quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Atma Vichara Ramana Maharshi | Autoinquirição | Auto-observação | Como se livrar do sofrimento?

“Como se livrar do sofrimento?” Nós aqui estamos lidando com algo fundamental para a vida. O sofrimento é como uma dor de dente. Se você, de repente, acorda pela manhã e percebe que há uma dor presente na boca, algo está errado com os dentes. É possível que seja uma dor em um dos dentes. E aí você se levanta e assume o dia, como se nada estivesse acontecendo. É assim? Não!

A primeira coisa que você faz é descobrir o que há de errado com a boca e se realmente é um dos dentes que está doendo. E o que você faz? Você procura uma ajuda médica. Veja, lidar com uma dor de dente é assim, com uma dor na boca é assim, com uma dor em qualquer parte do corpo é assim. Nós procuramos ajuda porque sabemos que não é natural. Não estamos lidando com algo natural. Estamos lidando com uma experiência inusitada, com uma experiência de dor.

Então eu me pergunto por que é que nós não descobrimos ainda isso, no que diz respeito a essa nossa vida interna, que é essa vida psicológica? Por que não atentamos ainda para aquilo que se passa em nós, dentro de cada um de nós? De um modo geral, como desde pequenos, psicologicamente, já passamos por muitas experiências de dores, chegou um momento em que nós nos habituamos.

Um dente doendo na boca, você não se habitua com ele. Mas esses estados internos psicológicos de sofrimento, uma boa parte deles, nós já estamos habituados a conviver com eles. Aqui nós estamos com você lhe comunicando a possibilidade, nesta vida, de tomar plena ciência da Realidade do seu Ser.

Estamos lhe dizendo também que Você em seu Ser, em sua Natureza Verdadeira, n’Aquilo que realmente é Você, não há dor, não há desordem, confusão, conflito, sofrimento. Aqui estamos lhe comunicando que esse não é o seu Estado Natural. Você sabe que o estado natural da boca é sem dor, mas não sabe que o seu Estado Natural em Ser, em seu Ser, n’Aquilo que é Você, não há sofrimento psicológico, não há desordem, não há confusão.

Dificilmente nós conseguimos, a princípio, compreender uma fala como essa, ver a implicação ou todo o significado daquilo que está sendo colocado aqui. Sim, nós estamos dizendo exatamente isso para você: você não nasceu para o sofrimento, assim como não nasceu para viver uma vida inteira com um dente doendo dentro da sua boca.

A natureza do "eu", desse "mim", dessa pessoa, não é a Verdade do seu Ser, não é a Verdade sobre Você. É isso que dói. Esse é o seu dente que dói. Mas, diferente de um dente na boca, que quando dói você procura ajuda, porque sabe que não é natural essa dor dentro da boca, essa continuidade de vida ou de convivência com esse "eu", essa pessoa como você se vê, é algo que você encara como sendo a realidade da vida, uma verdade sobre você, o seu estado natural.

Alguns homens e mulheres, dentro da história da humanidade, descobriram, claramente, a ilusão sobre isso e abandonaram essa ilusão. E aqui nós estamos, com você, fazendo o mesmo, descobrindo isso com você, explorando isso com você, investigando isso com você.

Nós desconhecemos a Verdade sobre quem somos e nos confundimos com aquilo que não somos. Nós nos confundimos com aquilo que nós não somos, mas aquilo que nós não somos, nós já somos, porque assumimos. Então, a verdade sobre quem nós somos é a verdade que assumimos ser. Mas essa verdade que assumimos ser não é a Realidade; não é a Realidade última, não é uma Realidade Divina, não é a Realidade de Deus sobre nós.

Precisamos liberar de nós esse dente que dói. Esse dente é o sentido do "eu", do ego, desse "mim", é a pessoa. Então, temos que estudar a pessoa, tomar ciência dessa pessoa. Os médicos são maravilhosos, eles estudam para nos ajudar a nos livrar do sofrimento, da desordem física, do sofrimento físico. Naturalmente, um sofrimento físico implica também em um sofrimento psicológico, sentimental, emocional. Então, quando você vai a um médico, ele estudou para lhe ajudar a se livrar daquilo que não é natural, que é essa dor.

Evidente que se há uma desordem de alguma ordem no corpo, aquela dor se apresenta como um mecanismo de autoproteção, de autorregulação, de autodefesa do corpo. Então, nesse sentido, do ponto de vista biológico, é muito natural que uma dor surja quando uma desordem está presente, quando algo não está indo bem. Mas é só quando algo não está indo bem, é só quando há alguma desordem.

É apenas quando o corpo está afetado por algum invasor ou por alguma forma de problema que a dor se apresenta. Mas o trabalho do médico é livrá-lo da dor, porque não é natural. Não é natural. É algo presente com a desordem, mas não é natural. Quando não há desordem, não há dor. Você não sente os seus pés, nem as suas mãos, a não ser que haja algo errado com elas, a não ser que haja algo errado com eles

Se há algo errado com os pés, você sente a presença do pé. Se não tem, você não sente a presença do pé. Se há algo errado com as mãos, você sente um dedo na mão direita. Se você não sente nada nas suas mãos, é sinal de que elas estão sem desordem; os seus pés estão sem desordem. Assim é o corpo.

A presença da saúde é a ausência da ideia do corpo. Quando há um pensamento sobre uma parte do corpo é porque esse corpo está em desordem naquela parte e chamou a atenção para cuidados. Por que nós não percebemos isso sobre nós mesmos?

Então, nós nos habituamos a viver em sofrimento. Não percebemos que o medo é sofrimento, a inveja é sofrimento, o desejo é sofrimento, a culpa, a raiva, a cólera, a angústia, tudo isso é sofrimento. Essa tagarelice interna de pensamentos dentro de você, isso é sofrimento.

Então, é possível uma vida livre de tudo isso? É possível uma vida livre de sofrimento? Uma vida livre da mente, do "eu", do ego, é uma vida sem a ciência dessa inquietude interna, dessa tagarelice interna, dessa dor emocional, sentimental, psicológica. Então nós temos a ausência da mente egoica. Essa é a ausência da mente.

É por isso que, em algumas escolas de sabedoria, isso é chamado de não mente, porque você não pode sentir aquilo que não está presente. E a mente não está presente, então você não sente a presença da mente. A doença não está presente, então você não sente a presença do corpo.

Qual é a verdade de sua Natureza Real? É a ausência do corpo, assim como a ausência da mente. É você em seu Estado Natural, livre do "eu", do "mim", do ego. É nele que estão presentes esses estados internos aflitivos, conflituosos, de desordem, de confusão, de problema, de sofrimento. É o que estamos vendo aqui com você, investigando aqui com você.

O fim para o sofrimento é o fim daquele que sofre, assim como o fim para a doença é o fim do doente. Se não há doença, não há esse doente. Se não há desconforto, se não há sofrimento, não há esse elemento em desconforto e em sofrimento.

Aqui temos um trabalho juntos, e esse trabalho é tomarmos ciência da Verdade sobre quem nós somos. O fim disso é o fim da ignorância. É nessa ignorância sobre quem nós somos, é nessa identificação com aquilo que nós não somos e que assumimos como sendo nós mesmos, como sendo a verdade da vida, que está presente o sofrimento. E o sofrimento nesta vida como nós conhecemos.

O Despertar de sua Natureza Divina é o fim para essa condição psicológica, é o fim para essa desordem. A pergunta é: como se aproximar disso? Investigando, observando, tomando ciência de como você funciona internamente. Nós não estamos cientes de todo esse processo de ser alguém. Com isso, estamos nos confundindo.

Então, estamos desorientados, estamos perplexos, estamos confusos, estamos atemorizados, desejosos, ansiosos, invejosos, preocupados, porque estamos vivendo dentro de um modelo de pensamento de condicionamento mental, algo comum dentro dessa civilização, dessa cultura, nesse formato humano de ser alguém, como nós conhecemos. Isso se tornou algo natural e, no entanto, estamos lidando com algo comum. Nós temos dito aqui para você: nós tomamos o comum por natural, então assumimos aquilo que é comum como sendo algo natural.

Estamos habituados a viver nesse sentido do "eu", do "mim", da pessoa, nesse isolacionismo, onde o centro de nossas ações, nesse centro, a figura principal é alguém presente que se vê separado das ações, alguém presente que também se vê separado dos pensamentos, alguém presente que se vê separado das emoções, das sensações, daquilo que percebe à sua volta.

Esse autocentramento é uma condição psicológica de desordem. É aqui que está presente a ilusão sobre você, porque, de fato, você não é isso. Embora, de fato, você esteja assumindo isso como sendo você e, por isso, o sofrimento está presente.

Então, quando você vem a mim e pergunta como se livrar do sofrimento, eu volto para você a pergunta e pergunto: quem é esse elemento que sofre? A sua resposta será, naturalmente: “Sou eu”. Mas eu pergunto a você: o que é esse "eu"? Quem é você?

Quando as pessoas procuravam Ramana Maharshi, o sábio lá do sul da Índia, que vivia na montanha de Arunachala, e perguntavam a respeito da vida, a respeito do sofrimento ou de situações de que estavam vivendo, ele voltava para elas a pergunta: “Mas quem é esse que sofre? Quem é esse que faz a pergunta?” Então, a sua resposta, naturalmente, será: "Eu. Eu mesmo”. “Então, quem é esse que quer saber?” Eu. “Quem é esse que sofre?” Eu. “Quem é você?” Investigue, interrogue a si mesmo. Olhe. Descubra o que é olhar para si mesmo. Então, pergunte: quem sou eu?

Veja, ele não estava dizendo para as pessoas fazerem uma pergunta verbal, intelectual. Ele estava dizendo: tome ciência, fique cônscia de si mesma, nesse instante. É isso que nos falta. É isso que nos falta. É aqui que está a medicina. É aqui que está o tratamento, é aqui que está a cura, é aqui que está a Libertação, a Libertação dessa condição de sofrimento.

E esse contato que eu tive com essa visão, que ocorreu lá no mês de junho de 1986, mudou tudo aqui. O contato com a Verdade da autoinquirição, em sânscrito é Atma Vichara. Então, essa Atma Vichara de Ramana Maharshi, ter uma aproximação desse observar, desse se tornar cônscio de si mesmo, ciente de suas reações, isso pode romper com esse padrão de identidade egoica, de identidade do "eu", de pessoa. Isso é algo que detona com esse centro, então ele explode.

O sentido do "eu", do ego, do "mim", de pessoa sofre uma explosão quando a Verdade se Revela. Temos o fim para esse observador, pensador, experimentador quando descobrimos o que é olhar sem o "eu", olhar sem o observador, perceber sem o perceber. É a ciência do pensamento sem o pensador.

Então, a autoinquirição, a auto-observação, a Atma Vichara é a aproximação da Verdade da Meditação, porque ela lhe aproxima do Autoconhecimento. Eu quero repetir: é aqui que está a cura. Isso requer o coração envolvido, a mente envolvida, todo o seu ser envolvido nessa autodescoberta.

É por isso que temos encontros nos finais de semana. Sábado e domingo estamos juntos, olhando para isso. Eu quero lhe mostrar como realizar Isso nesta vida. Eu quero lhe dizer que Isso, sim, é possível nesta vida. Descobrir uma qualidade de Vida completamente diferente dessa vida como a pessoa, o "eu", o "mim", conhece.

É isso que alguns chamam de Despertar da Consciência ou Iluminação Espiritual. Foi isso que me foi mostrado e aqui estamos compartilhando com você. Portanto, sábado e domingo estamos juntos. Nós também temos encontros presenciais, é uma outra qualidade de encontro, e também temos retiros.

Setembro de 2024
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terça-feira, 29 de outubro de 2024

Imersão Autoconhecimento | Atenção Plena Mindfulness | Como lidar com ciúmes e insegurança | Advaita

Aqui estamos enfatizando com você essa imersão no Autoconhecimento, a beleza disso. Olhar para esse movimento interno do pensamento, sentimento, emoção, sensação, o seu específico modo de contactar o que está aqui e agora, nesse instante.

Se tornar ciente, cônscio desse movimento de dualidade, de separação, que está presente nessa consciência, que é a consciência do “eu”, que é esse padrão de consciência que nós conhecemos em nós. Ficar cônscio disso, ter clareza disso é se desfazer dessa psicológica condição de identidade egoica. Isso é Autoconhecimento.

Veja, não é a visão da psicologia nessa questão do autoconhecimento e nem é a visão da Filosofia. Aqui usamos essa expressão Autoconhecimento de uma forma direta, sinalizando para você a Verdade do fim do “eu”, do fim do ego. E como é que nos tornamos cientes disso? Só há uma forma, e essa forma é trazer Consciência para esse instante.

Quando usamos a expressão “trazer Consciência”, não estamos trazendo isso de algum lugar. Isso é algo que está aqui e floresce nesse direto, simples e real interesse de olhar para esse movimento, que é o movimento do pensamento. É o pensamento que norteia tudo praticamente em nossas vidas. Toda a sua história, memória, reconhecimento, modo de perceber, de interpretar, avaliar, comparar, julgar, tudo isso está dentro do pensamento. Observe comigo isso aqui.

Toda essa, assim chamada, consciência presente em nós é a presença da ciência do pensamento. O detalhe é que nós não temos ciência disso, e isso faz toda a diferença. Não é um simples detalhe. É isso que tem feito das nossas vidas aquilo que ela, agora, é. O fato dessa insciência desse movimento interno se processando em você.

Esse sentimento-pensamento que você tem de ser alguém aqui, por exemplo, ouvindo uma fala como essa, acreditando poder concordar ou discordar disso que você escuta, tudo isso faz parte desse modelo, que é o modelo da consciência presente em cada um de nós.

Não temos a mínima visão do que isso representa. Não há uma compreensão direta disso. Isso faz com que as nossas vidas sejam vidas pautadas, alicerçadas, assentadas em estados internos de conflito, confusão, desordem, problemas e sofrimento. Isso porque desconhecemos a Realidade.

A Realidade é aquilo que está presente, mas permanece e permanecerá sempre desconhecida do pensamento. E como tudo o que nós temos sobre quem somos se assenta no pensamento, se abaliza no pensamento, estamos dentro de uma ilusão; a ilusão daquele que pensa, realiza, depois que planeja, então se torna capaz de fazer o que assim decidiu, assim resolveu, assim escolheu, e usamos esse pronome “eu” na ilusão dessa autoria de tudo o que acontece.

Veja, esse é um modelo de ação, sim, mas é a ação em mera atividade centrada na ilusão de uma egoidentidade presente. Não sabemos nada a respeito disso. Nós nunca investigamos isso.

Aqui estamos lhe propondo exatamente isso, uma investigação da Verdade sobre quem é você. Isso requer uma imersão nesse estudo de si mesmo. Olhe para a sua cabeça e você irá perceber o que estamos dizendo. A mente é inquieta. Não há silêncio, não há quietude, não há serenidade. A mente é tagarela. O movimento de pensamento é rápido, veloz, descontrolado. E os pensamentos estão dentro de nós criando todo o tipo de confusão, desordem e sofrimento.

O medo, por exemplo, é algo presente em nossas vidas e está presente em razão do modelo do pensamento, como ele tem se estabelecido presente em nós. Nos colocando dentro, por exemplo, de uma condição onde o futuro é incerto e inseguro para esse “mim”, para esse “eu”. Esse “eu”, esse “mim” é uma imagem que o pensamento também tem criado a respeito de quem eu sou.

Então, nós temos o problema do medo criado pelo pensamento. Nós temos medo do futuro, temos medo de que o passado volte a se repetir. O medo está presente porque não estamos lidando com a vida como ela acontece agora, aqui. Estamos, no pensamento, antevendo as coisas boas que podem nos faltar amanhã ou as coisas ruins que podem acontecer amanhã; aconteceram no passado, o pensamento nos traz a lembrança, o pensamento lembra disso e traz o medo com ele, no futuro.

Nós vivemos dentro de um movimento, que é o movimento do pensamento, e o pensamento está sustentando todo o tipo de estados internos de desordem e confusão. Então, estamos assentando nossas vidas nesse padrão, nesse modelo do pensamento. E é no pensamento que está o estresse, o nervosismo, a ansiedade, a depressão, a angústia, a dor da falta, o desejo de obter, o medo de não alcançar.

Assim, o pensamento está norteando nossa vida, assim como nossas ações presentes em nossas relações. Observe isso: o pensamento em você traz o sentimento que gera, que produz a ação. Nossas ações se assentam no pensamento. O pensamento gera o sentimento, gera o impulso, forma o plano, idealiza o projeto e vai em busca daquilo. Nossas ações se assentam no pensamento. Aqui temos o pensamento, repare, e ele se baseia no passado.

O pensamento não pode lidar com esse momento, com a compreensão desse momento, porque ele é um retrato do passado. Então, estamos procurando sempre atender a esse momento como ele se mostra com base em tudo aquilo que o pensamento representa dentro de cada um de nós, e não se ajusta. É a tentativa do “eu”, do ego, desse pensador, dessa autoimagem de ajustar esse momento ao seu modelo que vem do passado. Notem, toda a confusão na nossa vida está assentada nisso.

Então, está presente, por exemplo, o ciúme, a insegurança. Como lidar com o ciúme e a insegurança? Mas não é só como lidar com o ciúme e a insegurança, é como lidar com a inveja, com a dor presente aqui, em razão dessa comparação: “Por que ele tem e eu não tenho? Por que ele pode e eu não posso?” É sempre o pensamento norteando esse modelo de existência conflituosa, sofrida, que é a existência do ego, do “eu”, desse “mim”.

Aqui estamos com você dizendo, lhe apresentando uma qualidade de vida diferente dessa vida particular desse centro, que o ego, deste “eu” e, portanto, livre desse modelo de pensamento. Isso requer a presença de um olhar novo para esse padrão de consciência egoica. Trazer para esse momento uma Plena Atenção para esse movimento de consciência, que não é outra coisa a não ser pensamentos, imagens, quadros, representações que o pensamento produz dentro de cada um de nós a respeito da vida como ela acontece.

Assim, o pensamento está em ideais, em projetos do que deveria acontecer, do que poderia ter acontecido, de como seria se isso ou aquilo ocorresse. Esse modelo de pensamento está acontecendo em razão de uma falta de Atenção sobre esse movimento. Não sabemos olhar para o pensamento se esse “eu”.

Quando o pensamento aparece nesse ou naquele outro formato dentro de você, ele pode ser visto. E ele pode ser visto se você coloca Atenção sobre o movimento dele, uma Plena Atenção, uma Atenção Plena sobre esse movimento, que é o movimento do pensamento, do sentimento, da emoção, da sensação, da imagem que surge, do quadro que o pensamento constrói nesse momento.

Um olhar para isso, no qual você coloque Plena Atenção. Apenas um olhar, sem se confundir com esse gosto, não gosto, quero, não quero, concordo ou não concordo. Apenas olhar para isso. Descobrir o que é olhar sem esse que vem do passado, que é o “eu”, o ego, o observador, que quer se livrar disso, que quer fazer algo contra isso, ou quer se agarrar a isso ou se livrar disso. Olhar, apenas olhar é trazer Atenção Plena sobre esse instante, sobre esse movimento, que é o movimento da Consciência.

Então a expressão aqui, nesta Atenção Plena, alguns chamam de Mindfulness. Mindfulness é essa Atenção Plena sobre esse movimento, que é o movimento da Consciência, nesse instante. Isso está dentro de uma aproximação real do Autoconhecimento. Quando há essa imersão no Autoconhecimento, isso é algo possível quando você traz Atenção para esse instante, ou seja, quando você se torna ciente do próprio movimento do “eu”, do ego, desse “mim”.

Olhar para isso, apenas olhar, é observar sem o observador, é escutar, é se tornar ciente de suas reações, nesse momento. Então temos um olhar novo para essa psicológica condição de repetição, de continuidade, de movimento de tempo psicológico.

É quando esse “não poderia ser assim” ou “deveria ser diferente”, “algo está errado”, “por que é assim?”, tudo isso desaparece. Porque há só um olhar, sem esse envolvimento desse centro, que é o “eu”, sem esse envolvimento pessoal dessa ilusória identidade para interferir, para se envolver. Então temos uma aproximação da Verdade da Meditação, nesse instante.

Aqui temos falado com você a respeito da Verdade da Meditação, do que é Real Meditação, do que é Verdadeira Meditação. Essa Meditação é a visão da Não dualidade, da Não separação, de que esse momento é só o que é. Então, essa Meditação é uma aproximação da Advaita. Olhar para esse momento sem o sentido do “eu”, do “mim”, do ego. A palavra Advaita significa a Não dualidade, a Não separação. A palavra Advaita significa “o Primeiro sem o segundo”.

Há uma Realidade presente aqui, nesse instante, é a Realidade deste Ser, desta Verdade Divina. Se Isso está presente, nós temos o fim para essa condição psicológica de desordem e sofrimento. Eu quero repetir mais uma vez aqui isso: isso não é só uma resposta para como lidar com o ciúme e a insegurança, mas como lidar com toda a forma de sofrimento, de sofrimento psíquico.

Então, esse é o nosso assunto aqui. Além disso, nós temos os nossos encontros online que ocorrem nos finais de semana, onde estamos sábado e domingo juntos, aprofundando esse assunto aqui com você e tendo um contato direto com a Meditação. Também temos encontros presenciais e retiros.

Setembro de 2024
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quinta-feira, 24 de outubro de 2024

O que é Autoconhecimento | O Despertar da Consciência | Tempo psicológico | O que é o pensamento

Quando você pergunta pra mim o que é o pensamento, observe, você está com a mais importante pergunta para ser investigada nesse momento, no que concerne a essa questão da Revelação d’Aquilo que nós somos. Isso porque, basicamente, o modelo de ser alguém, esse modelo que nós temos de pessoa, como estamos funcionando, é um modelo que se assenta com base no pensamento.

Portanto, a não compreensão do que é o pensamento, de como isso se processa em nós, é que tem nos colocado dentro dessa psicológica condição, desse sentido do “eu”, nessa aproximação da vida a partir desse centro, que é um centro ilusório. Vamos com calma colocar isso aqui pra você.

Primeiro, observe uma coisa: nossas reações nesse instante são respostas que surgem em razão de um fundo de vivência, experiência e conhecimento, algo que surge aqui, nesse instante, em razão do passado. E a maior representação dessa reação, que vem do passado, com esse fundo, é a partir de reações do pensamento. Assim, nós não somos outra coisa aqui, nesse instante, dentro desse modelo de reação, de ação, que vem do passado, senão uma amostragem ou apresentação do modelo do pensamento.

Tudo em nossa vida nesse momento está acontecendo em razão dos pensamentos. Quando você fala com alguém, você fala a partir da memória, que é uma reação que vem do passado, com base numa experiência, num conhecimento e numa vivência com palavras, ou convivência com palavras, e isso faz com que você tenha a capacidade de falar. E essa fala é, basicamente, pensamento.

Quando você gesticula, você gesticula a partir da memória. Então nós temos uma memória motora nesse corpo, e essa memória responde através de gestos. Esses gestos é algo que vem do passado. Caminhar é algo que requer memória motora desse corpo.

A habilidade da fala, as palavras que são usadas, os pensamentos surgem, e eles são expressos, mas os pensamentos norteiam absolutamente tudo em nossa vida, nesse momento. Ocupar-se com um trabalho profissional requer conhecimento, experiência, vivência daquilo, memória: isso é pensamento.

Então, a não compreensão do que é esse modelo de pensar, de sentir e de atuar na vida – e é assim que estamos vivendo –, torna nossa vida confusa, desorientada, desnorteada, conflituosa, problemática, porque estamos vivendo dentro de um padrão de ignorância sobre como nós funcionamos, como respondemos a esse momento.

Aqui nós estamos estudando com você. Veja, estudando não as palavras; não é a busca do significado dessas palavras, do mero entendimento verbal de palavras sendo colocadas aqui. Aqui não estamos estudando teorias. Palavras e o significado verbal ou intelectual delas, você tem no dicionário. Palavras você tem nos livros, você tem em discursos, em sermões, em palestras. São palavras. Palavras você tem dentro de você como lembrança, memória de todo conhecimento que você já adquiriu.

Aqui nós precisamos de uma aproximação de estudo diferente. Aqui estamos enfatizando o valor de estudar a nós mesmos, mas de estudar exatamente essas reações, esse modelo de pensar, de sentir, de agir, de se comportar nesse contexto da vida, nesse instante. Como são nossas reações? Como tudo isso se processa dentro de cada um de nós?

Então, não estamos estudando aqui a teoria sobre o que é o pensamento, ou buscando um conhecimento científico a respeito do que é o pensamento, mas estamos estudando nossas reações. Estamos diante de algo muito direto, muito objetivo e prático. Enquanto não compreendermos tudo aquilo que se passa dentro de cada um de nós, estaremos dentro de uma condição psicológica de desordem, confusão e sofrimento.

O ser humano sofre, ele vive em sofrimento, em conflitos, em problemas. E esses problemas estão na vida dele ou dela, de todos nós como seres humanos, em razão da ignorância. Nós não conhecemos a Verdade sobre quem somos.

Nós estamos apenas reagindo com base nesse conhecimento, experiência, memória, vivência, algo do passado. E, respondendo a esse momento, com base nisso, estamos produzindo conflito, desordem e confusão em nossas vidas, porque a nossa vida nesse formato é uma vida autocentrada, centrada nesse centro ilusório, que é o “mim”.

Nós temos uma sensação ilusória de existir na vida, é a sensação de ser alguém presente dentro da experiência da vida. Esse sentimento, pensamento, sensação “eu”, “mim”, isso é algo dentro de um modelo de reação que vem do passado. Não é real aqui; se mostra aqui como um modelo reativo de memória do passado.

Repare essa afirmação que acabamos de colocar aqui pra você. Estamos dizendo, e vamos colocar de uma forma muito clara: você não é real como o pensamento dentro da sua cabeça diz que você é.

Nós temos a vida acontecendo e temos, também, essa reação que vem do passado acontecendo, nesse corpo, nessa mente, nesse mecanismo biológico, fazendo uso de um pronome, que é o “eu”, tendo um nome próprio, uma história, mas tudo isso é só memória agindo, reativamente interagindo com o momento presente. Repare, estamos tocando aqui em algo fascinante para ser descoberto.

Há uma Realidade, sim, presente, mas não é essa pessoa como você se vê, como o pensamento lhe faz acreditar que você é. Há uma Realidade presente e aqui nós estamos tratando somente disso com você, da importância do Autoconhecimento, da compreensão da Verdade sobre você. Essa compreensão da Verdade sobre você lhe revela que esse “mim”, esse “eu”, essa “pessoa” é uma ilusão, e que a Verdade sobre você está além desse “você”, como o pensamento diz, conta e parece demonstrar o tempo todo.

O nosso propósito juntos aqui é de tomada de ciência de nossa Natureza Divina, da Verdade sobre quem nós somos. Então, quando alguém pergunta: “O que é o Despertar da Consciência?” É o aparecimento, nesse momento presente, d’Aquilo que está fora do que o pensamento conhece.

É nesse sentido que usamos a expressão “o Despertar da Consciência”; estamos falando de algo que é a Real Consciência, não é essa consciência, repare, esse padrão de comportamento, ação, pensamento e modelo de existência desse “mim”, desse “eu”, dessa pessoa, que é o padrão dessa consciência do “eu”, dessa consciência egoica.

Aqui eu me refiro à Verdade da Real Consciência, ao Florescer da Verdadeira Consciência. É nesse sentido que colocamos aqui as expressões “o Despertar Espiritual” ou “o Despertar da Consciência”.

E aí você pergunta: “Mas e essa forma de ser que apresentamos ser, que demonstramos ser, que estamos sempre sendo nesse contato com família, com negócios, com a vida social, profissional, nesse contato com nós mesmos? Você acaba de nos dizer que o nosso modelo de ação é reativo e ele vem do passado. Então, o que é isso? Por que isso se processa dessa forma?” Veja, isso se processa dessa forma porque nós estamos, na vida, norteados pelo modelo do pensamento.

Por isso nós temos aqui uma pergunta fundamental: o que é o pensamento? Nós precisamos compreender o que é o pensamento, porque tudo na sua vida está ocorrendo em razão dessa amostragem do pensamento. Toda essa experiência, conhecimento e vivência em você tem no pensamento sua maior representação.

Tudo que você vê à sua volta é algo que o pensamento desenhou um dia e construiu. Repare como é importante nós termos uma compreensão do que é o pensamento, porque é o pensamento que lhe impulsiona a dizer, a fazer, a não fazer, a agir, a deixar de agir. É o pensamento que posiciona essa sua “particular vida” dentro desse padrão ou dessa condição em que hoje, no momento, você se encontra.

Nós somos movidos pelo pensamento, nossas ações acontecem com base no pensamento. Tudo mais o pensamento está estruturando a nossa volta. As escolhas, decisões, feitos, realizações, tudo isso nasceu do pensamento. Nós temos a ilusão de estar no controle disso tudo. Na verdade, o elemento no controle disso tudo é o pensamento.

O pensamento tem nos dado a ilusão de um pensador por detrás dele. Veja, é o pensamento que nos fala de alguém que “eu sou”, pensando, produzindo pensamentos, realizando ações, tendo o controle delas, fazendo escolhas, e tudo mais.

Então, nós precisamos descobrir o que é o pensamento. O pensamento são reações que vêm do passado, e está criando a ilusão de uma identidade presente aqui. Se não compreendermos o que é o pensamento e como se desfazer desse modelo de pensamento que sustenta esse “eu”, esse “mim”, esse sentimento, sensação, percepção, de identidade presente, permaneceremos dentro dessa velha condição.

Aqui estamos lhe propondo o fim da ilusão sobre quem é você. Uma vez compreendida a verdade desse “eu”, uma vez compreendida a verdade desse modelo de ser alguém, isso termina. Quando isso termina, nós temos o fim desse tempo psicológico. Veja, é nesse tempo psicológico que está assentada a continuidade dessa ilusão, essa ilusão que você tem sobre quem você é.

Uma vez que você acredita que é alguém real na experiência desse instante, alguém que veio do passado está passando por esse momento e caminhando para o futuro. Essa noção de passado, presente e futuro é algo que o pensamento cria e coloca uma identidade presente que é essa imagem, essa autoimagem de alguém dentro da vida, na experiência, com esse sentimento e pensamento: “eu”.

Aqui nesse trabalho nós estamos juntos nos aproximando do fim para essa psicológica condição onde está presente esse tempo psicológico e a ilusão dessa identidade, que é o “eu”, o “mim”, o ego. Então Algo novo surge, e esse Algo novo é desconhecido, é a Presença da Verdade sobre Você.

A Verdade sobre Você é a Realidade de Deus. A Verdade sobre Aquilo que é Você é a Realidade da Vida, sem qualquer separação entre você e esse momento, entre você e aquilo que está aqui presente. Uma vez que temos o fim desse tempo psicológico, onde esse sentido do “eu” está presente, o fim dessa estrutura é o fim dessa vida centrada nesta ego identidade.

Então, com o fim desse tempo psicológico, nós temos o fim dessa estrutura de passado, onde essa particular vida do ego é só uma reação que se baseia no conhecimento, na experiência e nessas vivências passadas. Um modelo cerebral de existir como alguém, um modelo egoico de identidade, particular e pessoal, na experiência, no viver.

Então, o início de Algo novo é a Realidade d’Aquilo que é Deus, na vida. Uma vida de Beleza, de Amor, de Liberdade, de Presença Divina, de Inteligência, livre de todas essas complicações, de todo esse padrão egocêntrico de ser alguém. É isso que temos quando essa Realidade Divina se mostra, quando essa Realidade Divina se Revela.

Então, esse é o nosso empenho aqui juntos. É por isso que nós estamos com você nos finais de semana. Sábado e domingo estamos juntos em encontros online. São dois dias juntos, onde estamos nos aproximando desta Revelação da Verdade sobre nós mesmos e indo além de toda essa confusão que esse sentido do “eu”, do ego representa. Além disso, temos encontros presenciais e, também, retiros em alguns períodos do ano.

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terça-feira, 22 de outubro de 2024

Autoconhecimento: como desenvolver? Meditação Advaita. Importância do Autoconhecimento. Iluminação.

Uma aproximação direta disso tudo o que tratamos aqui, de todos esses assuntos que nós abordamos aqui com você, requer uma visão nova de como aprender. Sim, isso: nós precisamos aprender. A questão é: como aprender?

Para nós aprender é adquirir informações, conhecimentos, experiências e, depois que tivermos essas informações e experiências adquiridas, podemos agir a partir delas. Em geral, é assim o nosso contato com o aprendizado que temos aí fora. Ao menos boa parte do que nós aprendemos, aprendemos assim.

Eu tenho tocado em uma outra forma de aprendizado, um olhar novo de como se aproximar desse assunto aqui. Ele é novo porque as pessoas têm procurado encontrar a Realização de Deus, Iluminação ou o Despertar, nos livros. E aqui eu tenho algo para lhe dizer: você não pode tomar ciência da Verdade de Deus nos livros.

Nos livros nós temos palavras. Palavras simbolizam imagens, imagens de coisas, de lugares, de pessoas, de tudo aquilo que o pensamento reconhece. Mas aqui, quando tratamos da Verdade Divina, não estamos tratando de algo que o pensamento possa reconhecer. Portanto, não podemos encontrar a Verdade nas palavras, nos símbolos e, no entanto, é assim que estamos nos distraindo.

Sim, nos distraindo, porque quando passamos boa parte da nossa vida lendo livros, estudando teorias, conceitos, palavras, nós estamos perdendo um tempo enorme que poderia estar sendo utilizado na observação de nossas reações. Porque é assim que verdadeiramente aprendemos sobre a Verdade de Deus: estudando a nós mesmos, tomando ciência de como nós internamente funcionamos, para irmos além dessa condição de identidade egoica, que vive nesse sentido de separação da Realidade de Deus.

Nós estamos apenas cultivando o intelecto quando estamos estudando teorias, quando estamos lendo os livros. Sim, há uma grande beleza nos livros sagrados, mas esses livros apontam para aquilo que é Você em seu Ser. E se você ler esses livros apenas com o intelecto, você estará apenas trazendo mais conhecimento e informações, palavras, símbolos, imagens sobre essa coisa, mas nada disso é o contato com a Verdade do seu Ser, com a Verdade Divina.

Então, não nos basta estudar teorias, palavras, conceitos. Nós precisamos de um contato direto com aquilo que somos nesse instante, se você aprende a aprender sobre isso. E é isso que estamos fazendo aqui e, também, em encontros online e presenciais. Nós estamos descobrindo o que é aprender sobre nós mesmos.

Veja, Sabedoria não é assunto para filosofia, não é assunto para uma doutrina também teórica ou conceitual, seja no Zen, nos Vedas ou nas Escrituras. A Sabedoria é a ciência da Verdade de Deus. Se há essa Verdade de Deus se revelando, essa vida não é mais essa particular vida do ego presente. Temos a Verdade da Sabedoria. Então, a Sabedoria é um assunto possível para cada um de nós quando a Realidade de Deus se apresenta, se mostra, quando há o fim para a ignorância, essa visão equivocada que esse modelo de intelecto condicionado que nós temos tem da vida.

Assim, todo o cultivo do intelecto, inclusive dentro dessa formação teológica, teórica, conceitual, verbal de palavras, isso ainda é parte do condicionamento, dessa mente condicionada, dessa consciência, que é a consciência egoica. Definitivamente, nós precisamos ter uma aproximação de Deus, mas essa aproximação de Deus requer a presença da investigação da natureza do “eu”, da natureza dessa egoidentidade, para o fim dela. Isso é ter uma verdadeira aproximação de Deus. Isso não pode vir das teorias, isso não pode vir dos livros, não pode vir de ouvir falas ou palestras, isso nasce do Autoconhecimento.

Então, a expressão “como desenvolver o Autoconhecimento” é algo de grande importância quando compreendemos o significado real dessa palavra, assim como da palavra “desenvolver”. Você não pode se aproximar de algo que requer vivência, prática, com crenças, conceitos, idéias, teorias.

É como se ver no espelho. Para se ver no espelho você tem que olhar para o espelho, você jamais vai conseguir se ver no espelho sem estar diante do espelho. Você pode ter até uma fotografia do espelho, mas você não estará lá. Uma fotografia, a fotografia do espelho, é só uma imagem de um objeto, mas você não estará lá. Alguém pode lhe falar desse espelho, lhe dar uma foto dele, mas você terá um contato com a verdade desse olhar para si mesmo quando estiver diante do espelho, apenas quando estiver diante do espelho. Quando encarar o espelho, poderá se ver no espelho. Um conceito de espelho, uma ideia de espelho, uma fotografia do espelho, da moldura do espelho não é se ver no espelho.

Aqui nós precisamos ter uma ciência da Verdade sobre quem somos, e isso só é possível quando você aprende o que é aprender sobre si mesmo. Isso requer um olhar direto para todos esses movimentos internos presentes dentro de você, que são essas reações que surgem, de lembranças, memórias, recordações, onde temos presente os sentimentos, as emoções, as sensações, as percepções. Isso está presente aqui, nesse instante, quando você olha para aquilo que se passa aqui, nesse instante, com você.

Então, esse é o livro, esse é o aprendizado real. A sua aprendizagem a respeito da verdade sobre você é nesse instante. Eu tenho dito isso inúmeras vezes. E é bem proposital essa coisa de estarmos sempre voltando, e precisamos voltar sempre ao básico, porque nós temos um movimento psicológico muito complexo. Agora mesmo, aqui, boa parte de tudo o que foi dito, o seu cérebro, nesse modelo condicionado como nós temos, já editou. Algumas coisas você capturou e outras você desprezou, isso porque nós não sabemos o que é aprender sobre nós mesmos.

Não sabemos, por exemplo, escutar. Aprender sobre si mesmo requer esse escutar. Mas escutar até o fim, acompanhar por completo o som. É como quando você escuta o som de um avião cortando o céu – você já deve ter tido essa experiência –, você acompanha o avião, o som do avião, do início, ele passa, até o fim. Acompanhar até o fim esse som e depois o silêncio se estabelece novamente. Então, primeiro há um silêncio e aí o som começa fraquinho e ele vai aumentando, aumentando, aumentando, aumentando, aumentando e chega num ponto que ele começa a diminuir, e nesse instante ele começa também a desaparecer, até que o silêncio está presente novamente. Isso é escutar.

Quando você se prontifica a escutar um pássaro cantando, ele está cantando e você o escuta. Ele começa a fazer suas notinhas e você acompanha. Veja como é interessante essa aproximação do escutar. Conseguimos escutar um avião, conseguimos escutar um pássaro, conseguimos escutar um assovio, quando ele inicia e ele termina, mas não conseguimos escutar a nós mesmos, nossas reações internas. Não sabemos acompanhar um movimento de pensamento interno surgindo. Há sempre um elemento em nós que interrompe isso.

Quando o pensamento é prazeroso, esse elemento se agarra e flutua nesse sentimento, emoção ou sensação específica daquele pensamento. Se o pensamento é doloroso, de imediato, esse elemento que surge não quer esse pensamento, então começa a lutar contra o pensamento. Fazemos isso de uma forma inconsciente quando vamos, por exemplo, fazer uma outra coisa ou quando começamos a cantarolar ou a procurar outra coisa externamente para ouvir, para abafar aquele som interno daquele pensamento que não queremos presente.

Então veja, nós não sabemos o que é ter uma aproximação desse aprender sobre nós mesmos. Não escutamos nossos pensamentos até o fim. Os sentimentos quando surgem, também não sabemos escutar, as emoções quando aparecem, o modo de perceber, não sabemos tomar ciência disso.

Não sabemos porque estamos sempre colocando um elemento presente nessa experiência. Esse elemento é o “eu”, esse que gosta ou não gosta do que sente, do que pensa, do que vê. Então, há sempre esse elemento, que é o ego, que é o “eu”, que é esse que vem do passado interferindo nessa escuta, nesse escutar o que se passa conosco.

Assim, nunca nos colocamos diante desse espelho de autorevelação do “eu”, desse “mim”, desse ego. O nosso movimento interno é de fuga. Quando a coisa é desagradável ou é de apego, de fixação quando aquilo é prazeroso, o resultado disso é a manutenção ou a continuidade desse elemento, que é o ego, esse sentimento de “eu”, de “mim”, de pessoa presente. Então não há Liberdade.

Nós não temos um movimento de Inteligência, de Presença, de ciência de simplesmente Ser. Isso requer esse escutar, e nós não temos esse escutar. Então, o som do avião, o som do pássaro ou aquele assovio, aquilo não interfere com esse elemento autocentrado, que é esse “mim”, esse “eu”, esse ego. Ele não tem prazer, nem dor nesse som, então ele escuta. Mas esse elemento em nós, que é o ego, vive dentro de um modelo de dualidade; ele está sempre buscando o prazer e sempre tentando se livrar ou se afastar da dor. Então, o prazer ele agarra e se apega a ele, e a dor ele foge e ele rechaça ela.

Assim, não nos conhecemos, não nos compreendemos, então não temos uma ciência da Verdade sobre quem nós somos aqui nesse instante, nesse contato com o outro, com a situação, com o acontecimento, com a experiência. Porque, no ego, estamos dentro desse modelo seletivo de sentir, de pensar, de agir. É todo esse movimento de volição, de querer, de não querer, de buscar mais ou de se livrar. Então, queremos ou não queremos, gostamos ou não gostamos.

Assim, vivemos dentro de um princípio de dualidade, de egocentramento. Não sabemos a Verdade da vida como ela é, como ela acontece, porque estamos sempre fazendo “nossas escolhas” a partir desse centro, que é uma entidade artificial presente dentro da experiência da vida. Vejam como isso é delicado. Essa condição de comportamento é de ignorância, é de ilusão, é de autoafirmação egocêntrica.

“Eu gosto das pessoas que delas eu tenho uma imagem de prazer, porque elas me oferecem, me ofertam, me gratificam com o prazer, eu gosto delas, e eu não gosto das pessoas que não me dão nada ou que quando se aproximam, ao invés de trazer prazer, trazem problemas”. Tudo isso pode parecer muito razoável, e do ponto de vista desse centro, que é o “eu”, sim, é bastante razoável, mas não percebemos que esse movimento é separatista, ele me separa da Totalidade da Vida e faz com que eu me sinta sempre uma pessoa dentro da experiência do viver nas relações. E um detalhe: uma pessoa com medo e, também, carregada de desejos.

Isso é inconsciência da Totalidade da vida, do movimento da vida. Isso é não ciência da Verdade sobre quem somos, porque você não é uma pessoa. Há uma Realidade presente aqui e agora além desse modelo de gostar e não gostar, de ver o outro e de ver a si mesma, a si mesmo, nessa dualidade, nessa separação, onde tem você e o outro, você e o que eu gosto, você e o que você gosta, você e o que você não gosta.

Aqui estamos, com você, lhe mostrando que há uma Realidade presente além desse “você”, desse “eu”, desse “mim”, desse modelo de existência em egocentramento. Isso requer um olhar novo, um novo modo de sentir, de agir, de pensar, de estar em relação com o outro, com a vida, com o mundo à sua volta, mas isso requer que você se aproxime e descubra como internamente você funciona.

Por que as reações são como são? Por que existe esse modelo egocêntrico de ser, onde vivemos dentro de um padrão de acepção de pessoas, de conceitos, pré-conceitos, busca de mais, essa ânsia por querer, essa incompletude de ser, todo esse nível de insatisfação presente e de modelo de relação com o outro, com a vida, com nós mesmos com base nesse centro falso. Tomar ciência disso é ir além disso.

Então, o Despertar de sua Natureza Real é Autoconhecimento. A base é esse Autoconhecimento. Então, floresce a Verdade da Meditação. Aqui estamos lhe mostrando o que é a visão Real da Meditação dentro de uma aproximação da Não dualidade. Então, a visão da Meditação Advaita, do Autoconhecimento que lhe aproxima da Realidade do seu Ser, que é Não dual. Esse é o nosso assunto aqui com você.

Nós temos encontros online que ocorrem nos finais de semana. Sábado e domingo estamos juntos aprofundando tudo isso com você. Então, nesse contato com o Silêncio, com um trabalho direto de Meditação, estamos trabalhando essa visão da Realidade do Despertar da Consciência ou Iluminação Espiritual. Além disso, temos encontros presenciais e, também, retiros.

Agosto de 2024
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quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Despertar Espiritual e relacionamentos | Pensamentos geram sentimentos que geram ações | Autoimagem

Aqui nós temos um único propósito, e o propósito é tomarmos ciência da Realidade Divina, da Verdade sobre nós mesmos. Essa é a ciência de Deus. Uma vez que isso fique muito claro, sem qualquer sombra de confusão, de desordem, de sofrimento, nós estamos diante d’Aquilo que alguns chamam de o Despertar da Consciência ou Iluminação Espiritual. A sua Natureza Verdadeira é a Natureza Divina, é a Natureza de Deus.

Eu quero começar tratando com você dessa questão da vida, onde as ações acontecem. Em geral, nós chamamos de relacionamento aquilo que ocorre entre pessoas. Você nunca diz que está num relacionamento com o carro, ou com o sofá da sua casa, ou com a TV. Nós, em geral, usamos a expressão relacionamento ligado a um contato entre pessoas.

Eu quero tocar nessa questão do Despertar e o relacionamento. Vamos com você aqui olhar de perto isso. Afinal, no que consiste a vida? A vida consiste de ações acontecendo. Então vamos chegar lá nessa questão dos relacionamentos.

A vida consiste em relações. Nós estamos, sim, em relação, desde a manhã até a noite, com objetos. Quando você sai da cama pela manhã, você acaba de romper uma relação com o travesseiro, com o lençol, com a fronha, com a cama. Então se rompe essa relação e novas relações começam a acontecer: é com a escova de dentes, é com o espelho do banheiro.

O nosso contato nesta vida é de relação. E nós fazemos uma confusão entre a beleza da relação com essa desordem e contradição presente naquilo que nós chamamos de relacionamento, que é o que ocorre entre pessoas.

Eu tenho para mim que é fundamental você se dispor a se colocar em uma escuta passiva. Essa escuta passiva é aquela habilidade de apenas escutar uma fala como essa e acompanhar, sem qualquer necessidade de entrar em acordo ou em desacordo com aquilo que você escuta.

Então, a maneira correta de uma aproximação de escuta é que, nesse momento, se torna possível estarmos dentro de uma mesma sintonia, porque podemos acompanhar uma fala sem discordar ou concordar. Isso te coloca numa disposição interna, onde você não está simplesmente ouvindo a fala, mas há um escutar, e nesse escutar não tem aquele que fala nem aquele que escuta.

Então, a verdade do escutar é que quem ouve não interfere, e a fala daquele que fala é só uma fala. Não existe qualquer compromisso de convencimento, de persuasão. Não se trata aqui de você simplesmente acreditar nisso. Não se trata de uma intenção aqui de lhe fazer acreditar. Basta escutar.

Nesse escutar se revela se o que está sendo dito é real ou não. E nenhuma concordância ou discordância se faz necessária. E nenhuma motivação daqui para aí para lhe impingir um nível qualquer de crença se faz necessário. Vamos investigar aqui com você essa questão da ação.

Repare: a comunicação é algo possível quando há essa escuta. Uma vez que estamos dentro de uma sintonia, de um encontro, onde o que está prevalecendo não é o intelecto, e sim o coração, podemos entrar numa profunda comunhão, dentro de uma fala como essa. Então temos, sim, uma aproximação da verdade da ação.

Acabamos de colocar: desde a manhã até a noite, nós estamos dentro de ações acontecendo, ações de relações. Nós não brigamos com o travesseiro, nem com a fronha, nem com o lençol, nem com a escova de dentes, nem com o espelho. Mas na nossa vida, na relação com o outro, com a outra, na relação com pessoas, nós temos transformado em uma qualidade de relação onde está presente o conflito, onde está presente algum nível de disformidade, de complicação, de sofrimento.

Nós chamamos de relacionamento esses nossos encontros. Então, estamos sempre em um contato com pessoas, com o marido, a esposa, os filhos, a família, com o mundo à nossa volta, com esse mundo de pessoas dentro de contatos, de relacionamentos.

Será possível descobrirmos aqui, na vida, uma qualidade de vida que seja de pura relação? Onde tenhamos presente algo além dessa mera condição de associação que temos com pessoas, onde está presente uma vinculação psicológica, onde está envolvido sentimento, emoção, sensação, onde está presente o sentido de uma identidade presente nesse modelo de experiência?

A verdade sobre a vida é que a vida consiste de relações, e nessas relações, ações acontecendo. Mas se nessas ações está envolvido o sentido de uma identidade presente, que é o “eu”, esse “mim”, esse sentimento de pessoa, nesse contato com ele ou ela, a confusão surge, a complicação surge, o problema surge. E surge por quê? Porque estamos colocando dentro dessa ação uma qualidade de pensamento desnecessária. É a qualidade de pensamento que vem de um fundo, que vem de um passado, de uma lembrança, de uma recordação, de anterior relação com ele ou ela.

Com ele ou ela eu tenho já uma ideia de quem ele ou ela é, e com base nisso, o meu contato com ela ou ele é um contato a partir de uma configuração de ideia que tenho. Assim, essa ação, agora, aqui, nesse encontro, não é uma ação livre do pensamento, mas é uma ação organizada, programada, idealizada pelo pensamento.

Quando você olha para um pôr do sol, ou um nascer do sol, ou está diante de um rio, ou em algum nível de contato com a natureza, você sabe que esse contato sempre é novo. Você tem o jardim da sua casa. Pela manhã você se depara com o jardim. Você não tem nenhum problema com o jardim. Você se depara com o pôr do sol, você não tem nenhum problema com o pôr do sol. Você se depara com o rio, ali, sentado, quando vai pescar. Você não tem nenhum problema com o rio.

Em um contato com a natureza, você não tem nenhum problema. Em um contato com esse sair da cama pela manhã, você não tem nenhum problema. O seu contato é um contato de relação, seja com a natureza ou com objetos, como o travesseiro ou a fronha. Não há nenhum problema. E, no entanto, no contato com a esposa, você a vê a partir do passado.

O seu contato com a vida nesse momento é um contato novo, sempre novo, como esse contato com a natureza, como esse contato com o seu travesseiro. Você está num contato novo. Você acabou de romper o contato algumas horas antes, pela manhã, e agora você volta à noite para dormir, e de novo a relação está presente com o travesseiro, com a cama, com a fronha, com o cobertor, e não há nenhum conflito psicológico.

Mas no contato com a esposa, com o marido, com os filhos, com pessoas à sua volta, o conflito está estabelecido, o conflito está presente. Por que o conflito está presente? Porque você a vê, você o vê a partir do pensamento, dessa qualidade de pensamento da qual estou tratando aqui com você.

Nós precisamos tomar ciência da verdade sobre esse modelo de pensamento, que nos coloca dentro de uma relação que não é uma simples e direta relação com o que está aqui, nesse instante. Nós estamos num contato, nessa relação, a partir do pensamento, e o pensamento distorce a realidade do momento, distorce a realidade do encontro.

Ao se deparar com a esposa, com o marido, com os filhos ou com pessoas, não é como se deparar com a natureza. Você está sempre num contato de relação com tudo à sua volta, mas com ele ou ela o seu contato é a partir de imagens que você tem, que você traz do passado. Assim, nossas ações ocorrem dentro dessa condição psicológica, onde está estabelecida a contradição, algum nível de desconforto, de problema, de sofrimento, e isso está presente em razão do modelo do pensamento.

Notem o que estamos colocando aqui. Estamos dizendo para você que é possível, sim, uma vida onde haja uma relação sem a base desse modelo de pensamento onde você gosta dela ou não gosta dela, onde esse movimento de pensamento está acompanhado de sentimento, sensações, emoções. Isso ocorre em razão da forma como você a vê, a partir de uma imagem que o pensamento tem construído sobre quem ela é ou ele é.

Então, nossas ações não são ações livres. São ações que têm a qualidade do pensamento. Reparem que pensamentos geram sentimentos, e esses sentimentos geram ações. Assim, essa ação que tem por base, princípio, motivo o pensamento, são ações que nascem de conclusões, crenças e afirmações que vêm do passado. Então existe esse gostar ou não gostar.

Esse atuar tem por base esse movimento, e esse movimento é o movimento do ego, é o movimento do “eu”, desse sentimento, pensamento de pessoa que eu tenho, sobre quem eu sou. Isso construiu uma imagem sobre quem o outro é, sobre quem o outro representa para “mim”. Assim, as nossas ações são ações egocentradas, produzindo desordem, produzindo sofrimento.

Notem que no contato com as pessoas, nós ficamos cansados delas. Então há esse movimento de gostar e não gostar da mesma pessoa. Notem que internamente estamos em contradição. Nesse modelo de contradição, nosso comportamento está acontecendo.

Será possível descobrirmos a vida livre desse sentido de pessoa que trazemos para as nossas relações? E, portanto, será possível vivermos livre desse modelo de relacionamento como nós conhecemos, para termos um contato com ele ou ela, com a vida, nesse contato com as pessoas, com a mesma liberdade que tenho nesse contato de relação, por exemplo, com a natureza? Será possível uma vida sem conflito, sem contradição, sem desordem, sem sofrimento?

É isso que estamos aqui lhe convidando a investigar. Isso é possível quando você compreende o movimento dessa consciência, que é a consciência do “eu" em você, quando você vai além desse modelo de identidade do “eu”, dessa pessoa, dessa autoimagem, que é a imagem que você tem sobre quem você é. Se isso termina, você não constrói mais imagens das pessoas à sua volta.

O seu contato com ele ou ela não será mais um contato com base no pensamento. Você tem, sim, a lembrança necessária, funcional, prática e objetiva nessa relação. Essa lembrança é como estar diante da natureza e poder se lembrar que ali está o sol, que ali está o rio, que ali estão as flores naquele jardim da sua casa, mas é um contato de lembrança onde não existe o passado. Há só uma constatação do que está presente, mas não tem ali o passado.

O seu contato com a esposa pode ser livre do passado, com o marido pode ser livre do passado, com as pessoas pode ser livre do passado. O seu contato com você mesmo pode ser livre do passado. Um contato nesse nível é a relação, onde o ego, o “eu”, não está e, portanto, esse sentido de separação, de dualidade, “eu e o não eu”, “eu e ele”, “eu e ela”, “eu e o mundo”, não está presente.

É a partir desse elemento, que é o sentimento, pensamento “eu”, que surge essa separação. E se essa separação está presente, o que temos presente é um nível de contato não de simples e direta relação, porque temos esse elemento psicológico, que é o ego, que é o “eu”, que é essa autoimagem, traduzindo esse contato já no nível de busca de alguma coisa, de cobrança de alguma coisa. Então o desejo está presente e o medo está presente.

Aqui estamos com você investigando a Verdade do Despertar Espiritual e essa ilusão desse modelo de relacionamento. Quando há o Florescer de sua Natureza Divina, que é a Verdade do seu Ser nesse instante, o seu contato com o momento é novo, não é algo que vem do passado. Notem que parece que já ficou claro aqui o que foi colocado. Essa sua prontidão de apenas escutar já lhe mostrou isso.

O seu contato com o quarto é novo, o seu contato com o espelho pela manhã é um contato novo, mas o contato com a esposa ou marido, com base no pensamento, algo que vem do passado, de dentro de você, está transformando esse contato em algo velho, sem a beleza, o frescor, a naturalidade, o encanto do momento.

Você nunca vê o mesmo pôr do sol, você nunca vê o mesmo nascer do sol. Pela manhã é um novo nascer do sol e à tardezinha você está diante de um novo pôr do sol. Assim, esse contato com o mundo à sua volta, onde as pessoas estão presentes, pode ser um contato assim, se o ego não está. Então nós temos uma qualidade de ação totalmente diferente. Uma ação livre do passado e, portanto, livre da dependência psicológica que o pensamento introduz em nossas relações.

Esse é o nosso assunto aqui com você. Estamos lhe propondo o fim do “eu”, o fim do ego, uma vida livre de contradição, de sofrimento, onde o Amor está presente na relação. Então, sim, nossos relacionamentos não são mais os velhos relacionamentos com base no antigo modelo do ego. Estamos diante de Algo novo.

Então, esse é o nosso assunto com você aqui com você. Fora isso, nós temos nossos encontros online ocorrendo nos finais de semana. Sábado e domingo estamos juntos em um contato com o Silêncio, em um trabalho direto com a Meditação e, através de perguntas e respostas, podemos trabalhar isso juntos.

Fora isso, temos encontros presenciais e, também, retiros, que ocorrem em alguns períodos do ano. Se isso que você acabou de ouvir é algo que faz sentido para você, fica aqui o convite.

Julho de 2024
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terça-feira, 15 de outubro de 2024

Advaita Vedanta | Atenção Plena Mindfulness | Sobre saúde mental | Moksha significado

“O que você tem a nos dizer sobre essa questão da saúde mental?” Bem, vamos ver uma coisa aqui. O que é que entendemos por problemas, por sofrimento ou conflitos de ordem psicológica? Veja, aqui estamos lidando com estados da mente. É a mente, nesses diversos estados, dentro desse modelo conhecido, que apresenta essas diversas condições de sofrimento psíquico. Então, nos falta a Verdade da mente livre, da mente serena, da mente quieta, da mente silenciosa.

A mente, como ela funciona na maioria de nós, é a mente da desordem, do problema, da confusão e do sofrimento. Esses diversos estados internos em que nós nos encontramos, como ódio, raiva, medo, favorecem quadros psicológicos ou, assim chamados, transtornos psíquicos bastante conhecidos. Nós temos o caso da ansiedade, da depressão, da angústia, dessa dor desse vazio existencial.

Então, nós estamos vivendo uma vida sem a Liberdade dessa quietude, silêncio, serenidade, porque a mente está vivendo dentro desse modelo. O padrão é de autocentramento egocêntrico, o padrão é de ausência de real compreensão de como a mente funciona, de como o pensamento, o sentimento e a emoção se processam dentro de cada um de nós.

Naturalmente, isso é o elemento determinante do sofrimento, do problema, dessa desordem e confusão mental. Podemos romper com isso tomando ciência da Verdade d’Aquilo que somos fora desse sentido egoico, egocentrado de ser? Sim! Mas sem a ciência disso é impossível. De alguma forma, em algum nível, estaremos sempre que carregar conosco ou suportar em nós essa condição.

A tragicidade disso é que, em nossas relações, nós estamos colocando isso presente. Então as pessoas com quem nós convivemos estão compartilhando, diretamente ou indiretamente, dessa desordem psicológica que eu sou, que eu represento na relação com ele ou com ela.

Na vida, nós estamos para descobrir a Verdade d’Aquilo que somos, para descobrir essa ciência de Ser Real Consciência. Essa consciência que nós temos, essa consciência que nós conhecemos, que nós reconhecemos em nós, que outros reconhecem em nós, não é a natureza do seu Ser. Essa é parte da estrutura da mente egoica.

O que é essa mente egoica? É a mente que tem por princípio o modelo do condicionamento de cultura, de sociedade, de história humana. Aqui nós temos mostrado a você que Acordar é sair dessa condição psicológica de sofrimento psíquico, de desordem, de conflitos e problemas ligados a essa condição de inciência da Verdade, ligados a essa condição de consciência do “eu”, de consciência egoica, de consciência mental, como nós conhecemos. Então, isso é o Despertar Espiritual.

Algumas pessoas perguntam: “Para você, qual é o significado da palavra Moksha?” Veja, essa é uma palavra dentro do hinduísmo. Na verdade, isso não tem tanta importância, mas é uma palavra que o significado dela aqui seria exatamente essa Liberação dessa psicológica condição de sofrimento psíquico, de desordem emocional, de conflito existencial, de ausência do “eu”. A palavra Moksha significa Liberação em vida.

Então, podemos ir além desse modelo de conhecimento que temos de vida para algo totalmente inédito, desconhecido, fora desse modelo, onde, de fato, existe sanidade mental; onde, de fato, existe a beleza de uma mente livre, quieta, serena, que funciona com Inteligência; onde não existe mais esse modelo de desejo, medo, apego, inveja, ciúme, ambição, raiva, ódio e, naturalmente, carregando todo esse peso de ansiedade, depressão, angústia.

Notem, são mais de trezentas as formas de transtornos de ordem psicológica presentes no ser humano e já catalogadas. Mais de trezentas! Então, aqui teríamos que ficar esse texto inteiro só falando nomes. Mas, notem, tudo isso é apenas o resultado dessa condição psicológica de identidade, onde o sentido do “eu” se vê separado de Deus, separado da vida, se vê separado do outro, levando a ilusão de uma vida separada da Realidade, nesse egocentramento. Essa é a condição da dualidade.

Esse é o assunto principal aqui: a questão da Advaita. Isso é direto do Vedas, é a visão da Não dualidade, da Não separação. A palavra Advaita é a Não dualidade. Há milênios os sábios já falam desse estado possível para cada um de nós, de Realização, dessa Liberação, que é Moksha, que é a ciência da Vida sem esse centro, que é o “eu”, que é o “ego”. Então a expressão é Advaita. Isso é direto da Vedanta.

Aqui a pergunta é: como podemos ter uma aproximação real disso? Acordando. E Acordar requer que você descubra o que é observar sem o observador. Vamos entrar agora com você, aqui, num assunto fascinante. Quando você escuta alguém, você escuta a pessoa ou você está apenas ouvindo o que ela está dizendo? Reparem, há uma diferença. Quando você olha para alguém, você está vendo ou está apenas diretamente em um olhar para esse alguém?

Há uma diferença entre olhar para esse alguém e estar vendo esse alguém. Ver esse alguém a partir da ideia que você tem dele ou dela é estar numa direta relação com uma projeção de uma ideia, de uma crença, de um conceito que você faz sobre ele ou ela. Em geral, é assim que nós nos comportamos em nossas relações. Nós estamos vendo as pessoas, mas estamos vendo as pessoas sempre assim, a partir desse “eu” que olha, desse observador.

Então, há um novo modo de observar sem o observador, que é o olhar. É quando você não se importa com o que está vendo, porque está ciente, nesse olhar, de um novo modo de perceber sem o ego, sem o “eu”, sem o observador. É isso que nós precisamos descobrir na vida: como aprender a se relacionar com ele ou ela, sem esse ver, sem estar vendo, ou seja, sem estar fazendo essas considerações a partir desse ego, desse autocentramento, desse “mim”.

Quando fazemos isso, nós estamos lançando mão de uma velha estrutura de condicionamento de cultura humana, de sociedade humana, de história humana, que é a autoimagem. A minha relação com a esposa, com o marido, com os filhos, com o mundo à minha volta é a relação de quem está vendo essas coisas. Esse ver requer a presença de um observador que se vê separado para aceitar ou rejeitar, para gostar ou não gostar dele ou dela, disso ou daquilo. Assim, todo esse nosso comportamento a partir desse ver é egocêntrico, centrado no “eu”.

Aqui estamos lhe convidando para o Acordar, para a Realização da Verdade do seu Ser, isso é aquilo que a expressão significa. “Qual é o significado de Moksha?” É essa Liberação em vida. É descobrir o que é estar em contato com o momento presente sem esse “eu”, sem esse centro, sem esse observador. Então temos um olhar. Não esse ver, e, sim, o olhar. Temos o observar.

Aqui nós estamos lhe convidando a descobrir o que é ter esse olhar. Nós não temos um olhar claro, límpido, cristalino, luminoso, porque estamos sempre olhando a partir de um fundo. Esse fundo é esse elemento que vem do passado para gostar e não gostar das coisas a partir daquilo que ele tem aprendido sobre ele ou sobre ela.

Veja, nós não temos um contato com o outro com a liberdade de lidar com ele ou com ela sem o cultivo desta autoimagem em nós e, portanto, com a liberdade de não criarmos imagem do outro. Nós não temos feito isso. Nós cultivamos uma autoimagem e estamos também tendo uma imagem dele ou dela, é isso que estamos fazendo nesse modelo de relação, onde estamos aprendendo a sustentar essa identidade egoica.

Haverá uma outra forma de vida onde podemos, de verdade, aprender? E aqui aprender é exatamente desaprender isso. É liberarmos de nós mesmos, momento a momento, essa autoimagem e, portanto, qualquer imagem do outro. Isso é possível quando nós colocamos nesse momento essa Atenção.

O que é essa Atenção Plena? É a liberdade de olhar sem o observador; é a liberdade de olhar a partir desse cérebro quieto, livre, silencioso, que não estabelece conflito nem problema na relação, porque não olha vendo, apenas olha. Não existe esse olhar a partir do observador, é só o observar, é só o olhar, é só o contato com ele ou ela sem esse centro, sem esse “eu”, sem esse ego, sem essa autoimagem. Isso requer a presença dessa Atenção.

Precisamos aprender a desaprender esse modelo de vida nesse existir do “eu”. Veja, nós não estamos em contato com a vida na Beleza da Existência como ela é. Nós estamos num contato com a vida a partir desse existir do “eu”, como ele se determina ser, como ele procura ser. Então, ele destoa da Realidade da vida, porque ele está sempre vendo o mundo – e é “vendo” mesmo – a partir do seu fundo, do seu próprio modo específico, egocêntrico de olhar.

Nós estamos dizendo para você, estamos mostrando para você que, sim, é possível uma vida onde está presente a Beleza da Existência, não desse mero existir egocêntrico como o ego se comporta, onde está presente esse modelo de vida egocêntrica e, portanto, centrada em problemas.

Enquanto o sentido do “eu”, do ego estiver presente, jamais haverá sanidade, porque não há serenidade, não há quietude, não há silêncio. Há uma profunda desordem psicológica presente, em razão desse comportamento nesse padrão de atividade egocêntrica, onde não estamos lidando com a vida, com os fatos e se aproximando para descobrir a Verdade sobre isso.

Estamos sempre traduzindo, interpretando, avaliando, julgando, comparando, aceitando e rejeitando a partir desse centro falso, que é o ego. Isso explica todos esses transtornos psíquicos, toda a forma de sofrimento psicológico, toda essa confusão que tem se tornado nossas vidas nesse modelo de meramente existir como pessoa. Uma vida centrada no ego, uma vida centrada no “eu”. Isso faz sentido para você?

Será possível, nesta vida, tomarmos ciência de Algo além disso tudo, dessa Realidade Divina? Uma vida altamente inteligente, em grande percepção, com um profundo senso de Amor nas relações, de Liberdade nos relacionamentos. Isso requer em você a ciência de Deus. Esta ciência de Deus é a ciência da Verdade sobre você. Se isso está presente, Você é uma Benção, Você é a Luz., Você é a presença da Graça e do Amor, exatamente porque não tem esse “mim”, não tem esse “eu”, não tem esse sentido de “você” presente.

Há Algo presente, mas não é mais esse “mim”, esse “eu”, esse sentido de “você”, de egoidentidade. Você nasceu para realizar Isso nesta vida, tomar plena ciência dessa Realidade Divina. Então, esse é o nosso empenho, esse é o nosso trabalho aqui com você. Estamos trabalhando juntos a questão do Despertar.

Algo muito maior do que esses textos são os nossos encontros online nos finais de semana. Sábado e domingo, estamos juntos através de perguntas e respostas e tendo um contato direto com a ciência da Meditação, com a Revelação do Autoconhecimento e, podemos, então, olhar para isso juntos.

Julho de 2024
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quinta-feira, 10 de outubro de 2024

Advaita Vedanta | O que é Kundalini? | Como alcançar a Iluminação Espiritual | Energia Kundalini

A vida de quase todos nós tem se mostrado bastante desinteressante. Então existe uma busca do ser humano para algo além disso, dessa sua insatisfação, dessa infelicidade. Há uma procura por essa coisa chamada infelicidade, uma mera reação a esse estado, na verdade, psicológico de insatisfação, que denominamos infeliz. Assim, o ser humano tem se aplicado a uma procura por algo além disso.

Aqui estamos trabalhando com você a respeito da Verdade do Despertar da Kundalini, da energia da Kundalini. Reparem, aqui nos deparamos com algo que o pensamento tem imaginado, tem produzido dentro desse formato de mito. Nós não compreendemos a Verdade sobre a Kundalini. Nós não compreendemos o que, de fato, é Kundalini, o que, de fato, é o Despertar da Kundalini, e qual é a verdade desta energia presente.

Assim, as pessoas têm imaginado muitas coisas a respeito da Kundalini. Nós desconhecemos o que é Kundalini, desconhecemos o que é o Despertar da Kundalini. Então, estamos usando expressões, mitificando e mistificando essa coisa chamada Kundalini.

Há todo o tipo de, assim chamadas, vivências em torno de práticas, nessa intenção desse Despertar, que é algo dentro desse espetacular movimento imaginário do pensamento. Nós precisamos compreender a Verdade sobre o que é Kundalini, e temos que desmistificar isso, retirar o mito dessa expressão.

Kundalini é uma palavra que nós pegamos emprestada do oriente e que, na realidade, é sinônimo dessa Divina Presença nesse corpo e que, de fato, ao Despertar, opera uma mudança profunda e radical nesse organismo, nesse mecanismo. Essa mudança traz um Natural Estado de Ser, livre daquilo que nós conhecemos como sendo nós mesmos nesse modelo de vida que nós conhecemos.

Precisamos distinguir a Verdade dessa Consciência em nós e esse modelo de consciência que conhecemos em nós mesmos. O modelo que conhecemos em nós mesmos como consciência é essa consciência da mente, é a mente consciente, onde existe um padrão de comportamento, onde existe a ideia de um “eu” separado, presente na vida, mas separado dela, presente na experiência, mas separado da experiência. É isso que nós conhecemos como consciência em nós. Esse modelo de consciência presente em nós é a consciência do “eu”.

Aqui, uma aproximação da Verdade d’Aquilo que é Você representa o Despertar de sua Natureza Essencial. A Verdade dessa Natureza Divina presente é Kundalini. Então, percebam: Kundalini é simplesmente sinônimo de Consciência, Real Consciência em nós. Essa Real Consciência em nós é a natureza do Amor, da Paz, da Liberdade, da Felicidade, daquilo que a vida representa nesse momento quando o sentido do “eu”, do “ego” não está presente.

Então, a verdade dessa Consciência Real é Ser, é Felicidade, é a Consciência. Outra coisa aqui é a compreensão de que, quando tratamos dessa energia da Kundalini, estamos apenas falando dessa energia vital da Kundalini. Repare que o seu corpo precisa de alimentos. Esses alimentos se transformam em energia nesse mecanismo, nesse organismo.

Essa energia, que vem dos alimentos, fica disponível para todo esse processo psicofísico nesse organismo. Essa energia é a energia disponível para a mudança que se faz necessária nesse corpo, que se processa com o Despertar da Kundalini. Portanto, percebam isso: essa energia da Kundalini é a energia presente nesse mecanismo, nesse organismo vivo, que quando fica envolvida com esse processo de mudança, essa Presença Real da Kundalini é ativada.

Então, nós temos usado expressões como: ativação da Kundalini, energia da Kundalini, o Despertar da Kundalini, mas o que o pensamento tem construído em torno disso é um mito. Estamos lidando com algo que o pensamento também está mistificando. Há muita ilusão a respeito do que é esse Despertar, do que é esse Florescer dessa Presença Real Divina aqui, nesse instante.

Quando há o Despertar da Kundalini, quando essa Consciência Real assume esse espaço, porque ela tem a Liberdade para assumir esse corpo e essa mente, quando isso se processa, nós temos o assentar de um Estado em você, que é o Estado Natural. É esse Estado Natural que alguns chamam de o Despertar da Consciência Espiritual.

Veja o que estamos esclarecendo aqui para você. Precisamos retirar completamente da expressão Kundalini toda essa mistificação, tudo aquilo que é ilusório a respeito desse simples e natural Estado de Ser, livre do “eu”, livre do ego.

Portanto, não se trata de uma experiência, assim chamada, espiritual, não se trata de um contato com algo místico ou de um mundo paralelo ou um contato com extraterrestres. Aqui se trata da ciência da Verdade de Ser, naturalmente, livre do ego, livre desse sentido de dualidade, de separação.

As pessoas perguntam como alcançar a Iluminação Espiritual e o que é Kundalini. Repare, estamos tratando exatamente da mesma coisa, desde que isso seja compreendido. De outra forma, estaremos dentro de uma grande viagem, numa fantasia produzida pelo pensamento, tendo experiências extrafísicas ou, assim chamadas, místicas ou espirituais e confundindo isso com a Realidade de Ser, com a Realidade da ausência do sofrimento, do medo, dos desejos, de toda a complicação que o pensamento formula, cria e sustenta dentro dessa mente egoica.

Então, notem, esse é o assunto abordado por nós aqui. Estamos tratando com você da Advaita, da visão da Advaita Vedanta, da visão da Não dualidade, da Não separação, dessa constatação de sua Natureza Divina, de sua Natureza Essencial, da Realização d’Aquilo que é Você quando usamos expressões como Kundalini, como Meditação, como Iluminação Espiritual ou Despertar Espiritual.

Estamos usando expressões bastante conhecidas para aqueles que estão em busca ou na procura de alguma coisa fora dessa condição, que é a condição monótona, tradicional, repetitiva, tediosa, que tem sido a vida do ser humano em sua condição psicológica de insatisfação, de contradição e, naturalmente, de sofrimento. Mas essas expressões, aqui nós colocamos de uma forma muito clara. Estamos apontando para o fim do “eu”, para o fim do ego, para o fim desse padrão de dualidade.

Nesse padrão de dualidade tem você tendo experiências, então, existe a experiência ocorrendo e você tendo experiências, guardando essas experiências e avaliando novas experiências a partir da memória de antigas experiências. Assim, há sempre esse movimento de separação entre o experimentador e a experiência. Quando há o fim do experimentador, a Realidade daquilo que está presente é o experimentar a vida, sem o sentido da dualidade. Isso é Advaita, isso é o Despertar Real da Kundalini.

Quando usamos expressões como Real Meditação, estamos falando da Meditação nesse sentido. A ciência da visão Real da Meditação, dessa ciência da Real Consciência, que é a ciência dessa Presença. Quando essa energia, que é Kundalini, que é essa Consciência, começa a operar uma mudança nesse organismo, nesse mecanismo, opera uma mudança no corpo, em toda essa mecânica cerebral, nas próprias células cerebrais.

Essa mudança é uma transformação nesse mecanismo, nesse organismo. É exatamente como você faz quando você tem um computador e precisa formatar; ele precisa passar por uma mudança, então ele é formatado.

Aqui estamos falando de uma mudança psicofísica nesse mecanismo, nesse organismo, em razão de um processo real, profundo. Nesse sentido, o Despertar é algo científico, mas é de uma ciência fora desse âmbito do conhecido. Estamos falando da mudança de todo o modo de pensar, de sentir, de agir.

Nós precisamos aprofundar essas questões aqui, tomando ciência da Verdade daquilo que nós somos. Por isso, nossa ênfase aqui está na importância da Verdade do Autoconhecimento. A importância desse Autoconhecimento, da Verdade sobre isso, assim como, da Verdade sobre a Meditação. Estamos tendo um contato com Aquilo que está fora do conhecido. O contato com Isso é o fim para esse conhecido.

Quando há o fim para aquilo que é conhecido, como consciência do “eu”, consciência mental, consciência egoica, temos a Presença desta Verdadeira Consciência, que é Kundalini. Uma Inteligência Real assume esse espaço, o espaço desse corpo e dessa mente. A Realidade do seu Ser se Revela como Compaixão, Liberdade, Sabedoria, Verdade, Inteligência. Então, estamos diante de Algo desconhecido, de Algo fora desse modelo de existência comum.

O trabalho aqui consiste em tomarmos ciência de todo esse processo, de como isso se processa, essa Realização se mostra. Isso é o fim do “eu”, é o fim do ego, é o fim desse padrão de comportamento egocêntrico. O nosso trabalho aqui consiste em tomarmos ciência disso, nesse instante.

Nós estamos vivendo dentro de uma condição onde o modelo de vida, de existência comum, é o modelo da dualidade, é o modelo da separação e, portanto, o modelo da contradição. Então estão presentes todos os quadros internos lincados a essa insatisfação, a essa incompletude, a essa condição psicológica que esse sentido do ego tem, que esse sentido de separação carrega.

Nós aqui temos trabalhado com você questões do tipo: como vencer o medo, como superar o medo, como ir além da ansiedade, da depressão, da angústia, desses diversos quadros de sofrimento presentes no ser humano; presentes em razão dessa consciência egoica, dessa consciência em dualidade. Então, há você e Deus, há você e a vida, há você e o outro, há você e essa experiência ou aquela experiência. Nessa separação, está estabelecido o medo, a contradição, o conflito, o sofrimento.

Quando aprendemos a ciência do Autoconhecimento, quando descobrimos o que é olhar para esse instante sem esse que olha – que é o “eu”, que é esse fundo que vem do passado, que é o observador –, essa energia, que é a própria energia que antes era desperdiçada por esse padrão de dualidade, de separação, que antes estava sendo desperdiçada dentro do conflito entre, por exemplo, desejos opostos, do medo, da preocupação, dessa agitação interna, quando agora há essa Atenção sobre o movimento do “eu”, essa energia fica disponível para uma mudança nessa estrutura, nesse mecanismo, nesse organismo. Essa energia é a energia da Kundalini.

Repare, isso ocorre dentro de um processo natural. Quando há, naturalmente, essa disposição de um olhar livre do ego, de um perceber livre desse centro ilusório que vem do passado. Então, é assim que se processa o fluir, esse acontecer do Despertar da Kundalini. Algo possível para cada um de nós nesta vida.

É isso que estamos propondo aqui para você, trabalhando aqui com você. Para esse propósito, nós temos encontros online que ocorrem nos finais de semana. Sábado e domingo, ficamos disponíveis para investigar isso com você através de perguntas, respostas e nesse contato com o Silêncio, com a Revelação da Meditação.

Julho de 2024
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terça-feira, 8 de outubro de 2024

Autoconhecimento como desenvolver. Meditação Advaita. Como meditar forma correta. Fugas psicologia.

Como meditar de forma correta? Porque vocês têm escutado essas falas e achado bastante curioso, e para alguns, bastante estranho também. Há uma certa estranheza quando vocês nos escutam falando sobre a Meditação, porque, em geral, o pensamento que temos sobre meditação é de uma coisa que você faz, que você realiza, que você pratica.

Veja, estamos sempre voltando a temas e a assuntos aqui que, a nosso ver, são fundamentais. Então, nós percebemos a importância de voltarmos a esses assuntos, de aprofundarmos esses assuntos, para que, de fato, possamos ter uma compreensão deles. Essa perspectiva, por exemplo, da compreensão que nós temos, em geral, é equivocada.

Para nós, compreender alguma coisa significa entender aquilo a nível intelectual. Reparem o equívoco presente dentro dessa proposta. Você não pode entender algo porque intelectualmente se aproximou daquilo. Ou, esse entender intelectual até pode estar presente, mas isso não é compreensão.

A compreensão é a visão direta daquele assunto. Não é a percepção ou a aproximação indireta daquilo, como em geral nós fazemos quando fazemos o uso da fala. Então, você escuta uma palestra e sai dali com um entendimento do assunto, mas esse entendimento é intelectual. Não há compreensão. Só haverá compreensão quando diretamente esse assunto não for mais uma teoria.

Assim é essa questão da Meditação. Talvez você me diga: “Não, mas a questão da meditação é que eu pratico a meditação”. Sim, você pratica a meditação, mas essa é a meditação onde o elemento “eu" está presente na prática. É isso que temos que investigar aqui com você, que é o que nós temos feito em todas essas falas que causam estranheza para alguns.

Você não tem como ter um olhar direto – veja, não é indireto, mas direto, completo – para esse assunto da Meditação sem a vivência do que isso representa. E a prática da meditação, que em geral as pessoas praticam, é aquilo que elas estão presentes dentro da própria prática, e Meditação não é isso. A vivência da Verdade da Meditação é a presença da Meditação. Só há ela, não tem alguém presente na Meditação.

Vamos explorar isso aqui com você. Vamos ter logo como princípio uma coisa aqui. A nossa ocupação aqui é de nos aproximarmos da compreensão e não do mero entendimento intelectual de um dado assunto, de um certo assunto. E esse assunto aqui, nesse momento, é a questão da Meditação.

Se você pergunta como meditar da forma correta, é necessário que você compreenda que a Meditação é a ciência de simplesmente Ser, e isso não está presente quando a ideia de alguém presente em uma execução prática, em uma ação, dentro de um certo movimento, está acontecendo. Porque esse alguém está separado desse movimento ou dessa execução ou dessa ação.

Assim, a Verdade sobre a Meditação é que não há meditação enquanto o meditador está presente, porque a Meditação é algo que está presente como pura Consciência, como puro Ser, como ciência do que É, e isso é a ausência da dualidade. Por isso que a Verdade da Meditação é Advaita, como temos colocado.

A Real Meditação é ter uma aproximação desse momento sem o elemento que se separa, que é o “eu”, o ego. Portanto, é a ausência do meditador. A presença da Verdade da Meditação é a ausência do “eu” na experiência. Não se trata de uma ação, não se trata de um fazer, não se trata de um realizar, porque há uma separação entre esse que realiza e aquilo que está sendo realizado, entre o que está sendo feito e alguém nesse fazer.

Assim, é um equívoco toda essa preparação para o exercício de uma prática meditativa. Então, você se coloca numa disposição de controle do pensamento, ou da emoção, da respiração. A crença comum é que o corpo tem que estar em uma condição em que ele silencie para a meditação acontecer. Isso pode parecer razoável, mas não é de um corpo quieto que você precisa, e sim de um cérebro quieto.

É possível que você aquiete o cérebro. E quando você aquieta o cérebro pelo esforço, por uma prática, o corpo se aquieta. E, nesse momento, você entra num estado diferente de consciência do “eu”. Na verdade, é um estado de consciência mental diferente. Então há um certo silêncio, há uma certa quietude.

A qualidade dessa quietude, desse silêncio, será determinada pela prática. Mas haverá uma relação direta entre essa quietude e silêncio com a prática, uma dependência. Assim, estamos diante de algo que funciona mecanicamente. Temos um silêncio alcançado por uma mecanicidade, temos uma quietude alcançada por uma mecanicidade, por uma técnica, uma prática, isso é algo mecânico. Então, há um executor, há um elemento presente na execução disso, que é o “eu".

Aqui a nossa ênfase está na ciência da Meditação, que é Ser pura Consciência. Não está presente o meditador. Isso dispensa uma técnica, dispensa uma prática, dispensa essa mecanicidade, onde o cérebro se aquieta, onde a mente se aquieta – ela é, na verdade, aquietada. Eu sei que isso soa estranho para a maioria das pessoas nesse movimento de busca por essa Realização.

Veja, a grande verdade é que nem isso realmente existe para a maioria das pessoas. Elas se envolvem numa prática de meditação na tentativa de encontrarem um alívio para essa pressão psicológica, para essa pressão sentimental, emocional, de pensamentos, onde elas estão ansiosas, deprimidas, angustiadas, preocupadas, estressadas, e, assim, elas se envolvem com uma técnica ou prática de meditação com esse propósito.

Então, a cada dia se criam novas técnicas ou práticas, e isso resulta em um silêncio ou uma quietude mecânica que desestressa, acalma, tranquiliza, mas nada disso, nenhuma dessas práticas ou desse envolvimento com esse modelo de exercício, assim chamado, místico, esotérico ou espiritual, tem algo a ver com a Realização do Despertar da Consciência. Porque a Verdade do Despertar da Consciência requer Autoconhecimento.

É o Autoconhecimento a base para a Revelação do seu Ser, de sua Natureza Verdadeira. E o Autoconhecimento é a constatação dos seus motivos, razões, medos, desejos, preocupações, anseios, receios, problemas. E isso você constata no viver. É no dia a dia, é a cada momento, no contato de nossas relações, que isso é percebido.

Você percebe o estresse enquanto está trabalhando, você percebe a ansiedade dentro do relacionamento com ele ou ela, ou numa relação com um futuro, algo que você espera, aguarda. É sempre no contato com o viver, instante a instante, que nos deparamos com tudo isso, e não quando nos sentamos, cruzamos as pernas e recitamos um mantra, uma frase ou colocamos uma música suave. Esse ambiente está preparado para a quietude e para o silêncio.

Então você procura um lugar onde não possa ser perturbado, onde não tenha barulhos externos. Nesse momento, o cérebro se aquieta, o corpo relaxa, mas você está longe do seu dia a dia, do viver comum. Você não está num contato com amigos do trabalho, ou com o exercício da profissão, ou na relação com a família, ou com o marido, ou com a esposa, ou com os filhos. Então, não existem fatores externos de estresse, nem internos, para serem percebidos de estresse, num ambiente separado, num ambiente preparado para essa, assim chamada, quietude ou silêncio, que você chama de prática de meditação.

A Meditação é algo presente agora, quando suas reações são vistas na relação com ele, com ela, com o trabalho, com o pensamento que surge sobre o futuro ou sobre o passado. A Meditação está presente agora, quando, nesse instante, você descobre o que é não colocar a presença desse elemento que avalia, compara, aceita, rejeita, julga, gosta, não gosta do que está presente aqui, nesse instante; quando você não coloca o observador, o experimentador, esse “eu”, esse ego, aqui, nesse instante, enquanto dirige o carro, enquanto fala com alguém, no momento em que um pensamento surge ou uma emoção aparece;

Então, esse é o contato com a Verdade da Meditação, é aqui, é agora, nesse momento. Então, a Meditação não é algo separado do viver. E é no viver que você descobre a vida acontecendo sem o “eu”. Então, esse viver, que é a vida sem o “eu”, é a Meditação. É como quando você olha para um prédio. Aquele prédio está em pé, mas antes dele ser erguido, uma estrutura foi construída, uma base foi colocada para a construção daquele edifício.

Aqui a base, a estrutura é o Autoconhecimento. E o Autoconhecimento não se separa da vida, do viver. Nesse contato com o marido, com a esposa, com o patrão, com os funcionários, com as contas no final do mês para pagar, com as situações pendentes para serem resolvidas, com todos esses fatores de ansiedade, de estresse, de preocupação, de aborrecimento, de contrariedade, aqui você está num contato direto com a base para o Autoconhecimento.

Então, Autoconhecimento ocorre simultaneamente quando sabemos o que é a Verdade do Autoconhecimento. Como desenvolver o Autoconhecimento? É isso que nós precisamos compreender. Veja, não é uma técnica. É a ciência dessa Consciência aqui. É isso que traz o aprofundamento dessa questão da Liberdade que reside nessa base. A base é o Autoconhecimento. A Liberdade está na ciência dessa visão da Não separação, da Não dualidade.

Meditação tem tudo a ver com a Advaita, a Verdade da Meditação. Então, quando você pergunta: “Como desenvolver o Autoconhecimento?” Aqui e agora, tomando ciência do movimento do “eu” nas relações. Reparem, isso é a base para a Meditação. Qualquer outra técnica ou prática ou fórmula para a meditação são mecanismos de fuga. Isso é bastante conhecido em psicologia.

Tudo o que o ser humano tem feito é fugir, é procurar escapar da ansiedade, do estresse, do nervosismo, do medo. E um dos mecanismos é, também, a prática do relaxamento, do silenciar o pensamento a partir de uma técnica de respiração ou de repetição de mantra ou algo do tipo. Isso não tem nada a ver com o Florescer de sua Natureza Verdadeira, porque isso não tem nada a ver com a Verdade do Autoconhecimento.

A base para a Meditação é o Autoconhecimento. Então, essa é a importância do Autoconhecimento, porque o Autoconhecimento lhe dá a base para a Realização do seu Ser, para a Verdade da Meditação. É isso que estamos trabalhando com você aqui.

Nós precisamos nos livrar de todos esses mecanismos de fuga psicológica, de todos esses mecanismos de fuga conhecidos dentro da psicologia. E essa busca de uma técnica ou prática para escaparmos desses estados será só um escape temporário. Isso pode se mostrar de uma forma maravilhosa, a princípio, mas isso não tem nada a ver com a Realização. Isso não tem nada a ver com o Florescer da Sabedoria, da compreensão de Deus, que é a compreensão da Verdade do seu Ser, que é a Consciência Real, que é a Felicidade Real, que é a Paz Real, Amor Real.

Julho de 2024
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quinta-feira, 3 de outubro de 2024

Autoconhecimento: como desenvolver? | Como alcançar a Iluminação? | Importância do Autoconhecimento

Aqui nós temos um propósito. O propósito é, naturalmente, lhe comunicar algo. É compartilhar com você algo. O primeiro ponto aqui é que não estamos compartilhando ou comunicando a você algo que é apenas teórico, verbal, conceitual. Nós estamos compartilhando a Verdade possível nesta vida, a Realização para você.

O único real propósito nesta vida é a ciência da Realidade d’Aquilo que é Você em sua Natureza Real. Portanto, se trata de você e de sua Realização nesta vida. Assim, nós temos um propósito juntos aqui: é olhar diretamente como aprender sobre isso.

Na vida, nós podemos aprender de algumas formas. Existem assuntos que, primeiro você tem deles uma aproximação teórica, intelectual, através de palavras ou de símbolos, sendo colocados, por exemplo, em um quadro branco. Então você tem uma forma de se aproximar desse aprendizado teoricamente, simbolicamente ou verbalmente, para depois ter um contato direto com aquela coisa dada, de uma forma prática, vivencial.

E existem outras coisas que aprender sobre elas requer, antes de tudo, um contato já direto com aquilo. Reparem, nós estamos aqui compartilhando com você algo possível de ser aprendido. Mas nós temos que descobrir como aprender esse assunto. E, com certeza, não é tendo uma aproximação intelectual, verbal ou de palavras, como nós temos tentado.

A maioria das pessoas que se envolvem com essa, assim chamada, busca pela espiritualidade ou pela Verdade Divina acreditam que podem acessar isso pelo intelecto, pelas palavras, então elas se envolvem com a leitura de livros. Aqui nós estamos discutindo isso com você, questionando, na verdade, essa postura, que é a postura do buscador.

Há diversos assuntos aqui que podem soar, para a maioria das pessoas que entram em contato com nossas falas aqui, como assuntos controversos, porque nós temos uma nova maneira de abordar esses assuntos. Exatamente porque a aproximação dessa Realização de Deus, ou Iluminação Espiritual, ou Despertar da Consciência, essa visão da vida sem o sentido de separação ou dualidade é algo que só pode ser compreendido quando nós aprendemos a aprender sobre isso.

Então, toda a nossa ênfase aqui está em lhe mostrar como se torna possível esse aprender. E, necessariamente, temos que voltar a essas falas de novo e de novo e de novo. Temos que estar sempre voltando, porque esse assunto aqui não é tão simples, porque envolve uma mudança de ordem psicológica em cada um de nós. E o nosso modelo psicológico de ser é complexo.

Essa complexidade psicológica que temos, nesse sentido do "eu", do ego, faz com que um assunto como esse não seja simples para ser estudado, para ser investigado. E, além disso, essas palavras não são suficientes. Então, esse é um grande erro da maioria das pessoas. Elas querem descobrir a Verdade de Deus, a Verdade Divina, a Realidade do seu próprio Ser nos livros, dentro de um conjunto de palavras, numa floresta de conceitos verbais, de ideias.

As pessoas passam muito tempo de suas vidas lendo livros a respeito disso, dando ainda mais condicionamento a esse intelecto condicionado que nós temos. Esse assunto aqui requer exatamente o fim desse condicionamento intelectual que trazemos.

Por isso, precisamos de uma nova aproximação desse assunto. Então não é pelos livros, não é pelas palavras, não é pelas falas que essa Verdade se revela. É quando aprendemos a aprender sobre nós mesmos. É quando descobrimos como aprender sobre isso.

Então, nós temos coisas que precisam de uma base teórica. A base teórica desse assunto aqui, eu tenho para mim que a maioria daqueles que já estão aqui lendo esse texto já conhece. Porque a maioria de vocês já leu muitos livros. Alguns de nós já leu dezenas, centenas de livros sobre o Despertar, a Realização. Já tivemos acesso às Escrituras Sagradas, à Bíblia, ao Bhagavad Gita, ao Alcorão, ao Tao Te Ching, a diversos outros livros.

Assim, nós já lemos muito sobre isso. E, no entanto, essa Realização ainda não está presente. E por que ela não está presente? Porque nós não sabemos, de verdade, aprender sobre isso. E aqui a nossa ênfase é lhe mostrar como ter uma aproximação desse aprender. Aprender sobre isso requer um olhar novo, vivencial para esse movimento interno em você, que é o movimento do "eu", que é como o pensamento se move dentro de cada um de nós.

Então, isso aqui, essa aproximação nossa aqui, tem tudo a ver com a Verdade do Autoconhecimento e como desenvolver isso. Essa palavra “desenvolver” é algo que a gente tem que se aproximar dela também com um certo cuidado. Nós precisamos de um trabalho direto, mas precisa ser prático para que essa compreensão da Verdade sobre quem nós somos se mostre.

Por isso, nós temos enfatizado aqui a importância do Autoconhecimento. Mas aqui usamos a expressão “Autoconhecimento” não no sentido da filosofia, da psicologia ou de qualquer outra ciência que envolve essa questão do comportamento humano. Usamos aqui essa expressão no sentido de uma Revelação da Verdade sobre o “eu”, sobre o ego. E só podemos tomar ciência disso vivencialmente, não intelectualmente, teoricamente, conceitualmente. Então, os livros não nos ajudam.

Então, o que é esse aprender? É um novo aprender, não é acumulando conhecimento, informações, para depois fazer uso disso. É algo que está presente agora, aqui, nesse instante, quando aprendemos a olhar para o próprio movimento do “eu”, desse “mim”, desse ego.

Como disse agora há pouco: os exemplos são muito básicos e simples, mas essa aproximação requer algo muito maior de cada um de nós. Para nos aproximarmos de um assunto como esse, precisamos dessa simplicidade que, em geral, nós não temos, em razão desse modelo psicológico de pensamento, sentimento, emoção, de como nós funcionamos dentro desse contexto de cultura, de sociedade e de mundo, porque nós temos uma mente condicionada, um cérebro condicionado.

Então, eu quero tocar aqui num exemplo do que é esse aprender. Algumas pessoas passam uma vida inteira sem aprender a dirigir um carro, sem aprender a andar de bicicleta, e não há nenhum problema nisso. Elas entram num carro, mas tem alguém para dirigir para elas. Elas andam em uma garupa de bicicleta, mas alguém assume o guidom. Então, não há nenhum problema em não saber dirigir um carro, nem em andar de bicicleta.

Agora, reparem como é delicado aqui a nossa situação. Na vida, sem a visão da Verdade sobre você, tudo complica. Ninguém pode dirigir esse carro levando você, nem levar você na garupa da bicicleta dele ou dela. A Verdade da Revelação de Deus, da Revelação de sua Natureza Verdadeira é uma autodescoberta, e ninguém pode fazer isso em seu lugar.

A maioria das pessoas passa uma vida inteira também sem essa visão da Realidade sobre quem elas são. O resultado disso é a ignorância. Nós não sabemos a Verdade sobre quem nós somos, e ninguém pode nos dar isso, ninguém pode nos comunicar isso. Ninguém pode ser feliz em nosso lugar, ter Paz em nosso lugar, viver o Amor em nosso lugar, a Liberdade em nosso lugar, a ciência de Deus em nosso lugar.

Viver a vida e se deparar com o fim desse corpo, desse sonho de mundo, nessa, assim chamada morte: ninguém pode fazer isso em nosso lugar. Então nós precisamos, sim, da Verdade do Autoconhecimento.

Então, como desenvolver o Autoconhecimento? Qual será a Verdade dessa questão do Autoconhecimento, a importância disso? Quando isso está presente, você está vivendo em Sabedoria, vivendo em Amor, em Paz, em Liberdade, dentro dessa ciência de Deus, numa relação com o outro, com você mesmo, com a vida em Felicidade.

Tudo aquilo que o ser humano procura ou busca, fora dessa visão da Verdade sobre quem ele é, é totalmente falso, é totalmente ilusório. Então, não podemos dispensar essa questão de aprender sobre nós mesmos. E um detalhe sobre andar de bicicleta: a gente não lê livros sobre isso. Dirigir um carro: a gente não lê livros sobre isso.

Como aprendemos a dirigir um carro? Você se dispõe a se sentar exatamente ali, onde o motorista se senta. Você se coloca ali e o volante está diante de você, e alguém lhe diz: “Olha, são três pedais” – isso no carro manual. “Você está vendo esse pedal da esquerda? É a embreagem. Você está vendo esse do meio? É o freio. E o da direita é o acelerador. Aqui do seu lado direito, você tem a marcha.”

Em geral, isso é um padrão praticamente para todos os carros. E se você aprende a dirigir aqui, aprende a dirigir em qualquer lugar do mundo. Mas é ali que você aprende a dirigir, você não lê livros sobre isso. É ali sentado, com alguém do seu lado explicando: “Vamos devagar, essa é a primeira marcha, segunda marcha”, e o carro começa a se mover. Essa ciência da Realidade do seu Ser é a visão de Deus, ninguém pode lhe dar essa visão.

Aqui nós estamos lhe mostrando os pedais e lhe mostrando que o volante não morde. Você pode ter uma aproximação com o volante, ele não vai morder suas mãos. Então, você precisa ter uma aproximação com esse veículo, com a Verdade sobre você, como sua mente funciona, o que é o pensamento, o que são as emoções, as sensações, o modo de perceber, de sentir, de viver. Compreender esta vida é compreender o fim dela, nessa, assim chamada, morte.

A compreensão da Vida Real é o fim dessa ilusão de estar vivo e passivo de morrer. Aqui se trata do Florescer de sua Natureza Divina. Não se trata de simplesmente dirigir um veículo. Trata-se de compreender a Verdade sobre você, sobre o outro, sobre o mundo, sobre Deus.

A beleza desses encontros aqui é que nós estamos nos familiarizando com essa arte de aprender sobre nós mesmos. Então há uma compreensão direta da Verdade do Autoconhecimento e da Meditação. Descobrir a Verdade sobre si mesmo é, nesta vida, ir além do sofrimento, da ignorância, dos problemas, para uma vida em Felicidade.

Então, quando as pessoas têm perguntas sobre como alcançar a Felicidade, notem, alcançar a felicidade é algo no tempo. Isso é como querer estudar a teoria enquanto que a realidade desse Despertar ou Iluminação está agora, aqui. Não está na teoria, está na vivência. Você descobre como esse carro anda quando você aprende como fazer uso dos pedais, como fazer uso das marchas, como segurar o volante e manter ele na direção certa.

Então, como alcançar a Iluminação Espiritual? É isso que estamos tratando aqui com você, mas de uma forma direta, vivencial, na prática. Você não aprende a dirigir lendo livros, nem a andar de bicicleta lendo livros. Você sobe na bicicleta, a gente abaixa o selim e coloca um capacete, um equipamento de segurança.

Ou não, alguém segura a bicicleta e pede para você pedalar, e vai soltando você. Leva alguns minutos, mas isso requer a sua presença em cima daquele veículo de duas rodas. Você precisa descobrir o que é o equilíbrio, isso é você que faz quando pedala, quando confia e pedala.

A Realização de Deus requer uma aproximação direta de um trabalho como esse, porque há algo presente nesses encontros que lhe coloca numa condição interna de confiança, de possibilidade da Realização desta Graça. Então, de fato, você aprende o que é aprender sobre isso. O elemento fundamental nesses encontros não são as palavras, mas é o poder desta própria Graça Divina.

É isso que estamos trabalhando aqui com você, lhe convidando a se aproximar desta Graça. Muitos de vocês estão lendo esses textos, e isso é maravilhoso, mas há algo muito maior que isso. É o poder desta Graça e desta Presença se revelando dentro de encontros online, encontros presenciais e retiros. Então, quero aqui deixar esse convite para você.

E se isso que você acabou de ouvir faz sentido para você, se de fato você quer ir além da teoria, dos conceitos, das palavras, ir além dos livros para de fato descobrir o que é aprender sobre si mesmo diretamente na vivência, no experimentar direto disso, fica o convite.

Junho de 2024
Gravatá-PE
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