terça-feira, 5 de setembro de 2023

Joel Goldsmith | Um Parêntese na Eternidade | Insatisfação interna | Mestre Gualberto

GC: Olá, pessoal! Estamos aqui para mais um videocast. Mais uma vez o Mestre Gualberto nos dá a oportunidade de estar aqui respondendo às perguntas, trazendo um aprofundamento nesses estudos sobre a Iluminação Espiritual. Gratidão, Marcos, gratidão, Mestre, por mais essa oportunidade.

Hoje eu vou trazer um trecho bem interessante do livro “Um Parêntese na Eternidade”, do Joel Goldsmith, onde o Joel fala o seguinte: “Não é somente tentando mudar a nós mesmos para humanos melhores que nos preparamos para a aceitação de nossa identidade espiritual. Ser humanamente bom não tem qualquer relação com morrer diariamente. Morrer diariamente é uma percepção de que estamos insatisfeitos com o nosso atual estilo de vida, insatisfeitos mesmo se temos suficiência econômica, boa saúde ou uma família feliz. Ainda assim há uma insatisfação, uma sensação de algo faltando em nós, uma inquietação interna, uma falta de paz, um descontentamento interior. Sem essa fome e esse impulso interior, não há ‘morrer’.” Mestre, poderia falar um pouco mais sobre essa inquietação interior, sobre esse desejo, que queima no coração, por Deus?

MG: OK, vamos lá, então! Essa inquietude ou inquietação interna – o que é, na verdade, isso? Em geral, Gilson, as pessoas estão conformadas com a condição de vida em que elas se encontram. Há uma certa “satisfação insatisfeita” dentro das pessoas, da qual elas não têm a menor consciência. Elas estão satisfeitas, não têm consciência real da insatisfação presente. Há insatisfação presente nelas, dentro dessa satisfação. É muito curioso o comportamento do ser humano, ele parece que está à procura, na verdade, de alguma coisa além dessa condição comum a todos.

Primeiro, quando a gente cresce, a gente cria objetivos na vida: profissional, casamento, família… e, aos poucos, isso começa a acontecer. Mas juntamente com isso há, dentro do ser humano – e essa é a grande verdade da qual nós não temos ciência, até que tenhamos mesmo... há dentro do ser humano uma insatisfação, um vazio existencial, algo que nenhuma coisa do lado de fora, externamente, pode preencher. No entanto, a condição da mente humana é de tal forma constituída que, aos poucos, nós nos habituamos, ou nos acostumamos, ou nos conformamos a essa falta interna. E não tomamos ciência dessa falta, porque com o passar do tempo nós vamos nos conformando com as realizações externas.

Então, na verdade, a maioria das pessoas carrega essa dor, essa insatisfação interna, esse vazio existencial; a maioria das pessoas carrega isso de uma forma muito inconsciente. E elas têm muitas coisas no lugar desse vazio ocupando, aparentemente, esse vazio. Então, elas não tomam consciência, até que algumas delas tenham uma perda muito grande, uma dor muito grande, que é quando, nesse momento, elas se dão conta de que tem algo que não está bem na vida delas. Mas, em geral, a maioria das pessoas passa uma vida inteira sem qualquer ciência do seu estado de infelicidade interno, porque elas estão tão cheias de coisas externas ocupando o lugar dessa infelicidade que elas nem tomam ciência do quanto são infelizes.

O que eu tenho percebido é que, às vezes, eu digo para as pessoas: “Você já percebeu a infelicidade? Você percebe o quanto é infeliz?” Elas olham para mim assim admiradas. Elas dizem: “Não, mas eu sou feliz! Eu tenho um bom casamento, minha filha está fazendo faculdade...”, e elas começam a descrever o mundo externo delas, como se isso fosse realmente a felicidade para elas. Elas nem se dão conta dessa dor, desse vazio existencial presente. Até que, para alguns, em razão de que esse sonho dessa aparente felicidade se altera – eles têm uma perda de um ente querido, uma situação difícil –, eles começam a se dar conta de que precisam se voltar para algo fora desse mundo, para essa procura de algo fora, além desse conhecido. É quando começa o processo dessa procura.

Se você está aqui nesse canal, provavelmente algo já começou a acontecer com você. Uma atração por algo fora desse mundo. Há um natural desinteresse por essas realizações externas e você nem sabe por que não tem tanto interesse como as pessoas à sua volta por essas coisas externas. Você nem sabe por que você tem essa inclinação tão grande por algo interno, mesmo que você aparentemente não sinta tanto essa dor, tanto esse vazio, mas há uma alegria maior em você na procura por algo fora do conhecido.

Eu estou falando a partir da minha experiência. Eu não carregava essa dor de depressão, de nada disso quando era criança, mas eu tinha uma alegria muito grande de me envolver com as coisas de Deus. Então, eu sentia, quando criança, que tinha algo fora de simplesmente casar, ter filhos e tudo o mais – embora tudo isso tenha acontecido também aqui na história do Gualberto, mas havia essa inclinação maior por essa busca pelo Divino. E nós precisamos dessa busca. Sem isso, se não estivermos queimando de verdade por Isso, seremos, com certeza, distraídos por todo tipo de coisas externas e não será possível essa Realização nesta vida.

É tão simples assim, Gilson. Sendo realista, a Realização de Deus, que é a Realização da Verdade, requer esta energia muito, muito, muito aplicada – essa energia de Vida, de Existência, de Consciência –, toda a energia do seu Ser voltada para esta Realização. Se você não estiver, de verdade, queimando por Isso, Isso não irá te queimar, Isso não irá volatizar esse sentido do ego, ele sempre terá alguma coisa para se preencher externamente e continuar nesse inconsciente sofrimento, sem a consciência do quanto ele vive na mentira e na ilusão. E essa tem sido a vida da maioria das pessoas.

Então, é preciso queimar por Deus, é necessário ter esse fogo queimando aí dentro, até que esse fogo venha consumir a ilusão desse falso “eu”, que é a pessoa que você acredita ser, com as coisas que você acredita ter, ou que pode ainda vir a ter ou que pode perder, ou que sonha, ou que idealiza, ou que tenta segurar. Tudo isso dentro do ego precisa desaparecer juntamente com ele. E somente o fogo dessa Presença aí dentro queimando e essa energia disponível para essa entrega à Verdade, para esse envolvimento total com Isso, para que essa Realidade se mostre, essa Realidade do seu Ser, essa Realidade de Deus.

Então, sem queimar por Deus, você não está no momento de realmente ir além desse mundo, desse sonho, dessa ilusão, desse falso “eu” com os seus problemas. E o problema maior dele é o próprio sentido de identidade separada de Deus, nesse vazio, nessa dor existencial. E, repito, a maioria não tem nem ciência da dor que trazem até que começam a perder as coisas e perceber... e começam a perceber que não há qualquer segurança psicológica em realização em objetos, em pessoas, em ideias e crenças. Quando isso começa a se mostrar [como] uma areia movediça para esse ego, aí realmente a busca ou a procura de algo além disso começou a acontecer. É bem isso.

GC: Mestre, esse vazio existencial, essa dor, eu lembro que desde a infância tinha momentos em que vinha esse vazio. Só que, o que aconteceu dentro desta história – e é o comum dessa atividade humana – [foi] fugir. Vem a dor, a gente foge na busca pelo prazer; e aí vem a dor, a gente foge na busca do prazer. A gente foge da dor e busca o prazer. E aí a dor, esse vazio, fica camuflado, e a vida vai seguindo. Só que tem um momento em que, como o Mestre acabou de dizer, a coisa aperta um pouco mais, e aí a gente vê que realmente no mundo, no mundo humano, como o próprio Joel comenta e o Mestre também, não tem nada, nenhuma realização externa que vá trazer essa Real Felicidade. E aí a gente vê que, realmente, só indo além deste mundo. E aí, pela Graça, eu encontrei o Mestre, e o Mestre traz, dá essa direção: não fugir da dor, mas se aproximar dela, desse vazio existencial. O Mestre poderia falar um pouco sobre essa aproximação com o que se apresenta? Por exemplo, quando apresenta esse vazio existencial.

MG: Nós temos várias formas de nos aproximarmos dessa questão da aproximação da dor. O porquê dessa aproximação? Nós não compreendemos aquilo do qual nós não temos ciência muito clara para nós mesmos. Nós não podemos compreender algo que se passa conosco do qual nós não temos ciência. Nós precisamos tomar ciência daquilo que se passa conosco agora aqui para, de verdade, percebermos a ilusão ou verdade disso. Sem entrarmos num contato direto com isso, é impossível.

Então, o que ocorre, em geral, Gilson, é que o nosso condicionamento – e isso é desde a infância – é de não viver a dor. Então, desde pequeno... quando uma criança cai, o pai ou a mãe, quem estiver muito próximo, vai lá e levanta a criança e começa a fazer carinho para a criança não chorar, tenta consolar a criança para evitar ela sentir essa dor da queda. Gente, compreendam isso: as crianças caem! Quando elas estão aprendendo a andar, elas têm que cair e levantar. É assim que elas irão aprender a andar. Então, nós temos uma ideia muito ilusória a respeito do que é compaixão, cuidado, apreciação, carinho.

E o pior: essas palavras que eu acabei de usar, a gente ainda faz com que elas se identifiquem ilusoriamente com uma ideia imaginária que nós chamamos de amor. Então, para nós “amor” é exatamente isso: carinho, cuidado, proteção. Só que esse tipo de proteção da dor não tem nada a ver com a Realidade do Amor, tem a ver com a nossa concepção do que é amor, porque quando você protege uma criança de chorar, você não está deixando-a entrar em contato com a sua própria experiência de dor, de aprendizado no cair e levantar.

Eu estou usando esse exemplo aqui, fisicamente, mas psicologicamente a coisa é muito mais grave. Nós não fomos ensinados, Gilson, desde criança, a nos aproximarmos da experiência da dor psicológica, da dor da frustração, da dor de perder a apreciação ou de não ter essa apreciação, ou da rejeição… Tentaram nos blindar, nos poupar da experiência psicológica desse “eu” frustrado, sofrido, em contradição, em sofrimento, e vieram sempre nos consolar. E isso nos fez criaturinhas muito viciadas na busca de consolo, conforto, e fez com que nos tornássemos pessoazinhas muito necessitadas de não sofrer. Com isso, nós aprendemos a fugir da dor sem olhar para ela.

O sofrimento o coloca em contato com a experiência de uma identidade presente no sofrer. Gente, isso é algo maravilhoso: você perceber que é uma identidade presente nesse sofrer e essa identidade presente é uma produção de autoimagem, criada pelo próprio ilusório “eu”; perceber que esse ilusório “eu”, que está sempre se economizando ou se poupando do sofrimento, procurando abrigo em apreciações externas – o que na realidade só dá continuidade a mais sofrimento, a curto, médio e longo prazo, para esse “eu”... Enquanto nós não percebermos que o contato com a experiência do sofrer nos mostra que é o sentido de alguém presente com a imagem ferida, psicologicamente falando... Quando você, por exemplo, não é apreciado, quando você não é elogiado, quando você não é aplaudido quando faz as coisas certas, isso lhe produz um sofrimento, porque o seu ego está sempre buscando essa apreciação.

Nós nos tornamos criaturas psicologicamente, emocionalmente, totalmente dependentes dessa autoimagem que fazemos de nós mesmos, e queremos que os outros reconheçam essa imagem e estejam sempre aplaudindo os nossos bons feitos e fazendo vistas grossas para os nossos maus feitos. E o pior ainda: a nossa própria autoimagem está sempre procurando se proteger dessa dor para nós mesmos, sobre o que pensamos que somos ou sobre o que nós achamos que devemos ser e sobre o que as pessoas pensam sobre nós.

Nós não entramos num contato direto com a experiência desse ego, desse “eu”, e nada como a dor para tornar isso possível. Mas como nós vamos entrar em contato com essa dor se não nos ensinaram desde pequenos que olhar para aquilo que se passa aqui agora, sem essa autoimagem, sem essa autocomplacência, sem essa autocompaixão, nos liberta do ego? Nunca ensinaram isso para a gente. Muito pelo contrário, eles continuam tentando nos proteger da queda para não chorarmos. Eu digo “eles”, o mundo inteiro.

Nós temos um comportamento de profunda dependência psicológica da opinião dos outros, do que as pessoas pensam, dizem, sentem sobre nós, além do que nós mesmos pensamos, sentimos e acreditamos sobre nós próprios. Isso tudo está em cima dessa egoidentidade, da ilusão de uma identidade, que é o “eu” – uma personalidade, uma identidade completamente falsa, completamente ilusória, o resultado de um condicionamento psicológico que é resultado de milênios na humanidade e que está agora há decênios em nós. Se eu tenho trinta anos, quarenta, cinquenta, são cinquenta anos identificado com tudo o que existe nessa complicada, aflitiva, sofrida, infeliz humanidade: inveja, ciúme, raiva, medo, desejos, aflições incríveis, diversas formas de sofrimento. Isso está presente nesse sentido do ego, dessa ilusória entidade que se vê separada do outro, do mundo e de Deus.

Então, se não entrarmos em contato com essa dor desse “eu” – porque é esse “eu” a razão dessa dor –, não nos tornaremos cônscios da mentira que é viver nessa ilusória identidade. Então, ter um contato direto com aquilo que sou agora aqui, sem fugir, é fundamental para descobrirmos algo além disso, fora desse “eu”, desse “ego”. Há algo em você que não está no mundo, não está nesse modelo de cultura humana, de ilusão, de sofrimento. Há algo em você fora do medo, da raiva, da inveja, do ciúme, da ambição, do desejo de conquistar, do desejo de possuir, do medo de sofrer, desses diversos temores que temos.

Temos temores diversos, Gilson. O estado de infelicidade psicológica no ser humano é terrível! Nós temos medo de tudo! É medo da velhice, é medo da doença, é medo do marido, medo dos filhos... Medo de tudo! Vivemos psicologicamente presos à ilusão de uma segurança que o ego busca em coisas, pessoas, objetos, crenças… e nada disso resolve! Para piorar, tem as crenças religiosas, a busca de uma proteção. Então, tudo isso tem a ver com a ilusão de “alguém”, que é o ego com medo, e esse ego não é real. A única Realidade presente é a Realidade Divina, e Ela não carrega nada disso; é o sentido do ego que carrega. E se não olharmos para isso, não podemos ir além disso. Se não nos aproximarmos para descobrir isso, aqui e agora, esse sentido de separação, de ilusão e o que isso representa... sem esse Autoconhecimento, não dá.

Por isso que as práticas diversas de meditação que são feitas não funcionam. Porque você está meditando, mas quem é que está meditando? Sua Meditação Real é se tornar ciente da ilusão desse “eu” aqui e agora, naquilo que ocorre, naquilo que acontece, e ir além dessa ilusão, dessa mente presa a esse modelo de crença, de autoimagem e de tudo o mais. Tudo bem? É isso.

GC: Mestre, você tocou num ponto que é bem interessante. Como o humano é inconsciente de todo o sofrimento que ele carrega, de toda a contradição! Porque eu lembro que quando eu, pela Graça, encontrei o Mestre, e o Mestre nessas falas – porque a fala do Mestre vai se repetindo de maneiras diferentes –, falando dessa aproximação com o sofrimento, com a contradição… e essa safadeza desse ego assim: “Não, mas não tem muita contradição, não tem muitos problemas”. Eu acho que o termo até que o Mestre usava era “problema”. E aí numa completa inconsciência de toda a chafurda que a mente, que o ego faz… cheio de conflito! Daí eu me lembro que em um Satsang o Mestre falou: “Quando eu falo ‘conflito’, eu não estou falando lá da guerra, eu estou falando de um conflito de estar pensando algo e querer pensar outra coisa”. Então, eu me lembro que, logo que me aproximei desse trabalho com o Mestre – meu Deus! –, toda essa chafurda que é a mente humana, pela Graça do Mestre, passei a ver toda essa confusão, toda essa desordem, que era de maneira sorrateira ocultada pelas práticas, pela leitura, pelos estudos. Toda essa contradição ficava meio de pano de fundo, não era vista. E aí pela Graça do Mestre… é hilária a contradição, porque a mente está sempre jogando pensamento e julgamento... E poder observar isso, é como o Mestre fala, é ver a ilusão presente, e aí é não fazer nada, simplesmente ver, esse “olhar”.

E até nesse ponto, Mestre, quero pegar uma pergunta aqui do Augusto Moreno Viena Pestana, que fala bem nesse viés: “O que é olhar para o movimento do pensamento?” Se o Mestre puder falar um pouco sobre...

MG: Olhar para esse movimento do pensamento – que é, na realidade, um movimento da mente –, olhar para isso, Gilson, é algo fundamental. E eu vou explicar por quê. Ao olhar para o movimento do pensamento, nós temos aqui uma chave que abre uma porta extraordinária para você, porque, ao olhar para o movimento do pensamento, você se torna ciente da ilusão do observador. O que é isso? O que é que eu tenho chamado de “observador”? Eu chamo de “observador” a ilusão de que você é alguém que pensa, você é alguém que pensa o pensamento; o pensamento é uma experiência e você é alguém que está produzindo essa experiência chamada “pensamento”. Então, existe uma ilusão aqui: a ilusão “eu-pensador” produzindo o pensamento como uma experiência.

Gente, compreendam isso: quando você está nessa condição, que é a condição do ego, você está preso àquilo que eu tenho chamado de tempo psicológico.

Deixa eu colocar isso direitinho para você aqui. A noção de alguém presente dentro do pensamento... Note: o pensamento é resultado do passado. Você não tem um só pensamento que não seja memória. Me mostre um pensamento aí que não seja memória. Todo pensamento é só lembrança, e esse pensamento, por ser lembrança, é uma experiência vivida no passado, registrada no cérebro e agora incorporada a essa consciência que eu chamo de consciência egoica ou consciência mental. Então, quando esse pensamento surge e você coloca uma identidade, que é a crença de uma identidade pensando isso – você acha que está pensando esse pensamento –, você está introduzindo uma ilusão na sua existência: a ilusão do tempo psicológico. Essa ilusão do tempo psicológico na sua existência é a ilusão do “eu”, do ego, porque você é aquele que está pensando esse pensamento. Então, você é o observador da coisa que está sendo observada, que é o pensamento.

Aqui está a presença do tempo psicológico: é a presença exatamente do observador, é a presença exatamente do pensador, que é a presença do “eu”. Se você tirar, eliminar, a presença do observador da experiência do pensamento – escute isso, estou lhe dando aqui o segredo da Meditação –, se você eliminar a presença do pensador na experiência do pensamento, eliminar a experiência do observador que está observando o pensamento... se você elimina o observador, elimina o pensador, elimina o experimentador da experiência, você fica só com o pensamento, só com a experiência e isso não implica tempo. Isso é algo agora aqui!

Você só coloca o tempo quando coloca o pensador, que diz “não gosto disso”, ou então ele diz “eu gosto disso”, “não, eu quero pensar mais sobre isso”, “não, mas eu não quero pensar sobre isso”. Quando isso ocorre, entrou o pensador. Quando entra o pensador, entra a ilusão do tempo psicológico. É aqui que o ego vive. Seu ego, a pessoa que você acredita ser, ou ela está no passado, ou ela está no futuro, e esse presente só interessa para ela para se ocupar com o passado ou com o futuro. Esse é o ponto-chave.

O ego, Gilson, não é outra coisa a não ser uma ilusão criada pelo próprio pensamento, que se separa como pensador, cria uma identidade e diz: “Eu”. Não tem “eu”! Não existe nenhum “eu”, a não ser o pensamento usando o pronome “eu” para se denominar alguém dentro da experiência, que é o próprio pensamento. É uma grande jogada do pensamento para continuar no tempo psicológico, porque ele é o criador do tempo psicológico. Ele criou o “eu” para dizer: “Não gosto disso” ou “Eu gosto disso”. Então, nós vivemos, Gilson, como criaturas humanas identificadas com esse pensador, esse “eu”, esse observador. Nós vivemos como criaturas humanas presas a essa ideia de se tornar alguém. “Eu não estou feliz como sou, preciso ser feliz”. E “serei feliz” quando? No tempo, amanhã! “Eu fui aquilo, sou isso hoje e amanhã serei outra coisa”. Tudo isso está na ilusão de uma identidade psicológica presente agora aqui, o que é uma fraude. Essa é a presença do ego, essa é a presença do “eu”. Se você sustenta a ilusão dessa identidade, você não morre.

Eu tenho falado, Gilson, da importância de aceitar a morte, a morte dessa ilusão, que é ilusão de uma identidade psicológica. Se você aceita a morte desse “eu” dentro das experiências, esse “eu” desaparece. Você fica com a experiência pura sem a ilusão de alguém nela, então não há mais separação. Se surge um pensamento, um sentimento, uma emoção, uma sensação sem o “eu”, não há tempo psicológico. Você está agora aqui, e esse “Você” é a própria Realidade da Consciência Real. É aqui que eu chamo de Consciência Real o seu Ser, Aquilo que é Você. OK?

GC: Gratidão, gratidão, Mestre! Gratidão... Já chegou o nosso tempo aí. Só vou comentar rapidamente. Eu acho que até em algum outro videocast eu comentei também, em um Satsang intensivo de final de semana, online inclusive, acho que foi o quinto ou sexto... eu já venho participando há um bom tempo. Só sei que o Mestre, apontando para essa realidade de que pensamento e pensador são um pensamento... e daqui a pouco algo ficou muito nítido: como esse “eu”, que se julga “eu”, é um pensamento. É uma escravidão, o humano é escravo de um pensamento, meu Deus do céu! Então, é estar próximo do Mestre para essa Graça ir limpando toda essa mentira de pensamento e poder estar olhando para isso tudo.

Então, fica o convite para quem vem acompanhando os videocasts, vem acompanhando o canal do Mestre: aproveita e se inscreve no canal, se não é inscrito ainda, deixa o “like”, faz um comentário trazendo perguntas. E quem sentir algo além do que está sendo dito pelo Mestre Gualberto, fica o convite aí para essa aproximação nessa investigação profunda que se dá através dos Satsangs presenciais (muito mais) e também online intensivo de final de semana.

Então, Mestre, gratidão... gratidão por mais essa oportunidade que você nos dá. Grande abraço!

MG: OK, pessoal, até a próxima!

Maio de 2023
Gravatá-PE
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