Aqui a nossa ênfase, dentro desses encontros é que você, ao se aproximar, tenha uma aproximação um tanto diferente da que, geralmente, a maioria das pessoas tem quando se aproximam para ouvir alguém, para ouvir sobre um determinado assunto.
Aqui a nossa ênfase é que você olhe para tudo que está sendo colocado aqui e investigue isso, se torne ciente disso, colocando sua mente e o seu coração para alcançar aquilo que está sendo colocado. Em geral, não é assim que fazemos, porque sempre entramos com uma parte de nós e não com essa Totalidade: ou nós entramos com o intelecto ou entramos com a emoção.
Nós temos uma forma de aproximação muito particular quando intelectualizamos aquilo que escutamos ou colocamos essa sensibilidade emocional para sermos tocados por aquilo que escutamos. Aqui uma aproximação verdadeira desse assunto é uma aproximação onde a mente, o coração e todo o nosso ser esteja envolvido nisso.
Eu quero tocar com você na importância, na beleza dessa ciência de Vida livre, inteligentemente vivida, onde não temos mais a presença do conflito, da desordem, da confusão e do sofrimento. Isso requer um novo cérebro, uma nova mente, um novo coração; isso requer uma visão da Vida em Sabedoria.
Há uma pergunta que alguns fazem, mas é tão difícil encontrarmos uma resposta, e aqui eu quero investigar essa pergunta. A pergunta é: “Como alcançar a Sabedoria?” Porque, sim, é na Vida sábia que não encontramos complicações. Mesmo quando surge um problema, nós podemos atender àquele problema de imediato, a ponto de que ele não fique raízes profundas dentro de nós mesmos, criando estados internos de sofrimento. Isso requer a presença da Sabedoria. E há uma forma de nos aproximarmos disso; essa forma está na ciência de aprender.
Quando você era criança, você foi levado para o colégio. Então você, pela primeira vez, se deparou com o ensino, com essa forma clássica de aprender. Nessa maneira comum de aprender as coisas, nós somos colocados diante daquela tarefa, daquele ensinamento, seja ele prático ou teórico. Essa é a forma de aprender que nós conhecemos. Então, de uma forma prática ou de uma forma teórica, ficamos expostos àquilo e termina que aprendemos, e esse aprender leva tempo.
Curiosamente, é uma qualidade de aprender que nós conhecemos, que estamos familiarizados com esse aprender, que parece que, por mais que saibamos, ainda não sabemos o suficiente. E há uma razão por detrás disso. Há uma separação entre essa qualidade de conhecimento que se aprende na vida, para lidar com assuntos triviais na vida, assim chamada, sabedoria humana. Na verdade, essa ideia de sabedoria humana é uma divisão que nós criamos entre a sabedoria humana e a Sabedoria Divina.
Eu quero abordar com você a Verdade do Florescer, do Despertar da Ciência da Verdade. É nesse sentido que nós usamos aqui a expressão Sabedoria. Me parece que essa é a forma mais real de lidarmos com essa expressão. Aqui se trata desta ciência da Vida. É natural que isso abarque a Totalidade da Vida, e não uma particular condição de vida, onde há um certo conhecimento que, por mais que aprendamos, teremos que continuar aprendendo, que é o que as pessoas chamam de sabedoria humana.
Qual será a Verdade do Florescer da Sabedoria? Dessa Sabedoria que abarca essa Totalidade da Vida; uma Vida livre, harmoniosa, íntegra, completa e feliz. É aqui que precisamos nos aproximar de uma outra forma de aprender, porque apenas essa outra forma de aprender pode nos mostrar essa Verdade.
Essa maneira usual de aprender acumulando informações, adquirindo conhecimento e vivendo experiências, isso nos dá uma formação e uma habilidade para lidar com assuntos técnicos na vida e, no entanto, não nos dá condições para lidarmos com a vida, porque a vida não consiste só de assuntos técnicos.
Você sabe dirigir um carro, você sabe pilotar um avião, você sabe resolver um problema matemático. Você conhece arquitetura, engenharia. Se você é um engenheiro, você sabe construir uma ponte ou desenhar um prédio, toda essa estrutura para a construção de um grande edifício. Mas esse conhecimento é o conhecimento que se aprende na razão do tempo. Assim, é um conhecimento atrelado à experiência, a essa forma de aprendizado em que você tem que estudar a base teórica. É assim que aprendemos física, matemática, química.
Então, nós conseguimos lidar com esses assuntos, em razão dessa visão, dessa, assim conhecida, inteligência humana, dessa habilidade, capacidade de atuar e aprender atuando, de crescer nesse movimento da ação, nesse nível de aprendizado. Tudo isso é muito razoável. Mas observe que essa qualidade de conhecimento, de experiência, é algo que sempre carrega essa limitação, há sempre o que aprender. Então, é uma qualidade de conhecimento que tem uma sombra que acompanha esse tipo de conhecimento: experiência, que é a ignorância. Você nunca sabe o suficiente, ou sempre tem o que aprender.
Aqui, quando tocamos com você na Verdade da Sabedoria, que se trata desta ciência da Vida, não estamos falando de um conhecimento fragmentado, como esse tipo de conhecimento que tratamos agora há pouco. Estamos apontando, sinalizando pra você uma qualidade de visão da vida que ultrapassa essa visão do conhecimento.
Observe que você pode ser um especialista, um técnico, um engenheiro, um matemático, um físico, um químico, você pode ser um cientistas, mas você não sabe lidar com os próprios pensamentos, com os próprios sentimentos, com as suas emoções. Se uma notícia chega a você, ela altera por completo esse estado interno em que você se encontra nesse momento. Se é uma notícia boa, você fica eufórico, entusiasmado, contente, mas se é uma notícia ruim, você fica descontente, triste, deprimido.
Então, algumas coisas nos alegram e outras coisas nos entristecem, algumas coisas nos animam e outras nos desanimam. Situações nos deixam entusiasmados, e outras nos deixam deprimidos. Notem que coisa interessante é essa estrutura psicológica humana presente em cada um de nós.
Não importa o grau de instrução que nós tenhamos. Aquele homem do campo que trabalha com a terra, que não pôde estudar, está tão vulnerável a estados psicológicos de ansiedade, preocupação, depressão, medo, angústia como o homem culto, letrado, ilustrado, que estudou bastante, que é um PhD, um cientista.
A nossa psicológica condição não tem sido compreendida. Nós não compreendemos a nós mesmos, nós não nos estudamos, assim, adquirimos uma visão particular, especializada, da vida, mas não temos a menor ciência de nossas reações, de como funcionamos internamente, psicologicamente. Nos falta a visão da Sabedoria. Então a pergunta é: “Como alcançar a Sabedoria?” E agora me parece que já está claro para você: Sabedoria não é algo que se alcança.
“Como alcançar a sabedoria?” Você pode alcançar o conhecimento, você pode alcançar o know how, a capacidade, a habilidade, a especialização, a formação intelectual, a graduação, a pós graduação. Tudo isso você pode alcançar, porque é algo que está no tempo, requer conhecimento, experiência, prática, habilidade, enquanto que a Verdade sobre a Sabedoria é que a Sabedoria só é possível na razão do Autoconhecimento.
Enquanto não houver a ciência da Verdade sobre quem você é, o que implica a compreensão de como você funciona e essa maestria de lidar com essas reações, e a base para isso é o Autoconhecimento, enquanto isso não ficar claro, não haverá Sabedoria, a Verdade da Sabedoria. A Verdade sobre a Sabedoria é que ela é o resultado da compreensão de nós mesmos. O fundamento em que se abaliza a ciência da Vida, da Totalidade da Vida, é o Autoconhecimento.
Lidar com o marido, lidar com a esposa, lidar com os filhos, lidar com a vida, lidar com pessoas, lidar consigo mesmo, livre desse psicológico peso de pensamento, sentimento e reações, que estão sempre vindo do passado para responder a esse momento de uma maneira tal que o sentido do “eu”, do ego, está sempre envolvido nisso. Enquanto isso não for liberado de cada um de nós, enquanto houver esse sentido do “eu”, do ego, aquilo que está presente é a ignorância, a ilusão.
Isso nos mostra que não conhecemos a Verdade sobre quem somos. Isso demonstra, de uma forma clara, o sentido de uma identidade que se separa da vida, que se separa do outro, que se separa de Deus. A Realidade Divina é a Verdade deste Ser, deste Real Ser, que está presente quando o ego não está, quando a ilusão não se mostra mais presente.
Então, aqui é para a investigação da natureza da Verdade sobre nós mesmos. Portanto, não se trata dessa divisão que intelectualmente temos feito entre sabedoria humana e Sabedoria Divina ou inteligência humana ou Inteligência Divina.
A Real Inteligência é a Inteligência Espiritual. Nesse sentido, nós temos usado aqui as expressões Sabedoria Divina e Inteligência Divina. Mas é importante que compreendamos que a única Real Inteligência é a Inteligência de Deus, a única Real Sabedoria é a Sabedoria de Deus, e essa Sabedoria Divina ou essa Inteligência Divina é a natureza do seu Ser. Nesse sentido, nós temos a Verdade da Sabedoria e temos a questão do conhecimento.
Conhecimento é algo que se aprende, enquanto que a Sabedoria é algo que floresce, é algo que desperta, em razão da compreensão do movimento dessa consciência, que é a consciência do “eu”, pelo Autoconhecimento. Então qual será a Verdade sobre o Autoconhecimento? A Verdade sobre o Autoconhecimento é que, quando há essa visão da Realidade do seu Ser, a ilusão dessa egoidentidade se desfaz, e isso é o fim da ignorância.
E quando a ignorância termina, esse conhecimento para lidar com assuntos da vida assume o lugar correto. O lugar correto desse conhecimento é para lidar com assuntos neste sonho de existência, e ele não pode lidar com a Totalidade da Vida. A visão que pode lidar com a Totalidade da Vida é a Sabedoria, e a visão da Sabedoria é a compreensão da Não separação, da Não dualidade, da Verdade de que há Algo presente e esse Algo é a ciência de Deus, e você nasceu para realizar Isso, você nasceu para a Sabedoria. Essa Sabedoria é a visão da Não separação.
A Realidade Divina é a Realidade do seu Ser, e essa Realidade é a Advaita. A expressão Advaita significa a Não dualidade, isso é direto dos Vedas. Uma visão real da Vida é a visão do fim da ilusão da separação e, portanto, é o fim da ignorância. Se aproximar de si mesmo é se aproximar dessa compreensão. Então é quando a Realidade de Deus, é quando a Realidade Divina, é quando a Sabedoria de Deus se revela. É isso que nós chamamos aqui de o Despertar da Inteligência Divina ou Inteligência Espiritual.
A Real Inteligência, a Verdadeira Inteligência é essa Inteligência de Ser. Tudo isso está dentro desse Despertar Espiritual ou Iluminação Espiritual. Aqui, aos sábados e domingos, estamos juntos com você, aprofundando esse assunto. São encontros online, de dois dias, onde estamos juntos trabalhando isso. Além disso, temos encontros presenciais e, também, retiros.