terça-feira, 15 de outubro de 2024

Advaita Vedanta | Atenção Plena Mindfulness | Sobre saúde mental | Moksha significado

“O que você tem a nos dizer sobre essa questão da saúde mental?” Bem, vamos ver uma coisa aqui. O que é que entendemos por problemas, por sofrimento ou conflitos de ordem psicológica? Veja, aqui estamos lidando com estados da mente. É a mente, nesses diversos estados, dentro desse modelo conhecido, que apresenta essas diversas condições de sofrimento psíquico. Então, nos falta a Verdade da mente livre, da mente serena, da mente quieta, da mente silenciosa.

A mente, como ela funciona na maioria de nós, é a mente da desordem, do problema, da confusão e do sofrimento. Esses diversos estados internos em que nós nos encontramos, como ódio, raiva, medo, favorecem quadros psicológicos ou, assim chamados, transtornos psíquicos bastante conhecidos. Nós temos o caso da ansiedade, da depressão, da angústia, dessa dor desse vazio existencial.

Então, nós estamos vivendo uma vida sem a Liberdade dessa quietude, silêncio, serenidade, porque a mente está vivendo dentro desse modelo. O padrão é de autocentramento egocêntrico, o padrão é de ausência de real compreensão de como a mente funciona, de como o pensamento, o sentimento e a emoção se processam dentro de cada um de nós.

Naturalmente, isso é o elemento determinante do sofrimento, do problema, dessa desordem e confusão mental. Podemos romper com isso tomando ciência da Verdade d’Aquilo que somos fora desse sentido egoico, egocentrado de ser? Sim! Mas sem a ciência disso é impossível. De alguma forma, em algum nível, estaremos sempre que carregar conosco ou suportar em nós essa condição.

A tragicidade disso é que, em nossas relações, nós estamos colocando isso presente. Então as pessoas com quem nós convivemos estão compartilhando, diretamente ou indiretamente, dessa desordem psicológica que eu sou, que eu represento na relação com ele ou com ela.

Na vida, nós estamos para descobrir a Verdade d’Aquilo que somos, para descobrir essa ciência de Ser Real Consciência. Essa consciência que nós temos, essa consciência que nós conhecemos, que nós reconhecemos em nós, que outros reconhecem em nós, não é a natureza do seu Ser. Essa é parte da estrutura da mente egoica.

O que é essa mente egoica? É a mente que tem por princípio o modelo do condicionamento de cultura, de sociedade, de história humana. Aqui nós temos mostrado a você que Acordar é sair dessa condição psicológica de sofrimento psíquico, de desordem, de conflitos e problemas ligados a essa condição de inciência da Verdade, ligados a essa condição de consciência do “eu”, de consciência egoica, de consciência mental, como nós conhecemos. Então, isso é o Despertar Espiritual.

Algumas pessoas perguntam: “Para você, qual é o significado da palavra Moksha?” Veja, essa é uma palavra dentro do hinduísmo. Na verdade, isso não tem tanta importância, mas é uma palavra que o significado dela aqui seria exatamente essa Liberação dessa psicológica condição de sofrimento psíquico, de desordem emocional, de conflito existencial, de ausência do “eu”. A palavra Moksha significa Liberação em vida.

Então, podemos ir além desse modelo de conhecimento que temos de vida para algo totalmente inédito, desconhecido, fora desse modelo, onde, de fato, existe sanidade mental; onde, de fato, existe a beleza de uma mente livre, quieta, serena, que funciona com Inteligência; onde não existe mais esse modelo de desejo, medo, apego, inveja, ciúme, ambição, raiva, ódio e, naturalmente, carregando todo esse peso de ansiedade, depressão, angústia.

Notem, são mais de trezentas as formas de transtornos de ordem psicológica presentes no ser humano e já catalogadas. Mais de trezentas! Então, aqui teríamos que ficar esse texto inteiro só falando nomes. Mas, notem, tudo isso é apenas o resultado dessa condição psicológica de identidade, onde o sentido do “eu” se vê separado de Deus, separado da vida, se vê separado do outro, levando a ilusão de uma vida separada da Realidade, nesse egocentramento. Essa é a condição da dualidade.

Esse é o assunto principal aqui: a questão da Advaita. Isso é direto do Vedas, é a visão da Não dualidade, da Não separação. A palavra Advaita é a Não dualidade. Há milênios os sábios já falam desse estado possível para cada um de nós, de Realização, dessa Liberação, que é Moksha, que é a ciência da Vida sem esse centro, que é o “eu”, que é o “ego”. Então a expressão é Advaita. Isso é direto da Vedanta.

Aqui a pergunta é: como podemos ter uma aproximação real disso? Acordando. E Acordar requer que você descubra o que é observar sem o observador. Vamos entrar agora com você, aqui, num assunto fascinante. Quando você escuta alguém, você escuta a pessoa ou você está apenas ouvindo o que ela está dizendo? Reparem, há uma diferença. Quando você olha para alguém, você está vendo ou está apenas diretamente em um olhar para esse alguém?

Há uma diferença entre olhar para esse alguém e estar vendo esse alguém. Ver esse alguém a partir da ideia que você tem dele ou dela é estar numa direta relação com uma projeção de uma ideia, de uma crença, de um conceito que você faz sobre ele ou ela. Em geral, é assim que nós nos comportamos em nossas relações. Nós estamos vendo as pessoas, mas estamos vendo as pessoas sempre assim, a partir desse “eu” que olha, desse observador.

Então, há um novo modo de observar sem o observador, que é o olhar. É quando você não se importa com o que está vendo, porque está ciente, nesse olhar, de um novo modo de perceber sem o ego, sem o “eu”, sem o observador. É isso que nós precisamos descobrir na vida: como aprender a se relacionar com ele ou ela, sem esse ver, sem estar vendo, ou seja, sem estar fazendo essas considerações a partir desse ego, desse autocentramento, desse “mim”.

Quando fazemos isso, nós estamos lançando mão de uma velha estrutura de condicionamento de cultura humana, de sociedade humana, de história humana, que é a autoimagem. A minha relação com a esposa, com o marido, com os filhos, com o mundo à minha volta é a relação de quem está vendo essas coisas. Esse ver requer a presença de um observador que se vê separado para aceitar ou rejeitar, para gostar ou não gostar dele ou dela, disso ou daquilo. Assim, todo esse nosso comportamento a partir desse ver é egocêntrico, centrado no “eu”.

Aqui estamos lhe convidando para o Acordar, para a Realização da Verdade do seu Ser, isso é aquilo que a expressão significa. “Qual é o significado de Moksha?” É essa Liberação em vida. É descobrir o que é estar em contato com o momento presente sem esse “eu”, sem esse centro, sem esse observador. Então temos um olhar. Não esse ver, e, sim, o olhar. Temos o observar.

Aqui nós estamos lhe convidando a descobrir o que é ter esse olhar. Nós não temos um olhar claro, límpido, cristalino, luminoso, porque estamos sempre olhando a partir de um fundo. Esse fundo é esse elemento que vem do passado para gostar e não gostar das coisas a partir daquilo que ele tem aprendido sobre ele ou sobre ela.

Veja, nós não temos um contato com o outro com a liberdade de lidar com ele ou com ela sem o cultivo desta autoimagem em nós e, portanto, com a liberdade de não criarmos imagem do outro. Nós não temos feito isso. Nós cultivamos uma autoimagem e estamos também tendo uma imagem dele ou dela, é isso que estamos fazendo nesse modelo de relação, onde estamos aprendendo a sustentar essa identidade egoica.

Haverá uma outra forma de vida onde podemos, de verdade, aprender? E aqui aprender é exatamente desaprender isso. É liberarmos de nós mesmos, momento a momento, essa autoimagem e, portanto, qualquer imagem do outro. Isso é possível quando nós colocamos nesse momento essa Atenção.

O que é essa Atenção Plena? É a liberdade de olhar sem o observador; é a liberdade de olhar a partir desse cérebro quieto, livre, silencioso, que não estabelece conflito nem problema na relação, porque não olha vendo, apenas olha. Não existe esse olhar a partir do observador, é só o observar, é só o olhar, é só o contato com ele ou ela sem esse centro, sem esse “eu”, sem esse ego, sem essa autoimagem. Isso requer a presença dessa Atenção.

Precisamos aprender a desaprender esse modelo de vida nesse existir do “eu”. Veja, nós não estamos em contato com a vida na Beleza da Existência como ela é. Nós estamos num contato com a vida a partir desse existir do “eu”, como ele se determina ser, como ele procura ser. Então, ele destoa da Realidade da vida, porque ele está sempre vendo o mundo – e é “vendo” mesmo – a partir do seu fundo, do seu próprio modo específico, egocêntrico de olhar.

Nós estamos dizendo para você, estamos mostrando para você que, sim, é possível uma vida onde está presente a Beleza da Existência, não desse mero existir egocêntrico como o ego se comporta, onde está presente esse modelo de vida egocêntrica e, portanto, centrada em problemas.

Enquanto o sentido do “eu”, do ego estiver presente, jamais haverá sanidade, porque não há serenidade, não há quietude, não há silêncio. Há uma profunda desordem psicológica presente, em razão desse comportamento nesse padrão de atividade egocêntrica, onde não estamos lidando com a vida, com os fatos e se aproximando para descobrir a Verdade sobre isso.

Estamos sempre traduzindo, interpretando, avaliando, julgando, comparando, aceitando e rejeitando a partir desse centro falso, que é o ego. Isso explica todos esses transtornos psíquicos, toda a forma de sofrimento psicológico, toda essa confusão que tem se tornado nossas vidas nesse modelo de meramente existir como pessoa. Uma vida centrada no ego, uma vida centrada no “eu”. Isso faz sentido para você?

Será possível, nesta vida, tomarmos ciência de Algo além disso tudo, dessa Realidade Divina? Uma vida altamente inteligente, em grande percepção, com um profundo senso de Amor nas relações, de Liberdade nos relacionamentos. Isso requer em você a ciência de Deus. Esta ciência de Deus é a ciência da Verdade sobre você. Se isso está presente, Você é uma Benção, Você é a Luz., Você é a presença da Graça e do Amor, exatamente porque não tem esse “mim”, não tem esse “eu”, não tem esse sentido de “você” presente.

Há Algo presente, mas não é mais esse “mim”, esse “eu”, esse sentido de “você”, de egoidentidade. Você nasceu para realizar Isso nesta vida, tomar plena ciência dessa Realidade Divina. Então, esse é o nosso empenho, esse é o nosso trabalho aqui com você. Estamos trabalhando juntos a questão do Despertar.

Algo muito maior do que esses textos são os nossos encontros online nos finais de semana. Sábado e domingo, estamos juntos através de perguntas e respostas e tendo um contato direto com a ciência da Meditação, com a Revelação do Autoconhecimento e, podemos, então, olhar para isso juntos.

Julho de 2024
Gravatá-PE
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