isso porque o nosso interesse aqui não é de receber ajuda, mas, sim, de termos uma visão direta, uma compreensão clara do problema.

Aproximar-se do problema e ter uma visão clara do que ele significa, como atua, como funciona, o que ele representa, nós nos colocamos, assim, dentro de uma nova postura diante dessa condição psicológica, diante de uma nova condição, que é de averiguação, de estudo de nós mesmos. E quando fazemos isso, nós podemos, sim, ter uma grande descoberta, a descoberta do fim para essa psicológica condição. Não se trata de uma ajuda, mas de uma solução de continuidade dessa velha e antiga condição.

Esse é o nosso empenho, esse é o nosso interesse aqui com você. Nós precisamos tomar ciência da verdade, daquilo que se passa conosco nesse instante, nesse momento. É aqui que temos a grande dificuldade, É aqui que nos deparamos com a verdadeira complicação para uma direta aproximação do problema, porque estamos sempre, a partir da ideia que o pensamento constrói sobre o problema, adiando isso, protelando isso.

Nós temos um pensamento sobre esses estados, e nós temos o próprio estado. Há uma diferença entre uma ideia, uma imagem, uma representação de pensamento sobre o estado e o próprio estado. Em geral, nós não confrontamos o estado, porque ficamos com ideias sobre ele, e quando vamos em busca de uma ajuda, não compreendemos como se processa o estado em nós mesmos.

Queremos que outros, alguma coisa ou alguma outra alternativa minore, diminua, arrefeça aquela dor, mas, em geral nunca entramos em contato direto com isso, porque estamos sempre, a partir do pensamento, tendo ideias do que fazer, de como se livrar, de como conseguir vencer, triunfar, controlar isso.

Então, se você vem e diz: “Olha eu tenho ansiedade social, como posso controlar isso?” Em geral, essa é a ideia, mas é de ideias que a mente funciona. Nós estamos vivendo com base em ideias, em crenças, em alternativas que o pensamento cria. Não estamos lidando com aquilo que está presente sendo isso que é, estamos com ideias sobre o que deveria ser. Então nós temos aquilo que está presente, não entramos em contato com isso, mas ficamos com ideias sobre o que fazer com isso: se livrar, vencer, superar, controlar.

Assim, nós passamos uma vida inteira envolvidos com estados internos lincados a esse movimento, que é o movimento dessa consciência egoica, que é a consciência do “eu”, sem nunca, de verdade, investigar a estrutura e a natureza desse próprio movimento, que é o movimento do pensamento, que está sempre protelando, adiando, tentando encontrar um jeito de se livrar da dor, que é um fato, que é o que é, a partir de uma ideia do que aquilo deveria ser.

Nós fomos educados para fugir, educados para escapar, para se livrar, para controlar. Nunca disseram para você que isso pode terminar. Tanto é assim que nós vencemos agora e depois a gente tem que vencer logo no momento seguinte, e depois num terceiro momento e num quarto momento, e passamos uma vida inteira vencendo, na realidade, sem vencer, porque a coisa continua voltando. Quando a ansiedade não é de uma dada coisa, é a ansiedade de uma outra coisa.

Então, não nos disseram que nós precisamos eliminar essa condição de continuidade do pensamento, da ideia, do ideal, do propósito e do objetivo de vencer, de se livrar, de superar, de controlar. Aqui estamos dizendo para você que essa psicológica condição, que está presente como um fato presente de dor, é algo, sim, que pode terminar quando temos uma direta compreensão do que isso representa. E essa compreensão só é possível quando eliminamos a ideia, o ideal sobre aquilo. Então nos aproximamos daquilo que está presente e ficamos com isso, olhamos isso de perto, sem a separação entre o que é e o que deveria ser.

Quando você coloca a ideia sobre o que é, há uma separação. Nós temos o que é e temos um pensamento, um conceito, uma crença, uma sugestão, uma ideia sobre isso. É assim que estamos protelando, adiando, é assim que estamos fugindo e escapando. Então nós não temos uma compreensão do problema, porque entre isso que é, entre a verdade do que é e essa ideia do que é, repare, há um intervalo para superar, para vencer, para se livrar. Esse intervalo é o intervalo do tempo.

Nós fomos, durante a vida inteira, educados a acreditar, confiar e se assegurar no tempo para realizar as coisas. Tudo na vida realizamos a partir do tempo. A gente sabe que tudo requer tempo, aprender uma língua requer tempo, fazer uma formação profissional requer tempo, construir uma casa requer tempo, se organizar para o casamento requer tempo, estudar uma dada coisa e aprender aquilo e se tornar especialista naquela dada área requer tempo. Tudo requer tempo, e porque tudo requer tempo, também acreditamos que não sofrer requer tempo.

Acreditamos que a felicidade requer tempo, a paz requer tempo, o amor requer tempo, a liberdade requer tempo, a verdade requer tempo, porque há toda essa ideia de encontrar a verdade, de encontrar a paz, encontrar a felicidade, encontrar o amor, e tudo isso está no tempo. A Realidade da Vida não está no tempo, e a Realidade da Vida comporta a Liberdade, o Amor, a Paz, a Felicidade e, naturalmente, comporta o fim do sofrimento.

O fim do sofrimento é agora, não se trata de encontrar isso, de obter isso, de realizar isso, mas isso requer que você elimine esse tempo, esse intervalo de tempo entre o que é e o que deveria ser. O problema conosco é que nós fomos educados a viver dentro desse modelo, acreditando um dia conseguir controlar, vencer. Tudo que você controla, tem que continuar controlando, para não sair do controle. Tudo que você vence, tem que continuar vencendo, se não chega um momento que você perde. Tudo que você obtém tem que segurar e sustentar, porque senão você um dia pode ver isso escapar de suas mãos.

Aqui, quando abordamos com você a questão do Despertar da Consciência, da Iluminação Espiritual, estamos falando com você a respeito de uma vida em plena Inteligência, onde está presente, naturalmente, a compreensão do que é, e essa compreensão do que é é a mente livre dessas condições psicológicas, onde há uma distorção de realidade, onde o sentido do “eu”, do ego está distorcendo a vida como ela é, tendo esperança, expectativa, desejos, objetivos e propósitos bem particulares, pessoais e egocêntricos, entrando em conflito com a vida como ela é e, naturalmente, sofrendo.

Isso explica essa condição de ansiedade social, mas, também, de angústia, de depressão, de medo. Podemos descobrir a vida em plena Liberdade, Beleza, Amor, agora? Isso requer a eliminação desse tempo psicológico. Então, essa noção em que nós fomos educados para viver, criados para se manter na vida assim, isso precisa desaparecer. Eu me refiro a essa condição onde “eu não sou, mas eu serei”, “eu não tenho, mas eu terei”. “Eu preciso de algo”, então há esse movimento de futuro para obter, para alcançar, para realizar. Isso nos coloca numa condição, naturalmente, de ansiedade, de alguma forma de medo, porque estamos vivendo dentro de uma postura, de uma posição de futuro psicológico.

São diversos os problemas presentes não resolvidos dentro dessa condição psicológica de ser alguém. Então, essa é a condição da maioria da humanidade. Agora, eu volto a dizer: praticamente todo ser humano, a não ser que ele tenha realizado a Verdade sobre ele, que é a Vida Divina, que é a Vida de Deus, que é a Verdade d’Aquilo que ele é em sua Natureza Verdadeira, a não ser que isso esteja claro, todos sofrem de medo, preocupações, problemas. Há sempre uma forma ou outra de sofrimento presente, e a solução para tudo isso está no fim do “eu”, no fim do ego.

Quando temos o fim desse tempo psicológico, temos o fim desse intervalo entre o que é e o que deveria ser, então temos a vida como ela se mostra, sem a presença desse sentido do “eu”, do “mim”, do ego e, portanto, dos problemas. Esse é o nosso assunto aqui com você. Para esse propósito, nós temos encontros online nos finais de semana. Sábado e domingo estamos juntos aprofundando esse assunto com você. Além disso, temos encontros presenciais e, também, retiros.

Agosto de 2024
Gravatá-PE
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