terça-feira, 30 de julho de 2024

Ansiedade e depressão | Condicionamento psicológico | A mente condicionada | Tempo psicológico

Enquanto se mantiver presente em nós a ideia dessa separação entre a vida acontecendo e a ideia de alguém aqui, na vida, nesse formato, irá se manter a contradição, a separação, a dualidade e, portanto, toda forma de conflito, de problemas, de desordem, de sofrimento.

Nós aqui estamos abordando com você, tendo um novo olhar nessa abordagem para a vida. Então, se aproximar da vida abordando a realidade dela requer que investiguemos essa questão fundamental, que é a questão do "eu", da pessoa como você se vê na vida, como você a representa para si mesmo.

A sua forma de olhar para a experiência presente é a partir de alguém na experiência. Quando você olha para alguma coisa, você olha a partir desse você. Isso parece natural e, no entanto, está presente uma ilusão, e não tomamos ciência da presença dessa ilusão e, por isso, nos mantemos na ignorância.

Aquilo que está sendo visto, está sendo visto por alguém – pelo menos essa é a ideia que temos. Na verdade, nós temos a presença do olhar, do perceber, desse ver. Veja, isso é algo que está presente, sim, na experiência, isso é a experiência. No entanto, nós não temos um observador separado e à parte nessa observação. Veja, é aqui que está presente a separação, a dualidade.

Quando você vê algo, há uma observação. No entanto, psicologicamente, esse “você” não existe. Nós passamos uma vida inteira nessa confiança, nessa segurança, nessa certeza, nessa convicção. É uma crença: a existência de uma entidade presente na experiência sendo o experimentador, sendo o observador, separado daquilo que está sendo observado, daquilo que está sendo experimentado.

Reparem como é simples, no entanto, nós não pegamos isso, não percebemos. E se torna fundamental nós termos uma compreensão disso. A observação requer a presença de uma única realidade aqui. Nós não temos duas partes na observação. Vejam como é simples: observação é observação. Nós é que temos dividido a observação entre o observador e a coisa observada: aqui está a separação.

Diante de um som, há só o escutar, mas nós colocamos um elemento para ouvir e um outro elemento para produzir o som. Veja, estamos diante de um único fenômeno do ponto de vista psicológico. Do ponto de vista psicológico, só existe a experiência, não há o experimentador; só existe a observação, não existe o observador; só existe o escutar, não existe alguém no escutar.

E por que a compreensão disso é fundamental para o fim de toda essa desordem, confusão, sofrimento e problemas que temos? Porque isso é o fim dessa ilusória presença do ego, do "eu", desse "mim", na vida, aqui e agora.

Como lidar com a ansiedade e depressão? Veja, é uma questão, mas nós temos como essa diversas outras questões: como lidar com o medo, com o conflito que os desejos estabelecem em nossas vidas?

Observe que todos esses estados internos de problemas que temos dentro de nós mesmos, e também presente em nossas relações com o mundo, com o outro, com todos à nossa volta, tudo isso está presente em razão da ilusão desse centro, desse "eu", desse ego, desse elemento que se separa e que se move na vida de uma forma egocêntrica, centrada, sempre, nela mesma.

Essa entidade, que é o "eu", o "mim", o ego, está vivendo nessa dualidade, nessa separação, nesse egocentramento. Isso sustenta a confusão. Está presente a ambição, a inveja, o ciúme, o medo. Toda desordem psicológica em nós se reflete em nossas relações. Então, essa vida particular do "eu", essa vida particular da pessoa, dessa personalidade, é a vida dos problemas, é a vida da confusão, é a vida da desordem, é a vida do sofrimento.

As pessoas não percebem que, psicologicamente, estão se vendo como entidades, como pessoas particulares, com vidas particulares e se movendo particularmente nesse autocentramento. Elas não percebem. Não percebemos isso. Temos uma mente ansiosa, uma mente tagarela, uma mente preocupada.

Todos esses diversos estados internos que nós conhecemos, e conhecemos muito bem, são algo que estamos lidando com isso já há trinta anos, quarenta, cinquenta, sessenta anos. Se você tem noventa anos, você está lidando com isso há noventa anos. No entanto, isso não é novo.

Essa é a história humana, é a história da humanidade. Há milênios o ser humano vem vivendo nesse sentido do "eu", do ego, desse "mim" e, portanto, nessa condição de separação. Vou repetir: uma separação psicológica da vida, a introdução desse padrão psicológico na existência, na vida.

A vida como acontece é o que ela é. No entanto, psicologicamente estamos introduzindo na vida, em razão desse formato estabelecido pelo pensamento, pelo sentimento, pela emoção, pela forma particular de sensação, de percepção desse centro, desse ilusório centro, desse particular centro, desse falso centro, que é o "eu", esse movimento interno dessa consciência, que é esse movimento de pensamento na vida.

Então, nós temos isso que aqui está presente como sendo isso que é: é nisso que se constitui a vida do "eu". Então, o que é a vida da pessoa? Isso que é. E o que é isso? Problemas, sofrimento, a questão da ansiedade, da depressão, da angústia, as diversas formas de temores presentes.

Podemos descobrir a vida livre de tudo isso? A vida de fato como ela é, sem esse padrão que o intelecto condicionado, que a mente egoica tem constituído como sendo isso que se mostra, isso que se apresenta. Então, isso que se apresenta é, na verdade, aquilo que é para o "eu", para o "mim", para o ego. Podemos ir além disso que é, descobrindo a vida real como, de fato, ela é quando o "eu", o ego, não está presente.

Aqui o trabalho consiste em tomar ciência desse padrão de ser alguém, disso que é, olhar para isso. É quando a Verdade se revela. Então, a nossa mente como nós conhecemos, como estamos vivendo, precisa ser vista. A mente precisa se tornar ciente do seu próprio movimento, do seu próprio modo de atuação, de operação, de funcionamento, porque ela está produzindo essa condição de vida particular para esse "mim".

Uma vez que a mente comece a se tornar ciente dela própria, cônscia dela mesma, é possível que algo novo surja. Uma direta compreensão da mente requer um olhar onde a mente se torna cônscia dela mesma, ciente dela própria, de todo o seu próprio movimento. Nesse instante, a mente silencia e esse padrão de dualidade, de separação é desfeito.

Então ficamos com a vida acontecendo realmente como, de fato, ela é, sem mais esse elemento, que é o "eu", o ego, se envolvendo com isso. Então nós temos o fim para essa condição psicológica de ser alguém, se vendo separado da vida, porque nesse momento se estabelece o Silêncio da ausência da mente egoica. Nesse Silêncio se revela a Verdade Divina, que é a verdade do seu real Ser.

Esse formato de separação, de dualidade, é algo que se assenta nessa condição psicológica de ser alguém, em razão da presença do pensamento se movimentando dentro de cada um de nós, dentro de um processo de condicionamento psicológico, que há milênios vem se repetindo. Notem que isso ocorre em razão da ausência dessa atenção sobre esse movimento de condicionamento psicológico.

É isso que estamos trabalhando aqui com você, lhe mostrando que precisamos de um descondicionamento psicológico. Precisamos de uma quebra de continuidade desse modelo, onde o pensador é aquele que se vê separado do pensamento, onde o observador se vê separado do objeto observado, onde o experimentador se vê separado da experiência.

Então há um fim para essa psicológica condição desse sentido do "eu", do "mim", do ego. Temos um cérebro novo, uma mente livre. Todo o seu Ser está presente nessa única e real Presença, sem qualquer separação. Não estamos mais vivendo numa condição psicológica e particular, a partir de um centro egocêntrico que se move nesse pensamento condicionado, nesse cérebro condicionado, nessa mente condicionada, onde existe toda essa noção equivocada de passado, presente e futuro.

Reparem, tudo isso faz parte do movimento do pensamento dentro de cada um de nós. É um padrão de condicionamento. Olhar para si mesmo e se ver como alguém que veio do passado, está vivendo esse momento e caminhando para o futuro, e mantendo tudo à sua volta como parte de uma experiência para o experimentador, algo sendo visto por um observador.

Reparem como isso é importante, porque os pensamentos estão presentes, os sentimentos estão presentes e, enquanto houver esse sentido de dualidade, que é esse "eu", pensando esses pensamentos, sentindo essas emoções, estará dentro de uma particular visão, onde estará acreditando, onde estará sempre se envolvendo com os pensamentos, se envolvendo com as emoções, dentro de um ponto de vista particular, centrado no "eu", no ego, nesse observador, que vive nesse gostar ou não gostar, que vive nesse querer mais ou querer menos da experiência, daquilo que aqui se mostra. Então, isso estabelece a divisão e, naturalmente, o conflito.

Será possível uma mente livre do "eu", do ego e, portanto, desse modelo de separação entre pensador e pensamento, observador e coisa observada, experimentador e experiência? Será possível um coração livre, uma mente livre desse modelo de tempo psicológico? A ansiedade, a depressão, o tédio, a dor da solidão, os diversos conflitos internos presentes no ser humano estão presentes em razão desse modelo de pensamento, nessa ideia de tempo.

Tudo isso nós temos investigado aqui. Ansiedade é tempo, depressão é tempo, pensamento é tempo. Reparem que tudo isso vem do passado, se mostra nesse momento, falseando a realidade desse instante. Aqui neste momento não há medo, não há espaço para ansiedade, para depressão ou para angústia, porque esse momento é um momento completo quando o pensamento não está. Quando ele não está, não existe o tempo.

Se nós não temos o pensamento, nós não temos o tempo. Se não temos as imagens que vêm do passado, que são pensamentos, que são tempo, aquilo que está presente aqui é a ausência da mente egoica, desse movimento, que é o movimento do "eu", que está sempre nos situando dentro dessa condição, onde está presente esse sofrimento psíquico, que é o movimento do pensamento, aqui aparecendo, sem ser visto, sem ser compreendido e, portanto, sem ser finalizado.

Assim, esse é o nosso assunto aqui com você. Estamos trabalhando o Despertar da Consciência, de sua real e verdadeira natureza nesta vida. Isso é o fim para o sofrimento, é o fim para a ansiedade, para a depressão, para a mente ansiosa. Essa é a Verdade sobre aquilo que é Você. Eu me refiro a essa Iluminação Espiritual, o despertar de sua Natureza Divina.

Junho de 2024
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quinta-feira, 25 de julho de 2024

Busca pela espiritualidade | Como vencer os traumas do passado? | Como meditar de verdade? | Advaita

Aqui nesses encontros, nós temos tratado com você de diversas questões, todas que dizem respeito à verdade da Autorrealização, à Realização d’Aquilo que nós somos, a esta Realização Divina. E hoje eu quero trabalhar com você essa questão da busca.

Há em cada ser humano uma procura, um anelo, um anseio, uma busca por algo além daquilo que têm sido as nossas vidas. Alguns identificam essa busca como a procura ou a busca pela espiritualidade. Mas quando nós nos aproximamos dessa palavra, “espiritualidade”, o que nós percebemos é que a mente humana tem muitas ideias a respeito do que ela representa.

Assim sendo, as pessoas estão nessa, assim chamada, busca pela espiritualidade, procurando alguma experiência, algum contato com algo fora da rotina, do tédio, da repetição, da continuidade que têm sido a vida delas. Mas qual será essa verdade da busca? O que, afinal, estamos buscando?

A meu ver, a verdade dessa busca, para a maioria das pessoas, é aquilo que está presente em razão de um nível interno de não conformidade, de não estabelecimento, de não aceitação dessa condição em que elas se encontram. Ocorre isso em razão de um nível profundo de insatisfação. E aqui nós temos que investigar essa questão da insatisfação, e ver se, de fato, existe a possibilidade de encontrarmos essa, assim tão sonhada, realização de satisfação nessa busca da espiritualidade.

A maioria das pessoas terminam procurando antes no mundo, na busca do preenchimento de uma realização externa, nessa experiência com realizações externas. Cansadas disso, elas começam a se voltar para essa, assim chamada, busca pela espiritualidade. E, no entanto, essa, assim chamada, busca espiritual ou pela espiritualidade é, ainda, a busca da substituição do estado de vida em que elas se encontram, que é de insatisfação, por alguma coisa que possa preenchê-las.

Portanto, há uma busca de preenchimento, de satisfação, de realização, na tentativa de se completar, de se sentir feliz, de se sentir em paz, em liberdade, em amor, em completude. Aqui nós estamos vendo isso com você, dizendo claramente que nós não podemos continuar dentro desse modelo, nessa tentativa de substituir algo que temos, que estamos vivendo no momento, por algo que queremos viver depois, alcançar depois, ou algo que temos e que precisamos nos livrar disso ou substituir por alguma outra coisa.

Nós precisamos ter um olhar direto para essa condição, que é a condição da insatisfação. Perceber esse elemento presente na insatisfação. Qual é esse elemento que está insatisfeito? Observe, não se trata daquilo que está faltando ou daquilo que aqui está presente que não nos dá a satisfação que nós desejamos, e, sim, esse elemento presente que está infeliz, que está insatisfeito.

Assim, o que, na verdade, estamos buscando? É o fim da insatisfação ou a compreensão do que a insatisfação representa? Reparem que é algo totalmente diferente. A busca para o fim da insatisfação com uma substituição é algo diferente da compreensão direta da insatisfação para o fim dela.

Compreender a insatisfação é, na verdade, compreender esse elemento que está infeliz, que está insatisfeito. E procurar algo para preencher e para pôr fim a essa insatisfação, na realização de alguma coisa, é apenas procurar uma substituição. Então, notem que é algo completamente diferente daquilo que estamos propondo aqui para você.

Aqui não se trata de encontrar alguma coisa, não se trata de se livrar de alguma coisa que nos deixe infeliz ou encontrar alguma coisa que possa nos deixar felizes. Aqui se trata da compreensão da verdade sobre a infelicidade presente naquilo que "eu" sou. Nada na vida, no mundo, em qualquer realização, seja alcançando algo ou seja se livrando de algo que irá lhe fazer feliz.

Observe que o que nós chamamos de felicidade está nessa sensação de estar feliz. Então, quando você se sente feliz, você está em felicidade. Agora, por quanto tempo dura esta felicidade de se sentir feliz? Quando algo acontece que lhe preenche, que lhe completa, que lhe satisfaz, você é feliz. Mas o que você chama de felicidade aqui, em se sentir feliz, se trata de estar temporariamente preenchido por algum nível de satisfação, de realização, de prazer.

Isso que nós chamamos de felicidade, que consiste em uma experiência que nos acontece e é logo substituída por uma outra experiência, e depois por uma terceira, por uma quarta, e assim por diante, está dentro desse modelo ainda, que é o modelo da rotina, que é o modelo do tédio, que é o modelo da continuidade.

Então, nós precisamos nos perguntar qual é a verdade daquilo que estamos buscando. E aqui estamos apontando, sinalizando para você a verdade sobre isso. A verdade é que você não está à procura de algo. Você está na busca – e é claro que tudo isso é inconsciência, isso se processa no nível do qual você não toma ciência –, está à procura de algo que não faz parte do conhecido, que não faz parte do modelo do pensamento.

É importante que se diga isso aqui: tudo que o pensamento conhece está dentro daquilo que ele representa. O que ele representa, porque é aquilo que ele conhece, está dentro dessa limitação, e isso nós temos experimentado. Então, a vida inteira, nós passamos muitos anos de nossas vidas envolvidos na busca ou na procura de alcançar algo ou de se livrar de algo que o pensamento conhece, que está dentro desse padrão do pensamento.

Portanto, a nossa vida mental, que é essa vida dessa consciência do "eu", está determinando essa procura, essa busca, e essa Felicidade real não é compreendida, não é constatada, porque estamos sempre no campo do conhecido, que é o campo do pensamento.

Quando as pessoas se aproximam desses encontros e perguntam como meditar de verdade, alguém parece ter dito para elas que a meditação irá, também, lhe proporcionar alguma coisa, lhe dar alguma coisa e ela vai alcançar, a partir da meditação, alguma coisa que lhe fará feliz. Não é essa a verdade sobre a Meditação. Nós temos que investigar o que é a Meditação, perceber a realidade da Meditação e o que significa meditar.

Meditar é exatamente ter um esvaziamento de todo esse conteúdo do conhecido, conteúdo da mente, que é o conteúdo que faz parte desse movimento do pensamento. Então, a verdade da Meditação é a ciência de Ser, e ela está presente quando esse elemento de insatisfação não está. E o elemento da insatisfação não é a ausência de alguma coisa que está faltando, nem é se livrar de alguma coisa que está presente, causando a insatisfação. A verdade da Meditação é o fim para a ilusão desse insatisfeito, que é o "eu", o ego, esse "mim".

Então, qual é a verdade da Meditação? Como meditar de verdade? Tomando ciência desse elemento da insatisfação, que é o "eu", o ego; compreendendo que nada pode preencher essa condição, que é a condição de uma identidade ilusória presente que carrega toda essa condição psicológica de desordem, de todo tipo de desordem, de todo tipo de sofrimento. E tudo isso faz parte desse padrão do passado. É ele que sustenta esse elemento de insatisfação, que é o "eu", que é o ego.

Quando as pessoas perguntam: “Como vencer os traumas do passado?". Notem, o estado interno de consciência do "eu", do ego, é carregado de todo tipo de problemas, de desordem e sofrimento. Existem diversas formas de traumas, por exemplo.

Ter um contato com a realidade daquilo que esse "eu" representa, tomar ciência do movimento dele e ter um esvaziamento de todo esse conteúdo que vem do passado, que se abaliza, que se assenta basicamente no pensamento, isso é o contato com a verdade da Meditação. Então é possível um esvaziamento desse conteúdo. Não se trata de vencer o trauma, trata-se de ter uma compreensão direta desse elemento que é o "eu", o ego, que vive no passado, que vive do passado e, portanto, está nesse trauma.

Quando as pessoas perguntam: “Como vencer os traumas do passado?” Tomando ciência desse passado, desse sentido do "eu" presente na experiência, na continuidade desse estado de sofrimento, de conflito, de dor, de pesar, de insatisfação. Ter um olhar direto para todo esse movimento interno dessa consciência do "eu" é ter um esvaziamento desse conteúdo, então nós temos o fim dos traumas do passado, porque temos o fim do passado.

Lidar com esses traumas é como lidar com toda forma de medo, de sofrimento psíquico. Tomando ciência do movimento dessa consciência, é possível o esvaziamento desse conteúdo. Quando ocorre esse esvaziamento, nós temos um contato com Algo além da mente, além do "eu", além do ego. Então a beleza do Despertar acontece, desse florescer da Consciência acontece. Essa é a Realização Divina, essa é a Realização de Deus.

Então, o que é isso que estamos buscando? O que, de fato, nós precisamos para nos libertarmos de tudo aquilo que psicologicamente o sentido do "eu" representa aqui, nessa vida, nessa particular vida do "eu", do ego? Do que, de fato, nós precisamos para o fim dessa insatisfação, para o fim desses traumas, desses diversos temores, aflições, conflitos, dilemas e problemas? Precisamos ter uma aproximação da verdade sobre a Meditação.

É isso que estamos trabalhando aqui com você; lhe mostrando que, sim, é possível a vida ocorrer sem esse elemento que se separa dela, que é o "eu", o ego, e, portanto, produz conflito, contradições e toda forma de confusão. Assim, o contato com a realidade deste Ser Real, que é a Natureza de Deus, aqui e agora, é o fim dessa desordem, é o fim dessa confusão, é o fim desse sofrimento, dessa insatisfação.

Junho de 2024
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terça-feira, 23 de julho de 2024

Despertar da Consciência Espiritual. Importância do Autoconhecimento. A Real Meditação. Atma Vichara

Aqui, quando nós abordamos com você a questão do Despertar da Consciência, estamos enfocando a beleza desta Consciência Espiritual. Assim, na verdade, o assunto aqui é o Despertar da Consciência Espiritual.

Aqui nós estamos lhe apresentando uma nova abordagem a respeito disso. Eu digo nova no sentido de que é algo bem diferente daquilo que, tradicionalmente, as pessoas entendem por despertar espiritual ou despertar da consciência. Nossa abordagem é sobre esse Despertar Espiritual, sobre esse Despertar da Consciência.

Assim, aquilo que nós chamamos aqui de Consciência Espiritual é algo bem diferente do que a maioria das pessoas colocam como sendo essa verdade desse Florescer. Aqui estamos tratando com você do florescer de seu Ser, do florescer de sua Natureza Divina, de sua Natureza Essencial.

Nós precisamos ter uma ciência, nesta vida, daquilo que nós somos, nesse contexto daquilo que a vida representa. Assim, uma aproximação da Realidade Divina é uma tomada de ciência, de sua Natureza Essencial. É nesse sentido que nós colocamos aqui essas expressões.

Só há uma forma direta para esta aproximação. O sábio de Arunachala, chamado Ramana Maharshi, chamava de atma vichara o caminho direto. Atma vichara significa a ciência da auto-observação: tomar ciência do “eu". Nós estamos sempre dentro de um movimento, como pessoas, que nasce do pensamento. A formação desse “eu” é a formação dada pelo pensamento.

A aproximação direta para o despertar de sua Natureza Essencial representa o fim dessa ilusão, que é a ilusão desse “eu”, desse modelo de ser alguém, se posicionando na vida, na ilusão do controle da experiência. Uma aproximação direta disso requer um estudar a nós mesmos, uma percepção clara de todo esse movimento interno que se processa dentro de cada um de nós.

Aqui estamos tendo juntos uma aproximação dentro dessa direção. Então, aqui valorizamos muito a importância do Autoconhecimento, porque sem a base do Autoconhecimento, nós não temos a menor chance para esse Despertar Espiritual, para esse Florescer Divino.

Parte do Autoconhecimento é a arte da observação do movimento do “eu”. Essa observação desse movimento é a atma vichara. Então, isso é algo íntimo da verdade sobre a Meditação. Quando há Autoconhecimento, nós temos uma aproximação da atma vichara, da auto-observação. E a auto-observação é aquilo que lhe mostra o que a Meditação representa, nesse instante.

Aqui, quando usamos a expressão Meditação, mais uma vez, estamos colocando também dentro de um sentido diferente daquele que, em geral, as pessoas conhecem, da qual fazem uso. Elas usam a expressão “meditação” com um sentido diverso desse que estamos colocando aqui.

Aqui estamos colocando Meditação como a habilidade ou a arte de tomar ciência de todo e qualquer movimento desse “eu”. Movimento que, por sinal, nasce do pensamento e vem do passado. Então, nós temos que investigar todos esses aspectos ligados a essa identidade, a essa pessoa como nós nos vemos na vida.

A pessoa sempre está em relação – numa relação com pessoas, com objetos, com ideias, com situações, com circunstâncias. Nós não sabemos o que é essa pessoa e como ela se move dentro dessas relações. Sem a base, que é o conhecimento disso, nós não temos uma aproximação verdadeira da Meditação.

Então, reparem o que estamos colocando aqui para vocês. Não usamos o termo “Meditação” como é tratado ou abordado, a partir de uma técnica, como, por exemplo, na meditação yoga, na meditação zen ou na meditação vipassana. Nós estamos usando aqui a expressão “Meditação” no sentido da observação do movimento do pensamento, algo muito simples e direto.

Na verdade, é algo muito intuitivo. E vamos colocar aqui a expressão “intuição” não no sentido como, em geral, usamos, para esse lado místico, esotérico ou, assim chamado, espiritual. Mas, sim, no sentido de que ela carrega uma simplicidade de aproximação que, na verdade, desde criança temos tido acesso à Meditação, mesmo sem ter ciência da simplicidade que ela representa.

Qualquer contato que você tenha com um momento novo, por exemplo, cria um impacto no seu cérebro que ele, temporariamente, por alguns segundos – quando você se depara com um lugar novo, carregado de uma beleza bem simples e natural –, em alguns momentos, nesse contato, seu cérebro é como que impactado por um instante de Silêncio.

E, nesse instante, ele é esvaziado do seu conteúdo tradicional, de memória, de recordações, de lembranças, algo que vem do passado. E, nesse instante, você é tomado por um Silêncio, sem qualquer esforço, sem qualquer intenção ou volição da sua parte. Isso acontece.

Então, desde criança, nós sabemos o que é ter um contato com um instante de Silêncio, quando brincávamos, quando corríamos, quando estávamos em alguma tarefa, onde uma intenção livre de esforço estava presente. Era só um momento de atenção naquele instante, de profundo interesse, sem qualquer esforço. E, de repente, nós nos vimos como que tomados por um momento de Silêncio.

Então, esse contato com a Meditação, é nesse sentido que nós colocamos que é algo intuitivo. Quando você vai para uma praia, para uma montanha, fazer trilha ou quando você aprecia nadar, nesse instante, algo acontece nesse cérebro.

O impacto desse momento, nesse contato com o silêncio da natureza, com a amplidão do espaço quando você olha a partir de uma montanha, um vale lá embaixo, o contato com a água enquanto você nada, há algo presente nesse instante que esvazia por completo todo esse conteúdo psicológico, que é o conteúdo do “eu” do ego.

Nesse instante você está presente, mas é uma presença onde o sentido do “eu” não está. Essa é a presença da Meditação. Isso dura alguns segundos, depois o pensamento vem buscar a memória disso e diz: "olha que lugar bonito, mas que momento maravilhoso". Já é a memória falando, porque no instante que acontece, isso não surge.

Então, aqui abordamos com você a questão da vivência dessa arte do Autoconhecimento, que lhe aproxima da verdadeira Meditação, da Real Meditação. Estamos falando desta Meditação. Então, estamos diante de algo simples, direto. É nesse sentido que nós usamos aqui a palavra “intuitivo”. E podemos colocar essa palavra no sentido, também, de que é algo inerente àquilo que você já é, aqui e agora.

As pessoas estão se voltando para todo tipo de prática na tentativa de ter acesso a esse contato com algo fora da mente egoica. Então, elas procuram um lugar reservado, se sentam, cruzam as pernas, praticam uma técnica de respiração, de concentração, tentam afastar os pensamentos ou repetem uma frase ou um mantra, mas, reparem, tudo isso é tão, tão artificial, é algo técnico.

Podemos descobrir aqui, nesse instante, podemos ter um contato aqui, nesse momento, com a presença deste Ser, que é a Realidade Divina que trazemos, como acontece na beira de uma praia, numa montanha ou fazendo caminhada numa trilha. Eu digo no dia a dia, nos assuntos mais corriqueiros, mais triviais, nesse contato com a profissão, com a família, com os colegas de trabalho, no trabalho, no consultório, na oficina, dirigindo o carro ou na cozinha, fazendo arroz ou preparando um bolo.

Podemos tomar ciência dessa Realidade deste Ser que somos aqui e agora. É nesse sentido que estamos colocando aqui a verdade da Meditação. Nós temos um propósito aqui, que é apresentar a verdade daquilo que você é, de uma forma muito direta, simples, objetiva, sem qualquer técnica, sistema ou prática, sem qualquer necessidade de apoio em escrituras – que apenas nos dão uma formação meramente intelectual ou verbal da necessidade de uma vida Divina, de uma vida religiosa, de uma vida real, de um contato real com a Graça, com Deus.

Podemos ter essa Realidade desse contato dispensando tudo isso, descobrindo de uma forma direta, pelo Autoconhecimento, pela verdade da Meditação, como ter um esvaziamento de todo esse conteúdo que tem dado formação a esse centro, a esse “mim”, a esse ego. Aqui estamos lhe apresentando a possibilidade do Despertar da Consciência Espiritual, que não é outra coisa senão o seu próprio Ser. Toda essa linguagem é uma linguagem ainda um tanto espiritualista ou religiosa.

Mas veja, estamos lidando aqui com algo muito simples, muito direto, aquilo que somos quando aquilo que parecemos ser, que demonstramos ser, que posicionamos em ser, quando há um movimento egocêntrico de vida do “eu”, do ego, não está. Quando isso não está, aquilo que verdadeiramente somos, fora do ego, fora do “eu”, fora desse velho movimento, autocentrado, pensando, agindo, falando, buscando esse próprio autointeresse nesses contatos de relacionamentos.

Assim têm sido nossas vidas. Assim têm sido nossas relações. É por isso que nossa vida está estabelecida em contradições, em toda forma de violência, medo. Há muita hipocrisia em nossa percepção de mundo e contato com ele.

Estamos falseando a realidade daquilo que sentimos dentro dessas relações, em razão de um movimento dentro de um princípio egocêntrico, nesse modelo de disfarce e hipocrisia. Tudo isso para obter resultados nas relações, com base no egoísmo, no egocentrismo, no padrão de desejo e de medo.

Se despir dessa egoidentidade, ir além desse modelo de agressão, medo, desejo, comportamentos puramente egocêntricos, se despir completamente de tudo isso é a base do Autoconhecimento, da compreensão da verdade d’Aquilo que está além do “eu”, além do ego. É nesse sentido que nós usamos aqui essa expressão.

Assim, é fundamental uma aproximação da importância do Autoconhecimento. Veja, não é o conhecimento da pessoa que você é, mas é a ciência do modelo de ilusória identidade que você apresenta a ser quando há esse movimento de separação, de dualidade e, portanto, de hipocrisia, desejo, medo e assim por diante.

O nosso assunto aqui é a não dualidade. A palavra Advaita significa “o primeiro sem o segundo”. É o contato com uma Realidade presente fora de tudo aquilo que a mente egoica conhece, de tudo aquilo que essa consciência da pessoa conhece. Uma aproximação da vida livre desse sentido do “eu”, do ego, uma aproximação da vida onde esse perfume da presença da Real Meditação está aqui e agora.

Veja, essa Real Meditação é aquilo que revela Você em seu Natural Estado, livre desse modelo, que é o modelo egocêntrico de ser, que é o modelo do “eu”. Assim, o nosso trabalho aqui consiste em termos juntos uma aproximação dessa ordem, dessa qualidade.

Junho de 2024
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quinta-feira, 11 de julho de 2024

A energia da Kundalini. O que é o Despertar da Kundalini? Meditação Atenção Plena. Advaita.

Em geral, a nossa condição de vida nesse mundo é algo monótono, rotineiro, e é isso que nos impulsiona a nos abarrotarmos de conhecimentos de todos os tipos, a buscarmos informações, a ler livros, a participar de eventos, a buscar diversas formas de entretenimento. Isso ocorre em razão de um estado interno, presente em cada um de nós, de insatisfação, de incompletude. Há uma ausência de algo, e nós, de verdade, não sabemos o que é isso que está ausente.

Eu gostaria de aprofundar um pouquinho com você aqui essa questão dessa insatisfação presente dentro de cada um de nós. Esse modelo de existência humana como nós conhecemos é algo repetitivo, continuado, algo que se mantém exatamente da mesma forma. O que é que tem feito das nossas vidas algo desse tipo?

Uma aproximação cuidadosa irá lhe mostrar que o único movimento presente em nós é o movimento no qual o impulso para a ação ou para esse modelo de vida é o impulso que o pensamento produz. Assim, a nossa vida tem sido moldada, ajustada, conduzida e impulsionada pelo pensamento, e nós não conhecemos nada além disso.

Não conhecemos porque nós estamos vivendo dentro dessa condição psicológica, onde aquilo que importa para cada um de nós é esse modelo de existência, onde estamos apenas repetindo o padrão comum, de vida comum para todos nós. Então, não há originalidade, não há criatividade, não há ciência de alguma coisa fora de tudo isso. Tudo que temos é exatamente isso que temos. Fora isso, não temos nada. Fora isso, não somos nada.

Seria interessante nós começarmos a descobrir o que é ter uma aproximação daquilo que está realmente fora disso, fora de tudo isso. O que seria um contato com isso que representa ser nada? Porque, repare, estamos nos abarrotando de todo tipo de experiências e estamos vivendo dentro de um modelo que é o modelo comum, orientados pelo pensamento e, no entanto, continuamos dentro dessa condição, onde prevalece, para a maioria de nós, uma insatisfação que nada satisfaz, uma carência que nada preenche.

Qual será a verdade de estar fora desse padrão? Qual será a verdade de nos depararmos realmente com esse nada? Deixarmos de lado essa busca de preenchimento, deixarmos de lado esse padrão. Reparem, esse padrão é o padrão da humanidade, é o padrão do ser humano. É o modelo de uma existência voltada para a busca de realizações externas.

Nós somos educados, formados, formatados dentro dessa cultura para a inveja, ambição, busca de realizações materiais, preenchimentos a nível de emoções e sentimentos, nessa procura de espaços onde possamos desfrutar disso. Então nós frequentamos teatro, cinema, casas de shows. Tudo que nós estamos buscando é, na verdade, a busca de um preenchimento. E só estamos em busca desse preenchimento porque não queremos nos deparar com o fato de que, fora isso, o que fica presente, quando esse tipo de coisa não está em nossas vidas, é um vazio.

O que será esse contato com esse vazio? Qual será a verdade desse vazio presente em cada um de nós? Qual será a verdade dessa condição tediosa, que é a nossa vida? Sem graça, que é a nossa vida? E que, por isso mesmo, estamos em busca de todo tipo de distração, de preenchimento, de entretenimento, para trazer um certo significado para ela. Haverá alguma coisa além de tudo isso?

Aqui estamos nos aproximando com você de um encontro com algo fora do conhecido. Porque esse é o modelo conhecido, onde tudo isso está presente. Apenas quando nos deparamos com aquilo que está fora do conhecido, temos a oportunidade de algo novo. Mas, enquanto mantivermos esse padrão de continuidade, de busca do conhecido, de busca daquilo que tudo isso representa, nesse modelo do “eu”, nesse modelo da pessoa, não temos como acessar aquilo que está fora do conhecido.

Aqui estamos explorando com você o despertar de algo novo. Esse algo novo é a presença da Real Consciência aqui e agora. Reparem: é esta Real Consciência que os sábios na antiga Índia chamavam de Kundalini. Nós estamos trabalhando com você aqui o florescer do seu Ser, que é Felicidade: essa é a verdade da Consciência Real em cada um de nós, e a natureza dessa energia, que é a energia da Kundalini.

Há muita mistificação a respeito disso aí fora. As pessoas querem ter sensações, experiências, um contato com o, assim chamado, mundo espiritual ou os mundos paralelos. Então elas se envolvem em algumas técnicas ou práticas esotéricas, espiritualistas, místicas, e chamam isso de “a busca do despertar da kundalini".

Nós estamos mitificando essa coisa. Isso que chamamos de Kundalini, na cabeça das pessoas, é algo mítico e é, também, algo místico. Há uma mistificação a respeito disso. Em outras palavras, há muita fantasia, há muita imaginação a respeito daquilo que você traz em seu Ser como sendo você, que é essa Consciência, que é a presença de Deus, que é Kundalini.

Então, o que é o despertar da Kundalini? O que é o despertar desta Real Presença, desta Real Consciência? É o florescer do Desconhecido. Na mente egoica, todo o movimento na busca do conhecido, de todas essas coisas, é a busca de um preenchimento, é a busca de uma satisfação, de uma realização externa, de uma completude do lado de fora. Então frequentamos teatros, cinemas, casas de shows, vamos assistir os jogos. Tudo estamos fazendo na tentativa de encontrar um instante breve de preenchimento, reparem, de satisfação, de alegria.

Há, em cada um de nós, uma incompletude que nada completa. Estamos sempre perseguindo algo. E agora estamos perseguindo uma experiência. Quando aqui falamos com você da Liberação nesta vida, da Realização d’Aquilo que é você em seu Ser, estamos falando do florescer da Kundalini. Mas isso não é uma experiência, não é uma sensação, não é algo ligado a esse movimento de emoção ou percepção extrafísica ou, assim chamada, espiritual. Não é algo que você possa relatar sobre isso depois, contar algo sobre isso para alguém.

Então, vamos tornar claro aqui para você isso. O que é que as pessoas chamam de energia da Kundalini? Há uma confusão enorme. Associamos Kundalini a uma presença de poder, que quando essa energia desperta, você se torna alguém especial. E não é isso!

O florescer desta energia, que é a energia da Consciência é a energia da Kundalini. Quando ela tem a liberdade de um trabalho nesse corpo e nessa mente, ela opera uma mudança psicofísica nessa estrutura, na mente, no corpo e no cérebro. Então, agora há algo novo presente, mas não é a presença de uma experiência e de um experimentador desfrutando disso. É a Realidade d’Aquilo que é indescritível, que está além dos nomes, portanto, é inominável.

A ciência deste Ser que somos é a ciência da Realidade d’Aquilo que é Deus. Então, quando temos medo de nos afastarmos dessa condição psicológica de mundo, nessa busca de alguma coisa lá fora, tendo a crença de que esse nada é o fim da alegria, é exatamente o contrário disso.

Aqui estamos lhe propondo o fim do ego, o fim do “eu”, o fim do sentido de alguém na busca de experiências ou vivendo experiências. Então, o pensamento idealiza isso como o fim de tudo. E, na realidade, é o fim do conhecido. Mas há algo novo presente que está fora de toda descrição. É a presença da Realidade Divina, é a presença do seu Ser Verdadeiro. Não esse ser psicofísico, não esse movimento, que é o movimento da mente.

É algo que não faz parte desse contexto de modelo de pensamento, onde estamos presos a uma ideia sempre de alcançar algo. Então, queremos nos livrar do que nos importuna, do que nos faz sofrer, queremos alcançar algo que nos preencha e que nos dê prazer. Reparem, esse é o movimento do pensamento.

Esse movimento do pensamento lhe coloca dentro de uma condição, que é a condição em que o ser humano, de um modo comum, está vivendo. Repare todo esse movimento do ego presente, é na busca do prazer e na tentativa de se livrar da dor. Então, estamos sempre dentro de um movimento de alcançar, de obter ou de se livrar, de desistir. Esse é o movimento onde existe nele a importância do pensamento se movendo.

Observe sua mente, o quanto ela é agitada. Ela passa de um pensamento para outro, de um sentimento para outro, de uma emoção para outra. Tudo isso é parte do movimento da mente, composta de pensamentos, sentimentos, emoções. Então, todo esse movimento desse centro, que é o “eu”, é um movimento que se processa nessa noção de passado, presente e futuro.

Aqui estamos tomando ciência da verdade sobre quem nós somos, estamos tendo uma aproximação da Realização da Verdade de Deus. Existe algo que se torna fundamental aqui nessa aproximação: é a aproximação da Meditação.

Essa é a nossa abordagem sobre a verdade da Meditação, a Meditação em Atenção Plena. A ciência desse instante elimina o movimento do pensamento que lhe coloca nesse tempo “passado, presente e futuro". Um contato com a realidade deste Ser requer essa Atenção Plena para esse instante.

A vida está aqui, neste momento. Esse movimento interno, psicológico, do ego, de inquietude, é um movimento do tempo, é a ausência da ciência de Ser. A Meditação agora, aqui, nesse instante. Não se trata de uma técnica ou de uma prática meditativa, se trata da ciência da verdade da Meditação se revelando aqui e agora, em Plena Atenção.

Então, nossa aproximação é dessa alerteza, é dessa ciência. Isso revela a ausência desse movimento de insatisfação, de inquietude, de desejo de obter sensações, algo tão comum na identidade egoica, nesse falso centro, nesse falso “eu”, nesse idealizado “eu”, nesse que se vê separado da experiência e querendo desfrutar de uma experiência nesse padrão de dualidade.

Uma aproximação da vida é uma aproximação da Felicidade, é o fim dessa velha condição de tédio, de rotina, de busca de algo para preencher um vazio existencial, uma condição de dor existencial, presente em razão da presença da ilusão da dualidade. O nosso assunto aqui é a Advaita, a não dualidade, a ciência da verdade do seu Ser se revelando como o Despertar Espiritual, como o Despertar da Consciência de Deus.

Junho de 2024
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terça-feira, 9 de julho de 2024

O que é Despertar Espiritual? Iluminação Espiritual. Como praticar meditação? Autoimagem, psicologia

O ponto é que aqui estamos vendo juntos algumas coisas que são fundamentais para as nossas vidas. Um deles é no que diz respeito a esse florescer do seu Natural Estado de Ser. O florescer desse Natural Estado de Ser é aquilo que eu tenho chamado de Despertar Espiritual.

É comum as pessoas perguntarem: “O que é o Despertar Espiritual?” Aqui nós colocamos de uma forma muito clara esse assunto, mas de uma forma diferente, não aquilo que alguns entendem aí fora com a expressão “Despertar Espiritual”.

Aqui nós colocamos de uma forma muito direta isso, colocamos no sentido do fim dessa identidade ilusória, que é o “eu”, o ego. Quando o seu Natural Estado de Ser floresce, nós temos, sim, a presença da Realidade Divina, que é a realidade do seu Ser. Se Isso está presente, não há mais desordem, não há mais confusão, não há mais sofrimento.

Quando as pessoas têm a pergunta "Como praticar a meditação?", aqui também temos uma outra forma de nos aproximarmos desse assunto. Para a maioria das pessoas, a meditação é uma prática onde você reserva um momento, fecha os olhos, se senta de pernas cruzadas e pratica alguma técnica, algum modelo de prática meditativa. Ou seja, tem você lá fazendo aquela técnica, aquela prática.

Veja, não existe nada mais singular, mais único, mais extraordinário na vida do que a ciência de Ser. Esta ciência de Ser é Felicidade. Ser é Felicidade, e essa ciência de Ser é Meditação. Então, Meditação não se trata de uma técnica ou prática, mas de uma ciência de plena Consciência de sua Natureza Real, que é a Natureza Divina em você, aqui e agora. Isso requer que você tenha uma aproximação de si mesmo real.

É necessário descobrir a beleza de estar livre de qualquer ideia que você tenha sobre quem você é. Essa ideia que você tem sobre quem você é está sustentando uma ilusão, a ilusão da autoimagem.

Veja, a autoimagem é um assunto muito tratado na psicologia, mas ninguém sabe, na verdade, o que isso representa em termos de contradição, de conflito e sofrimento presente em nossas vidas. Porque é essa autoimagem que está sustentando o sentido de alguém presente dentro dessa experiência, da experiência da vida. E se isso está presente, não há Realização Divina, não há Realização de Deus, não há o Despertar Espiritual.

Então, o contato com a realidade d’Aquilo que Você é é o fim dessa autoimagem. A pessoa em você que se magoa, se entristece, se chateia, se aborrece, carrega culpa, medo, remorso, arrependimento, desejos, ciúme, inveja, que carrega essa tagarelice de pensamentos, faz parte dessa autoimagem. Aquele que se angustia, se deprime, carrega o peso da ansiedade, todas as formas de medos, esses temores diversos, tudo isso faz parte dessa autoimagem.

Então, o florescer de sua Natureza Real é possível quando há uma constatação e um esvaziamento, naturalmente, desse conteúdo psicológico que tem dado formação e sustenta essa autoimagem. O fim para essa autoimagem, o esvaziamento desse conteúdo é o florescer do seu Ser: isso é real Meditação.

Esse nosso contato com a realidade daquilo que nós somos, aqui e agora, é o fim da autoimagem, desse que se situa como alguém presente, no controle, olhando para a vida a partir desse lugar onde existem crenças diversas sobre como a vida deveria ser ou poderia ser. E é natural que isso mantenha toda essa sustentação de todo esse tipo de desordem dessa autoimagem.

Nossa relação com a vida a partir da autoimagem é a relação de um centro, que é o “eu”, o ego. Ter uma aproximação da verdade do seu Ser é o fim para tudo isso. Então, a forma real de termos uma aproximação da vida como ela é é algo fundamental. Olhar para esse conteúdo, todo esse movimento, que é o movimento desse centro, que é esse “mim”, que é essa autoimagem, é ver com muita clareza que tudo isso faz parte de um condicionamento de história da humanidade.

Nós estamos apenas dando continuidade a todo esse antigo e velho movimento da história humana quando temos a vida centrada nesse “eu”, nesse ego. Aqui se torna fundamental nós termos uma aproximação desse momento como ele é sem a ideia de como ele deveria ser, como em geral nós fazemos.

Repare que o seu contato com pessoas é um contato a partir da imagem que você tem. Você tem uma imagem das pessoas à sua volta. A ideia que você tem sobre quem ele é, sobre quem ela é, repare, é uma imagem, é um conceito, é um preconceito. Isso faz parte desta autoimagem, isso faz com que o seu contato com ele ou com ela não seja real.

A nossa relação é uma relação entre imagens. Repare isso: você tem uma imagem sobre quem você é, sobre quem você acredita ser, sobre quem você deseja ser. Ou você gosta dessa imagem ou você não gosta dela. Então, se é uma imagem que você tem sobre si mesmo, sobre quem você deseja ser, você tem uma projeção, um idealismo. Mas quem é esse nessa projeção, senão essa própria autoimagem?

E se você tem uma imagem sobre si mesmo de alguém que não gosta, o seu olhar para si mesmo é um olhar de depreciação, de autopunição, de censura, de crítica, de culpa, de medo, tudo isso é uma imagem, uma imagem construída pelo pensamento. Então, além da imagem que você tem sobre você, você tem uma imagem também sobre o outro, dentro de uma relação. É assim que as relações estão acontecendo, são relações entre imagens.

Então, não há um contato real entre você e ela, não há um contato real entre você com você mesmo. Há essa própria separação, há essa própria dualidade: você e você mesmo, você e o outro. Esse tem sido o nosso modelo de vida e de existência egocêntrica, isolacionista, separatista e, portanto, geradora de problemas de todos os tipos, sofrimento de todos os tipos, confusões de toda a ordem.

Nossa condição de existência é nesse modelo, onde esse centro, que é o “eu”, vê tudo à sua volta a partir de suas conclusões, certezas, dúvidas, avaliações, comparações, julgamentos. Então, toda a desordem que estamos vendo no mundo, na verdade, é uma desordem presente em cada um de nós.

Não há qualquer separação dessa confusão no mundo e dessa confusão dentro de cada um de nós. Isso é a ausência da Verdade, é a ausência do Despertar, é a ausência do florescer de nossa Natureza Divina, porque estamos vivendo dentro de um modelo pessoal, particular, egocêntrico de ser.

Assim, aqui nós estamos trabalhando isso juntos, investigando a verdade sobre nós mesmos. Tomar ciência de todo e qualquer movimento interno se processando, aqui e agora. Um pensamento que surge, um sentimento que surge, uma emoção que surge, sem colocar uma identidade presente se separando para gostar ou não gostar, para tentar ajustar esse pensamento, esse sentimento, essa emoção ou sensação a algo que ele quer, que ele deseja, ou a uma condição que ele não quer, que ele não deseja. Ao fazer isso, o sentido de separação de identidade egoica é confirmado e se mantém.

Quando tomamos ciência disso, nós temos o fim para essa condição. A forma verdadeira de uma aproximação da Meditação é um olhar livre desse centro, desse observador, desse que vive fazendo essas escolhas. Então, se queremos descobrir como praticar a Meditação, temos que tomar ciência de que a Meditação é aquilo que está presente quando esse centro, que é o meditador, não está.

Aqui se trata de ter uma aproximação do fim desse que é o “eu”, o meditador. Então, o florescer do seu Ser está presente quando há essa ciência do Autoconhecimento, que é a Meditação. Repare que isso não se separa desse instante, é aqui neste momento. Momento a momento, ao se tornar ciente de suas reações, de todo esse modelo de uma identidade surgindo para julgar, avaliar, aceitar, rejeitar, fazer alguma coisa com o que está aqui, com a experiência. A anulação desse movimento egocêntrico é real Meditação.

É isso que estamos trabalhando com você aqui. Estamos aprofundando isso com você, tornando muito claro para você a possibilidade de, nesta vida, essa ciência dessa Verdade Divina, que é Você em seu Ser, livre dessa autoimagem, portanto livre do “eu”, do ego, para uma vida em Amor, em Felicidade, em Liberdade, em Paz, onde há essa presença de pura Consciência. Isto é o seu Natural Estado de Ser, que, na verdade, é Meditação. Portanto, não se trata de uma prática, se trata desta ciência de Ser, aqui e agora, livre do sentido do “eu”.

Junho de 2024
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quinta-feira, 4 de julho de 2024

Advaita Vedanta. Autoconhecimento psicologia. Como lidar com narcisista. Mente inquieta. Autoimagem.

Aqui nós estamos juntos investigando a verdade dessa ciência da compreensão daquilo que nós somos. A tomada de ciência disso é aquilo que aqui nós colocamos como Autoconhecimento. No entanto, essa aproximação, aqui, a questão do Autoconhecimento talvez seja um pouco diferente dessa abordada dentro da psicologia.

Aqui nós estamos nos aproximando da verdade dessa ciência desse estudo de nós mesmos, e não da aplicação de alguma técnica para nos ajustarmos a um padrão, a um formato, a um modelo de comportamento, como, em geral, alguns abordam essa questão do autoconhecimento.

Aqui estamos falando de uma ciência que nasce da auto-observação. Descobrir esse movimento psicológico de ser, tomar ciência desse movimento. Não é para fazermos algo com isso. Uma vez que você tome ciência de uma forma direta, aprendendo o que é a ciência da Meditação, percebe que essa ciência da Meditação é parte dessa ciência do Autoconhecimento.

A própria aproximação da Meditação requer uma aproximação onde haja um olhar direto para aquilo que esse “eu” psicológico, esse modelo do ego representa. E basta esse olhar para que uma ação nova ocorra. Aqui o interessante é descobrir que esta ação se processa de um modo muito direto, completo, único, sem a intervenção da vontade, do querer, da volição do próprio “eu”.

É isso que estaremos abordando aqui com você. Precisamos ter uma aproximação de nós mesmos de uma forma muito direta. Assim, o Autoconhecimento é de fundamental importância, e é isso que nós abordamos aqui, trabalhamos aqui com você: a importância do Autoconhecimento.

A aproximação do olhar sem esse centro, que é o “eu”, é um olhar livre daquele que vê, daquele que observa, daquele que está presente e se vê separado daquilo que está vendo. Então, há uma nova forma, sim, de nos aproximarmos daquilo que nós somos. Estudar isso é estudar a nós mesmos.

Não se trata de algo que você, teoricamente, intelectualmente, disso se aproxime. É necessário ter uma aproximação direta, vivencial, real disso. É assim que você tem a revelação da ideia que você faz sobre quem você é.

Em geral, as pessoas se envolvem com a questão do autoconhecimento para ajustarem essa ideia que elas fazem sobre quem elas acreditam ser. A esse ajustamento, há um novo padrão, há um novo modelo de pessoa, é o que elas chamam de autoconhecimento.

Aqui estamos descobrindo juntos o que é ter uma visão dessa pessoa. Uma visão dessa pessoa, tomar ciência do que essa pessoa representa. Não se trata de um ajustamento dessa pessoa a um novo modelo de comportamento. Essa pessoa é a ideia que você tem sobre quem é você. Essa ideia é uma imagem que você formou sobre si mesmo.

Quando você toma ciência dessa imagem, você pode se livrar dessa imagem. Uma vez livre dessa imagem, você está livre desse “eu”, desse ego. Porque aquilo que você é como pessoa não passa de uma imagem. Sim, exatamente isso. O que quer que você esteja sentindo nesse você, esse você é uma crença sobre você, nesse sentir dentro de uma relação com o outro, com a vida, com o que acontece.

Aqui já tocamos na questão da separação. Tem a pessoa e a sua experiência, a pessoa e o seu relacionamento: esse é o modelo da dualidade. Uma aproximação desse estudo de nós mesmos nos leva além dessa dualidade, porque nos leva além desse centro, que é o “eu”, o ego, que é a pessoa, que é essa autoimagem.

Então, esse centro, esse “eu”, esse ego, na relação, seja com pessoas, com objetos, com lugares, com situações, com circunstâncias, com ele mesmo, com os pensamentos que se processam dentro de nós mesmos, tem esse “eu” e o pensamento, tem esse “eu” e o sentimento: isso é a dualidade.

Aqui nós estamos juntos investigando isso, o fim para essa dualidade. Então, é um dos assuntos de grande relevância aqui com você. O fim para essa dualidade é o surgimento da Advaita, a não dualidade. A palavra Advaita significa a não dualidade, “o primeiro sem o segundo”. Isso é direto dos Vedas, é direto da Advaita.

Nós precisamos ter uma aproximação da vida sem esse ego, sem esse “eu”, então ficamos com a vida como ela acontece. Percebam a beleza disso. O fim do ego aí, desse “eu” aí, dessa autoimagem aí – reparem, é uma autoimagem presente, é a imagem que você tem sobre quem é você –, isso é o fim da dualidade.

Essa condição psicológica de ser alguém te coloca numa condição interna. Esse ser alguém é essa autoimagem, é esse “eu”, é esse ego – é nesse sentido que nós usamos aqui essa expressão “ser alguém”. Isso lhe coloca numa condição onde você fica tentando resolver os problemas dentro dos relacionamentos. Então você tem problema com o mundo, problema com a vida, problema consigo mesmo, problema com o outro.

As pessoas têm perguntas do tipo: “Como lidar com um narcisista?” Nós queremos lidar com o outro, sem antes termos uma compreensão de como nós, internamente, funcionamos. Repare, o outro tem uma imagem sobre quem ele é, e essa imagem lhe faz viver naquele formato em que ele está vivendo ou ela está vivendo.

Não só ele ou ela que é bipolar, que é narcisista, que carrega esse ou aquele quadro já diagnosticado ou não. O ser humano, enquanto carrega essa autoimagem, esse sentido do “eu” presente, que é o ego, está vivendo uma condição psicológica de desordem, de confusão mental, de sofrimento, de insanidade. Nesse sentido, a neurose é algo comum a todos, a desordem psicológica é algo comum a todos.

Podemos nos livrar disso? Uma vez livre dessa autoimagem, livre desse “eu”, desse ego, há uma profunda Liberdade presente. A presença do seu Ser – reparem, isso não é a presença do “eu”, do ego, é a presença de Deus –, é o Ser Divino, é o Ser de Deus. Isso não carrega problemas e não carrega qualquer dificuldade em lidar com o outro, porque não existe o outro. Esse sentido do outro está dentro dessa projeção do sentido do “eu”, do ego.

Nós precisamos ter uma aproximação da vida sem essa autoimagem, sem esse ego. Então, essa aproximação da vida, requer a presença da revelação de si mesmo. Tomar ciência desse si mesmo, desse movimento que opera nessas relações, a ciência disso realiza uma ação natural de eliminação dessa condição psicológica de ser alguém. Isso é o fim da autoimagem, isso é o fim do ego. É a Realidade deste Ser.

Assim, a nossa visão dentro do Autoconhecimento, aqui estamos tratando com você da importância disso, porque toda essa mente inquieta presente em você, essa inquietude, se desfaz, essa inquietude desaparece. Essa é a forma de lidar com uma pessoa narcisista.

Essa pessoa está lá fora ou essa pessoa está dentro de cada um de nós? É possível nos relacionarmos com o outro sem a imagem que fazemos dele, tendo uma plena ciência da desordem que se encontra aqui, nesse instante? Compreendendo a desordem em si mesmo, há uma compreensão da desordem fora de si, no outro.

A beleza desse Despertar da Consciência é o fim dessa mente inquieta, dessa mente tagarela. Também, isso é o fim da dificuldade de lidar com a vida, porque a dificuldade de lidar com a vida é algo que está presente quando há esse modelo de separação, onde tem você e a vida, onde tem você e o outro, onde tem você e os seus pensamentos e os seus sentimentos, que são desordenados, conflituosos, inquietos, problemáticos.

Reparem a nossa abordagem aqui, o que estamos investigando com você. O que estamos propondo para você é o fim da ilusão, da ilusão dessa identidade presente na vida, no viver, nesse instante.

Observe que a imagem que você tem sobre quem você é, o modelo de representação psicológica de ser, que você traduz isso dentro da experiência, que você demonstra isso dentro da experiência, esse modelo de ser que se demonstra, que se apresenta, que está nessa relação, reparem, não há um contato real, é um contato entre imagens. Você tem uma imagem dele ou dela, ela tem uma imagem de você. Então é um contato entre imagens.

Podemos criar ajustamentos entre imagens. Em geral, as pessoas estão usando esses expedientes, mas isso tudo são truques que não resolvem o problema. As pessoas passam anos de suas vidas numa relação, no casamento, na família, em lidar com o mundo à sua volta, mas dentro dessa estratégia. Tudo o que o ego pode fazer é se ajustar.

Aqui, o nosso empenho, o nosso interesse é outro. Estamos lhe propondo o fim para o “eu”, para o ego, para esse modelo de autoimagem, uma vida livre do passado. Porque, reparem, é o passado que traz a experiência que foi para, nesse momento aqui, fazer uma leitura disso que aqui está, disso que aqui acontece.

Quando você se encontra com a esposa, você está trazendo dela uma imagem de todos os momentos que viveu ao lado dela, ou do marido, ao lado dele. Os momentos de prazer, de dor, de carinho, afagos, ajustes de ideias, mas também os momentos de crítica, de palavras duras, amargas, de distratos. Então, está presente o momento de prazer e dor na relação, isso está sendo ressuscitado aqui nesse contato, de novo e de novo, algo vindo do passado.

Aqui estamos lhe propondo o fim do passado, que é o fim do experimentador, que é o fim do ego. Isso é o fim da autoimagem. Será possível uma vida livre do ego e, portanto, livre do que foi? Livre dessa noção do que será, do que poderia ter sido? Então, estamos eliminando esse tempo, que é o tempo que o pensamento constrói. Esse tempo é eliminado quando o “eu”, o ego, não está mais presente.

É nisso que consiste esse nosso trabalho aqui. Estamos abordando com você esse assunto do Florescer, esse assunto da Realização, esse assunto do Despertar da Consciência, ou qualquer nome que você queira dar para isso. Estamos falando basicamente da Realização de Deus nesta vida, do fim dessa desordem, do fim dessa confusão.

Maio de 2024
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terça-feira, 2 de julho de 2024

O que é o Despertar Espiritual? Observar a mente. O que é meditação? Como praticar meditação?

A pergunta é: “O que é a Iluminação Espiritual ou o Despertar Espiritual?” Estamos trabalhando aqui com você o fim para a ilusão desse sentido do “eu”, desse “mim”, dessa pessoa presente na vida.

Nós fomos programados para acreditar, confiar e viver como pessoas, cada uma carregando esse sentido de personalidade, algo muito pessoal, muito particular, muito singular em cada um de nós, dentro desse modelo psicológico de ser alguém. O interessante aqui é que, apesar dessa singularidade, dessa personalidade, dessa pessoa em cada um, nós temos, basicamente, o mesmo movimento.

Estamos dentro do mesmo movimento: é o movimento presente nesse sentido de alguém, nesse tempo “passado, presente e futuro”, onde nós temos e onde nós somos, basicamente, os mesmos, como entidades separadas. Sim, nós temos comportamentos singulares, mas, em geral, é comum a todos nós toda a forma de confusão, de desordem psicológica, de sofrimento psicológico.

Assim, nós carregamos, como seres humanos, o medo, a angústia, a tristeza, a dor, a culpa. Carregamos conosco todo tipo de infelicidade psicológica como parte desse comportamento, desse movimento comum a todos nós nesse modelo psicológico de ser, nesse sentido de ser, nessa ideia de se mover na vida como sendo alguém. Então, esse é o modelo dessa entidade que se separa da vida, que se separa da existência, é o modelo do “eu”, do ego.

Aqui estamos juntos investigando essa questão do fim para essa condição, uma vez que essa condição é uma condição de problemas. São diversos os problemas que existem dentro dessa pessoa, dessa personalidade, desse sentido de ser alguém. A boa notícia aqui é que estamos nos deparando com um sonho, com uma miragem.

Ao se encontrar com uma miragem, aquilo parece ser real; ao se aproximar da miragem, fica claro que não está lá. Seu contato com a miragem é um contato distante, afastado. Então, tem você e a miragem. Uma vez próximo da miragem, fica claro que não há miragem. Essa proximidade é o fim para essa separação entre você e a miragem. Quando um sonho acontece, tem você e o sonho. Quando o sonho termina, nós temos o fim para o sonho. E quando o sonho termina, nós temos o fim para aquele que sonha.

Assim, quando tratamos com você aqui do Despertar Espiritual, da Iluminação Espiritual, estamos falando do fim da miragem, do fim do sonho, do fim da ilusão. Isso é o fim do “eu”, é o fim do ego e, portanto, dessa pessoa, desse sentido de personalidade e com tudo isso que ela traz, e com tudo isso que ela representa. Então nós temos o fim para tudo isso.

Há uma incompletude presente, há uma insatisfação presente. São inúmeros os problemas que essa pessoa tem, que esse sentido do “eu”, do ego, carrega. O florescer de sua natureza é essencial, daquilo que em você é indescritível, inominável. Essa Realidade é a Realidade Divina.

O florescer desta Realidade, o florescer desta Presença, assumindo esse corpo e essa mente, é o fim do sonho, é o fim da miragem, é o fim da ilusão, é o fim da ignorância. É isso que alguns chamam de Iluminação Espiritual ou o Despertar Espiritual, embora muitos também coloquem esta expressão com diversos outros sentidos.

Aqui nós estamos sendo bem específicos com você quando abordamos e usamos essa expressão. A abordagem e a expressão são colocadas de uma forma muito específica. Não estamos falando desse despertar espiritual ou iluminação espiritual como, em geral, as pessoas usam aí fora. Estamos falando aqui nesse sentido, no sentido do fim do “eu” do ego, onde não há mais nenhuma separação entre o sonho e o sonhador, entre aquele que vê a miragem e a miragem. Estamos diante de algo indescritível, que é a Realidade do seu Ser.

É aqui que entra outra pergunta muito frequente: “o que é a meditação?” Veja, a Meditação é outra coisa que aqui colocamos de uma forma diferente de como as pessoas colocam aí fora, como uma técnica, uma prática, algo que você faz para obter um determinado resultado, para silenciar a mente, para aquietar e acalmar o sistema nervoso, para relaxar ou para alcançar objetivos, propósitos, alvos, nesse assim chamado mundo material ou mundo espiritual. Não é nesse sentido que nós usamos aqui a expressão Meditação.

Para nós a Meditação, a verdade da Meditação, a Real Meditação, é aquilo que está presente quando o sentido do meditador não está. Portanto, não se trata de algo que alguém faz. A Meditação é algo que acontece de uma forma natural, quando há uma atenção sobre todo esse movimento, que é o movimento da consciência do “eu”, desse “mim”, desse ego.

Quando há essa verdade da revelação dessa consciência do sonhador, temos a compreensão da ilusão entre este sonhador e o seu sonho particular, entre esse que está presente vendo sua miragem particular. Então, a presença da atenção. Isso já dá a resposta para uma outra pergunta também muito comum: como praticar a meditação?

Repare, a Meditação é a ciência desse Ser, algo que ocorre de uma forma muito simples, direta e natural quando há essa atenção para esse instante, para esse momento. Se há uma atenção para esse momento, há uma compreensão da ilusão da separação entre o pensador presente e o seu pensamento, entre o experimentador e a sua experiência, entre aquele que está sentindo algo e aquilo que ele está sentindo.

Veja, aqui estamos colocando de uma forma diferente exatamente a mesma coisa entre o sonho e o sonhador, entre a miragem e aquele que vê a miragem. É necessário termos uma aproximação dessa separação, dessa dualidade, quando a atenção chega nesse momento, quando aprendemos a arte da observação do movimento do “eu”, desse “mim”, desse ego, que é o movimento da mente.

Observar a mente, aprender a arte de olhar para todo e qualquer movimento interno que ocorre dentro dessa consciência do “eu”: isso é possível nessa atenção, isso é uma aproximação da Meditação. Não da prática da meditação, através de uma técnica, de um sistema, onde você se senta, cruza as pernas, respira ou faz alguma coisa.

Aqui, a aproximação da Meditação é prática, aqui, no viver. Então, há uma diferença entre a prática da meditação e a Meditação nesse formato simples e direto, a Meditação prática, agora, aqui. Olhar para esse movimento do “eu”, do ego, é Meditação.

Agora, notem, você não pode e não tem como se aproximar dessa Meditação sem esse olhar direto para si mesmo nesse momento, para todo e qualquer movimento de pensamento, de sentimento, de sensação, de percepção. Agora, o que isso tem a ver com pernas cruzadas ou estar sentado em um lugar silencioso e calmo, ouvindo uma música? Absolutamente nada! É aqui neste momento, é no viver, instante a instante, momento a momento, se tornar ciente do movimento do “eu”. Veja, não é algo que você faz, é algo que está presente quando há essa atenção.

Repare, essa atenção é exatamente a anulação desse “mim”, desse “eu”. Quando há atenção, é só um olhar sem alguém para fazer alguma coisa com o que surge, com o que aparece. Aqui nós temos inúmeros vídeos dentro do canal, mostrando a diferença entre estar fazendo algo ou essa atenção presente, sem alguém.

Aprender a arte de se aproximar de si mesmo, sem esse “mim”, é olhar sem aquele que olha, é sentir sem aquele que sente, é escutar sem aquele que ouve. O sentido do “eu” não entra, o sentido do meditador não está presente.

A verdade da Meditação é a presença da Meditação sem o meditador. Não há um meditador quando há Meditação. Quando há pura observação do movimento da mente, não existe o observador. Isso é o fim para o observador, isso é o fim para o meditador, isso é o fim para alguém presente fazendo algo.

Então, aqui, quando usamos a expressão “a verdade do Autoconhecimento”, estamos nos referindo a isso que estamos colocando aqui para você: a ciência desse “mim”. Isso está presente quando há essa atenção, esse olhar sem alguém olhando, essa percepção sem alguém percebendo, essa ciência sem alguém tomando ciência disso. Porque esse alguém é o “eu”, esse percebedor é o “eu”, esse observador é o “eu”.

É por isso que todas essas técnicas ou práticas de meditação só funcionam temporariamente, durante o tempo em que o meditador se aquieta, mas ele está lá e logo volta. Quando os minutos da meditação terminam, ele surge novamente.

Aqui estamos falando para você e lhe mostrando que é possível a arte de Ser. Esta arte de Ser é Meditação. Mas não é alguém que faz isso, é algo que acontece nesse florescer do seu Natural Estado de Ser, pela auto-observação do movimento do “eu”.

Assim, o que nós precisamos é ter uma aproximação da verdade sobre o Despertar Espiritual. Eu vou tocar um pouquinho mais nisso: o verdadeiro Despertar Espiritual, não aquilo que alguns falam a respeito de uma experiência que tiveram ou que obtiveram. Estamos falando do real Despertar Espiritual, como da real Iluminação Espiritual. Não se trata de uma experiência que alguém tem ou que alguém teve e que pode falar sobre ela depois.

Quando há o real Despertar Espiritual, a real Iluminação Espiritual, estamos apenas diante desse estado simples, direto e natural, onde não existe alguém desperto, onde não existe alguém iluminado, há só esse Natural Estado, livre desse sentido do “eu”, do ego.

Não fica o experimentador com sua experiência, não fica o experimentador com sua memória para relatar sua experiência. Isso é o fim do tempo psicológico, é o fim de uma identidade presente na experiência e é o fim de uma experiência para alguém. É algo indescritível, algo que está além de toda palavra, de toda forma de expressão.

Assim, essas expressões realmente não fazem jus à realidade do seu Natural Estado de Ser, que é a Verdade Divina, que é a Verdade de Deus. Então, essas palavras de iluminação espiritual, despertar espiritual ou realização de Deus, não fazem jus a essa Realidade desse Natural e simples Estado de Ser, onde há esta real e verdadeira Consciência, além dessa consciência do ego, além dessa consciência do “eu”.

Junho de 2024
Gravatá-PE
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