quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Joel Goldsmith | Viver Pela Palavra | Como se livrar do sofrimento psíquico? | Marcos Gualberto

GC: Olá, pessoal! Estamos aqui para mais um videocast, novamente, o Mestre Gualberto aqui conosco. Gratidão, Mestre, pela presença. Eu vou ler um trecho de um livro do Joel Goldsmith chamado "Viver Pela Palavra". Em um trecho desse livro, o Joel faz o seguinte comentário: "Chega um certo momento na experiência de cada pessoa quando um toque do Espírito irrompe, não por causa dela, mas a despeito dela". Mestre, neste trecho, o Joel Goldsmith comenta sobre esse toque do Espírito. Dentro desse assunto, o Mestre pode compartilhar a sua visão sobre como se livrar do sofrimento psíquico?

MG: Gilson, aqui nós temos que investigar esta questão do sofrimento. Qual é a verdade sobre o sofrimento? Nós temos o sofrimento físico. Se você sofre um acidente e a sua perna ou o seu braço é atingido nesse acidente, a dor está ali. Então, está presente o sofrimento. Assim, nós temos o sofrimento físico como algo que está presente no corpo. O nosso corpo tem essa sensibilidade, ou esta vulnerabilidade, para a dor. Esse é, na verdade, um mecanismo de autoproteção, de autodefesa do organismo, a presença daquela dor e, portanto, do sofrimento. Lidar com esta qualidade de sofrimento requer cuidados médicos.

No entanto, aqui estamos tratando com você da possibilidade do fim do sofrimento. Enquanto o corpo estiver presente, ele irá passar por processos de prazer e de dor, mas haverá uma possibilidade de irmos além do sofrimento? Aqui não se trata do sofrimento físico, aqui se trata de uma outra qualidade do sofrimento, presente em todos nós, que nós precisamos investigar e ir além dele. Precisamos transcender esta psicológica condição, porque é nesta condição psicológica que está este tipo de sofrimento, esta qualidade de sofrimento. Assim, nós temos dois tipos de sofrimento: um sofrimento físico e um sofrimento psíquico.

Aqui nós estamos, com você, investigando o fim para o sofrimento. O sofrimento físico é atendido pela medicina, por tratamentos e medicações, mas e o sofrimento psíquico? Haverá, de fato, uma forma de irmos além do sofrimento psicológico, além do sofrimento da mente? Nós temos diversas formas de sofrimento, psíquico, psicológico. Na verdade, são inumeráveis as formas de medo: ansiedade, angústia, preocupação, culpa, timidez. Repare, tudo isso são formas de medo. Nós temos inúmeros medos; a presença do medo, com os seus nomes variados, é basicamente sofrimento. Será possível uma vida livre do medo e, portanto, do sofrimento?

Mas não é só o medo. Nós temos diversas outras formas de conflitos, de contradições internas que estão constantemente produzindo, em nossas vidas, a dor psicológica, a dor sentimental, a dor emocional. Portanto, como podemos lidar com isso? Qual será a verdade da qualidade de sofrimento psíquico presente em nós? A verdade sobre este sofrimento, sobre esta qualidade de sofrimento, consiste na presença de um sentido de separação interno, onde existe esse "eu", e o "não eu". Nós vivemos dentro de um modelo psicológico de existir como alguém, onde está presente a dualidade. Existe em nós o gostar e o não gostar, o bem e o mal, o verdadeiro e o falso, o positivo e o negativo. Há em nós a presença da tristeza e da alegria, do prazer e da dor.

Assim, psicologicamente, nós estamos sustentando um modelo de existir como alguém em dualidade - este alguém vive dentro deste princípio. E aqui nós estamos, com você, investigando, aprofundando, tomando ciência da verdade sobre este alguém. A ideia de existir como uma pessoa, do ponto de vista interno, psicológico, é uma condição criada pelo modelo do pensamento presente em nós. Isso não é real! Repare o que estamos colocando aqui, para você: a dor física recebe um tratamento na medicina. No entanto, essa dor psicológica. como podemos tomar ciência da verdade de um tratamento real sobre isso? Tendo a clareza, a lucidez, a compreensão direta da verdade sobre o "eu", sobre a existência deste alguém, deste "mim".

E, aqui, estamos dizendo para você que este tipo de sofrimento, esta qualidade de sofrimento, como ela se assenta em um padrão de dualidade interna, dentro de cada um de nós, neste modelo psicológico, criado pelo pensamento, colocando uma identidade presente, que é a pessoa, o "mim", se nos livrarmos desta ideia, desta crença, desta sugestão do pensamento, ficaremos livres do sofrimento. Porque é a presença deste alguém, desta ideia de ser alguém, a causa da dor interna, psíquica, psicológica.

Nós temos que investigar a verdade sobre o pensamento, a verdade sobre o "eu"; isso nos dará uma compreensão direta da verdade sobre o medo. Aqui eu estou citando o medo, mas nós temos a raiva, nós temos a ansiedade, nós temos diversas formas de impressões internas de sofrimento presente em nós. E todos, de fato, estão atrelados a esse sentido de dualidade, nós é que estamos dando nomes um pouco diferentes para, basicamente, o conflito da dualidade presente no "eu", em razão deste padrão de pensamento que estamos vivendo, que nós conhecemos.

Nós precisamos de uma mente livre, de um cérebro livre. Sim, eu me refiro a um cérebro livre, a uma mente livre do pensamento, porque a qualidade de pensamento que nós conhecemos é o que nos dá este modelo de existência psicológica. É ele que dá a base para a sustentação da ilusão de uma pessoa presente na vida aqui, no momento presente, tendo uma mente pessoal, particular e, portanto, egocêntrica. Aqui, uma nova mente, um novo cérebro, um novo coração é um novo modo de aproximação da vida sem o pensamento, sem o pensamento psicológico e, portanto, sem sofrimento. Será possível uma vida livre do ego, livre do "eu"? Essa é uma vida sem sofrimento psíquico, essa é uma vida livre da dor psicológica.

Quando nos prendemos a objetos, a pessoas, a ideias. quando nos prendemos a circunstâncias, a situações, a projetos, a desejos. esta prisão é a base do sofrimento. E esta prisão ocorre em razão da presença deste "eu" e a outra coisa que ele segura, que ele detém, que ele possui, que ele controla. É assim que estamos vivendo uma vida egocêntrica, uma vida em separação. Nossos apegos sustentam a presença do sofrimento. É a presença do "eu", a presença do ego - o modelo de existir como alguém presente aqui na vida, neste instante - segurando aquilo que acredita que é seu. Portanto, a ideia de "eu" e "meu" sustenta o sofrimento, sustenta a ilusão desta pessoa.

Aqui, com você, nós estamos investigando isso: a possibilidade de irmos além do sofrimento, além desta condição do ego para uma vida livre. Assim, o seu novo modo de sentir, de agir e de pensar, a partir de um novo coração, de uma nova mente, é de Real Presença Divina, é de Real Inteligência. Sua vida não está mais sendo norteada pelo modelo do pensamento psicológico. Sua vida não está mais se situando na ideia da separação entre você e ele, entre você e a vida, entre você e Deus. Então, essa sua vida não é mais a particular vida de alguém, deste "mim". Isso requer a presença de uma visão sobre si mesmo, para o descarte da ilusão, deste formato de dualidade, de padrão de separação. Quando isso se dissolve, a ideia deste "eu" e esta crença, que é a crença do "meu", desaparecem.

Você não existe como acredita existir e não tem o que acredita ter. É o pensamento que está produzindo essa ilusão dentro de você e sustentando o sofrimento dos desejos, dos apegos, das crenças, das certezas de alguém presente no controle. o que representa um movimento egocêntrico de existir como alguém. É disso que precisamos nos livrar nesta vida. Então, sim, haverá o fim para o sofrimento.

GC: Mestre, nós temos uma pergunta de uma inscrita aqui no canal. A Helena fez o seguinte comentário: "Mestre, muitas vezes parece que meu sofrimento não tem fim, como uma nuvem que me persegue. Como posso entender a origem dessa dor e parar de me identificar tanto com ela?"

MG: Então, você diz que o seu sofrimento não tem fim e você quer descobrir a origem dessa dor. Observe, Gilson: em geral, nós queremos descobrir a origem da dor para nos livrarmos da dor. Sim, é fundamental a investigação de nós mesmos, esse estudar aquilo que se passa conosco, mas não para nos livrarmos a partir da ideia de alguém presente para se livrar. Quando nos aproximamos para a investigação da verdade sobre quem nós somos, sim, fica clara a causa, a razão daquela dor, mas fica clara também a presença de alguém presente na dor, alguém que está criando esta separação, essa divisão entre ele e a dor.

Portanto, o nosso pensamento, aqui, se mostra equivocado. Nós temos a ideia de alguém para se livrar da dor, nós não temos a visão clara de que este alguém é a própria presença dessa dor. Nós só queremos nos livrar das coisas ruins e não das coisas boas. Então, há uma separação entre aquilo que "eu" desfruto, que é prazeroso, e aquilo que me perturba, porque é doloroso. Então, há uma separação entre esse "eu" e a outra coisa. A verdade sobre o sofrimento, assim como a verdade sobre o prazer, é a mesma verdade. Aquilo que entendemos por prazer emocional, sentimental, romântico, psicológico, e aquilo que representa para nós dor, sofrimento, desconforto, também interno e psicológico, carrega o mesmo princípio. E o princípio é a separação entre "eu" e a outra coisa, eu e o que "eu" quero, "eu" e o que "eu" não quero. Mas esta separação é uma ilusão.

Quando você está triste, só há tristeza. Quando você está com raiva, só há raiva. A ideia de alguém tendo raiva é uma crença; de alguém que está triste, é uma crença. Observe com clareza isso: tomado de raiva, você é a raiva; tomado de tristeza, você é a tristeza; tomado de angústia, você é a angústia. Quando um pensamento surge sobre a angústia, você se separa; quando um pensamento surge sobre a raiva, você se separa. Veja, o pensamento é o elemento que cria a separação entre alguém e a raiva; entre alguém e a angústia; entre alguém e o medo. Aqui estamos diante de uma única situação. Assim, a presença do prazer ou a presença da dor psicológica carrega a mesma estrutura: a estrutura da dualidade.

Uma vez livre do "eu", livre da dor, livre do prazer. A presença do "eu", do ego, é a presença do sofrimento, é a presença do prazer. É isso que nós precisamos compreender nesta vida. Portanto, a ideia ou o pensamento de se livrar de algo que não queremos, não funciona. Você tem, aparentemente, uma liberdade temporária daquele quadro, daquela situação, no entanto, enquanto o sentido do "eu" estiver presente, novas situações surgirão. Essas novas situações ainda são as velhas situações de dor, de sofrimento. porque é como uma árvore: você se livra de alguns galhos, mas outros ainda estão lá; você se livra de algumas folhas, mas outras folhas ainda estão lá. Outras folhas virão e outros galhos crescerão enquanto a árvore estiver presente.

A ciência da Verdade do seu Ser, a revelação sobre a Natureza de Deus, a Real Vida Divina é a Liberdade do prazer e da dor, da alegria e tristeza. É quando nos deparamos com algo além da mente, nesta mente livre do ego. Quando a mente silencia, o cérebro se aquieta, algo além da mente se revela. Algo além deste cérebro se revela; é a presença da Revelação Divina. O que traz esta Revelação é a atenção sobre as nossas reações, é o descarte da psicológica condição de condicionamento egoico, de condicionamento mental.

Portanto, quando você fala de "parar de se identificar com a dor", compreenda que, enquanto existir a ideia de alguém para se desidentificar ou se identificar, a dor estará presente. Se livre da ilusão, da crença, dessa ideia de "alguém". Então, sim, haverá um rompimento com a identificação, mas não só a identificação da dor, mas a identificação da ilusão de alguém para o prazer.

GC: Mestre, nós temos outra pergunta de outra inscrita aqui no canal, que fez o seguinte comentário: "Por que embarcamos tão facilmente no que o pensamento diz? Pode comentar sobre isso?"

MG: Gilson, nós embarcamos com muita facilidade no modelo do pensamento, porque o nosso hábito, o nosso vício de ser alguém é muito grande. Esta árvore tem raízes muito profundas. Desde pequenos, nós vivemos dentro de uma cultura, de um modelo de mundo, cercado de pessoas; esse é o modelo. Nossos pais, avós, bisavós, professores, o mundo inteiro. como seres humanos, nós não nos conhecemos, porque estamos presos ao modelo do pensamento, desde pequenos. A nossa confiança, certeza, segurança, se sustenta na ilusão de que o pensamento norteia inteligentemente nossas vidas, o que é completamente falso.

Tudo que o pensamento tem produzido e está produzindo em nossas vidas é um modelo de existência de alguém presente, que não é real, lidando com o falar, com o agir, com o sentir e com o pensar de uma forma profundamente ilusória, equivocada. Nós só podemos nos livrar disso, Gilson, tomando ciência de como nós funcionamos, de como internalizamos a experiência do mundo, a experiência do outro, a experiência de nós mesmos. A compreensão de como internalizamos aquilo que acontece externamente e internamente. A direta compreensão irá nos mostrar a ilusão de que essa experiência está sendo sustentada por um experimentador e esse experimentador não é real.

O que nos permite ver isso é a presença do Autoconhecimento. Quando você começa a se tornar ciente de como a mente funciona, percebe as emoções, os sentimentos, os pensamentos e todas as reações surgindo, fica claro que todo esse movimento é um movimento que foi aprendido, é algo que vem do passado, é o resultado da memória e, portanto, é algo dentro de um condicionamento de estrutura social, cultural. Esse é o padrão psicológico do "eu". Você se dá conta disso quando não se envolve mais com as reações. Se você se envolve com suas reações, você se perde nelas. Então, a forma de romper com isso é aprendendo a olhar, a observar, a ficar ciente, sem colocar a presença de alguém, deste "mim", deste pensador, deste experimentador, para interagir com isso.

Portanto, é o Autoconhecimento que lhe dá a base para o encontro com o espaço novo de Liberdade desta velha consciência, desta egoica consciência. Esse espaço novo de Liberdade surge quando temos a presença da Meditação. A Meditação é um novo Estado de Ser, é um novo Estado de Consciência, é um novo Estado de Presença. Você não pode produzir isso; isso surge de uma forma natural quando você aprende a olhar para as suas reações. Repare que quando você conversa com pessoas, você não toma ciência de si, naquele momento enquanto fala. Você não tem ciência dela enquanto ela fala. Você não tem ciência dos pensamentos dentro da sua cabeça naquele instante, das suas sensações, dos seus sentimentos ou emoções.

Nós estamos completamente imersos, mergulhados numa profunda identificação com o passado, com todo o resultado de conhecimento aprendido, e estamos apenas reagindo o tempo todo, sem a ciência do olhar, do perceber. É o que estamos lhe convidando, aqui, para fazer. Esse fazer é apenas constatar. Não é algo que alguém faz, é o fazer sem alguém. É o simples e direto constatar, sem reagir, sem interagir. Então, algo novo surge neste momento. Algo além da mente, além das palavras. É a presença da Meditação, esta Ciência de Ser, de puro Ser, de simples Ser. Ok?

GC: Gratidão, Mestre, já fechou o nosso tempo. Gratidão por mais este videocast. E para você que está acompanhando o vídeo até o final e deseja realmente viver essas verdades, fica o convite para participar dos encontros que o Mestre Gualberto proporciona. São encontros intensivos de final de semana que existem no formato on-line, presencial e também retiros. Esses encontros são muito mais profundos e poderosos. Primeiro, porque o Mestre responde diretamente às nossas dúvidas; e segundo, é que pelo Mestre já viver nesse Estado Desperto de Consciência, Ele compartilha um campo de energia à sua volta. E nesses encontros a gente acaba pegando uma carona nesse campo de Presença do Mestre. E pegando essa carona com o Mestre de maneira espontânea, sem nenhum esforço, entramos no estado meditativo, silenciamos nossas mentes, podemos ter uma visão real desses assuntos tratados aqui, no canal. Então, fica o convite. No primeiro comentário, fixado, tem o link do WhatsApp para poder participar desses encontros. Além disso, já dá o like no vídeo, se inscreve no canal e comenta aqui, trazendo perguntas para a gente trazer para os próximos videocasts. E, Mestre, mais uma vez, gratidão pelo videocast.

Agosto de 2025
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terça-feira, 2 de dezembro de 2025

Praticando o Autoconhecimento. O que é o Autoconhecimento? A egoidentidade. O que é Atenção Plena?

Para algumas pessoas, a ideia do autoconhecimento é algo para ser praticada. Por isso elas usam o termo "praticando o autoconhecimento". A Verdade sobre o Autoconhecimento, desta ciência, a direta resposta para a pergunta o que é o Autoconhecimento, se refere a uma aproximação de si mesmo para a compreensão direta do movimento do "eu".

Diferente de estudar isso em livros ou através de um sistema, de uma metodologia técnica, esse olhar para as nossas reações, que são esses processos internos que ocorrem dentro de cada um de nós, requer a presença de uma atenção sobre isso. Essa atenção é olhar diretamente para aquilo que ocorre dentro de cada um de nós e fora de nós mesmos.

E por que isso é fundamental? Porque é isso que lhe faz ter um contato direto com a forma, com o padrão, com o modelo dessa consciência, que é a consciência egoica, que é a consciência egocêntrica, que é a consciência do "eu". Sem essa aproximação, não há compreensão; e sem essa compreensão, a vida da pessoa é a vida egocêntrica, dessa egoidentidade.

A qualidade de vida no ego, a vida no "eu", a perspectiva, a visão particular de mundo presente na pessoa é aquela onde está presente a presença da ignorância. Isso sustenta em nós o sofrimento, a ilusão de uma relação com o outro, tendo por princípio esse equívoco, que é o equívoco da mente egoica, dessa consciência pessoal; isso nos coloca vivendo uma vida egocêntrica, exclusivista, isolacionista, separatista. Assim, basicamente essa é a vida da egoidentidade.

O que é essa egoidentidade? É a identidade egocêntrica. Nós não estamos em contato com a beleza da vida, com a singularidade da vida, com a totalidade da vida, porque as nossas ações nascem desse fundo de experiência e de conhecimento, presente em cada um de nós, que é o resultado da memória. Nós temos diversos assuntos não resolvidos; esses assuntos não resolvidos são os problemas.

Os diversos problemas presentes na vida do ser humano são algo que estão presentes em razão da não ciência da Verdade da Vida. Quando as pessoas falam dos problemas, invariavelmente - e essa é a base para os problemas que elas têm -, estão falando exatamente a partir de uma perspectiva de alguém presente, tendo uma visão da vida em resistência.

Nós não compreendemos a vida e, no entanto, estamos projetando, sobre a vida, objetivos para realizar, para ser feliz. Nós não temos a Verdade de que a Felicidade é algo que já está presente, sendo algo inato, inerente, algo presente na própria vida, quando não há mais ilusão. Mas o fato é que nós nascemos dentro de um contexto de vida em separação; essa separação está estabelecida em nós em razão da presença do equívoco do pensamento.

O elemento da separação é a condição onde a memória assumiu esse lugar de destaque. Nós temos dado ao pensamento um valor extraordinário, e como o pensamento é o resultado da memória, a memória assumiu nossas vidas. Veja que coisa importante nós temos aqui para compreender; daí a necessidade da visão real sobre o Autoconhecimento.

Nós precisamos compreender o lugar que tem o pensamento em nossas vidas ou, de outra forma, o pensamento estará ocupando esse lugar, esse lugar de comando, de controle. Você jamais duvida, por exemplo, das crenças, e o fato é que, psicologicamente, toda a nossa formação de consciência se assenta em crenças, em coisas que nos foram mostradas, nos foram ensinadas, nos foram dadas por esse contexto de história humana, por esse contexto de cultura dentro da humanidade.

Nós fomos criados dentro de padrões de comportamento, de fala, de pensamento, de linguagem, dentro de uma doutrina de cultura humana. Então nós fomos doutrinados para sermos exatamente quem nós somos, para vivermos exatamente como estamos vivendo, e a qualidade de vida que temos é a qualidade de vida centrada nessa ilusão de separação, onde existe um sentimento forte, um pensamento frequente de que a vida é algo separado daquilo que nós somos; então temos "nós e a vida", temos "nós e eles", temos esse "eu" e o "não eu".

O que nós temos enfatizado aqui com você é a importância dessa visão, dessa nova visão, dessa real visão de si mesmo. É apenas quando você começa a olhar para aquilo que se passa dentro de você, é apenas quando você começa a olhar para o mundo do lado de fora, sem a interferência do pensamento, sem a interferência de ideias preconcebidas, que você começa a perceber a vida como ela acontece, externamente e internamente.

Nós não fomos educados para essa Inteligência, para essa aproximação do momento, da experiência, dos acontecimentos, daquilo que se passa externamente, ou seja, do lado de fora do corpo, e daquilo que se passa dentro de cada um de nós, ou seja, em nossa mente e em nosso coração. Nós não fomos educados para olhar, para ver, para escutar, para perceber, para saber o que é isso que ocorre conosco. Pelo contrário, nós fomos educados exatamente para seguir, para copiar, para imitar, para ser como as demais pessoas à nossa volta.

Assim, esse padrão de condicionamento em que nós nos encontramos nos coloca dentro de uma consciência que não é essa verdadeira Consciência, que não é essa Real Consciência - o sentimento que nós temos, por exemplo, presente de uma consciência individual. Você tem a sensação ilusória de que você pensa o que quer, de que você sente o que deseja, de que você sabe do que precisa.

Nós temos diversas formas de percepções da vida, tanto externamente quanto internamente, que têm por princípio a ilusão de uma crença, que é a crença desse "eu" no controle. Por exemplo, você se vê como alguém que está pensando nas coisas. Uma das coisas que temos estudado aqui com você é a verdade que você não está pensando; o pensamento é um processo em você que ocorre no cérebro. É parte da mente, dessa conhecida mente em nós, a presença do pensamento, a presença do pensar, mas nós não temos alguém no pensamento.

Se eu pergunto o seu nome, você tem o nome; se eu pergunto o seu endereço, você tem o seu endereço; se eu pergunto algo da sua história, você tem a sua história. Mas essa história, o seu nome, o seu endereço, não são a verdade sobre você, são só uma lembrança, uma recordação, algo que vem dessa memória. E nós estamos vivendo na memória, vivendo pela memória, vivendo dentro da memória, sendo a própria memória: essa é a vida desse "eu".

Mas o que é esse "eu", o que é esse "mim", esse sentimento de ser alguém? Nós desconhecemos! Nós estamos identificando isso exatamente com o nome, com a história, com o endereço, com todas as lembranças que temos do passado. O que são essas lembranças? Essas lembranças em nós são a presença do pensamento. O que são esses pensamentos? Essas memórias, essas recordações da história, desse corpo e dessa mente.

Mas qual é a verdade sobre você? Parece simples a pergunta, mas estamos diante de uma pergunta que requer uma profundidade, uma dimensão de visão que no intelecto nós não temos. Tudo que podemos responder a partir do intelecto serão respostas dadas pelo pensamento, e esses pensamentos são essas lembranças.

Acreditamos que nós somos esses pensadores, acreditamos que nós somos o elemento dessa resposta, como sendo alguém, como sendo esse "eu", enquanto que essas respostas estão vindo desse intelecto, dessa memória, desse cérebro. Nós continuamos sem saber a Verdade sobre nós mesmos, nós continuamos presos à ilusão desse "eu", à ilusão dessa mente. Aquilo que chamamos de mente é esse processo mecânico, inconsciente, é esse movimento de memória, de resposta de memória, são meras reações que estão surgindo a todo momento em razão de estímulos, de desafios. Nós continuamos na ignorância.

Qual é a verdade sobre você? Esse encontro com o Autoconhecimento vai revelar essa Verdade sobre você. O primeiro aspecto dessa Verdade é esse estado de condicionamento psicológico em que nós nos encontramos. Como pessoa, você é o medo, é a raiva, você é alguém que tem amigos, que tem inimigos. Como pessoa, o ser humano é aquilo que ele demonstra ser, que ele aparenta ser. É isso que nós somos nesse sentido do "eu", nesse sentido do ego, nesse sentido de alguém presente nesse momento, se vendo como alguém separado do outro, separado da própria vida.

O que é esse olhar para cada um de nós? É esse observar tudo isso que se passa nesse instante. Quando você está diante de um pensamento, a ideia de você presente pensando é uma ilusão criada pelo próprio pensamento. Todos nós já tivemos momentos de raiva na vida, por "N" números de razões. As razões da raiva são muitas, as diversas formas de expressão da raiva são inúmeras, mas a raiva em si, o sentimento, sensação, emoção, a presença da raiva é uma.

Todos nós sabemos o que é raiva, todos nós temos convivido com a raiva desde a infância, mas repare, quantos prejuízos, quantas confusões, quantos problemas você criou em sua vida em razão de momentos tempestivos de raiva, da presença da raiva e, no entanto, você continua sem saber o que é raiva. Nós convivemos com a raiva desde a infância; mas não só com a raiva, nós convivemos com o medo. São inúmeros os medos, são diversas as formas de temores.

Nós sabemos o que é o medo? Continuamos sem saber! Nós sabemos o que é a raiva? Continuamos sem saber! E, no entanto, somos vitimados, nesse sentido do "eu", do ego, por esses estados, que são estados problemáticos, que são estados de desordem, de confusão, de desequilíbrio, de sofrimento, e nós estamos constantemente mantendo essa continuidade da raiva, do medo. A inveja é parte disso, o ciúme é parte disso.

Alguns associam, de uma forma prazerosa, essa questão do ciúme à presença do amor. Amor não é prazer. Prazer se torna desprazer, prazer pode produzir irritação, insegurança, contrariedade; prazer pode produzir medo, pode produzir ciúme: isso não é Amor. Observe que nós estamos vivendo em diversos estados conflituosos, aflitivos, de sofrimento, de desordem, de desequilíbrio, em razão do fato de que nós não nos conhecemos.

Não sabemos o que é ter uma aproximação dessas reações para, de perto, olhar para elas, entrar em contato direto com elas, irmos além delas. É o que aqui estamos trabalhando juntos, lhe falando da possibilidade de uma vida livre de toda essa complicação, de toda essa desordem, de toda essa insciência, de toda essa inconsciência; uma vida livre desse modelo dessa consciência egocêntrica, dessa consciência do "eu", que é, na verdade, inconsciência sobre tudo isso, que é a não verdade, é a não compreensão de tudo isso.

Um encontro com a Realidade Divina é um encontro com a visão de Deus, é um encontro com a visão do seu Ser, é um encontro com a visão da vida, livre do "eu". Assim, é essa aproximação de si mesmo, neste instante, para o fim dessa confusão interna em que esse sentido do "eu", do ego, tem nos colocado, que nós precisamos compreender, que nós precisamos descobrir. A Verdade de Deus é a Verdade da Vida, livre do "eu", livre do ego, livre dessa consciência, que é a consciência egoica. Assim, esse modelo do pensamento, que é o modelo da memória, que tem se tornado a parte mais importante da vida egocêntrica, da vida egoica, se desfaz.

Nós precisamos da memória, como nós precisamos do pensamento, mas apenas a nível prático, objetivo, direto, para lidar com assuntos bem simples na vida. O seu endereço é só um conhecimento técnico; a data do seu aniversário é parte da história desse corpo, dessa mente; o número do seu telefone, toda e qualquer forma de conhecimento que você tenha, profissional, é algo prático. Aqui estamos lidando com o pensamento, mas com o pensamento prático.

Um pensamento sobre os fatos não é um pensamento que lida com o propósito de uma identidade egocêntrica, para imaginar coisas sobre aquilo. Você não pode criar nada de especial com o seu endereço, com o seu conhecimento técnico, profissional. No entanto, o sentido do "eu", o sentido do ego, que é esse sentido de autopreservação psicológica, nessa vida egocêntrica, está criando uma particular vida para uma identidade que não existe, para um ser que não é real, que é esse "mim", essa pessoa.

Podemos entrar em contato com a vida de uma forma tal que esse sentido de pessoa seja visto, seja compreendido e, portanto, desfeito, anulado, aniquilado? Isso é o fim do ego, isso é o fim do "eu", isso é o fim desse sentido de identidade que se vê separada do outro, da vida e de Deus. É a presença da compreensão dessas reações presentes em cada um de nós. Como podemos nos aproximar disso? Observando!

Observar não requer a presença de um observador; é exatamente esse observador que, quando observa, julga, ele avalia, ele gosta, ele não gosta, ele aceita, ele rejeita: essa é a vida do "eu". Nós estamos vivendo nesse observador, como sendo esse observador, estamos vivendo como sendo o pensador dos pensamentos, como sendo esse que tem os sentimentos.

Quando você está triste, a ilusão presente é a ideia de alguém na experiência da tristeza; esse alguém sou "eu", esse "mim", essa pessoa. Aqui, o que temos presente é uma sugestão dada pelo pensamento; é ele que criou esse que está no sentir, é ele que criou esse que está pensando sobre o que está sentindo. O pensamento criou esse "eu", o pensamento está sustentando a vida e a continuidade desse "eu". É dessa qualidade de pensamento que precisamos nos livrar, e nós nos livramos quando tomamos ciência de que não existe esse "mim", esse "eu".

É apenas a constatação, o olhar, o perceber, o escutar essas reações que põem fim à continuidade de alguém presente nesse velho modelo, que é o modelo desse pensamento de memória, de história para essa identidade. Olhar a vida sem esse modelo do pensamento é romper com esse intelecto condicionado, com essa mente condicionada, com essa consciência condicionada, com esse padrão de pessoa, de "mim", de "eu", de identidade egoica. É isso que estamos juntos, aqui, trabalhando com você.

Podemos ter um contato com a vida, com o momento presente, com aquilo que está aqui e agora, sem esse padrão de mente condicionada, intelecto condicionado, memória psicológica, que é esse padrão de pensamento que está dando continuidade à ilusão desse "mim"? Podemos ter um contato com este instante, sem o passado? Notem a beleza disso. A vida é algo agora, aqui acontecendo, não precisamos do pensamento - não dessa qualidade de pensamento.

Agora, aqui, no momento, estamos fazendo uso da fala. A fala, naturalmente, é a presença de expressões verbais; a palavra é parte do pensamento. Mas qual é a base dessa palavra? Ela estará vindo desse fundo psicológico de condicionamento, dessa memória de pensamento psicológico? Então, reparem, nós podemos fazer uso da fala, como uso do pensamento em nossas relações, sem a presença do modelo de uma identidade por detrás desse pensamento. Podemos fazer uso da fala sem esse intelecto condicionado, que está se promovendo e mantendo sua continuidade egocêntrica, a partir do pensamento.

Nós podemos simplesmente lidar com a vida, neste momento, como ela acontece, sem o peso desse pensamento psicológico, desse intelecto condicionado, dessa visão particular desse "eu", desse ego. Assim, o contato com o momento é o contato da vida com a vida, esta é a ciência de Deus, esta é a ciência do seu Ser. É o que estamos trabalhando com você nesses encontros on-line nos finais de semana; são dois dias juntos: sábado e domingo.

Nesses encontros, nós estamos aprofundando esses assuntos com você, descobrindo a arte desta aproximação do Autoconhecimento e da Verdade sobre a Meditação, que é o que torna tudo isso possível. Então, são dois dias juntos. Além disso, nós temos encontros presenciais e, também, retiros. Se isso que você acaba de ouvir é algo que faz algum sentido para você, já fica aqui um convite.

Maio de 2025
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quinta-feira, 27 de novembro de 2025

Como encontrar Deus? Meditação: o que é? Aprender sobre Autoconhecimento. Atenção Plena e Meditação.

Aqui eu quero chamar sua atenção para um trabalho conosco de investigação de alguns assuntos. Existem algumas perguntas que são, de fato, desafiadoras para cada um de nós, que precisam ser investigadas. Uma delas é: como encontrar Deus? A outra se refere à questão daquilo que alguns chamam de mindfulness ou atenção plena.

Assim, nós temos aqui a questão da atenção plena e a meditação, a relação entre a atenção plena e meditação. Então, nós vamos aqui, com você, já começar por um ponto fundamental. Eu não sei se você já ouviu falar em chave micha - sim, chave micha. A chave micha é mais popularmente conhecida como chave mestra.

O que é uma chave mestra? É a chave que lhe dá a possibilidade de abrir diversas fechaduras diferentes com uma única chave. Assim, você se depara com um sistema com diversas fechaduras diferentes, mas você tem uma única chave: é a chave micha - ou a chave mestra. Portanto, ela é algo que lhe autoriza a abrir estas fechaduras. Se de fato ela não lhe autoriza, ao menos lhe possibilita, como no caso da famosa chave micha.

Assim, um criminoso faz uso da chave micha para abrir fechaduras diferentes. Se você tem uma chave micha, você pode abrir fechaduras ou cadeados diferentes. Aqui nós estamos juntos trabalhando esta revelação com você: a revelação da visão do conhecimento de nós mesmos. Esta é a chave mestra.

Quando nós temos a compreensão, a visão, a clareza a respeito daquilo que nós somos, percebemos que os diversos problemas presentes na vida do ser humano, eles lá estão presentes em razão da presença da ignorância. É a ignorância que nos mantêm presos dentro de problemas, problemas que não tem qualquer solução sem termos antes uma chave para aquela fechadura.

Os problemas para o ser humano são inúmeros. No entanto, eles são inúmeros em razão da presença de um básico problema. O básico problema do ser humano é o problema do "eu"; é o elemento presente em nós que mantém a continuidade dessas fechaduras trancadas, desses cadeados fechados.

São inúmeras as formas ou apresentações de estados internos aflitivos, de desordem e sofrimento em cada um de nós, e isso é algo presente porque não conhecemos a verdade sobre nós mesmos. Um conhecimento da verdade sobre nós mesmos é ter a clareza da visão das nossas relações.

As relações na vida, para cada um de nós, ocorrem em diversos níveis. Nós temos a nossa relação com o mundo, com o mundo das ideias, que são as opiniões, as crenças, os conceitos, as ideologias. Nós temos o mundo das pessoas, assim são as nossas relações com as pessoas. Nós temos o mundo dos objetos; em particular, dos objetos que nós possuímos ou que estão conosco. Nós temos o mundo dos sentimentos, das emoções.

Portanto, nossas relações são diversas com estes mundos e nós não temos a chave que nos traz a compreensão de como lidar com o mundo, de como também lidar com nós mesmos. Assim, as experiências, sejam elas externas ou internas, sem uma visão da verdade sobre quem nós somos ou sobre o que somos neste contexto, isso nos mantém na ignorância e, portanto, no sofrimento.

E qual é o elemento que nos possibilita esta compreensão de nós mesmos nessas diversas relações que nós temos? O elemento presente é a presença da percepção. Não é a presença da especialização, é a presença da percepção. Se você conhece muito bem a sua profissão, aquilo que você faz profissionalmente, você tem uma especialidade. Nós adquirimos especialidade naquilo que fazemos quando temos um amplo conhecimento e uma grande ou profunda experiência naquela área.

Aqui, a ciência da compreensão da verdade sobre nós mesmos requer a presença da percepção. Portanto, o que é esta percepção? É o que nós precisamos aqui investigar, é o que nós precisamos aqui compreender, porque é a percepção que nos entrega a chave da compreensão de nós mesmos. Esta compreensão da verdade sobre quem nós somos, sobre o que eu sou neste contexto é a chave da Vida, da compreensão da Vida, da visão da Verdade.

Quando você pergunta "como ter um encontro com Deus", "como encontrar Deus", compreenda aqui algo: a Realidade Divina está presente; ela não é algo que irá aparecer, ela não é algo que será encontrada, ela está aqui e agora. Ela não irá ser encontrada porque ela não está no futuro, ela não será encontrada porque ela não está "lá", em algum outro lugar; e ela não irá aparecer porque ela não está, oculta.

Nós estamos lidando com uma Verdade, com uma Realidade, como acabo de dizer, que ela não está oculta, ela é algo presente. No entanto, ela não é alcançada, vista ou visualizada pelo modelo dessa consciência presente em nós, que é a consciência do "eu", que é a consciência do ego, onde está presente a mente como nós conhecemos.

Assim, o que nos possibilita ter a visão d'Aquilo que é indescritível, d'Aquilo que é inominável, que está além do pensamento, o que nos possibilita é a compreensão da verdade daquilo que nós somos. Quando nós nos aproximamos neste aprender sobre o Autoconhecimento, a verdade da revelação daquilo que nós somos ocorre quando há um descarte ou um desaparecimento dessa psicológica condição de consciência egoica, de consciência do "eu".

Por isso, nós precisamos descobrir o que é perceber, o que é a percepção da Realidade, da vida como ela está acontecendo; o que é esta percepção que nos faz compreender o mundo, o mundo das nossas relações. A percepção é a presença de um olhar para este momento sem o passado, o que requer a presença desta Atenção. É aqui que temos a importância da Atenção Plena e da Meditação.

A presença de uma Atenção sobre as nossas reações, a ciência da presença do pensamento, a compreensão da presença do pensamento, da opinião, do julgamento, da avaliação, da comparação, do modo como estamos olhando para o outro, para as situações, para aquilo que acontece dentro de nós e também do lado de fora. Trazer Atenção para este momento, uma Atenção Plena, é estar em um direto contato com a Meditação.

Portanto, o que é Meditação? A Meditação, o que é? É a ciência do momento presente se revelando sem o passado. Portanto, Meditação não é algo que você pratica, algo que você se especializa. Meditação requer a presença de um olhar para este momento, um olhar sem o passado. Não é uma especialização, porque é algo que já está presente. Você não vai aprender Meditação como aprende matemática, ou química, ou física, ou qualquer uma outra atividade que requer especialidade, que requer conhecimento e experiência.

A Meditação é algo que aqui está presente se revelando, momento a momento, quando colocamos atenção sobre estas reações que surgem, sobre os pensamentos, sobre os sentimentos, as emoções. O modo como você lida com o momento presente é algo que requer a presença desta percepção. É apenas perceber, não é interagir mentalmente, psicologicamente com a percepção.

Nós desconhecemos a arte da Meditação porque estamos constantemente presos ao modelo de interferir com o momento presente; interferimos a partir do passado, a partir desse "eu", desse ego. O elemento presente aqui que interfere com a vida como ela acontece é a presença dessa egoidentidade. O pensador em você, o experimentador em você, aquele que é o observador em você é o elemento presente que julga, compara, avalia. Então nós não temos a presença da percepção.

A percepção é olhar para o momento presente nesta Plena Atenção. Então se abre um espaço; este espaço é a presença da Meditação. É assim que nos aproximamos do Autoconhecimento, é assim que nos aproximamos desta chave. A Vida é Real; ela é Real quando essa psicológica e interna postura do "eu" não está mais presente. Então, sim, neste momento, temos uma Revelação.

É a Realidade de Deus que se revela, não é você que tem um encontro com Deus. Portanto, a ideia de alguém tendo este encontro é uma ilusão. A natureza do seu Ser, a natureza da Verdade sobre você é a Realidade Divina, que volto a dizer: ela não está oculta; ela é a Presença que é indescritível, inominável, mas ela não está oculta. Ela só não pode ser acessada a partir do conhecido, a partir do pensamento. Assim, nós estamos diante do Desconhecido.

A Realidade de Deus é a realidade do Desconhecido, do Indescritível, do Inominável. A natureza do seu Ser, da Verdade sobre Você é este Mistério, o encontro com a Iluminação Espiritual ou Despertar da Consciência. Há diversos nomes para Você em seu Natural Estado de Ser, e aqui estamos diante da Vida sendo a própria vida. É o que estamos com você aqui aprofundando, trabalhando.

Nós temos encontros online nos finais de semana, são dois dias juntos: sábado e domingo. Além dos encontros online, temos encontros presenciais e, também, retiros. Você tem aqui a oportunidade deste trabalho, deste mergulho dentro desta visão da verdade sobre si mesmo, sobre você. Portanto, se isso é algo que faz algum sentido pra você, fica aqui esse convite.

Agosto de 2025
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terça-feira, 25 de novembro de 2025

Joel Goldsmith | Vivendo entre dois mundos | Como a mente funciona? | Marcos Gualberto

GC: Olá pessoal! Estamos aqui para mais um videocast, novamente o Mestre Gualberto aqui conosco. Gratidão, Mestre! Hoje eu vou ler um trecho de um livro do Joel Goldsmith chamado "Vivendo Entre Dois Mundos". Em um trecho desse livro, Mestre, o Joel faz o seguinte comentário: "Não tenhamos nenhum bezerro de ouro na nossa mente, nenhuma confiança em qualquer imagem." Neste trecho o Joel fala sobre a mente. Mestre, você pode compartilhar a sua visão sobre como funciona a mente?

MG: Gilson, aquilo que nós chamamos de "consciência", de "estar consciente", de "estar funcionando neste mundo", nesta ciência da experiência, neste instante, é aquilo que nós chamamos de "mente". O que nós conhecemos por "mente" é a presença desta consciência, que comporta intelecto, emoções, percepções... Então nós temos esse aspecto, que para nós continuará teórico, até o momento em que realmente, de verdade, de fato, nos aproximarmos desta realidade, da realidade da mente. Nós não sabemos, de verdade, como a mente funciona, porque nós não aprendemos a arte desta aproximação. Nós não temos esta arte de olhar diretamente para como nós funcionamos. Nós nada sabemos sobre nós mesmos, e tudo que nós temos sobre quem somos é algo que se abaliza em ideias que o pensamento tem organizado em nós.

Quando nós pegamos um número enorme de pensamentos, nós podemos organizar esses pensamentos em ideias. Assim, o que nós temos sobre quem nós somos, não é uma compreensão da mente, não é uma compreensão de nós mesmos. Nós não temos a Verdade sobre nós mesmos, e precisamos dela. Nós não temos esta Verdade, porque não temos essa compreensão de como nós funcionamos, de como a mente funciona. Portanto, essa é uma boa pergunta: Como a mente funciona? Aprender a olhar suas reações, aprender a observar como você responde com sentimentos, com emoções, com pensamentos, com sensações, às experiências deste momento; tomar ciência disso, ter a clareza disso, é ter a visão daquilo que a pessoa é, daquilo que esse "eu" representa nesse contexto da vida acontecendo. A não ser que nós tenhamos uma compreensão direta disso, uma clara visão disso, não haverá compreensão da Verdade sobre nós mesmos. E é a Verdade sobre nós mesmos que nos liberta da ilusão sobre quem nós somos, sobre quem acreditamos ser, sobre esse que parecemos ser, que é exatamente sobre esse que somos nesse contexto das relações humanas, da relação com objetos, da relação com pessoas, da relação com nós mesmos, da relação com situações que surgem na vida, com incidentes, com acidentes. a relação com a vida e a relação com a morte.

Nada disso pode ser compreendido sem a clareza da Verdade sobre quem nós somos. Assim, uma teoria, um conceito, uma ideia sobre como a mente funciona, nós podemos adquirir isso lendo livros ou ouvindo palestras desses assim chamados "especialistas da mente". Aqui, a ciência da mente não é algo que um especialista possa nos dar, que um livro possa nos trazer. Isso requer uma direta compreensão, não um entendimento de palavras, intelectual, verbal, conceitual. Não a mera compreensão de palavras que são meros símbolos e representações. Observe que as palavras são apenas isso: símbolos e representações de coisas, lugares, pensamentos, sentimentos. A própria palavra que é parte do pensamento são esses símbolos! A mera visão intelectual disso não resolve. É o direto contato com a mente, é o direto contato consigo mesmo - um contato possível quando você aprende a olhar. A olhar como você funciona, a perceber como você responde. Se isso ficar claro, você irá perceber que a forma como você responde, toda essa resposta que você tem, só pode ser necessariamente uma resposta que vem do passado, que vem da memória, da recordação, da lembrança.

Quando você tem uma experiência, ela é registrada - ela agora passa a fazer parte dessa estrutura que irá reagir quando o desafio surgir. Quando você sabe o meu nome, a memória que você tem sobre o nome que eu tenho, fica disponível. Ao lidar comigo você irá se referir a mim ou falar diretamente comigo me chamando pelo nome que você conhece. Esse conhecimento é a experiência do nome, é o registro do nome, assim como o registro do rosto. Essa é a memória, essa é a lembrança, essa é a forma como a mente funciona: ela funciona com registros e com reações. Ela registra experiências e responde reativamente, tendo por princípio o passado, que é a memória, que é a lembrança. Uma compreensão da vida requer o fim da memória, o fim da lembrança, o fim do conhecimento e da experiência, porque a vida é algo que está aqui neste instante, se revelando sempre de uma forma nova. Mas as nossas respostas são do passado, porque são reativas.

Então, nós temos a mente acontecendo de uma forma programada, condicionada. Nós precisamos de uma outra qualidade de mente que atenda este instante, livre do passado. Esta nova qualidade da mente não faz parte desta pessoa, deste "mim", deste "eu". Então, aqui nós temos o valor, a importância da revelação d'Aquilo que é você, a Realidade sobre você. Então nós temos a Realidade da Verdade sobre você e temos a Verdade sobre você. A verdade sobre você que você conhece, e a Realidade da Verdade sobre você, que é o Desconhecido. O Despertar da Consciência da Realização Divina lhe traz a clareza desta Realidade do seu Ser, de sua Natureza Divina, de sua Natureza Real. O contato com a Meditação é a ciência da própria vida, da própria Realidade do seu Ser.

Aquilo que nós estamos, juntos, olhando aqui, investigando aqui, examinando aqui, é como ter na vida esta aproximação da verdade sobre esta mente, que é a mente egoica, que é a mente do "eu" - a verdade sobre esta pessoa, que é a pessoa que nós somos. Quando há esta visão, temos esta libertação da ilusão, da ilusão desta egoidentidade. Portanto, o nosso encontro aqui é um encontro que consiste nesta descoberta, nesta observação, nesta clara visão sobre nós mesmos.

GC: Mestre, nós temos uma pergunta de uma inscrita aqui no canal, a Eliane faz a seguinte pergunta: "Mestre, poderia explicar a diferença entre 'eu sou' e 'quem sou eu' no processo de liberação do condicionamento da mente egoica?"

MG: Então, Gilson, esse 'quem sou eu' e esse 'eu sou', como acabamos de colocar agora aqui, na primeira resposta - e essa é a segunda resposta - como colocamos na primeira resposta, a diferença não pode ser compreendida a nível intelectual, a nível de palavras. Haverá uma direta visão na compreensão vivencial nesta ciência da Meditação. Há uma Realidade presente - essa é a Realidade deste Ser - e, no entanto, nós temos a verdade deste ser que nós somos. A verdade deste ser que somos, deste ser psicofísico que demonstramos ser, desta pessoa que apresentamos ser. Primeiro precisamos ter uma visão direta da verdade sobre isso; esta é a compreensão da verdade sobre "mim mesmo", sobre a pessoa, sobre o "eu", sobre esta mente egoica. Nós não temos como colocar em palavras esta Realidade Divina, de sua Natureza Verdadeira. Essa diferença é compreendida vivencialmente. É sempre a Verdade que liberta, e não a teoria, a crença.

Quando as pessoas procuram se dedicar a algum nível de busca ou de procura, e assim aplicam alguma forma de técnica para a solução desta questão da presença da Meditação, elas estão em equívoco. Porque não existe Verdadeira Meditação enquanto o sentido do "eu", do ego, permanecer sem ser investigado. É a investigação do "eu", é a investigação do ego, é a compreensão da verdade daquilo que nós somos, que assenta a base para o florescer da Meditação. Então, a única forma real para o fim desta mente condicionada, desse condicionamento psicológico, é pela autorrevelação de si mesmo, é pelo Autoconhecimento. Se nós temos isso como base, nós temos uma porta que se abre para a presença dessa revelação Divina, que é a Meditação.

Uma coisa importante, também, que não pode ser negligenciada nunca, é a clareza de que é a própria presença da Graça Divina; é esse o elemento principal em todo esse processo do Despertar, desta ciência da revelação Divina, do fim para esta mente egoica, para esta mente condicionada. Portanto, nos aproximamos de nós mesmos por uma ação da Graça. E a Verdade desta Realidade Divina, deste Ser, se mostra por uma ação da Graça Divina. Então, a Meditação floresce. É a Meditação, o real contato com este momento, sem o condicionamento mental, sem a mente condicionada, sem esta velha condição de ciúme, inveja, medo, sofrimento, ou alguma forma de conflito. A não ser que tenhamos o fim para o sofrimento - para o conflito, para esta condição de controle, medo, fixação em apegos - a não ser que tenhamos o fim para tudo isso, não temos a mínima condição para esta ciência desta Divina revelação.

É por isso que toda forma de prática ou técnica aplicada de meditação, quando a pessoa reserva algum momento para meditar e ali se assenta, cruza as pernas, entoa um mantra, tenta afastar os pensamentos, tudo isso que se pratica é alguém na prática. Esse alguém naquele instante relaxa, e assim experimenta algum nível de silêncio e quietude, porque de fato, o cérebro é aquietado, a mente é aquietada, mas é algo que se realiza por uma técnica, por uma prática. Como existe uma intenção por detrás desta técnica ou prática, há sempre um nível de esforço e alguém executando isso; isso não é Real Meditação. O contato com a Meditação requer a presença de uma atenção sobre as nossas reações, o que não requer esforço. Autoconhecimento não requer esforço, a constatação da vida neste momento, se revelando, não requer esforço. Ficar ciente de suas reações, sejam elas quais forem aqui e agora, não requer esforço. Requer a presença desse olhar para aquilo que se passa aqui, sem colocarmos alguém se envolvendo com isso.

Portanto, precisamos compreender a diferença entre esse que quer se envolver e esse que vem se envolvendo o tempo todo com essas reações, sendo a base para essas reações. Isso é visão da verdade sobre si mesmo. É isso que torna possível o descarte do "eu", o descarte do ego, o descarte destas reações. Então, esse é o contato real com a presença da Meditação, porque nesse momento nós temos o fim para o passado, temos a morte para esse "eu", para esse ego, para essa psicológica condição de egoidentidade. Ok?

GC: Mestre, nós temos uma outra pergunta de um outro inscrito aqui, no canal. Ele faz a seguinte pergunta: "Não sei como lidar com a verdade. Seria com a meditação?"

MG: Então, Gilson, mais uma vez, aqui, a questão é lidar com a Verdade. Quando você pergunta: "Como entrar em contato com essa Verdade?", e você mesmo já traz a resposta, quando você pergunta: "Lidar com a Verdade é pela meditação?"; repare sua colocação. Lidar com a verdade requer ciência daquilo que está presente aqui neste instante. Lidar com a verdade requer a presença desta atenção sobre aquilo que se mostra aqui, neste momento. Essa atenção abre esse portal da compreensão de si mesmo. Você precisa conhecer aquilo que se passa com você, só que você não consegue conhecer isso a partir desta separação de alguém envolvido nesta observação. Todo esforço que nós temos feito é para alguém melhorar, é para alguém se transformar, é para alguém se tornar melhor. esse alguém é esse "mim".

"Eu quero melhorar", "eu preciso me conhecer", "eu preciso saber a Verdade sobre mim". Isso é um equívoco, porque existe uma separação entre esse que quer saber e aquilo que ele quer saber. Aqui não se trata de conhecer a si mesmo. A Verdade desse conhecer requer a presença da compreensão de como esse "mim", esse "eu", essa mente condicionada funciona. É esse o encontro com a Verdade que nós precisamos. Nós temos que, antes de qualquer coisa, ter uma compreensão, esse é o verdadeiro conhecimento de si mesmo. Não é esse conhecimento para mudar, para melhorar, para alguém fazer algo com o que está vendo em si mesmo. Aqui a compreensão é se tornar ciente de suas reações, sem se envolver com elas. Esta ciência destas reações é sem o observador, é sem esse "eu" que observa, é sem esse alguém que quer mudar alguma coisa.

Portanto, o encontro com a Verdade requer esse olhar para nós mesmos, requer Autoconhecimento. Quando nós temos a presença do Autoconhecimento, o que requer uma visão a partir desse olhar que não reage, que não se envolve com esse modelo do "eu", do ego, esta atenção sobre as nossas reações é a presença desse Autoconhecimento. Então, sim, com a presença do Autoconhecimento, nós temos a Verdade da Meditação. A Verdade da Meditação é um espaço que surge quando há Autoconhecimento. Então, nesse espaço que é a Meditação, há esta Liberdade que é exatamente a liberação do ego, a liberação do "eu", a liberação desse sentido egoico. A Verdade é esse contato com a vida como ela é, neste instante, quando não interferimos com este momento. Então o ego não entra, o passado não assume de novo o lugar dele, que é de reação, que é de resposta de memória, que é de resposta de lembrança. Portanto, a presença da Meditação é a ausência desse "mim", desse "eu", desse ego, desse pensador, desse experimentador, da ilusão dessa identidade presente aqui, neste instante, na experiência, sendo aquele que experimenta isso, que está vivendo sua vida particular.

Não há nada mais significativo na vida, de maior valor e importância do que a presença da Meditação, porque é a Meditação a revelação da vida, a revelação da beleza, a revelação do amor. Você nasceu para esta visão - para a visão sem alguém nessa visão, para esta percepção sem alguém nesta percepção, para esse sentir sem alguém nesse sentir. É aqui que a vida se mostra presente como Alegria, Felicidade, Bem-aventurança. Nesta Inteligência de lidar com o momento presente sem o "eu", que é o passado, sem o ego, que são as lembranças, que são as reações da memória, se revela a presença da Sabedoria, a presença da Realidade Divina. OK?

GC: Gratidão, Mestre, já deu o nosso tempo. Gratidão por mais este videocast. E, para você para quem faz sentido isso que o Mestre Gualberto compartilha, fica o convite para participar dos encontros intensivos de final de semana. Nesses encontros que existem no formato on-line, presencial e também retiros, o Mestre Gualberto responde diretamente às nossas perguntas. Mas acontece algo muito mais profundo do que isso: pelo Mestre já viver em Estado Desperto de Consciência, ele compartilha um campo de energia à sua volta. E, nesses encontros, a gente acaba entrando de carona nesse campo de energia do Mestre. É um campo de Presença, de Silêncio, de Poder, e entrando nessa carona do Mestre, naturalmente aquietamos nossas mentes e entramos no estado de Meditação. podemos ter uma compreensão do que está além do entendimento intelectual. Então, fica o convite: no primeiro comentário, fixado, tem o link do WhatsApp para poder participar desses encontros. E já aproveita e dá o like no vídeo, se inscreve no canal e faz comentários aqui, trazendo outras perguntas para a gente trazer nos próximos videocasts. E, Mestre, mais uma vez, gratidão pelo videocast.

Maio de 2025
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quinta-feira, 20 de novembro de 2025

Como encontrar Deus? Meditação o que é? Aprender sobre Autoconhecimento. Atenção Plena como praticar

A ideia de atenção plena como uma prática é algo bem interessante. As pessoas perguntam: "Como praticar atenção plena?" Eu quero chamar sua atenção aqui para uma coisa bastante básica. Pela manhã, todos os dias, você se depara com você mesma, com você mesmo, diante do espelho. Não é algo que você pratica, é algo tão natural e você já vem fazendo isso desde criança. Se olhar no espelho é observar o próprio rosto, é tomar ciência de si mesmo.

Portanto, a verdadeira pergunta é: como é que você toma ciência de si mesmo? Como é que você toma ciência sobre alguma coisa? Não é olhando, observando? E será que isso requer alguma técnica, alguma prática, no sentido de algo sendo feito de uma forma como um exercício que se faz a partir de um método, de um sistema?

A ciência da auto-observação é a ciência do olhar para nós mesmos para essa compreensão daquilo que nós somos. Portanto, não se trata de uma prática, de uma técnica, mas de um olhar, de um perceber. É algo que envolve o percebimento, a percepção. Tudo o que nós precisamos na vida é tomar ciência da Verdade d'Aquilo que nós somos em nossa Natureza Essencial.

A ciência da Verdade sobre você é o que de fato você precisa. Esta ciência requer Autoconhecimento, aprender sobre o Autoconhecimento. E aprender sobre o Autoconhecimento é estar atento a nós mesmos, cientes desse rosto psicológico, dessa estrutura psicológica, dessa imagem psicológica que o pensamento construiu sobre quem nós somos.

Então, olhar no espelho da vida, das relações, do contato com pessoas, do contato com situações, do contato consigo mesmo, do contato com o momento presente. Há o espelho presente nestes contatos, e é no contato com essas dadas coisas, com essas situações, que reside a visão do espelho.

A vida consiste na presença de um espelho. Nós podemos tomar ciência de nós mesmos neste espelho ou podemos continuar em nosso mundo onírico, em nosso mundo de sonho, em nosso sono. O encontro com a Verdade do seu Ser é a resposta para a pergunta que alguns formulam sem investigarem, sem estudarem a respeito. A pergunta é: "Como encontrar Deus?"

A ciência do seu Ser, que se revela no espelho do Autoconhecimento, da compreensão da verdade sobre essa imagem, é o trabalho que nos coloca num contato direto com a Verdade da Meditação. Assim, nós temos três coisas aqui muito básicas. A primeira é a importância, o valor, a beleza, dessa autodescoberta, da descoberta a respeito desse "mim", neste aprender sobre Autoconhecimento. A segunda é algo diretamente ligada a essa primeira, que é a Verdade da Meditação.

Afinal, a Meditação, o que é? Será que é aquilo que alguns praticam? Será que é aquilo que, a partir de uma técnica, de um exercício ou prática, eu posso realizar? E para que propósito? Qual é a verdade sobre a Meditação? O que é Meditação? Aqui nós temos enfatizado para você a importância da Meditação e o que, de fato, é a Meditação.

Quando você se aproxima e investiga a natureza do "eu" tem a plena ciência dessa imagem que o pensamento estabeleceu em você como você, como sendo você mesmo. O fim para essa interna condição de imaginação, de autoimagem é a presença da Meditação, o que requer, naturalmente, a Verdade sobre você.

Portanto, aprender sobre o Autoconhecimento é trazer para este momento exatamente esta Atenção Plena. A Verdade sobre esta Plena Atenção nos aproxima e nos faz ver diretamente esse rosto no espelho, e assim temos esta autorrevelação da Verdade, desta terceira coisa fundamental, que é a ciência sobre Deus.

O anelo, o anseio desse encontro com algo além do conhecido, além do mundo, além desse tédio, rotina, dessa monótona vida, além dessa procura pelo amor, pela felicidade, pela paz, aqui está presente a Realização de Deus. A Verdade sobre Você é a Suprema Bem-Aventurança, é a Suprema Felicidade. No entanto, é impossível ter essa Revelação de Deus, este encontro com Deus no tempo.

Quando nos envolvemos com algum tipo de busca, com algum tipo de prática, nos afastamos desta Verdade, deste olhar para aquilo que nós somos aqui e agora, neste contato com a vida; olhar para aquilo que somos quando estamos numa relação com pessoas, numa relação com as situações, numa relação com os pensamentos que surgem dentro de cada um de nós, assim também com os sentimentos e emoções. Portanto, a forma real da Revelação d'Aquilo que nós somos requer a presença desta Atenção, desta Plena Atenção sobre as nossas reações.

Assim, ao colocarmos Atenção sobre os nossos pensamentos neste momento, sobre os nossos gestos, as palavras que usamos, aquilo que nós sentimos no contato com ele ou ela, com as situações da vida, observar aquilo que se passa dentro de cada um de nós, assim como externamente, trazendo sobre este momento um olhar que não julga, não compara, não faz escolhas, um olhar onde não há por detrás deste olhar um sensor, um observador, este elemento que vem do passado, que é o pensador, assim há um constatar destas reações internas e de tudo o que acontece externamente, sem qualquer envolvimento a partir desse "eu".

Então, o seu contato com o momento presente lhe permite um espaço novo se abrindo, porque a mente naturalmente se aquieta. Então surge este silêncio, o cérebro se aquieta, assim temos a presença da Meditação. A Meditação se torna possível neste momento porque há uma quietude natural que nasce desta observação sem o observador, deste percebimento sem o percebedor. Portanto, a presença da Atenção Plena é a presença da percepção - da percepção sobre este momento, sobre este instante.

Nós precisamos descobrir a beleza de um cérebro novo, de uma mente nova; um cérebro livre do modelo do pensamento e, portanto, de tudo aquilo que nós conhecemos; uma mente que não vive mais nessa inquietude, tagarelice, insciência do seu próprio movimento. Sim, porque quando você coloca Atenção sobre suas reações, o cérebro se aquieta. Toda essa tagarelice interna, inquietude, está criando, produzindo e sustentando em você a continuidade do movimento dessa imagem, dessa autoimagem, que é o "eu", o ego.

O que as pessoas precisam compreender é que não há verdade na pessoa para ter um encontro com Deus. O que entendemos por pessoa é um conjunto de imagens, de lembranças, de recordações que o pensamento estabeleceu em cada um de nós. A mera descrição de uma imagem, de uma autoimagem, é a presença da pessoa. No entanto, qual será a Verdade do seu Ser? A Realidade de sua Natureza Essencial é a Verdade de Deus.

Você não vai encontrar Deus, você vai tomar ciência da Realidade que está presente quando o sentido do "eu" não está. Quando você toma ciência, esta ciência é a própria ciência de Deus. Você não vai até Deus, você não O encontra, Ele se revela como sendo a Verdade do seu Ser. Nós precisamos compreender com profundidade, com clareza a verdade sobre aquilo que nós somos, sobre isso que demonstramos ser nessa autoimagem.

É por isso que todo esse contato com pessoas, com situações, assim como com pensamentos são reveladores, porque você coloca aqui, neste momento, uma Atenção para observar aquilo que se passa dentro de você, neste contato, quando alguém lhe trata bem ou lhe trata mal, quando alguém gosta de você ou não gosta de você, quando alguém lhe aceita ou lhe rejeita.

Aquilo que você sente, quem é este elemento no sentir? Quando está triste, quem é o elemento triste? Quando está alegre, quem é o elemento alegre? Quando se sente especial, quem é o elemento que se sente especial? Quando se sente diminuído ou rejeitado, quem é este elemento? Assim, nós temos, nesta revelação desse "eu", desse "quem sou eu", o fim para essa psicológica estrutura de consciência egoica, de consciência mental, de autoimagem, porque a clareza neste espelho lhe faz perceber a ilusão.

É a Verdade, é a clareza, é a compreensão que liberta, que põe fim a essa interna desordem psicológica presente nessa autoimagem, nesse "eu". Só então temos, neste momento, a Revelação da Verdade de Deus. Você em seu Natural Estado de Ser é a Realidade da Vida. A Verdade da Vida é a Beleza de Deus. A compreensão, a Sabedoria, a Presença do Amor, da Liberdade, da Felicidade é aquilo que aqui está presente quando Deus se revela. Quando Ele se revela, a ilusão se foi, a ilusão já não está mais.

Portanto, é a Verdade que liberta e não o desejo, e não a vontade, o querer ser livre. É por isso que é fundamental, na vida, a compreensão do que é Meditação. A compreensão desta Atenção, trazer para este momento o olhar, o perceber, sem o passado, é a Verdade sobre como viver essa Atenção Plena. O seu Natural Estado de Ser é esta mente nova, livre; na verdade, é esta Realidade além do conhecido. Então, esta mente meditativa revela Algo indescritível, Algo além do pensamento. Então nós temos a Vida se revelando, Deus se revelando, a Realidade deste Ser presente.

Aqui, esses encontros que nós temos nos finais de semana, onde estamos sábado e domingo, têm este propósito: trabalharmos isso juntos - são dois dias de uma forma online. Além dos encontros online, temos encontros presenciais e, também, retiros. Se isso que você acaba de ouvir é algo que faz algum sentido pra você, já fica aqui o convite.

Agosto de 2025
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