GC: Olá, pessoal! Estamos aqui para mais um videocast. Novamente o Mestre Gualberto aqui conosco. Gratidão, Mestre, pela presença. Hoje eu vou ler um trecho do livro do Joel Goldsmith chamado "A Consciência é o que Eu Sou". Num trecho desse livro, Mestre, o Joel faz o seguinte comentário: "Agora, chegue à Verdade de que a Consciência que é Deus é a Consciência que é você. E então, você chega à Unidade". Mestre, sobre esse assunto da Unidade, da união com Deus, o Mestre pode compartilhar a sua visão sobre esse assunto conosco?
MG: Gilson, essa questão da união com Deus, é necessário que nós, primeiro, tenhamos uma compreensão clara da Verdade sobre essa Realidade que nós chamamos de Deus. O ponto é que nós não temos qualquer aproximação Real disso a partir do pensamento, e tudo que nós temos a respeito de Deus, na teoria, no conceito, na ideia, são pensamentos. Assim, quando falamos desta união com Deus, já partimos de um equívoco, aqui: a ideia de que o nosso pensamento pode ter qualquer ideia verdadeira sobre isso. Qualquer ideia é, por princípio, uma ideia. algo que o pensamento compreende, algo que o pensamento formula; e tudo que o pensamento formula está dentro de uma ilusão, uma vez que todo pensamento está dentro de um princípio de limitação. Observe que quando você se lembra de algo, o que você tem sobre aquilo é um pensamento. E esse pensamento não é aquilo do qual você se lembra. Nenhum pensamento lida, faz jus, representa a verdade daquilo. Nenhum pensamento representa aquilo que, de fato, é. O pensamento é só uma representação de imagem mental.
Assim, essa ideia de Deus, para nós, é um conceito, é uma imagem, é uma representação mental. E nós temos uma ideia de Deus, e a ideia que temos é de um Ser separado de nós, separado daquilo que nós somos essencialmente. Isso é um grande, grande erro, um grande equívoco da nossa parte. A única Realidade presente, sendo a própria Vida quando a Vida se expressa, essa expressão da Vida é essa única Realidade. Essa única Realidade é a Realidade de Deus. Não existe nenhuma separação entre aquilo que você é em sua Realidade interna verdadeira e a Realidade Divina. Portanto, não se trata de um contato a nível de uma comunhão, a partir de um princípio de separação entre você e Deus. Não existe tal coisa como "Deus, você e a vida". Há uma expressão presente, há uma manifestação presente, há uma realidade presente, e essa realidade é a Realidade Divina.
Assim, a verdade sobre esse "contato" com Deus, essa "comunhão" com Deus, consiste na ciência da Revelação d'Aquilo que realmente é você, quando a ilusão desta suposta entidade presente, que é o "eu", o ego, esse "mim", não está mais. Então, qual é a verdade desta aproximação, desta Real Comunhão com Deus? É a ausência de um elemento presente que se vê separado, que se vê como um elemento à parte desta Realidade Divina. Assim, todo o trabalho nosso deve ser nessa direção, e tudo que nós recebemos de ensinamento deve ser sinalizando e apontando para esta Ciência da Realidade que somos. E é importante dizermos aqui isso, também, para você: que toda forma de ensinamento que enfatiza esta separação, que nos coloca dentro de um modelo de pensamento e, portanto, de crença, é equivocado. A verdadeira aproximação do ensinamento consiste em uma descoberta; uma descoberta possível a partir de uma visão direta daquilo que se passa conosco, dentro de nós.
É por isso que nossa ênfase, aqui, consiste em tomarmos ciência da Verdade sobre nós mesmos. Esta ciência requer a presença da compreensão de todo esse mecanismo presente, psíquico, que nós denominamos de "mente", que inclui naturalmente o próprio cérebro. Compreender a Verdade sobre você é se dar conta de como sua mente funciona, como se processam em nós os pensamentos, os sentimentos, as emoções, as sensações, as percepções. qual é o significado disso dentro desse contexto de relações, relações com pessoas, com nós mesmos, com as situações que aparecem, com as coisas que acontecem. Sem termos uma base - e essa base é a compreensão de como nós funcionamos - nós não temos o fundamento para esta visão, para esta visão desta Ciência de Deus. É esta Ciência de Deus que é a Verdade desta não separação entre você e Deus. Essa é a Real Expressão desta Unidade, desta não dualidade, desta não separação.
Nós precisamos descartar toda forma de pensamento, de conceito, de ideia e de crença. Uma vez que todo pensamento, ideia, conceito, crença em nós, é a presença, exatamente, desta separação. É precisamente o pensamento que lhe separa, é exatamente o pensamento que cria esta separação entre você e a Realidade, entre você e a Verdade, entre você e Deus. Como seres humanos, nós estamos vivendo no pensamento; a nossa vida é a particular vida do pensamento. Nós temos a ideia presente de um elemento aqui, que é esse que pensa, esse que sente, esse que faz, esse que realiza as coisas. Esse elemento é uma construção do pensamento, e nós temos esse modo de nos aproximarmos da vida a partir do pensamento, em razão desse condicionamento. Não nos ensinaram a lidar com o pensamento. É fundamental aprender a lidar com o pensamento, mas mesmo a ideia de lidar com o pensamento é a ideia de alguém para lidar com os pensamentos. Esse alguém é uma ilusão.
É isso que nós precisamos compreender: não existe esse alguém, não existe esse "eu". Esse "eu" separado, esse "eu" à parte, esse "eu" que vê o mundo como sendo esse "eu" aquele que observa as coisas, como sendo esse "eu" aquele que pensa sobre as coisas, como sendo esse "eu" aquele que pode ter um encontro com Deus. Aqui, a Verdade do Despertar da Consciência, desse florescer do seu Natural Estado Divino, que é a Ciência de Deus, consiste no descarte dessa ilusão, no se desfazer dessa ilusão, no se dar conta de que estamos diante de um modelo de pensamento estabelecido em nós há milênios, que é o modelo da separação, onde existe esse "eu" e o não "eu". Nesse formato de pensamento existe você, Deus, o mundo e a vida. Isso é algo muito comum em nós. Estamos diante de um quadro psicologicamente comum a todos, que é esse quadro de visão de condicionamento psicológico, de condicionamento mental, de programa que nos tem sido dado pela cultura, por esse padrão de mundo.
Assim, todo esse comportamento em nós, nesse sentido de separação, é egocêntrico, é pessoal, é particular. Nós estamos constantemente envolvidos, invariavelmente, com esse autointeresse pessoal, algo inteiramente egocêntrico. Toda essa condição de confusão dentro de nossas relações. As nossas relações dentro de casa são as nossas relações na cidade, são as nossas relações com o mundo, são essas relações entre países. A condição do mundo é de conflito, é de desordem, é de confusão e sofrimento em razão desse egocentramento, desse comportamento de condicionamento mental, em razão da presença desse modelo de pensamento, que é o pensamento do "eu". O florescer do seu natural e Divino Ser, o florescer de sua natureza essencial, que é Deus, que é a Verdade sobre você, requer o fim desse você como você se conhece, como você se vê. Então, quando temos, psicologicamente, a morte desse "eu", o fim para essa psicológica condição de continuidade de existência separada, o fim para tudo isso que o "eu" representa, que são seus desejos, seus medos, suas buscas, suas escolhas, suas crenças. Quando temos o fim para isso temos a Ciência dessa Revelação. E como isso se torna possível? Pelo Autoconhecimento.
Aqui, o Autoconhecimento é se dar conta da ilusão desse "eu". Não é do aperfeiçoamento desse "eu", da mudança desse "eu", da melhora desse "eu". Eu digo isso porque, em geral, as pessoas usam a expressão "autoconhecimento" nesse sentido. Aqui, usamos de uma forma bem clara para você, apenas no sentido de se dar conta desse movimento, que é o movimento egocêntrico, que é o movimento que sustenta essa separação, essa dualidade. A plena ciência disso é o suficiente para uma nova ação surgir. Essa nova ação é a verdadeira Ação, que não nasce desse "eu". Gilson, nós não sabemos o que é esta Ação livre do ego. Toda ação que nós conhecemos é a ação centrada na volição, no querer, nesse movimento da vontade, da intenção e do pensamento. Assim, estamos sempre nos movendo na vida a partir deste ilusório "eu", desta ilusória identidade. O fim para isso é a visão da Realidade Divina.
GC: Mestre, nós temos uma pergunta de um inscrito aqui no canal. Ele faz o seguinte comentário perguntando: "Mestre, estou me cansando de procurar a Iluminação. O que eu faço?"
MG: Aqui, quando você diz: "Estou me cansando de procurar a Iluminação", repare, a ideia é equivocada; a ideia da procura e a ideia de alguém presente nesse movimento. Não existe tal coisa como uma procura real, todo esse movimento de procura é apenas um movimento de imaginação do pensamento. Assim como não existe um elemento presente - capaz de realizar esse encontro - que é o "eu". Então, você diz: "Estou me cansando de procurar a Iluminação." O pensamento criou em nós, pelo menos na maioria das pessoas que já leram sobre esse assunto, que já ouviram falas sobre isso. existe a crença, a ideia dessa assim chamada "Iluminação". Uma ideia, uma crença, é uma imaginação. Nenhum pensamento representa a Realidade da própria coisa. Quando você tem um pensamento, você está tendo uma ideia, uma imagem mental. Assim, a ideia, a imagem mental da Iluminação é um equívoco, é um erro, não existe tal coisa, no pensamento, que seja Real. Tudo que o pensamento faz é criar uma foto, um retrato, uma imagem da própria coisa.
Então, repare, nós temos aqui a imagem da Iluminação, que é a ideia da Iluminação, temos a procura dessa Iluminação. Isso só pode ser um movimento do próprio pensamento, em busca daquilo que ele imagina. Ele cria a imagem e vai em busca dessa imagem, essa é a procura. E temos, também, esse elemento nesta procura, que é o "eu". Todo esse movimento é um movimento do pensamento. O pensamento em nós é o elemento que criou essa ideia de alguém presente, que é esse "mim"; criou essa procura e criou essa imagem que ele procura. Então, é natural que você esteja cansado, mas quem é esse elemento que está cansado? Veja, é o próprio pensamento nesta procura, nesta busca, daquilo que ele imagina ser Iluminação.
Aqui, juntos, nós estamos investigando a verdade sobre o pensamento e compreendendo que é exatamente o pensamento, esse elemento presente em nós, que nos impede de tomarmos Ciência dessa Realidade que já está presente. Veja, não se trata de algo para ser encontrado. Você não tem o endereço disso, você não sabe onde isso está para ser encontrado. Eu tenho dito que é como uma chave que você perde. Se você perde a chave do seu carro dentro de casa, sim, a chave está perdida, mas de fato, ela não está perdida, ela está ali, em algum lugar. Mas se você perde a sua chave fora de casa, de fato, você não sabe onde ela está. Você pode até suspeitar do último lugar onde esteve, e se lembra de a chave estar com você ali, mas você, de fato, não sabe onde a chave está.
Aqui, nesse caminhar do Despertar, da Realização daquilo que alguns chamam de Iluminação Espiritual, nós não sabemos onde é que isso se encontra para ser encontrado. A Realidade do Despertar não é algo que está perdido. A Realidade, a Verdade desta Realização Divina é algo presente. Tudo que nós precisamos consiste nesta constatação desta Realidade. É a constatação desta Realidade a Verdade desse Despertar. Isso requer um trabalho nessa direção e não uma busca. Um trabalho nessa direção é possível, porque aqui nós temos uma direção para esse trabalho. Veja que coisa interessante, nós não temos uma direção para a busca. A direção para a busca significaria saber o lugar onde aquilo, provavelmente, está perdido. Nós não temos essa direção para a busca, porque não temos o endereço da Iluminação ou onde, supostamente, aquilo pode ser encontrado, mas nós temos uma direção para o trabalho, e a direção para o trabalho consiste em uma aproximação de si mesmo. É a compreensão desse movimento interno em nós mesmos, que é o movimento dessa consciência que nós conhecemos, que é a consciência do "eu". Uma consciência que tem nela esse movimento, que é o movimento do pensamento. É exatamente esse movimento do pensamento em nós, não compreendido, não esclarecido, não liberado, que nos impede desta visão, que é a visão da Realidade que já está aqui, que é a Realidade Divina.
Aqui o nosso trabalho, juntos, consiste em termos, da vida, uma aproximação real, compreendendo aquilo que se passa dentro de nós mesmos. Essa é a direção para o Despertar, para a Iluminação. Sem isso, continuaremos nesta assim chamada "busca" ou "procura", nessa ilusão de algum dia encontrar. Esse é um outro elemento ilusório dentro desse contexto de busca: é a ideia de que um dia isso será encontrado. Ou seja, temos presente a ilusão do tempo, a ilusão que o pensamento tem sustentado nessa ideia desse futuro psicológico, desse amanhã psicológico. Isso não é real! Não existe tal coisa como o futuro psicológico, como o amanhã psicológico. Investigar tudo isso requer um trabalho em nós mesmos, neste instante, para essa Compreensão, para esta Revelação, para esta Ciência que é a Ciência de Deus. Portanto, o trabalho é uma coisa fundamental, a busca é um adiamento, é um afastamento, na verdade, desta real aproximação. É o trabalho que se faz necessário e não a busca, e não essa procura, uma vez que, repito, essa busca e procura está dentro desse modelo do pensamento, e o pensamento não lida com a realidade. O pensamento lida com a ideia, com a imagem, com a crença, enquanto que o trabalho lida com a realidade.
Aprender a tomar ciência de suas reações, descobrir como se processa em você essa condição de pensamento, sentimento, emoção, modo de perceber a vida, perceber a si mesmo, perceber o outro, tudo isso está dentro desse contexto de um trabalho direto para o florescer do seu Ser, para o Despertar Espiritual. É isso que estamos juntos, aqui, investigando com você, aprofundando e explorando, trabalhando juntos. E aí você pergunta: "O que faço?" A única coisa aqui é se voltar para esse estudo de si mesmo, é para investigar. A única coisa consiste em descobrir como olhar para aquilo que se passa com você. Estudar a si mesmo, investigar suas reações, não é viver nesse movimento de procura, através de práticas assim chamadas "espirituais", leitura de livros, de ouvir falas, palestras. nada disso resolve. É necessário descobrir como olhar para si mesmo, como tomar ciência desse movimento presente em você que vem do passado, que é o movimento do pensamento, assim como dos sentimentos, das emoções. É isso que abre a porta para uma aproximação da Meditação. A Meditação é esta Ciência que revela a Verdade do seu Ser, que revela a Verdade Divina.
GC: Mestre, nós temos uma outra pergunta de uma inscrita no canal. A Gilmara faz o seguinte comentário perguntando: "Mestre, como parar a busca? É só viver?"
MG: Aqui você pergunta como parar a busca e viver. Repare, aquilo que você chama de "viver", o que é que você entende, realmente, por viver? Aquilo que, em geral, nós entendemos por "vida" ou "viver", é vida em desordem, é esse viver em confusão. Esse viver na mente, esse viver na ignorância, é a vida em sofrimento. Portanto, aqui não se trata de parar de buscar e viver, aqui se trata de tomar ciência de um trabalho direto em si mesmo, para o fim da ilusão desse assim chamado "viver" no "eu", desse assim chamado "viver" da pessoa. Então, não se trata de parar de buscar, se trata de investigar a natureza desse elemento da busca, esse elemento na busca, esse elemento que está envolvido nesse buscar. Portanto, se trata de um trabalho direto para o fim do "eu". Apenas quando fica clara a Verdade do seu Ser, Aquilo que está presente fora do ego, fora desse sentido de pessoa, é que temos a beleza da vida como ela acontece. Não se trata de alguém no viver, se trata da vida livre do "eu", livre do ego. Em geral, as pessoas vivem conformadas a essa psicológica condição de egoidentidade, e elas não buscam nada. Viver conformado a esta condição e não buscar nada é se manter na mesma condição de ignorância.
Então, vamos compreender isso com clareza, aqui. Aqui, de fato, não se trata de uma busca, mas se trata de um trabalho. Enquanto você, nesse sentido do "eu", estiver se conformando a esta condição de vida, como no ego nós conhecemos, essa condição de vida sem investigação, sem uma aproximação de si mesmo, sem um trabalho direto em si mesmo, tudo continuará da mesma forma. Nós precisamos tomar ciência da necessidade de um trabalho direto nesta direção para, nesta vida, a presença desse Real Despertar florescer.
GC: Gratidão, Mestre. Chegamos ao final de mais este videocast. E, para você que está acompanhando o videocast até o final e tem esse desejo real e sincero em vivenciar essas verdades, fica o convite para participar dos encontros que o Mestre Gualberto proporciona. São encontros intensivos de final de semana, existem no formato on-line, presenciais e inclusive retiros de vários dias. Nesses encontros, além do Mestre Gualberto responder diretamente às nossas perguntas, Ele, por já viver nesse Estado Desperto de Consciência, compartilha um campo de energia que nos ajuda demais nessa compreensão do que está além do entendimento humano. Então, fica o convite. No primeiro comentário fixado tem o link do WhatsApp para poder participar desses encontros. Aproveita e já dá o like no vídeo, se inscreve no canal e Mestre, mais uma vez, gratidão pelo videocast.
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