terça-feira, 30 de maio de 2023

A busca por Deus | Joel Goldsmith: Infinito Invisível | Condicionamento psicológico

OK! Muito bem! Vamos falar hoje, com você, sobre essa procura ou essa busca pela Verdade. O homem, o ser humano, vem há milênios à procura de alguma coisa fora dessa sua vida comum. Nós sabemos que a nossa vida, em geral, é problemática, cheia de problemas, tediosa, aflitiva, preocupada. E o ser humano vem se perguntando há muitos e muitos anos, há milênios: será que há alguma coisa fora essa vida que nós conhecemos, cheia de problemas?

Então, há essa procura pela Verdade ou essa busca pela Verdade. Então, os filósofos, por exemplo, perguntam: a Verdade existe? Então, me parece que essa é uma questão para os filósofos, mas não só para os filósofos! O ser humano está a procura, realmente, de alguma coisa, e os religiosos a chamam de Deus; os filósofos a chamam de Verdade.

Então, vamos trabalhar com você hoje aqui essa questão. Afinal, o que é a Verdade? E, se Ela é real, se Ela é Deus, nós podemos encontrar Isso? A primeira coisa aqui é que temos que nos aproximar disso com calma. Olhem como é curioso o ser humano: ele está à procura da Verdade, mas qual será a Verdade que nós, como seres humanos, podemos encontrar? Será essa a Verdade? Porque, em nossa mente, nós formulamos a Verdade, temos ideias sobre a Verdade, crenças sobre a Verdade, conceitos sobre a Verdade, e é o que nós temos feito com relação a Deus.

Deus sendo a Verdade, para nós, é algo que, na realidade, está dentro dos nossos conceitos. Então, a mente formula aquilo que a Verdade representa, e o que ela formula como sendo a Verdade não passa de um conceito, de uma ideia, de uma crença, de um objetivo projetado por ela, idealizado por ela. Sendo assim, isso não pode ser a Verdade; é uma imaginação sobre a Verdade.

São muito curiosas as palavras, quando nós as usamos. Ao fazer uso das palavras, nós estamos sempre colocando um conteúdo emocional dentro daquelas palavras, ou um conteúdo intelectual dentro daquelas palavras. As palavras, para nós, são representações das coisas, mas são muito mais do que isso! Nós temos confundido a palavra com essa mesma representação. Então, por exemplo: a palavra “Deus” carrega um conteúdo emocional muito forte, e intelectual também, para cada um de nós.

Então, nós fomos criados dentro dessa padronização de fazer das palavras aquilo que, na verdade, elas não são. Nós começamos a acreditar, a confiar, a colocar toda a certeza nas palavras, o que é uma ilusão, porque a verdade das palavras é que palavras são apenas palavras.

A palavra “amor” não representa absolutamente nada! Mas, psicologicamente, internamente, para nós, para o ser humano, isso tem se tornado um grande problema, porque essa palavra realmente está representando muita coisa, sobretudo emocionalmente.

Então, nós escrevemos sobre o amor, fazemos canções, músicas, sobre o amor, fazemos palestras e usamos a expressão amor… Os sacerdotes usam essa expressão, os poetas usam essa expressão, os filósofos usam essa expressão, os místicos usam essa expressão, os políticos usam essa expressão, todos fazem uso dessa expressão, colocando um sentido emocional para elas muito forte.

Então, nessa expressão, elas colocam, para elas mesmas, um sentido de emoção, de sentimento, em especial, muito grande, muito forte! E passamos a confundir a palavra com a própria coisa. Não, a palavra não é a coisa. A palavra “amor” é vazia de conteúdo. A Verdade do Amor é Real, mas a palavra “amor” é só um símbolo, é só uma expressão verbal, é só uma ideia, é só um conceito que não representa absolutamente nada, é algo que está vazio.

O mesmo ocorre com a palavra de Deus.

Então, estamos lidando com conceitos e colocando, dentro desses conceitos, um conteúdo emocional, para nós mesmos, que não é real. Nós não sabemos quem é Deus ou o que é a Verdade, mas temos ideias e estamos trabalhando para chegar a uma experimentação real dessas ideias, dessas crenças, dessas palavras, desses conceitos, e aqui o conceito é Deus.

A Verdade é que Deus não cabe dentro de um conceito. Assim, como a palavra “amor” não abarca a Verdade do Amor. A Realidade de Deus não está dentro da palavra “Deus”. A Verdade do Amor não está dentro da palavra “amor”. Isso é o mesmo para Felicidade, para a Paz, Liberdade… Mas, em geral, o ser humano está muito agarrado aos símbolos, sem nenhuma ciência da Verdade de que o símbolo está representando algo, que é o simbolizado. A palavra é o símbolo; o simbolizado é a Realidade.

Assim, essa questão da busca de Deus é a busca de uma ideia, é a busca de uma crença, é a busca de um conceito.

Aqui, nos deparamos com uma grande dificuldade: aquilo que você pode encontrar, ainda é parte daquilo que você conhece. Notem como é delicado esse assunto.

Se estamos falando de Deus como sendo uma Realidade que ultrapassa o intelecto, e as emoções, e os sentimentos, e esse sentido de percepção humana, qualquer coisa que você encontre dentro desse sentido de percepção humana, dentro dessa visão particular da pessoa, desse assim chamado ser humano, não pode ser a Realidade de Deus.

Então, aquilo que você irá encontrar ainda será parte daquilo que você é como ser humano, preso ao intelecto, às emoções, aos sentimentos, às sensações, e às percepções sensoriais.

Se queremos, de fato, ter ciência da Realidade de Deus, precisamos ultrapassar essa limitação, que é a limitação desse assim chamado ser humano.

Então, notem o que estamos dizendo: você jamais irá encontrar Deus, porque você não pode! A Realidade de Deus, ou a Realidade da Verdade, pode vir até você, Ela pode chegar aí, mas você não pode ir até lá. O ser humano não vai até Deus; é Deus que vem. Não é o ser humano que tem uma revelação de Deus; é Deus que se revela. E, aqui, nós entramos já na segunda parte importante dessa fala: se Deus se revela, Ele se revela sendo Deus. Ele não se revela dentro dessa visão de humanidade nossa.

Notem com calma o que estamos dizendo. Você quer saber quem é Deus, mas você não sabe quem é Você. Se a nossa busca por Deus, se a nossa busca pela Verdade – aqui se trata dessa busca por Deus ou dessa busca pela Verdade –, se ela é real, ela deve começar em nós mesmos. Não é idealizando, objetivando psicologicamente, imaginando a Realidade de Deus, indo em busca d’Isso, porque quem estaria indo em busca d’Isso? Precisamos descobrir quem é esse “eu”, esse “mim”, essa “pessoa”, esse “modelo humano”, que está à procura d’Isso.

Portanto, se é a Verdade de Deus para ser encontrada, a primeira coisa aqui é descobrirmos a Verdade sobre quem nós somos.

Quando você toma ciência da Verdade sobre quem Você é – não sobre a Verdade de Deus, mas sobre a Verdade sobre quem Você é –, você tem a Realidade de Deus se revelando. E, quando essa Realidade de Deus se revela, esse sentido de um “eu” presente, dessa “pessoa” que você se vê sendo, acreditando ser, desaparece, porque essa Realidade da Revelação de Deus, não vai se ajustar a esse sentido de um “eu” presente.

Essa é uma forma de abordarmos com você essa questão da ilusão do sentido de um “eu” presente, se separando dessa Realidade que é Deus.

A Realidade, a Verdade de Deus, é a única Realidade em toda a Manifestação. Esse sentido de humanidade, esse sentido de “pessoa”, como você se vê, é uma projeção criada por crenças, por ideias, por pensamentos.

Então, você se projeta como uma identidade separada no tempo e no espaço, sendo uma pessoa à procura de Deus. Isso não é real. A Realidade é que só há uma Verdade em toda essa Manifestação.

Assim sendo, esse corpo e essa mente e esse mecanismo humano, tudo isso é parte dessa Manifestação, e a única Realidade nessa Manifestação é a Realidade de Deus.

Então, aqui, nós temos já a terceira coisa a ser dita para você: Deus é Aquilo ou esta Realidade que se revela aí, e a Revelação d’Isso se mostra como sendo a única Realidade de toda a Manifestação.

Então, o que é esse encontro com Deus? É Deus se revelando a Ele próprio, nesse corpo, nessa mente e nessa experiência. Então, qual é o real impedimento da Revelação de Deus? A ilusão sobre quem nós somos.

Então, o não Reconhecimento da Verdade sobre quem Você é, é a não Constatação da Verdade sobre o Divino, sobre Deus, sobre essa única Realidade presente.

Assim, o que estamos fazendo juntos nesses encontros, quando compartilhamos com você aqui, nesses encontros aqui dentro do canal e, também, em encontros on-line e encontros presenciais? Nós estamos investigando a natureza da ilusão, dessas crenças. Essas crenças são a ilusão que trazemos sobre nós mesmos. A ilusão que temos sobre quem nós somos nos dá uma ilusão sobre a vida, sobre o outro e sobre a Verdade, sobre Deus.

Esse trabalho de investigação sobre Isso, de uma aproximação sobre Isso, sobre Aquilo que nós somos, é o Verdadeiro Autoconhecimento.

Aqui no canal, nós temos uma playlist extensa sobre esse trabalho do Autoconhecimento. Olhar para aquilo que aqui está e perceber diretamente que toda essa programação, todo esse condicionamento psicológico, todo esse conjunto de crenças, de imagens, de ideias sobre nós, sobre o outro, sobre o mundo, sobre Deus é falso; isso é uma ilusão. Perceber isso é a base para a Realização da Verdade do seu Ser, que é a Verdade de Deus; é quando Deus se revela nesse desaparecimento do sentido de um “eu”. Isso é Autoconhecimento.

Isso o aproxima… isso é algo que o aproxima da Meditação, da Real Meditação. A Meditação é esse esvaziamento de todo esse conteúdo psicológico de condicionamento. Carregamos um conteúdo enorme de condicionamento psicológico. Esse condicionamento psicológico nos dá a ideia de uma identidade presente aqui, neste instante, vivendo a vida, sendo “alguém”, pensando coisas, sentindo coisas, odiando, amando, querendo continuar, procurando se livrar, tomando ações, decisões, fazendo escolhas… Tudo isso está baseado na ilusão do sentido de separação, que é o sentido de um “eu” presente no mundo, de um “eu” presente na vida, de um “eu” presente na procura de Deus ou da Verdade.

Se isso desaparece, por essa Constatação da Verdade sobre quem nós somos; se esse conteúdo todo psicológico, de condicionamento, de cultura, de civilização, de humanidade, de visão equivocada que trazemos, que temos, se isso é esvaziado… O esvaziamento de todo esse conteúdo psicológico interno é Meditação. E, quando há esse esvaziamento, o cérebro se aquieta. Na realidade, essa quietude favorece esse esvaziamento. E, quando o cérebro está inteiro e completamente quieto e silencioso, vazio de todo esse conteúdo, algo se mostra, algo se revela, algo se faz claro, patente, como sendo a única Realidade – essa é a Realidade de Deus, é o Desconhecido, o Inominável.

Joel Goldsmith tem uma expressão muito bonita. Joel Goldsmith diz: “Todos os conceitos de Deus precisam desaparecer”. É muito curiosa a expressão dos Místicos, dos Santos e dos Sábios com relação a esse encontro com Deus.

Então, Joel Goldsmith fala de Deus, dizendo: “Eu encontrei a única forma de expressar Deus livre de todos os conceitos” – ele diz – “com uma expressão”. Ele chama de “o Infinito Invisível”... “o Infinito Invisível”. Sim, é belíssima essa expressão: “o Infinito Invisível”, porque você não pode dar uma forma para isso, ele diz. Não tem como você enquadrar a expressão Infinito Invisível numa forma.

É belíssima essa expressão de Joel Goldsmith, e nós estamos aqui descobrindo a Verdade do nosso Ser, desse Infinito Invisível – eu tenho chamado de “o Desconhecido”, “o Inominável”, “o Ser Real”, esse Ser que é Ser-Consciência-Felicidade.

A observação da Verdade – escute –, não da Verdade de Deus, mas da Verdade sobre quem é Você… A Revelação da Verdade sobre quem é Você é a Revelação da Verdade de que só há Deus. Então, não tem esse “mim”, esse “eu”, esse “você”. Esse “você” é o problema. Eu tenho dito muito isso nesses encontros.

As pessoas falam de problemas… Só há problemas quando o sentido de um “eu” está produzindo problemas. Todo problema em sua vida consiste na existência de uma identidade separada, o que representa uma ilusória identidade presente dentro da experiência do viver. É esse sentido do “eu” presente criando toda confusão, todo sofrimento, toda desordem.

A Realidade do seu Ser-Consciência-Felicidade, o Infinito Invisível, essa Realidade além de todos os nomes… quando Isso assume esse corpo e essa mente, tudo se desfaz, toda a ilusão se desfaz. Na linguagem de Joel Goldsmith, o erro desaparece, o estado hipnótico dessa consciência de separação se desfaz.

Estamos falando com você de algo vivencial: você vivencia Isso em Si mesmo. Por isso, eu tenho enfatizado a importância da Compreensão da Verdade sobre quem nós somos, e Isso só é possível quando você estuda a si mesma, a si mesmo. Você precisa estudar a si mesmo. Estudar é olhar para aquilo que se passa aqui e agora: os pensamentos, os sentimentos, as emoções, as sensações, toda essa percepção de realidade. Ao observar isso, ao estudar isso, você descobre que essa é uma condição de sonambulismo, de inconsciência, de sonho dentro de um sono, que é esse sono, que é esse sonho de uma existência separada da Realidade de Deus.

Por isso que o Joel usa a expressão “a União Consciente com Deus”. Eu tenho dito: esta Consciência é a Consciência da Realidade de Deus. Não é alguém se unindo a Deus, é Deus assumindo o lugar, o espaço que é d’Ele, que sempre foi e sempre será, nesse corpo e nessa mente.

Aqui no canal, nós temos trabalhado isso com vocês, mostrado que é necessária uma mudança no próprio corpo, uma mudança da própria estrutura do cérebro e do corpo.

Aqui, já tocando na questão do Despertar da Kundalini, nós temos uma playlist aqui trabalhando isso também, e demonstrando o lugar que isso tem dentro desse trabalho da Realização de Deus ou Iluminação Espiritual, porque esse é o assunto nosso aqui no canal.

Portanto, se o que você acaba de ouvir, se isso faz sentido para você, se isso o toca de alguma forma, deixe aí o seu “like”, se inscreva no canal… Quero lembrar de novo a você: nós temos encontros on-line e, também, encontros presenciais, onde estamos trabalhando isso com aqueles que se aproximam.

Nós temos aí o link do Whatsapp: você entra em nosso grupo e se aproxima desse trabalho. OK?

Valeu pelo encontro e a gente se vê na próxima!

Janeiro de 2023
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quinta-feira, 25 de maio de 2023

A Verdade da Consciência | Ser, Consciência, Felicidade | Autoconhecimento o aproxima da Meditação

Muito bem!

O nosso assunto aqui – o nosso enfoque dentro desses encontros – é lhe mostrar a Verdade sobre quem nós somos, qual é a Natureza Real de cada um de nós; em outras palavras, qual é a Verdade sobre você, sobre todos nós. Esta Verdade é a Verdade da Consciência – aqui, quando eu me refiro à palavra Consciência, me refiro à Verdade que transcende o pensamento, a percepção, a sensação, o sentimento, a emoção; Aquilo que está presente que transcende o corpo e a mente e, também, essa noção que nós temos de tempo e espaço. A Verdade sobre isso é a Verdade de nossa Natureza Essencial.

Diante disso você está diante do Amor. Em geral, não sabemos o que é o Amor, não sabemos o que é a Paz, a Felicidade. O homem está em busca de amor, de paz e felicidade, mas o que ele chama de “amor”, “paz” e “felicidade” é uma projeção de suas insatisfações. Em razão dessa insatisfação presente nele, ele projeta uma ideia sobre amor, sobre paz e felicidade.

Esses encontros aqui têm como propósito investigar a Natureza do Ser que somos. Esse Ser que somos é esta Consciência – alguns chamam de Presença, Deus, Verdade. Aqui se trata da Realidade da Vida. Nós temos por base o Autoconhecimento, sempre a base é conhecer a nós mesmos, estudar a nós próprios, investigar aquilo que se passa dentro de cada um de nós, e perceber o que o pensamento dentro de nós tem construído, o que o sentimento tem construído, a emoção, a sensação... Tudo isso tem por base uma construção do pensamento, é ele que se projeta no tempo. Na verdade, não há tempo sem o pensamento.

Se queremos nos aproximar da Verdade sobre quem nós somos, temos que estudar a nós mesmos e ver o que é o pensamento e o que ele tem moldado e construído em nome do “amor”, por exemplo. Para nós amor é prazer, satisfação, preenchimento na relação com o outro; o preenchimento intelectual, emocional, físico ou sexual nas relações, a isso nós estamos dando o nome de “amor”.

Notem o que o pensamento tem construído: nós dizemos “Eu te amo”; o que queremos dizer, na verdade, não estamos dizendo. O que queremos dizer é: “Eu aprecio sua presença, eu gosto de você, você me dá prazer, é bom estar com você, você me preenche de alguma forma, isso é muito prazeroso”. Nós não dizemos isso, nós dizemos: “Eu te amo”. Se isso nos é negado, esse sentimento desaparece. Então aquilo que nós chamamos de “amor” é algo que se assenta numa satisfação, então há essa mútua satisfação – você sente por mim e eu sinto por você. Uma aproximação mútua de satisfação: isso nós denominamos de “amor”. Se isso desaparece, em algum momento, esse sentimento também muda, esse, assim chamado, “amor” também muda. É quando você se sente só, é quando esse “mim”, esse “eu”, se sente menosprezado, desprezado, rejeitado. Esse sentimento agora não é de amor, mas é de frustração, cólera, raiva, então há esse interno estado de solidão, o que nos torna brutais, violentos, agressivos. Então há esse novo sentimento de frustração, raiva, posse não correspondida – que alguns chamam de ciúme –, esse é o novo sentimento. Então o que nós chamamos de “amor” se baseia em sentimentos, em sensações, na busca de um preenchimento em algum nível – como colocamos: sexual, emocional, sentimental, companhia, prazer.

Então o que nós temos feito com o amor – o que é o amor – é o mesmo com relação a essa coisa que nós chamamos de “paz”. O que é paz? É quando tudo vai bem, é quando tudo transcorre como nós desejamos, é quando nossos objetivos e propósitos são realizados, não são obstruídos, não são paralisados, quando nada se interpõe. Então a satisfação do desejo também preenchido nos aquieta, nos torna pouco eufóricos e nós chamamos isso de “paz”. Quando tudo vai bem a paz está presente, quando para esse “mim”, para esse “eu”, tudo é do jeito que ele deseja, que ele quer, tudo vai bem. É isso que nós chamamos de “paz”. Mas se a situação muda, se a circunstância é alterada, estamos de volta à ausência de paz. Notem, é uma paz circunstancial. O amor agora há pouco era circunstancial também e essa paz também, agora, se mostra circunstancial.

Poderíamos falar muito ainda sobre essa questão da paz e dos diversos modelos de “paz”. Para nós, paz é aceitação, enquanto o outro me aceita estou em paz, e quando ele me rejeita se torna meu inimigo ou fico indiferente a ele. Então não há paz em nossas relações. Para nós é algo muito circunstancial.

A questão da felicidade nós temos a mesma situação, temos uma projeção do que é a felicidade. Felicidade é quando nunca mais passamos por nada que não desejamos, tudo tem que transcorrer do jeito que esperamos. Um sonho realizado é a “felicidade”, um objetivo alcançado é a “felicidade”, uma meta obtida, cumprida, é a “felicidade”; então um carro novo é a “felicidade”, o casamento pela primeira vez é a “felicidade” – mas é estranho, daqui a pouco essa felicidade não está mais e aí a gente tem que casar de novo.

Então é muito interessante essa questão da felicidade, é sempre um projeto que se realiza no tempo, segundo os nossos desejos, segundo os nossos propósitos, segundo as nossas ideias. Tudo tem que terminar como no conto de fadas, como nas histórias que ouvimos desde a infância, do encontro do príncipe com a princesa e “viveram felizes para sempre”. O tempo está sempre incluso nessa conclusão de felicidade, então o elemento tempo é muito importante. Esse prazer, essa satisfação, essa coisa dando certo como “eu” espero, como “eu” desejo, no tempo, tem que ser para sempre.

Notem o que estamos trabalhando aqui com vocês, o que estamos olhando juntos aqui. Nossas colocações aqui são sobre a Verdade do seu Ser, que é Consciência. Aqueles que realizaram Isso dizem que neste Ser-Consciência reside o Amor – o Real Amor, não esse amor que tem um outro lado quando não é correspondido.

Aqueles que realizaram a Verdade do seu Ser falam dessa Paz, compartilham dessa Paz, mas é uma Paz que ultrapassa toda a compreensão e intenção humana, então, naturalmente, é uma Paz que não pode ser idealizada pelo pensamento, e uma Paz, naturalmente, que não tem um contrário, não tem um outro lado. Então, a “paz” que não é paz, mas agora é inimizade, é conflito, é a paz que tem um oposto, essa é a paz que a mente conhece. A gente pode falar um pouco mais sobre isso daqui a pouco.

E quanto à Felicidade nós temos a mesma situação. A Realização do seu Ser, que é Consciência, é Felicidade. Os Sábios têm dito que Ser-Consciência-Felicidade é a Natureza de cada um de nós, essa é a Verdade sobre você. Mas a mente tem construído um mundo e falado nesse mundo sobre amor, paz e felicidade. Nesse mundo da mente o que prevalece é a contradição, é a inveja, o desejo e o medo; isso não é Amor, não é Paz, não é Felicidade.

Nós estamos trabalhando aqui a Verdade que somos, quando há o fim para essa ilusão do que acreditamos ser, daquilo que nós nos confundimos em aparentar ser, em se mostrar sendo. Então o Autoconhecimento é aquilo que lhe aproxima da Meditação, o que não é outra coisa a não ser a compreensão direta, vivencial, do Natural Estado de Amor, Consciência, Felicidade. Assim, nossa aproximação de tudo isso precisa ser essa aproximação – real aproximação. A mente pode se modificar, o Amor não; ela pode lutar por objetivos e alterar o tempo todo, a Paz não; ela – a mente – pode se preencher ou se sentir preenchida por satisfação, prazer e realização, a Felicidade não, porque essa Felicidade, essa Paz e esse Amor são a Natureza da Consciência.

Então o nosso problema reside na coisa que chamamos “amor”, na coisa que chamamos “paz”, na coisa que chamamos “felicidade”. O nosso problema reside em nossas crenças, em nossas projeções, em nossos projetos, ideais e propósitos, todos eles construídos por essa mente. Essa é a condição da mente que se separa e, portanto, uma mente que vive dentro de um processo de dualidade e separatividade. Ela se vê como uma entidade presente no tempo para realizar alguma coisa que lhe preencha eternamente, como nas frases “viveram felizes para sempre”, “encontraram o amor eterno”, ou a “paz perfeita”.

Notem o que estamos colocando aqui para você: é a mente que se apega a alguma coisa, é ela que se torna invejosa, possuidora, controladora, manipuladora; é ela que tenta estabilidade e segurança nas experiências e, assim, projeta esses ideais – e aqui a mente não é outra coisa senão esse sentido do “eu” presente, que é o “ego”, esse “mim”.

É importante termos uma aproximação real disso. Nós, na verdade, não conhecemos o que é amar, nós não deixamos o Amor sozinho. Não sabemos o que é a Paz, nós nunca deixamos ou permitimos que a Paz se instale sozinha, assim como a Felicidade, nós não estamos dando essa Liberdade para que o nosso Ser se expresse como Consciência se mostrando em Amor, em Paz, em Felicidade. Há sempre esse controle, essa manipulação da mente; há sempre esse desejo de se tornar alguma coisa, alcançar alguma coisa ou se mover para alguma direção e isso, naturalmente, cria essa noção de tempo – metas, propósitos e objetivos –, e o “ego” dentro disso, vendo toda a confusão e vivendo essas ilusões – a ilusão do amor, a ilusão da paz, a ilusão da felicidade.

Tudo bem? Estamos juntos nisso?

Não há nesse sentido do “eu” a Verdade. O trabalho sobre si mesmo, aqui e agora, é através do Autoconhecimento, dentro desse princípio de revelação dado pela Real Meditação na prática – e nós temos aqui, em nosso canal, uma ampla playlist, nós temos uma playlist sobre Autoconhecimento, uma outra playlist sobre a Real Meditação na prática, assim como, temos diversas outras playlists aprofundando esse assunto aqui com vocês.

Portanto, se isso é algo que faz sentido para você, deixa aí o seu like, se inscreva no canal, e eu quero convidar você para um encontro online – nós temos encontros online, encontros presenciais e, também, retiros, onde estamos trabalhando isso com aqueles que se aproximam. Ok?

Se faz sentido para você, a gente se vê. Até a próxima!

Março de 2023
Gravatá-PE
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terça-feira, 23 de maio de 2023

Realização de Deus. O que é espiritualidade? Aproximação do Autoconhecimento. Passado psicológico.

Muito bem!

O nosso trabalho aqui juntos consiste na investigação da natureza do “eu”. O que nós temos dito aqui nesses encontros é que esse sentido do “eu” presente em você não é real. Esse sentido do “eu” em nós é uma criação do próprio pensamento. Na realidade, consiste num condicionamento interno, num condicionamento psicológico dentro de cada um de nós. Então o que nós estamos fazendo nesses encontros é investigar a ilusória natureza do “eu”, que é esse “mim”, esse ego. Essa pessoa que você acredita ser não é real. E como é que essa pessoa aparece? Como é que ela surge? Dentro dos próximos minutos vamos olhar isso aqui com você.

Nós temos uma percepção de mundo, é uma percepção simples, eu diria que é uma percepção natural. Quando nós olhamos para objetos, para pessoas, para os lugares, há uma percepção dos sentidos. Essa experiência é uma experiência de percepção sensorial, e é algo simples, é algo natural. Os sentidos em nós funcionam de uma forma muito simples, muito direta, então há esse percebimento da experiência. Essa percepção, esse modo de nos aproximarmos do que quer que esteja presente nesse instante não é nada complicado de ser compreendido. Quando você vê uma casa, há uma percepção visual, sensorial daquela casa. Quando você passa pela rua e vê pessoas andando, caminhando, você tem uma percepção sensorial. Quando você escuta um som, você tem uma percepção, também, sensorial de natureza auditiva. Então nós estamos sempre tendo um contato direto com todas as experiências a partir desta percepção dos sentidos, e essa forma de nos aproximarmos é muito simples, bastante compreensível. No entanto, ao olhar para uma dada coisa, ao ouvir um determinado som, nós também temos um modo de aproximação verbal, ou seja, intelectual, sentimental e emocional dessa experiência.

Quando vemos algo, quando ouvimos algo, essa forma de aproximação intelectual, verbal, emocional e sentimental é algo que precisa ser compreendido, porque a partir daí nós temos a presença de uma identidade dentro da experiência. Quando, por exemplo, ao olharmos alguma coisa, olhamos a partir de um conhecimento prévio, de uma ideia que fazemos sobre aquilo, neste exato momento colocamos uma identidade dentro da experiência. A sua percepção não é agora simples, ela se tornou complexa, ela se tornou pessoal, particular, ela tem um fundo. Esse fundo é a experiência passada. Ao olhar uma árvore, você sabe o nome, você classifica aquela árvore, você nomeia. Quando isso é feito, não há mais uma simples e direta percepção da árvore, agora você tem uma ideia, um quadro intelectual e também sentimental ou emocional daquela árvore, e você relata isso para outras pessoas ou você conta isso para si mesmo. Nesse momento, você não está mais nesse contato direto, simples, com a experiência da árvore ou da casa, ou de alguém com quem você está lidando, porque nesse momento temos o aparecimento do “eu”

O “eu” é aquele em nós que é resultado da experiência. Essa experiência é conhecimento passado, são idéias, conceitos, crenças, sobre aquela coisa. Então as crenças, o conhecimento, a nomeação, a experiência passada em nós são aquilo que determinam a identidade do “eu” dentro dessa experiência, é quando não estamos em direto contato com a percepção. O que estamos dizendo dentro desses encontros aqui – e isso ocorre, também, em encontros online e presenciais, e fazemos retiros para trabalharmos isso juntos – é a possibilidade de olharmos a vida simplesmente como ela se mostra, sem esse sentido de um “eu” presente, de uma identidade presente, de uma pessoa presente. Essa pessoa é uma crença, é uma ideia, é uma imaginação.

A questão toda é que quando nós temos uma aproximação assim da vida – e aqui a vida consiste em toda e qualquer forma de experiência nesse viver de cada um de nós –, temos esse elemento que é o “eu” presente e o “não eu”. Nessa separação, internalizamos toda forma de contradição, de conflito, de dilema, de distanciamento psicológico e, portanto, de problemas e de sofrimento. O sentido do “eu” presente é o sentido do ego. O ego é aquele que é o centro de todas as experiências da vida. É interessante a expressão “minha vida”, porque ela tem como princípio essa ideia: a ideia de que essa vida é uma vida pessoal, é uma vida particular. Então toda forma de percepção da vida centralizada nesse “eu” é um centro falso, é uma identidade que se separa da vida, ou seja, se separa da percepção. Ou você tem a percepção do que É, da vida como ela se mostra – e quando essa percepção está presente, esse sentido do “eu” não está, então você é a própria vida sem qualquer separação –, ou então o sentido desse “eu”, desse “mim”, desse ego, estará sempre criando complicações, problemas.

No que consiste essa Realização da Verdade, essa Realização de Deus, essa busca pela Verdade Divina? Consiste, simplesmente, em nos despirmos da ilusão de uma identidade presente. Quando não há mais essa identidade, a Verdade presente é a Verdade da não separação entre você e a vida. Nesta percepção direta sem o “eu”, não há esse “mim”, esse “eu e o outro”, “eu e a vida”, “eu e Deus”, “eu e a Realidade”. Aquilo que temos presente é a Realidade Divina, é a Realidade de Deus. Assim, a Iluminação Espiritual, o Despertar da Natureza de Deus, que é a Natureza do seu Ser, é Aquilo que está presente quando o sentido do “eu” não está, portanto, quando não há mais esta divisão, essa separação.

Nós temos alguns aspectos aqui interessantes sobre isso. O primeiro é esse de nos separarmos da percepção da vida como ela se mostra. Ao ouvirmos um som, colocamos uma identidade presente naquela experiência, com exceção de um som simples, como um pássaro cantando, esse não é um som complexo para essa percepção psicológica de condicionamento complexo que temos, mas quando alguém está dizendo algo para você, isso já se torna algo muito mais complicado, porque nós tornamos aquele som, aquele dizer, aquela fala que alguém está dirigindo para nós, como algo muito complexo. Internalizamos ideias, conceitos, imagens do que ela está dizendo. Não há o simples ouvir, existe um fundo de condicionamento presente, esse fundo de condicionamento é o “eu”. É sempre com base num passado, numa memória, numa imagem que nós nos relacionamos com o outro para ouví-lo.

Ao olharmos para alguém, não ficamos nesse olhar direto, simples. Olhamos com uma imagem, com uma ideia, com uma memória, com uma lembrança. Ao ouvirmos alguém nos dizer algo, interpretamos, avaliamos, aceitamos ou rejeitamos, não há um direto ouvir. Quando ouvimos um pássaro, não temos esse problema, não queremos entender, não queremos ajustar aquele canto, aquela melodia a alguma coisa já conhecida, nós simplesmente ouvimos. Ao olharmos para uma cadeia de montanhas, apenas olhamos. Ao olharmos para uma árvore ou qualquer coisa à nossa volta, apenas olhamos. A não ser que aquilo nos desperte um interesse, um desejo, uma motivação para obter aquilo, para possuir aquilo, há esse direto e simples olhar. Quando esse interesse, esse desejo aparece, já não estamos mais olhando aquilo, já há uma separação entre “esse que vê” e “aquilo que é visto”. Nesse instante não há uma compreensão daquilo que ali está.

Aqui uso sempre a palavra compreensão no sentido de uma percepção simples, natural, direta, sem um fundo de reconhecimento, de memória e, portanto, sem desejo. Então o desejo, o medo, o nosso contato com o outro, com o mundo, com a vida, sempre com base nesse fundo, que é esse “eu” se separando desse instante, é aquilo que nos sustenta dentro de uma base ilusória de identidade separada, é aquilo que nos mantêm constantemente em conflito, em contradição, em medo, em desejo. Então não há essa ausência do “eu”, porque estamos sempre nos mantendo dentro dessa condição de condicionamento psicológico. Esse fundo, que são pensamentos, lembranças, memórias, recordações, nos dá a base ilusória de uma identidade; ela não existe, mas se sustenta como existindo – eu me refiro a esse “mim”.

O nosso trabalho aqui é investigar a natureza ilusória do “eu” e irmos além disso, nos desfazermos disso, soltarmos isso, isso é o fim para essa ego identidade. Os sábios, assim como os místicos, têm nos falado isso há milênios. Aqueles que realizaram a Verdade sobre si mesmos estão sempre nos dizendo que isso não é real. Aqui eu quero lhe desafiar a viver isso, a ter uma compreensão. Acabei de usar a palavra compreensão. Compreender não é entender, não é nesse sentido que uso aqui a expressão “compreensão”. Não é intelectualmente ou verbalmente acompanhar uma fala como essa, mas é perceber de uma forma vivencial tudo isso que estamos colocando aqui. Eu me refiro a uma vida livre do “eu” e, portanto, uma vida livre de sofrimento, livre de todas as formas de ideias, de ideologias, de conceitos, de preconceitos, de crenças, tudo isso são coisas que nos separam uns dos outros, que nos separam da vida, que nos separam da Realidade do nosso Ser que é Deus.

Uma vida livre do “eu”, desse “mim”, do ego, é uma vida em Amor. É apenas nesse sentido que eu uso a palavra “espiritualidade”. A Verdadeira Espiritualidade é a ausência de “alguém”, de “alguém espiritual”. Portanto, esta Verdadeira Espiritualidade… Porque as pessoas perguntam: “O que é Espiritualidade?” O que é esta Espiritualidade? A Realidade do seu Ser é a Realidade de Deus, isso é algo verdadeiramente Espiritual, mas isso que é verdadeiramente Espiritual é algo muito Natural. Então ser verdadeiramente Espiritual é ser Natural. Não se trata de rituais, de práticas, de cerimônias religiosas, de conhecimento de livros sagrados e recitação dos Vedas, da Bíblia ou da Bhagavad Gita. A Verdadeira Espiritualidade é a ausência desse “mim”, desse “eu”.

Estamos tratando com você da Verdade sobre a percepção da vida como ela É, como ela se mostra quando o “eu” não está. Compreendam isso. Perceber isso é ver sem o “eu”, compreender isso é olhar sem o sentido de separação. Essa aproximação é a aproximação da Verdade do seu Ser. Nós temos falado dentro desses encontros da Verdade, da aproximação do Autoconhecimento, e aqui Autoconhecimento no sentido diferente de como as pessoas aí fora usam. Aqui é a compreensão, nesse sentido que usamos essa palavra, de que não há o “eu”, isso é Real Autoconhecimento, a compreensão direta da Verdade do seu Ser, da Verdade de Deus.

Um ponto importante dentro de tudo isso consiste em descobrir como olhar como esse “eu” surge, se separando da experiência, isso ocorre internamente. Assim a autoinvestigação: esse olhar para todo esse movimento da mente, pensamentos, sentimentos, emoções, sensações, olhar para isso nesse movimento da percepção, sem colocar uma identidade nisso. Quando um pensamento surge, um sentimento, uma emoção, uma percepção, com relação a uma visão de percepção interna ou externa, olhar para esta percepção, para esse pensamento, para esse sentimento, sem se colocar dentro disso, sem se identificar com esse pensamento, esse sentimento, essa emoção ou essa percepção. Olhar assim desfaz esse sentido de separação, então há o Real percebimento claro, há o Real percebimento simples, há o perceber sem o “eu”. Perceber sem o “eu” é o perceber sem julgar, condenar, sem nomear, sem classificar, é apenas o perceber simples. Perceber um pensamento surgindo sem rejeitá-lo, sem se confundir com ele, sem se identificar com ele, sem colocar uma identidade presente nesse “eu gosto”, nesse “eu não gosto” – “eu não gosto disso”, “eu gosto disso”.

Esse olhar livre do “eu”, sem esse elemento de uma identidade presente, não é algo tão simples, porque o nosso condicionamento psicológico desde a infância foi sempre colocar uma identidade presente na percepção. Então a percepção está sempre sendo nomeada, julgada, comparada, ela ou é aceita, ou é rejeitada.

Eu quero lhe convidar neste canal e, também, em encontros conosco online e presenciais, para essa Realização do seu Ser. Uma vida livre desse sentido do “eu” é uma vida livre desse fundo de condicionamento psicológico. Só então você está livre do passado psicológico, do futuro psicológico e desse presente que sempre o “eu”, o ego, vê como uma porta para um objetivo no futuro. Internamente, estamos sempre identificados com esse “mim” na vida, nessa experiência da vida, nesta percepção da vida. O trabalho consiste no Autoconhecimento Real e na Verdadeira Real Meditação na prática. A Verdadeira Real Meditação na prática lhe mostra a ilusão desse “eu” e isso é o fim dele e o início de Algo inteiramente novo, que é Amor, que é Verdade, que é Deus.

Esse é o assunto aqui em nosso canal. Eu quero deixar para você aí o convite, se isso é algo que faz sentido para você, deixe aí o seu like e se inscreva no canal. Lembrando mais uma vez: nós temos encontros online, encontros presenciais e, também, retiros onde estamos trabalhando isso com você.

Fica aí o convite e a gente se vê no próximo. Valeu pelo encontro!

Maio de 2023
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quinta-feira, 18 de maio de 2023

Despertar da Kundalini | Verdadeira Individualidade | Ilusão da individualidade | Vida egocêntrica

Olá, pessoal! Sejam bem-vindos a mais um encontro aqui em nosso canal.

Vamos conversar um pouco, vamos aprofundar um pouco esses assuntos que nós temos tratado aqui com você. Nós temos feito isso dentro desses vídeos, nós temos colocado para você como trabalhar isso em si mesmo. Notem como isso é importante – a Compreensão d’Aquilo que somos.

Para essa Compreensão, nós temos que aprofundar alguns temas aqui, alguns assuntos aqui com você. Um dos assuntos muito importantes sendo tratado aqui, sempre sendo tratado aqui, esse assunto que é bastante enigmático – para alguns é de bastante curiosidade –, é o assunto chamado Kundalini.

Aqui, eu me refiro ao Despertar da Kundalini. Há muita confusão a respeito disso. Nós aqui estamos tratando desta Energia, que é a Energia da Consciência. Kundalini é a Energia desta Presença Divina que nós trazemos em nós mesmos. Ramana costumava dizer que Kundalini está dentro e, ao mesmo tempo, fora. Notem que essa noção de dentro e fora é uma noção baseada no pensamento; é o pensamento que traz essa noção de dentro e fora.

Quando tratamos da Kundalini, estamos tratando da própria Consciência, porque Kundalini é essa Consciência. Se essa Consciência permanece como que adormecida, em razão de todo esse padrão de funcionamento psicológico que nós temos, todo ele baseado na memória, baseado num condicionamento interno, num condicionamento cultural, social, que nós recebemos ao longo dos anos, que é, na realidade, um condicionamento humano… se estamos dentro desse condicionamento, essa Consciência fica como que aparentemente adormecida. Então, Kundalini está como que aparentemente adormecida dentro de cada um de nós.

O Despertar da Consciência não é outra coisa a não ser o Despertar da Kundalini, que é o Despertar desta Energia, operando uma mudança, uma transformação em nós e nos colocando nesse contato direto com a Vida livre desse movimento caótico, que é o movimento caótico do pensamento.

O ser humano vive dentro de um movimento interno caótico, baseado em medos, desejos, crenças, conceitos, ideias, julgamentos, opiniões, tudo isso baseado no pensamento, que tem suas raízes no passado. Viver dentro dessa condição psicológica é viver no caos, nesse caos psicológico, nesse caótico estado psicológico, que é algo comum a todos.

Então, o Despertar da Consciência é o Despertar da Kundalini, é o Despertar do seu Ser. Isso é algo que varre por completo toda essa condição antiga de identidade egoica, de vida egocêntrica. O ser humano é egocêntrico, ele vive dentro de um processo de existência em profundo egocentrismo. Esse é o seu movimento, que é o movimento desta inconsciência, desse estado de sono, desse estado de adormecimento, dentro dessa padronização, que é essa consciência mental – é assim que eu tenho chamado esse estado de consciência comum a todos.

Nós estamos vivendo num estado de inconsciência, que é essa consciência mental. A base de nossa vida, no “eu”, no ego, é uma vida centrada no pensamento, nas diretrizes das crenças, das opiniões, dos julgamentos, dos conceitos, dos preconceitos; e há medo nisso, há muito medo nisso!

Então, há essa constante busca de segurança, porque há uma insatisfação interna em cada um de nós, dentro dessa velha condição de identidade egoica. O Despertar do seu Ser, o Despertar de sua Natureza Divina, de sua Real Identidade – e aqui eu me refiro à Verdade… e aqui eu me refiro à Verdade do seu Ser. Essa é a sua Real Identidade... O Despertar de sua Real Identidade é o Despertar do Verdadeiro Indivíduo. Essa palavra tem que ser compreendida.

O ser humano se considera um indivíduo; nós acreditamos na individualidade. Todos nós acreditamos existir como indivíduos separados uns dos outros, essa ideia de individualidade, essa crença de individualidade, é algo completamente falso. Isso é um padrão de crença, é um padrão de juízo, é um padrão de comportamento; é um padrão de ideia, à qual estamos apegados, que se tornou um padrão ilusório de comportamento. Acreditamos que existe um indivíduo agindo, “alguém” aqui pensando, sentindo, falando, fazendo, ouvindo, sendo “alguém” – isso é um condicionamento cultural.

A individualidade não existe. Tudo isso é um padrão psicológico de crença em cada um de nós. Nós não sabemos o que é, realmente, ser um indivíduo. O indivíduo, o real indivíduo, é aquele que está livre do padrão de condicionamento psicológico, livre exatamente dessa cultura de crença na individualidade, nesse sentido de egoidentidade, nesse sentido de separação, onde a “pessoa” se vê como alguém dentro desse contexto, que é o contexto da vida.

Isso pode parecer muito complicado a princípio. Mas, repare que aquilo que você sente é aquilo que todos sentem. Nós temos diferenças muito, muito, muito pontuais. Cada mecanismo, cada corpo-mente tem suas diferenças. Essas diferenças são pessoais, ligadas a esse padrão de condicionamento também cultural. Mas, educado dentro de uma determinada cultura, dentro de um determinado país, dentro de uma determinada família, cada um de nós tem comportamentos diferentes. Mas, basicamente, essa consciência é uma só, é a consciência da egoidentidade. Toda essa consciência é medo, ansiedade, preocupação, desejos, tédio, solidão, angústia, inveja, avidez… isso é algo comum a todos, comum dentro dessa única consciência.

Então, não existe esse sentido de individualidade, esse sentido de um “eu” presente se separando da Vida. Há um profundo condicionamento em cada um de nós; a mente vive dentro desse processo de condicionamento. Para realizarmos a Verdade sobre quem somos, esse alcance do seu Ser, de sua Natureza Real, de sua Verdadeira Individualidade, é necessário ir além desse condicionamento político, religioso, social, além desse condicionamento, desses padrões de egocentrismo, dessa centralidade nesse “eu”, nesse “mim”, é necessário ir além do medo, ir além da inveja, ir além do sofrimento.

Assim, tudo isso pode parecer estranho em cada um de nós, a princípio – que para Realizar Aquilo que você é, é necessário estar só. Apenas quando você está só, você é, de Verdade, um Indivíduo.

Um indivíduo é aquele que está livre desse padrão, desse sistema, desse movimento caótico sustentado pelo pensamento, sustentado por esse fundo de condicionamento cultural, no qual impera a inveja, no qual impera a contradição, no qual impera todo tipo de sofrimento psicológico, de dor psicológica.

O trabalho em si mesmo é aquele que lhe coloca em direto contato com a Verdade do seu Ser. Isso é possível quando você está só, e estar só é estar livre desse conjunto de coisas incutido em nós desde a infância. Na realidade, esse condicionamento em nós, esse condicionamento psicológico, é algo cultural, é algo que carregamos já há milênios.

É necessário o Despertar da Consciência, o Despertar da Kundalini, o Despertar do seu Ser. Isso é algo que ocorre em razão de um trabalho de Autoconhecimento, que é o reconhecimento desses mesmos padrões, nos quais a nossa vida egoica está assentada. Isso perpetua todo estado de miséria, todo estado de sofrimento, todo estado de conflito, de contradição.

Então, toda a confusão em nossas relações, todas as contradições em nossas relações, todas elas estão baseadas nesse estado inquieto, psicológico, caótico, conflituoso que estamos vivendo. O Despertar da Kundalini, o Despertar da Consciência, é o Despertar do seu Ser, é um novo modo de se aproximar do outro, do mundo, da vida, é um novo modo de se aproximar da Realidade que é você em seu Ser, livre da imagem, da crença, livre dos pensamentos acerca de quem você é, acerca do que é o mundo, do que é o outro, do que é a vida.

Então, há o Despertar nesta Consciência… o Despertar desta Realidade Divina, que é a Realidade do seu Ser. Só então você pode ver a partir desse Lugar, não dentro dessa visão coletiva, cultural, social; não dentro desse princípio de identidade egoica, dentro dessa ilusão da individualidade, dentro dessa ilusão de um sentido de um “eu” presente.

E o que é o Despertar da Kundalini? É a mudança nesse corpo, a partir desta Energia, desta Presença, que desperta em razão de um trabalho que ocorre com o Autoconhecimento tendo a base… A base desse trabalho é o Autoconhecimento. No Autoconhecimento, ocorre esse contato com a Meditação, e a Meditação é o esvaziamento de todo esse conteúdo psicológico, de todo esse conteúdo de condicionamento cultural. Isso é o fim para essa mente egoica, para essa consciência mental e, portanto, esse é o fim para essa ilusão da individualidade, dessa individualidade assentada nesses padrões do ego, do “mim”, do “eu”.

A Verdade do seu Ser não carrega sofrimento. A Verdade sobre quem é você é algo livre, livre de toda essa confusão, de toda essa contradição, de toda essa desordem, de todo esse caos, de toda essa falsa identidade, desse “mim”, desse “eu”, desse ego. Então, o fim para esse condicionamento psicológico é o fim dessa ilusão do indivíduo.

Há uma Realidade presente. Essa Realidade é a Realidade da Consciência. O contato com Isso só é possível quando você está só; não é “só-isolado” do mundo, do outro, da vida, é só no sentido de se auto-observar, de investigar a si mesmo, de descobrir a si mesmo, de descobrir a Verdade sobre si mesma, sobre si mesmo. É necessário estar só…

Você fica só quando está livre das opiniões, das crenças, quando está livre de tudo aquilo que foi ensinado a respeito da Verdade, a respeito de Deus, a respeito de quem é você, a respeito do que é a Vida, a respeito de quem é o outro... Estar só é descobrir Isso, porque você carrega em si mesmo essa Inteligência, esta Ciência, esta Verdade.

Nós temos, em nós mesmos toda a capacidade, todo esse potencial para a Verdade d’Aquilo que somos, para a Sabedoria, para a Visão Clara da Vida como Ela é. Não é necessário você ler livros, não é necessário você ouvir palestras, não é necessário você tentar ouvir de alguém. Tudo que você precisa está dentro de você! Ninguém pode lhe mostrar quem é você! Ninguém pode, acertadamente, lhe mostrar como a mente funciona, apenas você pode observar isso, apenas você pode se tornar cônscio disso, ciente disso, e isso é possível quando você está só.

Portanto, esse é o nosso trabalho aqui com você, essa é a nossa proposta com você dentro desses encontros. Se isso é algo que faz sentido para você, deixa o seu “like”, se inscreve no canal... Lembrando a você: nós temos encontros, também, on-line e encontros presenciais. É uma oportunidade de estarmos juntos trabalhando Isso e realizando Isso nesta vida.

Ok, valeu pelo encontro e até a próxima.

Agosto de 2022
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terça-feira, 16 de maio de 2023

O que é Iluminação Espiritual? | Como alcançar a Iluminação Espiritual? | Advaita Vedanta

O que é Iluminação Espiritual? Queremos ver com você o que é Isso, o que, de verdade, Isso representa.

A complexidade da mente egoica, a complexidade da mente pode terminar. Essa complexidade lhe coloca numa posição de contradição, de sofrimento, de conflito. E, se essa consciência egoica, essa nossa consciência comum, se isso desaparece, Aquilo que está presente é a Natureza do Ser, é a Natureza da Verdade sobre Você, sobre quem verdadeiramente Você é!

Assim, a Iluminação Espiritual, o Despertar Espiritual, é a Verdade sobre quem é Você, quando essa consciência desaparece.

Basicamente, a nossa consciência é a consciência do “eu”, que pode desaparecer. Não se trata, portanto, da Natureza do seu Ser, que é Consciência, mas desta consciência egoica, desta consciência do “eu”.

Constatar a Verdade da não separação entre você e a Vida, entre você e Deus – Isso é Iluminação Espiritual.

Esse é o assunto nosso aqui, nesse canal. Nós temos uma playlist tratando disso aqui com você, aprofundando esse assunto aqui com você, assim como temos outras playlists aqui nesse canal. Estamos investigando como Isso se processa, como Isso se realiza, como Isso se torna possível.

A Verdade que Você é não é “você e o mundo”, não é “você e a vida”, não é “você e o outro”, não é “você e Deus”. Só há Consciência; não há separação, não há dualidade.

Todo esse sentimento e pensamento de separação… Por exemplo, você diz de si mesmo “eu sou uma pessoa assim, assim, assim, assim…” Essa fala sobre você, feita por você, acreditada por você, professada por você, isso é um conceito, isso é uma imagem, isso é uma ideia.

Nós temos que olhar para aquilo que nós somos, temos que nos aproximar de nós próprios, de nós mesmos, precisamos estudar isso, precisamos compreender a Verdade sobre nós.

Assim, para essa pergunta “como alcançar a Iluminação Espiritual?” ou “o que é a Iluminação Espiritual?”, a resposta real para isso está no Autoconhecimento, e o Autoconhecimento é aquilo que lhe mostra que a ideia que você tem sobre quem você é, assim como qualquer ideia que algum outro tenha sobre quem você é, é somente uma ideia. Uma ideia é um pensamento, um conjunto de imagens – isso é uma ideia, isso é uma crença, isso é um conceito.

É importante a compreensão disso, porque isso não se refere só à ideia, ao pensamento, isso se refere também ao sentimento, diz respeito também a esse sentimento que você tem sobre você.

Não é real o pensamento e não é real o sentimento. Não estou dizendo que o sentimento não tenha uma relativa base de verdade quando aparece. O sentimento aparece no corpo e ele tem essa relativa verdade, a verdade do sentir. Mas, quanto ao sentimento, não há “alguém” presente nesse sentir, como nós acreditamos.

Então, não há uma identidade sentindo; há o sentir sem uma identidade presente. Essa dualidade entre o sentir e alguém presente sentindo, isso não é real. Nós estamos condicionados a essa crença, padronizados nesse modelo.

Desde a infância você vem sentindo, esse “eu” vem sentindo, esse “eu” vem pensando, esse “eu” vem escolhendo, fazendo, realizando. Esse “eu” é uma crença de uma identidade presente no corpo quando o pensamento surge ou quando o sentimento surge ou quando o fazer acontece. Quando a ação acontece, o fazer acontece, o pensamento acontece, o sentimento acontece, a ideia central é “eu” – “eu” fazendo, “eu” na ação, “eu” no sentimento, “eu” no pensamento.

Essa dualidade “eu e essa experiência do fazer, do pensar, do sentir, do agir”, como se houvesse esse “eu” e o agir, “eu” e o pensar, “eu” e o fazer, “eu” e o sentir, como se isso fosse real, isso é um condicionamento psicológico.

Nós acreditamos em uma individualidade presente aqui, nessa experiência, na vida, na relação com o outro, com a outra pessoa… a relação com o outro, sendo o outro uma experiência, um pensamento, uma sensação, uma percepção, um objeto – isso é uma crença, é um condicionamento psicológico, um padrão de comportamento, onde há o pensar e “alguém” no pensar, onde há o sentir e “alguém” nos sentir, o fazer e “alguém” no fazer, a ação ocorrendo e “alguém” realizando isso.

A aproximação do Autoconhecimento vai lhe mostrar que não há isso, não há nada disso! Isso não é a Realidade, isso não é um fato, isso é uma ficção, isso é uma imaginação.

A ação ocorre sem o “eu”, o pensamento ocorre sem um pensador, o sentimento ocorre sem “alguém” nesse sentir, a emoção ocorre sem “alguém” nessa emoção. Não há uma identidade presente, não existe uma individualidade que seja real nessa experiência. A individualidade é ilusória. Então, há essa ilusão da individualidade – esse é o nosso condicionamento psicológico.

Aqui, nós estamos investigando isso, nessa playlist, com você; estamos nos aproximando disso. Nosso objetivo é descobrir como alcançar a Iluminação Espiritual.

Agora, compreendam: a expressão, aqui, “como alcançar”... Temos que nos aproximar disso com um certo cuidado. Você pode aprender um método para uma determinada prática e aquele método, naquela prática, se tornar algo para você mecânico. Se aquilo se torna mecânico, mais uma vez você está preso a essa condição do tempo psicológico, da prática mecânica da mente egoica.

Então, quando falamos do Despertar Espiritual, da Iluminação Espiritual, esse “como”, aqui, não implica método, mas sim aprender. Não é uma prática, não é um método, não é algo mecânico; é, na realidade, um “como olhar”, um “como aprender sobre si mesmo” – é disso que nós precisamos para a Iluminação Espiritual.

Precisamos aprender sobre nós mesmos, estudar sobre nós mesmos, ver como nós nos posicionamos nessa relação com a vida, com o mundo, com o outro, com nós mesmos, nessa ilusão de que existe esse “eu” e nós, esse “eu” e o outro, esse “eu” e o mundo.

Notem como isso é importante e bastante delicado. Em geral, os pensamentos surgem e você se vê como sendo o pensador desses pensamentos, querendo fazer algo com eles ou contra eles. Então, você aceita a presença deles, acredita ser você o pensador que os pensou, que está pensando, que está produzindo, que está trazendo-os à existência… Não, você não os pensou, não é você o pensador desses pensamentos, mas existe essa crença. Então, você quer fazer algo contra eles, você rejeita esses pensamentos. Quando são pensamentos negativos, pensamentos pesados, quando são pensamentos que provocam dentro de você algum nível de estresse, de ansiedade, de tristeza, algum nível de depressão, de angústia, você quer se livrar desses pensamentos, porque você acredita que você é o pensador que os está pensando.

Então, esses pensamentos estão sendo pensados por você – essa é a crença –, você está pensando esses pensamentos. E, se é você que está pensando, você pode dispensar esses pensamentos, pode se livrar deles.

Esse é o condicionamento em que nós fomos educados, ensinados. As pessoas dizem para nós desde pequenos: “Não pense maus pensamentos, pense apenas bons pensamentos”. Você vai a uma palestra de autoajuda e ali o orador está lhe mostrando a importância de cultivar bons pensamentos, pensamentos realizadores, pensamentos que possam te desenvolver como pessoa. Então, se fala muito desse desenvolvimento pessoal, e tudo isso se baseia no pensamento.

Então, a ideia é que você está produzindo pensamentos, então você pode melhorar, você pode mudar a qualidade de seus pensamentos, e isso parece muito, muito razoável. A ideia do pensador e o pensamento, daquele que sente com esse sentimento… Então, queremos fazer algo contra os sentimentos negativos, contra os pensamentos negativos.

Então, esse “eu”... Há essa ideia desse “eu” presente nessa experiência. Olhar para aquilo que somos agora aqui e perceber a ilusão da dualidade – isso é direto da Vedanta.

A Vedanta… a última parte dos Vedas é a Advaita Vedanta. E, na Vedanta, fica muito claro que não existe essa ilusão. Não é importante o aspecto teórico, verbal, por mais que seja claro isso na teoria, no conceito. Aqui, por exemplo, falando… talvez isso fique um pouco nebuloso ou, talvez, até muito claro, mas isso não importa! O que importa é você efetivar isso em si mesmo – olhar, observar, sem o observador, observar o pensamento sem o pensador.

Então, o pensamento é uma memória, uma lembrança, é uma imagem vindo do passado, não tem uma identidade. No entanto, você está viciado em colocar uma identidade nisso. Mas agora eu lhe convido a apenas olhar o pensamento que surge sem condená-lo, sem criticá-lo, sem julgá-lo, sem compará-lo com outro pensamento, sem gostar dele, sem desgostar dele, apenas olhar para ele.

Isso vale para um sentimento presente surgindo agora aqui, nesse instante. Esse sentimento vem acompanhado com um pensamento, então ele tem uma história para contar sobre ele. O que ocorre, em geral, é que você acredita no que o pensamento diz em razão do sentimento que sente. Identificado com o corpo você diz “eu” e não observa.

Então, você se confunde, se identifica. E, quando você faz isso, está sempre, de novo e de novo, nesse modelo de egoidentidade, de falsa identidade, de ilusória individualidade.

OK? Estamos juntos?

Nós estamos explorando Isso aqui com você, investigando Isso aqui com você – a Realização de sua Natureza Essencial, de sua Natureza Divina, que é Consciência. Essa Consciência é não dual. Só há Um, sem o segundo – Isso é Advaita. A expressão é “Advaita”, a não dualidade. Só há Um, sem o segundo – Isso é Iluminação Espiritual.

Esse Estado se assenta nesse corpo-mente, o sentido de egoidentidade é descartado, a ilusão da separação se dissolve – isso ocorre com o Despertar desta Consciência, que os Sábios, na Índia, chamam também de Kundalini; A Energia da Consciência presente nesse corpo realiza uma mudança nesse organismo, nesse mecanismo, então ocorre a Iluminação Espiritual.

Então, aqui nós temos a resposta para o que é Iluminação Espiritual: é o fim do “eu”, é o fim do ego. O trabalho consiste no Autoconhecimento. Nós temos uma playlist também, bem extensa, sobre esse assunto. Estamos trabalhando isso com vocês aqui: o que é o Autoconhecimento? Como aprender sobre si mesmo?

Esse aprender sobre si mesmo é estar cônscio de si mesmo aqui e agora, momento a momento. Então, isso não faz parte desse movimento de condicionamento psicológico, não é algo que o “mim”, o “eu”, o ego, esse movimento de memória, esse movimento dessa consciência mental, vai adquirir, vai absorver nele mesmo, não é um método, não é uma prática, é Consciência agora aqui, Atenção sobre si mesmo neste instante, momento a momento.

Nessa Atenção, há uma quebra dessa separação, dessa dualidade ilusória, artificial, sustentada por essa inconsciência.

Então, o trabalho em direção à Iluminação Espiritual é observar a si mesma, a si mesmo, momento a momento, olhar para aquilo que surge, olhar para isso que está agora aqui e não colocar uma identidade nisso, não colocar um experimentador nisso, um pensador nisso, um observador nisso.

Experimente olhar sem o nome para uma experiência presente. Experimente isso! Quando surge o sentimento, não dê nome. Fique com a sensação, mas não nomeie. Há uma tendência psicológica, dentro de você, desse pensador surgir dizendo “não quero! Não gosto! Não quero isso para mim!”. Quando ele verbaliza isso, quando ele nomeia isso ou quando ele internaliza isso, ele já surgiu se separando da experiência. E, quando isso acontece, o processo da dualidade está presente.

Experimente não nomear, experimente não colocar uma identidade quando surgir um pensamento, quando surgir um sentimento, uma emoção, uma sensação. Quando você olha para uma nuvem no céu, você não gosta nem desgosta, você não a aceita nem rejeita, você apenas olha, você apenas acompanha, quando quer acompanhar, ou você deixa… você não é contra nem a favor, você apenas olha.

É difícil lidar com aquilo que surge aqui nesse mecanismo, nesse organismo, porque a inclinação do ego, a inclinação nessa programação, nesse condicionamento, é sempre de agarrar isso e colocar uma identidade nisso, gostando, não gostando, rejeitando, julgando, comparando…

É por isso que esse trabalho é um trabalho que requer paciência. Temos que nos aproximar disso com paciência, mas é possível ser realizado, e esse é o propósito. Então, a aproximação do Despertar Espiritual, da Iluminação Espiritual, é pelo Autoconhecimento.

Portanto, se isso é algo que faz sentido para você, se isso é algo que lhe toca, nós temos encontros on-line, para investigar isso, e encontros presenciais, inclusive retiros. Se isso faz sentido para você, se inscreve no canal… Nós temos aí, na descrição do vídeo, o link do WhatsApp e podemos trabalhar isso juntos!

OK?

Valeu pelo encontro e até a próxima!

Outubro de 2022
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quinta-feira, 11 de maio de 2023

O que é Samadhi? | Turiya: o quarto estado | Advaita Vedanta | Ilusão da individualidade

Olá, pessoal! Sejam bem-vindos a mais um encontro aqui em nosso canal.

A pergunta é: o que é o Samadhi? Alguns acreditam que Samadhi seja um transe, algo que, através de uma prática de meditação, você irá alcançar. Então, você alcança um estado além da mente pela prática da meditação.

O que você pode alcançar dentro de uma determinada prática de meditação não é o Samadhi; é, de verdade, um transe, mas isso não é o Samadhi.

Samadhi é o seu Natural Estado de Consciência, um Estado de não dualidade, de não separação. Nós chamamos de “Estado”… Na verdade, Samadhi não é um estado, Samadhi é a Consciência pura.

Consciência não é um estado. Nós conhecemos o estado de vigília, o estado de sonho, o estado de sono profundo, e alguns conhecem, também, estados de transe – isso não é Samadhi.

Você pode entrar num estado de transe, passar ali dez minutos, meia hora, uma hora, e acreditar que aquilo seja o Samadhi, mas é apenas um estado de transe.

Samadhi é pura Consciência. Apenas os Seres Realizados, que estão assentados em seu Estado Natural, sabem o que é o Samadhi.

Samadhi é Você em seu Natural Estado de Ser, pura Consciência, onde não há dualidade. Isso não é nada contrário às atividades do corpo e do intelecto. Então, o corpo e a mente trabalham de uma forma normal, natural.

O Estado de Samadhi é o Real Estado de Puro Ser. Na Índia, é também chamado de Turiya, o quarto estado; é o Estado além de todos os estados. Por isso que a gente chama aqui de Estado de Turiya, mas continuo dizendo: como é a Natural Presença da Consciência, livre da dualidade, é algo além de todos os estados, que, para efeito didático, nós poderíamos chamar de Estado de Turiya, mas é o Estado de não separação, de não dualidade, de pura Consciência, puro Ser.

O ser humano conhece o estado de consciência mental – esse é o estado de egoidentidade; é assim que eu tenho chamado aqui nesses encontros, nesse canal. O estado de consciência mental é o estado de consciência egoica. Nele, você se vê como uma pessoa, como tendo uma identidade, como sendo alguém, e, naturalmente, você experimenta, vivencia estados: estado de vigília, estado de sonho, de sono profundo… e, também, pode experimentar estados de transe. Mas é sempre dentro desta, ainda, consciência mental.

Por exemplo, existe a expressão “expansão da consciência”; é uma expressão, hoje em dia, muito usada. Isso porque as pessoas acreditam que a Consciência pode passar por um processo de expansão. Esse processo de expansão é, ainda, um processo de expansão da própria consciência na mente. Apenas a mente pode vivenciar expansão, movimento de expansão e contração.

A mente, por exemplo, no estado de sono profundo, se contrai, mas esse ainda é um estado dentro dessa Consciência plena, dentro dessa Consciência única. Essa Consciência única não se move quando a mente passa por estados diferentes.

O fato é que a Consciência, que é Ser-Consciência, transcende “estar consciente” no estado de vigília e “estar consciente” no estado de sonho e “estar inconsciente” no sono profundo; transcende todos os estados – Isso é Samadhi.

Agora, essa questão é muito teórica e fica como algo muito curioso para o intelecto. Você deve abandonar crenças, teorias, conceitos, ideias… É necessário que você Realize seu Ser, sua Natureza Essencial, sua Natureza Real. E a gente pode ter vários nomes para Isso: Ser, Consciência, Natureza Real, Samadhi, mas o que importa é você vivenciar Isso.

Olhar para uma fotografia de um prato de comida não resolve essa questão da fome. Ter um cardápio na mão e ali ter acesso a diversos pratos não significa que você comeu qualquer um deles ainda. Você apenas está na letra, no conceito, na ideia, na crença.

Então, as pessoas têm curiosidade sobre estados: “Ah, o que é o Samadhi? O que é o Satori? Ah, o que é…? O que é…?” E tudo o que podemos ter como resposta verbal, intelectual, para isso, não resolve!

Eu lhe recomendo a entrar em contato direto com o seu Ser. Nós temos aqui uma proposta nesta direção, um trabalho com esse propósito.

O contato com a Verdade sobre quem Você é, a autoinvestigação, a investigação desse movimento da consciência, desse movimento da mente egoica… é isso que tem que ser investigado. Você observa esse movimento, você se torna cônscio desse movimento, ciente desse movimento. Você, assim, percebe a dualidade presente, aquilo que é tratado lá na Advaita Vedanta.

Você vai além desse princípio de Dvaita, que é o princípio da dualidade, lincado a essa mente egoica, a essa consciência mental. Você vai além dessa dualidade e Realiza seu Estado de pura Advaita, de pura não dualidade. Advaita significa a não dualidade, a não separação entre Você e a Realidade. Mas é importante que você abandone as crenças, abandone as teorias, abandone os conceitos.

Notem que as pessoas usam muito a expressão, por exemplo: “Deus”. Todos sabem, todos entendem, todos compreendem, todos proclamam, todos anunciam, todos falam sobre Deus, sobre seus feitos, sobre suas palavras… Mas apenas aquele que está assentado em seu Natural Estado de pura Consciência sabe o que representa Deus, e aquele que sabe não fala sobre Isso. É aquele que fala que não sabe... Aquele que fala é aquele que não sabe; aquele que sabe, não fala, ele vive Isso.

A relação com a comida não pode ser a relação com o cardápio. No cardápio, você tem a descrição; na comida, você tem os nutrientes, você tem a saciedade da fome.

Aqui, o propósito é você Realizar seu Natural Estado de Pura Consciência, que é Sahaja Samadhi, o seu Natural Estado de Consciência. Não é um transe chamado Samadhi, é o Samadhi Natural, é o Sahaja Samadhi – Isso é Iluminação Espiritual.

O ser humano é muito tendencioso a essa coisa de transformar a teoria numa filosofia que ele parece dominar, que ele parece conhecer. Isso é típico dessa mente egoica. Somos muito teóricos, muito verbais, muito intelectuais.

O fim da ilusão da separação, o fim da ilusão da dualidade, que é o fim dessa egoidentidade, é a Presença da Consciência Pura, é a Presença do Samadhi. E, quando há Samadhi, o que impera aí nesse mecanismo, nesse organismo, é Inteligência, é Felicidade, é Amor, é Paz, é Liberdade! Isso é a Verdade do Ser, a Verdade de Deus!

Por isso alguns chamam de Autorrealização ou Realização de Deus. Mas não é uma teoria, não é uma crença, não é um conceito. E, aqui, estamos, nesse canal, compartilhando com você a partir desse ponto.

Nós até fazemos uso de algumas expressões como “Advaita Vedanta”, como “Samadhi” – como estamos fazendo agora aqui –, mas em razão de que é isso que o pessoal conhece e usa para se comunicar, e faz perguntas… expressões como “Iluminação Espiritual” ou “Despertar Espiritual”.

Apenas agora, há pouco tempo, eu venho usando essas expressões tão fortemente, em razão dessas perguntas, dessas curiosidades; expressões como “Iluminação Espiritual”. Eu sempre preferi chamar isso de Estado Natural ou Ser naturalmente, ou Ser Natural, ou Estado Natural mesmo. Mas nós temos expressões como “Iluminação Espiritual”, “Despertar Espiritual” e por aí vai… expressões como “Kundalini”...

De um tempo para cá, eu venho usando mais essas expressões, mas esse lado técnico você encontra nos livros. Mas é estar em contato com o cardápio… Você precisa viver Isso, vivenciar o Despertar da Kundalini. E o Despertar da Kundalini é o Despertar da Consciência, é o Despertar do seu Ser, do seu Estado Natural.

Então, nós temos muitas expressões dizendo uma única coisa, e o intelecto ama forjar palavras, criar palavras, construir palavras. A sensação, no intelecto, é que quanto mais palavras nós temos, mais palavras nós conhecemos, mais de verdade sabemos do que se trata – isso é completamente falso! É exatamente o oposto.

A Presença dessa Verdade silencia a mente, silencia o intelecto, e as palavras são varridas, porque elas não expressam absolutamente nada, a não ser quadros, imagens, conceitos, imaginações, que a própria mente, dentro do conhecido, formula, produz.

Então, nós não estamos lidando com teorias. Aqui, eu quero lhe propor diretamente vivenciar Samadhi. Temos encontros on-line, nós temos encontros presenciais e temos retiros.

E nós nos encontramos aqui ou presencialmente para trabalhar Isso, a Verdade do seu Ser, a Constatação de sua Verdadeira Natureza Divina, o que representa o fim para essa ilusão da individualidade e a Constatação da Verdadeira Individualidade.

A palavra “individualidade” tem vários significados também. A gente não fica preso ao significado das palavras. Mas, por exemplo, a palavra “individualidade” significa “ser único”. E ser o único só é possível quando a ilusão da individualidade termina. Isso é a Verdadeira Individualidade. Como a própria palavra diz: aquilo que é indiviso. Individualidade significa indiviso, sem divisão, ser único. Isso só é possível na Realização da Verdade sobre o seu Ser. Então, nós nos deparamos com a Verdadeira Individualidade.

Então, o fim da ilusão da individualidade, desse “mim”, desse “eu”, desse ego, é o fim dessa consciência egoica, dessa consciência ilusória, e esta presença da Verdadeira Individualidade, o que é raro, o que é único; é Samadhi! Isso é Iluminação Espiritual, Isso é Realização de Deus!

Assim, se isso faz sentido para você e você quer investigar Isso, explorar Isso e, melhor, viver Isso… viver Isso, deixar o cardápio, deixar a fotografia da comida, e se deparar com a comida, nós temos encontros on-line – repetindo para você –, presenciais, inclusive retiros, além desses encontros que nós temos por aqui. OK?

Deixa aí o seu “like”, se inscreve no canal e vamos trabalhar isso juntos! OK?

Até a próxima!

Outubro de 2022
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terça-feira, 9 de maio de 2023

O Poder do Agora Eckhart Tolle | Advaita Vedanta | A Não Dualidade | Tempo psicológico

“O Poder do Agora”. Eckhart Tolle aborda esse assunto de uma forma belíssima. O Poder do Agora…

Eu quero entrar com você num aspecto bastante interessante sobre esse assunto, sobre a Beleza d’Aquilo que se revela agora aqui. A Beleza d’Aquilo que se revela agora aqui, a única Realidade presente, é Aquilo que está agora aqui. O que quer que esteja se mostrando neste momento é a única Realidade.

Notem que nós temos um movimento interno de pensamentos que são lembranças, de sentimentos ligados a essas lembranças, de emoções ligadas a essas lembranças. E o que são essas lembranças? Basicamente, a existência do “eu”. O “eu” é essa identidade forjada pelo pensamento-sentimento. Com essa identidade, nós nos confundimos, nós nos identificamos. Essa identidade é aquela que se apresenta aqui, sempre neste momento, como sendo real. E o aspecto interessante que eu quero lhe mostrar aqui sobre a Realidade da Vida, neste instante, neste momento, é que Ela não comporta essa identidade.

Todos os problemas que você tem na sua vida estão presentes em razão do aparecimento dessa ilusória identidade agora e aqui, nesta experiência. Não existe esse “eu e essa experiência”. A Vida está toda agora aqui. Não há o passado, não há o futuro e não há qualquer presente na Vida; só há Vida!

O que quer que esteja ocorrendo, acontecendo, deixando de acontecer... Deixando de acontecer: qualquer lembrança sobre isso é o passado; acontecendo: qualquer ideia sobre isso é o presente; e esperando acontecer ou brevemente acontecendo: é o futuro. A ideia sobre isso é o pensamento.

Então, o pensamento é aquele que carrega o passado, o presente e o futuro. Você é a Consciência, Você é a Vida. Então, o que quer que esteja ocorrendo aqui é só o Experimentar, não tem o “eu” experimentando isso. Então, qual é a relação entre esse Agora e Advaita Vedanta? Na Advaita, a aproximação é da Não Dualidade. Essa Não Dualidade é exatamente a Vida, é o que aqui está, é o desdobramento da Vida como Ela é, puro Experimentar, é o que está presente; não tem o experimentador.

Nós podemos usar expressões como “Advaita”, que significa “a Não Dualidade”, e podemos usar expressões como “o Agora”, ou como “a Vida”, ou como “a Presença”, “a Consciência”, “Deus”, ou expressões como “o Experimentar”, “a Não Dualidade”. E nenhuma dessas expressões, na verdade, torna claro Isso, e é tão claro Isso que nem precisamos de nenhuma dessas expressões. O fato é que não existe “alguém” presente nesse Experimentar.

Neste instante, existe o falar, não “alguém” falando; existe o ouvir, não “alguém” ouvindo; existe o sentir, e não “alguém” sentindo. E é muito simples a gente ver isso. Eu vou te mostrar exatamente agora a verdade do que estamos colocando.

Quando você está com raiva, nesse instante de raiva, só há raiva. A ideia de “alguém” com raiva é um pensamento que surge sobre a emoção, sobre esse sentir, sobre esse Experimentar. A ideia cria a separação, cria a ilusão de uma dualidade entre o Experimentar… surge o experimentador. Então, nós temos o lugar da experiência. Aquilo que ficou guardado se tornou experiência. E, no momento em que, nesse Experimentar, surge a ideia de um “eu” presente, aí surge o experimentador – isso é a dualidade, essa é a ilusão da mente egoica.

Só há o Experimentar. Eu quero lhe convidar a viver no Experimentar. Então, eu vou substituir agora a palavra “Agora”, como é usada por Eckhart Tolle, pela palavra “Experimentar”.

É necessária uma alta sensibilidade, uma alta inteligência, uma profunda renúncia da ilusão. Um contato direto com a Verdade d’O que é, agora, aqui, é o Experimentar. Então, eu quero lhe convidar a viver no Experimentar. Um pensamento surge… não há o pensador. É sempre alguns segundos depois que surge, quando aparece esse pensamento, “alguém”, esse “eu”, para gostar do pensamento ou não gostar do pensamento. Então, surge a dualidade.

Uma emoção surge e, alguns segundos depois, surge um “eu” para rejeitar aquela emoção, porque é uma emoção de dor que não preenche esse “eu”. Quando é uma emoção de prazer, esse “eu” se identifica com essa emoção – lá está a dualidade. É assim que temos vivido nossas vidas: dentro desse princípio de dualidade.

Quero lhe convidar ao Experimentar, ao puro Experimentar. Um pensamento surge… não dê identidade a esse pensamento. A sedução é que vai haver, nesse momento, vai acontecer, nesse instante, haverá, nesse momento, o surgimento de uma identidade para se confundir com o pensamento, rejeitando esse pensamento ou se identificando com ele.

Assim, nós temos vivido nossas vidas. Então, nós carregamos esse sentido de um “eu” pensando, de um “eu” falando… Só há o falar! Ao falar, não coloque uma identidade. Experimente isso em algum momento. É a ilusão de uma identidade presente no falar que cria separação entre a fala e a ideia de “alguém” na fala. Então, não há espontaneidade, não há naturalidade, não há o Experimentar. Como isso não está presente, não há Inteligência no falar.

A sua fala, em geral, nasce do pensamento vindo da memória, e com um “eu” por detrás tendo a intenção, tendo a volição, tendo o querer. Por isso estamos falando, o tempo inteiro, bobagens. Falamos coisas das quais, depois, o próprio ego, o “eu”, se arrepende de ter dito – mas foi ele mesmo que disse! –, porque estamos sempre nesse impulso de uma identidade presente falando, pensando, sentindo, fazendo.

Eu quero lhe convidar ao Experimentar, ao puro Experimentar. Esse Experimentar – só o Experimentar – é possível quando o sentido do “eu” não está, então não surge o experimentador, não surge o pensador, não surge o fazedor. Há uma ação inteiramente nova: a ação da Inteligência, da Sensibilidade, da Consciência, a ação do Amor. Não é algo vindo do passado, é algo florescendo neste instante, neste momento presente, neste Experimentar, o puro Experimentar.

Então, a vida carrega uma extraordinária e indescritível beleza quando o “eu” não está, quando o sentido do ego não está. Você deve trabalhar isso através daquilo que, aqui no canal, eu coloco como a verdadeira visão do Autoconhecimento, o resultado desse Autoconhecimento da Verdade, a Verdade do Autoconhecimento; não o que a psicologia chama de autoconhecimento, a filosofia chama de autoconhecimento… Alguns palestrantes usam essa expressão, palestrantes de autoajuda… Não, absolutamente! O que os livros dizem não é isso. Estamos aqui colocando de uma forma diferente essa expressão.

O verdadeiro Autoconhecimento te aproxima da Real Meditação. Essa Real Meditação está presente quando existe essa quebra desse princípio de separação, de dualidade. Quando o “eu” não está, não existe mais o pensamento que representa passado, presente e futuro.

O ser humano, vivendo na egoidentidade, nessa condição psicológica de desordem emocional, de pensamentos, de sentimentos, de emoções, de ações – ações, por sua vez, egocêntricas, envolvidas com o autointeresse, com a ambição, com a inveja, com o desejo, com o medo… Tudo isso está presente em razão desta consciência egoica.

Quando há uma aproximação da Meditação, da Real Meditação Prática – nós temos uma playlist aqui no canal sobre isso e uma outra playlist sobre o Verdadeiro Autoconhecimento –, quando há isso, há uma quebra desse sentido de separação, desse sentido de dualidade, então há uma quebra da ilusão do tempo psicológico. Esse tempo psicológico é o pensamento, é o pensamento do que aconteceu, do que está acontecendo e do que irá acontecer.

A Vida é o que Ela é, agora, aqui. Sem o tempo psicológico, há só o Experimentar, puro Experimentar. Nesse puro Experimentar, a Vida se revela. Sim, Ela se revela com o falar, se revela com o atender aos desafios do momento presente, Ela se revela em realizações também externas… Nada para nesse Experimentar. Tudo está agora aqui, nesse Experimentar, acontecendo, mas sem a ilusão de um “eu” presente.

Notem como isso é importante. O ser humano tem ideais sobre como ser feliz, como realizar a felicidade, como encontrar a paz, como encontrar o amor, como encontrar o trabalho certo, como ter a vida externa harmoniosa, feliz, nas relações com pessoas, com o trabalho, com a família, com ele mesmo… E todos esses ideais, todos esses projetos, estão distantes da Realidade do Experimentar, dessa Inteligência Suprema, dessa Consciência, que é a Presença de Deus, porque isso tudo é ideológico, tem por base a mente egoica e os seus projetos.

Você não precisa de nenhum desses projetos da mente egoica para a Realização da Verdadeira Felicidade, do Verdadeiro Amor, da Verdadeira Prosperidade. As pessoas ficam loucas quando escutam a expressão ou fazem uso da expressão “o Segredo” – “qual é o Segredo?”, “o que é o ‘The Secret’?” Elas ficam loucas por isso. Elas querem descobrir a fórmula para o que elas chamam de felicidade, o que, na verdade, é uma mera projeção de realizações externas, em materialidades, em coisas materiais.

O ser humano confunde realizações externas com felicidade. E elas acham que precisam desses sonhos, desses projetos, dessas imaginações, dessas fotografias coladas na geladeira. Elas precisam imaginar, precisam usar o poder da mente, todo esse tipo de coisa. E, aqui, eu estou dizendo: o Experimentar é o contato com a Realidade Suprema do seu Ser, que é Deus, a Fonte Suprema da Bem-Aventurança, da Felicidade, da Completude, e isso ultrapassa, em muito, qualquer realização externa, qualquer realização material.

A Realização da Verdade de Deus, da Verdade do seu Ser, da Realidade desse Experimentar, de Ser-Experimentar, revela tudo. Tudo que se faz necessário, extraordinário, maravilhoso em sua vida é a Realização de Deus, da fonte Suprema, de toda a Abundância, de toda a Prosperidade, de todo o Amor, de toda a Paz, de toda a Liberdade, de tudo!

Então, o nosso trabalho aqui nesse canal é lhe convidar a viver o Experimentar, o Agora do Experimentar. Então, se revela esse Silêncio, essa Presença, Aquilo que não tem nome, Aquilo que é inominável, que alguns chamam de Deus, Consciência, Ser, Presença, o Agora. Aqui, eu estou chamando também neste instante, de “o Experimentar”. Na Índia, Isso é chamado também de Kundalini. Nós temos uma playlist aqui falando sobre o Despertar desse Experimentar, que é o Despertar da Kundalini. Temos uma playlist aqui em nosso canal, você pode investigar isso.

Portanto, esse é o assunto que nós tratamos aqui no canal. Se isso é algo que faz sentido para você, deixa aí o seu “like”, se inscreve no canal… E lembrando: nós temos encontros on-line e também retiros, e podemos trabalhar isso juntos. Ok?

Até a próxima.

Novembro de 2022
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quinta-feira, 4 de maio de 2023

Como encontrar a felicidade? | Sofrimento psicológico | Infelicidade psicológica | Advaita Vedanta

É… a Felicidade. Onde está a Felicidade? Como encontrar a Felicidade? Será que a Felicidade é resultado do nosso esforço? Será que, pelo esforço, nós podemos obter a Felicidade? Na verdade, alguém sabe o que é a Felicidade?

Talvez, alguém diga assim: “Se você se esforçar, você irá obter a Felicidade”. Mas será que é verdade isso? A Felicidade será resultado do esforço, da luta? Será que é quando lutamos que alcançamos? Será que resolver as questões internas, as questões psicológicas em nós… será que é como resolver um problema no papel, um problema matemático?

Para resolver um problema de engenharia, um problema arquitetônico, um problema em algum nível técnico, nós precisamos, sim, de um certo esforço. Eu diria que foco, disciplina e esforço. Para se obter um certo resultado nesse nível, isso se faz necessário.

Mas aqui, psicologicamente, você está vivendo, neste momento, em ansiedade, em depressão ou em algum quadro de infelicidade. Essa infelicidade é psicológica, essa infelicidade é interna. O vazio existencial, a dor da solidão, a falta do amor, daquilo que nós chamamos de amor, enfim… Será que a gente vai resolver um problema desse nesse nível – no nível do esforço, no nível da luta? É esse o nível em que a gente resolve um problema dessa ordem?

Vocês já tentaram, pelo esforço, se livrar, por exemplo, do pensamento? E a gente consegue se livrar de pensamentos pelo esforço?

Se você tem um volume de pensamentos e sentimentos criando estados internos em você, como esses que nós acabamos de falar, será que você, pelo esforço, consegue romper isso? Que espécie de esforço pode ser empregado psicologicamente, que espécie de luta pode ser empregada psicologicamente para vencermos o medo ou qualquer um desses quadros que acabamos de colocar? Como é possível nos livrarmos disso? Será pelo esforço, pela luta?

É evidente que não é possível! Nós queremos pelo esforço, mas o esforço, na verdade… e a luta, na verdade, acrescentam mais problema, mais dilema, mais conflito, mais contradição, mais sofrimento.

Se você tenta se livrar de pensamentos… Experimente! Quando há um pensamento e você, desatento, se envolve com ele, que é o que nós temos feito, aquele único pensamento se multiplica. Parece que ele dá “cria”. Depois daquele, surgem outros, e mais outros, e mais outros, e eles vão se multiplicando.

Nossos estados internos estão aqui agora para serem vistos. Nos aproximamos desses estados como nos aproximamos de um problema. Diferente de um problema de matemática, que você usa do conhecimento e da experiência e de disciplina, foco e esforço; aqui, um problema psicológico… temos que nos aplicar a ele de uma forma nova, de uma forma diferente. É necessário nos aproximarmos dele para olhar para ele.

Uma dica para você, exatamente onde você tem falhado em lidar com quadros de sofrimento psicológico: você tem falhado no sentido de ter sempre buscado um jeito de diminuir a intensidade dessa dor, fugindo disso, tentando dar uma solução. O que você consegue é, na realidade, encontrar um caminho ou um expediente qualquer de fuga. Esses problemas não têm solução.

Sim, isso mesmo que você ouviu! A tentativa de ir em busca de uma solução para a ansiedade, para a depressão, para o tédio, para alguma forma de angústia, de culpa, de remorso… o próprio movimento de busca de solução fortalece o próprio estado, fortalece a própria condição.

E, aqui, eu estou dizendo: é possível descobrir a ilusão do quadro, o fim do quadro, não a solução, porque nós não estamos diante de um problema matemático, estamos diante de um problema psicológico. E problemas psicológicos… nós não nos aproximamos deles buscando uma solução, fazendo um movimento de busca, porque esse movimento de busca é, na realidade, um movimento de escape ou de fuga. Nem por esse movimento de busca, nem pelo esforço, nem pela luta…

São 3 coisas que as pessoas têm feito com o sofrimento psicológico: é a busca da solução; em segundo, nós temos o esforço, algum nível de esforço para nos tornarmos diferentes daquilo que estamos sendo agora aqui. Então, há um esforço para romper com isso – esse é o segundo; e o terceiro é a luta.

As pessoas perguntam: “O que faço? Como vencer? Como vencer o medo? Como vencer a ansiedade? Como vencer a depressão?” São até compreensíveis essas expressões, mas compreendam isso com muita clareza. Como não estamos lidando com um problema que a gente consegue colocar fim nele tentando resolvê-lo, ou tentando vencê-lo, ou se esforçando para fazer algo contra ele, não adianta. Esse não é um problema matemático, isso não é um problema de engenharia, não é um problema de arquitetura, não é um problema técnico; é um problema psicológico.

A forma real de nos aproximarmos disso é compreendermos o que é o problema. Onde está o problema? E só podemos fazer isso quando nós nos aproximamos dele, e não quando tentamos fazer algo como solucionar, lutar ou se esforçar para vencer, para ir contra ele.

Aqui, nós nos aproximamos… Se aproxime disso! Olhe para aquilo que se passa dentro de você e perceba o que são esses pensamentos, esses sentimentos, essas emoções, o que quer que esteja surgindo agora aqui. Esse é o problema, para dele você se aproximar. Não se esforçar, lutar; se aproximar dele! Você se aproxima da tristeza, se aproxima da solidão, você se aproxima do estado.

É importante que você compreenda também isso: se aproximar significa olhar. Quando a gente dá um nome e tenta enquadrá-lo dentro de um sistema, a gente já está de novo tentando dar uma solução para isso.

Aqui, eu quero lhe convidar a apenas se aproximar do próprio estado. E não se ocupe em nomear, mas em observar o que se passa: o pensamento, o sentimento, a emoção, a sensação… olhar para isso! E olhar para isso só é possível quando você não tem uma ideia, uma conclusão, um conceito sobre aquilo.

É aqui que nós nos deparamos com a verdadeira dificuldade, porque, quando nós nos aproximamos disso, nós já queremos fazer algo. Esse “mim”, esse “eu”, em razão da dor que está vivendo, quer se livrar, quer fazer alguma coisa. Quando isso ocorre, ocorre esse sentido de separação entre você – aquele que sente – e aquilo que está ali se mostrando. Entre esse “eu” e essa experiência, nós temos o sentido de separação, o sentido de dualidade.

A Visão da Verdade sobre o seu Ser é que o seu Ser é Um com Tudo. Isso é direto da Advaita Vedanta. Então, lá nos Vedas, nós temos, na Advaita Vedanta, a clara apresentação de que o seu Ser é Um com Tudo. Isso é o seu Ser.

É só o sentido do “eu” presente se separando da experiência, sustentando a dualidade. Isso sustenta um centro falso, uma identidade ilusória, resistindo àquilo que se mostra agora aqui. E, quando isso acontece, o quadro é sustentado, a situação é sustentada, o medo é sustentado, a ansiedade é sustentada, a depressão é sustentada, a solidão é sustentada, a dor é sustentada, porque há essa dualidade, há esse “mim”, esse “eu”, lutando contra isso que se mostra. Quando isso acontece, você não está nessa proximidade, mas está nessa resistência.

A resistência que se apresenta nesse formato que acabei de colocar aqui para você, que é a tentativa de se livrar, que é a tentativa de lutar, que é a tentativa de resistir àquilo pelo esforço, para fazer algo… quando isso está presente, não há essa proximidade. Aqui, é se aproximar e ficar com isso.

Quando um pensamento surge, você observa, não coloca uma identidade presente; um sentimento surge, você não coloca… apenas fica com isso, observa, se aproxima. Quando você está aí, nesse contato direto, há a compreensão, há essa compreensão, há uma perfeita compreensão desse sentido de um “eu” presente nesse sentir, então se percebe essa dualidade. É esse “eu” que sustenta a experiência, sempre é esse “eu” que sustenta a experiência. É sempre o “eu” que sustenta a infelicidade. Todo e qualquer quadro de infelicidade presente em sua vida está sendo sustentado pelo “eu”.

Portanto, onde está a Felicidade? Como encontrar a Felicidade? Essa ideia de ir em busca dessa “coisa” chamada Felicidade… é o que as pessoas têm feito.

A Felicidade não está lá fora, Ela não está numa realização externa, Ela não está em algo que possa lhe preencher e lhe afastar temporariamente de um quadro de infelicidade. A Felicidade está presente no seu Ser, como sua Consciência Verdadeira, como sua Consciência Real, que é a Verdade de Deus.

Aqui, eu não me refiro a essa consciência egoica, a esse modelo de consciência presa dentro desse ciclo de dualidade, dentro desse movimento de vir a ser, de se tornar, de alcançar, de se livrar. Isso é um ciclo.

O sentido do “eu” busca e, depois, quer se livrar; e, depois, busca novamente; depois, quer se livrar. Esse modelo de alcançar, vir a ser, se tornar, obter, realizar, se livrar, está dentro desse modelo de egocentrismo, de atividade egocêntrica, dessa própria consciência egoica, dessa consciência mental. Sua Consciência Real é a Natureza de Deus. É aí que está a Felicidade, é aí que está o seu Ser, a Verdade de sua Natureza Divina.

Aqui em nosso canal, nós temos uma extensa playlist falando sobre o Autoconhecimento e a Real Meditação Prática, além de uma outra playlist falando do resultado disso, que é o Despertar desse Poder que você traz dentro de si mesma, que termina com essa condição psicológica de sofrimento.

Então, não se trata de uma solução para a infelicidade, se trata do fim da ilusão, do fim da ilusão da infelicidade – e, aqui, eu me refiro a todos os quadros, a todas as formas de patologias, de infelicidade psicológica –, quando esse sentido do “eu”, do “ego”, do “mim”, se dissolve, desaparece. Isso é o fim para o sentido do “eu” e, portanto, o fim para essa ilusão, o fim dessa ilusão de que a infelicidade é a realidade.

A Felicidade é a Natureza do Ser, a Felicidade é a Natureza da Consciência. Essa é a Verdade sobre quem é Você, ou melhor, sobre O que verdadeiramente Você é.

Esse é o assunto que nós tratamos aqui com você. Se isso é algo que faz sentido para você, deixa aí o seu “like”, se inscreve no canal... Quero lembrar a você: nós temos encontros on-line e, também, encontros presenciais, onde estamos trabalhando isso juntos com aqueles que se aproximam. OK?

Se isso faz sentido, podemos trabalhar isso juntos. OK?

Valeu pelo encontro!

Dezembro de 2022
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terça-feira, 2 de maio de 2023

Despertar da Consciência | Vedanta | Joel Goldsmith: o Infinito Invisível | A Realização da Verdade

Muito bem! Falando com você hoje sobre o Despertar da Consciência. Há uma grande confusão a respeito disso na cabeça das pessoas. Nós não podemos confundir “estar consciente” com Consciência. Vamos perceber isso dentro dessa fala. Esse é o propósito deste encontro aqui, em particular, com você nesses próximos minutos. Qual é a diferença entre Consciência e estar consciente?

Todo movimento de pensamento dentro de nós, assim como toda a percepção do mundo em nós, é a partir desse reconhecimento desse pensamento. Nós temos pensamentos… a partir desses pensamentos, reconhecemos o mundo. Se eu lhe mostro um objeto, como uma cadeira… você reconhece uma cadeira, porque você tem uma experiência prévia, passada, de lembrança, de memória, dentro de você. Esse pensamento lhe dá o reconhecimento daquele objeto. Esse reconhecimento é essa percepção dos sentidos ligada à imagem e ao nome daquele objeto, que, no caso, é uma cadeira. Nossa percepção do mundo, toda ela, ocorre dessa forma.

Nós temos um conhecimento e esse conhecimento são experiências prévias, passadas, nomeadas, guardadas em nós. E essa percepção, quando é reconhecida, nós chamamos de “consciência”. Então, essa coisa de “estar consciente” está presente em razão dessa, sim, “consciência”. Então, o que nós chamamos de “consciência” é, na realidade, “estar consciente”. Isso ocorre aqui, em nosso estado de vigília, e ocorre também no sonho. Quando você sonha, você tem uma percepção de mundo. Ao acordar, você descobre que estava, sim, consciente. Então, há, no sonho, como nesse estado de vigília, o “estar consciente”. É isso que nós chamamos de “consciência”.

Eu quero aprofundar com você aqui essa questão da Natureza da Real Consciência. No sonho, como no estado de vigília, a percepção de estar consciente, notem, é só uma percepção da mente. É a mente que está, na verdade, consciente de suas experiências, de suas memórias, de suas lembranças, daquilo que ela conhece. Então, estar consciente é a “consciência” nesse nível. Eu tenho chamado isso de “consciência mental” ou “consciência egoica”. E por que consciência egoica? Porque há um centro a partir do qual essa consciência está presente.

Então, você diz “estou consciente disso”... Então, há um centro, há um “eu”. “Estou consciente de sua fala”, “estou consciente dos seus gestos”, “estou consciente dessa cadeira”, “estou consciente desse pensamento”... Mas há um “eu” presente dizendo “estou”, “eu estou”, então essa é uma consciência mental, é uma consciência egoica.

Esse assunto é muito importante aqui dentro do canal. É necessário você diferenciar o que é “Ser Consciência” de “estar consciente”. Nesse sentido do “eu” presente, nessa experiência de mundo, no estado de vigília ou no estado de sonho, simplesmente você está consciente, mas essa consciência é a consciência a partir de um centro, de um observador, de um pensador, de um experimentador. Esse “estar consciente” significa estar num estado ainda de inconsciência.

Aqui, eu quero tratar com você – e tenho tratado dentro dessas falas – da possibilidade de assumir aí, de assumir nesse corpo-mente, o seu Natural Estado de Ser Consciência, e Ser Consciência é Ser-Consciência-Felicidade. Alguns chamam de Iluminação Espiritual ou Despertar Espiritual. O ser humano vive nessa primeira condição: ele apenas está consciente – está consciente do mundo, está consciente das pessoas, está consciente de si mesmo... nessa consciência de “sonho”, de “sono”, que é, na realidade, inconsciência, porque há o sentido de separação nesse estado de “estar consciente”; há o sentido de separação entre você e a vida, entre você e o outro, entre você e Deus, entre você e as percepções sensoriais, entre você e aquela casa, entre você e aquela cadeira, entre você e o mundo de objetos e, também, de pensamentos.

Então, há o “mim”, o “eu”, e essa experiência da visão, da audição, da sensação, da percepção. Há uma separação, porque há um centro, há uma identidade presente. Essa identidade é o “eu”, o ego.

Notem como isso é importante! Nós nascemos, crescemos, nos tornamos adultos, casamos, temos filhos, depois temos netos, envelhecemos, adoecemos e morremos; ou, antes disso, nós morremos. Mas o ser humano passa por todo esse processo de vida humana nesse estado de inconsciência, que é simplesmente “estar consciente”. Como esse “estar consciente” é um estado mental, basicamente todos nós estamos vivendo nesse estado de inconsciência, que é o estado semelhante ao que temos no estado de sonho.

A Iluminação Espiritual, o Despertar da Verdade do seu Ser, que é Consciência, é o fim dessa inconsciência de, simplesmente, estar consciente. Essa Iluminação Espiritual, esse Despertar Espiritual, é o Despertar da Consciência. Então, o Despertar da Consciência é porque vivemos nessa inconsciência. A palavra “buda” significa “aquele que despertou dessa inconsciência”, “aquele que acordou desse sono, desse sonho”. Isso é o significado da palavra “buda”.

Você, em seu Ser, é Consciência, e esse é o Estado Desperto; e, aqui, nesta fala, estamos chamando de “o Despertar da Consciência”. É Você, em seu Ser, que é Consciência e Felicidade – essa é uma expressão do Vedas. Sua Natureza Real é Consciência, nesse Estado Desperto; é Felicidade – aqui, eu me refiro à Real Felicidade, não àquilo que a mente egoica, o pensamento, construiu sobre felicidade; e é Ser – não aquilo que o pensamento pensa sobre ser, sobre vir a ser, sobre se livrar ou alcançar alguma coisa para ser, para se tornar. Não, é Ser-Consciência– Felicidade a Natureza Divina, a Natureza de Deus em você.

Neste canal, estamos lhe mostrando que é possível, nesta vida, “Despertar”, saindo dessa condição comum à grande maioria da humanidade. Toda dificuldade, toda adversidade, toda complexidade, toda confusão, toda desordem, toda forma de contradição, conflitos e sofrimentos em nossas vidas se estabelecem porque o que prevalece é o estado de sonho, nessa inconsciência.

Então, há essa ilusão de “alguém”, que é esse “eu”, esse centro, vivendo essa experiência de vida, de mundo e de relações com tudo à sua volta, nessa separação, nessa dualidade: “eu” e o “não eu”. O “não eu” é o pensamento, o “não eu” é o sentimento, o “não eu” é o mundo, o “não eu” é o outro, o “não eu” é a vida que esse “eu” está tentando manipular, resolver, dentro desse mundo, realizar coisas, para encontrar a solução para toda essa confusão, para toda essa contradição, para todo esse sofrimento, para toda essa complexidade, e, por mais que esse “eu” se esforce, ele é o elemento base ou básico para isso tudo. Portanto, a base ou elemento básico de tudo isso é esse “eu”, nessa separação, nessa dualidade.

Nós aqui estamos convidando-o a se ver, a se compreender, assumindo a Verdade sobre quem é Você. A boa notícia sobre isso é que esse contato com o Despertar da Consciência é o contato com a Realidade de Deus. Aqui, eu me refiro a algo que não tem nome e que nós chamamos de Deus; algo que não pode ser pensado, imaginado; algo que está além de toda a terminologia humana, de toda forma de imagem e de expressões. Nós chamamos de Deus, mas isso é inominável! Essa Realidade que nós chamamos de Deus não tem nome, está além de tudo aquilo que o pensamento pode construir, idealizar e imaginar.

Eu gosto muito de uma expressão de Joel Goldsmith. Ele tem uma expressão para Deus. Ele chama de “O Infinito Invisível”... “O infinito invisível”. E ele diz: “Foi a melhor expressão que encontrei para Deus, porque não se pode saber a Verdade sobre Deus enquanto os conceitos estiverem presentes. É necessário ir além de todos os conceitos” – Joel Goldsmith diz isso. “Então, quando percebi que era uma expressão, comecei a usar ‘O Infinito Invisível’ para Deus. O Infinito Invisível” – diz ele – “é uma expressão boa, porque você não pode enquadrá-la dentro de um conceito de imagem, você não pode representar”. Muito bonita essa afirmação dele. Você não pode representar Deus com uma imagem, porque é o Infinito… e invisível!

Assim, da mesma forma, estamos colocando para você aqui, com palavras diferentes, a mesma Realidade desse Infinito Invisível. Eu tenho chamado de “O Desconhecido”, “O Inominável”, Aquilo que está além do pensamento e do tempo. Na Vedanta, Isso é reconhecido como Ser-Consciência-Felicidade, que é a Natureza de cada um de nós, a Real Natureza da Consciência, quando há esse Despertar da Consciência.

Então, esse Despertar da Consciência é o Despertar desse Infinito Invisível, da Realidade d’Aquilo que é Você. Só há Isso presente em toda a Manifestação. Então, tudo aquilo que você vê, sente, percebe, pensa, imagina, idealiza, está dentro dessa consciência mental, dessa consciência egoica, porque tem você e essa percepção, tem você e esse pensamento, você e esse sentimento. Isso precisa desaparecer.

Eu quero convidá-lo a um Estado Livre do sentido do “eu”, do ego, desse “mim”. Eu quero convidá-lo a um Estado Livre desse estado de estar consciente. Então, você vai além desse estado de estar consciente no estado de vigília, no estado de sonho e de estar, aparentemente, inconsciente no sono profundo.

Há uma expressão para isso também no Yoga: eles chamam de Turiya, o quarto estado de consciência. Então, você tem o sono profundo, que é um estado de consciência, você tem o estado de vigília e o estado de sonho. Então: sono profundo, sonho, vigília… e, além desse estado de vigília, há um quarto estado possível para você nesta vida, que é o Despertar da Consciência, o Natural Estado de Infinito Invisível, na linguagem de Joel Goldsmith, o Estado de Deus.

É evidente que estamos nos referindo àquilo que está fora do pensamento e, portanto, fora de toda a limitação de tempo e espaço. É a Natureza do seu Ser. Enquanto o sentido de um “eu” está presente, nesse sentido de separação, haverá toda forma de problemas, contradições, dilemas e problemas. A ansiedade, a depressão, inveja, o medo, a avidez, a dor da solidão, a angústia, tudo isso está presente nesse estado de sonho, que é o estado de sono desse “eu”, dessa mente consciente, dessa consciência mental. Essa consciência mental, essa mente consciente, carrega todo esse peso. A Realização da Verdade é assumir um Estado inteiramente novo e desconhecido de visão desse sonho-mundo.

Esse é o assunto que aprofundamos aqui no canal, trabalhamos isso de forma presencial também, em nossos encontros presenciais, e também temos retiros, onde trabalhamos isso com aqueles que se aproximam. Além disso, nós temos encontros on-line, onde podemos trabalhar isso juntos com você. OK?

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Até a próxima!

Janeiro de 2023
Gravatá-PE
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