terça-feira, 7 de janeiro de 2025

Aprender sobre Autoconhecimento | Como lidar com o medo? | Real Meditação | O que é o pensamento?

Eu tenho pra mim que o elemento principal aqui, para todos nós, deve, necessariamente, ser um encontro de coração a coração, o que requer a presença de uma comunhão possível. Em geral, não sabemos como ter uma aproximação nesse nível no contato com as pessoas.

Eu quero explorar com você aqui alguns assuntos. Um desses assuntos envolve também essa questão da comunhão. Observe que o seu contato com as pessoas não é um contato livre, mas é um contato, em geral, comprometido com ideias, com crenças, com conceitos que você tem sobre ele, sobre ela, ou sobre o que anda acontecendo no mundo ou na vida. E nesse contato, nessa relação, há sempre divergência de ideias, de opiniões, de conclusões. Então, nós somos muito tendenciosos a viver assim.

Aqui com você eu quero tocar na beleza desse encontro com o novo aprender, que é o aprender sobre nós mesmos. Não existe nada mais importante na vida do que a ciência da própria vida. Essa ciência requer esse aprender sobre o Autoconhecimento, porque apenas quando você se conhece, se compreende, pode, de verdade, se situar na vida dentro de um encontro com o mundo à sua volta nesse estado de comunhão.

A comunhão é o elemento fundamental na Paz, na Liberdade, na cooperação e na presença do Amor. Se temos a Verdade do Amor presente, temos comunhão. Nessa comunhão, temos a presença da compaixão, da cooperação. Aqui nós estamos trabalhando com você essa verdade dessa compreensão sobre quem nós somos. Então, aprender sobre nós mesmos é fundamental.

Em geral, o nosso contato com o mundo a nossa volta é o contato dentro dessa antiga afirmação de separação. Se há essa separação, não há esse encontro; se não há esse encontro, nós não temos comunhão. O mundo está em conflito, as pessoas estão infelizes e vivendo dentro de uma relação conflituosa umas com as outras. E por que isso ocorre? Porque estamos, internamente, distantes uns dos outros, e toda essa tentativa de unir as pessoas não tem funcionado, toda essa fala sobre amar o próximo ou viver em harmonia com ele ou ela não tem funcionado.

Nós temos diversos problemas na vida e eles são inúmeros, mas eles têm uma base comum, e eu quero tratar disso aqui com você. Qual é a base comum de todos esses problemas que temos, inclusive em nossos relacionamentos, na falta dessa comunhão e, portanto, dessa cooperação, dessa compaixão, dessa liberdade inteligente de lidar com o outro? Quem é que tem sustentado tudo isso? A ignorância, a ilusão sobre nós mesmos, sobre como você funciona.

Eu quero tratar com você aqui sobre o fim do medo. Veja, eu tenho falado inúmeras vezes nessa questão do medo, mas a nossa ênfase é diferente da que as pessoas querem se envolver ou querem ter no que diz respeito a essa questão do medo: elas querem se livrar do medo. Aqui nós estamos tomando ciência do que significa o fim do medo. Não se trata de alguém se livrando do medo, trata-se de ocorrer, sim, a liberdade do medo com o fim do medo. Não é alguém se livrando do medo, mas é a visão do que o medo significa, do que o medo representa. Não é o medo para alguém, mas o que alguém, no medo, significa.

Então, o que é o medo? Como realmente ver o fim do medo? Assim, a pergunta é: como lidar com o medo? Observe que nós temos diversas formas de medo. Eu não sei exatamente qual é a que lhe interessa aqui estudar, de que medo você quer tratar ou gostaria ver sendo colocado aqui, mas seja qual for a forma de medo que você gostaria de investigar, a única diferença entre elas são dos objetos ou da maneira de expressão. Mas o medo em si é o medo, há só medo.

Então, aqui a pergunta é: como lidar com o medo? Para termos uma aproximação direta desse assunto, nós temos que antes perguntar o que é o pensamento. E por quê? Porque o pensamento é o elemento em você que, quando está presente, lhe fala do medo. Não existe qualquer medo sem a possibilidade do pensamento.

Se você vem caminhando por uma rua e um carro vem em sua direção, nesse momento você não tem tempo para ter medo. Você se afasta, você sai da frente. Você está em um momento de perigo, mas é um momento em que não existe qualquer intervalo entre aquele acidente possível e você. Então, nesse momento não há espaço para o medo e, sim, para um movimento de autoproteção, algo instintivo, de autopreservação. Esse medo ou esse susto não é medo, é uma ação inteligente, de escape, de fuga daquele acidente, daquele perigo.

O ser humano vem sofrendo há milênios com diversas formas de medo, mas é o medo onde está presente a presença do pensamento. Por exemplo, o medo da morte, você só pode ter medo da morte se houver um pensamento sobre a morte, sobre o pós morte, sobre o que pode acontecer durante a morte ou no momento da morte, mas é o pensamento que está produzindo isso. Sem pensamento sobre a morte, não há medo da morte.

Você não pode ter medo de envelhecer sem imagens de pensamento sobre a velhice, o medo de adoecer sem imagens de pensamentos sobre a doença. Você não pode ter medo de uma pessoa sem a lembrança dela. Percebam como é simples e tremendamente fascinante essa compreensão de que tudo em nós está ligado ao pensamento. O pensamento norteia nossa vida como pessoas, como nós nos vemos, como nós nos sentimos ser.

Então, o nosso grande problema não é como lidar com o medo e, sim, como lidar com o pensamento, porque o pensamento é a base do medo, é a causa do medo, é a sustentação do medo. É a causa porque é a imagem, é a causa porque é o fator que sem ele não há medo. Então podemos aprender aqui a lidar com o pensamento e, portanto, com o medo.

Reparem como é fascinante essa compreensão clara a respeito de tudo isso. Não é só do medo, é da dor da rejeição. Quando é que você se sente rejeitado por alguém? Quando você se lembra dessa pessoa. A raiva de alguém. Quando é que você tem raiva de alguém? Quando a lembrança está aí, criando uma condição de sofrimento no medo, na raiva, na rejeição…

O elemento pensamento norteia nossa psicológica condição de existência, por isso temos que investigar a natureza do pensamento, a estrutura do pensamento e como permanecer sem ele. Sim, isso mesmo: como permanecer sem o pensamento. Haverá uma possibilidade, na vida, da vida acontecendo, mas de uma maneira tal que uma resposta para esse momento seja possível, mas não com base nessa psicológica condição que nós conhecemos, que é de vida norteada pelo pensamento?

Assim, essa forma que temos de nos aproximarmos de tudo isso é algo que lhe dá a base para uma vida livre, feliz, em paz e, portanto, harmoniosa, numa possibilidade real de comunhão com o outro, com a vida, com o que acontece, sem medo, sem esse sentimento de rejeição, sem esse sentimento de raiva. Aqui usamos três exemplos, mas são inúmeros, todos atrelados à presença do pensamento em cada um de nós.

Então, o que é esse aprender sobre o Autoconhecimento? É se dar conta de como você funciona, de como o pensamento cria representações dentro de você de como a vida deveria ser, ou poderia ser, ou deveria ter sido. Tudo isso aqui que colocamos para você envolve a importância de uma vida sem sofrimento, livre, em paz, feliz, e isso requer a ausência do ego, a ausência do “eu”.

Então, como lidar com o medo? Descobrindo como dispensar o movimento da memória, porque não se faz necessário, nesse instante, qualquer imagem mental sobre o futuro. A imagem mental sobre o futuro é a continuidade do movimento de inconsciência presente, no que diz respeito à vida como ela acontece nesse instante. Portanto, todas essas formas de sofrimento presentes, de desordem, confusão e problemas, são coisas surgindo dentro de cada um de nós e sendo sustentadas por essa não observação das nossas reações.

Olhar para um pensamento e permitir que ele se complete: não fazemos isso. Não fazemos porque quando um pensamento surge, de imediato, você se confunde com o pensamento, porque há por detrás desse movimento de se confundir com o pensamento a crença de que esse pensamento é real quando ele aparece. Ele não é real, é só uma representação que está vindo do passado, de uma memória que não se concluiu. Então essa memória vem, esse pensamento surge e quando ele surge, de imediato, você entra nessa identificação com o pensamento. Nesse momento, você se perde sendo o observador separado do pensamento, o pensador no pensamento.

Então, o observador é como esse elemento que está observando o pensamento como alguém separado dele. Esse pensador é como o elemento que está se separando do pensamento, mas é esse elemento que está produzindo o pensamento. Então, quando o pensador está presente, o observador está presente, o observador observando o pensamento como um elemento separado dele e o pensador como um elemento que está produzindo esse pensamento. Então, isso é real, é muito real.

Esse movimento que acabamos de descrever para você não é outra coisa a não ser o movimento do ego, desse sentimento de pessoa que você tem, que você traz. O que é que estamos propondo aqui para você? Observe, apenas observe esse movimento, fique ciente dele quando ele surgir. Se tornar ciente dele é não se separar dele para ser o observador, para ser o pensador – para ser o pensador quando o pensamento surge, o observador quando a imagem surge, aquele que sente quando o sentimento surge. Então, nesse momento, você está nesse aprender sobre si mesmo.

Então, o que é aprender esse Autoconhecimento? É descobrir como trazer essa Atenção para esse instante para ficar ciente de suas reações, sem se confundir com elas. Então, quando um pensamento surge para o medo, ele é visto, para a tristeza, ele é visto, para a preocupação, ele é visto, mas ele é visto sem esse observador, ele é visto sem esse pensador.

Aqui estamos acabando de colocar para você como se aproximar desse Autoconhecimento. É isso que lhe dá a base para a Meditação. E o que é essa Meditação? É permitir que aquilo que está presente se apresente sem um elemento que se envolve com isso, e isso que está presente não é outra coisa a não ser algo vindo do passado nesse formato de imagem, de pensamento, de memória, de lembrança.

Talvez você pergunte: “Mas como é essa questão da Meditação como você coloca?” Meditação é isso, é ter ciência de suas reações, sem se envolver com elas, nesse instante; permitir que isso se mostre, se apresente, seja visto e se complete. Porque quando um pensamento surge, é só uma aparição que pode ser vista sem o observador, e essa crença de alguém, que é o pensador, que está produzindo isso não é real.

Não existe qualquer pensador produzindo pensamentos, como não existe nenhum observador para ver a imagem que surge. Essa imagem é algo que vem do passado, e esse pensamento é algo que vem do passado; esse passado é só o registro da memória dentro de você. Não tem alguém produzindo isso, não tem um pensador produzindo isso, não tem um observador produzindo isso.

Reparem a beleza de acompanhar isso. Permitir que isso surja e não encontre uma continuidade, que é esse “eu”, esse ego, esse ego, significa não alimentar isso mais nesse observador, nesse pensador, nesse elemento envolvido também no sentir. Tudo isso faz parte desse sentido do “eu”, desse elemento que se separa. Assim, estamos anulando esse sentido do “eu”. Então, nesse momento, está acontecendo a ciência da Verdade do seu próprio Ser. Isso é o fim para o medo, isso é o fim para o sofrimento, isso é o fim para o “eu”, isso é o fim para o ego.

Então, quando temos uma aproximação da Verdade da Meditação, temos a Revelação da Realidade do seu Ser. Então, esse é o assunto que estamos trabalhando aqui com você e nesses encontros online nos finais de semana. Sábado e domingo estamos juntos, aprofundando isso com você. Além disso, temos encontros presenciais e, também, retiros.

Outubro de 2024
Gravatá-PE
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