quinta-feira, 27 de junho de 2024

Despertar Espiritual. Iluminação Espiritual. Como praticar a Meditação? O que é a Atenção Plena?

Para a pergunta como praticar a meditação, há uma grande confusão na cabeça das pessoas. Elas querem descobrir um método, uma técnica, uma fórmula, uma maneira de se aproximarem da meditação. E, realmente, existem diversas fórmulas, técnicas e métodos, mas nada disso representa a verdade sobre a Meditação.

Aqui, por exemplo, quando tocamos na palavra Meditação, ou quando investigamos isso aqui com você, estamos falando da verdade sobre a Meditação. A verdade sobre isso é que o seu Natural Estado de Ser se revela como um natural estado onde a Meditação está presente quando o sentido do “eu”, do ego, não está. Esse é o seu Natural Estado de Ser.

Todos nós já experimentamos momentos onde o sentido do “eu”, do ego, não estava. Nós só tivemos alguma lembrança muito vaga disso depois daquele estado. Até porque esse estado não deixa registro. Vamos esclarecer isso aqui para você.

Não existe nada mais natural na vida – e aqui nos deparamos com algo muito paradoxal – do que esse estado de Ser presente já, aqui e agora, em cada um de nós, que é Meditação. E é simples a gente confirmar isso quando, por exemplo, estamos em meio à natureza ou diante da praia, tomando um banho de mar, sentado, vendo as ondas baterem nas rochas, diante de um pôr do sol.

Nesse momento, ocorre uma coisa muito simples que já está presente em nós: é a presença desse Natural Estado de Ser, onde o “eu” não está. Ali não tem, psicologicamente, nenhuma situação interna criando algum nível de sofrimento, de conflito, de contradição e de problema para você. Naquele instante, há um esvaziamento completo de todo esse conteúdo do “eu”, do ego. Isso é Meditação.

Então, a Meditação é aquilo que está presente quando o ego não está. E isso ocorre de uma forma muito natural quando você está em um contato assim, com a natureza, sentado ali naquela montanha, olhando para os vales lá embaixo. Nesse momento, você está em um contato direto com a Realidade do seu Ser, e isso é Meditação.

Seu Natural Estado de Ser é Meditação. Então, a sua mente, naturalmente, é meditativa. O problema é que nós estamos alienados desse estado constantemente, em razão de um fundo de condicionamento que trazemos, onde toda a nossa relação com a vida, com o mundo à nossa volta, com as experiências ocorrendo, é sempre a partir de uma ilusão, a ilusão de alguém para experimentar, de alguém para classificar, para nomear, para observar, para pensar a respeito, para fazer algo com o que está aqui. Então, há essa separação. Nesta separação, está presente, naturalmente, o conflito, o sofrimento e os problemas para esse “mim", para esse “eu", para o ego.

Quando as pessoas perguntam: “Como praticar a meditação?” Se você quer uma técnica, você pode adquirir uma técnica. Enquanto estiver na prática da técnica, a mente pode se aquietar. Você pode descobrir uma forma de, artificialmente, entrar nessa mecânica do cérebro e criar uma condição de relaxamento, desestresse, de silêncio. Enquanto a prática está ali, isso está presente. Mas depois disso, tudo volta a ser como era antes.

Ou seja, esse movimento de inquietude psicológica, de agitação mental, de tagarelice interna estão presentes porque isso não resolve essa questão do fim para essa identidade que é o “eu”, o “mim”, o ego. Enquanto que a verdade da Meditação é a constatação da Realidade do seu Ser, aqui e agora. Isso não requer técnica, não requer prática, não requer nenhum método, nenhum sistema.

Aquilo que se faz necessário para irmos além daquela condição que tínhamos lá na praia, e que já não está mais, é a ciência do Autoconhecimento. É aqui que entra a importância da verdade sobre a Meditação, da real Meditação. Não da prática da meditação, mas da Meditação de uma forma vivencial, da Meditação na prática. Isso requer essa atenção; uma profunda, significativa, uma plena atenção, uma Atenção Plena sobre todo o movimento do pensamento, do sentimento, da sensação, da percepção, de tudo que se faz presente aqui, neste momento.

Como as pessoas não sabem, não compreendem, não aprenderam ainda a arte de Ser, como isso não ficou claro para elas em razão desse modelo de inconsciência, de ignorância em que elas se encontram no viver, nesse modelo de separação e dualidade, elas só encontram um momento de alívio desse centro, que é o “eu”, o ego, quando vão para a praia, quando fazem uma caminhada na floresta, quando fazem um passeio. Mas ainda estamos diante de algo que não é natural, porque você não consegue viver assim. Você tem períodos assim. Você não vive de férias.

E a questão da mente é que ela é, de tal forma, constituída que mesmo em um período de férias, quando você está em um lugar como esse, é só por alguns segundos que você vivencia uma experiência livre desse centro, que é o “eu”, que é o ego. E depois que você experiencia isso, o que você tem é a lembrança, porque aquilo se foi. E se você tem a lembrança, um experimentador tentou registrar aquele momento. Parcialmente, alguma coisa ficou como registro de memória, mas não foi aquele instante, não foi aquele momento.

Então, mesmo no contato com a natureza, por alguns segundos você está livre desse centro que é o “eu”, o ego, mas logo a mente egoica, em razão do seu modelo de continuação, de repetição, de hábito, volta e assume de novo o cérebro. E você pode estar diante da mais bela paisagem, mas o ego está presente, tagarelando, trazendo lembranças do passado, colocando de volta aí dentro de você, naquele momento, o seu consultório, o seu escritório, sua oficina, o problema em lidar com clientes, com pacientes, todo tipo de coisa.

Nós precisamos, na vida, da arte do Autoconhecimento, tomar ciência do movimento do “eu”, aqui e agora. Então, você está no trabalho, você está lidando com a família, você está tratando de algum assunto, envolvido em alguma atividade, no dia-a-dia, ao mesmo tempo, você está trazendo ciência para esse movimento, que é o movimento do “eu”, do ego, que é o movimento dessa identidade presente. Nesse momento, você está trazendo ciência para esse movimento, que é o movimento desse “eu", desse ego, dessa ilusória identidade com os seus assuntos.

Observar o movimento do pensamento nesse instante requer essa atenção, essa plena atenção para esse movimento. Veja, isso não requer qualquer técnica, qualquer esforço, qualquer prática. Quando há um real interesse para tomar ciência do movimento do pensamento, esse real interesse é o suficiente.

Um pensamento surge, um sentimento surge, uma emoção, uma sensação, um modo de sentir, um modo de perceber e, nesse instante, em razão desse interesse de olhar para esse movimento, apenas olhar: é aqui que se encontra a verdade da Meditação.

É olhar sem interferir, sem fazer algo, sem esse gostar ou não gostar, sem julgar, sem avaliar, sem condenar, sem tentar se livrar, sem tentar segurar: apenas olhar. A inclinação da mente egoica é de buscar prazer na memória, na lembrança, que é pensamento. E quando isso ocorre, a identidade do “eu" está viva na memória.

É isso que temos feito. É assim que estamos vivendo nossas vidas, sem a menor ciência da desidentificação desse centro ilusório, porque não há Meditação, porque não há Autoconhecimento, não há essa atenção, então não temos a verdade da Meditação.

Quando um pensamento é ruim, nós queremos nos livrar dele. Essa reação é uma reação desse centro, que é o “eu". Então, ele quer se livrar desses pensamentos, ou então, ele quer agarrar os pensamentos de prazer. Essa é a condição da identidade egoica. É assim que estamos vivendo nossas vidas.

Quando a pessoa pergunta: “O que é o Despertar Espiritual?” É o fim disso. É o fim dessa condição onde há uma identidade presente, que é o “eu”, o ego, se separando da experiência e, naturalmente, nessa separação da experiência, está vivendo dentro de um egocentramento da ilusão de uma identidade presente na experiência, buscando lidar com a vida do jeito que ele deseja. Mas não é assim que acontece.

A vida é como ela é, e esse sentido do “eu” é uma ilusão – autointeresseiro, voltado para ele mesmo, tendo uma particular visão do mundo. Nesse autocentramento, ele está sustentando toda forma de contradição e conflito, vivendo violentamente, vivendo infeliz, vivendo em desordem emocional, sentimental, em razão de todos esses conflitos que o pensamento sustenta nessa ilusória identidade.

Então, olhar para isso, tomar ciência dessa condição psicológica, que é a condição de padrão, de história, de programa, de condicionamento humano psicológico, tomar ciência disso é o fim para tudo isso. Isso é o Despertar Espiritual ou Iluminação Espiritual.

Essa questão do Despertar Espiritual é algo que se torna possível quando há essa ciência do Autoconhecimento, que implica a presença da Meditação. Então, essa questão da prática da meditação não é alguém fazendo, não se trata desse “eu” na prática, como as pessoas procuram.

O que é Atenção Plena? É esse interesse de olhar para todo esse movimento do pensamento, do sentimento, da sensação, da percepção, sem intervir, sem interferir nisso. Tomar ciência do que é a Atenção Plena é tomar ciência do que é a verdade da Meditação.

A única forma real de uma aproximação da verdade sobre como praticar a Meditação é descobrindo qual é a verdade dessa Atenção Plena. Então, a resposta para a pergunta o que é Atenção Plena é a resposta sobre essa ciência de Ser-Consciência e, naturalmente, Felicidade, algo presente na Meditação.

Não há separação entre essa Atenção e essa Meditação. No entanto, não tem “alguém” nisso. É exatamente a ausência desse movimento do observador, do pensador, do experimentador. Tomar ciência do pensamento e não se identificar com ele, porque ele é prazeroso. Tomar ciência do pensamento e não se identificar com ele na procura da rejeição dele, de rechaçar ele, de se livrar dele, porque ele é doloroso. Tomar ciência do pensamento sem o pensador é o fim para essa condição de continuidade do pensamento e, portanto, do pensador.

Uma aproximação da verdade da vida, sem esse sentido do “eu”, do ego, de uma identidade presente, sendo o pensador, o observador, o experimentador, o contato com essa Realidade da vida, sem esse elemento, é o Despertar Real.

É nesse sentido que nós usamos a expressão, aqui, o Despertar Espiritual. Veja, não tem nada a ver com o que as pessoas dizem sobre esse, assim, chamado, despertar espiritual. As pessoas aí fora ligam a todo tipo de coisa que não tem nada a ver.

Aqui estamos falando do florescer do seu Natural Estado de Ser, que é Consciência, Felicidade. Está presente quando a Meditação, como seu Natural Estado de Ser, está aqui, em qualquer parte, em qualquer lugar, em meio a qualquer atividade, no viver, no dia-a-dia, momento a momento. Aqui está presente essa ciência de Ser-Consciência-Felicidade.

Maio de 2024
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terça-feira, 25 de junho de 2024

Advaita. Importância do Autoconhecimento. Como lidar com a frustração? Saúde mental no trabalho.

“O que você tem a nos dizer sobre essa questão da saúde mental no trabalho?” Outra pergunta é: “Como lidar com a frustração?” Observe comigo algumas coisas: aqui nós estamos abordando com você como se aproximar da vida sem esse sentido de alguém presente na experiência. O que nós não percebemos é que todos os problemas que nós temos na vida são problemas que estão assentados naquele que carrega o problema.

Pode parecer estranho o que nós temos dito aqui, mas se você investigar de perto, se você se aproximar para olhar isso de uma forma muito direta, irá perceber a realidade do que estamos colocando aqui para você. Não há problema na vida, há problema em nós.

A vida é como ela é, ela acontece como ela acontece. É a nossa relação com a experiência, é a nossa forma de contato com aquilo que ocorre, com aquilo que acontece, esse modelo como representamos psicologicamente o momento presente, os acidentes, os incidentes, as ocorrências, os acontecimentos, é isso que determina em nós o problema. Eu disse em nós o problema, não na vida.

Aqui nós estamos, com você, lhe mostrando que a vida é possível em tudo que ela representa, em toda beleza do significado dela, quando deixamos de lado esse sentido do “eu”, do experimentador, daquele que se vê separado da experiência, tendo a experiência como algo que está acontecendo para ele.

Veja o que estamos dizendo aqui: situações são desafiadoras, acontecimentos criam sustos, nos trazem surpresas, muitas delas bastante desagradáveis, mas isso é a vida acontecendo. O sentido psicológico de alguém presente nessa experiência da vida é que representa o sofrimento.

Lidar com as situações, por mais desagradáveis que elas nos pareçam, é possível, sim, quando não colocamos esse elemento particular, que é o “eu”, o ego, dentro dessa experiência, sendo experimentador que está vendo na experiência algo para ele. Essa atitude pessoal desaparece quando você descobre a natureza do seu Ser, que é a Natureza Divina, que é a natureza da Verdade.

Essa Realidade é a presença d’Aquilo que é indescritível, inominável. Nós chamamos de Deus, mas a ideia que se faz de Deus, não é disso que estamos tratando aqui. Estamos falando de Algo que está fora do conhecido e, portanto, Algo fora daquilo que o pensamento imagina ser Deus.

Então, nós precisamos ter uma aproximação da vida a partir desse espaço novo. É um espaço onde não há mais qualquer separação entre você e a vida, entre você e Deus. Assim, não existe nenhuma separação entre você e o que ocorre, e o que acontece. Percebam a importância disso.

O ponto é que nós não conseguimos ter uma aproximação disso sem termos uma compreensão direta da importância do Autoconhecimento. Se você não compreende aquilo que você é, nesse contato com o que ocorre, você se vê como uma entidade separada. Esse é o movimento de alguém vivendo. Não é mais a vida acontecendo, é alguém vivendo essa experiência da vida, que é o “eu”, o ego, esse “mim”.

Então, a verdade do Autoconhecimento traz a clareza da ciência do seu Ser. Nesta não separação, nós temos aquilo que os sábios chamam de Advaita, a não dualidade. Então, não há separação entre a vida e você. Aquilo que acontece é aquilo que é este Ser, que está presente em tudo.

Então, quando a pessoa vem em busca dessa resposta para essa questão da saúde mental, seja no trabalho, seja na família, ou em qualquer situação, acontecimento, incidente, acidente, experiência, a saúde nisso repousa em uma mente que está livre desse modelo de desordem psicológica, de sofrimento psicológico, de confusão mental, de confusão psicológica. A verdade d’Aquilo que é Você em seu Ser carrega a Liberdade de uma mente livre.

Aqui, quando usamos a expressão “mente livre”, estamos falando de uma condição psicológica onde aquilo que temos presente, na realidade, é a não mente. A grande verdade sobre a mente é que a mente é o problema. A mente carrega o problema, a mente leva o problema, a mente transporta o problema, a mente é o problema.

Aquilo que nós conhecemos por mente em nós é confusão. Isso engloba, abarca também esse cérebro. Há milhões de anos esse cérebro se formou e tem essa formação. Nessa formação, o modelo que se processa, a forma de funcionamento presente em nós, dentro desse modelo de cérebro condicionado a esse padrão de pensamento de sociedade, de mundo, de cultura, é de desordem.

Repare a presença em você da ambição, a presença em você da inveja, do ciúme, do sentimento de raiva, de frustração. Como lidar com a frustração? É o mesmo que perguntar como lidar com a raiva, com o tédio, com a dor da solidão, com o medo.

Tudo isso são estados internos psicológicos que nós, como seres humanos, trazemos, e que são uma herança; uma herança de mundo, uma herança de cultura, uma herança de sociedade, uma herança de funcionamento cerebral, psicofísico. Isso está dentro desse sentido do “eu”, do ego, desse “mim”.

Aqui, uma visão nova lhe é mostrada, lhe é apresentada. Estamos lhe apresentando a verdade de algo inteiramente desconhecido. Naturalmente, desconhecido porque não tem como referência mais esse modelo, que é o modelo que nós, no ego, nesse ”mim”, nesse “eu”, conhecemos. Uma vida livre do medo, livre da frustração, da inveja, da ambição, livre do conflito que o desejo produz.

Notem a questão do desejo. Há uma frustração, há uma raiva, há um nível de decepção e sofrimento presente, por exemplo, quando o desejo não é alcançado, não é realizado. Reparem o problema que é o desejo em nós, o conflito que ele causa, o sofrimento que ele causa. Podemos nos livrar de tudo isso? A resposta para isso é: sim, quando há o despertar de sua Natureza Divina, quando há o florescer do seu Ser, quando há essa ciência de Deus.

Aquilo que é Você em seu Ser não carrega frustração, não carrega insanidade mental. Sua Natureza Divina é Inteligência, é Liberdade, é Paz, é Quietude, é Amor. Na verdade, essas palavras não alcançam essa Realidade, não descrevem essa Realidade. Então, quando não existe mais essa separação entre aquilo que é Você em seu Ser, fica claro a vida acontecendo neste Ser. A Vida é este Ser.

Assim, reparem que essa aproximação da vida é a aproximação da Realidade, é o fim dessa condição psicológica em que nós nos encontramos, nessa visão particular, onde existe esse “eu” e o mundo, esse “eu” e a vida, esse “eu” e o que acontece, esse “eu” e a família, esse “eu” e o trabalho, esse “eu” e aquilo que pode me criar frustração, perturbação, desordem ou sofrimento.

Reparem, tudo consiste exatamente na presença desse “eu”. Para ele, aquilo está diante dele, então tem ele e essa outra coisa. E aqui estamos dizendo que tudo isso é o próprio “eu”. Há um espaço que se abre agora, um espaço sem o centro.

Aqui, dentro dessa aproximação, estamos lhe convidando para o despertar de sua Natureza Divina, que é exatamente o fim desse espaço de dualidade, para um novo espaço, onde há essa presença da Advaita, da não separação. Esse novo espaço da não separação, da não dualidade é a realidade dessa mente nova, dessa não mente.

É fundamental não nos prendermos a essas palavras, a esses termos, e sim termos uma visão direta, vivencial, daquilo que estamos colocando aqui. Quando você aprende a olhar para todo esse movimento do “eu”, do ego, que é o movimento do pensamento, do sentimento, da emoção, da percepção, desse modo de sentir, sem colocar uma identidade presente nisso, há uma eliminação dessa dualidade, há uma eliminação desse espaço em dualidade. Então, há algo aqui, neste instante, fora do conhecido.

A beleza do Despertar, do florescer de sua Natureza Divina é que todos os problemas estão presentes quando a ilusão dessa condição psicológica de ser alguém está presente. Tomar ciência disso é a beleza nesse trabalho.

Uma vez que isso fique claro – a ciência dessa desordem, dessa confusão –, há um novo modo de perceber a experiência, onde o “eu” não está, onde o ego não está, onde os problemas, todos os problemas, se resolvem, todos os problemas desaparecem. Essa é a beleza da visão da Realidade.

Quando há uma visão para essa Realidade, esse é o fim dessa ilusão. Reparem o que estamos dizendo. Uma vez ciente da ilusão, há uma visão da Realidade. Uma vez não ciente da ilusão, isso que é a ilusão está se passando pela realidade das nossas vidas.

Então, qual é a verdade do seu Ser? É a verdade do fim para tudo isso. A verdadeira Sanidade, a verdadeira Felicidade, Amor, Paz, ciência da vida como ela é é a ciência de Deus. Então, é nesse sentido que estamos aqui usando expressões como “o Despertar da Consciência”, “o Despertar da Consciência Espiritual”, “Iluminação Espiritual”.

Não se trata de experiências místicas, esotéricas, contato com extraterrestres, ou contato com outros mundos ou mundos paralelos, todo esse tipo de coisa. Aqui se trata da constatação direta e simples de que essa experiência do “eu”, nesse modelo de dualidade, de separação, é o sonho de uma existência separada.

Aqui o convite é para que você assuma a Realidade de Deus, que é a sua Natureza Verdadeira, que é a natureza da verdade sobre cada um de nós. Aqui estamos trabalhando com você o despertar de sua Natureza Divina.

Maio de 2024
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quinta-feira, 20 de junho de 2024

Advaita | Como lidar com gatilhos emocionais? | Como meditar certo? | Kundalini Despertar Espiritual

“Como é que você vê essa questão dos gatilhos emocionais? “Como lidar com os gatilhos emocionais?” Essas são as perguntas. Primeiro, vamos compreender, aqui, certas coisas.

A primeira delas é que todo esse movimento psicológico presente em você, que é o movimento da mente, é um movimento reativo. Nós não temos como mudar isso. Nós temos como tomar ciência disso: é disso que nós precisamos.

Quando ocorre uma situação, um evento, um acontecimento, isso pode disparar dentro de você, uma vez em contato com a experiência – é isso que as pessoas costumam chamar de gatilhos emocionais – um certo nível de sentimento, de emoção e uma qualidade específica de pensamento. Então, repare, o nosso funcionamento é esse.

Nosso cérebro funciona a partir de estímulos, de percepções. Então, esse movimento interno de reação a esses estímulos é determinado por aquilo que alguém poderia chamar de gatilho. Mas, repare: é assim que nós funcionamos. A pergunta aqui é como lidar com isso, porque as pessoas querem se ver livres de estados internos de sofrimento presente nelas, que ocorrem em razão desses estímulos ou desses gatilhos.

Como lidar com os gatilhos emocionais? Repare, aqui estamos apresentando para você a possibilidade de ir além desse movimento inconsciente e mecânico, dessa mecânica cerebral em nós. Nós precisamos ter a liberdade de não reagir à experiência e, portanto, precisamos estar livres desse movimento inconsciente e mecânico, criado por esses estímulos, por esses gatilhos.

É por isso que uma aproximação aqui da verdade do seu Ser irá lhe dar a compreensão de como a mente funciona. A mente apreende também, naturalmente, o cérebro e como ele processa informações, percepções e sensações. Aqui nós temos enfatizado com vocês a importância do Autoconhecimento.

As pessoas querem se ver livres da ansiedade que esses gatilhos provocam, do medo que esses gatilhos provocam. Assim, num contato com um cheiro, com a voz de alguém, com algo que está sendo visto ou percebido pelos sentidos, o cérebro dispara essa condição psicológica de ansiedade, de medo, ou volta a uma situação de memória traumática.

Nós precisamos ter uma aproximação da verdade sobre quem nós somos, da Realidade de sua Natureza Essencial, fora desse modelo, que é o modelo do “eu”, do ego, desse “mim”. Porque é esse ego, é esse “eu”, é esse “mim” que vive dentro de um modelo, de uma programação, onde a experiência está registrada nele, e tudo aquilo pelo qual ele passa, vai sempre registrando.

Algumas situações são agradáveis e isso a pessoa quer cultivar, mas as desagradáveis, ela quer dessas situações se livrar. Mas isso está assentado nesse modelo do “eu”, que é o modelo do ego. Vamos compreender claramente isso aqui. Nós podemos ter alternativas, fórmulas, truques para lidar com esses gatilhos, no entanto, isso não é o fim do sofrimento, porque isso não é o fim do “eu”, do ego.

Aqui o nosso trabalho é lhe mostrar que é possível, sim, uma vida livre do “eu”, livre do ego, portanto, livre desse experimentador; livre desse experimentador com um cérebro de uma outra qualidade, onde não existe mais esse modelo de reação inconsciente e mecânica.

Então, sim, é possível uma vida livre do sofrimento e de toda essa condição psicológica que esses, assim chamados, gatilhos emocionais provocam, criam e sustentam.

A beleza do Despertar da Consciência, o Despertar da Natureza do seu Ser, o Despertar, que é o florescer de Deus. Há uma Verdade presente que está além do “eu”, desse “mim”, desse ego. O Despertar dessa Natureza Real, dessa Verdade Divina, é o fim para o sofrimento, é o fim para os problemas.

Aqui se trata desse contato com a Realidade. Nesse contato com a Realidade não existe mais essa separação entre você e a vida, entre você e o outro, entre você e a experiência. Como não existe mais a dualidade, porque não existe mais esse “eu”, tudo isso se desfaz, tudo isso desaparece.

Todos os diversos problemas psicológicos, de ordem sentimental e, naturalmente, emocionais, criados por uma condição psicológica presente, em razão de um contato com a experiência a partir de um cérebro condicionado e que vive nesse modelo de inconsciência e mecanicidade já há milênios, desaparece quando você tem a ciência da Realidade do seu Ser.

Então, os antigos sábios na Índia chamavam de Advaita essa não separação, essa não dualidade. Esse “eu”, esse experimentador, esse pensador, esse que responde de uma forma inconsciente e mecânica, a esses gatilhos, trazendo essa condição de memória, que vem do passado, que vem dessa condição psicológica de experiências passadas, inacabadas, não resolvidas.

O fim para esse “eu” é o fim que ocorre quando não existe mais essa dualidade, quando não existe mais essa separação, quando está presente a visão clara desse Ser que é a sua Natureza Real. Isso é Advaita.

É por isso que temos enfatizado aqui a importância de como meditar certo. As pessoas praticam meditação aí fora a partir de um método, de uma técnica, de uma fórmula. Elas querem encontrar um certo alívio de toda essa pressão psicológica que esse “eu”, esse ego, esse pensador, esse experimentador, esse que vive nessa condição, sempre capturado por esses gatilhos.

As pessoas querem descobrir como se livrar dessas condições psicológicas ou como se afastar dessas condições psicológicas, através do uso de uma técnica, de uma prática de meditação.

Aqui nós estamos enfatizando para você como meditar certo. O ponto é que esse “meditar certo” é a presença da Meditação, sem esse elemento, que é o “eu”, na prática da Meditação. Precisamos eliminar esse sentido do “eu” presente na prática da meditação, na técnica da meditação, no método de meditação.

Então, romper com a condição psicológica, que é romper com essa condição do “eu”, do ego, desse “mim”, romper com essa condição do sofredor, desse experimentador, desse que vive preso a essa condição de sofrimento, em razão da não compreensão de tudo isso, romper com isso é romper com a ignorância, é romper com a ilusão do “eu”, do ego, é romper com esse movimento de separação, de dualidade.

Então, meditar certo significa ter uma aproximação do Autoconhecimento, sem colocar o sentido do “eu” presente, aqui e agora, quando a experiência surge. A verdade da revelação do Autoconhecimento é a ciência da Meditação Real. Eu tenho chamado de Real Meditação de uma forma prática.

Se o seu propósito é romper com essa condição psicológica de prisão a esses gatilhos emocionais, você precisa descobrir o que é a Meditação Real de uma forma prática.

Então, para a resposta a essa pergunta – “Como meditar certo?” –, é necessário você descobrir que a primeira coisa aqui é a eliminação da ilusão desse que medita, que é o meditador. A Meditação é a presença da ciência de Ser, sem o “eu”, sem esse “mim”, sem esse ego. Quando há essa verdade da Meditação, não existe mais essa inconsciência, essa mecanicidade, esse movimento do cérebro para esses gatilhos. Reparem como é interessante isso aqui.

Aquilo que o ser humano precisa é do Despertar desta Verdadeira Consciência. Na Real Consciência não existe esse fundo psicológico de onde partem essas respostas reativas que vêm do passado, criando essas condições psicológicas de ansiedade, depressão, medo, frustração, e tudo aquilo que está presente nessa consciência do “eu”, nessa consciência egoica, há milênios.

O Despertar desta Real Consciência em você é o Despertar de sua Natureza Divina. Isso é Kundalini – aqui já colocamos uma outra expressão que, em geral, as pessoas usam de qualquer forma aí fora. Aqui, quando usamos a expressão Kundalini ou o Despertar da Consciência, estamos falando do florescer do seu Natural Estado de Ser, livre do “eu”, livre do ego.

A presença do Despertar da Kundalini é o Despertar Espiritual, que é o Despertar do seu Ser. Se isso está presente, esse modelo – que é o modelo do “eu”, do ego, que é esse modelo que se move de uma forma inconsciente, nessa mecanicidade, dentro desse padrão de condicionamento cerebral, emocional, psicológico, há milênios – é rompido, isso é desfeito. Então a beleza da Iluminação Espiritual, desse florescer da Kundalini, desse Despertar da Kundalini, que é o Despertar Espiritual de sua Natureza Divina, que é a Natureza de Deus.

As pessoas estão em busca de uma resposta paliativa para um problema. O nosso interesse aqui é outro. Estamos interessados em uma resposta cabal, final, para essa condição psicológica, que é a presença desse “mim”, desse “eu”, desse ego, que vive dentro desse modelo de separação, desse modelo de dualidade e, portanto, de sofrimento.

Quando há essa Liberdade – essa Liberdade de Ser, essa Real Consciência que Você é em sua Natureza Verdadeira –, estamos diante da vida sem mais essa condição de desordem, de confusão, de sofrimento, sem mais essa mecânica forma, sem mais essa mecanicidade de resposta reativa de um cérebro condicionado. Isso porque, com o Despertar da Kundalini, há uma mudança nesse mecanismo, nesse corpo, nessa mente e, naturalmente, nesse cérebro. Quando essa Realização está presente, não há mais sofrimento, não há mais desordem, não há mais esses gatilhos.

Então, como lidar com isso? Tomando ciência da Realidade de Deus, tomando ciência da Realidade do seu Ser, de sua Natureza Verdadeira, tomando ciência da não separação entre você e a vida, entre você e Deus, entre você e o outro, entre você e um pensamento, e um sentimento, e uma sensação, e uma percepção.

A verdade é que não existe mais esse sentido do “eu” presente, quando essa Realidade assumiu o espaço que é d’Ela, aqui e agora, neste instante. Então, o florescer do seu Natural Estado passa, necessariamente, pela visão real do Autoconhecimento e dessa ciência da Meditação, no viver, aqui, neste instante.

Então, essa é a nossa ênfase aqui com você, dentro desse trabalho: Despertar nesta vida, assumir uma vida livre de toda forma de sofrimento. Esse é o nosso empenho, é o nosso trabalho aqui.

Maio de 2024
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terça-feira, 18 de junho de 2024

O que é o Despertar Espiritual? | Iluminação Espiritual | Como praticar a Meditação? | Avidya

A pergunta aqui é: “O que é o Despertar Espiritual?” É comum as pessoas terem perguntas desse tipo. Nós vamos trabalhar com você aqui essa questão do fim da ilusão, da ilusão do “eu”, do ego, desse sentido de alguém presente aqui, neste instante.

Reparem que coisa interessante é o nosso comportamento: temos a ideia de que, por exemplo, assistindo um vídeo, tem alguém falando e você ouvindo. Então, há um ouvir, onde existem duas pessoas presentes dentro de uma dada experiência.

Nas relações, nesse contato que nós temos com o mundo, com a vida, a ideia central é a ideia de que a vida está acontecendo para mim. Aquilo que nós chamamos de “vida” ou “viver” é a vida para alguém ou o viver de alguém.

Então, o que é a Iluminação Espiritual, o que é o Despertar Espiritual? É a clara compreensão de que isso é um sonho. Estamos diante de um sonho acontecendo. À noite você tem um sonho, nesse sonho você está vivendo a vida. Essa vida que você vive no sonho é muito real para você. Então, tudo que acontece ali é muito verdadeiro, até que você acorda. E quando acorda, fica claro que essa vida não era real.

A vida do sonho, a vida onírica, ela relativa aquilo que esse sonhador podia vivenciar, experimentar, ser, ter, viver. Então, a vida do sonho é real para o personagem do sonho. Aquilo que nós chamamos de “vida”, aqui, nesse instante, aquilo que nós chamamos de “existência humana”, onde estamos dentro desse movimento de confiança, de certeza, de segurança, de absoluta convicção de que tudo isso aqui à nossa volta é real, isso está presente em razão da mesma condição.

Você só tem um sonho à noite quando dorme, e você só tem esse sonho aqui enquanto o sono também está acontecendo. A verdade sobre isso é que aquele sonho é tão real quanto esse sonho aqui é real. À noite você sonha porque dorme, e aqui, durante o dia, você sonha porque dorme.

Então, o Despertar Espiritual é o despertar de sua Natureza Real, algo além do sonho e, naturalmente, do sono. Vejam que coisa simples temos aqui e, ao mesmo tempo, de uma extrema gravidade quando não compreendida, quando não esclarecida.

É por isso que na Índia eles chamam de avidya. Avidya é uma palavra em sânscrito que significa a não visão. É como você olhar para um espelho e não conseguir se ver no espelho, porque o espelho está muito sujo, muito empoeirado. O que você tem ali é um embaçamento completo. Você não pode se ver claramente no espelho que está embaçado, que está empoeirado, muito empoeirado: isso é avidya.

A visão que você tem de si mesmo é avidya. Então, a palavra avidya significa ignorância. Quando há ignorância, não se tem a visão: é a não visão. Essa é a condição em que nós, como seres humanos, nos encontramos nesta vida.

Toda visão particular que você tem do mundo, notem isso, não é uma visão particular, é a visão coletiva, que agora se mostra como sendo a visão particular de alguém. Você se vê como sendo alguém com uma consciência individual e particular, tendo uma visão do mundo que, no pensamento, a ideia em você é que é uma visão sua e particular do mundo e da vida. Mas não é! O que você tem é uma visão de condicionamento de cultura, de sociedade, de mundo.

Essa, assim chamada, “consciência pessoal” é, na realidade, a consciência da humanidade. O modo como você vê a experiência da vida é o modo como todo ser humano vê a experiência da vida. Você se vê como uma entidade separada da vida – todo ser humano se vê assim –, tendo uma consciência individual. Todo ser humano tem esse sentimento de individualidade.

Há algo presente em você que está presente em todo ser humano. Todo ser humano é exatamente como você, psicologicamente. Então, no sentido de uma identidade presente na experiência, a única singularidade aqui presente são as impressões digitais, a forma do rosto, o seu particular nome, a sua particular história, o seu CPF (Cadastro de Pessoa Física).

Mas, psicologicamente, a estrutura dessa consciência do “eu”, que é a consciência humana, é a consciência presente em todos nós, e essa consciência está dormindo e sonhando. O seu mundo particular e privado, na realidade, é um mundo compartilhado por toda a humanidade.

Então, o que é o Despertar Espiritual? Repare, me refiro à verdade do Despertar Espiritual. Não se trata de contato com extraterrestres, não se trata de experiências particulares desse “eu”, experiências místicas, esotéricas, o contato com o extrafísico, com o não material, com o, assim chamado, “mundo espiritual”. Não se trata disso.

Estou falando aqui com você do Real Despertar, pelo menos no sentido que colocamos aqui, dentro do canal para esta expressão (Despertar Espiritual). O Real Despertar Espiritual é o fim do sonho com o seu sonho, é o fim do sentido de uma identidade presente se separando da vida, se vendo como alguém na experiência do viver. Esse é o fim do “eu”, do ego.

A Realidade do seu Ser está presente quando a ilusão termina. Então, isso é o fim da avidya. Essa palavra em sânscrito, como já colocamos, é ignorância. Essa condição de ignorância, quando termina, temos a Realidade do seu Ser presente.

Quando as pessoas perguntam o que é meditação ou como praticar a meditação, aqui colocamos a Meditação também de uma forma também diferente. Aqui chamamos de Real Meditação, diferente da meditação como técnica, como prática, como algo que você faz. Não, absolutamente!

A Real Meditação é o florescer do seu Ser quando há uma aproximação da verdade do Autoconhecimento na prática. A palavra Autoconhecimento também colocamos de uma forma diferente aqui. Estamos falando de uma aproximação da verdade sobre quem é você. Não para intervir ou interferir nisso, mas para tomar ciência desse você, que é o “eu”, o ego. É quando ele termina, é quando essa identidade, que é esse “mim”, esse “eu”, se desfaz, em razão dessa atenção, dessa visão clara da Meditação.

O Autoconhecimento, assim como a Meditação, é algo que está presente quando há essa atenção sobre todo esse movimento do “eu”, do pensamento, do sentimento, da emoção, da sensação, da percepção.

Tomar ciência disso é o fim dessa ignorância, é o fim para essa ilusão, que é a separação entre a Realidade, que é Você em seu Ser Real, e a vida. Essa separação está presente em razão dessa ilusória identidade, que é esse centro falso, esse centro ilusório, que é o “eu”, o ego.

Temos uma aproximação da verdade da Meditação quando temos essa aproximação, neste instante, de todo e qualquer movimento do pensamento, do sentimento, da emoção, da sensação. O fim para essa identidade presente é o fim para essa separação. Isso é real aproximação da Meditação, porque nesse momento temos presente o Autoconhecimento.

Então, Autoconhecimento aqui é a simples constatação de que esse centro é esse elemento que se separa como sendo o experimentador, o pensador, o observador, dentro da vida, no viver, na experiência. Olhar isso de perto, se aproximar disso, é eliminar essa separação, é eliminar essa dualidade. A eliminação disso é algo que ocorre naturalmente quando há essa atenção, esse olhar.

Reparem: não é alguém na prática da meditação. Então não se trata de alguém praticando a meditação. Como praticar a Meditação? A Meditação é a ciência daquilo que é Você quando o sentido do “eu”, desse “mim”, desse você, não está mais presente.

Assim, a presença da Real Meditação é a ausência daquele que medita, é a ausência do meditador. Portanto, nossa colocação aqui é bem específica a respeito dessa questão da Meditação. Não é alguém na prática da meditação, não é alguém praticando a meditação, é a ciência de que essa atenção sobre todo esse movimento do “eu”, do ego, é o fim para esse movimento. Então Algo está presente agora, neste instante.

Esse Algo é a ciência da não separação, da não dualidade, é a ciência deste Ser, que não é pessoal. Então, a realidade da Meditação é a presença d’Aquilo que está presente quando o meditador não está, quando o “eu” não está, quando o ego não está.

Assim, a coisa mais importante na vida é termos uma aproximação da Realidade, do fim do “eu”, do ego. Ou seja, a coisa mais importante na vida é o florescer de sua Natureza Divina. É nesse sentido que usamos aqui as expressões “o Despertar Espiritual” e “Iluminação Espiritual”.

O nosso trabalho aqui consiste nessa investigação, nesse estudar aquilo que se passa conosco, aquilo que somos, aquilo que demonstramos ser, que parecemos ser, e essa Realidade que está além disso, que é Algo indescritível, inominável, que é a Realidade deste Ser, deste Verdadeiro Ser, que está presente quando o sentido do “eu”, do ego, não está mais.

Esse Natural Estado de Ser é esse florescer d’Aquilo que é Você. Então está presente esta Inteligência, esta Graça, este Amor, esta Sabedoria, esta Real Completude, esta Verdadeira Felicidade. Toda a busca do ser humano é por essa Completude, é por essa Felicidade, é por esse Amor, e Isso está presente quando o seu Ser floresce, seu Ser Real assume o espaço que é d’Ele nesse corpo e nessa mente.

Maio de 2024
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quinta-feira, 13 de junho de 2024

Como vencer o medo da morte? O que é Meditação? O que é Despertar Espiritual? Iluminação Espiritual.

Aqui a pergunta é: “Como vencer o medo da morte?” A compreensão disso requer uma aproximação da verdade daquilo que a morte representa. Veja, aqui não se trata de uma aproximação com base em crenças.

As pessoas têm procurado estudar esse assunto e, em razão disso, em razão de todo o aprendizado dentro da espiritualidade ou desse movimento de vida religiosa, elas hoje carregam todo tipo de crenças a respeito do pós-morte. E isso lhes garante um certo consolo, um certo conforto, uma certa intelectual certeza. Mas isso não é o fim do medo.

O sentido de alguém presente, que é o “eu”, o ego, que tem suas coisas, ele não quer se ver livre dessas coisas. Isso é um fato, isso é uma realidade. Então, não importa a quantidade de crenças que você tenha a respeito do pós-morte ou da não verdade da morte. O fato é que, quando a morte chega, muda tudo. Muda tudo porque tudo que você tem desaparece, tudo que você é desaparece. E esse é um contato com o desconhecido.

Então, repare: esse contato com a vida, sem a compreensão do que ela é, lhe coloca numa condição onde você está preso a experiências de todos os tipos, e dando uma identidade a todo tipo de situação à sua volta e dentro de você, que você chama de “minha vida". Então, tudo que você sabe é isso que você conhece sobre você, sobre essa, assim chamada, “vida”. Qualquer coisa fora disso é o desconhecido.

Então, a verdade é que uma crença é um conceito, é uma ideia, é um pensamento. Conceito, crença, ideia, pensamento, tudo isso é algo que faz parte ainda de uma abstração. Então, a realidade da morte é compreendida quando o sentido do “eu”, do ego, com tudo que ele representa, desaparece. Repare: não é fisicamente, mas, sim, psicologicamente.

Esse sentido do “eu”, do ego, tem uma visão desse seu mundo físico a partir do seu imaginário mundo psicológico. Então, é aqui que está o problema. O ser humano não tem exatamente medo da morte, porque a morte é algo desconhecido. O medo do ser humano é o medo de perder sua segurança no que ele conhece.

O seu medo não é exatamente do desconhecido, mas é o medo de perder a segurança dentro do que ele conhece, dentro do que ele sabe. E o que ele sabe é aquilo que sua identidade egoica, esse sentido do “eu”, que é o ego em cada um de nós, carrega. Aqui está a questão do medo.

O medo está presente, e é o medo de perder tudo o que ele representa. Quando algo que é seu lhe é tirado, há uma dor envolvida nisso. E por que essa dor está presente? Em razão da vinculação psicológica, sentimental, emocional e física de apego àquele objeto, àquela pessoa, àquela dada situação, ao próprio corpo. Então, o seu medo é o apego ao conhecido. Essa é a experiência do “eu”, é a vida do “eu”, é a vida do ego.

Então, como vencer o medo da morte? Repare, tudo que você vence, tem que continuar vencendo. Mas quem é esse que está vencendo? Não é o “eu”? O que é que ele está vencendo? A verdade sobre isso é que sim, é possível o fim do medo. É isso que temos falado com você, estudado com você, explorado com você aqui.

Aqui estamos trabalhando com você essa questão do Despertar Espiritual, porque as pessoas também perguntam: “O que é o Despertar Espiritual?” Veja, o Despertar Espiritual é a ciência da Verdade Divina, do seu Real Ser – pelo é nesse sentido que colocamos essa expressão aqui.

A Realização d’Aquilo que é Você, que é a Verdade Divina, é o Despertar Espiritual ou Iluminação Espiritual. E se Isto está presente, nós temos o fim do medo. Veja, não se trata de vencer o medo. Não existe nada que você consiga vencer que não tenha que vencer de novo, e de novo, e de novo. Aqui estamos falando de uma vitória definitiva. Mas uma vitória definitiva não significa a partir de uma luta entre você e essas coisas chamadas medo e medo da morte.

Aqui estamos falando do fim para o medo e, portanto, o fim desse “eu”, porque é assim que essa Realidade do fim do medo acontece. Enquanto houver o sentido de um “eu” presente, que é o ego, com suas coisas, se ele tem suas coisas, ele é essas coisas.

Pode parecer muito estranho você ouvir isso, mas tudo que faz parte desse centro, que é o “eu”, o ego, tudo que faz parte dele é aquilo que ele tem. Tudo que ele tem faz parte dele. É aqui que se encontra essa ilusória identidade.

O “eu” não passa de uma memória, ele não é nada além de uma ideia, de uma crença, de um conjunto de coisas que ele imagina ser, que ele imagina ter. Quando você diz “minha casa”, repare, isso é uma ilusão. Você não pode ter uma casa. Isso é uma projeção do pensamento a partir de um centro ilusório de uma autoimagem, que é o “eu”.

Veja, você tem uma imagem sobre quem é você e um pensamento, uma imaginação do que você tem. Você é só um pensamento, essa autoimagem é um pensamento. A história que você tem sobre você é uma ideia criada pelo pensamento, sustentada pelo pensamento, contada pelo pensamento, porque tudo isso faz parte de uma memória de passado que esse corpo e mente viveram.

Então, as experiências passadas que esse corpo e mente viveram, todas essas experiências fazem parte da história do “eu”. Mas esse corpo e essa mente não são a Realidade do seu Ser. Esse “eu" é um conjunto de memórias, um conjunto de lembranças, uma imagem que você faz sobre quem você é.

Essa imagem tem uma casa, tem um carro, tem uma esposa, tem uma família, tem filhos, e tudo isso desaparece na morte. Notem: tudo isso se vai. Quando essa coisa extraordinária chamada morte chega, ela não avisa, ela não negocia com você. Você não pode argumentar com ela, bater um papo com ela. Você é um conjunto de imagens, memórias, lembranças. Então, a crença está exatamente aí, na ideia de ser alguém que tem coisas. Na verdade, essas coisas fazem parte dessa autoimagem.

Não temos só o medo da morte, nós temos o medo de envelhecer, o medo de adoecer, o medo de empobrecer, o medo de não enriquecer, o medo de ser enganado, de ser traído, de ser abandonado, o medo da doença, o medo da velhice, o medo de perder o que nós conseguimos.. Há tantas formas de medo presente em cada um de nós. Por que esse medo está presente? Porque esse medo é a condição da identidade do próprio “eu”.

O medo não é algo separado do “eu”. O “eu” é o medo. Veja como é fascinante termos uma compreensão disso e como é fundamental para essa Realização Divina, que é o Despertar para Aquilo que está além de tudo isso, dessa condição humana de identidade egoica, nessa identidade do “eu”. Reparem como isso é fundamental.

Um pensamento em você está presente, então você está presente. Se não há nenhum pensamento, não existe você presente. Se, por exemplo, a casa que você tem – o pensamento “casa” –, com todos os móveis ali, onde ela se situa, a cidade, o bairro, tudo isso está dentro do pensamento. Se o pensamento está presente, você tem essa casa. Mas você está presente nessa lembrança, essa lembrança está presente nesse você: isso não se separa.

A lembrança é você, você é a lembrança. Se você não tem a lembrança, você não está presente. Então, o pensamento é o pensador. Ter, aqui, uma aproximação disso é fundamental. Todo pensamento em nós é a presença do pensador. Livre do pensamento, livre do pensador. E, se não há o pensador, porque não há o pensamento, não há casa, não há história, não há medo.

Aqui se trata da Realização d’Aquilo que é Você e seu Ser, além do “eu”, além do pensador, além da mente egoica. Isso é o fim do medo, é o fim do medo da morte, porque neste momento não há mais a continuidade do “eu”, ele já se foi.

Então, como viver a vida livre do medo da morte? Assumindo a Realidade da vida, sem o centro, que é o “eu”, o ego, o pensador, o movimento da mente egoica, com tudo que ela possui. Isso é estar livre dessa vinculação de imagens que sustenta o apego.

Repare: você está num contato direto com todas as experiências da vida, com família, com negócios, com os bens móveis e imóveis, mas sem o sentido do “eu”, do ego, desse movimento psicológico de ser alguém preso, agarrado, nessa vinculação de imagens, de apego a tudo isso, não há medo, não há sofrimento. Isso é o Despertar da Realidade do seu Ser.

Uma vida livre do ego é uma vida livre do medo, de toda forma de medo, porque nesse momento a vida está acontecendo sem o sentido de alguém nessa particular vida desse centro, que é o ego, que é o “eu”, com tudo o que ele tem, com tudo o que ele possui, com tudo o que ele é.

Nós estamos trabalhando com você aqui exatamente essa visão da Realidade da Vida, que é a Realidade do seu Ser. É nesse sentido que nós usamos aqui a expressão “o Despertar Espiritual”. Veja, em nenhum momento entrou aqui experiências místicas, extrafísicas, o contato com extraterrestres ou algo que a pessoa viveu e pode contar a respeito. Não é isso! Não é nesse sentido que investigamos isso aqui com você, não é nesse sentido que colocamos essa expressão aqui.

O Despertar do seu Ser é o verdadeiro Despertar de Deus, é o Despertar Espiritual, Iluminação Espiritual, é o fim do “eu”, é o fim do ego. Isso é o fim dessa condição ilusória de ser alguém. Isso se torna possível quando você descobre o que é Meditação, a aproximação da verdade da Meditação.

Aprender a olhar todo esse movimento do pensamento, do sentimento, da emoção, da sensação, da percepção, nesse contato com pessoas, lugares, objetos, sem colocar uma identidade presente, que é o “eu”: isso é Meditação.

A verdade da Meditação é a ciência de Ser pura Consciência, neste instante. Então, mais uma vez, temos uma palavra aqui que nós temos colocado de uma forma muito clara para você: Meditação. Não é uma prática, não é se sentar, fechar os olhos, fazer uma visualização, repetir um mantra ou respirar de uma certa forma.

A verdade da Meditação é a desidentificação com todo esse conteúdo psicológico do “eu”, um esvaziamento de todo esse conteúdo para a simples ciência de Ser, onde não há separação, onde não há essa dualidade entre o pensamento e o pensador, a experiência e o experimentador, aquele que está presente e a presença dessa dada coisa, aqui e agora. Compreender melhor isso requer uma aproximação deste trabalho.

Maio de 2024
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terça-feira, 11 de junho de 2024

O que é Meditação? O que é o Despertar Espiritual? Iluminação Espiritual. Autoconhecimento Supremo.

Aqui, quando usamos com você a expressão “Autoconhecimento”, nós estamos falando da verdade do Autoconhecimento Supremo, não do autoconhecimento como, em geral, as pessoas usam dentro da psicologia, da filosofia. Nós estamos sinalizando para você a importância da verdade de sua Revelação Divina, da Realidade do seu Ser, de sua Natureza Essencial.

Esse autoconhecimento, onde você melhora como pessoa, onde há todo um processo de desenvolvimento pessoal, evidente que isso tem alguma importância ou uma grande importância dentro dessa história da pessoa. Quando a pessoa pode melhorar ou se desenvolver, ela consegue melhores espaços para essa ajustada vida que a pessoa conhece.

Aqui estamos apontando para algo além dessa pessoa e, portanto, além dessa necessidade de um ajustamento para essa egoidentidade, para essa personalidade. Estamos apontando para a Realização Divina, para um real encontro com o Amor, para um real encontro com a Felicidade, para o seu encontro com Deus.

E, aqui, é importante que se diga logo de passagem, que esse encontro com Deus não é você nesse encontro, é a Verdade de Deus se revelando, exatamente quando esse centro, quando esse sentido pessoal e particular de identidade egoica desaparece. Então, aqui se trata da presença da Verdade Divina.

Aqui nós estamos trabalhando com você o fim dessa ilusão; a ilusão de uma identidade presente na busca ou na procura por algo para se preencher, para ser feliz, para ter um encontro com a liberdade ou com o amor. O nosso trabalho aqui consiste em ter uma aproximação daquilo que somos.

Então, aqui, quando tratamos com você do Despertar Espiritual ou Iluminação Espiritual, estamos tratando com você do fim de uma identidade presente na experiência do viver. O florescer de sua Natureza Divina é esse Despertar Espiritual, é essa Iluminação Espiritual. É nesse sentido que nós usamos as expressões Despertar Espiritual e Iluminação Espiritual.

Não se trata de uma experiência mística ou, assim chamada, “espiritual” ou “extrafísica”. Não se trata de algo que você depois vai relatar sobre isso ou contar para outros sobre isso. Aquilo que é real, como sendo seu Natural Estado de Ser, é algo indescritível, inominável, está fora do conhecido.

Portanto, a verdade dessa ciência de Ser é o fim de todo esse movimento, que é o movimento do pensamento, para descrever, para explicar, para esclarecer, para cultivar memórias e lembranças a respeito disso. Estamos falando de algo que o pensamento não alcança. Uma aproximação real disso é a aproximação da verdade do Autoconhecimento.

A palavra “Autoconhecimento” também nesse sentido muito claro. Não se trata da melhora da pessoa, do aprimoramento da pessoa, mas da ciência dessa revelação de que o sentido de pessoa é uma ilusão. O sentido de uma identidade presente sendo experimentador da experiência, vivo na vida, é só um pensamento, uma ideia.

Todo esse sentido de identidade presente na vida, no viver, na experiência, e nesse autoaprimoramento é apenas uma modificação, uma mudança ou transformação de pessoa, de condição psicológica, desse condicionamento. Não se trata disso. Aqui estamos tratando com você da importância desse real aprender sobre nós mesmos. Isso nos revela aquilo que está além desse nós mesmos, desse “mim”.

Isso revela aquilo que é o desconhecido, que é inominável e indescritível, que é isso em nós que está além desse “nós”. Aquilo que não faz parte do tempo, aquilo que nunca nasceu, aquilo que não pode morrer. Haverá Felicidade em sua vida quando a ciência da Felicidade tiver esse espaço de assumir o lugar que é dela em sua vida.

Veja, nesse movimento, que é o movimento do centro, que é o “eu”, o ego, estamos colocando essa condição de tempo. Há sempre esse movimento de tempo para alcançar, para se livrar, para obter, para realizar. Aqui, é quando o tempo termina que isso se revela. Então, quando eu digo “haverá”, eu estou dizendo que esse “haverá” é agora.

Então, o futuro é agora, quando o sentido do tempo psicológico, que é esse tempo formulado por essa identidade egoica, não entra, não está mais presente. Aqui nós já temos a resposta para a pergunta: “O que é Meditação?” Aqui já temos uma aproximação para essa resposta desta clássica pergunta – “O que é Meditação?”

Veja, não é algo para se realizar no tempo. Então, não se trata de algo mecânico, algo que se aprende e, de uma forma mecânica, se pratica, como ocorre com as técnicas, com os sistemas, com as diversas práticas de meditação que você já ouviu falar, e que você encontra disponível aí fora.

O que é a Meditação? É a ciência, agora, aqui, da ausência do “eu”. Portanto, não se trata desse “mim”, desse “eu”, desse ego, desse meditador na prática, ou seja, meditando. É necessário que rompamos com isso, que deixemos de lado todo esse movimento, porque ainda é um movimento de condicionamento, de hábito, mecânico, algo feito por esse centro, que é o “eu”.

É necessário abrirmos mão de tudo isso para descobrirmos a verdade da Real Meditação, dessa aproximação, neste momento, de todo o pensamento, sentimento, emoção, sensação; o modo de perceber esse instante, a experiência sem o “eu”, o centro, o ego, o experimentador. Reparem, isso é algo novo para a maioria de vocês.

Para a maioria de nós, ter uma aproximação assim da Meditação, o que implica a Meditação sem o meditador, é algo muito novo ou muito estranho, porque o nosso modelo, o nosso antigo modelo, a nossa forma de perceber tudo isso é alguém no fazer, é alguém fazendo, é alguém na execução, é alguém na prática.

Esse contato com o Autoconhecimento Real é a constatação, nesse instante, da Realidade Divina, da Realidade Suprema. É por isso que nós temos chamado de Autoconhecimento Supremo, porque é o Autoconhecimento que revela Deus. Não se trata de algo que se pratica para melhorar a pessoa, como já foi colocado – e como temos colocado sempre nesses encontros.

Aqui na vida, a única coisa que importa é a ciência da Vida. E a ciência da Vida é a Vida n’Ela própria, cônscia d’Ela mesma. Não tem alguém nisso. Não há o sentido de uma identidade presente nisso, de uma pessoa nisso, de uma personalidade nisso. Isso é a verdade deste florescer Divino. Essa é a verdade do Despertar Espiritual.

O Despertar Espiritual é a ciência de sua Natureza Essencial, que aqui e agora floresce quando esse modelo, que é o modelo do “eu”, não está. É por isso que nossa ênfase está em investigar o que é o pensamento, o que é o sentimento, o que é a emoção, o que é essa forma de sentir, essa forma de se mover na vida, o que é a ação.

Reparem, tudo isso é algo que precisa ser investigado, porque a não compreensão disso nos mantém em uma condição psicológica, que é a condição comum a todos, nessa inconsciência, nessa postura de profunda ignorância. Veja, aqui, a palavra “ignorância” no sentido da não ciência do próprio movimento do “eu”.

Nós precisamos tomar ciência do movimento do “eu” para o fim do sofrimento. Quando essa ignorância prevalece, como acontece dentro da humanidade, porque esse Florescer, esse Despertar não está presente para a maioria da humanidade, o sofrimento está presente. O sinal da ausência desse Despertar Espiritual, dessa Iluminação Espiritual, é a presença da dualidade.

A dualidade implica na presença de alguém que sofre, de alguém com medo, de alguém ansioso, de alguém deprimido, de alguém nessa dor da solidão, de alguém vivendo algum nível de sofrimento interno, angústia, culpa, remorso, arrependimento.

A presença da ignorância é a presença da ilusão de uma identidade presente que se vê separada da experiência, separada da vida, separada da existência, separada de Deus; em conflito com ela mesma em razão dessa inquietude de pensamentos – pensamentos repetitivos, tagarelas, negativos, pensamentos intrusos. Reparem, tudo isso são quadros internos, psicológicos, de vida presente nessa identidade, que é a identidade egoica.

Veja, podemos buscar toda forma de ajuda na psicoterapia, na psiquiatria, na psicologia, nessa, assim chamada, “espiritualidade”, mas enquanto esse sentido de uma identidade, que é a identidade do “eu”, se sustenta em cada um de nós em razão dessa ignorância, a ilusão estará presente, esse sentido de separação estará presente e, naturalmente, o conflito estará presente, o sofrimento estará presente.

Aqui estamos trabalhando com você o fim dessa condição psicológica de ser alguém. Aqui estamos sinalizando para você o fim para essa ilusão: a ilusão de uma identidade presente, se sustentando na vida e procurando na vida, separado dela, alcançar dela, que é a vida, alguma coisa para esse centro, para esse “eu”, para essa pessoa.

Aqui estamos dizendo para você que a Realização da Verdade é possível, que é a Realização de Deus, que alguns chamam de Iluminação ou Despertar Espiritual – aquilo que alguns confundem com todo tipo de coisa que não tem nada a ver com o que estamos apontando aqui.

Aqui, esse Despertar, Iluminação, Realização de Deus, é o fim do “eu”, é o fim do ego, é o fim dessa ilusão desse centro que se separa. É a presença desta Consciência, deste Ser, desta Felicidade – isso é direto dos Vedas –, sua Natureza Real quando não há mais ignorância. A verdade deste florescer do seu Natural Estado de Ser é Ser-Consciência-Felicidade.

Assim, todo o nosso propósito aqui está em termos essa aproximação, está em nos posicionarmos diante da vida dentro de uma visão clara, sem o sentido de uma identidade presente, acreditando em todo tipo de coisa que o pensamento condicionado, o pensamento de história humana, tem colocado presente nesse cérebro.

Então, é necessária uma mudança profunda, radical, um contato real com a verdade daquilo que eu tenho chamado de uma nova mente. Uma nova mente não é uma mente nesse sentido que nós conhecemos. Estamos apontando para algo indescritível, a presença de um novo modo de pensar, de sentir, de agir, quando falamos de uma nova mente.

Maio de 2024
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quinta-feira, 6 de junho de 2024

Fugas psicológicas | Como vencer o medo? | Como lidar com pensamentos? | Ansiedade e depressão

Nós temos procurado apresentar para você esses assuntos de uma forma muito direta, porque nós precisamos urgentemente compreender aquilo que nós somos. Porque é quando há essa compreensão que a libertação dessa confusão ocorre. Eu me refiro a essa confusão do “eu”, do ego.

Nós, como criaturas humanas, agimos de uma forma muito curiosa. Nós não temos ciência da confusão em que nós nos encontramos. Perceba o que estamos dizendo aqui para você.

Nós não temos ciência clara de como estamos confusos, desorientados, desordenados, o quanto vivemos uma complexidade interna, psicológica, que nos coloca numa condição de vida externa, numa grande desordem e confusão. E, no entanto, não temos a mínima noção de que, na verdade, estamos vivendo assim.

Nós temos tantas formas, tantos mecanismos de ocultarmos isso de nós mesmos, de nos escondermos de nós próprios dentro dessas situações, que nós não temos ciência de como, de fato, nós nos encontramos.

Então, uma das coisas muito curiosas no que diz respeito ao ser humano é que ele vive fugindo. Nós temos diversos mecanismos de fugas psicológicas para não presenciarmos em nós mesmos, não tomarmos ciência em nós próprios dessa dor que representamos para nós mesmos e para o outro. Então se faz fundamental para todos nós, de grande urgência, termos uma aproximação da Revelação do nosso Ser.

O que estamos fazendo juntos aqui é investigando a natureza da verdade sobre quem nós somos. Porque não está na Real Verdade do nosso Ser toda essa confusão. Está, sim, naquilo que somos, naquilo que apresentamos ser, naquilo que manifestamos ser nesta vida, toda essa confusão. Então, a verdade sobre nós precisa ser compreendida.

Então, há duas coisas aqui: a compreensão da verdade sobre quem somos e a Realidade do nosso Ser, que é outra coisa. A verdade sobre quem nós somos é fácil ser constatada. Digo fácil, se dermos atenção para isso, o que nós não temos feito. Tudo que nós temos feito é fugir desse olhar para nós mesmos.

Quando a dor se torna muito aguda, muito intensa, nós procuramos uma ajuda. Então nós buscamos na psicoterapia, buscamos na hipnose, buscamos alguma forma de tratamento para termos, temporariamente, um alívio dessa implacável dor que está presente nesse “mim”, nesse “eu”, nesse ego.

Então, através de um tratamento ou de medicações, nós estamos sempre, de uma certa forma, tendo, temporariamente, um alívio para essa condição crucial, que é a condição do ego. Eu sei que soa desafiador ler isso aqui, mas nós temos que tornar isso claro para você.

Esse “eu”, esse ego, não tem cura. O que podemos dar a ele é um tratamento, uma condição de melhor ajustamento. Então ele se ajusta, de uma forma mais adequada, religiosamente, politicamente, socialmente, familiarmente, com ele próprio. Ele busca alternativas de ajuste. Então há um alívio temporário dessa aflição de ser alguém.

Esse “ser alguém” pode ter um alívio dessa sua aflição, mas a aflição continua. Enquanto houver esse sentido do “eu” presente, que é o sentido do ego, haverá sofrimento. Então nós temos diversas perguntas desse tipo: “Como vencer o medo?” “Como lidar com os pensamentos?” “Como atender essa questão em nós do desespero, da ansiedade, da depressão, da angústia, dessa dor existencial, dessa dor da solidão?”

Tudo o que temos feito é buscar uma forma de ajuda para minorar, para minimizar essa condição psicológica sofrida, complicada, de ser alguém. Nos falta a compreensão da verdade sobre quem nós somos aqui, nesse momento. Tomar ciência da inveja, do ciúme, da raiva, do medo, do conflito que os desejos causam. Veja, esses aspectos para nós, claramente são aspectos de sofrimento.

Embora não tenhamos ciência de que eles são aspectos presentes em cada um de nós, eles estão aí presentes. Mas temos também outros aspectos dos quais nem mesmo temos a menor aproximação para perceber que também são causas de contradições, conflitos e sofrimentos em nós. Por exemplo, a busca pelo prazer.

É nessa insatisfação que essa busca por essa ou aquela outra forma de preenchimento – emocional, sentimental, sexual, ou adquirindo bens móveis, imóveis – ocorre. Tudo isso são alternativas em nós nessa busca do prazer.

Então, há esse movimento dessa busca de prazer em razão dessa insatisfação. Isso nos leva a sustentar também, ainda, as contradições, as complicações e os conflitos existenciais para cada um de nós.

O que estamos propondo aqui para você é a tomada da ciência de uma relação com a vida, livre desse “eu”, desse ego. Uma vida assim é uma vida onde a ciência da Verdade de Deus está presente, do Amor está presente, da Liberdade está presente, da Inteligência está presente. Isso está presente quando o ego não está.

O ponto é que não podemos eliminar esse sentido do “eu”, do ego, a partir desse próprio centro se movimentando. Notem, como acabamos de colocar, tudo que esse centro faz, entre outras coisas, é ocultar de nós mesmos a confusão que ele produz.

Então, reparem como é bastante curioso o nosso comportamento. Nós estamos em conflito, mas não nos sentimos em conflito, porque estamos como que amortecidos, anestesiados, incientes desse estado conflituoso. Temos diversas formas de escaparmos desse olhar para nós mesmos.

Aqui o convite é estudar a si próprio, é colocar atenção para esse próprio movimento da mente. Sim, precisamos compreender como o pensamento funciona, como o sentimento, a emoção, o modo de perceber, a percepção na relação com o outro, com as situações diversas à nossa volta. Perceber dentro de cada um de nós o movimento do pensamento, da sensação, da emoção.

Tomar ciência, ter um contato direto, real, com a insatisfação, com a contradição, com o conflito, com toda forma de sofrimento. Olhar para tudo isso dentro de cada um de nós, nesse instante, isso é Autoconhecimento. Tomar ciência de como esse “eu” se processa, como ele se separa. E, quando ele se separa, é ele que está produzindo tudo isso.

A sua Natureza Real, a sua Natureza Verdadeira, a Realidade deste Ser Divino que trazemos não carrega nada disso. Isso é algo periférico. Mas está na periferia desse centro. Observe isso. É um centro que está sempre se mantendo dentro de uma continuidade por não ser observado, por não ser compreendido.

O Autoconhecimento, o estudar a si mesmo, é compreender essa estrutura, que é a estrutura do “eu”, desse centro. A compreensão desse centro é o fim dele com sua periferia. Essa sua periferia é o sofrimento em suas diversas formas. Esse centro é a raiz de toda essa árvore. O ponto é que, psicologicamente, o ser humano é isso. O nosso movimento psicológico de ser alguém é somente isso.

Olhar essa estrutura, tomar ciência dessa estrutura, é compreender essa raiz, é compreender essa árvore, é se ver livre dessa raiz e, portanto, dessa árvore. Então, uma Vida Divina, uma vida em Amor, uma vida em Paz, uma vida em Liberdade é algo possível quando você compreende a Verdade do seu Ser, que é a Verdade de Deus. Então o conflito termina, o sofrimento termina, esse movimento caótico de pensamento termina.

Não se trata de alguém lidando com os pensamentos, e, sim, do fim desse alguém, porque é esse alguém que é o pensador. É esse pensador sendo esse alguém que está sustentando essa continuidade de pensamento caótico, conflituoso. Nós não perguntaríamos como lidar com os pensamentos se os pensamentos não se constituíssem de problemas para cada um de nós.

Aqui, o ponto interessante para você estudar é compreender que o pensamento em si é funcional quando não é disfuncional. Ele é funcional quando você precisa da memória técnica para trabalhar em uma profissão, para se lembrar do seu próprio nome, para se lembrar do nome de uma outra pessoa, para se lembrar do endereço dela.

Essa qualidade de pensamento, que é a memória simples, nós precisamos dela, precisamos do conhecimento nesse sentido, nessa área. Então, esse pensamento simples é algo funcional.

O problema é que nós temos um modelo disfuncional de pensamento, que é esse pensamento que produz contradição, que produz conflito. É por isso que perguntamos como lidar com os pensamentos, porque essa qualidade de pensamento é qualidade de memória psicológica, no qual esse “eu”, esse ego, é constituído.

Assim, uma aproximação direta de todo esse movimento, que é o movimento do “eu”, do ego, pelo Autoconhecimento é ir à raiz dessa árvore. Então é possível haver um esvaziamento para esse conteúdo psicológico que constitui essa identidade, que é a identidade egoica.

A ciência da Verdade da Meditação, da Verdadeira Meditação, dessa arte que é parte do Autoconhecimento, é fundamental. Qual é a Realidade do seu Ser? É aquilo que está presente quando a Meditação, a Real Meditação, está presente.

Aqui eu me refiro à Verdadeira Meditação, não o que as pessoas chamam aí fora de “meditação”. Aqui eu me refiro à Verdadeira Meditação, à Real Meditação. A ciência da Real Meditação, que é parte do Autoconhecimento, revela a Natureza deste Ser Divino, desta Realidade de Deus, que está além do “eu”, que está além desse “mim”, dessa egoidentidade.

Maio de 2024
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terça-feira, 4 de junho de 2024

Despertar Espiritual | Observador e a coisa observada | Como me livrar do sofrimento? | A dualidade

Aqui a pergunta é: “Como me livrar do sofrimento?” Eu gostaria de fazer outra pergunta para você: Será verdade que existe alguma separação entre o sofrimento e aquele que sofre? Porque, geralmente, a ideia que temos – e isso é algo comum a todos nós – é que uma coisa sou eu, outra coisa é o sofrimento.

Nós temos, sim, alguns momentos onde não há sofrimento e temos momentos onde o sofrimento está. Então, qual é a ideia que se tira disso? É que, se o sofrimento está algumas vezes e outras vezes não está, eu sou uma coisa e o sofrimento é uma outra coisa.

Veja como é interessante. Isso parece bastante razoável para todos nós. No entanto, nós precisamos investigar melhor, porque, no momento do sofrimento, que separação existe entre aquele que sofre e o sofrimento? Não há qualquer separação! Quando o sofrimento está presente e há um “eu" em sofrimento, esse “eu e o sofrimento” são um.

Se, por exemplo, você sente uma dor, a dor está nesse sentir. Esse sentir não se separa da dor, esse sentir é o sentir de alguém. Alguém no sentir é a dor no sentir. Então, nós temos a dor e temos o sentir, e isso não se separa. Se não houver o sentir, não existe a dor. Sem a dor, sem o sentir, não tem alguém na dor, não tem alguém no sentir.

Repare, não há qualquer separação, mas a ideia equivocada em nós é exatamente essa. Não percebemos que não existe qualquer separação entre um pensamento presente e aquele envolvido no pensamento. Se existe um envolvimento com o pensamento, esse envolvimento com o pensamento é o próprio pensamento, e é esse que está envolvido. Então, esse que está envolvido é o próprio pensamento.

Assim, se um pensamento está presente, o pensador está presente. Não podemos separar o pensamento do pensador. O pensamento é o pensador, porque quando não há pensamento, não existe qualquer pensador. Se não há sentimento, não existe esse elemento no sentir, então não existe aquele que sente. Assim como se o sofrimento está presente, isso implica a presença de um sofredor.

Vejam como isso é muito simples e razoável – verdadeiramente razoável. O sentido de alguém presente na experiência é o experimentador da experiência. Mas a experiência e o experimentador não se separam, são um único fenômeno. Percebam a importância dessa compreensão.

Como me livrar do medo? O princípio é o mesmo. Como me livrar da ansiedade? O princípio é o mesmo. A ansiedade pressupõe a presença do ansioso, e o medo, a presença do medroso. Assim como o pensamento pressupõe a presença do pensador, e o sofrimento, a presença do sofredor.

É isso que nós precisamos compreender. Se precisamos do fim do sofrimento, precisamos, naturalmente, do fim daquele que sofre. É isso que estamos tratando aqui com você, explorando aqui com você, investigando aqui com você.

Estamos tomando ciência do fim dessa condição psicológica desse “eu”, que é o experimentador da experiência, que é o sofredor do sofrimento, que é o observador daquilo que ele está observando, que é o pensador dos seus pensamentos.

A forma real de uma aproximação para a liberdade da ansiedade, do medo, do sofrimento, de tudo aquilo que esse “eu” representa na experiência, a verdade da Libertação disso é o fim desse “eu”, porque é a presença desse “eu”, desse centro, desse modelo do experimentador, do observador, é esse modelo de ser alguém que está sustentando essa condição em cada um de nós.

Qual é a verdade sobre você? A verdade sobre você está além dessa verdade que é você, como você se mostra, como você demonstra, como você parece ser. A verdade daquilo que é o que somos quando isso que somos, porque parecemos ser, não está mais presente, a Realidade d’Aquilo que verdadeiramente somos se mostra.

Nós temos explorado esse assunto com você, investigado esse assunto com você aqui. Nós temos que tomar ciência de todo esse fundo psicológico que trazemos, porque todo o nosso problema, toda a nossa dificuldade está nessa condição psicológica de ser alguém.

Tudo isso reside nessa condição psicológica de ser alguém. Então, nós fomos educados socialmente, religiosamente, politicamente, filosoficamente, espiritualmente, dentro desse modelo – além de tudo que nós recebemos da tradição familiar e de todos aqueles que chegaram aqui antes de nós.

Tudo que nós temos recebido nesse mundo, dessa cultura, é parte daquilo que se constitui essa humanidade; essa humanidade em nós, esse modelo como o nosso cérebro funciona, como essa mente em nós acontece.

O que é essa mente? Essa mente é o resultado da raça, do grupo, da família, da história humana. Nós estamos funcionando assim na vida. Estamos transportando esse modelo de separação, de dualidade, algo totalmente ilusório. A ideia de ser o pensador está sustentando todos os problemas que o pensamento em nós está sustentando, em nós está mantendo.

Essa condição em nós, nessa ideia de ser o pensador com pensamentos, controlando pensamentos, resolvendo situações através do pensamento, tendo problemas através do pensamento, tem nos colocado numa condição psicológica de existência onde estamos sustentando uma ilusão: a ilusão da dualidade, da separação.

Então, há uma Verdade presente, mas essa verdade presente não é esse “eu”, esse “mim”, esse ego. Esse “mim”, “eu”, ego, é a “verdade” psicológica de ser alguém. É isso que conhecemos como a nossa verdade de ser uma pessoa.

Essa verdade de ser uma pessoa tem nos colocado numa tremenda confusão, numa tremenda desordem, num grande peso de existência, porque há esse padrão de sofrimento psicológico, de sofrimento humano para cada um de nós em razão dessa visão particular desse centro, que é o “eu”, o ego; isso que tem se constituído como sendo a verdade sobre cada um de nós em razão desse condicionamento psicológico, desse padrão de história de humanidade.

Tomar ciência de tudo isso, o fim para tudo isso, em razão da compreensão de como nós funcionamos, nesse estudar a nós mesmos, isso é Autoconhecimento. Se isso está presente, se isso começa a florescer, podemos ter a Revelação d’Aquilo que está fora disso que somos, para a verdade desta Realidade que está presente nesse momento, quando a ilusão não está mais, quando esse sentido de separação, de dualidade não está mais.

Quando não há mais a separação entre esse observador e a coisa observada, quando não há mais a separação entre o pensamento e o pensador, entre o sentimento e aquele que sente, entre a vida e esse, assim chamado, “ser vivo”. Quando essa separação não mais existe, então temos o fim para essa dualidade. Então temos a Revelação de Algo. Esse Algo é a presença da Verdade de Deus, a presença da Verdade Divina.

Se isso está presente, não há mais sofrimento. Se isso está presente, não há mais ansiedade. Se isso está presente, não há mais depressão, angústia, medo. Porque não existe mais esse centro, que é o “eu”, o ego, se separando da vida, se separando do outro, se separando da experiência, se mostrando sempre, invariavelmente, como o experimentador, o pensador, o controlador, o manipulador e, portanto, o sofredor, o medroso, o ansioso, o deprimido.

Ter uma aproximação da verdade daquilo que somos, tomar ciência desse modelo de separação, de dualidade, tomar ciência dessa ilusão de ser alguém fazendo escolhas, resolvendo, tomando decisões, controlando, manipulando, sempre se projetando no futuro para mudar as coisas, para alterar as coisas. Tomar ciência desse modelo de ser alguém que vive nesse tempo. Percebam a beleza disso.

Esse tempo só está presente em razão desse modelo de separação. Precisamos psicologicamente, de uma forma ilusória, desse tempo para controlar, para resolver, para fazer, para obter, para se livrar, porque se há esse sentido de um “eu” para fazer tudo isso, precisamos do tempo para isso acontecer. Esse tempo é uma invenção do próprio pensamento. Percebam isso.

Sempre o pensamento está introduzindo em nossa vida, em nossa existência, essa noção: “não tenho paz, não tenho amor, não tenho felicidade, mas eu terei”. Observem o truque do pensamento, que é esse pensador, que é esse ego, que é esse experimentador, que idealiza no futuro encontrar a paz, o amor, a liberdade, a felicidade, ou encontrar, no futuro, o fim para o sofrimento, para a ansiedade ou para a depressão.

Há sempre uma ideia equivocada de tempo. Sempre o tempo está presente. Esse “sempre” está presente porque o pensamento está se movendo a cada instante, procurando prevalecer, procurando se estabelecer, procurando manter sua continuidade. O pensamento cria esse futuro, esse amanhã. Então, o pensamento sempre se mantém nesse formato, nessa continuidade.

Aprender a arte de olhar o movimento do pensamento e pôr fim há esse modelo de pensador, então ocorre um fim para essa condição psicológica de ser alguém, porque temos o fim dessa continuidade, o fim desse modelo conhecido – tão conhecido de todos nós – de estarmos nessa ilusória noção de tempo, de alcançar no tempo ou se livrar no tempo.

Esse é o nosso trabalho aqui com você. Estamos aprofundando isso, tomando ciência desta Verdade Divina que trazemos. Isso é o fim do conhecido, é o fim do modelo de ser alguém. Isso é o fim do tempo, é o fim dessa continuidade do pensamento em você. Se isso termina, a ansiedade, que tem raízes no pensamento, termina; a depressão, que tem raízes no pensamento, termina.

Todo esse modelo de vir a ser, de alcançar, termina, porque isso tem raízes no pensamento. O ego, o “eu”, é um movimento de pensamento nesse tempo criado pelo pensamento. Aqui, nós estamos aprofundando isso. A Verdade do seu Ser é o fim dessa psicológica condição de alguém presente dentro dessa experiência, sendo ele o experimentador de tudo isso.

Assim, esse trabalho aqui com você consiste nessa ciência de Ser, de simplesmente Ser, de puramente Ser. Alguns chamam isso de o Despertar da Consciência, ou Iluminação Espiritual, ou Despertar Espiritual. É a Verdade Divina se revelando, a Verdade de Deus se mostrando. Aquilo que é Você em seu Ser é o fim para a desordem, para a confusão, para o sofrimento.

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