Aqui nós estamos juntos investigando a verdade dessa ciência da compreensão daquilo que nós somos. A tomada de ciência disso é aquilo que aqui nós colocamos como Autoconhecimento. No entanto, essa aproximação, aqui, a questão do Autoconhecimento talvez seja um pouco diferente dessa abordada dentro da psicologia.
Aqui nós estamos nos aproximando da verdade dessa ciência desse estudo de nós mesmos, e não da aplicação de alguma técnica para nos ajustarmos a um padrão, a um formato, a um modelo de comportamento, como, em geral, alguns abordam essa questão do autoconhecimento.
Aqui estamos falando de uma ciência que nasce da auto-observação. Descobrir esse movimento psicológico de ser, tomar ciência desse movimento. Não é para fazermos algo com isso. Uma vez que você tome ciência de uma forma direta, aprendendo o que é a ciência da Meditação, percebe que essa ciência da Meditação é parte dessa ciência do Autoconhecimento.
A própria aproximação da Meditação requer uma aproximação onde haja um olhar direto para aquilo que esse “eu” psicológico, esse modelo do ego representa. E basta esse olhar para que uma ação nova ocorra. Aqui o interessante é descobrir que esta ação se processa de um modo muito direto, completo, único, sem a intervenção da vontade, do querer, da volição do próprio “eu”.
É isso que estaremos abordando aqui com você. Precisamos ter uma aproximação de nós mesmos de uma forma muito direta. Assim, o Autoconhecimento é de fundamental importância, e é isso que nós abordamos aqui, trabalhamos aqui com você: a importância do Autoconhecimento.
A aproximação do olhar sem esse centro, que é o “eu”, é um olhar livre daquele que vê, daquele que observa, daquele que está presente e se vê separado daquilo que está vendo. Então, há uma nova forma, sim, de nos aproximarmos daquilo que nós somos. Estudar isso é estudar a nós mesmos.
Não se trata de algo que você, teoricamente, intelectualmente, disso se aproxime. É necessário ter uma aproximação direta, vivencial, real disso. É assim que você tem a revelação da ideia que você faz sobre quem você é.
Em geral, as pessoas se envolvem com a questão do autoconhecimento para ajustarem essa ideia que elas fazem sobre quem elas acreditam ser. A esse ajustamento, há um novo padrão, há um novo modelo de pessoa, é o que elas chamam de autoconhecimento.
Aqui estamos descobrindo juntos o que é ter uma visão dessa pessoa. Uma visão dessa pessoa, tomar ciência do que essa pessoa representa. Não se trata de um ajustamento dessa pessoa a um novo modelo de comportamento. Essa pessoa é a ideia que você tem sobre quem é você. Essa ideia é uma imagem que você formou sobre si mesmo.
Quando você toma ciência dessa imagem, você pode se livrar dessa imagem. Uma vez livre dessa imagem, você está livre desse “eu”, desse ego. Porque aquilo que você é como pessoa não passa de uma imagem. Sim, exatamente isso. O que quer que você esteja sentindo nesse você, esse você é uma crença sobre você, nesse sentir dentro de uma relação com o outro, com a vida, com o que acontece.
Aqui já tocamos na questão da separação. Tem a pessoa e a sua experiência, a pessoa e o seu relacionamento: esse é o modelo da dualidade. Uma aproximação desse estudo de nós mesmos nos leva além dessa dualidade, porque nos leva além desse centro, que é o “eu”, o ego, que é a pessoa, que é essa autoimagem.
Então, esse centro, esse “eu”, esse ego, na relação, seja com pessoas, com objetos, com lugares, com situações, com circunstâncias, com ele mesmo, com os pensamentos que se processam dentro de nós mesmos, tem esse “eu” e o pensamento, tem esse “eu” e o sentimento: isso é a dualidade.
Aqui nós estamos juntos investigando isso, o fim para essa dualidade. Então, é um dos assuntos de grande relevância aqui com você. O fim para essa dualidade é o surgimento da Advaita, a não dualidade. A palavra Advaita significa a não dualidade, “o primeiro sem o segundo”. Isso é direto dos Vedas, é direto da Advaita.
Nós precisamos ter uma aproximação da vida sem esse ego, sem esse “eu”, então ficamos com a vida como ela acontece. Percebam a beleza disso. O fim do ego aí, desse “eu” aí, dessa autoimagem aí – reparem, é uma autoimagem presente, é a imagem que você tem sobre quem é você –, isso é o fim da dualidade.
Essa condição psicológica de ser alguém te coloca numa condição interna. Esse ser alguém é essa autoimagem, é esse “eu”, é esse ego – é nesse sentido que nós usamos aqui essa expressão “ser alguém”. Isso lhe coloca numa condição onde você fica tentando resolver os problemas dentro dos relacionamentos. Então você tem problema com o mundo, problema com a vida, problema consigo mesmo, problema com o outro.
As pessoas têm perguntas do tipo: “Como lidar com um narcisista?” Nós queremos lidar com o outro, sem antes termos uma compreensão de como nós, internamente, funcionamos. Repare, o outro tem uma imagem sobre quem ele é, e essa imagem lhe faz viver naquele formato em que ele está vivendo ou ela está vivendo.
Não só ele ou ela que é bipolar, que é narcisista, que carrega esse ou aquele quadro já diagnosticado ou não. O ser humano, enquanto carrega essa autoimagem, esse sentido do “eu” presente, que é o ego, está vivendo uma condição psicológica de desordem, de confusão mental, de sofrimento, de insanidade. Nesse sentido, a neurose é algo comum a todos, a desordem psicológica é algo comum a todos.
Podemos nos livrar disso? Uma vez livre dessa autoimagem, livre desse “eu”, desse ego, há uma profunda Liberdade presente. A presença do seu Ser – reparem, isso não é a presença do “eu”, do ego, é a presença de Deus –, é o Ser Divino, é o Ser de Deus. Isso não carrega problemas e não carrega qualquer dificuldade em lidar com o outro, porque não existe o outro. Esse sentido do outro está dentro dessa projeção do sentido do “eu”, do ego.
Nós precisamos ter uma aproximação da vida sem essa autoimagem, sem esse ego. Então, essa aproximação da vida, requer a presença da revelação de si mesmo. Tomar ciência desse si mesmo, desse movimento que opera nessas relações, a ciência disso realiza uma ação natural de eliminação dessa condição psicológica de ser alguém. Isso é o fim da autoimagem, isso é o fim do ego. É a Realidade deste Ser.
Assim, a nossa visão dentro do Autoconhecimento, aqui estamos tratando com você da importância disso, porque toda essa mente inquieta presente em você, essa inquietude, se desfaz, essa inquietude desaparece. Essa é a forma de lidar com uma pessoa narcisista.
Essa pessoa está lá fora ou essa pessoa está dentro de cada um de nós? É possível nos relacionarmos com o outro sem a imagem que fazemos dele, tendo uma plena ciência da desordem que se encontra aqui, nesse instante? Compreendendo a desordem em si mesmo, há uma compreensão da desordem fora de si, no outro.
A beleza desse Despertar da Consciência é o fim dessa mente inquieta, dessa mente tagarela. Também, isso é o fim da dificuldade de lidar com a vida, porque a dificuldade de lidar com a vida é algo que está presente quando há esse modelo de separação, onde tem você e a vida, onde tem você e o outro, onde tem você e os seus pensamentos e os seus sentimentos, que são desordenados, conflituosos, inquietos, problemáticos.
Reparem a nossa abordagem aqui, o que estamos investigando com você. O que estamos propondo para você é o fim da ilusão, da ilusão dessa identidade presente na vida, no viver, nesse instante.
Observe que a imagem que você tem sobre quem você é, o modelo de representação psicológica de ser, que você traduz isso dentro da experiência, que você demonstra isso dentro da experiência, esse modelo de ser que se demonstra, que se apresenta, que está nessa relação, reparem, não há um contato real, é um contato entre imagens. Você tem uma imagem dele ou dela, ela tem uma imagem de você. Então é um contato entre imagens.
Podemos criar ajustamentos entre imagens. Em geral, as pessoas estão usando esses expedientes, mas isso tudo são truques que não resolvem o problema. As pessoas passam anos de suas vidas numa relação, no casamento, na família, em lidar com o mundo à sua volta, mas dentro dessa estratégia. Tudo o que o ego pode fazer é se ajustar.
Aqui, o nosso empenho, o nosso interesse é outro. Estamos lhe propondo o fim para o “eu”, para o ego, para esse modelo de autoimagem, uma vida livre do passado. Porque, reparem, é o passado que traz a experiência que foi para, nesse momento aqui, fazer uma leitura disso que aqui está, disso que aqui acontece.
Quando você se encontra com a esposa, você está trazendo dela uma imagem de todos os momentos que viveu ao lado dela, ou do marido, ao lado dele. Os momentos de prazer, de dor, de carinho, afagos, ajustes de ideias, mas também os momentos de crítica, de palavras duras, amargas, de distratos. Então, está presente o momento de prazer e dor na relação, isso está sendo ressuscitado aqui nesse contato, de novo e de novo, algo vindo do passado.
Aqui estamos lhe propondo o fim do passado, que é o fim do experimentador, que é o fim do ego. Isso é o fim da autoimagem. Será possível uma vida livre do ego e, portanto, livre do que foi? Livre dessa noção do que será, do que poderia ter sido? Então, estamos eliminando esse tempo, que é o tempo que o pensamento constrói. Esse tempo é eliminado quando o “eu”, o ego, não está mais presente.
É nisso que consiste esse nosso trabalho aqui. Estamos abordando com você esse assunto do Florescer, esse assunto da Realização, esse assunto do Despertar da Consciência, ou qualquer nome que você queira dar para isso. Estamos falando basicamente da Realização de Deus nesta vida, do fim dessa desordem, do fim dessa confusão.
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