quinta-feira, 19 de junho de 2025

Sofrimento psíquico | Sofrimento humano | Sofrimento emocional | Como lidar com pensamentos

Aqui a pergunta é: como podemos lidar com o sofrimento humano? O sofrimento que acomete a todos. O que é e como lidar com isso? O que é esta coisa chamada sofrimento? E como lidar com isso? Observe que a base, a real base que sustenta essa questão do sofrimento humano é o sofrimento psíquico, é o sofrimento emocional. Então, como podemos nos aproximar dessa questão do sofrimento? Nós sabemos que uma dor de dente é a presença da dor.

Se isso psicologicamente lhe afeta, além da dor física, você tem a presença do sofrimento. O sofrimento é aquilo que lhe atinge psicologicamente, enquanto a dor é aquilo que lhe fere ou lhe atinge fisicamente. Se você queima o dedo ou dá uma tropeção e cai, e descobre que o pé torceu e descobre que depois disso o pé está com uma luxação, ali está a presença da dor.

Então, há uma diferença entre a dor e o sofrimento. Quando você está com raiva de alguém, você está sofrendo. Quando você está preocupado, você está sofrendo.

Quando existe o medo, ele está presente, você está sofrendo. Quando está triste, você está sofrendo. Então, há uma diferença entre o sofrimento e a dor.

Sofrimento é aquilo que atinge a pessoa, o sofrimento é aquilo que atinge esse "eu", enquanto que a dor é aquilo que atinge esse corpo. Se você tem uma dor física e internamente está irritado com isso, com raiva de estar se sentindo assim, ou preocupado, com essa dor, você tem juntamente a presença da dor e a presença do sofrimento. Então, repare como é simples essa compreensão do que é o sofrimento.

O sofrimento é aquilo que lhe atinge psicologicamente. A dor é aquilo que lhe atinge fisicamente. O modo como o pensamento representa a experiência, nesse momento o que temos presente pode ser a simples dor ou a presença do sofrimento.

Aqui juntos, nós estamos investigando essa questão do fim para esse sofrimento psíquico, o fim para esse sofrimento emocional. Isso é parte desse sofrimento humano. Aqui, nesses encontros, nós estamos explorando a liberação nesta vida.

A condição psicológica de existência do "eu", desta pessoa, é a condição de uma prisão. Como seres humanos, nós estamos nesse sofrimento em razão da presença desta psicológica prisão que o pensamento tem construído para esta pessoa. Qual é a verdade desta pessoa? Esta pessoa é uma construção do pensamento.

Uma construção que tem uma forma, que tem um nome, que tem uma história, que tem uma imagem. Esta é a pessoa. A constituição dessa pessoa, a estrutura dessa pessoa, a base dessa pessoa é o pensamento.

Pode soar estranho você ouvir isso, mas você não é outra coisa a não ser um pensamento. Quando você usa o pronome eu, você está se referindo exatamente a quê? A uma ideia, a um quadro mental.

Isso é esse você. O que é um quadro mental? O que é uma ideia? É a presença do pensamento. Quando você está triste, é um pensamento triste. Observe isso aqui juntamente conosco.

Quando você está com raiva, o que é essa raiva? É um sentimento, é uma emoção, é uma sensação nesse pensamento, nesta autoimagem. Essa imagem é o pensamento, essa raiva é o pensamento, essa emoção é o pensamento. Olha como é importante nós investigarmos isso aqui. Se queremos romper com essa psicológica condição e é isso que estamos dizendo aqui para você. Na vida é possível, sim, uma vida livre do sofrimento, do sofrimento psíquico, do sofrimento emocional, mas para isso você tem que tomar ciência da verdade sobre você.

Você precisa se dar conta de que você não é outra coisa a não ser um pensamento. Um pensamento que se magoa, que se entristece, que se aborrece, que fica colérico, tomado de raiva, um pensamento em emoção, um pensamento em sentimento. Isso é o "eu", Romper com esse pensamento é romper com essa imagem, é romper com essa raiva, é romper com essa dor emocional, com esse sofrimento psíquico.

Essa é a beleza de um encontro com a realidade. Um encontro com a realidade é o fim da ilusão, da ilusão dessa autoimagem. Então, vamos tocar nisso aqui agora com você.

Já que a verdade é que é o pensamento o elemento por trás de tudo isso. Quando você está com raiva, um elemento por trás da raiva é o pensamento, com medo é o pensamento, com tristeza é o pensamento, preocupado é o pensamento. É sempre o pensamento o elemento.

Já que é o pensamento esse você, esse "eu", e ele está por detrás de tudo isso, aqui a pergunta é: o que é o pensamento? Aqui a pergunta é: como lidar com essa coisa? Como lidar com o pensamento? Primeiro, antes de tudo, vamos compreender algo aqui. Mais uma vez, o pensamento se separa quando faz a pergunta: como lidar com o pensamento? A ideia por detrás dessa pergunta é um elemento capaz de lidar com o pensamento. Mas, veja, o próprio pensador é o pensamento.

Nós temos uma visão equivocada da vida porque temos uma visão errônea, totalmente ilusória, sobre nós mesmos. Nós vemos a vida como algo acontecendo, separado daquilo que nós somos, porque nos vemos como alguém presente e a vida como algo à parte, separada.

Não existe tal separação entre a vida como ela acontece e você como você aparece. Ao nos vermos separados da vida, sendo alguém presente, esse alguém é aquele que, por exemplo, está pensando, está sentindo, está agindo, está falando. Aqui o falar é a vida acontecendo, o pensar é a vida acontecendo, o sentir é a vida acontecendo. É quando nós temos exatamente essa separação, repare, é que temos o problema do sofrimento.

Exatamente porque queremos lidar com isso, fazer algo contra isso, que estabelecemos uma separação. Eu não sei se isso está um pouco confuso aqui, para alguém aqui pela primeira vez no canal ouvindo essa fala. Você se vê como alguém presente.

Veja, isso é só um pensamento que você tem. O que temos presente é a vida como ela acontece. Mas você se vê como alguém que gosta do que acontece ou que não gosta do que acontece.

Note que isso é só um pensamento sobre como a vida deveria ser, ou como ela poderia ser. Assim, quando você pergunta como lidar com o pensamento ou como lidar com os pensamentos, você se vê como alguém que está pensando e que pode lidar com os pensamentos. Mas quem é esse que está pensando? Existe tal coisa como uma separação? A teoria que temos, que é só uma crença, é que esse pensador chega antes do pensamento.

Primeiro chega o pensador e depois ele tem pensamentos. Olhe para você e me responda. Isso é verdade? É verdade que você primeiro está aqui e depois produz pensamentos de preocupação para si mesmo? É você que produz esses pensamentos de preocupação ou eles aparecem? É verdade que você está aqui e produz pensamentos de tristeza para ficar triste? É você que faz isso? Ou são esses pensamentos de tristeza que surgem e você se dá conta de que está triste? Se você fosse realmente o pensador dos pensamentos, você iria fabricar para você pensamentos de ansiedade, de preocupação, de tristeza?

Você já reparou que quando você está com medo, são pensamentos que trouxeram esse medo? Você está aqui muito bem e de repente você está com medo de algo acontecer com você. É verdade que você estava aqui e pensou sobre isso e fez isso aparecer ou isso apareceu e o medo surgiu? Percebem? A grande verdade é que não existe esse pensador para pensar. O que temos presente é o pensamento surgindo.

Depois que o pensamento aparece, aí aparece esse pensador. Primeiro aparece o pensamento da tristeza e depois você se vê triste. É exatamente assim que acontece.

Primeiro aparece o pensamento de preocupação e depois você se vê aflito por estar preocupado. Essa é a ordem. Primeiro surge o pensamento que é a causa do medo, depois você se vê com medo. Reparem que é exatamente assim que acontece. Não existe essa coisa de alguém pensando, só existe o pensamento aparecendo.

Então nós precisamos ter da vida uma aproximação real para a compreensão do fim do sofrimento. Mas compreender o fim do sofrimento requer a compreensão do fim do pensamento, porque é o pensamento a causa, a razão, a verdade sobre esse sofrimento psíquico, sobre esse sofrimento emocional, sobre esta preocupação, ansiedade, medo ou tristeza. Repare que nós passamos uma boa parte da vida sem nos dar conta de como nós funcionamos.

Então, essa qualidade de pergunta, esse tipo de pergunta, como lidar com os pensamentos, pressupõe uma base ilusória, uma base equivocada, a base de que existe esse alguém para lidar com os pensamentos. Não existe tal coisa como uma separação entre o pensamento e o pensador. Quando você se depara com uma flor, não tem você olhando a flor, existe apenas o olhar.

Você surge apenas quando uma ideia aparece. Quando, por exemplo, você diz: essa flor é muito bonita, seria muito bom ter flores assim lá no jardim de casa. Repare, é apenas nesse momento que você aparece, quando você se separa da visão, sendo o observador.

Quando você está diante de uma cena, o que temos presente é a cena, você aparece quando acha bonito ou acha feio, quando gosta, quando não gosta. Reparem como é sutil esse movimento do pensador, do observador, do experimentador da experiência. É o próprio movimento do pensamento se separando que cria esse experimentador, que cria esse observador, que cria esse pensador.

Há uma grande beleza nesta aproximação de estudarmos a nós mesmos. Isso porque nos damos conta, pelo Autoconhecimento, de que não existe esse elemento presente, que é o "eu". Aqui a palavra, a expressão Autoconhecimento não se trata de alguém conhecendo a si mesmo para melhorar como pessoa.

Aqui se trata da ciência de que esse elemento que é o "eu" é apenas uma construção do pensamento diante da experiência. Descobrir a verdade sobre si mesmo é tomar ciência de que esse "eu", esse "mim", essa pessoa, é uma ideia, é uma construção do pensamento. Assim, anulamos por completo esta separação.

E quando esta separação é anulada, esse elemento, para sofrer, se dissolve. Assim, esse grande contato com a vida como ela acontece, sem esse elemento que é o pensamento, para se separar da experiência, isso é o fim para o sofrimento. O sofrimento termina porque esse elemento que se separa para conflitar com o momento, para conflitar com a experiência, não está mais presente.

Quando alguém lhe elogia, você sente prazer. Quando alguém lhe critica, você fica chateado, ou aborrecido, ou com raiva. Isso ocorre porque, no momento da experiência, nesse instante, nesse exato momento, esse sentido da autoimagem desse "eu", repare que é só um pensamento surgiu, quando esta autoimagem é lisonjeada, esse pensamento, que é essa autoimagem, que é você, fica feliz. Quando esta autoimagem é criticada, você, que é essa autoimagem, que é esse pensamento, fica com raiva, fica aborrecido, fica chateado.

Então, o elemento presente que sustenta o sofrimento é o mesmo elemento que sustenta o prazer. Reparem como é importante nós compreendermos isso aqui. Na vida nós estamos sempre em busca do prazer, ou seja, daquilo que possa afagar, acalentar, mimar, trazer satisfação a essa autoimagem. E nós vivemos constantemente tentando nos defender da dor, daquilo que possa produzir distúrbio, ofensa, desordem, rejeição a esta autoimagem. Essa é a presença do sofrimento. Assim nós estamos na vida sustentando constantemente a ideia, o pensamento, a imagem, esse quadro mental sobre quem nós somos, sobre quem cultivamos ser, desejamos ser, esperamos ser. Essa é a autoimagem.

Enquanto isso estiver presente, nós estaremos sempre passando por prazer e dor do ponto de vista psicológico. Isso é basicamente a sustentação do sofrimento.

Isso é parte desse sofrimento humano, isso é parte desse sofrimento psíquico, isso é parte de sofrimento emocional. Aqui, juntos, estamos descobrindo como romper com esta autoimagem, que vive nesta dependência psicológica de apreciação e de rejeição. Que quando é rejeitada, se sente triste, com raiva, aborrecida, que quando é elogiada, parabenizada, se sente feliz, contente, prazerosa. O fim desta psicológica condição é o fim desse movimento, que é o movimento do pensamento, que é exatamente esse movimento de separação. É quando existe essa separação, que está presente o sofrimento.

Da próxima vez que alguém lhe elogiar, apenas escute, dê toda atenção nesse escutar o elogio. Repare, estamos diante de algo aqui, não tão simples, porque por toda a vida esse movimento interno do pensamento em nós sempre defendeu sua continuidade pela autoimagem.

Essa crença de que nós existimos sendo alguém, sendo uma pessoa, é a própria autoimagem. Essa autoimagem adora ser elogiada e detesta ser criticada. Esse é o modelo viciado do pensamento, presente em cada um de nós.

Então, o pensamento se separa, cria essa autoimagem e sustenta essa autoimagem, querendo ser amada e procurando se proteger para não ser odiada. Assim, da próxima vez que te derem um elogio, dê atenção nesse momento a si mesmo e observe esta reação quando ela surge. A primeira inclinação do "eu", do ego, desse passado em você é de receber aquele elogio e inflar como um balão.

Mas se você der toda a atenção a esse escutar sem colocar esse elemento que vem do passado, que é esse mim, esse "eu", essa autoimagem, se apenas ficar o escutar, e esse escutar requer um ouvir livre, e esse escutar requer a presença de um novo modo de se aproximar dessa experiência, a presença dessa atenção sobre esse instante, essa atenção desse escutar, elimina esse "eu", elimina esse passado.

Então, fica apenas o elogio, mas isso não lhe toca, porque você não está presente. Como sendo esse "eu", esse "mim", essa pessoa, essa autoimagem, trazer atenção para esse momento, isso é o fim do "eu", isso é o fim desta autoimagem, isso é o fim desse sentido do "eu", é o fim do sentido do ego para esse prazer, para esse preenchimento pessoal.

Faça o mesmo diante de uma crítica, de um insulto. Apenas escute. Dê toda a sua energia de atenção para esse escutar mas não se coloque como uma pessoa na experiência. Não traga do passado esta autoimagem e observe o que acontece.

Então, nem a lisonja lhe torna especial, nem o insulto lhe torna alguém triste, com raiva ou aborrecido. Isso é o fim desta autoimagem. Isso é o fim desta qualidade de vida centrada no "eu", centrada no ego.

Isso requer a presença desta atenção sobre suas reações. Isso é básico nesta visão do Autoconhecimento, para o fim desta continuidade do "eu", para o fim desta continuidade do ego.

O contato com a vida nesse instante, livre desse sentido do "eu", é o contato com a liberdade, com a não dependência do pensamento e, naturalmente, das emoções e dos sentimentos. Então se revela algo além do ego, além do "eu", além desse pensamento, além desta lisonja ou deste insulto. O encontro com a realidade do seu Ser é a constatação da verdade, da felicidade, desta ausência do "eu". Isso é o fim do sofrimento.

Isso é o fim desta velha condição de sofrimento humano, de sofrimento psíquico, de sofrimento emocional. Assim, quando nos aproximamos da meditação, ela só é possível a partir do Autoconhecimento, que requer a presença desta atenção.

Então, se revela a realidade do seu Ser, se revela a realidade de Deus.

É isso que estamos trabalhando aqui com você nesses encontros. Sábado e domingo nós temos encontros online aqui, nos finais de semana. Você tem aqui na descrição do vídeo o nosso link do WhatsApp para participar desses encontros online nos finais de semana. Fora esses encontros, temos encontros presenciais e também retiros.

Se isso é algo que faz algum sentido para você, já fica aqui um convite, já deixa aqui o seu like, se inscreva no canal, coloque aqui no comentário: sim, isso faz sentido. Ok? E a gente se vê. Valeu pelo encontro e até a próxima.

Março de 2025
Gravatá-PE
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