É muito comum uma forma de aproximação, quando nós nos acercamos de algum dado assunto, apenas com uma parte de nós mesmos envolvida ali, para capturar, apreender, tomar ciência daquele assunto. Em geral, nós entramos apenas com o intelecto quando nos propomos a ouvir alguém.
Aqui temos um desafio maior, nós precisamos mais do que apenas intelectualmente ouvir uma fala como essa, precisamos de um contato onde não só o nosso intelecto, mas o nosso coração e todo o nosso Ser esteja envolvido. Então, tudo que representamos nesse instante, que está presente aqui, nesse instante, como por exemplo, olhar, escutar, sentir, tudo isso faz parte desse ser psicofísico presente, sempre, a todo momento, em todos os lugares, em todas as situações e, também, em todos os encontros.
E aqui, um encontro nesse nível nos coloca numa disposição interna onde presenciamos algo novo, de uma presença e de uma característica totalmente desconhecida da maioria de nós, que é esse contato de comunhão. Aqui nós estamos abordando com você temas e assuntos que apontam para Aquilo que está presente, mas que embora presente, nós não temos acesso a Isso.
De um modo geral, nós não temos acesso a essa Realidade que está presente porque ela é de uma outra dimensão; ela não está dentro dessa dimensão do conhecido, é Aquilo que está fora do conhecido, não faz parte de tudo aquilo que nós conhecemos como dimensões dentro do conhecido. Ela é de outra ordem, de uma “dimensão nova”.
Aqui estamos investigando com você esse encontro com a Realidade Divina, com a Realidade do seu Ser, com a Realidade de Deus. A Verdade sobre Deus: essa é uma dessas questões fundamentais da vida. Essa é a expressão que alguns usam para perguntas que eles consideram essenciais. Eu tenho para mim que uma dessas questões realmente fundamentais da vida consiste na compreensão da vida, e essa compreensão implica nesse aprender sobre nós mesmos.
Quando há esse aprender, nós temos a ciência de Deus, a ciência da Verdade se revelando. Então, vamos olhar para isso aqui dentro desse encontro. Ouvir uma fala como essa não é só algo que requer a sua presença passiva para ouvir, mas, sim, uma dinâmica presença dentro de um novo escutar.
E qual é a diferença? A diferença é que quando você passivamente está ouvindo uma fala, uma parte de você pode estar envolvida e semi interessada em tudo aquilo. Eu disse isso, “de uma forma interessada em parte”, porque, em geral, quando ouvimos alguma coisa, quando ouvimos algum assunto, mesmo quando assistimos alguma cena, o nosso comportamento cerebral é de fazer edições: algumas coisas nós selecionamos por gostar daquilo e ficamos com elas, e outras nós desprezamos. Isso é típico desse nosso ouvir.
Então nós ouvimos, e nesse ouvir existe essa forma de fazer edições. Quando você escuta de verdade algo novo está presente, é diferente do ouvir. Nesse ouvir, você prefere algumas coisas e guarda aquelas coisas, e outras você recusa. É assim que, inconscientemente, estamos presentes nesse ouvir. Não temos ciência desse momento nesse ouvir, então não escutamos.
No entanto, quando há esse escutar, como estamos propondo aqui para você, nós nos deparamos com uma nova forma de aprender, de aprender sobre nós mesmos. Nós precisamos descobrir a Realidade d’Aquilo que nós somos, e isso requer um estudo sobre como internamente funcionamos, como internamente processamos tudo que se passa conosco nesse sentir, nesse agir, nesse pensar.
Então, vamos tocar aqui em um assunto que é básico; é básico e, no entanto, é desconhecido. E já que nós estamos aqui explorando esse contato com essa Realidade que está além do conhecido, que está além daquilo que nós conhecemos, que é a Realidade Divina, nós precisamos, para nos aproximarmos disso, estudar a nós mesmos, investigar isso que se passa conosco nesse instante, aqui dentro do conhecido. E o elemento básico que sustenta essa nossa forma de ser, essa nossa maneira de ser, dentro desta vida como nós conhecemos, é o pensamento.
Nós desconhecemos o pensamento, e é muito estranho colocarmos dessa forma aqui para você, porque geralmente a ideia que temos é que nós conhecemos o pensamento, que todos nós sabemos o que é o pensamento. Aparentemente é assim. Só que, de fato, isso não é verdade. O pensamento está dentro do conhecido e é algo conhecido por nós, reconhecido por cada um de nós e, no entanto, ele permanece como algo que nós não sabemos como se processa. Nós desconhecemos a verdade sobre o pensamento.
E aqui, nessa autodescoberta, nessa ciência de Autorrevelação, estamos diante de um portal que revela Deus, que revela a Natureza Divina em cada um de nós. Mas esse elemento, que é o elemento do pensamento, não só ele, mas o sentimento, a emoção, a sensação, o modo de perceber, curiosamente tudo isso está atrelado, também, ao pensamento. Tudo isso precisa ser investigado, estudado e compreendido. Quanto mais rica, mais completa for da nossa parte essa aproximação de nós mesmos, que é a aproximação do Autoconhecimento, mais com facilidade nos aproximamos d’Aquilo que está além do conhecido, que é a Realidade Divina.
Sem conhecer a nós mesmos, todo tipo de ação, fala, comportamento, gestos, pensamentos, reações de emoções, sentimentos, tudo isso estará confuso, em desordem. Quando há confusão e desordem, nós temos na vida os problemas, e esses problemas se mostram claramente dentro das nossas relações com as pessoas, com nós mesmos, com as situações, também, que se apresentam, com as circunstâncias inusitadas que surgem em nossas vidas. Assim, nós estamos aqui olhando para tudo isso.
Portanto, qual será a verdade sobre o pensamento? Como ele se processa? O pensamento tem tomado um valor desmedido em nossas vidas. Suas ações são ações que tem por princípio o pensamento. Quando você vai fazer algo, em geral, um pensamento já surgiu anteriormente, e junto com esse pensamento, surgiu uma sensação, um sentimento ou uma emoção, e isso lhe impulsionou a fazer aquilo. Assim, o pensamento direciona nossas ações, nossas atividades.
Assim, as nossas motivações nascem do pensamento. Ao falar algo com alguém, um pensamento está presente na expressão. Ao sentir algo, quando um sentimento está presente, há, invariavelmente, um pensamento ali, trazendo confirmação, ou sendo a aparente causa ou razão desse sentimento, o que vale também para uma emoção. Então, o pensamento é um elemento a ser investigado.
Então, o que é o pensamento? O pensar é algo atrelado à presença do pensamento. Nós desconhecemos a importância da compreensão, tanto do pensamento quanto do pensar. Para nós, o pensar, assim como o pensamento, nasce de um pensador. Nós temos essa crença, é algo que recebemos do mundo, da nossa cultura, dessa cultura psicológica, social, dessa cultura humana, a ideia de que o pensar surge em razão da presença do pensador e o pensamento é parte disso, então nós acreditamos no pensador.
A ideia desse “eu" em nós, desse “mim”, dessa “pessoa” é a ideia do pensador. Assim, para nós, a presença do pensamento requer a presença de alguém no pensar. Aqui nós estamos investigando isso com você, porque nós precisamos descobrir como ir além do pensamento, uma vez que é exatamente o pensamento que tem configurado esse modelo de existência, de vida, onde nós temos esse existir como “alguém” dentro do conhecido.
Assim, se não nos libertarmos da ilusão de como lidar com o pensamento, de como compreender como ele precisa naturalmente acontecer, continuaremos dentro desta forma, desse modelo, dessa artificialidade de existência do “eu”, que é a existência egoica, que é a existência desse suposto pensador.
Reparem as complicações presentes com a presença do pensamento não observado, não compreendido, não colocado no seu próprio lugar. Nós temos a ansiedade, por exemplo, mas nós temos também a depressão, temos a angústia, o medo, um sentimento de profunda rejeição quando somos abandonados, não lembrados ou esquecidos. De alguma forma, o sentido desse pensador, que é o “eu”, está presente em algum nível de desconforto, de complicação, de desordem e de sofrimento.
Então, no sentido do ego, nós vivemos em sofrimento, porque não sabemos lidar com o pensamento. Primeiro porque nós acreditamos que somos esse pensador, envolvidos, como estamos, com esse pensamento. Então o sofrimento está estabelecido, o problema está presente. Os diversos conflitos em nossa existência dentro dessa forma conhecida de viver é algo que todos nós conhecemos.
Então, qual será a verdade do pensamento? Um pensamento em você é uma lembrança. Como uma lembrança, é algo que vem do passado. Coloque seu coração para acompanhar isso aqui, nesse instante, perceba para onde estamos sinalizando, para onde estamos apontando, o que estamos enfatizando aqui dentro desta fala.
Um pensamento em você é uma lembrança que, ao surgir, surge já com um peso, que é o peso desse pensador, que está envolvido com esse pensamento. Se essa lembrança é agradável, o prazer, nesse nível psicológico interno, está presente. Quando o prazer está presente, nós chamamos isso de satisfação, alegria; se é numa relação com uma outra pessoa, nós chamamos isso de amor. Tudo isso faz parte de um peso, de um peso psicológico, dessa existência do “eu”, do ego, desse pensador, porque estamos apenas diante do passado, de uma imagem, que o próprio pensamento está produzindo, de prazer.
Nós vivemos dentro de uma psicológica condição onde, nessa gangorra, em algum momento estamos lá em cima, no assim chamado prazer, satisfação, preenchimento, amor, e no momento seguinte estamos lá embaixo, e lá embaixo encontramos a frustração, a rejeição amorosa, a raiva, o ciúme, a decepção dentro do relacionamento. Isso porque a nossa vida consiste em uma vida que gira em torno desse pensador, desse centro, desse “eu”.
Aqui estamos com você lhe mostrando que precisamos descobrir como lidar com o pensamento. O ponto é que o sentido do “eu”, desse pensador, não tem como lidar com o pensamento, porque ele é o pensamento. Nós estamos constantemente nos confundindo, nos identificando com o pensamento, seja ele de prazer ou de dor. É aqui que está presente o ego, o “eu”, a ilusão desse elemento presente nesse pensar.
Se precisamos nos aproximar da realidade desse estudo de nós mesmos, nós precisamos vivencialmente compreender isso. Isso aqui colocado em palavras fica muito simples, mas isso requer de cada um de nós uma aproximação direta. Então, o que é o pensar? O pensar é a mecânica como isso se processa, mas essa mecânica está funcionando de uma forma automática, inconsciente Não existe esse elemento presente como o “eu”, o “mim”, esse você como você acredita ser, envolvido nesta mecânica da memória.
Aqui, com você, nós estamos descobrindo como romper com a ilusão desse “eu”, desse pensador, para tomarmos ciência clara dessa desmedida importância que o pensamento tem assumido em nossas vidas, e isso se torna possível quando aprendemos a diferença entre o pensar e o pensamento. Quando aprendemos sobre isso com muita clareza, fica claro que esse “eu” não existe, esse pensador não existe, o que temos é só a presença de uma memória condicionada, de um cérebro condicionado, de uma mente condicionada, produzindo uma ilusão, a ilusão de uma identidade presente nesse instante.
A única coisa presente aqui é a mecânica do pensar, e essa mecânica depende, para funcionar dessa forma, desse modelo condicionado, de mente condicionada, como nós nos encontramos. Estudar a si mesmo é descartar esse condicionamento, é ir além do “eu”, do ego, do pensador. É isso que estamos propondo aqui para você, a plena ciência disso.
Nós estamos tratando aqui o Despertar dessa Inteligência Espiritual. É nesse Despertar que temos a revelação da Realização de Deus. Estamos trabalhando com você o fim dessa psicológica condição de confusão interna, onde está presente essa Realização de Deus. Nós temos encontros online sábado e domingo, estamos juntos, dois dias, explorando isso, adentrando a esse instante de ciência de Autoconhecimento e revelação da Verdade sobre a Meditação. Fora esses encontros, nós temos nossos encontros presenciais e, também, retiros.