terça-feira, 28 de novembro de 2023

Despertar Espiritual. Uma aproximação da vida com outra visão. Acumulação psicológica. Fim da busca.

É comum fazermos as perguntas “Como encontrar Deus?”, “Como Realizar Deus?”, “Qual é a verdade do Autoconhecimento?” ou “Qual a importância do Autoconhecimento?” A Realização do seu Ser é a resposta para tudo isso, porque a Realização do seu Ser é o fim da ilusão da “pessoa” como você se vê nesse contexto da vida.

Assim, nesses encontros aqui nós estamos investigando isso com você, explorando isso juntos. Aqui nós estamos tendo uma aproximação da verdade sobre quem nós somos. Então, o nosso propósito nesses encontros é termos uma revelação da Verdade d’Aquilo que somos quando aquilo que parecemos ser não está mais presente. Então, estamos diante de Algo realmente fascinante, de Algo realmente maravilhoso, extraordinário, porque Isso é o fim da busca para aquele que está nessa procura por Deus.

Então, nós temos que aqui, por exemplo, ter uma aproximação muito clara do que é a experiência para aquele que experimenta. Reparem que a nossa vida consiste de experiências acontecendo, mas percebam uma coisa: são experiências acontecendo quando são registradas. Se elas não são registradas, elas ficam a nível do experimentar. Então, observe como é interessante termos uma aproximação da vida com uma outra visão, com a visão livre desse fundo de mentalidade comum, de mentalidade pessoal, de mentalidade egoica como tem sido a nossa visão, como tem sido a nossa mentalidade.

A vida agora, aqui, está acontecendo, mas ela não está acontecendo para um experimentador. Assim, a vida acontecendo aqui, nesse instante, ela não é uma experiência, ela é o experimentar e, no entanto, estamos nesse instante em razão desse experimentador, que é o “eu”, o ego, a “pessoa” em nós. Estamos transformando sempre esse momento numa experiência. A vida é aquilo que acontece agora, não é aquilo do qual você pode ter uma memória, uma lembrança, uma recordação sem o experimentador. Nós sustentamos a presença do experimentador porque não conseguimos lidar com o momento presente apenas no experimentar.

Reparem o que estamos colocando aqui para você: a beleza de viver esse momento é a Beleza de ter um encontro com a Realidade Divina, com a Realidade do seu Ser, com a Realidade de Deus. Pode parecer muito estranho tudo isso, mas vamos examinar isso aqui juntos. A vida como ela acontece é uma Revelação Divina. É exatamente quando a “pessoa”, o “eu”, o “mim”, o experimentador entra que transforma esse momento, que é um momento único de puro experimentar, em uma mera experiência pessoal, egocêntrica, particular para esse “mim”, para esse “eu”, para esse ego.

Então, como nasce esse “eu”, esse ego, esse “mim”, esse experimentador? Simplesmente transformando esse momento do experimentar em uma memória, em uma recordação, em uma lembrança. A nível prático, objetivo, ao passarmos por instantes do experimentar precisamos, sim, podemos, sim, e devemos, sim, transformar isso em uma experiência, porque a nível objetivo e prático aprender nesse nível representa apenas acumular informações, conhecimento, experiências. Isso requer, sim, a presença de um experimentador. Dirigir um carro, por exemplo, é algo que você, ao passar pela experiência, ela é guardada na memória, então, o experimentar na direção se transforma numa experiência de memória. Então, é um conhecimento nesse nível que se faz necessário para esse cérebro técnico, funcional. Nesse nível o conhecimento se faz necessário, a experiência se faz necessária, o experimentador se faz necessário.

Notem como é interessante isso. O uso da fala é uma coisa aprendida. Ao passar pelo experimentar do ouvir aquela palavra isso foi guardado na memória e se tornou uma experiência para esse experimentador. Então, a nível de funcionamento cerebral, o experimentador é prático, ele é objetivo, ele é direto para funções muito práticas da vida. Nesse sentido, eu diria que esse experimentador não é uma entidade presente, é um modelo como o cérebro opera, como ele funciona. O cérebro registra a experiência, isso agora é parte do conhecimento do cérebro, e quando se faz necessário está na memória motora dirigir um carro ou fazer uso da fala. Nesse nível, o cérebro precisa acumular, ele precisa aprender, ele vive dessas experiências, ele evolui nessas experiências.

Todo o progresso humano está em razão de um cérebro que vem se desenvolvendo, vem evoluindo nesse modelo de experimentar, transformar isso num conhecimento, em razão do registro, e fazer uso desse conhecimento de uma forma prática. Isso é algo importante nesse contexto de sonho de vida, como eu tenho chamado. O problema aqui surge quando psicologicamente estamos sugerindo um experimentador, sustentando um experimentador. Todo o problema conosco, todo o problema em nós, nesse “mim”, nesse “eu”, nesse ego é que ele é esse experimentador psicológico, ele é essa entidade psicológica que está, psicologicamente, registrando as experiências. Então, o sentido do “eu”, do ego, esse elemento autocentrado em nós é uma fraude, é uma ilusão. É aquele que está produzindo uma qualidade de vida em sofrimento, em conflito, em contradição. Estamos sempre passando pelo experimentar e transformando isso em algo pessoal, egoico, para este centro ilusório.

Quando falo com você, eu não estou falando, na verdade, com você, estou falando com a imagem que esse “mim”, esse “eu” tem registrado sobre quem você é. Então, esse contato que tenho com você é um contato com uma imagem, com uma autoprojeção. Eu tenho esse “gostar” ou “não gostar” de você, o que é algo egocêntrico, centrado nesse “eu”. É isso que está produzindo conflito em nossas relações, sofrimento em nossas relações, problemas em nossas relações. Nós estamos vivendo nesse centro ilusório, nesse centro falso, nesse “mim”, nesse “ego”, nesse experimentador. A pergunta aqui é: podemos nos livrar disso, desse centro ilusório, desse centro falso, desse experimentador? Porque, enquanto isso estiver presente, não há ciência da Realidade de Deus. Esse é o problema com o buscador, ele busca a partir desse centro ilusório, desse ego e tudo o que ele pode encontrar a partir desse centro ilusório é uma projeção dele mesmo. Então, nossa ideia, nossa imagem, nossa crença sobre Deus é uma projeção do próprio “eu”. Percebem? É uma projeção do próprio ego.

Assim, compreender esse movimento do “eu”, que é o movimento do ego, é se despir desse experimentador, é ir além desse “eu”, desse centro. Então o nosso cérebro pode funcionar de uma forma muito prática e objetiva no mundo com o seu aprendizado técnico, funcional, mas não temos mais esse modelo de acumulação psicológica, de aprendizado psicológico, de identidade que se separa do outro a partir de uma imagem. Se você me elogia, eu gosto de você; se você me critica, eu não gosto de você. Esse “mim”, esse “eu” é todo o problema. Todo o problema em nós é esse “eu”, esse centro ilusório.

O que é esse encontro com a Verdade? O que é esse encontro com a Realidade Divina? É a constatação de que nesse instante, nesse momento presente, podemos prescindir da ilusão desse falso centro que é o ego. A Verdade do Autoconhecimento reside na compreensão de que esse “eu” ilusório está sustentando em nossas vidas essa ilusão da separação entre “eu e a vida”, “eu o outro”, “eu e Deus” porque esse “eu” é a ilusão. Permitir que a vida seja o que ela é, viver livre desse centro particular, dessa projeção que tem por princípio experiências que não desapareceram para esse centro ilusório, se despir disso é o fim do sofrimento, é o fim da confusão, é o fim da ilusão. Então, nesse momento podemos ter uma aproximação do que é esse encontro com Deus, do que é esse encontro com a Vida livre do “eu”, do que é esse encontro com o “outro” livre do “eu”, com o mundo livre do “eu”.

Assim, uma aproximação de si mesmo é o fim da ilusão desse “mim” pelo Autoconhecimento. É aqui que a ciência da Verdade da Meditação se torna fundamental. Se despir desse conteúdo psicológico de memória, de história, de recordação, de imagens sobre quem eu sou, sobre quem o outro é, sobre o que a vida é. O fim de todo o modelo já programado de pensar, de sentir e agir, que é o modelo de condicionamento de sociedade, de mundo, de cultura, de vida egoica. O esvaziamento de todo esse conteúdo é a aproximação da Verdade, da Verdade do Autoconhecimento, da Verdade da Real Meditação. Quando todo esse conteúdo psicológico, que é o “eu”, desaparece, Algo novo está presente.

Tudo o que nós precisamos é descobrir o que é esse momento presente sem esse conteúdo do passado, o que representa esse contato com esse instante sem esse elemento que se separa desse momento presente para registrar, para transformar esse instante numa memória para depois agir a partir dessa memória. É um processo que ocorre naquilo que eu tenho chamado de o tempo psicológico. Assim, esse momento presente se torna muito importante para o ego, porque ele transforma esse momento num acervo, numa memória, em um passado, e ao se deparar sempre com o momento presente seguinte, ele se depara com esse momento com base nesse passado.

No ego, estamos sempre atuando a partir do passado nesse instante. É quando transformamos esse momento presente de puro experimentar em uma mera experiência pessoal. Assim, estamos sempre sendo pessoais em nossas relações, pessoais em nossas ações, pessoais em nosso comportamento, pessoais a cada instante nessa vida, nesse movimento extraordinário que é a Vida em sua Graça, em sua Beleza, em sua Totalidade. Estamos sempre nesse tempo psicológico – passado, presente e futuro. Isso explica todo o estado interno de sofrimento presente no ego. A ansiedade, a antecipação de um futuro psicológico para o ego, a angústia, a depressão, a frustração, é esse passado psicológico para o “eu”, para o ego aqui, nesse momento. E, para o ego, esse momento é um momento de conflito, de contradição e, portanto, de sofrimento, porque ele vive no tempo: passado, presente e futuro.

A constatação da Realidade de Deus, a constatação da Realidade do seu Ser é o fim desse “eu” que é o experimentador, que é esse elemento que vive nesse cultivo de memórias, de lembranças psicológicas. E parece que já ficou claro: num certo nível, a memória se faz necessária, em outro nível é o problema. Aqui nesse trabalho estamos tomando ciência da Realidade de Deus, ciência da Realidade do seu próprio Ser, da Verdade Divina, o que representa o fim do tempo psicológico, o fim para essa egoidentidade.

Então, essa é a Realização de Deus, o Despertar Espiritual ou a Iluminação Espiritual. Ter uma aproximação do movimento da vida sem esse movimento psicológico da mente é viver sem conflito, é viver sem sofrimento, é viver sem ilusões. Assim, estamos juntos investigando isso, explorando isso, trabalhando o fim para essa ilusão dessa pessoa, desse “mim”, desse centro ilusório.

Novembro de 2023
Gravatá/PE
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