quinta-feira, 28 de março de 2024

Psicológico pensamento. Iluminação Espiritual. O fim da confusão, desordem e sofrimento. A dualidade

Tudo o que nos interessa aqui é o descobrimento ou a constatação da Verdade sobre nós mesmos. Nós estamos em busca de uma constatação direta. Há uma forma de nos aproximarmos disso e não é, certamente, pela teoria. Não é pelos estudos das palavras, não é por ouvir palavras, não é por ler palavras em livros, mas é pela observação do movimento daquilo que somos neste instante, neste momento.

Nossa ênfase aqui está em estudarmos a nós mesmos e, assim, realizarmos uma direta descoberta disso. Qual é a verdade daquilo que está aqui neste instante sobre mim? Qual é a verdade do que é neste momento? Se queremos descobrir nessa vida o fim da confusão, da desordem e do sofrimento humano, isso só é possível olhando para aquilo que se passa com cada um de nós.

A Verdade sobre você lhe coloca numa condição de existência na vida onde a Vida e aquilo que é Você não se separam. Quando não há essa separação entre a Vida e Você, aquilo que está presente é o Amor, é a Paz, é a Liberdade, é a Felicidade. É isso que alguns chamam de Iluminação Espiritual, é o Despertar de sua Natureza Divina, de sua Natureza Verdadeira.

Assim, nós estamos juntos trabalhando o fim do sofrimento, o fim da confusão, o fim desse movimento interno que nos impulsiona sempre para o futuro, na ilusão de que no futuro nós encontraremos aquilo que estamos buscando. Notem que nós vivemos um estado humano de insatisfação. Essa é a condição do ser humano, ele está, na verdade, na procura ou na busca de alguma coisa em razão da insatisfação que ele carrega.

Como seres humanos, nós estamos insatisfeitos com esse modelo de vida, porque há nele – apesar de alguns momentos de realização e de prazer – desordem, sofrimento, confusão. O fim para tudo isso requer a compreensão daquilo que está presente, mas está presente além disso que está aqui parecendo ser aquilo que nós somos. Eu me refiro a esse elemento pessoal, muito íntimo, bastante conhecido de todos nós, que é o sentimento do “eu”.

Quando nós usamos aqui a expressão “eu”, estamos nos referindo a esse “mim”, e esse sentido de “alguém” como você se vê. Ao olhar para alguém, você está vendo “alguém” lá. Assim como quando você se vê, está se vendo como “alguém” aqui. Isso parece muito razoável, mas essa visão particular, que é a visão centrada do próprio “eu”, do próprio ego, é inteiramente equivocada.

Ao olhar para alguém e lá ver “alguém”, isso é a imagem que você faz de quem você acredita ser e isso que lhe faz ver o “outro” a partir dessa visão particular. Assim, estamos em um mundo onde, na relação com as pessoas, estamos vivendo dentro desta condição de “pessoa para pessoa”.

Há uma Realidade presente além desse centro, desse sentido de alguém presente aqui sendo o experimentador dessa experiência, sendo o centro dessa experiência, sendo aquele que está em contato com o outro. Há uma Realidade presente. Essa é a Realidade de Deus, dessa coisa que chamamos Deus, mas que é Inominável, Indescritível, a Realidade deste Ser Divino que somos quando o sentido desse “eu e você” não está mais, quando essa ideia de “alguém lá e alguém aqui” não está mais.

Assim, nos deparamos com algo desafiador. Esse algo é a compreensão de uma única Realidade presente em toda essa manifestação. O desafio é constatar que essa, assim chamada, “manifestação humana” não passa de um sonho que está sendo visto, vivenciado a partir de um estado interno psicológico de condicionamento, de programação, de particular visão do mundo; algo que se sustenta em toda essa cultura humana, em toda essa visão de civilização de humanidade.

Tudo isso pode soar estranho para você. Ler aqui que a Verdade d’Aquilo que é Você não é esse “alguém”, não é essa “pessoa”, não é esse “eu”, mas, sim, a Realidade d’Aquilo que é Inominável, Indescritível, que é a Verdade de Deus. Não podemos nos aproximar disso pela teoria, não podemos nos aproximar disso ouvindo palestras. Só podemos nos aproximar disso por essa percepção direta.

Olhar para esse movimento interno, que é um movimento do pensamento presente em nós, um movimento de ideias, crenças, conceitos, avaliações, opiniões, julgamentos, tudo aquilo que nos foi dado dentro dessa cultura, que hoje é parte desse movimento interno dentro de cada um de nós, que é esse movimento psicológico; se aproximar e olhar para tudo isso, ver isso neste instante, neste momento presente, apenas tomando ciência disso, porque é isso que aqui se mostra; tomar ciência disso, podendo ir além disso, é o Despertar da Verdade que somos.

Se não podemos tomar ciência disso, vamos estar mantendo essa continuidade. Estaremos mantendo essa perpetuação desse movimento egocêntrico, onde nossas atividades são egocêntricas, o nosso comportamento na relação com o outro, com nós mesmos, com a vida é egocêntrico; assentados na posse, no controle, na violência, no desejo, no medo.

Nossa relação com o mundo tem esse centro particular, que é o experimentador, que é o “eu”. Observem a contradição que tem sido nossas vidas, a confusão que ela tem se tornado em razão de estarmos sempre dentro desse programa, desse modelo, que é o modelo comum a todos, que é o modelo humano. Estar fora disso significa tomar ciência de Algo além de tudo isso que nós conhecemos.

Então, a princípio, pode parecer estranho tudo isso que aqui tratamos com você, mas quando você começa a investigar, observar de perto como você funciona, por exemplo, o que é o pensamento em nós, tomar ciência disso é descobrir que, sim, é possível viver livre desse modelo, que é o modelo do pensamento. Notem como soa estranho, a princípio, ler isso aqui.

Tudo o que nós conhecemos é esse modelo de pensamento presente, o pensamento nos impulsionando para a ação, para o falar, para o sentir. Há sempre o pensamento como um fundo – como se fosse o pano de fundo de todas as experiências humanas. Lá está presente esse padrão, esse modelo, que é o modelo do pensamento.

Nossas ações se repetem, é algo aprendido, guardado, cultivado, memorizado, e isso é pensamento. Assim nós atuamos no mundo. Essa ideia “dele e você”, reparem que isso é uma imagem que o pensamento constrói. Quem é o outro? Quem é você? Uma imagem. A imagem que você tem sobre quem você é.

Tudo o que você pode descrever para mim sobre você é sempre uma imagem, é um conjunto de memórias, lembranças, recordações, é a descrição de uma imagem. Uma imagem que se torna possível em razão de todos os pensamentos guardados, cultivados, presentes aí, sendo esse modelo de pensamentos, esse conjunto de pensamentos o “eu”, o “experimentador”. E é assim que estamos atuando na vida, sempre dentro do programa do pensamento.

Haverá uma forma de viver livre do pensamento? Será que é possível nos utilizarmos da fala, dos gestos, da ação ou de qualquer movimento na vida livre do pensamento? Eu me refiro a essa memória psicológica, o pensamento psicológico em nós. Esse que nos dá uma autoimagem, esse que faz com que nós tenhamos do mundo, também, um quadro, uma imagem. Eu me refiro a esse pensamento que nos faz ter uma relação com a vida a partir de um centro, que é o “eu”, o “mim”, o ego, esse centro pessoal. Se isso está presente, não há Verdade, porque não há comunhão.

Estamos dentro de um princípio de dualidade, de separação e, portanto, de conflito. Onde há separação, onde há essa dualidade nesse movimento de pensamento psicológico que nós cultivamos nesse “eu”, que vive nesse padrão de autoproteção, sempre autointeresseiro, centrado em si mesmo, na busca do seu próprio interesse, na busca de sua própria continuidade, procurando adquirir, possuir, segurar, sustentar.

Observem como é simples termos uma ciência clara disso ao olharmos para nós mesmos: o medo está presente, o desejo está presente, a ambição, a inveja, o controle, a posse, o apego. Tudo isso faz parte desse modelo de pensamento psicológico, de psicológico pensamento em nós.

Será possível uma vida livre desse “eu”, livre do ego e, portanto, livre desse padrão de pensamento? Então, sim, podemos atuar na vida e essa atuação será uma atuação que vem de uma outra região. Não é uma atuação que nasce do pensamento. Então estamos livres de uma atividade egocêntrica, de um padrão de vida egoico.

Nós usamos expressões como “amor”. Nós não sabemos o que é o Amor. Dentro desse modelo, dentro desse contexto, tudo o que nós temos é autointeresse, é posse. Assim, somos criaturas ambiciosas, aquisitivas, vivemos nessa insuficiência psicológica, nessa dor, buscando apreciação. Quando somos apreciados nos sentimos amados.

Para nós ser amado é ser apreciado em algum nível de dependência psicológica em nossas relações. Tudo isso pode nos parecer muito estranho, mas a verdade é que no ego, nessa vida egoica não há essa Presença, esse Perfume, essa Fragrância, a Beleza da presença do Amor. Quando o Amor está presente, o “eu”, o ego não está. Essa é a Verdade d’Aquilo que somos, essa é a Verdade de Deus.

Assim, aqui nós temos como propósito olhar para tudo isso, ir além desse modelo de pensamento psicológico, de pensamento condicionado. Isso representa o fim do tempo psicológico, é onde no ego estamos orientados para viver. Observe que a mente está sempre ligada a um movimento de passado. Os pensamentos em nós são representações de imagens que estão vindo do passado, então nós projetamos o futuro com base no passado, que são memórias, lembranças que cultivamos desse experimentador que é o “eu”, o ego.

Não podemos ter a Presença da Verdade do Amor nesse contexto de tempo psicológico. Podemos ter preenchimento, satisfação, realização pessoal, mas tudo isso faz parte, ainda, dentro de um movimento conhecido e reconhecível da memória, que é o pensamento.

E aqui estamos apontando para algo diferente de tudo isso. Estamos apontando para o fim do “eu”, para o fim do ego, portanto, para o fim desse tempo psicológico, desse movimento, que é o movimento do “eu”. Esse “eu” que veio do passado e está aqui, agora, no presente, centrado nele mesmo, nesse autointeresse, agarrado com o seu mundo e, ainda, se projetando no futuro para manter sua continuidade.

O contato com a Realidade Divina, que é a Realidade deste Ser Real, que não é esse senso de ser o “eu”, uma pessoa, uma identidade que se separa da vida e, sim, uma Realidade que está fora do conhecido, fora do tempo, portanto, fora da mente, o contato com essa Realidade, que é a Verdade de Ser Pura Presença, Pura Consciência, é aquilo que demonstra a Vida como Ela é quando a identidade do “eu”, do ego não está mais presente.

Então nos deparamos com a Beleza, com a Presença da Verdade; essa é a presença do Amor. Então, nesse momento, essa ilusão do “outro” desaparece, porque não há mais essa ideia desse “mim”. Estamos diante de Algo Indescritível, Inominável, que é a Verdade Divina. Esta Realização é a Realização do seu Ser, de sua Natureza Verdadeira.

Assim, nós estamos na vida para a compreensão de que a Vida é a Realidade d’Aquilo que somos. Despertar para tudo isso é a tomada da ciência da verdadeira Sabedoria. A Sabedoria é aquilo que está presente quando há esta Revelação da ciência do seu próprio Ser, isso é Autoconhecimento.

Nesse Autoconhecimento se Revela este Ser Consciência, que é Felicidade. Temos a presença da Verdade da Meditação. E aqui Meditação é esta Verdade se Revelando quando o sentido do “eu”, desse tempo psicológico, desse modelo de pensamento psicológico, que é esse padrão de memória no qual o ego sempre se sustentou, isso não está mais presente. Então, há o Despertar da Inteligência, é o Despertar da Verdade da Sabedoria.

Fevereiro de 2024
Gravatá/PE
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