quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Como abandonar a mentira de ser uma pessoa?

Estamos tratando, nesses encontros, de algo bastante básico para a realização daquilo que todos procuram, de uma certa forma, que é a Felicidade.
O que eu tenho observado é a facilidade que você tem de se desorientar. Quando alguém caminha dentro de uma mata fechada, precisa tomar muito cuidado para não perder o sentido de orientação. Se isso acontece, ela pode perder a vida. Com muita facilidade, você perde este sentido de orientação, e isso acontece quando você perde a si mesmo nos fenômenos, nas aparições dos acontecimentos. Você se esquece de si mesmo, de sua Natureza Real, e se embola com qualquer fenômeno externo.
É curioso, mas o pensamento, o sentimento e a emoção também são fenômenos externos. Percebam que isso é básico para você que está trabalhando essa coisa do Despertar, da Realização de Deus — não se perder no “externo”.
Quando algo acontece do lado de fora do corpo — um parente sofre um acidente ou é hospitalizado, alguém vai embora, perde o emprego, etc. —, você se perde nesses eventos, você esquece sua Natureza Real, preocupa-se, ocupa-se com o “externo”. E o “externo” pode ser tanto acontecimentos do lado de fora como pensamentos do lado de dentro. Quando você faz isso, esquece que há algo, em você, maior que o “externo”.
Quando você chega em Satsang, eu lhe digo: “Nada disso é real!”. Talvez, seja real apenas como um fenômeno, mas não é real em seu Ser, em sua Natureza Verdadeira. Não é real porque é uma coisa que vem e vai. Pensamentos, sentimentos, emoções, empregos, acidentes, pessoas sendo internadas, morrendo e nascendo são coisas assim, mas nada disso pode tocar Você, o seu Ser. Entretanto, você não acredita em mim; você prefere acreditar nisso, então, tem problemas, sofre. Você acompanha isso?
Quando você chega em Satsang, eu lhe digo: 'Nada disso é real!'. Talvez, seja real apenas como um fenômeno, mas não é real em seu Ser, em sua Natureza Verdadeira.
A coisa mais desafiadora na vida é ficar só com ela e não inventar nada. O pensamento adora inventar! Ele interpreta, traduz e tenta manipular o que acontece. Isso é o ego! “Forçar a barra” é o ego; resistir, lutar contra o que aparece, é o ego. Você vai além dessa limitação quando acolhe seu Ser, sua Natureza Real.
A sua Natureza Verdadeira está em Paz, não tem problema. Em sono profundo, você experimenta Isso, porque você não está lá como uma egoidentidade, como uma pessoa com escolhas, desejos e medos.
Satsang o convida a ir além de toda essa limitação; é a chave que abre a porta do fim da ilusão, dessa entidade que sofre, dessa pessoa, desse perturbado. Eu não conheço uma pessoa boa, porque “pessoa” é sinal de maluquice. Quando você vai a Satsang, se depara com um Ser Realizado, então, ele olha para você e diz: “Não precisa sofrer, mas tem que se desapegar da história, do pensamento, do seu mundo, porque o ‘seu mundo’ é problemático. Onde o seu mundo aparecer, o problema aparecerá.”.
Mas, você está viciado em pensar, em sentir, em ser “alguém”; está viciado no mundo, na história. Então, não há espaço para a Consciência, que é Meditação, que é Ser. Não há mais problema se você vive em seu Ser. Isso é seu Despertar! Você tem que sair desse sono, que é o “seu mundo”, o qual está todo dentro da sua cabeça. Esse é o seu único problema!
Compreenda isso; não intelectualmente, mas de forma prática. Quando o fenômeno surgir, não salte sobre ele, não confie nisso. Quando o pensamento, o sentimento, a emoção, a sensação e os acontecimentos surgirem, deixe isso por conta de Deus. Não é seu assunto, então, não se envolva! Deixe Deus tomar conta de tudo! Se você não fizer isso, vai perder a fome, vai perder o sono, vai sonhar à noite, vai ficar mal-humorado durante o dia, vai ter muita raiva, vai ficar perturbado, um perturbado mental.
Então, você se volta para a Verdade de si mesmo, que é Consciência, que é essa Presença, que é Deus, e abandona a mente. Por isso, eu tenho recomendado às pessoas que venham a Satsang, porque é único jeito de abandonar a mentira de ser uma pessoa.
Você está muito viciado nisso, muito viciado! Você vive no meio de “drogados”, de “gente viciada”. Então, você vai a Satsang e se depara com um “sóbrio”, em meio a uma multidão de egos, de pessoas “embriagadas” de ilusão.
A mente tem a habilidade de transformar a vida em um problema. A mente é sempre pessoal! Ela pega a experiência em volta dela — pensamentos, sentimentos, emoções e tudo que acontece do lado de fora — e transforma tudo em algo particular, pessoal, para “alguém”. Quem? Você! Então, você diz: “Eu tenho um problema que ninguém tem!” — essa é a particularização da mente. Agora, fica claro o que a gente chama de “ego”. Ego é esse sentido ilusório de um centro, em torno do qual acontecem coisas. Maluquice total, porque tudo o que acontece a esse “mim” é só uma imaginação para essa autoimagem que você acredita ser. Olha que interessante: você imagina ser alguém e, então, tem problemas. Isso só existe na mente!
A Vida diz: “Eu Sou o que Sou, não estou nem aí para a sua imaginação!”. Então, essa autoimagem fica revoltada, com raiva, sofrendo, e isso não tem fim nunca! Só se o sonho terminar.
Bem-vindo a Satsang!
*Transcrito a partir de uma fala em um encontro online na noite de 24 de Agosto de 2018 – Encontros online todas as segundas, quartas e sextas às 22h (exceto em períodos de retiros) – Para informações sobre o app Paltalk e instruções de como participar, clique aqui.

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