quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

As questões fundamentais da vida. O que é o pensamento? O que é o pensar? Inteligência espiritual.

É muito comum uma forma de aproximação, quando nós nos acercamos de algum dado assunto, apenas com uma parte de nós mesmos envolvida ali, para capturar, apreender, tomar ciência daquele assunto. Em geral, nós entramos apenas com o intelecto quando nos propomos a ouvir alguém.

Aqui temos um desafio maior, nós precisamos mais do que apenas intelectualmente ouvir uma fala como essa, precisamos de um contato onde não só o nosso intelecto, mas o nosso coração e todo o nosso Ser esteja envolvido. Então, tudo que representamos nesse instante, que está presente aqui, nesse instante, como por exemplo, olhar, escutar, sentir, tudo isso faz parte desse ser psicofísico presente, sempre, a todo momento, em todos os lugares, em todas as situações e, também, em todos os encontros.

E aqui, um encontro nesse nível nos coloca numa disposição interna onde presenciamos algo novo, de uma presença e de uma característica totalmente desconhecida da maioria de nós, que é esse contato de comunhão. Aqui nós estamos abordando com você temas e assuntos que apontam para Aquilo que está presente, mas que embora presente, nós não temos acesso a Isso.

De um modo geral, nós não temos acesso a essa Realidade que está presente porque ela é de uma outra dimensão; ela não está dentro dessa dimensão do conhecido, é Aquilo que está fora do conhecido, não faz parte de tudo aquilo que nós conhecemos como dimensões dentro do conhecido. Ela é de outra ordem, de uma “dimensão nova”.

Aqui estamos investigando com você esse encontro com a Realidade Divina, com a Realidade do seu Ser, com a Realidade de Deus. A Verdade sobre Deus: essa é uma dessas questões fundamentais da vida. Essa é a expressão que alguns usam para perguntas que eles consideram essenciais. Eu tenho para mim que uma dessas questões realmente fundamentais da vida consiste na compreensão da vida, e essa compreensão implica nesse aprender sobre nós mesmos.

Quando há esse aprender, nós temos a ciência de Deus, a ciência da Verdade se revelando. Então, vamos olhar para isso aqui dentro desse encontro. Ouvir uma fala como essa não é só algo que requer a sua presença passiva para ouvir, mas, sim, uma dinâmica presença dentro de um novo escutar.

E qual é a diferença? A diferença é que quando você passivamente está ouvindo uma fala, uma parte de você pode estar envolvida e semi interessada em tudo aquilo. Eu disse isso, “de uma forma interessada em parte”, porque, em geral, quando ouvimos alguma coisa, quando ouvimos algum assunto, mesmo quando assistimos alguma cena, o nosso comportamento cerebral é de fazer edições: algumas coisas nós selecionamos por gostar daquilo e ficamos com elas, e outras nós desprezamos. Isso é típico desse nosso ouvir.

Então nós ouvimos, e nesse ouvir existe essa forma de fazer edições. Quando você escuta de verdade algo novo está presente, é diferente do ouvir. Nesse ouvir, você prefere algumas coisas e guarda aquelas coisas, e outras você recusa. É assim que, inconscientemente, estamos presentes nesse ouvir. Não temos ciência desse momento nesse ouvir, então não escutamos.

No entanto, quando há esse escutar, como estamos propondo aqui para você, nós nos deparamos com uma nova forma de aprender, de aprender sobre nós mesmos. Nós precisamos descobrir a Realidade d’Aquilo que nós somos, e isso requer um estudo sobre como internamente funcionamos, como internamente processamos tudo que se passa conosco nesse sentir, nesse agir, nesse pensar.

Então, vamos tocar aqui em um assunto que é básico; é básico e, no entanto, é desconhecido. E já que nós estamos aqui explorando esse contato com essa Realidade que está além do conhecido, que está além daquilo que nós conhecemos, que é a Realidade Divina, nós precisamos, para nos aproximarmos disso, estudar a nós mesmos, investigar isso que se passa conosco nesse instante, aqui dentro do conhecido. E o elemento básico que sustenta essa nossa forma de ser, essa nossa maneira de ser, dentro desta vida como nós conhecemos, é o pensamento.

Nós desconhecemos o pensamento, e é muito estranho colocarmos dessa forma aqui para você, porque geralmente a ideia que temos é que nós conhecemos o pensamento, que todos nós sabemos o que é o pensamento. Aparentemente é assim. Só que, de fato, isso não é verdade. O pensamento está dentro do conhecido e é algo conhecido por nós, reconhecido por cada um de nós e, no entanto, ele permanece como algo que nós não sabemos como se processa. Nós desconhecemos a verdade sobre o pensamento.

E aqui, nessa autodescoberta, nessa ciência de Autorrevelação, estamos diante de um portal que revela Deus, que revela a Natureza Divina em cada um de nós. Mas esse elemento, que é o elemento do pensamento, não só ele, mas o sentimento, a emoção, a sensação, o modo de perceber, curiosamente tudo isso está atrelado, também, ao pensamento. Tudo isso precisa ser investigado, estudado e compreendido. Quanto mais rica, mais completa for da nossa parte essa aproximação de nós mesmos, que é a aproximação do Autoconhecimento, mais com facilidade nos aproximamos d’Aquilo que está além do conhecido, que é a Realidade Divina.

Sem conhecer a nós mesmos, todo tipo de ação, fala, comportamento, gestos, pensamentos, reações de emoções, sentimentos, tudo isso estará confuso, em desordem. Quando há confusão e desordem, nós temos na vida os problemas, e esses problemas se mostram claramente dentro das nossas relações com as pessoas, com nós mesmos, com as situações, também, que se apresentam, com as circunstâncias inusitadas que surgem em nossas vidas. Assim, nós estamos aqui olhando para tudo isso.

Portanto, qual será a verdade sobre o pensamento? Como ele se processa? O pensamento tem tomado um valor desmedido em nossas vidas. Suas ações são ações que tem por princípio o pensamento. Quando você vai fazer algo, em geral, um pensamento já surgiu anteriormente, e junto com esse pensamento, surgiu uma sensação, um sentimento ou uma emoção, e isso lhe impulsionou a fazer aquilo. Assim, o pensamento direciona nossas ações, nossas atividades.

Assim, as nossas motivações nascem do pensamento. Ao falar algo com alguém, um pensamento está presente na expressão. Ao sentir algo, quando um sentimento está presente, há, invariavelmente, um pensamento ali, trazendo confirmação, ou sendo a aparente causa ou razão desse sentimento, o que vale também para uma emoção. Então, o pensamento é um elemento a ser investigado.

Então, o que é o pensamento? O pensar é algo atrelado à presença do pensamento. Nós desconhecemos a importância da compreensão, tanto do pensamento quanto do pensar. Para nós, o pensar, assim como o pensamento, nasce de um pensador. Nós temos essa crença, é algo que recebemos do mundo, da nossa cultura, dessa cultura psicológica, social, dessa cultura humana, a ideia de que o pensar surge em razão da presença do pensador e o pensamento é parte disso, então nós acreditamos no pensador.

A ideia desse “eu" em nós, desse “mim”, dessa “pessoa” é a ideia do pensador. Assim, para nós, a presença do pensamento requer a presença de alguém no pensar. Aqui nós estamos investigando isso com você, porque nós precisamos descobrir como ir além do pensamento, uma vez que é exatamente o pensamento que tem configurado esse modelo de existência, de vida, onde nós temos esse existir como “alguém” dentro do conhecido.

Assim, se não nos libertarmos da ilusão de como lidar com o pensamento, de como compreender como ele precisa naturalmente acontecer, continuaremos dentro desta forma, desse modelo, dessa artificialidade de existência do “eu”, que é a existência egoica, que é a existência desse suposto pensador.

Reparem as complicações presentes com a presença do pensamento não observado, não compreendido, não colocado no seu próprio lugar. Nós temos a ansiedade, por exemplo, mas nós temos também a depressão, temos a angústia, o medo, um sentimento de profunda rejeição quando somos abandonados, não lembrados ou esquecidos. De alguma forma, o sentido desse pensador, que é o “eu”, está presente em algum nível de desconforto, de complicação, de desordem e de sofrimento.

Então, no sentido do ego, nós vivemos em sofrimento, porque não sabemos lidar com o pensamento. Primeiro porque nós acreditamos que somos esse pensador, envolvidos, como estamos, com esse pensamento. Então o sofrimento está estabelecido, o problema está presente. Os diversos conflitos em nossa existência dentro dessa forma conhecida de viver é algo que todos nós conhecemos.

Então, qual será a verdade do pensamento? Um pensamento em você é uma lembrança. Como uma lembrança, é algo que vem do passado. Coloque seu coração para acompanhar isso aqui, nesse instante, perceba para onde estamos sinalizando, para onde estamos apontando, o que estamos enfatizando aqui dentro desta fala.

Um pensamento em você é uma lembrança que, ao surgir, surge já com um peso, que é o peso desse pensador, que está envolvido com esse pensamento. Se essa lembrança é agradável, o prazer, nesse nível psicológico interno, está presente. Quando o prazer está presente, nós chamamos isso de satisfação, alegria; se é numa relação com uma outra pessoa, nós chamamos isso de amor. Tudo isso faz parte de um peso, de um peso psicológico, dessa existência do “eu”, do ego, desse pensador, porque estamos apenas diante do passado, de uma imagem, que o próprio pensamento está produzindo, de prazer.

Nós vivemos dentro de uma psicológica condição onde, nessa gangorra, em algum momento estamos lá em cima, no assim chamado prazer, satisfação, preenchimento, amor, e no momento seguinte estamos lá embaixo, e lá embaixo encontramos a frustração, a rejeição amorosa, a raiva, o ciúme, a decepção dentro do relacionamento. Isso porque a nossa vida consiste em uma vida que gira em torno desse pensador, desse centro, desse “eu”.

Aqui estamos com você lhe mostrando que precisamos descobrir como lidar com o pensamento. O ponto é que o sentido do “eu”, desse pensador, não tem como lidar com o pensamento, porque ele é o pensamento. Nós estamos constantemente nos confundindo, nos identificando com o pensamento, seja ele de prazer ou de dor. É aqui que está presente o ego, o “eu”, a ilusão desse elemento presente nesse pensar.

Se precisamos nos aproximar da realidade desse estudo de nós mesmos, nós precisamos vivencialmente compreender isso. Isso aqui colocado em palavras fica muito simples, mas isso requer de cada um de nós uma aproximação direta. Então, o que é o pensar? O pensar é a mecânica como isso se processa, mas essa mecânica está funcionando de uma forma automática, inconsciente Não existe esse elemento presente como o “eu”, o “mim”, esse você como você acredita ser, envolvido nesta mecânica da memória.

Aqui, com você, nós estamos descobrindo como romper com a ilusão desse “eu”, desse pensador, para tomarmos ciência clara dessa desmedida importância que o pensamento tem assumido em nossas vidas, e isso se torna possível quando aprendemos a diferença entre o pensar e o pensamento. Quando aprendemos sobre isso com muita clareza, fica claro que esse “eu” não existe, esse pensador não existe, o que temos é só a presença de uma memória condicionada, de um cérebro condicionado, de uma mente condicionada, produzindo uma ilusão, a ilusão de uma identidade presente nesse instante.

A única coisa presente aqui é a mecânica do pensar, e essa mecânica depende, para funcionar dessa forma, desse modelo condicionado, de mente condicionada, como nós nos encontramos. Estudar a si mesmo é descartar esse condicionamento, é ir além do “eu”, do ego, do pensador. É isso que estamos propondo aqui para você, a plena ciência disso.

Nós estamos tratando aqui o Despertar dessa Inteligência Espiritual. É nesse Despertar que temos a revelação da Realização de Deus. Estamos trabalhando com você o fim dessa psicológica condição de confusão interna, onde está presente essa Realização de Deus. Nós temos encontros online sábado e domingo, estamos juntos, dois dias, explorando isso, adentrando a esse instante de ciência de Autoconhecimento e revelação da Verdade sobre a Meditação. Fora esses encontros, nós temos nossos encontros presenciais e, também, retiros.

Outubro de 2024
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terça-feira, 7 de janeiro de 2025

Aprender sobre Autoconhecimento | Como lidar com o medo? | Real Meditação | O que é o pensamento?

Eu tenho pra mim que o elemento principal aqui, para todos nós, deve, necessariamente, ser um encontro de coração a coração, o que requer a presença de uma comunhão possível. Em geral, não sabemos como ter uma aproximação nesse nível no contato com as pessoas.

Eu quero explorar com você aqui alguns assuntos. Um desses assuntos envolve também essa questão da comunhão. Observe que o seu contato com as pessoas não é um contato livre, mas é um contato, em geral, comprometido com ideias, com crenças, com conceitos que você tem sobre ele, sobre ela, ou sobre o que anda acontecendo no mundo ou na vida. E nesse contato, nessa relação, há sempre divergência de ideias, de opiniões, de conclusões. Então, nós somos muito tendenciosos a viver assim.

Aqui com você eu quero tocar na beleza desse encontro com o novo aprender, que é o aprender sobre nós mesmos. Não existe nada mais importante na vida do que a ciência da própria vida. Essa ciência requer esse aprender sobre o Autoconhecimento, porque apenas quando você se conhece, se compreende, pode, de verdade, se situar na vida dentro de um encontro com o mundo à sua volta nesse estado de comunhão.

A comunhão é o elemento fundamental na Paz, na Liberdade, na cooperação e na presença do Amor. Se temos a Verdade do Amor presente, temos comunhão. Nessa comunhão, temos a presença da compaixão, da cooperação. Aqui nós estamos trabalhando com você essa verdade dessa compreensão sobre quem nós somos. Então, aprender sobre nós mesmos é fundamental.

Em geral, o nosso contato com o mundo a nossa volta é o contato dentro dessa antiga afirmação de separação. Se há essa separação, não há esse encontro; se não há esse encontro, nós não temos comunhão. O mundo está em conflito, as pessoas estão infelizes e vivendo dentro de uma relação conflituosa umas com as outras. E por que isso ocorre? Porque estamos, internamente, distantes uns dos outros, e toda essa tentativa de unir as pessoas não tem funcionado, toda essa fala sobre amar o próximo ou viver em harmonia com ele ou ela não tem funcionado.

Nós temos diversos problemas na vida e eles são inúmeros, mas eles têm uma base comum, e eu quero tratar disso aqui com você. Qual é a base comum de todos esses problemas que temos, inclusive em nossos relacionamentos, na falta dessa comunhão e, portanto, dessa cooperação, dessa compaixão, dessa liberdade inteligente de lidar com o outro? Quem é que tem sustentado tudo isso? A ignorância, a ilusão sobre nós mesmos, sobre como você funciona.

Eu quero tratar com você aqui sobre o fim do medo. Veja, eu tenho falado inúmeras vezes nessa questão do medo, mas a nossa ênfase é diferente da que as pessoas querem se envolver ou querem ter no que diz respeito a essa questão do medo: elas querem se livrar do medo. Aqui nós estamos tomando ciência do que significa o fim do medo. Não se trata de alguém se livrando do medo, trata-se de ocorrer, sim, a liberdade do medo com o fim do medo. Não é alguém se livrando do medo, mas é a visão do que o medo significa, do que o medo representa. Não é o medo para alguém, mas o que alguém, no medo, significa.

Então, o que é o medo? Como realmente ver o fim do medo? Assim, a pergunta é: como lidar com o medo? Observe que nós temos diversas formas de medo. Eu não sei exatamente qual é a que lhe interessa aqui estudar, de que medo você quer tratar ou gostaria ver sendo colocado aqui, mas seja qual for a forma de medo que você gostaria de investigar, a única diferença entre elas são dos objetos ou da maneira de expressão. Mas o medo em si é o medo, há só medo.

Então, aqui a pergunta é: como lidar com o medo? Para termos uma aproximação direta desse assunto, nós temos que antes perguntar o que é o pensamento. E por quê? Porque o pensamento é o elemento em você que, quando está presente, lhe fala do medo. Não existe qualquer medo sem a possibilidade do pensamento.

Se você vem caminhando por uma rua e um carro vem em sua direção, nesse momento você não tem tempo para ter medo. Você se afasta, você sai da frente. Você está em um momento de perigo, mas é um momento em que não existe qualquer intervalo entre aquele acidente possível e você. Então, nesse momento não há espaço para o medo e, sim, para um movimento de autoproteção, algo instintivo, de autopreservação. Esse medo ou esse susto não é medo, é uma ação inteligente, de escape, de fuga daquele acidente, daquele perigo.

O ser humano vem sofrendo há milênios com diversas formas de medo, mas é o medo onde está presente a presença do pensamento. Por exemplo, o medo da morte, você só pode ter medo da morte se houver um pensamento sobre a morte, sobre o pós morte, sobre o que pode acontecer durante a morte ou no momento da morte, mas é o pensamento que está produzindo isso. Sem pensamento sobre a morte, não há medo da morte.

Você não pode ter medo de envelhecer sem imagens de pensamento sobre a velhice, o medo de adoecer sem imagens de pensamentos sobre a doença. Você não pode ter medo de uma pessoa sem a lembrança dela. Percebam como é simples e tremendamente fascinante essa compreensão de que tudo em nós está ligado ao pensamento. O pensamento norteia nossa vida como pessoas, como nós nos vemos, como nós nos sentimos ser.

Então, o nosso grande problema não é como lidar com o medo e, sim, como lidar com o pensamento, porque o pensamento é a base do medo, é a causa do medo, é a sustentação do medo. É a causa porque é a imagem, é a causa porque é o fator que sem ele não há medo. Então podemos aprender aqui a lidar com o pensamento e, portanto, com o medo.

Reparem como é fascinante essa compreensão clara a respeito de tudo isso. Não é só do medo, é da dor da rejeição. Quando é que você se sente rejeitado por alguém? Quando você se lembra dessa pessoa. A raiva de alguém. Quando é que você tem raiva de alguém? Quando a lembrança está aí, criando uma condição de sofrimento no medo, na raiva, na rejeição…

O elemento pensamento norteia nossa psicológica condição de existência, por isso temos que investigar a natureza do pensamento, a estrutura do pensamento e como permanecer sem ele. Sim, isso mesmo: como permanecer sem o pensamento. Haverá uma possibilidade, na vida, da vida acontecendo, mas de uma maneira tal que uma resposta para esse momento seja possível, mas não com base nessa psicológica condição que nós conhecemos, que é de vida norteada pelo pensamento?

Assim, essa forma que temos de nos aproximarmos de tudo isso é algo que lhe dá a base para uma vida livre, feliz, em paz e, portanto, harmoniosa, numa possibilidade real de comunhão com o outro, com a vida, com o que acontece, sem medo, sem esse sentimento de rejeição, sem esse sentimento de raiva. Aqui usamos três exemplos, mas são inúmeros, todos atrelados à presença do pensamento em cada um de nós.

Então, o que é esse aprender sobre o Autoconhecimento? É se dar conta de como você funciona, de como o pensamento cria representações dentro de você de como a vida deveria ser, ou poderia ser, ou deveria ter sido. Tudo isso aqui que colocamos para você envolve a importância de uma vida sem sofrimento, livre, em paz, feliz, e isso requer a ausência do ego, a ausência do “eu”.

Então, como lidar com o medo? Descobrindo como dispensar o movimento da memória, porque não se faz necessário, nesse instante, qualquer imagem mental sobre o futuro. A imagem mental sobre o futuro é a continuidade do movimento de inconsciência presente, no que diz respeito à vida como ela acontece nesse instante. Portanto, todas essas formas de sofrimento presentes, de desordem, confusão e problemas, são coisas surgindo dentro de cada um de nós e sendo sustentadas por essa não observação das nossas reações.

Olhar para um pensamento e permitir que ele se complete: não fazemos isso. Não fazemos porque quando um pensamento surge, de imediato, você se confunde com o pensamento, porque há por detrás desse movimento de se confundir com o pensamento a crença de que esse pensamento é real quando ele aparece. Ele não é real, é só uma representação que está vindo do passado, de uma memória que não se concluiu. Então essa memória vem, esse pensamento surge e quando ele surge, de imediato, você entra nessa identificação com o pensamento. Nesse momento, você se perde sendo o observador separado do pensamento, o pensador no pensamento.

Então, o observador é como esse elemento que está observando o pensamento como alguém separado dele. Esse pensador é como o elemento que está se separando do pensamento, mas é esse elemento que está produzindo o pensamento. Então, quando o pensador está presente, o observador está presente, o observador observando o pensamento como um elemento separado dele e o pensador como um elemento que está produzindo esse pensamento. Então, isso é real, é muito real.

Esse movimento que acabamos de descrever para você não é outra coisa a não ser o movimento do ego, desse sentimento de pessoa que você tem, que você traz. O que é que estamos propondo aqui para você? Observe, apenas observe esse movimento, fique ciente dele quando ele surgir. Se tornar ciente dele é não se separar dele para ser o observador, para ser o pensador – para ser o pensador quando o pensamento surge, o observador quando a imagem surge, aquele que sente quando o sentimento surge. Então, nesse momento, você está nesse aprender sobre si mesmo.

Então, o que é aprender esse Autoconhecimento? É descobrir como trazer essa Atenção para esse instante para ficar ciente de suas reações, sem se confundir com elas. Então, quando um pensamento surge para o medo, ele é visto, para a tristeza, ele é visto, para a preocupação, ele é visto, mas ele é visto sem esse observador, ele é visto sem esse pensador.

Aqui estamos acabando de colocar para você como se aproximar desse Autoconhecimento. É isso que lhe dá a base para a Meditação. E o que é essa Meditação? É permitir que aquilo que está presente se apresente sem um elemento que se envolve com isso, e isso que está presente não é outra coisa a não ser algo vindo do passado nesse formato de imagem, de pensamento, de memória, de lembrança.

Talvez você pergunte: “Mas como é essa questão da Meditação como você coloca?” Meditação é isso, é ter ciência de suas reações, sem se envolver com elas, nesse instante; permitir que isso se mostre, se apresente, seja visto e se complete. Porque quando um pensamento surge, é só uma aparição que pode ser vista sem o observador, e essa crença de alguém, que é o pensador, que está produzindo isso não é real.

Não existe qualquer pensador produzindo pensamentos, como não existe nenhum observador para ver a imagem que surge. Essa imagem é algo que vem do passado, e esse pensamento é algo que vem do passado; esse passado é só o registro da memória dentro de você. Não tem alguém produzindo isso, não tem um pensador produzindo isso, não tem um observador produzindo isso.

Reparem a beleza de acompanhar isso. Permitir que isso surja e não encontre uma continuidade, que é esse “eu”, esse ego, esse ego, significa não alimentar isso mais nesse observador, nesse pensador, nesse elemento envolvido também no sentir. Tudo isso faz parte desse sentido do “eu”, desse elemento que se separa. Assim, estamos anulando esse sentido do “eu”. Então, nesse momento, está acontecendo a ciência da Verdade do seu próprio Ser. Isso é o fim para o medo, isso é o fim para o sofrimento, isso é o fim para o “eu”, isso é o fim para o ego.

Então, quando temos uma aproximação da Verdade da Meditação, temos a Revelação da Realidade do seu Ser. Então, esse é o assunto que estamos trabalhando aqui com você e nesses encontros online nos finais de semana. Sábado e domingo estamos juntos, aprofundando isso com você. Além disso, temos encontros presenciais e, também, retiros.

Outubro de 2024
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quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

Aprender sobre Autoconhecimento | O que é Atenção Plena? | Despertar da inteligência espiritual

Afinal, do que é que nós realmente precisamos para uma compreensão da vida? E por que nós precisamos dessa compreensão da vida? Porque estamos na vida para essa compreensão, sem ela a nossa psicológica condição irá determinar a qualidade de vida alienada dessa visão inteligente, dessa visão livre, esclarecida, dessa verdade sobre a vida, e isso irá significar, inevitavelmente, como já se demonstrou e vem se demonstrando na vida da maioria da humanidade, como uma vida em sofrimento, com problemas.

Assim, estamos vivendo dentro da ignorância, e viver dentro da ignorância é viver alienado da Verdade, da beleza da vida. Não nos foi ensinado, ainda pequenos, essa possibilidade de uma Vida Real, de uma vida feliz, livre, amorosa, carregada de beleza, onde está presente uma qualidade de vida indescritível, porque todo o contato que tivemos com a vida até hoje, desde a infância, é o contato da vida comum a todos, em razão dessa consciência que temos, que é a consciência comum a todos.

Vamos falar um pouquinho isso aqui com você, sobre a verdade dessa consciência, que é a consciência comum a todos. Quando você nasce em um determinado país, você aprende tudo ali daquela cultura: o pensamento cultural, o comportamento de tradição social, de tradição familiar.

Assim, nós recebemos diversas formas de ensinos; essas formações diversas que recebemos desde a infância, desde a mais tenra idade até a idade adulta, o que temos presente em tudo isso são formas de pensar que nos é dado. É isso que aqui nós temos lhe mostrado como o elemento que dá fundamentação a essa vida complicada, desorientada, alienada da Vida Divina, alienada da Vida Real, que é esse condicionamento psicológico.

Nós somos educados para uma vida dentro de um condicionamento mental. Esse condicionamento é um condicionamento conhecido em psicologia. O nosso modelo psicológico de sentir, de pensar e agir é todo ele, por princípio, dentro dessa base. Então, o nosso condicionamento é humano, e isso tem nos dado uma consciência particular de cultura humana condicionada.

Assim, o que nós chamamos de consciência é uma forma de lidar com as experiências tendo por princípio o modelo do pensamento que nos foi dado socialmente, politicamente, filosoficamente e religiosamente. É assim que estamos funcionando, é assim que temos funcionado. Além de toda essa forma de condicionamento, nós temos uma forma de atuação programada, de reação, de condicionamento do “eu”.

O que é esse “eu”? É esse sentimento-pensamento de ser alguém, como nós fomos educados para nos sentirmos assim, para vivermos assim, para nos vermos assim. Então, estamos nos vendo dessa forma, sentindo dessa forma e vivendo dessa forma. Essa é a nossa consciência pessoal. O que, na realidade, não é uma real consciência individual, é a consciência da humanidade. Nós pensamos, sentimos e agimos como o mundo a nossa volta.

A compreensão da verdade sobre si mesmo requer esse aprender sobre o Autoconhecimento. Aprender sobre nós mesmos: é quando nos aproximamos para tomar ciência de tudo isso que nos foi colocado aqui. Observe, tudo isso foi colocado em palavras, mas não é tão simples isso, porque não podemos apenas ficar em mais uma confiança de crença sobre isso. Nós precisamos ter uma ciência direta disso que foi colocado aqui, e isso ocorre na razão em que você aprende sobre si mesmo.

Então, aprender sobre aprender sobre si mesmo, não sabemos nada sobre isso. Nós somos formados, educados no mundo para a vida secular, para a vida no mundo. A vida secular, a vida no mundo é estudar na infância, crescer estudando, adquirir uma formação, uma profissão, uma ocupação profissional, com ela ganhar dinheiro, constituir família e manter a continuidade da vida dessa estrutura social, dessa estrutura humana, dessa estrutura no mundo. Ganhar dinheiro, ter uma casa bonita, um carro bonito, criar filhos, depois vêm os netos, vem a velhice, a doença e a morte, ou antes da velhice, a morte: essa é a vida como nós conhecemos, essa é a vida que a humanidade e a cultura estão nos propondo.

Aqui estamos com você investigando a natureza da Verdade sobre quem nós somos, vendo, com clareza, esse modelo condicionado, programado, estruturado há milênios, algo que tem sido ofertado ou vendido para nós e que estamos recebendo de forma gratuita ou comprando, e vivendo exatamente como aqueles que chegaram aqui antes de nós, dentro da ignorância. Aqui eu me refiro à ignorância a respeito da Verdade da Vida, da Totalidade, da beleza da Vida, da singularidade da Vida, onde temos presente algo que desconhecemos. Uma verdade sobre isso é que nós nem referência temos daquilo que estamos abordando aqui.

Aqui, por exemplo, quando eu faço uso de expressões como a “Presença do Amor”, a “Presença da Felicidade”, a “Presença da Liberdade, da Paz, da Ciência de Deus”, os nossos cérebros, em razão desses condicionamentos que recebemos da cultura, interpretam tudo isso e colocam dentro da mesma velha forma. Expressões como amor, paz, felicidade, Deus, está tudo ligado a padrões de cultura humana. No entanto, aqui estamos dizendo uma outra coisa, fazendo uso de expressões que nós conhecemos, que estão dentro do conhecido do pensamento, mas estamos apontando para algo além do pensamento, além do conhecido.

Quando usamos a expressão “Deus”, estamos apontando para Algo inominável, indescritível. Felicidade: não sabemos o que é isso. O Amor nós desconhecemos, a Paz nós desconhecemos. O ser humano já está há milênios no planeta. Veja, há milhares de anos e nós jamais conhecemos a Verdade sobre a Paz, nunca tivemos Paz.

O Amor é algo estranho. O que temos nas relações, da melhor forma possível, quando entramos em acordos, é satisfação mútua, é prazer, é aceitação, é troca de sentimentos agradáveis, emoções agradáveis, sensações físicas, como o prazer sexual, e outras formas de contatos nos relacionamentos humanos. Reparem, é isso que nós chamamos de amor. Mas quando isso sofre algum tipo de abalo, um sentimento de raiva, de contrariedade, de revolta surge.

Nós vivemos como criaturas humanas dentro dessa consciência do “eu”, dessa consciência da pessoa, porque é assim que nós nos vemos: como uma pessoa, como sendo alguém presente na vida. Essa consciência é uma consciência que vive em desordem, em confusão, em complicações diversas, em diversos sofrimentos. Então, está presente no ser humano, dentro dessa estrutura que é a estrutura da ignorância, onde temos essa vida, que é a vida que nós conhecemos, o medo, a raiva, a inveja, o ciúme, a posse, o apego, o desejo.

Reparem, o que é o desejo? Quando há insatisfação, quando há a projeção em um ideal de prazer, algo que o pensamento cria, essa busca desse prazer ou satisfação naquele tipo de preenchimento, isso é o desejo. Isso tem criado todo o tipo de confusão no mundo, porque esses desejos no ser humano, nessa consciência que nós conhecemos, que é a consciência do “eu”, do ego, são contraditórios. Isso aqui é só um exemplo.

Você deseja uma coisa, mas intelectualmente, a nível de sentimento, emoção e busca de sensação, fica claro para você que aquilo irá produzir confusão na vida e, no entanto, o desejo está aqui presente, essa ânsia, essa busca de preenchimento, de satisfação do desejo. Então, os nossos desejos são contraditórios, há uma contradição entre sentimento e pensamento e ação.

Então, o ser humano vive há milênios no planeta, mas ele não conhece o Amor, ele não conhece a Paz, ele não conhece a Liberdade. Me refiro, como foi colocado, à Liberdade Real, à Paz Real, ao Amor Real, à Felicidade Real, à Verdade Real de Deus. Nós temos religiões organizadas, muitas delas: qual será a verdade da Vida realmente Religiosa, de uma Vida Divina?

Essa Vida Real da qual estamos falando aqui é a Vida Divina, é a Vida de Deus, é a verdadeira Vida Religiosa, mas nela temos presente a ausência do ego, a ausência do “eu” e, portanto, a ausência de todas essas disputas, de todos esses conflitos. Nós vivemos em confusão, em divergências diversas, inclusive, isso envolve crenças diferentes, doutrinas diferentes, opiniões diferentes, então existem conflitos religiosos, assim como conflitos políticos, conflitos entre famílias, conflitos entre cidades, nações, tudo isso está presente nessa confusão.

Aqui estamos enfocando com você a beleza desse encontro com uma Atenção sobre si mesmo, uma Atenção sobre essas reações e sobre o que está acontecendo no mundo. Um dos assuntos tratados aqui envolve essa questão do Despertar da Inteligência Espiritual, desse aprender sobre o Autoconhecimento e da importância da Atenção Plena. Se tornar ciente de suas reações, conscientes de tudo aquilo que está acontecendo no mundo. Apenas olhar, observar, e isso se torna claro, é possível ver a verdade sobre tudo isso.

O interessante é que nesta Real Atenção Plena, a Verdade da Atenção Plena, sobre o que é Atenção Plena, quando isso fica claro, o seu modo de olhar, de escutar, de sentir, de vivenciar o momento presente é algo fora do “eu”, fora do ego. As pessoas usam essa expressão, mas não compreendem o que é estar atento sem julgar, comparar, avaliar, sem estar envolvido dentro desse padrão de condicionamento e comportamento egocêntrico.

Essa beleza desse olhar livre do passado lhe traz essa clareza, lhe traz essa Inteligência, lhe traz essa visão real da vida, a presença desse olhar para esse momento, para o que quer que esteja surgindo nesse instante, sem colocar esse elemento que vem do passado, que é o “eu”, para julgar, comparar, rejeitar ou se confundir aceitando, se submetendo, entrando no jogo. Aqui se trata de um olhar livre desse fundo. A presença desse olhar não requer esforço, requer exatamente ter uma aproximação livre, logo de início, de toda e qualquer experiência nesse momento, seja ela externa ou interna.

Nós estamos trabalhando com você aqui o Despertar de uma nova Consciência e, portanto, da Real visão da Vida, não mais agora essa vida do ego, essa vida do “eu”, esta vida de condicionamento humano, mas esta Vida Divina. Você nasceu para, nesta vida, Realizar Deus, é isso que alguns chamam de o Despertar Espiritual ou Iluminação Espiritual.

Assim, esses assuntos nós estamos trabalhando aqui com você e, também, nós temos encontros online nos finais de semana. Sábado e domingo estamos juntos nos aproximando disso, investigando tudo isso.

Outubro de 2024
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