GC: Olá, pessoal! Estamos aqui para mais um videocast, novamente o Mestre Gualberto aqui conosco. Gratidão, Mestre, pela presença. Eu vou ler um trecho de um livro do Joel Goldsmith chamado: "A Palavra do Mestre". Em um trecho desse livro, o Joel faz o seguinte comentário: "Seus sofrimentos são causados, não por qualquer coisa que esteja no mundo, mas pela sua reação". Mestre, sobre esse assunto do sofrimento, o Mestre pode compartilhar a sua visão sobre o que é o sofrimento psíquico?
MG: Gilson, a condição em que o pensamento se encontra em nós é a condição onde estamos presentes, vivendo esses pensamentos a partir de um centro que se separa dessa memória. Esse centro é a base da própria memória, que é o pensamento. Enquanto existir uma separação entre o pensamento e esse centro, que é o "eu", o "mim", o ego, haverá algum nível de sofrimento, algum nível de problema. Nós nos vemos como alguém que é o centro das experiências. Portanto, nós temos as experiências e esse alguém como sendo o centro dessas experiências. E essas experiências, parte dessas experiências, é a presença do pensamento. Quando você passa por uma experiência e ela é dolorosa, ela deixa uma marca; quando passa por uma experiência e ela é prazerosa, ela deixa uma marca. Essa marca é o registro da experiência, é dessa forma que é formado esse centro, que é o experimentador.
Quando registramos essa experiência, seja ela de prazer ou de dor, a partir desse registro, nós temos a presença desse centro, que é o "eu". A presença do sofrimento psíquico é a presença desse centro rejeitando essa lembrança, essa psicológica condição que é, basicamente, experiências guardadas em nós, que vêm do passado. Nós temos inúmeros exemplos de estados internos, presentes dentro de cada um de nós. Examinando de perto esses estados, você irá perceber que é apenas a presença da memória que torna possível esse estado presente neste momento. Alguém lhe ofendeu, alguém lhe aborreceu, alguém lhe entristeceu. A lembrança desse alguém fazendo aquilo com você é a recordação, é a memória, é o passado voltando. Quando isso volta, nesse momento, esse "eu", esse centro, esse experimentador está de novo vivendo essa experiência. Essa experiência é o passado, é a memória, é algo que já foi e, no entanto, está aqui de volta. Essa é a presença do sofrimento psíquico. A presença da ansiedade, da raiva, da tristeza, do medo, das preocupações, da dor da solidão. são inúmeras as formas de sofrimento psíquico.
E todas essas formas de sofrimento são, basicamente, a presença desse "eu" que sofre, que é esse centro de memórias, de lembranças. Nós precisamos tomar ciência da verdade sobre esse "eu", sobre esse centro, para irmos além dessas memórias, dessas lembranças, para irmos além do passado. É a ilusão do passado aqui, a causa do sofrimento. Não há nenhum passado aqui; o que temos presente é só um pensamento. Mas, quando esse sentido do "eu" surge, quando esse centro - que é o experimentador - volta, de novo, para essa memória, para essa lembrança, esse passado assume a realidade do momento presente. Essa é a ilusão do passado, essa é a ilusão do "eu", essa é a ilusão do ego. Descobrir a vida acontecendo, e ela está acontecendo neste momento, e nela não há passado. Não existe o passado aqui e agora. É o pensamento que traz de volta a memória, e com a memória, um experimentador para viver de novo aquilo. Assim, nós passamos uma vida inteira envolvidos com todo tipo de posicionamento na vida, a partir do passado, ou seja, alienados da Beleza deste momento. Neste momento não há passado, neste momento não há sofrimento, porque neste momento não existe nenhum sofredor! Não existe esse "eu", a não ser que o pensamento esteja assumindo de novo, e de novo, e de novo, valor e importância, sustentando assim o passado, e ele mesmo, como pensamento, se separando para estabelecer aqui, neste momento, a presença do "eu", a presença do ego, a presença do sofredor.
Nós precisamos investigar isso para irmos além desse "eu", desse ego, desse passado, desse pensamento. O fim para esse passado, que é o fim desse "eu", que é o fim dessa qualidade de pensamento psicológico em nós, é o fim da ilusão de um futuro para vivermos de novo e de novo essas condições criadas pelo pensamento. Nós estamos de novo, de novo e de novo transformando este momento presente em um passado que já foi. Nós não permitimos que o passado termine, então o futuro mantém sua continuidade com base nessas memórias, nessas lembranças. A Beleza da vida se revela aqui, neste momento, quando o passado não está, quando o pensamento não volta, quando não há o "eu". Então, nós temos, neste encontro, a verdade de que não há sofrimento! A vida como ela acontece não carrega problemas, mas como o pensamento avalia, traduz, interpreta, traz de volta a sua visão. agora, sim, temos a presença do problema, da desordem, da confusão, do conflito. temos a presença do sofrimento psíquico.
Uma mente livre do passado é um cérebro quieto, silencioso, livre desse centro que é o experimentador, livre dessas experiências que são as memórias registradas. É um cérebro livre do passado, é algo que se realiza quando trazemos atenção para este momento. Então, podemos responder à vida neste instante sem o passado e, portanto, sem toda essa confusão que o pensamento egoico, que o pensamento do "eu", que o pensamento desse centro, que é esse "mim", essa pessoa, está estabelecendo. Uma vida sem o sofrimento psíquico, uma vida sem sofrimento, uma vida onde o Amor está presente, a Liberdade está presente, a Paz está aqui, é a Verdade Divina, é a Verdade de Deus, é a Verdade do seu Ser. Ok?
GC: Mestre, nós temos uma pergunta de uma inscrita aqui no canal. A Ana faz a seguinte pergunta: "Mestre, minha mente vive em conflito, pensamentos dolorosos não param. Como posso encontrar o silêncio nesse caos?".
MG: Sim, você diz que os pensamentos, observe, os pensamentos são dolorosos e eles não param. Repare, essa é a verdade que o pensamento expressa. O pensamento em nós é apenas a continuidade do passado, é a continuidade da memória. Ele está constantemente se reafirmando, vez após vez, após vez. É a continuidade desse padrão de comportamento, de pensamento neste cérebro condicionado, nesta mente condicionada, a sustentação dessa identidade egoica. Nós precisamos romper com essa condição dolorosa, mas você fala do silêncio no caos. A ideia de trazer silêncio para o caos é apenas, também, mais um pensamento. Não é possível, em meio ao caos, o silêncio aparecer. Nós precisamos tomar ciência do caos. É a plena ciência do caos que nos possibilita irmos além do caos. A intenção de se livrar desses pensamentos dolorosos e desse caos é um movimento de volição, de desejo, de querer, de vontade da própria mente, que é o caos; da própria mente, inquieta, em dor. Aqui, a recomendação é: se aproxime do caos, da dor.
Descubra o que é olhar sem qualquer intenção, querer, vontade, para se livrar. De outra forma, você estará colocando, de novo, ainda, a própria mente para atender à mente. A própria mente em aflição para cuidar de uma mente aflita. É fundamental aprender a olhar, observar, perceber, ficar ciente do caos. Ficar ciente desses pensamentos sem reagir, sem se envolver, sem ser alguém presente para fazer algo. Não há uma separação entre essa dor dos pensamentos e você, entre esse caos e você. Toda resistência, toda intenção de fazer algo e de se livrar, cria uma separação entre essa experiência dolorosa de pensamentos, entre esse caos e o experimentador. A continuidade do "eu" requer resistência, luta, requer essa movimentação interna, inclusive inconsciente, de se livrar. É fundamental nós descobrirmos o que é trazer para este momento uma real atenção sobre essas reações. É esta aproximação de nós mesmos, sem o sentido de alguém para fazer algo, para vencer, conquistar, triunfar, se livrar. que nós precisamos.
Eu lhe recomendo participar de um encontro on-line, investigar de uma forma mais profunda o que estamos colocando aqui. Existe algo possível em encontros on-line que nós não temos nestes vídeos, aqui. O elemento fundamental para o fim dessa psicológica condição, que é a condição do "eu", continua sendo a presença desta Graça Divina. Há um Poder maior que torna todo este trabalho possível. Aqui colocamos para você aquilo que você, tomando ciência de suas reações, de uma certa forma, você pode fazer, mas neste fazer, na realidade, há algo que torna isso possível que, de fato, não é você, você fazendo. Podemos tomar ciência de como nós funcionamos? Isso requer a Presença desta Graça para essas reações serem vistas sem o pensador, sem esse observador. Portanto, aprender a lidar com este momento presente, seja ele de pensamentos dolorosos, de caos, de desordem, de confusão, requer a presença deste olhar sem o "eu", perceber sem o "eu", deste sentir sem o "eu". É o que estamos trabalhando juntos nestes encontros, em especial, em encontros on-line e encontros presenciais.
Assim, fica aqui um convite para esta aproximação, para que essa qualidade de mente presente em nós desapareça. A Verdade da Vida é a Verdade de uma mente silenciosa, livre do passado e, portanto, livre de toda forma de sofrimento. Esta é a Verdade da Vida. Me refiro à Vida Real, não à vida nesse sentido do "eu", que de fato é confusão, desordem, dor e caos. Ok?
GC: Mestre, nós temos uma outra pergunta, de uma outra inscrita aqui no canal. A Débora faz o seguinte comentário e pergunta: "Sinto como se minha dor fosse parte de quem eu sou. Como romper com essa identificação e viver além do sofrimento?".
MG: Pois é, aqui temos mais essa pergunta. Reparem que envolve sempre a presença da dor. As nossas questões são questões não resolvidas, que queremos resolver porque elas são dolorosas. Nós não nos damos conta de que temos questões não resolvidas que não envolvem dor, mas exatamente a presença do prazer. Nós não temos uma visão muito clara sobre essa questão de prazer e dor. Nós separamos uma coisa da outra sem a clareza de que os problemas para nós, como seres humanos, residem na presença exatamente dessa mente, que é a mente egoica, que é a mente do "eu", que envolve a presença de prazer e dor. As questões em nós não resolvidas são questões de prazer e questões de dor para esse "mim".
Quando falamos de dor, da qual queremos nos livrar, não percebemos que o prazer está presente e esse prazer é parte da dor; e desse prazer, que é dor, também precisamos nos livrar. Como ter uma aproximação direta da verdade desse elemento presente que é essa mente do "eu", que é essa mente egoica, que vive em prazer e dor? É a presença do pensamento, de como o pensamento representa a experiência. Ele representa a experiência a partir de uma identidade que se vê presente sendo o experimentador dessa experiência, sendo o pensador desses pensamentos. É o sentido do "eu", é o sentido do ego. Aqui, quando usamos expressões como a que você acabou de usar, do tipo "como se livrar dessa identificação para ver além do sofrimento", nós precisamos pisar com calma neste terreno, porque nós precisamos compreender, antes de tudo, que não existe uma separação entre esse que está em dor e a própria dor. E quando usamos a expressão "se desidentificar" ou "não-identificação" podemos cair, aqui, em uma armadilha do próprio pensamento e acreditar que essa dor esteja separada desse "eu".
Não existe nenhuma separação entre esse "eu" e a dor. A dor é o "eu"! A ideia de querer se livrar da dor é do próprio "eu". Então, reparem o jogo: o sofrimento está presente, a dor está presente, o pensamento está presente, mas o sofrimento nos dá a ilusão de alguém que está sofrendo. A dor nos dá a ilusão de alguém que está sentindo essa dor. O pensamento nos dá a ilusão de alguém tendo esses pensamentos. No entanto, não existe essa separação entre a dor e esse na dor, entre o sofrimento e esse no sofrimento, entre esse pensamento e esse pensando. O pensador é o pensamento, o que está em dor é a própria dor, o sofredor é o próprio sofrimento - não há separação! Portanto, não se trata de uma desidentificação, se trata de uma compreensão, uma direta compreensão para o fim dessa separação, dessa divisão. Se essa separação termina, se essa divisão não está mais presente, toda a intenção de se livrar, de fazer algo com aquela experiência, desaparece. Sim, quando isso desaparece, não há mais essa dor, esse sofrimento, esse pensamento - estamos diante de algo fora do "eu", fora do ego, fora da mente. Mas nós precisamos compreender com clareza que não se trata de se livrar da dor, e sim se livrar da ilusão de uma identidade presente. É esse elemento a própria dor, é esse elemento o próprio "eu". Quando você diz: "É como se essa dor fosse eu mesma". Sim, de fato é! Você é a dor quando a dor está, é o sofrimento quando o sofrimento está, não há nenhuma separação. Quando deixamos aquilo que deveria ser ou poderia ter sido a partir desse "mim", quando abandonamos essa separação, estamos em um direto contato com a experiência sem o experimentador, com o perceber sem o percebedor. Então, há um rompimento com essa condição psicológica, com essa experiência e, portanto, com esse "eu".
Como coloquei agora há pouco, participar de encontros on-line é fundamental - fica aqui um convite. Boa parte dessas falas não são, de fato, compreendidas. A verdade da compreensão dessas falas, da totalidade do que é colocado aqui, requer uma visão direta, e não uma aproximação intelectual. Nós precisamos deste Poder Divino, deste Poder da Graça, para algo além de um mero entendimento intelectual, de uma visão muito particular de palavras.
Então, nos livramos da armadilha de confundirmos entendimento intelectual, verbal, de palavras com a compreensão. A compreensão é algo direto, não depende de palavras. É algo vivencial, experimental, enquanto as palavras são intelectuais, lidam com símbolos, com imagens e, portanto, ainda com pensamentos. Portanto, fica aqui um convite. Ok?
GC: Gratidão, Mestre, já fechou o nosso tempo. Gratidão por mais este videocast. E, para você que deseja realmente viver essas Verdades, se aprofundar nesses assuntos, fica o convite para participar dos encontros intensivos que o Mestre Gualberto proporciona. Esses encontros intensivos são muito mais profundos do que esses vídeos aqui no YouTube. Primeiro, porque a gente pode fazer perguntas ao vivo para o Mestre nos responder. E segundo, e mais impactante, é que, pelo Mestre já viver nesse Estado Desperto de Consciência, Ele compartilha esse campo de Presença, de energia em que Ele vive. Nesse compartilhar do Mestre há um Poder, uma Força e uma Graça que, apenas ao estarmos na sua presença, a gente acaba entrando neste campo de Energia do Mestre; a gente acaba pegando uma carona nessa energia de presença do Mestre. E, pegando essa carona do Mestre, de maneira espontânea entramos em estado meditativo, silenciamos nossas mentes e podemos ter uma visão e uma compreensão do que está além do entendimento intelectual. Então, fica o convite. No primeiro comentário, fixado, tem o link do WhatsApp para poder participar desses encontros. Além disso, já dá o "like" no vídeo, se inscreve no canal. E, Mestre, mais uma vez, gratidão pelo videocast.
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