Aqui esses nossos encontros consistem em verdadeiras descobertas a respeito de quem nós somos. Por que isso tem uma grande relevância para cada um de nós? Porque sem isso nós não temos como tomar ciência da vida. Aprender a viver é a coisa mais importante na vida.
Aqui se trata de aprender aquilo que nós somos no contexto do viver, sem isso não há Verdade, não há Sabedoria, não há Compreensão. Notem que é isso que explica esses diversos estados internos que estamos voltando a eles vez após vez, e deles nós queremos nos livrar de uma forma permanente.
Por exemplo, nós temos essa questão da depressão recorrente, mas temos também a ansiedade recorrente, o ciúme recorrente, a inveja, a dor presente em desejar ter o que o outro tem, a dor do desejo, também recorrente, a dor da inveja recorrente. Todos esses estados internos são estados de sofrimento. Uma resposta para essa questão de como se livrar disso não é uma resposta técnica, como a resposta de como dirigir um carro, como pilotar um avião ou como andar de bicicleta. Isso requer de cada um de nós uma outra aproximação, é essa aproximação de ordem psicológica.
O medo é esse elemento presente em nossas vidas que é uma sombra, que está sempre ao nosso lado nos acompanhando. O ser humano vive no medo há milênios, nós nunca aprendemos a lidar com o medo. Essa ansiedade é medo, essa depressão é medo, essa angústia é medo, essa preocupação é medo.
Os diversos estados psicológicos que sustentam em nós quadros de infelicidade, de conflito, problema e sofrimento, só podemos ter um contato real com isso quando deixarmos de lado todas as ideias sobre isso. É bastante delicado esse tipo de aproximação. Não é como se aproximar de um problema técnico, de uma questão técnica para resolver. Temos que ter um novo modo de nos aproximarmos de cada um de nós.
Reparem em um problema de ordem técnica: se não sei dirigir, eu preciso entrar em um veículo e tomar as primeiras lições de uma forma vivencial, prática. Não posso ficar teorizando a respeito de como dirigir um carro, eu preciso estar dentro de um carro descobrindo como as marchas funcionam. Eu preciso adquirir uma noção de espaço para dirigir entre outros carros, para fazer uma baliza, para encostar próximo ao meio fio, para manter a distância do carro da frente. Tudo isso requer uma aproximação direta, bastante prática, bastante vivencial do assunto.
Aqui nós temos um grande problema, de lidar com esses assuntos de ordem não técnica e, sim, psicológica, como o medo, o ciúme, a inveja, a depressão, a angústia. É que nós não nos aproximamos disso de uma forma prática, nós ficamos no campo das ideias, das teorias. Além disso, nós colocamos um elemento presente totalmente ilusório. Esse elemento é o que nos mantém, de fato, afastados da compreensão que requer uma vivência direta desse assunto. Eu me refiro a esse elemento psicológico.
Nós estamos sempre adiando essa questão. Então, nós podemos ter algumas melhoras de estados, mas são apenas melhoras, estados paliativos de ausência temporária daquela dor, daquele problema, daquele sofrimento, mas depois aquilo volta. Enquanto não atacarmos diretamente o problema, e aqui “atacar” significa se confrontar com ele, dispensando toda a teoria, todo o conceito, toda a ideia, todo o pensamento sobre isso, ele voltará.
Notem que é exatamente assim que nós temos feito. Nós temos o pensamento sobre a depressão, sobre o medo, sobre a ansiedade, mas nunca entramos em contato direto com o sentimento, sensação, emoção, com a dor que isso representa. Para dirigir um carro, nós temos que estar dentro do carro, com as mãos no volante, aprendendo a fazer uso das marchas e dos pedais, adquirindo uma noção de distância desse carro para os outros carros, ele tem que estar em movimento. Quando estamos lidando com questões psicológicas, nós não fazemos isso.
Nós estamos constantemente protelando, adiando o contato com a dor, com o sofrimento que o medo traz, que o pensamento de preocupação produz, que a imagem, criada pelo pensamento, que sustenta uma dor traz. Nós não entramos em contato direto com a experiência, com o experimentar, do medo, da inveja, do ciúme. Não sabemos, na verdade, na prática como isso funciona.
Veja como é curioso o nosso modelo de comportamento psicológico. Nós sentimos a dor, o sofrimento, nós sentimos o problema, nós temos o nome para o problema, nós temos um pensamento sobre o problema, mas não sabemos o que é o problema, porque não entramos num contato direto com ele. Nós temos ideias, nós temos pensamentos de como se livrar disso, de como diminuir essa condição psicológica presente, essa condição de dor psicológica, de sofrimento psicológico e nós aplicamos isso.
Em geral, nós fazemos alguma coisa como fugir da dor quando ela está presente. Então nós fazemos essa coisa de nomear, nós temos o nome daquilo, nós temos o pensamento sobre aquilo e temos o expediente de como minorar, diminuir, não sofrer tanto aquilo, fugindo, escapando. Não entramos em contato direto com a experiência. Reparem como isso é delicado.
Então, a pessoa sabe dizer que tem esse problema de depressão e ela é recorrente, ansiedade e ela é recorrente, de angústia e ela é recorrente, de preocupação e ela é recorrente; teoricamente você sabe, no pensamento, com uma imagem sobre aquilo, que aquilo é medo, mas você não entra em um contato direto com a dada coisa, porque quando surge, você foge, você escapa. Se queremos nos livrar de condições psicológicas de sofrimento, temos que tomar ciência do que isso representa vivencialmente, e isso requer a presença do Autoconhecimento.
Nós temos que conhecer a nós mesmos, saber como se processa dentro de cada um de nós esses estados, sem dar nome para ele, sem ter um pensamento sobre ele, uma teoria sobre ele, uma ideia de como se livrar dele, abandonando esse modelo de fuga para essa condição como, geralmente, nós temos feito. O ser humano foge para a bebida, foge para as crenças religiosas, foge para todo o tipo de distração de algo que lhe possa, de momento, temporariamente, lhe afastar daquela dor, então nunca entramos em contato direto com isso, então não há Autoconhecimento, não há uma compreensão de como isso se processa.
Aqui nós temos enfatizado para você a importância do Autoconhecimento. É fundamental ter uma aproximação de si mesmo, aprendendo a olhar para esse movimento interno de pensamento, de imagem, de formulações mentais que trazem esse ou aquele estado à evidência, à baila, nesse momento. Então, o estado surge em razão de um modelo de pensamento, de imagem, de formulação mental, e isso precisa ser visto quando surge nesse instante. Então, isso é ter uma aproximação da verdade sobre você, de como se processa esse modelo de separação desse “eu” e o não “eu”.
O “eu” é a ideia, é o pensamento, é crença, é a imagem, é a formulação mental sobre esse estado. O não “eu” é esse estado. Então reparem, dentro de nós existe uma ilusão, a ilusão desse “eu” e do não “eu”, desse que pensa sobre isso e desse que sente isso. Isso está presente em razão do desconhecimento da verdade sobre quem somos. Então existe essa dualidade, esse “eu” e o não “eu”, esse que está com medo, com depressão, com inveja, com ciúme, esse que está com essa dor, com esse sofrimento, com esse problema.
Queremos que esse, que é o “eu”, se livre desse não “eu”, que é esse quadro, essa condição, esse problema, esse sofrimento, essa dor. Não percebemos que estamos diante de um único jogo, de uma única condição, que é a condição desse “eu” que sustenta esse estado. Esse estado não está separado do “eu”.
Nós temos dito isso aqui, que uma imagem que você tem é você na imagem, um pensamento que você tem é você no pensamento, um sofrimento emocional não é a emoção ou o sofrimento separado de você, você é o sofrimento emocional, uma preocupação não é algo separado daquilo que você é. É muito básico isso, mas só pode ser constatado quando você tem uma aproximação de si mesmo, um olhar desse processo em você, de sustentação de condição psicológica de identidade do “eu”, de identidade egoica.
O pensamento não se separa do pensador, o sentimento não se separa daquele que sente, a dor não está separada daquele na dor, não existe tal coisa, mas nós temos essa crença, porque vivemos com base na ilusão do pensamento separado do pensador, na ilusão de um sentimento separado daquele que sente. Então, o que é ter uma aproximação de si mesmo? É estar diante desse aprender sobre si próprio.
É bem interessante o nosso comportamento. Nós temos diversas formas de escape, de fuga, acabamos de colocar algumas aqui para você. Beber é uma delas, ir para o cinema, para o teatro, ir dançar, ir namorar, mas também temos outras formas. Nós podemos nos envolver com práticas místicas, espiritualistas, religiosas, tudo isso nos ajuda a temporariamente evitarmos essa condição. Assim como a prática dessa, assim chamada, meditação como as pessoas praticam; elas fazem a meditação vipassana, a meditação yoga, a meditação zen. Veja, a verdade da Meditação, seja a vipassana, yoga ou zen, não é para esse propósito.
A Verdade da Meditação é para o Florescer de sua Natureza Divina, para o fim do ego, para o fim do “eu” e, portanto, para o fim desse modelo de separação entre o pensamento e o pensador, entre o sentimento e aquele que sente. A Realização da Verdade d’Aquilo que é Você em seu Ser verdadeiro é o fim do medo, é o fim da depressão, é o fim da inveja, é o fim do ciúme.
Veja, estamos falando para você que isso é fim, porque isso termina quando esse sentido do ego termina. Enquanto ele estiver presente, esses estados de conflito, de contradição, de problema e sofrimento de ordem psicológica estarão presentes, porque o ego estará presente, o sentido do “eu” estará presente. Então, você pode ter melhoras, mas não tem um fim definitivo para essas condições que surgem em razão de pensamentos, sentimentos, emoções, conflituosos, conflituosas.
Aqui nós estamos trabalhando com você o fim do “eu”, o fim do ego, a ciência da não dualidade, a visão da Verdade d’Aquilo que é Você em seu Ser quando a Real Meditação se revela. Aqui temos falado bastante a respeito dessa Real Meditação de uma forma vivencial, de uma forma prática, e isso requer a presença do Autoconhecimento, porque sem Autoconhecimento, não existe verdadeira Meditação.
Então, a verdade da Meditação se revela quando há Autoconhecimento. Sem Autoconhecimento, nenhuma técnica ou prática ou modelo de meditação irá funcionar, porque o Despertar de sua Natureza Divina requer a compreensão desse movimento egoico e o fim dele. Então nós temos, assim, o fim para essa ilusão, que é a ilusão do “eu” e desse não “eu”, desse que está angustiado separado da angústia, deprimido separado da depressão, preocupado separado da preocupação. Repare, estamos diante de um modelo de dualidade, de separação, de ilusão.
A Verdade d’Aquilo que é Deus, o seu Ser, a sua Natureza Real é o fim disso. A Compreensão da Realidade de tudo isso é aquilo que nós temos tratado aqui como Advaita, a não dualidade. Ter um olhar direto para todo esse movimento ilusório desse “mim” é o fim para ele.
Então, esse é o nosso assunto com você aqui. Nós temos, também, algo muito mais relevante, que são nossos encontros online nos finais de semana. Sábado e domingo estamos juntos, através de perguntas e respostas, trabalhando com você. São dois dias juntos aqui em um final de semana. Além disso, temos encontros presenciais e fazemos retiros em alguns períodos do ano.
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