quinta-feira, 14 de novembro de 2024

Como alcançar a Sabedoria? Sabedoria humana. Sabedoria na prática. Sobre Autoconhecimento. Advaita.

Aqui a nossa ênfase, dentro desses encontros é que você, ao se aproximar, tenha uma aproximação um tanto diferente da que, geralmente, a maioria das pessoas tem quando se aproximam para ouvir alguém, para ouvir sobre um determinado assunto.

Aqui a nossa ênfase é que você olhe para tudo que está sendo colocado aqui e investigue isso, se torne ciente disso, colocando sua mente e o seu coração para alcançar aquilo que está sendo colocado. Em geral, não é assim que fazemos, porque sempre entramos com uma parte de nós e não com essa Totalidade: ou nós entramos com o intelecto ou entramos com a emoção.

Nós temos uma forma de aproximação muito particular quando intelectualizamos aquilo que escutamos ou colocamos essa sensibilidade emocional para sermos tocados por aquilo que escutamos. Aqui uma aproximação verdadeira desse assunto é uma aproximação onde a mente, o coração e todo o nosso ser esteja envolvido nisso.

Eu quero tocar com você na importância, na beleza dessa ciência de Vida livre, inteligentemente vivida, onde não temos mais a presença do conflito, da desordem, da confusão e do sofrimento. Isso requer um novo cérebro, uma nova mente, um novo coração; isso requer uma visão da Vida em Sabedoria.

Há uma pergunta que alguns fazem, mas é tão difícil encontrarmos uma resposta, e aqui eu quero investigar essa pergunta. A pergunta é: “Como alcançar a Sabedoria?” Porque, sim, é na Vida sábia que não encontramos complicações. Mesmo quando surge um problema, nós podemos atender àquele problema de imediato, a ponto de que ele não fique raízes profundas dentro de nós mesmos, criando estados internos de sofrimento. Isso requer a presença da Sabedoria. E há uma forma de nos aproximarmos disso; essa forma está na ciência de aprender.

Quando você era criança, você foi levado para o colégio. Então você, pela primeira vez, se deparou com o ensino, com essa forma clássica de aprender. Nessa maneira comum de aprender as coisas, nós somos colocados diante daquela tarefa, daquele ensinamento, seja ele prático ou teórico. Essa é a forma de aprender que nós conhecemos. Então, de uma forma prática ou de uma forma teórica, ficamos expostos àquilo e termina que aprendemos, e esse aprender leva tempo.

Curiosamente, é uma qualidade de aprender que nós conhecemos, que estamos familiarizados com esse aprender, que parece que, por mais que saibamos, ainda não sabemos o suficiente. E há uma razão por detrás disso. Há uma separação entre essa qualidade de conhecimento que se aprende na vida, para lidar com assuntos triviais na vida, assim chamada, sabedoria humana. Na verdade, essa ideia de sabedoria humana é uma divisão que nós criamos entre a sabedoria humana e a Sabedoria Divina.

Eu quero abordar com você a Verdade do Florescer, do Despertar da Ciência da Verdade. É nesse sentido que nós usamos aqui a expressão Sabedoria. Me parece que essa é a forma mais real de lidarmos com essa expressão. Aqui se trata desta ciência da Vida. É natural que isso abarque a Totalidade da Vida, e não uma particular condição de vida, onde há um certo conhecimento que, por mais que aprendamos, teremos que continuar aprendendo, que é o que as pessoas chamam de sabedoria humana.

Qual será a Verdade do Florescer da Sabedoria? Dessa Sabedoria que abarca essa Totalidade da Vida; uma Vida livre, harmoniosa, íntegra, completa e feliz. É aqui que precisamos nos aproximar de uma outra forma de aprender, porque apenas essa outra forma de aprender pode nos mostrar essa Verdade.

Essa maneira usual de aprender acumulando informações, adquirindo conhecimento e vivendo experiências, isso nos dá uma formação e uma habilidade para lidar com assuntos técnicos na vida e, no entanto, não nos dá condições para lidarmos com a vida, porque a vida não consiste só de assuntos técnicos.

Você sabe dirigir um carro, você sabe pilotar um avião, você sabe resolver um problema matemático. Você conhece arquitetura, engenharia. Se você é um engenheiro, você sabe construir uma ponte ou desenhar um prédio, toda essa estrutura para a construção de um grande edifício. Mas esse conhecimento é o conhecimento que se aprende na razão do tempo. Assim, é um conhecimento atrelado à experiência, a essa forma de aprendizado em que você tem que estudar a base teórica. É assim que aprendemos física, matemática, química.

Então, nós conseguimos lidar com esses assuntos, em razão dessa visão, dessa, assim conhecida, inteligência humana, dessa habilidade, capacidade de atuar e aprender atuando, de crescer nesse movimento da ação, nesse nível de aprendizado. Tudo isso é muito razoável. Mas observe que essa qualidade de conhecimento, de experiência, é algo que sempre carrega essa limitação, há sempre o que aprender. Então, é uma qualidade de conhecimento que tem uma sombra que acompanha esse tipo de conhecimento: experiência, que é a ignorância. Você nunca sabe o suficiente, ou sempre tem o que aprender.

Aqui, quando tocamos com você na Verdade da Sabedoria, que se trata desta ciência da Vida, não estamos falando de um conhecimento fragmentado, como esse tipo de conhecimento que tratamos agora há pouco. Estamos apontando, sinalizando pra você uma qualidade de visão da vida que ultrapassa essa visão do conhecimento.

Observe que você pode ser um especialista, um técnico, um engenheiro, um matemático, um físico, um químico, você pode ser um cientistas, mas você não sabe lidar com os próprios pensamentos, com os próprios sentimentos, com as suas emoções. Se uma notícia chega a você, ela altera por completo esse estado interno em que você se encontra nesse momento. Se é uma notícia boa, você fica eufórico, entusiasmado, contente, mas se é uma notícia ruim, você fica descontente, triste, deprimido.

Então, algumas coisas nos alegram e outras coisas nos entristecem, algumas coisas nos animam e outras nos desanimam. Situações nos deixam entusiasmados, e outras nos deixam deprimidos. Notem que coisa interessante é essa estrutura psicológica humana presente em cada um de nós.

Não importa o grau de instrução que nós tenhamos. Aquele homem do campo que trabalha com a terra, que não pôde estudar, está tão vulnerável a estados psicológicos de ansiedade, preocupação, depressão, medo, angústia como o homem culto, letrado, ilustrado, que estudou bastante, que é um PhD, um cientista.

A nossa psicológica condição não tem sido compreendida. Nós não compreendemos a nós mesmos, nós não nos estudamos, assim, adquirimos uma visão particular, especializada, da vida, mas não temos a menor ciência de nossas reações, de como funcionamos internamente, psicologicamente. Nos falta a visão da Sabedoria. Então a pergunta é: “Como alcançar a Sabedoria?” E agora me parece que já está claro para você: Sabedoria não é algo que se alcança.

“Como alcançar a sabedoria?” Você pode alcançar o conhecimento, você pode alcançar o know how, a capacidade, a habilidade, a especialização, a formação intelectual, a graduação, a pós graduação. Tudo isso você pode alcançar, porque é algo que está no tempo, requer conhecimento, experiência, prática, habilidade, enquanto que a Verdade sobre a Sabedoria é que a Sabedoria só é possível na razão do Autoconhecimento.

Enquanto não houver a ciência da Verdade sobre quem você é, o que implica a compreensão de como você funciona e essa maestria de lidar com essas reações, e a base para isso é o Autoconhecimento, enquanto isso não ficar claro, não haverá Sabedoria, a Verdade da Sabedoria. A Verdade sobre a Sabedoria é que ela é o resultado da compreensão de nós mesmos. O fundamento em que se abaliza a ciência da Vida, da Totalidade da Vida, é o Autoconhecimento.

Lidar com o marido, lidar com a esposa, lidar com os filhos, lidar com a vida, lidar com pessoas, lidar consigo mesmo, livre desse psicológico peso de pensamento, sentimento e reações, que estão sempre vindo do passado para responder a esse momento de uma maneira tal que o sentido do “eu”, do ego, está sempre envolvido nisso. Enquanto isso não for liberado de cada um de nós, enquanto houver esse sentido do “eu”, do ego, aquilo que está presente é a ignorância, a ilusão.

Isso nos mostra que não conhecemos a Verdade sobre quem somos. Isso demonstra, de uma forma clara, o sentido de uma identidade que se separa da vida, que se separa do outro, que se separa de Deus. A Realidade Divina é a Verdade deste Ser, deste Real Ser, que está presente quando o ego não está, quando a ilusão não se mostra mais presente.

Então, aqui é para a investigação da natureza da Verdade sobre nós mesmos. Portanto, não se trata dessa divisão que intelectualmente temos feito entre sabedoria humana e Sabedoria Divina ou inteligência humana ou Inteligência Divina.

A Real Inteligência é a Inteligência Espiritual. Nesse sentido, nós temos usado aqui as expressões Sabedoria Divina e Inteligência Divina. Mas é importante que compreendamos que a única Real Inteligência é a Inteligência de Deus, a única Real Sabedoria é a Sabedoria de Deus, e essa Sabedoria Divina ou essa Inteligência Divina é a natureza do seu Ser. Nesse sentido, nós temos a Verdade da Sabedoria e temos a questão do conhecimento.

Conhecimento é algo que se aprende, enquanto que a Sabedoria é algo que floresce, é algo que desperta, em razão da compreensão do movimento dessa consciência, que é a consciência do “eu”, pelo Autoconhecimento. Então qual será a Verdade sobre o Autoconhecimento? A Verdade sobre o Autoconhecimento é que, quando há essa visão da Realidade do seu Ser, a ilusão dessa egoidentidade se desfaz, e isso é o fim da ignorância.

E quando a ignorância termina, esse conhecimento para lidar com assuntos da vida assume o lugar correto. O lugar correto desse conhecimento é para lidar com assuntos neste sonho de existência, e ele não pode lidar com a Totalidade da Vida. A visão que pode lidar com a Totalidade da Vida é a Sabedoria, e a visão da Sabedoria é a compreensão da Não separação, da Não dualidade, da Verdade de que há Algo presente e esse Algo é a ciência de Deus, e você nasceu para realizar Isso, você nasceu para a Sabedoria. Essa Sabedoria é a visão da Não separação.

A Realidade Divina é a Realidade do seu Ser, e essa Realidade é a Advaita. A expressão Advaita significa a Não dualidade, isso é direto dos Vedas. Uma visão real da Vida é a visão do fim da ilusão da separação e, portanto, é o fim da ignorância. Se aproximar de si mesmo é se aproximar dessa compreensão. Então é quando a Realidade de Deus, é quando a Realidade Divina, é quando a Sabedoria de Deus se revela. É isso que nós chamamos aqui de o Despertar da Inteligência Divina ou Inteligência Espiritual.

A Real Inteligência, a Verdadeira Inteligência é essa Inteligência de Ser. Tudo isso está dentro desse Despertar Espiritual ou Iluminação Espiritual. Aqui, aos sábados e domingos, estamos juntos com você, aprofundando esse assunto. São encontros online, de dois dias, onde estamos juntos trabalhando isso. Além disso, temos encontros presenciais e, também, retiros.

Setembro de 2024
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terça-feira, 12 de novembro de 2024

Imersão Autoconhecimento | Tempo psicológico | Como lidar com ciúme e insegurança nas relações?

Aqui existe uma coisa: nós estamos convidando você para o Despertar da Sabedoria. Esse Despertar requer a presença de uma compreensão direta de como você funciona. É por isso que se tem um assunto aqui que estamos sempre voltando a ele é o assunto da beleza dessa imersão no Autoconhecimento.

Sem uma visão da Verdade sobre você, sem a importância do Autoconhecimento na sua vida, essa sua particular vida continuará sendo a vida de alguém presente na vida, no viver, na experiência. Observe que tudo ocorre na vida com experiências. São experiências acontecendo.

A grande verdade sobre as experiências nós não conhecemos, nós nunca investigamos. Qual será a verdade das experiências? Uma vez que tudo que ocorre na vida é guardado dessa forma, no formato de uma experiência.

Quando você está diante de uma dada situação, essa situação é um acontecimento. Ao passar por essa situação, a representação disso pelo qual você passou é agora para você uma experiência. Assim, a nossa vida está o tempo todo, constantemente, acontecendo e sendo transformada para cada um de nós em uma lembrança nesse formato.

Nossas experiências não são outra coisa a não ser aquilo que ocorre, que acontece, e nós guardamos, memorizamos, e aquilo passa a fazer parte desse conhecimento de experiência que temos. Então, é isso que dá formação a todo o conhecimento que nós trazemos.

Os acontecimentos são acontecimentos que em nós representam experiências guardadas e, portanto, conhecimentos adquiridos. Então, com esses conhecimentos, de novo nos colocamos em novas situações, ou passamos por novas situações, e essas situações se transformam em novas experiências e em novos conhecimentos. Isso dá formação ao “eu”, isso dá formação ao “mim”, a essa pessoa, a esse sentido de ser alguém. Esse sentido de ser alguém é aquilo que é conhecido como o ego, a “pessoa”, esse “mim”.

Aqui nós estamos com você explorando a questão do “eu”, investigando a estrutura e a natureza do “eu”. Assim, nos deparamos com algo fundamental, com uma descoberta que pode se mostrar como a revelação de que esse sentido do “eu” – que é o resultado desses acontecimentos que se transformam em experiências guardadas em nós e, portanto, em conhecimentos adquiridos por cada um de nós – é apenas uma forma de darmos continuidade a esse modelo psicológico em que nós hoje nos encontramos. Esse sentido do “eu” é esse modelo psicológico.

Aqui estamos lhe desafiando a ter uma compreensão direta da Verdade de que esse modelo psicológico é um condicionamento de memória. Isso não é a Realidade sobre você; é a verdade que você expressa dentro das relações.

Assim, o seu contato com pessoas, entre pessoas, nessa “pessoa” que você é, essa verdade é a verdade de um conjunto de memórias, de lembranças. São essas recordações de experiências e conhecimentos passados que estão o tempo inteiro interferindo nesse momento dentro das relações, dando base a essas relações, uma vez que isso é algo que provém do passado, é o resultado de experiências e conhecimentos adquiridos, num contato com o momento presente, dentro de uma relação.

E aqui é importante que compreendamos isso. A vida não é algo que ocorre no tempo. Percebam a importância desta compreensão. Esse instante não é um instante no tempo. Essa noção de tempo que nós temos, de passado, presente e futuro, é uma noção criada pelo pensamento. Não existe tal coisa como o tempo. A verdade desse instante é que Algo está presente, mas que não está dentro desse tempo, como o pensamento em nós formula essa crença.

O pensamento em nós formula a ideia, o pensamento, o conceito, uma formulação de passado, presente e futuro. E de que forma o pensamento cria essa formulação? Tudo o que pode ser lembrado é o passado, tudo o que pode ser imaginado é o futuro, e essa noção de presente, nessa formulação do pensamento, é aquilo que se coloca entre o passado e o futuro. Sua noção de tempo é uma noção que se baseia no pensamento.

A vida não é algo que está acontecendo no tempo, é algo que está nesse momento se revelando como algo fora dessa formulação do pensamento, chamada tempo. Esse tempo é o tempo que o pensamento idealiza, que está na ideia, no modelo do pensamento.

A vida é algo nesse instante se revelando, e estamos atendendo a vida nesse momento de uma forma tal que o passado, que são essas experiências, que é a memória, que é o conhecimento, tem dado formação a alguém presente aqui. Esse alguém é o “eu”.

Esse elemento é só o resultado da experiência do conhecimento passado, e ele está se confrontando com o momento presente, se aproximando desse instante, daquilo que aqui está. Nós chamamos de momento presente. É o momento desse instante, que transcende ou está além desse, assim chamado, presente e, também, passado e futuro.

O nosso contato com esse momento, uma vez que esse contato representa esse elemento que vem do passado, é um contato de separação, de desordem, de conflito, porque se estabelece uma interpretação desse momento, uma avaliação desse momento, um julgamento desse momento com base no passado. Enquanto que, na realidade, esse momento representa algo novo, e nós estamos trazendo esse elemento do passado.

Reparem a importância de se estudar, de se compreender, de se ver, de poder perceber em si mesmo esse movimento que vem do passado, que está dando origem a esta identidade, que é o “eu”. Assim, o “eu” está em contato com o momento estabelecendo uma particular visão de mundo, de experiência, de conhecimento, algo que vem do passado. Colocando de uma forma muito direta isso: por que temos problemas na vida? E onde se situa, exatamente, esse problema que temos na vida?

Observe que o único problema que temos na vida é o problema das relações; é a nossa relação, seja ela com nós mesmos, seja ela com o outro, seja ela com a vida, mas esse elemento está sempre presente. A vida é algo que está acontecendo aqui, nesse instante, mas trazemos para a vida esse elemento, que é o “eu”, que é o resultado de experiência e conhecimento.

Então, repassando rapidamente isso aqui para você: quando ocorre o acontecimento, isso se transforma numa experiência; essa experiência é o conhecimento, e esse conhecimento, experiência, acontecimento está dando forma a esse “eu”.

Veja, essa é uma colocação verbal a respeito disso. É necessário que você se aproxime de si mesmo e perceba a verdade disso, não mais de forma verbal, intelectual. Veja como foi simples colocar isso em palavras. De uma forma muito rápida, isso foi colocado aqui em poucos minutos, mas a compreensão real disso consiste em um trabalho para o descarte desse “eu”, desse ego, desse elemento que vem do passado: é o trabalho de uma vida.

A base para esse trabalho é o Autoconhecimento. Estudar suas reações, compreender como você funciona dentro desse contato com a vida. E acabamos de ver isso agora: esse contato com a vida é o contato das relações. Ou você está numa relação com você mesmo, com o outro, ou com acontecimentos, situações, eventos, ocorrências, e esse contato é um contato de relação, e nesse contato de relação está presente esse “eu” com esse fundo de experiência e conhecimento.

Podemos descobrir a vida na Verdade do que ela é? Ou seja, a vida sem esse elemento que vem do passado e que se mostra aqui. Reparem, isso ocorre o tempo todo. A todo o momento você como pessoa está em uma reação nessa relação. A vida é algo agora, aqui acontecendo. Será possível só esse instante e nele um experimentar sem esse elemento que vem do passado com sua experiência e o seu conhecimento?

Então o seu contato com ele ou ela, com esta ou aquela situação, com este ou aquele acontecimento nesse instante, não irá se transformar em uma experiência e, portanto, em um novo conhecimento. Essa qualidade de ação na vida é a real ação da relação, livre do “eu”, livre do ego. Se, na vida, o que precisamos é Amor, Paz, Liberdade, Felicidade em nossas relações, em nosso contato com isso que aqui se apresenta, que é a vida em seu misterioso movimento, nós precisamos estar livres do “eu”, livres do ego, livres desse “mim”.

Aqui estamos com você lhe mostrando que podemos, sim, descobrir a vida agora, aqui, nessa relação, sem a presença desse elemento que vem do passado. Como temos dado origem a esse elemento? Como é que isso tem se mantido? Dentro da história humana, a condição de ser alguém é exatamente assim.

Ao passar por situações, transformamos aquilo em uma memória, guardamos e aquilo se transforma numa experiência. Com base nessa experiência, nessa memória, nesse conhecimento, estamos constantemente nos relacionando com o outro, nos relacionando com as situações, tendo uma relação com nós mesmos. Mas o que é esse “mim”? O que é esse “eu”? O passado.

Há uma Beleza na vida: é a própria Vida quando ela se Revela, sem o sentido de alguém presente. Assim, os diversos problemas que temos na vida são problemas de relações, em razão da presença do passado. Esse encontro com a Beleza da Vida, da Real Vida – que não é esta vida que consiste nesse movimento, onde há esta separação entre esse momento presente e esse elemento que vem do passado – consiste na ciência de que a Vida está presente e esse elemento não precisa estar aqui.

Todos os problemas humanos que temos giram em torno de como a mente em nós funciona, se estabelecendo nesse modelo, e a cada instante isso se mostrando de novo e de novo e de novo. Isso sustenta essa identidade, que é a identidade do “eu”, e sustenta essa noção de tempo. Me refiro a esse tempo psicológico, onde está estabelecida a ilusão de uma identidade presente, que é o ego.

Reparem, aqui em nenhum momento eu disse que o tempo não é real. Para fins objetivos e práticos, nós temos esse tempo desse sonho dessa, assim chamada, vida humana. Tivemos o ontem do calendário e teremos o amanhã, isso está no calendário. Esse é o tempo cronológico, é o tempo do relógio. Aqui eu me refiro a esse tempo que dá sustentação a essa identidade, que é a ilusória identidade do “eu”.

Quando as pessoas têm problemas, e aqui eu vou citar apenas um, como lidar com a insegurança nas relações, elas não sabem o que fazer com esses problemas, e elas buscam ajuda desta ou daquela outra forma, e não compreendem que a base do problema é o “eu”, é o ego. O Despertar de sua Natureza Real é o fim dessa condição, porque é o fim desse modelo de ser alguém, de viver nesse tempo psicológico, nesse modelo de experiência e conhecimento.

“Como lidar com a insegurança? Como lidar com o ciúme e a insegurança?” Esse é só um dos problemas que o ser humano tem. O ciúme, a insegurança, o problema que surge dentro das relações. Tudo isso tem origem, tem base nessa condição psicológica de tempo onde o sentido do “eu” está estabelecido.

Assim, os diversos problemas humanos, como ansiedade, depressão, medo, inveja, apego, nós não temos a Verdade do Amor presente, porque nos falta essa ciência, que é a ciência de Ser, a ciência da Verdade sobre nós mesmos, sobre esta Realidade que está além do “eu”. Quando ela se revela, há esta Verdade da Vida nesse instante, nesse momento. Então aquilo que temos nesse momento é a Realidade do seu Ser, é a Realidade de Deus, é a Realidade da Vida. Isso se Revela quando há o fim para essa psicológica condição de identidade egoica.

O Despertar Espiritual, a Iluminação Espiritual ou a Ciência de Deus é a ciência do seu Ser quando essa ilusão termina, quando esse modelo do “eu” se desfaz. Aqui, e também em encontros online aos sábados e domingos, estamos juntos investigando isso com você, trabalhando com você o fim para esse tempo psicológico, para essa ilusão de uma identidade que se sustenta na experiência, no conhecimento, com base na memória.

Uma vida livre do sentido do “eu” é uma vida possível aqui e agora, onde o pensamento tem o seu lugar, onde o conhecimento tem o seu lugar e a experiência também tem o seu lugar, mas apenas de uma forma prática e objetiva para assuntos de ordem natural dentro deste sonho de existência. Isso não continua sustentando mais esse sentido psicológico de egoidentidade.

Agosto de 2024
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quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Como lidar com a insegurança no relacionamento? | Imersão Autoconhecimento | Atma Vichara Ramana

A pergunta é: como lidar com a insegurança no relacionamento? É na relação que você tem com você mesmo, é na relação que você tem com o outro, é na relação que você tem com situações que ocorrem, é com os momentos que a vida apresenta que temos o problema. Os diversos problemas estão presentes dentro dessas relações.

A vida humana consiste, nesse formato psicológico de ser como nós conhecemos, de problemas. Não conseguimos romper com isso. Não há como romper com isso, sem rompermos com esse elemento que vem do passado. A vida aqui, nesse instante, o contato com pessoas nesse instante, com situações agora, com ocorrências, eventos e acontecimentos surgindo, não se constitui de problemas. Nada disso é, de fato, um problema.

O problema surge quando esse elemento, que se vê separado daquilo que está presente aqui, nesse instante, aparece. Esse elemento vem do passado. Então, nós temos que investigar a natureza do “eu”, desse “mim”, dessa pessoa que nós somos, porque é essa pessoa que vem do passado. O seu nome é algo que vem do passado, a sua história é algo que vem do passado, suas lembranças e memórias vêm do passado.

Assim sendo, o seu contato com a esposa, o seu contato com ele ou ela, com o marido, com o filho ou com alguém é um contato onde o conflito está presente, e ele está presente porque você como pessoa, o que você traz para esse momento nesse contato, é o passado, é a lembrança dele ou dela. Você nunca está num contato real com aquilo que está presente aqui, nesse instante. O seu contato é a partir de um olhar, de uma perspectiva, de uma visão, que vem do passado.

Assim, há uma cortina entre esse momento presente, o que está aqui, e você, uma vez que, como pessoa, como alguém, você é esse elemento que não é outra coisa a não ser um conjunto de memórias, recordações, lembranças e imagens de ocorrências, situações, acontecimentos, e outras relações que você já teve com ele ou ela.

A memória que você tem lhe dá a identidade que você é: é simples. O nome é a memória, a história é a memória, as situações desagradáveis com ela ou ele são a memória, as situações também de prazer com ele ou ela são a memória. Tudo é memória. A pessoa é a memória. Você não tem nada a dizer sobre você sem o passado, que você é, que você representa.

Aqui estamos dizendo para você que há sim uma Vida Real, livre do passado. E essa Vida Real não consiste desse você como você se vê, como os outros te veem, porque eles também estão olhando pra você com base no passado que você representa pra eles, que você representou para eles. Assim como você os vê, eles também estão te vendo.

A beleza desse encontro aqui é descobrir que, nesse momento, é possível nós termos um contato direto com a Verdade sobre nós mesmos. Esse encontro é aquilo que eu tenho chamado de imersão no Autoconhecimento. Me parece que todas as nossas falas aqui giram em torno exatamente dessa visão clara da Revelação do que somos, aqui e agora. Isso requer a eliminação desse formato de passado, que o “eu” representa, que a pessoa representa, que esse “mim” representa.

Como lidar com as diversas situações que surgem na vida? Isso é algo impossível: lidar com tudo que surge sem conflito, sem contradição, sem sofrimento quando não há a visão da Verdade de como você funciona, de como você estabelece essas relações que acabamos de colocar aqui pra você. Elas são estabelecidas com base no passado.

Então, é impossível uma vida de relação sem conflito, sem contradição, sem problema, sem sofrimento, enquanto estiver presente essa entidade, essa suposta real identidade. Não há nada de real nessa identidade, a não ser essa realidade que o pensamento tem construído, tem estabelecido, com base na memória, com base no passado.

Um olhar direto para todo esse movimento interno, um olhar direto para todo esse movimento do “eu”, para todo esse movimento do ego, é o fim dessa ilusão, é o fim dessa psicológica condição de relação ou relacionamento. Nossa relação é com situações, acontecimentos, objetos. Você está numa relação com o seu carro, com a sua casa, com o seu telefone celular: isso é relação.

Em geral, não temos problema com esse nível de relação, embora mesmo aqui, psicologicamente, esse sentido do “eu”, do ego, está sempre criando algum nível também de desconforto ou conflito, mesmo numa relação com objetos. Mas é muito mais comum o problema surgir na relação com situações e com pessoas. E essa relação com pessoas é o que nós chamamos de relacionamento.

Observe que um percentual muito grande de problemas em nossas vidas está presente dentro exatamente dessas relações entre pessoas, que são os nossos relacionamentos. Descobrir a Verdade sobre si mesmo é ir além dessa psicológica condição, que é prisioneira do modelo do pensamento. E por que é que esse problema está presente aqui, nesse relacionamento? Porque esse relacionamento é um relacionamento que se assentou na base do pensamento.

O pensamento que eu tenho sobre você e o pensamento que você tem sobre mim são conclusões mentais, são idéias, são crenças. Em alguns momentos, eu gosto de você, em outros, eu não gosto de você. Em outros, fico à vontade; em outros momentos, me sinto intimidado, ou apavorado, ou com medo. Em outros, eu fico apaixonado, atraído, seduzido.

Então reparem, todos esses estados em que o ser humano se encontra são estados que estão variando. São estados internos, de ordem emocional, sentimental, que estão variando em razão do pensamento do momento e da pessoa específica com a qual você trata; você sente isso dela, dessa ou daquela outra pessoa, e aquela ou a outra pessoa, sentem isso de você.

Nossas relações, assentadas no pensamento, são conflituosas, problemáticas, desordeiras, contraditórias. Vivemos em estados internos que estão variando em razão da sensação que o pensamento produz, seja um sentimento, uma emoção, uma apreensão, ou qualquer estado que esteja presente em razão da sensação que se faz presente.

Aqui nós temos a presença da conclusão mental, da certeza que o pensamento nos traz, que o pensamento nos dá: uma conclusão. Reparem, é só uma conclusão, uma absoluta certeza. Veja, uma absoluta certeza temporária, porque no momento em que eu aprecio você, o pensamento me diz que isso será para sempre.

Essa questão do amor presente, que sentimos pelas pessoas. Repare, vamos investigar isso. O que é esse amor que sinto por alguém? Primeiro: quem é esse alguém que sou “eu”, que sente o que sente, especificamente, por quem sente? E por que sente isso com aquela pessoa e não por uma outra pessoa? Isso tem algo a ver com ele ou ela ou tem a ver com o modelo psicológico de pensamento que está presente aqui, nesse “mim”, nesse “eu"? Observe que nada disso nós investigamos.

Quando uma emoção, sentimento, sensação está presente, não percebemos que o que há por trás disso é um modelo de pensamento. E todo pensamento em você é algo presente em razão do passado, é só uma experiência registrada dentro de você nesse formato de pensamento, sensação, sentimento e emoção.

Algumas experiências, que são lembranças em você, já lhe deram prazer, já lhe preencheram psicologicamente em algum momento. Isso está reservado, guardado, é parte dessa memória desse “mim”, desse “eu", daquilo que, hoje, é você, e nesse encontro com ele ou ela, isso de novo aparece, o que não é outra coisa a não ser uma memória, um pensamento com uma sensação, sentimento ou emoção de prazer nesse contato.

Observe que é isso que nós chamamos de amor, de estar amando, de estar apaixonado. Evidente que não temos qualquer ciência de nada disso a nível consciente. Aqui se trata de uma memória ou lembrança em um nível profundo, oculto, reservado, algo a nível inconsciente que está, agora, aparecendo.

Assim, é importante que compreendamos isso. Os nossos sentimentos, emoções, sensações e percepções desse momento têm por princípio esse fundo do qual não temos consciência. Então, esse fundo inconsciente se revela nesse ou naquele formato. Se é no formato de prazer, preenchimento e satisfação, nós chamamos de amor, no contato com ele ou ela. Mas tudo isso está o tempo inteiro mudando. Quando as situações mudam, as circunstâncias mudam, novas situações acontecem, esse pensamento, sentimento, sensação e percepção também altera.

Assim, não compreendemos a Verdade sobre nós mesmos, e queremos descobrir o que é lidar com a insegurança no relacionamento. Reparem, isso requer a presença da visão da Verdade sobre você. Ramana Maharshi, o sábio lá da montanha de Arunachala, a todos que se aproximavam dele com problemas, a única recomendação era que ele ou ela se tornasse ciente desse próprio “eu", porque é nesse “eu" que está todo o problema.

Ramana chamava de Atma Vichara. Então, Atma Vichara, de Ramana Maharshi, é a aproximação desse olhar para esse movimento interno. Uma vez que você se torna ciente desse próprio movimento interno, que é o movimento do “eu”, você tem uma visão da Verdade sobre você. Então aqui a pergunta é: quem sou eu?

Enquanto não ficar claro para você que é exatamente esse movimento psicológico dessa egoidentidade presente, se processando, ocorrendo de uma forma completamente mecânica, inconsciente, enquanto isso se sustentar, a ilusão estará presente e o problema estará presente. Assim, a ilusão estará presente, a ignorância estará presente, o sofrimento estará presente.

A Verdade da Revelação d'Aquilo que é Você é a compreensão do movimento do “eu”, do movimento do ego, então ele cessa, ele termina. Esse sentido do “eu”, do ego, desse “mim”, a ilusão dessa identidade que se vê separada e à parte da Vida, separada do outro, separada de Deus, é essa identidade que se sustenta com problemas, em razão desse modelo de separação.

Qual é a verdade d’Aquilo que é Você? Ter uma aproximação de si mesmo é ter a ciência da Revelação da Verdade Divina. Então, Atma Vichara é a aproximação direta da Revelação do Autoconhecimento. E quando isso está presente, Algo novo surge. Isso é o fim dessa velha condição de identidade egoica e, portanto, de problema presente na vida.

É isso que estamos trabalhando aqui com você. Aos sábados e domingos estamos juntos investigando esse assunto, aprofundando isso em encontros online – e também temos encontros presenciais e retiros. Há algo que se faz necessário para as nossas vidas nesse momento: é o Despertar desse Natural Estado Estado de Ser, onde o sentido do “eu” não está mais presente.

Agosto de 2024
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terça-feira, 5 de novembro de 2024

Atma Vichara Ramana Maharshi. Como alcançar a paz interior? Inteligência espiritual. Autoinquirição.

A pergunta é: como alcançar a paz interior? Nós vamos tratar com você sobre a beleza da vida livre do conflito. Nós desconhecemos o que é uma vida realmente livre de toda forma de sofrimento. E aqui, você sempre se depara com esse desafio, que é de investigar algo sobre você que, em geral, não vê no mundo aí fora. E o seu desafio aqui é tomar ciência de que isso é possível para você.

Agora, por exemplo, o assunto é o fim do sofrimento. Como se livrar do sofrimento? Como alcançar a paz interior? Qual será a verdade de uma vida livre de confusão, de problemas, desordem e, naturalmente, de medo? Porque tudo isso faz parte do sofrimento e tudo isso faz parte do conflito. Então, como se aproximar de si mesmo e tomar ciência disso?

Repare que na sua relação com pessoas há uma espécie de fundo psicológico, interno, dentro de você, que você mal se dá conta, mas está presente. E esse fundo te coloca num estado de alerta que, na realidade, é uma forma de medo. E quando é que isso se mostra presente e muito claro? Quando, por exemplo, você é repreendido ou lhe chamam a atenção para alguma coisa, lhe fazem uma correção.

Vocês já observaram que nós não queremos ser corrigidos? Não queremos ter nossas opiniões, ideias e crenças contrariadas? Então há uma certa expectativa interna, um sinal de alerta, de autodefesa. E quando isso ocorre, ficamos contrariados, isso suscita de dentro de nós raiva, conflito. Então o conflito já está estabelecido, mesmo sem aparecer, porque a presença do medo lá está. Essa é a nossa condição psicológica de ser alguém.

O que estamos fazendo aqui? Estamos investigando a verdade daquilo que nós somos para descobrir a possibilidade da ciência da Verdade sobre nós mesmos. Assim, nós temos a verdade sobre quem nós somos e temos também a ciência da Realidade sobre nós mesmos. Então, temos duas coisas aqui.

Esse contato direto dessa verdade sobre quem nós somos irá revelar a presença do medo, da dor, da contrariedade e do conflito. A clareza sobre isso, para que isso se processe, nós temos que tomar ciência da Verdade pelo Autoconhecimento. É isso que revela essa verdade sobre quem nós somos. Então, essa é a porta para a Verdade que se oculta por detrás disso que nós somos, que é a Verdade Divina.

Nós temos uma expressão, um formato, uma maneira de ser, enquanto que também trazemos uma Realidade oculta, desconhecida, de nós mesmos, mas que também está presente. Mas essa Realidade é desconhecida. Então, um trabalho de Revelação daquilo que somos nos revela Aquilo que está além do conhecido, que é a natureza deste Ser, que é a natureza de Deus.

Podemos lidar com o outro sem medo? Isso requer uma compreensão desse elemento em nós, que somos nós, no medo. Do que ele é constituído? Do que ele é feito? Como é que ele se faz presente hoje, aqui, nesta vida? Essa “minha vida” é a vida da pessoa. Assim, é a vida dessa dor, dessa contrariedade, desse conflito.

Como podemos romper com essa condição? Rompendo com a pessoa que somos, para a Verdade da Realidade Divina que trazemos, onde está presente esta Realidade desconhecida do nosso Ser Real, do nosso Ser Verdadeiro. Aqui estamos dizendo para você, de uma forma muito clara, que você não nasceu para sofrer, para a infelicidade, para a dor, para o conflito, para o sofrimento.

Você nasceu para Realizar Deus, nasceu para tomar ciência da Verdade d’Aquilo que é indescritível, inominável, que está além desse corpo, que está além desse mundo, que está além dessa particular visão de vida, onde vivemos como criaturas assustadas, egocêntricas, possessivas, agressivas, violentas, num movimento de atividade onde o autointeresse está sempre produzindo sofrimento para nós mesmos e para o outro.

Assim, toda essa aproximação que temos do outro, dessa vida particular que temos, é a aproximação do equívoco. E por que isso está presente? Porque estamos vivendo na ignorância, e nunca entramos em contato direto com essa ignorância. Você não pode compreender aquilo do qual você não se aproxima. Não há como você tomar ciência de algo que você desconhece.

É necessário uma aproximação, essa aproximação lhe revela a Verdade sobre isso. E quando há compreensão da Verdade sobre isso, esta Verdade lhe traz a clareza, e isso é o fim da ignorância, é o fim da escuridão, é o fim da ilusão. Então, nós precisamos conhecer a nós mesmos, conhecer a verdade que se processa dentro de cada um de nós.

Temos que ter resposta para perguntas do tipo: por que o medo aqui? Por que a tristeza aqui? A angústia, a solidão, essa dor presente desse vazio existencial? Por que esse formato de desejo e medo presente aqui? Nós não nos conhecemos.

Nós não nos conhecemos porque nós não nos estudamos, não aprendemos sobre nós mesmos, não descobrimos o que é olhar para nossas reações, pensamentos, emoções, sentimentos, sensações, no contato com o marido, com a família, com o mundo a nossa volta, no contato com nós mesmos. Nós não olhamos, não nos aproximamos.

Então, nos falta essa visão. A falta dessa visão nos coloca dentro desse formato de ignorância. Aqui estamos, na vida, para a Felicidade, repito, Liberdade, Amor, ciência de Deus. No entanto, isso requer Inteligência, a Presença do Despertar da Inteligência. Aqui me refiro à Inteligência Espiritual, à Verdade da Revelação dessa Inteligência Divina, que é a ciência de Deus.

Quando há o Despertar da Inteligência, nós temos, nesse Despertar, a clareza, a lucidez, a Real Vida se Revelando. Essa condição de separação entre você e a Vida, entre você e Deus, entre você e o outro, isso se dissolve quando há uma compreensão, que nasce dessa Inteligência, de que só há uma Realidade presente, e que essa Realidade é a Realidade de Deus.

Um sábio no sul da Índia, chamado Ramana Maharshi, indicava a Atma Vichara para todos que se aproximavam dele, na busca ou na procura dessa Realidade Divina, nesse propósito do Despertar deste Ser, desta Real Inteligência Espiritual. A famosa Atma Vichara de Ramana Maharshi: a autoinquirição, a resposta para a pergunta “Quem sou eu?”

Evidente que isso requer um olhar, um “se aproximar”. Nessa aproximação e olhar direto para esse movimento interno que se processa dentro de cada um de nós, aqui e agora, nesse instante, revela essa condição psicológica de ser alguém, algo que o pensamento produziu e está sustentando, e nessa sustentação está presente o medo, o conflito, o sofrimento. Porque a verdade d’Aquilo que é Você, livre dessa ilusão desse ser alguém, como você se vê, como você sente ser, essa Realidade de sua Natureza Essencial é a Verdade Divina.

Assim, um olhar direto para esse “mim”, para esse “eu”, sem um elemento que se apresenta para julgar, comparar, avaliar, rejeitar, criticar, fazer alguma coisa com isso que observa, apenas o olhar, o direto a olhar, é Atma Vichara. Então, essa é a forma, segundo Ramana Maharshi, mais direta para a Realização de Deus nesta vida.

É isso que estamos trabalhando aqui com você. Assim, a importância do Autoconhecimento reside nessa aproximação de si mesmo, nessa autorrevelação, nessa autodescoberta, na compreensão d’Aquilo que está fora desse medo, desse conflito, desse sofrimento. Então nós temos a resposta para a Paz interior. Veja, alcançar a Paz interior é a Verdade da Revelação de que a Paz está presente.

Não se trata de algo para se obter no futuro, de algo para se alcançar no futuro, mas se trata da ciência d’Aquilo que está presente aqui, nesse instante, quando não há mais esse sentido de separação, quando esse elemento construído pelo pensamento, que é o “eu”, é desfeito; ele não está mais presente. Tomar ciência de Deus é ter a Revelação deste Ser.

A Realidade Divina é indescritível, o pensamento não alcança, não explica. O que você descobre dentro desse trabalho que estamos propondo aqui para você é que toda confusão, toda desordem, todo problema consiste nesse sentimento-pensamento-sensação “eu”, e é isso que é descartado pela autoinvestigação, por essa observação, por esse modo de olhar sem o “eu”, sem o observador, sem o experimentador.

Então, autoinquirição é esse observar. Atma Vichara é esse observar, e isso descarta a ilusão para a Revelação d’Aquilo que está presente, que é essa Paz, que é essa Felicidade, que é esse Amor. Nesta clareza, nesta Sabedoria, não temos mais essa particular vida de alguém, mas essa Real Vida Divina, que é a Real Vida de Deus.

Então, tudo que se faz necessário, aqui e agora, consiste em termos uma aproximação de nós mesmos e descobrir o que é olhar para essa dor, olhar para esse elemento presente que se contraria, que se revolta, e que olha a partir de suas próprias escolhas, opiniões, desejos e, naturalmente, conflita e sofre. Podemos abrir mão disso, podemos soltar esse elemento, podemos descobrir, nesta vida, a vida sem o “eu”?

É por isso que estamos trabalhando com você aqui e em encontros online aos sábados e domingos, estamos juntos, olhando para isso, trabalhando com você, investigando tudo isso, lhe mostrando como é possível, sim, uma vida livre do ego, uma vida livre desse “mim”, desse sofredor, desse elemento que carrega esse medo, essa dor, esse conflito. Então, sábado e domingo estamos juntos em um encontro online. Além disso, temos encontros presenciais e, também, retiros.

Setembro de 2024
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quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Atma Vichara Ramana Maharshi | Autoinquirição | Auto-observação | Como se livrar do sofrimento?

“Como se livrar do sofrimento?” Nós aqui estamos lidando com algo fundamental para a vida. O sofrimento é como uma dor de dente. Se você, de repente, acorda pela manhã e percebe que há uma dor presente na boca, algo está errado com os dentes. É possível que seja uma dor em um dos dentes. E aí você se levanta e assume o dia, como se nada estivesse acontecendo. É assim? Não!

A primeira coisa que você faz é descobrir o que há de errado com a boca e se realmente é um dos dentes que está doendo. E o que você faz? Você procura uma ajuda médica. Veja, lidar com uma dor de dente é assim, com uma dor na boca é assim, com uma dor em qualquer parte do corpo é assim. Nós procuramos ajuda porque sabemos que não é natural. Não estamos lidando com algo natural. Estamos lidando com uma experiência inusitada, com uma experiência de dor.

Então eu me pergunto por que é que nós não descobrimos ainda isso, no que diz respeito a essa nossa vida interna, que é essa vida psicológica? Por que não atentamos ainda para aquilo que se passa em nós, dentro de cada um de nós? De um modo geral, como desde pequenos, psicologicamente, já passamos por muitas experiências de dores, chegou um momento em que nós nos habituamos.

Um dente doendo na boca, você não se habitua com ele. Mas esses estados internos psicológicos de sofrimento, uma boa parte deles, nós já estamos habituados a conviver com eles. Aqui nós estamos com você lhe comunicando a possibilidade, nesta vida, de tomar plena ciência da Realidade do seu Ser.

Estamos lhe dizendo também que Você em seu Ser, em sua Natureza Verdadeira, n’Aquilo que realmente é Você, não há dor, não há desordem, confusão, conflito, sofrimento. Aqui estamos lhe comunicando que esse não é o seu Estado Natural. Você sabe que o estado natural da boca é sem dor, mas não sabe que o seu Estado Natural em Ser, em seu Ser, n’Aquilo que é Você, não há sofrimento psicológico, não há desordem, não há confusão.

Dificilmente nós conseguimos, a princípio, compreender uma fala como essa, ver a implicação ou todo o significado daquilo que está sendo colocado aqui. Sim, nós estamos dizendo exatamente isso para você: você não nasceu para o sofrimento, assim como não nasceu para viver uma vida inteira com um dente doendo dentro da sua boca.

A natureza do "eu", desse "mim", dessa pessoa, não é a Verdade do seu Ser, não é a Verdade sobre Você. É isso que dói. Esse é o seu dente que dói. Mas, diferente de um dente na boca, que quando dói você procura ajuda, porque sabe que não é natural essa dor dentro da boca, essa continuidade de vida ou de convivência com esse "eu", essa pessoa como você se vê, é algo que você encara como sendo a realidade da vida, uma verdade sobre você, o seu estado natural.

Alguns homens e mulheres, dentro da história da humanidade, descobriram, claramente, a ilusão sobre isso e abandonaram essa ilusão. E aqui nós estamos, com você, fazendo o mesmo, descobrindo isso com você, explorando isso com você, investigando isso com você.

Nós desconhecemos a Verdade sobre quem somos e nos confundimos com aquilo que não somos. Nós nos confundimos com aquilo que nós não somos, mas aquilo que nós não somos, nós já somos, porque assumimos. Então, a verdade sobre quem nós somos é a verdade que assumimos ser. Mas essa verdade que assumimos ser não é a Realidade; não é a Realidade última, não é uma Realidade Divina, não é a Realidade de Deus sobre nós.

Precisamos liberar de nós esse dente que dói. Esse dente é o sentido do "eu", do ego, desse "mim", é a pessoa. Então, temos que estudar a pessoa, tomar ciência dessa pessoa. Os médicos são maravilhosos, eles estudam para nos ajudar a nos livrar do sofrimento, da desordem física, do sofrimento físico. Naturalmente, um sofrimento físico implica também em um sofrimento psicológico, sentimental, emocional. Então, quando você vai a um médico, ele estudou para lhe ajudar a se livrar daquilo que não é natural, que é essa dor.

Evidente que se há uma desordem de alguma ordem no corpo, aquela dor se apresenta como um mecanismo de autoproteção, de autorregulação, de autodefesa do corpo. Então, nesse sentido, do ponto de vista biológico, é muito natural que uma dor surja quando uma desordem está presente, quando algo não está indo bem. Mas é só quando algo não está indo bem, é só quando há alguma desordem.

É apenas quando o corpo está afetado por algum invasor ou por alguma forma de problema que a dor se apresenta. Mas o trabalho do médico é livrá-lo da dor, porque não é natural. Não é natural. É algo presente com a desordem, mas não é natural. Quando não há desordem, não há dor. Você não sente os seus pés, nem as suas mãos, a não ser que haja algo errado com elas, a não ser que haja algo errado com eles

Se há algo errado com os pés, você sente a presença do pé. Se não tem, você não sente a presença do pé. Se há algo errado com as mãos, você sente um dedo na mão direita. Se você não sente nada nas suas mãos, é sinal de que elas estão sem desordem; os seus pés estão sem desordem. Assim é o corpo.

A presença da saúde é a ausência da ideia do corpo. Quando há um pensamento sobre uma parte do corpo é porque esse corpo está em desordem naquela parte e chamou a atenção para cuidados. Por que nós não percebemos isso sobre nós mesmos?

Então, nós nos habituamos a viver em sofrimento. Não percebemos que o medo é sofrimento, a inveja é sofrimento, o desejo é sofrimento, a culpa, a raiva, a cólera, a angústia, tudo isso é sofrimento. Essa tagarelice interna de pensamentos dentro de você, isso é sofrimento.

Então, é possível uma vida livre de tudo isso? É possível uma vida livre de sofrimento? Uma vida livre da mente, do "eu", do ego, é uma vida sem a ciência dessa inquietude interna, dessa tagarelice interna, dessa dor emocional, sentimental, psicológica. Então nós temos a ausência da mente egoica. Essa é a ausência da mente.

É por isso que, em algumas escolas de sabedoria, isso é chamado de não mente, porque você não pode sentir aquilo que não está presente. E a mente não está presente, então você não sente a presença da mente. A doença não está presente, então você não sente a presença do corpo.

Qual é a verdade de sua Natureza Real? É a ausência do corpo, assim como a ausência da mente. É você em seu Estado Natural, livre do "eu", do "mim", do ego. É nele que estão presentes esses estados internos aflitivos, conflituosos, de desordem, de confusão, de problema, de sofrimento. É o que estamos vendo aqui com você, investigando aqui com você.

O fim para o sofrimento é o fim daquele que sofre, assim como o fim para a doença é o fim do doente. Se não há doença, não há esse doente. Se não há desconforto, se não há sofrimento, não há esse elemento em desconforto e em sofrimento.

Aqui temos um trabalho juntos, e esse trabalho é tomarmos ciência da Verdade sobre quem nós somos. O fim disso é o fim da ignorância. É nessa ignorância sobre quem nós somos, é nessa identificação com aquilo que nós não somos e que assumimos como sendo nós mesmos, como sendo a verdade da vida, que está presente o sofrimento. E o sofrimento nesta vida como nós conhecemos.

O Despertar de sua Natureza Divina é o fim para essa condição psicológica, é o fim para essa desordem. A pergunta é: como se aproximar disso? Investigando, observando, tomando ciência de como você funciona internamente. Nós não estamos cientes de todo esse processo de ser alguém. Com isso, estamos nos confundindo.

Então, estamos desorientados, estamos perplexos, estamos confusos, estamos atemorizados, desejosos, ansiosos, invejosos, preocupados, porque estamos vivendo dentro de um modelo de pensamento de condicionamento mental, algo comum dentro dessa civilização, dessa cultura, nesse formato humano de ser alguém, como nós conhecemos. Isso se tornou algo natural e, no entanto, estamos lidando com algo comum. Nós temos dito aqui para você: nós tomamos o comum por natural, então assumimos aquilo que é comum como sendo algo natural.

Estamos habituados a viver nesse sentido do "eu", do "mim", da pessoa, nesse isolacionismo, onde o centro de nossas ações, nesse centro, a figura principal é alguém presente que se vê separado das ações, alguém presente que também se vê separado dos pensamentos, alguém presente que se vê separado das emoções, das sensações, daquilo que percebe à sua volta.

Esse autocentramento é uma condição psicológica de desordem. É aqui que está presente a ilusão sobre você, porque, de fato, você não é isso. Embora, de fato, você esteja assumindo isso como sendo você e, por isso, o sofrimento está presente.

Então, quando você vem a mim e pergunta como se livrar do sofrimento, eu volto para você a pergunta e pergunto: quem é esse elemento que sofre? A sua resposta será, naturalmente: “Sou eu”. Mas eu pergunto a você: o que é esse "eu"? Quem é você?

Quando as pessoas procuravam Ramana Maharshi, o sábio lá do sul da Índia, que vivia na montanha de Arunachala, e perguntavam a respeito da vida, a respeito do sofrimento ou de situações de que estavam vivendo, ele voltava para elas a pergunta: “Mas quem é esse que sofre? Quem é esse que faz a pergunta?” Então, a sua resposta, naturalmente, será: "Eu. Eu mesmo”. “Então, quem é esse que quer saber?” Eu. “Quem é esse que sofre?” Eu. “Quem é você?” Investigue, interrogue a si mesmo. Olhe. Descubra o que é olhar para si mesmo. Então, pergunte: quem sou eu?

Veja, ele não estava dizendo para as pessoas fazerem uma pergunta verbal, intelectual. Ele estava dizendo: tome ciência, fique cônscia de si mesma, nesse instante. É isso que nos falta. É isso que nos falta. É aqui que está a medicina. É aqui que está o tratamento, é aqui que está a cura, é aqui que está a Libertação, a Libertação dessa condição de sofrimento.

E esse contato que eu tive com essa visão, que ocorreu lá no mês de junho de 1986, mudou tudo aqui. O contato com a Verdade da autoinquirição, em sânscrito é Atma Vichara. Então, essa Atma Vichara de Ramana Maharshi, ter uma aproximação desse observar, desse se tornar cônscio de si mesmo, ciente de suas reações, isso pode romper com esse padrão de identidade egoica, de identidade do "eu", de pessoa. Isso é algo que detona com esse centro, então ele explode.

O sentido do "eu", do ego, do "mim", de pessoa sofre uma explosão quando a Verdade se Revela. Temos o fim para esse observador, pensador, experimentador quando descobrimos o que é olhar sem o "eu", olhar sem o observador, perceber sem o perceber. É a ciência do pensamento sem o pensador.

Então, a autoinquirição, a auto-observação, a Atma Vichara é a aproximação da Verdade da Meditação, porque ela lhe aproxima do Autoconhecimento. Eu quero repetir: é aqui que está a cura. Isso requer o coração envolvido, a mente envolvida, todo o seu ser envolvido nessa autodescoberta.

É por isso que temos encontros nos finais de semana. Sábado e domingo estamos juntos, olhando para isso. Eu quero lhe mostrar como realizar Isso nesta vida. Eu quero lhe dizer que Isso, sim, é possível nesta vida. Descobrir uma qualidade de Vida completamente diferente dessa vida como a pessoa, o "eu", o "mim", conhece.

É isso que alguns chamam de Despertar da Consciência ou Iluminação Espiritual. Foi isso que me foi mostrado e aqui estamos compartilhando com você. Portanto, sábado e domingo estamos juntos. Nós também temos encontros presenciais, é uma outra qualidade de encontro, e também temos retiros.

Setembro de 2024
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terça-feira, 29 de outubro de 2024

Imersão Autoconhecimento | Atenção Plena Mindfulness | Como lidar com ciúmes e insegurança | Advaita

Aqui estamos enfatizando com você essa imersão no Autoconhecimento, a beleza disso. Olhar para esse movimento interno do pensamento, sentimento, emoção, sensação, o seu específico modo de contactar o que está aqui e agora, nesse instante.

Se tornar ciente, cônscio desse movimento de dualidade, de separação, que está presente nessa consciência, que é a consciência do “eu”, que é esse padrão de consciência que nós conhecemos em nós. Ficar cônscio disso, ter clareza disso é se desfazer dessa psicológica condição de identidade egoica. Isso é Autoconhecimento.

Veja, não é a visão da psicologia nessa questão do autoconhecimento e nem é a visão da Filosofia. Aqui usamos essa expressão Autoconhecimento de uma forma direta, sinalizando para você a Verdade do fim do “eu”, do fim do ego. E como é que nos tornamos cientes disso? Só há uma forma, e essa forma é trazer Consciência para esse instante.

Quando usamos a expressão “trazer Consciência”, não estamos trazendo isso de algum lugar. Isso é algo que está aqui e floresce nesse direto, simples e real interesse de olhar para esse movimento, que é o movimento do pensamento. É o pensamento que norteia tudo praticamente em nossas vidas. Toda a sua história, memória, reconhecimento, modo de perceber, de interpretar, avaliar, comparar, julgar, tudo isso está dentro do pensamento. Observe comigo isso aqui.

Toda essa, assim chamada, consciência presente em nós é a presença da ciência do pensamento. O detalhe é que nós não temos ciência disso, e isso faz toda a diferença. Não é um simples detalhe. É isso que tem feito das nossas vidas aquilo que ela, agora, é. O fato dessa insciência desse movimento interno se processando em você.

Esse sentimento-pensamento que você tem de ser alguém aqui, por exemplo, ouvindo uma fala como essa, acreditando poder concordar ou discordar disso que você escuta, tudo isso faz parte desse modelo, que é o modelo da consciência presente em cada um de nós.

Não temos a mínima visão do que isso representa. Não há uma compreensão direta disso. Isso faz com que as nossas vidas sejam vidas pautadas, alicerçadas, assentadas em estados internos de conflito, confusão, desordem, problemas e sofrimento. Isso porque desconhecemos a Realidade.

A Realidade é aquilo que está presente, mas permanece e permanecerá sempre desconhecida do pensamento. E como tudo o que nós temos sobre quem somos se assenta no pensamento, se abaliza no pensamento, estamos dentro de uma ilusão; a ilusão daquele que pensa, realiza, depois que planeja, então se torna capaz de fazer o que assim decidiu, assim resolveu, assim escolheu, e usamos esse pronome “eu” na ilusão dessa autoria de tudo o que acontece.

Veja, esse é um modelo de ação, sim, mas é a ação em mera atividade centrada na ilusão de uma egoidentidade presente. Não sabemos nada a respeito disso. Nós nunca investigamos isso.

Aqui estamos lhe propondo exatamente isso, uma investigação da Verdade sobre quem é você. Isso requer uma imersão nesse estudo de si mesmo. Olhe para a sua cabeça e você irá perceber o que estamos dizendo. A mente é inquieta. Não há silêncio, não há quietude, não há serenidade. A mente é tagarela. O movimento de pensamento é rápido, veloz, descontrolado. E os pensamentos estão dentro de nós criando todo o tipo de confusão, desordem e sofrimento.

O medo, por exemplo, é algo presente em nossas vidas e está presente em razão do modelo do pensamento, como ele tem se estabelecido presente em nós. Nos colocando dentro, por exemplo, de uma condição onde o futuro é incerto e inseguro para esse “mim”, para esse “eu”. Esse “eu”, esse “mim” é uma imagem que o pensamento também tem criado a respeito de quem eu sou.

Então, nós temos o problema do medo criado pelo pensamento. Nós temos medo do futuro, temos medo de que o passado volte a se repetir. O medo está presente porque não estamos lidando com a vida como ela acontece agora, aqui. Estamos, no pensamento, antevendo as coisas boas que podem nos faltar amanhã ou as coisas ruins que podem acontecer amanhã; aconteceram no passado, o pensamento nos traz a lembrança, o pensamento lembra disso e traz o medo com ele, no futuro.

Nós vivemos dentro de um movimento, que é o movimento do pensamento, e o pensamento está sustentando todo o tipo de estados internos de desordem e confusão. Então, estamos assentando nossas vidas nesse padrão, nesse modelo do pensamento. E é no pensamento que está o estresse, o nervosismo, a ansiedade, a depressão, a angústia, a dor da falta, o desejo de obter, o medo de não alcançar.

Assim, o pensamento está norteando nossa vida, assim como nossas ações presentes em nossas relações. Observe isso: o pensamento em você traz o sentimento que gera, que produz a ação. Nossas ações se assentam no pensamento. O pensamento gera o sentimento, gera o impulso, forma o plano, idealiza o projeto e vai em busca daquilo. Nossas ações se assentam no pensamento. Aqui temos o pensamento, repare, e ele se baseia no passado.

O pensamento não pode lidar com esse momento, com a compreensão desse momento, porque ele é um retrato do passado. Então, estamos procurando sempre atender a esse momento como ele se mostra com base em tudo aquilo que o pensamento representa dentro de cada um de nós, e não se ajusta. É a tentativa do “eu”, do ego, desse pensador, dessa autoimagem de ajustar esse momento ao seu modelo que vem do passado. Notem, toda a confusão na nossa vida está assentada nisso.

Então, está presente, por exemplo, o ciúme, a insegurança. Como lidar com o ciúme e a insegurança? Mas não é só como lidar com o ciúme e a insegurança, é como lidar com a inveja, com a dor presente aqui, em razão dessa comparação: “Por que ele tem e eu não tenho? Por que ele pode e eu não posso?” É sempre o pensamento norteando esse modelo de existência conflituosa, sofrida, que é a existência do ego, do “eu”, desse “mim”.

Aqui estamos com você dizendo, lhe apresentando uma qualidade de vida diferente dessa vida particular desse centro, que o ego, deste “eu” e, portanto, livre desse modelo de pensamento. Isso requer a presença de um olhar novo para esse padrão de consciência egoica. Trazer para esse momento uma Plena Atenção para esse movimento de consciência, que não é outra coisa a não ser pensamentos, imagens, quadros, representações que o pensamento produz dentro de cada um de nós a respeito da vida como ela acontece.

Assim, o pensamento está em ideais, em projetos do que deveria acontecer, do que poderia ter acontecido, de como seria se isso ou aquilo ocorresse. Esse modelo de pensamento está acontecendo em razão de uma falta de Atenção sobre esse movimento. Não sabemos olhar para o pensamento se esse “eu”.

Quando o pensamento aparece nesse ou naquele outro formato dentro de você, ele pode ser visto. E ele pode ser visto se você coloca Atenção sobre o movimento dele, uma Plena Atenção, uma Atenção Plena sobre esse movimento, que é o movimento do pensamento, do sentimento, da emoção, da sensação, da imagem que surge, do quadro que o pensamento constrói nesse momento.

Um olhar para isso, no qual você coloque Plena Atenção. Apenas um olhar, sem se confundir com esse gosto, não gosto, quero, não quero, concordo ou não concordo. Apenas olhar para isso. Descobrir o que é olhar sem esse que vem do passado, que é o “eu”, o ego, o observador, que quer se livrar disso, que quer fazer algo contra isso, ou quer se agarrar a isso ou se livrar disso. Olhar, apenas olhar é trazer Atenção Plena sobre esse instante, sobre esse movimento, que é o movimento da Consciência.

Então a expressão aqui, nesta Atenção Plena, alguns chamam de Mindfulness. Mindfulness é essa Atenção Plena sobre esse movimento, que é o movimento da Consciência, nesse instante. Isso está dentro de uma aproximação real do Autoconhecimento. Quando há essa imersão no Autoconhecimento, isso é algo possível quando você traz Atenção para esse instante, ou seja, quando você se torna ciente do próprio movimento do “eu”, do ego, desse “mim”.

Olhar para isso, apenas olhar, é observar sem o observador, é escutar, é se tornar ciente de suas reações, nesse momento. Então temos um olhar novo para essa psicológica condição de repetição, de continuidade, de movimento de tempo psicológico.

É quando esse “não poderia ser assim” ou “deveria ser diferente”, “algo está errado”, “por que é assim?”, tudo isso desaparece. Porque há só um olhar, sem esse envolvimento desse centro, que é o “eu”, sem esse envolvimento pessoal dessa ilusória identidade para interferir, para se envolver. Então temos uma aproximação da Verdade da Meditação, nesse instante.

Aqui temos falado com você a respeito da Verdade da Meditação, do que é Real Meditação, do que é Verdadeira Meditação. Essa Meditação é a visão da Não dualidade, da Não separação, de que esse momento é só o que é. Então, essa Meditação é uma aproximação da Advaita. Olhar para esse momento sem o sentido do “eu”, do “mim”, do ego. A palavra Advaita significa a Não dualidade, a Não separação. A palavra Advaita significa “o Primeiro sem o segundo”.

Há uma Realidade presente aqui, nesse instante, é a Realidade deste Ser, desta Verdade Divina. Se Isso está presente, nós temos o fim para essa condição psicológica de desordem e sofrimento. Eu quero repetir mais uma vez aqui isso: isso não é só uma resposta para como lidar com o ciúme e a insegurança, mas como lidar com toda a forma de sofrimento, de sofrimento psíquico.

Então, esse é o nosso assunto aqui. Além disso, nós temos os nossos encontros online que ocorrem nos finais de semana, onde estamos sábado e domingo juntos, aprofundando esse assunto aqui com você e tendo um contato direto com a Meditação. Também temos encontros presenciais e retiros.

Setembro de 2024
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quinta-feira, 24 de outubro de 2024

O que é Autoconhecimento | O Despertar da Consciência | Tempo psicológico | O que é o pensamento

Quando você pergunta pra mim o que é o pensamento, observe, você está com a mais importante pergunta para ser investigada nesse momento, no que concerne a essa questão da Revelação d’Aquilo que nós somos. Isso porque, basicamente, o modelo de ser alguém, esse modelo que nós temos de pessoa, como estamos funcionando, é um modelo que se assenta com base no pensamento.

Portanto, a não compreensão do que é o pensamento, de como isso se processa em nós, é que tem nos colocado dentro dessa psicológica condição, desse sentido do “eu”, nessa aproximação da vida a partir desse centro, que é um centro ilusório. Vamos com calma colocar isso aqui pra você.

Primeiro, observe uma coisa: nossas reações nesse instante são respostas que surgem em razão de um fundo de vivência, experiência e conhecimento, algo que surge aqui, nesse instante, em razão do passado. E a maior representação dessa reação, que vem do passado, com esse fundo, é a partir de reações do pensamento. Assim, nós não somos outra coisa aqui, nesse instante, dentro desse modelo de reação, de ação, que vem do passado, senão uma amostragem ou apresentação do modelo do pensamento.

Tudo em nossa vida nesse momento está acontecendo em razão dos pensamentos. Quando você fala com alguém, você fala a partir da memória, que é uma reação que vem do passado, com base numa experiência, num conhecimento e numa vivência com palavras, ou convivência com palavras, e isso faz com que você tenha a capacidade de falar. E essa fala é, basicamente, pensamento.

Quando você gesticula, você gesticula a partir da memória. Então nós temos uma memória motora nesse corpo, e essa memória responde através de gestos. Esses gestos é algo que vem do passado. Caminhar é algo que requer memória motora desse corpo.

A habilidade da fala, as palavras que são usadas, os pensamentos surgem, e eles são expressos, mas os pensamentos norteiam absolutamente tudo em nossa vida, nesse momento. Ocupar-se com um trabalho profissional requer conhecimento, experiência, vivência daquilo, memória: isso é pensamento.

Então, a não compreensão do que é esse modelo de pensar, de sentir e de atuar na vida – e é assim que estamos vivendo –, torna nossa vida confusa, desorientada, desnorteada, conflituosa, problemática, porque estamos vivendo dentro de um padrão de ignorância sobre como nós funcionamos, como respondemos a esse momento.

Aqui nós estamos estudando com você. Veja, estudando não as palavras; não é a busca do significado dessas palavras, do mero entendimento verbal de palavras sendo colocadas aqui. Aqui não estamos estudando teorias. Palavras e o significado verbal ou intelectual delas, você tem no dicionário. Palavras você tem nos livros, você tem em discursos, em sermões, em palestras. São palavras. Palavras você tem dentro de você como lembrança, memória de todo conhecimento que você já adquiriu.

Aqui nós precisamos de uma aproximação de estudo diferente. Aqui estamos enfatizando o valor de estudar a nós mesmos, mas de estudar exatamente essas reações, esse modelo de pensar, de sentir, de agir, de se comportar nesse contexto da vida, nesse instante. Como são nossas reações? Como tudo isso se processa dentro de cada um de nós?

Então, não estamos estudando aqui a teoria sobre o que é o pensamento, ou buscando um conhecimento científico a respeito do que é o pensamento, mas estamos estudando nossas reações. Estamos diante de algo muito direto, muito objetivo e prático. Enquanto não compreendermos tudo aquilo que se passa dentro de cada um de nós, estaremos dentro de uma condição psicológica de desordem, confusão e sofrimento.

O ser humano sofre, ele vive em sofrimento, em conflitos, em problemas. E esses problemas estão na vida dele ou dela, de todos nós como seres humanos, em razão da ignorância. Nós não conhecemos a Verdade sobre quem somos.

Nós estamos apenas reagindo com base nesse conhecimento, experiência, memória, vivência, algo do passado. E, respondendo a esse momento, com base nisso, estamos produzindo conflito, desordem e confusão em nossas vidas, porque a nossa vida nesse formato é uma vida autocentrada, centrada nesse centro ilusório, que é o “mim”.

Nós temos uma sensação ilusória de existir na vida, é a sensação de ser alguém presente dentro da experiência da vida. Esse sentimento, pensamento, sensação “eu”, “mim”, isso é algo dentro de um modelo de reação que vem do passado. Não é real aqui; se mostra aqui como um modelo reativo de memória do passado.

Repare essa afirmação que acabamos de colocar aqui pra você. Estamos dizendo, e vamos colocar de uma forma muito clara: você não é real como o pensamento dentro da sua cabeça diz que você é.

Nós temos a vida acontecendo e temos, também, essa reação que vem do passado acontecendo, nesse corpo, nessa mente, nesse mecanismo biológico, fazendo uso de um pronome, que é o “eu”, tendo um nome próprio, uma história, mas tudo isso é só memória agindo, reativamente interagindo com o momento presente. Repare, estamos tocando aqui em algo fascinante para ser descoberto.

Há uma Realidade, sim, presente, mas não é essa pessoa como você se vê, como o pensamento lhe faz acreditar que você é. Há uma Realidade presente e aqui nós estamos tratando somente disso com você, da importância do Autoconhecimento, da compreensão da Verdade sobre você. Essa compreensão da Verdade sobre você lhe revela que esse “mim”, esse “eu”, essa “pessoa” é uma ilusão, e que a Verdade sobre você está além desse “você”, como o pensamento diz, conta e parece demonstrar o tempo todo.

O nosso propósito juntos aqui é de tomada de ciência de nossa Natureza Divina, da Verdade sobre quem nós somos. Então, quando alguém pergunta: “O que é o Despertar da Consciência?” É o aparecimento, nesse momento presente, d’Aquilo que está fora do que o pensamento conhece.

É nesse sentido que usamos a expressão “o Despertar da Consciência”; estamos falando de algo que é a Real Consciência, não é essa consciência, repare, esse padrão de comportamento, ação, pensamento e modelo de existência desse “mim”, desse “eu”, dessa pessoa, que é o padrão dessa consciência do “eu”, dessa consciência egoica.

Aqui eu me refiro à Verdade da Real Consciência, ao Florescer da Verdadeira Consciência. É nesse sentido que colocamos aqui as expressões “o Despertar Espiritual” ou “o Despertar da Consciência”.

E aí você pergunta: “Mas e essa forma de ser que apresentamos ser, que demonstramos ser, que estamos sempre sendo nesse contato com família, com negócios, com a vida social, profissional, nesse contato com nós mesmos? Você acaba de nos dizer que o nosso modelo de ação é reativo e ele vem do passado. Então, o que é isso? Por que isso se processa dessa forma?” Veja, isso se processa dessa forma porque nós estamos, na vida, norteados pelo modelo do pensamento.

Por isso nós temos aqui uma pergunta fundamental: o que é o pensamento? Nós precisamos compreender o que é o pensamento, porque tudo na sua vida está ocorrendo em razão dessa amostragem do pensamento. Toda essa experiência, conhecimento e vivência em você tem no pensamento sua maior representação.

Tudo que você vê à sua volta é algo que o pensamento desenhou um dia e construiu. Repare como é importante nós termos uma compreensão do que é o pensamento, porque é o pensamento que lhe impulsiona a dizer, a fazer, a não fazer, a agir, a deixar de agir. É o pensamento que posiciona essa sua “particular vida” dentro desse padrão ou dessa condição em que hoje, no momento, você se encontra.

Nós somos movidos pelo pensamento, nossas ações acontecem com base no pensamento. Tudo mais o pensamento está estruturando a nossa volta. As escolhas, decisões, feitos, realizações, tudo isso nasceu do pensamento. Nós temos a ilusão de estar no controle disso tudo. Na verdade, o elemento no controle disso tudo é o pensamento.

O pensamento tem nos dado a ilusão de um pensador por detrás dele. Veja, é o pensamento que nos fala de alguém que “eu sou”, pensando, produzindo pensamentos, realizando ações, tendo o controle delas, fazendo escolhas, e tudo mais.

Então, nós precisamos descobrir o que é o pensamento. O pensamento são reações que vêm do passado, e está criando a ilusão de uma identidade presente aqui. Se não compreendermos o que é o pensamento e como se desfazer desse modelo de pensamento que sustenta esse “eu”, esse “mim”, esse sentimento, sensação, percepção, de identidade presente, permaneceremos dentro dessa velha condição.

Aqui estamos lhe propondo o fim da ilusão sobre quem é você. Uma vez compreendida a verdade desse “eu”, uma vez compreendida a verdade desse modelo de ser alguém, isso termina. Quando isso termina, nós temos o fim desse tempo psicológico. Veja, é nesse tempo psicológico que está assentada a continuidade dessa ilusão, essa ilusão que você tem sobre quem você é.

Uma vez que você acredita que é alguém real na experiência desse instante, alguém que veio do passado está passando por esse momento e caminhando para o futuro. Essa noção de passado, presente e futuro é algo que o pensamento cria e coloca uma identidade presente que é essa imagem, essa autoimagem de alguém dentro da vida, na experiência, com esse sentimento e pensamento: “eu”.

Aqui nesse trabalho nós estamos juntos nos aproximando do fim para essa psicológica condição onde está presente esse tempo psicológico e a ilusão dessa identidade, que é o “eu”, o “mim”, o ego. Então Algo novo surge, e esse Algo novo é desconhecido, é a Presença da Verdade sobre Você.

A Verdade sobre Você é a Realidade de Deus. A Verdade sobre Aquilo que é Você é a Realidade da Vida, sem qualquer separação entre você e esse momento, entre você e aquilo que está aqui presente. Uma vez que temos o fim desse tempo psicológico, onde esse sentido do “eu” está presente, o fim dessa estrutura é o fim dessa vida centrada nesta ego identidade.

Então, com o fim desse tempo psicológico, nós temos o fim dessa estrutura de passado, onde essa particular vida do ego é só uma reação que se baseia no conhecimento, na experiência e nessas vivências passadas. Um modelo cerebral de existir como alguém, um modelo egoico de identidade, particular e pessoal, na experiência, no viver.

Então, o início de Algo novo é a Realidade d’Aquilo que é Deus, na vida. Uma vida de Beleza, de Amor, de Liberdade, de Presença Divina, de Inteligência, livre de todas essas complicações, de todo esse padrão egocêntrico de ser alguém. É isso que temos quando essa Realidade Divina se mostra, quando essa Realidade Divina se Revela.

Então, esse é o nosso empenho aqui juntos. É por isso que nós estamos com você nos finais de semana. Sábado e domingo estamos juntos em encontros online. São dois dias juntos, onde estamos nos aproximando desta Revelação da Verdade sobre nós mesmos e indo além de toda essa confusão que esse sentido do “eu”, do ego representa. Além disso, temos encontros presenciais e, também, retiros em alguns períodos do ano.

Setembro de 2024
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terça-feira, 22 de outubro de 2024

Autoconhecimento: como desenvolver? Meditação Advaita. Importância do Autoconhecimento. Iluminação.

Uma aproximação direta disso tudo o que tratamos aqui, de todos esses assuntos que nós abordamos aqui com você, requer uma visão nova de como aprender. Sim, isso: nós precisamos aprender. A questão é: como aprender?

Para nós aprender é adquirir informações, conhecimentos, experiências e, depois que tivermos essas informações e experiências adquiridas, podemos agir a partir delas. Em geral, é assim o nosso contato com o aprendizado que temos aí fora. Ao menos boa parte do que nós aprendemos, aprendemos assim.

Eu tenho tocado em uma outra forma de aprendizado, um olhar novo de como se aproximar desse assunto aqui. Ele é novo porque as pessoas têm procurado encontrar a Realização de Deus, Iluminação ou o Despertar, nos livros. E aqui eu tenho algo para lhe dizer: você não pode tomar ciência da Verdade de Deus nos livros.

Nos livros nós temos palavras. Palavras simbolizam imagens, imagens de coisas, de lugares, de pessoas, de tudo aquilo que o pensamento reconhece. Mas aqui, quando tratamos da Verdade Divina, não estamos tratando de algo que o pensamento possa reconhecer. Portanto, não podemos encontrar a Verdade nas palavras, nos símbolos e, no entanto, é assim que estamos nos distraindo.

Sim, nos distraindo, porque quando passamos boa parte da nossa vida lendo livros, estudando teorias, conceitos, palavras, nós estamos perdendo um tempo enorme que poderia estar sendo utilizado na observação de nossas reações. Porque é assim que verdadeiramente aprendemos sobre a Verdade de Deus: estudando a nós mesmos, tomando ciência de como nós internamente funcionamos, para irmos além dessa condição de identidade egoica, que vive nesse sentido de separação da Realidade de Deus.

Nós estamos apenas cultivando o intelecto quando estamos estudando teorias, quando estamos lendo os livros. Sim, há uma grande beleza nos livros sagrados, mas esses livros apontam para aquilo que é Você em seu Ser. E se você ler esses livros apenas com o intelecto, você estará apenas trazendo mais conhecimento e informações, palavras, símbolos, imagens sobre essa coisa, mas nada disso é o contato com a Verdade do seu Ser, com a Verdade Divina.

Então, não nos basta estudar teorias, palavras, conceitos. Nós precisamos de um contato direto com aquilo que somos nesse instante, se você aprende a aprender sobre isso. E é isso que estamos fazendo aqui e, também, em encontros online e presenciais. Nós estamos descobrindo o que é aprender sobre nós mesmos.

Veja, Sabedoria não é assunto para filosofia, não é assunto para uma doutrina também teórica ou conceitual, seja no Zen, nos Vedas ou nas Escrituras. A Sabedoria é a ciência da Verdade de Deus. Se há essa Verdade de Deus se revelando, essa vida não é mais essa particular vida do ego presente. Temos a Verdade da Sabedoria. Então, a Sabedoria é um assunto possível para cada um de nós quando a Realidade de Deus se apresenta, se mostra, quando há o fim para a ignorância, essa visão equivocada que esse modelo de intelecto condicionado que nós temos tem da vida.

Assim, todo o cultivo do intelecto, inclusive dentro dessa formação teológica, teórica, conceitual, verbal de palavras, isso ainda é parte do condicionamento, dessa mente condicionada, dessa consciência, que é a consciência egoica. Definitivamente, nós precisamos ter uma aproximação de Deus, mas essa aproximação de Deus requer a presença da investigação da natureza do “eu”, da natureza dessa egoidentidade, para o fim dela. Isso é ter uma verdadeira aproximação de Deus. Isso não pode vir das teorias, isso não pode vir dos livros, não pode vir de ouvir falas ou palestras, isso nasce do Autoconhecimento.

Então, a expressão “como desenvolver o Autoconhecimento” é algo de grande importância quando compreendemos o significado real dessa palavra, assim como da palavra “desenvolver”. Você não pode se aproximar de algo que requer vivência, prática, com crenças, conceitos, idéias, teorias.

É como se ver no espelho. Para se ver no espelho você tem que olhar para o espelho, você jamais vai conseguir se ver no espelho sem estar diante do espelho. Você pode ter até uma fotografia do espelho, mas você não estará lá. Uma fotografia, a fotografia do espelho, é só uma imagem de um objeto, mas você não estará lá. Alguém pode lhe falar desse espelho, lhe dar uma foto dele, mas você terá um contato com a verdade desse olhar para si mesmo quando estiver diante do espelho, apenas quando estiver diante do espelho. Quando encarar o espelho, poderá se ver no espelho. Um conceito de espelho, uma ideia de espelho, uma fotografia do espelho, da moldura do espelho não é se ver no espelho.

Aqui nós precisamos ter uma ciência da Verdade sobre quem somos, e isso só é possível quando você aprende o que é aprender sobre si mesmo. Isso requer um olhar direto para todos esses movimentos internos presentes dentro de você, que são essas reações que surgem, de lembranças, memórias, recordações, onde temos presente os sentimentos, as emoções, as sensações, as percepções. Isso está presente aqui, nesse instante, quando você olha para aquilo que se passa aqui, nesse instante, com você.

Então, esse é o livro, esse é o aprendizado real. A sua aprendizagem a respeito da verdade sobre você é nesse instante. Eu tenho dito isso inúmeras vezes. E é bem proposital essa coisa de estarmos sempre voltando, e precisamos voltar sempre ao básico, porque nós temos um movimento psicológico muito complexo. Agora mesmo, aqui, boa parte de tudo o que foi dito, o seu cérebro, nesse modelo condicionado como nós temos, já editou. Algumas coisas você capturou e outras você desprezou, isso porque nós não sabemos o que é aprender sobre nós mesmos.

Não sabemos, por exemplo, escutar. Aprender sobre si mesmo requer esse escutar. Mas escutar até o fim, acompanhar por completo o som. É como quando você escuta o som de um avião cortando o céu – você já deve ter tido essa experiência –, você acompanha o avião, o som do avião, do início, ele passa, até o fim. Acompanhar até o fim esse som e depois o silêncio se estabelece novamente. Então, primeiro há um silêncio e aí o som começa fraquinho e ele vai aumentando, aumentando, aumentando, aumentando, aumentando e chega num ponto que ele começa a diminuir, e nesse instante ele começa também a desaparecer, até que o silêncio está presente novamente. Isso é escutar.

Quando você se prontifica a escutar um pássaro cantando, ele está cantando e você o escuta. Ele começa a fazer suas notinhas e você acompanha. Veja como é interessante essa aproximação do escutar. Conseguimos escutar um avião, conseguimos escutar um pássaro, conseguimos escutar um assovio, quando ele inicia e ele termina, mas não conseguimos escutar a nós mesmos, nossas reações internas. Não sabemos acompanhar um movimento de pensamento interno surgindo. Há sempre um elemento em nós que interrompe isso.

Quando o pensamento é prazeroso, esse elemento se agarra e flutua nesse sentimento, emoção ou sensação específica daquele pensamento. Se o pensamento é doloroso, de imediato, esse elemento que surge não quer esse pensamento, então começa a lutar contra o pensamento. Fazemos isso de uma forma inconsciente quando vamos, por exemplo, fazer uma outra coisa ou quando começamos a cantarolar ou a procurar outra coisa externamente para ouvir, para abafar aquele som interno daquele pensamento que não queremos presente.

Então veja, nós não sabemos o que é ter uma aproximação desse aprender sobre nós mesmos. Não escutamos nossos pensamentos até o fim. Os sentimentos quando surgem, também não sabemos escutar, as emoções quando aparecem, o modo de perceber, não sabemos tomar ciência disso.

Não sabemos porque estamos sempre colocando um elemento presente nessa experiência. Esse elemento é o “eu”, esse que gosta ou não gosta do que sente, do que pensa, do que vê. Então, há sempre esse elemento, que é o ego, que é o “eu”, que é esse que vem do passado interferindo nessa escuta, nesse escutar o que se passa conosco.

Assim, nunca nos colocamos diante desse espelho de autorevelação do “eu”, desse “mim”, desse ego. O nosso movimento interno é de fuga. Quando a coisa é desagradável ou é de apego, de fixação quando aquilo é prazeroso, o resultado disso é a manutenção ou a continuidade desse elemento, que é o ego, esse sentimento de “eu”, de “mim”, de pessoa presente. Então não há Liberdade.

Nós não temos um movimento de Inteligência, de Presença, de ciência de simplesmente Ser. Isso requer esse escutar, e nós não temos esse escutar. Então, o som do avião, o som do pássaro ou aquele assovio, aquilo não interfere com esse elemento autocentrado, que é esse “mim”, esse “eu”, esse ego. Ele não tem prazer, nem dor nesse som, então ele escuta. Mas esse elemento em nós, que é o ego, vive dentro de um modelo de dualidade; ele está sempre buscando o prazer e sempre tentando se livrar ou se afastar da dor. Então, o prazer ele agarra e se apega a ele, e a dor ele foge e ele rechaça ela.

Assim, não nos conhecemos, não nos compreendemos, então não temos uma ciência da Verdade sobre quem nós somos aqui nesse instante, nesse contato com o outro, com a situação, com o acontecimento, com a experiência. Porque, no ego, estamos dentro desse modelo seletivo de sentir, de pensar, de agir. É todo esse movimento de volição, de querer, de não querer, de buscar mais ou de se livrar. Então, queremos ou não queremos, gostamos ou não gostamos.

Assim, vivemos dentro de um princípio de dualidade, de egocentramento. Não sabemos a Verdade da vida como ela é, como ela acontece, porque estamos sempre fazendo “nossas escolhas” a partir desse centro, que é uma entidade artificial presente dentro da experiência da vida. Vejam como isso é delicado. Essa condição de comportamento é de ignorância, é de ilusão, é de autoafirmação egocêntrica.

“Eu gosto das pessoas que delas eu tenho uma imagem de prazer, porque elas me oferecem, me ofertam, me gratificam com o prazer, eu gosto delas, e eu não gosto das pessoas que não me dão nada ou que quando se aproximam, ao invés de trazer prazer, trazem problemas”. Tudo isso pode parecer muito razoável, e do ponto de vista desse centro, que é o “eu”, sim, é bastante razoável, mas não percebemos que esse movimento é separatista, ele me separa da Totalidade da Vida e faz com que eu me sinta sempre uma pessoa dentro da experiência do viver nas relações. E um detalhe: uma pessoa com medo e, também, carregada de desejos.

Isso é inconsciência da Totalidade da vida, do movimento da vida. Isso é não ciência da Verdade sobre quem somos, porque você não é uma pessoa. Há uma Realidade presente aqui e agora além desse modelo de gostar e não gostar, de ver o outro e de ver a si mesma, a si mesmo, nessa dualidade, nessa separação, onde tem você e o outro, você e o que eu gosto, você e o que você gosta, você e o que você não gosta.

Aqui estamos, com você, lhe mostrando que há uma Realidade presente além desse “você”, desse “eu”, desse “mim”, desse modelo de existência em egocentramento. Isso requer um olhar novo, um novo modo de sentir, de agir, de pensar, de estar em relação com o outro, com a vida, com o mundo à sua volta, mas isso requer que você se aproxime e descubra como internamente você funciona.

Por que as reações são como são? Por que existe esse modelo egocêntrico de ser, onde vivemos dentro de um padrão de acepção de pessoas, de conceitos, pré-conceitos, busca de mais, essa ânsia por querer, essa incompletude de ser, todo esse nível de insatisfação presente e de modelo de relação com o outro, com a vida, com nós mesmos com base nesse centro falso. Tomar ciência disso é ir além disso.

Então, o Despertar de sua Natureza Real é Autoconhecimento. A base é esse Autoconhecimento. Então, floresce a Verdade da Meditação. Aqui estamos lhe mostrando o que é a visão Real da Meditação dentro de uma aproximação da Não dualidade. Então, a visão da Meditação Advaita, do Autoconhecimento que lhe aproxima da Realidade do seu Ser, que é Não dual. Esse é o nosso assunto aqui com você.

Nós temos encontros online que ocorrem nos finais de semana. Sábado e domingo estamos juntos aprofundando tudo isso com você. Então, nesse contato com o Silêncio, com um trabalho direto de Meditação, estamos trabalhando essa visão da Realidade do Despertar da Consciência ou Iluminação Espiritual. Além disso, temos encontros presenciais e, também, retiros.

Agosto de 2024
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quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Despertar Espiritual e relacionamentos | Pensamentos geram sentimentos que geram ações | Autoimagem

Aqui nós temos um único propósito, e o propósito é tomarmos ciência da Realidade Divina, da Verdade sobre nós mesmos. Essa é a ciência de Deus. Uma vez que isso fique muito claro, sem qualquer sombra de confusão, de desordem, de sofrimento, nós estamos diante d’Aquilo que alguns chamam de o Despertar da Consciência ou Iluminação Espiritual. A sua Natureza Verdadeira é a Natureza Divina, é a Natureza de Deus.

Eu quero começar tratando com você dessa questão da vida, onde as ações acontecem. Em geral, nós chamamos de relacionamento aquilo que ocorre entre pessoas. Você nunca diz que está num relacionamento com o carro, ou com o sofá da sua casa, ou com a TV. Nós, em geral, usamos a expressão relacionamento ligado a um contato entre pessoas.

Eu quero tocar nessa questão do Despertar e o relacionamento. Vamos com você aqui olhar de perto isso. Afinal, no que consiste a vida? A vida consiste de ações acontecendo. Então vamos chegar lá nessa questão dos relacionamentos.

A vida consiste em relações. Nós estamos, sim, em relação, desde a manhã até a noite, com objetos. Quando você sai da cama pela manhã, você acaba de romper uma relação com o travesseiro, com o lençol, com a fronha, com a cama. Então se rompe essa relação e novas relações começam a acontecer: é com a escova de dentes, é com o espelho do banheiro.

O nosso contato nesta vida é de relação. E nós fazemos uma confusão entre a beleza da relação com essa desordem e contradição presente naquilo que nós chamamos de relacionamento, que é o que ocorre entre pessoas.

Eu tenho para mim que é fundamental você se dispor a se colocar em uma escuta passiva. Essa escuta passiva é aquela habilidade de apenas escutar uma fala como essa e acompanhar, sem qualquer necessidade de entrar em acordo ou em desacordo com aquilo que você escuta.

Então, a maneira correta de uma aproximação de escuta é que, nesse momento, se torna possível estarmos dentro de uma mesma sintonia, porque podemos acompanhar uma fala sem discordar ou concordar. Isso te coloca numa disposição interna, onde você não está simplesmente ouvindo a fala, mas há um escutar, e nesse escutar não tem aquele que fala nem aquele que escuta.

Então, a verdade do escutar é que quem ouve não interfere, e a fala daquele que fala é só uma fala. Não existe qualquer compromisso de convencimento, de persuasão. Não se trata aqui de você simplesmente acreditar nisso. Não se trata de uma intenção aqui de lhe fazer acreditar. Basta escutar.

Nesse escutar se revela se o que está sendo dito é real ou não. E nenhuma concordância ou discordância se faz necessária. E nenhuma motivação daqui para aí para lhe impingir um nível qualquer de crença se faz necessário. Vamos investigar aqui com você essa questão da ação.

Repare: a comunicação é algo possível quando há essa escuta. Uma vez que estamos dentro de uma sintonia, de um encontro, onde o que está prevalecendo não é o intelecto, e sim o coração, podemos entrar numa profunda comunhão, dentro de uma fala como essa. Então temos, sim, uma aproximação da verdade da ação.

Acabamos de colocar: desde a manhã até a noite, nós estamos dentro de ações acontecendo, ações de relações. Nós não brigamos com o travesseiro, nem com a fronha, nem com o lençol, nem com a escova de dentes, nem com o espelho. Mas na nossa vida, na relação com o outro, com a outra, na relação com pessoas, nós temos transformado em uma qualidade de relação onde está presente o conflito, onde está presente algum nível de disformidade, de complicação, de sofrimento.

Nós chamamos de relacionamento esses nossos encontros. Então, estamos sempre em um contato com pessoas, com o marido, a esposa, os filhos, a família, com o mundo à nossa volta, com esse mundo de pessoas dentro de contatos, de relacionamentos.

Será possível descobrirmos aqui, na vida, uma qualidade de vida que seja de pura relação? Onde tenhamos presente algo além dessa mera condição de associação que temos com pessoas, onde está presente uma vinculação psicológica, onde está envolvido sentimento, emoção, sensação, onde está presente o sentido de uma identidade presente nesse modelo de experiência?

A verdade sobre a vida é que a vida consiste de relações, e nessas relações, ações acontecendo. Mas se nessas ações está envolvido o sentido de uma identidade presente, que é o “eu”, esse “mim”, esse sentimento de pessoa, nesse contato com ele ou ela, a confusão surge, a complicação surge, o problema surge. E surge por quê? Porque estamos colocando dentro dessa ação uma qualidade de pensamento desnecessária. É a qualidade de pensamento que vem de um fundo, que vem de um passado, de uma lembrança, de uma recordação, de anterior relação com ele ou ela.

Com ele ou ela eu tenho já uma ideia de quem ele ou ela é, e com base nisso, o meu contato com ela ou ele é um contato a partir de uma configuração de ideia que tenho. Assim, essa ação, agora, aqui, nesse encontro, não é uma ação livre do pensamento, mas é uma ação organizada, programada, idealizada pelo pensamento.

Quando você olha para um pôr do sol, ou um nascer do sol, ou está diante de um rio, ou em algum nível de contato com a natureza, você sabe que esse contato sempre é novo. Você tem o jardim da sua casa. Pela manhã você se depara com o jardim. Você não tem nenhum problema com o jardim. Você se depara com o pôr do sol, você não tem nenhum problema com o pôr do sol. Você se depara com o rio, ali, sentado, quando vai pescar. Você não tem nenhum problema com o rio.

Em um contato com a natureza, você não tem nenhum problema. Em um contato com esse sair da cama pela manhã, você não tem nenhum problema. O seu contato é um contato de relação, seja com a natureza ou com objetos, como o travesseiro ou a fronha. Não há nenhum problema. E, no entanto, no contato com a esposa, você a vê a partir do passado.

O seu contato com a vida nesse momento é um contato novo, sempre novo, como esse contato com a natureza, como esse contato com o seu travesseiro. Você está num contato novo. Você acabou de romper o contato algumas horas antes, pela manhã, e agora você volta à noite para dormir, e de novo a relação está presente com o travesseiro, com a cama, com a fronha, com o cobertor, e não há nenhum conflito psicológico.

Mas no contato com a esposa, com o marido, com os filhos, com pessoas à sua volta, o conflito está estabelecido, o conflito está presente. Por que o conflito está presente? Porque você a vê, você o vê a partir do pensamento, dessa qualidade de pensamento da qual estou tratando aqui com você.

Nós precisamos tomar ciência da verdade sobre esse modelo de pensamento, que nos coloca dentro de uma relação que não é uma simples e direta relação com o que está aqui, nesse instante. Nós estamos num contato, nessa relação, a partir do pensamento, e o pensamento distorce a realidade do momento, distorce a realidade do encontro.

Ao se deparar com a esposa, com o marido, com os filhos ou com pessoas, não é como se deparar com a natureza. Você está sempre num contato de relação com tudo à sua volta, mas com ele ou ela o seu contato é a partir de imagens que você tem, que você traz do passado. Assim, nossas ações ocorrem dentro dessa condição psicológica, onde está estabelecida a contradição, algum nível de desconforto, de problema, de sofrimento, e isso está presente em razão do modelo do pensamento.

Notem o que estamos colocando aqui. Estamos dizendo para você que é possível, sim, uma vida onde haja uma relação sem a base desse modelo de pensamento onde você gosta dela ou não gosta dela, onde esse movimento de pensamento está acompanhado de sentimento, sensações, emoções. Isso ocorre em razão da forma como você a vê, a partir de uma imagem que o pensamento tem construído sobre quem ela é ou ele é.

Então, nossas ações não são ações livres. São ações que têm a qualidade do pensamento. Reparem que pensamentos geram sentimentos, e esses sentimentos geram ações. Assim, essa ação que tem por base, princípio, motivo o pensamento, são ações que nascem de conclusões, crenças e afirmações que vêm do passado. Então existe esse gostar ou não gostar.

Esse atuar tem por base esse movimento, e esse movimento é o movimento do ego, é o movimento do “eu”, desse sentimento, pensamento de pessoa que eu tenho, sobre quem eu sou. Isso construiu uma imagem sobre quem o outro é, sobre quem o outro representa para “mim”. Assim, as nossas ações são ações egocentradas, produzindo desordem, produzindo sofrimento.

Notem que no contato com as pessoas, nós ficamos cansados delas. Então há esse movimento de gostar e não gostar da mesma pessoa. Notem que internamente estamos em contradição. Nesse modelo de contradição, nosso comportamento está acontecendo.

Será possível descobrirmos a vida livre desse sentido de pessoa que trazemos para as nossas relações? E, portanto, será possível vivermos livre desse modelo de relacionamento como nós conhecemos, para termos um contato com ele ou ela, com a vida, nesse contato com as pessoas, com a mesma liberdade que tenho nesse contato de relação, por exemplo, com a natureza? Será possível uma vida sem conflito, sem contradição, sem desordem, sem sofrimento?

É isso que estamos aqui lhe convidando a investigar. Isso é possível quando você compreende o movimento dessa consciência, que é a consciência do “eu" em você, quando você vai além desse modelo de identidade do “eu”, dessa pessoa, dessa autoimagem, que é a imagem que você tem sobre quem você é. Se isso termina, você não constrói mais imagens das pessoas à sua volta.

O seu contato com ele ou ela não será mais um contato com base no pensamento. Você tem, sim, a lembrança necessária, funcional, prática e objetiva nessa relação. Essa lembrança é como estar diante da natureza e poder se lembrar que ali está o sol, que ali está o rio, que ali estão as flores naquele jardim da sua casa, mas é um contato de lembrança onde não existe o passado. Há só uma constatação do que está presente, mas não tem ali o passado.

O seu contato com a esposa pode ser livre do passado, com o marido pode ser livre do passado, com as pessoas pode ser livre do passado. O seu contato com você mesmo pode ser livre do passado. Um contato nesse nível é a relação, onde o ego, o “eu”, não está e, portanto, esse sentido de separação, de dualidade, “eu e o não eu”, “eu e ele”, “eu e ela”, “eu e o mundo”, não está presente.

É a partir desse elemento, que é o sentimento, pensamento “eu”, que surge essa separação. E se essa separação está presente, o que temos presente é um nível de contato não de simples e direta relação, porque temos esse elemento psicológico, que é o ego, que é o “eu”, que é essa autoimagem, traduzindo esse contato já no nível de busca de alguma coisa, de cobrança de alguma coisa. Então o desejo está presente e o medo está presente.

Aqui estamos com você investigando a Verdade do Despertar Espiritual e essa ilusão desse modelo de relacionamento. Quando há o Florescer de sua Natureza Divina, que é a Verdade do seu Ser nesse instante, o seu contato com o momento é novo, não é algo que vem do passado. Notem que parece que já ficou claro aqui o que foi colocado. Essa sua prontidão de apenas escutar já lhe mostrou isso.

O seu contato com o quarto é novo, o seu contato com o espelho pela manhã é um contato novo, mas o contato com a esposa ou marido, com base no pensamento, algo que vem do passado, de dentro de você, está transformando esse contato em algo velho, sem a beleza, o frescor, a naturalidade, o encanto do momento.

Você nunca vê o mesmo pôr do sol, você nunca vê o mesmo nascer do sol. Pela manhã é um novo nascer do sol e à tardezinha você está diante de um novo pôr do sol. Assim, esse contato com o mundo à sua volta, onde as pessoas estão presentes, pode ser um contato assim, se o ego não está. Então nós temos uma qualidade de ação totalmente diferente. Uma ação livre do passado e, portanto, livre da dependência psicológica que o pensamento introduz em nossas relações.

Esse é o nosso assunto aqui com você. Estamos lhe propondo o fim do “eu”, o fim do ego, uma vida livre de contradição, de sofrimento, onde o Amor está presente na relação. Então, sim, nossos relacionamentos não são mais os velhos relacionamentos com base no antigo modelo do ego. Estamos diante de Algo novo.

Então, esse é o nosso assunto com você aqui com você. Fora isso, nós temos nossos encontros online ocorrendo nos finais de semana. Sábado e domingo estamos juntos em um contato com o Silêncio, em um trabalho direto com a Meditação e, através de perguntas e respostas, podemos trabalhar isso juntos.

Fora isso, temos encontros presenciais e, também, retiros, que ocorrem em alguns períodos do ano. Se isso que você acabou de ouvir é algo que faz sentido para você, fica aqui o convite.

Julho de 2024
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