quinta-feira, 27 de abril de 2023

Despertar da Consciência | Iluminação Espiritual | Quem sou eu? | Sábio Ramana Maharshi | Atma Vichara

Estamos propondo para você a descoberta do seu Natural Estado de Ser. Nós desconhecemos Isso. Nós desconhecemos qual é o nosso Real e Natural Estado de Ser.

Alguns chamam esse Estado Natural de Iluminação Espiritual ou o Despertar da Consciência. Aqui, se refere a uma vida livre de contradição e, portanto, de problemas e de confusão, psicologicamente livre de sofrimento.

Seria possível uma vida assim? Uma vida livre, inteiramente livre de toda essa complexidade que tem se tornado as nossas vidas? Porque, psicologicamente e, também, economicamente, fisicamente… Quando a gente olha para o mundo, a gente vê a política, você vê a religião, você vê a economia, e há problemas em toda parte! Existe uma confusão generalizada! Em todo lugar, temos problemas, temos uma desordem, temos uma confusão. É possível uma vida livre de confusão?

Vamos tornar isso muito mais simples, aqui, de ser colocado. É possível estarmos internamente em Paz? Simplesmente assim… uma vida em Felicidade, uma vida em Amor, em Liberdade, em Inteligência, sem sofrimento e sem medo. Isso é resultado do Despertar da Consciência, isso é resultado da Iluminação Espiritual, e nós estamos trabalhando Isso aqui.

Quando você se aproxima desse canal, quando você abre um dos nossos vídeos, você se depara com, naturalmente, um desafio, uma nova maneira de sentir, de pensar, de agir. Então, nós estamos trabalhando juntos o fim para essa ideia do “eu”, do ego.

A vida da pessoa se sustenta nessa identidade egoica. E aquilo que nós tomamos como algo mais natural da vida… aqui nós estamos questionando isso, duvidando disso, colocando em cheque isso. Aqui, me refiro a essa confusão generalizada, a essa vida tão confusa, tão perplexa, tão estranha, que se tornaram nossas vidas em razão desse modelo de identidade egoica presente.

Tudo isso gira em torno desse “eu”, desse “mim”. Então, a pergunta que nós tratamos dentro desse canal é a pergunta “quem sou eu?”, “o que estou fazendo aqui?”, “o que é a vida?”

Nós não queremos encontrar uma resposta intelectual para isso. Isso a gente pode encontrar nos livros. Os antropologistas explicam quem nós somos, do ponto de vista da antropologia; a religião explica quem nós somos, do ponto de vista da religião; os cientistas explicam quem nós somos, do ponto de vista biológico.

A pergunta é: “Quem sou eu?” Uma descoberta que você realiza, que você descobre, que você percebe, por si mesmo, em si mesmo. Qual é a verdade sobre quem sou eu, sobre o que estou fazendo aqui, sobre o que é a vida, sobre quem é Deus?

A compreensão disso – aqui, eu me refiro à compreensão vivencial disso – é a Iluminação Espiritual, o Despertar Espiritual, o Despertar da Consciência; é a Verdade de que a única Realidade presente em toda essa manifestação é a Realidade Divina, é a Realidade de Deus.

Assim, o assunto nosso aqui é lhe mostrando a possibilidade dessa visão sobre quem é você, dessa visão de si mesmo, de si mesma. Quem é esse que pensa? Quem é esse que sente? Quem é esse que fala? Quem é esse que age? Quem é esse que desfruta e quem é esse que sofre? Quem sou eu?

A aproximação da Verdade de Deus… As Escrituras Sagradas, tanto no Ocidente quanto no Oriente, todas as Escrituras apontam para a Realidade de nossa Identidade Real, contrastando com essa ilusória identidade, irreal, que apresentamos ser nesse modelo de vida em confusão, em desordem, em sofrimento, em medo, com todo esse desespero que tem se tornado a vida do ser humano. Isso está presente em razão desse falso “eu”, desse falso centro, dessa ilusória ideia sobre quem nós somos.

O Sábio Ramana Maharshi, por muitos anos, compartilhou, com aqueles que se aproximaram dele, a possibilidade dessa Descoberta. A todos que se aproximavam dele, ele perguntava: “Quem é você?” Pergunte a si mesmo: “Quem sou eu?” Ou seja, “qual é a verdade sobre quem eu sou? Qual é a realidade do meu ser? Qual é a realidade sobre esse ‘mim’?”.

Quero lhe convidar a uma vida livre de toda essa confusão, de toda essa desordem. Isso é possível quando há essa aproximação pelo Autoconhecimento. O Autoconhecimento é a possibilidade de olhar para todo esse movimento do “eu”, desse “mim”, desse ego.

Você não pode colocar fim a essa confusão no mundo, a essa desordem no mundo, a esse sofrimento no mundo, aos problemas do mundo – nem desse mundo próximo, que são os seus assuntos de ordem pessoal, nem desse mundo maior, que é a sociedade, a coletividade e o mundo à sua volta, o mundo global. Você não pode colocar fim a esses problemas lá fora se não resolve essa questão básica desse básico problema desse “eu”.

O que eu tenho afirmado nesses encontros é que esse “eu” é o problema, você é o problema. Não é que você tem problemas, você é o problema! Você não tem o problema do medo, da ansiedade, da depressão, da angústia, da falta, da carência, você não tem problema econômico ou problema de saúde; você é o problema!

O sentido de um “eu” presente vivendo essas experiências está dando identidade a essas experiências, está dando realidade a essas experiências, está dando verdade a essas experiências. Não há verdade nisso! Portanto, você é o problema, o sentido de um “eu” presente é o problema, e nós queremos resolver isso.

Aquilo que acreditamos ser um problema do lado de fora, aquilo que acreditamos ser um problema externo, aquilo que acreditamos ser um problema na experiência das nossas vidas, como se as nossas vidas fossem separadas dessa própria experiência, como se houvesse um “eu” se separando do medo que sente, como se houvesse um “eu” se separando dos pensamentos que preocupam, dos pensamentos negativos, dos pensamentos repetitivos, dos pensamentos compulsivos e assim por diante… como se houvesse um “eu” que se separasse realmente disso, que pudesse se separar disso, um “eu” pensando, um “eu” com medo, um “eu” angustiado, um “eu” com raiva, um “eu” com falta ou com carências, um “eu” preocupado…

Na realidade, não há essa separação. Esse “eu” é a preocupação, esse “eu” é o medo, esse “eu” é a carência, esse “eu” é a ansiedade, esse “eu” é a depressão, esse “eu” é a raiva, esse “eu”... Não é “eu sou violento”. Não! A violência é esse “eu”.

Quando nós nos aproximamos, através do Autoconhecimento – e, aqui, Autoconhecimento não é o Autoconhecimento no sentido de melhorar esse “eu”; é o Autoconhecimento para constatar a ilusão desse “eu” –, quando, pelo Autoconhecimento, nós percebemos a ilusão desse “eu”, tudo isso desaparece: a ansiedade, o medo, a depressão, a raiva, a carência, a falta, a violência, porque isso se sustenta nesse sentido do “eu”.

É nesse sentido do “eu” que está a confusão no mundo. O mundo não está separado desse “eu”. Não é que estamos causando problemas no mundo, nós somos o problema do mundo! Enquanto não resolvermos essa questão desse “eu” que acreditamos ser, enquanto não nos livrarmos dessa ilusão de ser “alguém” em tudo isso, toda essa confusão, todo esse sofrimento e todos esses problemas continuarão.

Assim, as “nossas vidas” se constituem de problemas, essa vida é constituída de problemas, nossas vidas estão cheias de problemas. Na verdade, esses problemas são nossas vidas. E, aqui, o convite é ir além desses problemas e, portanto, ir além dessa “minha vida”, dessa “nossa vida”, desse sentido de “alguém” nesse envolvimento particular, pessoal, centrado nele mesmo, tentando resolver os problemas, tentando terminar com os problemas do lado de fora.

Não há nenhum problema do lado de fora! Todo problema está aqui e agora, na ilusão de ser “alguém,” na identificação com esse modelo de existência em dualidade, em separação. Essa dualidade, essa separação, se constitui na ilusão de “eu e o mundo”, “eu e o problema”, “eu e a crise”, “eu e o sofrimento”, “eu e a raiva”, “eu e o medo”, e assim por diante.

O Autoconhecimento te aproxima dessa observação. Ramana Maharshi chamava de Atma Vichara, a auto-observação, observar a si mesmo, se tornar ciente, cônscio, desse movimento. Quando você faz isso, esse espaço entre esse “eu” e essa outra coisa, que é o medo, que é a raiva, que é a carência, que é o problema… esse espaço desaparece; e, quando esse espaço desaparece, esse “eu” desaparece; e, se ele desaparece, o problema desaparece.

Mas você precisa evidenciar isso. Ouvir isso, dessa forma, fica algo muito vago, muito teórico. É necessário se aproximar do fim do problema que é o problemático, do fim do medo que é o medroso, do fim do pensamento que é o pensador. Sem o medroso – vou repetir isso –, não há medo; sem o pensador, não há pensamento, e vice-versa; sem o pensamento, onde está o pensador? Sem o medo, onde está o medroso? Reparem que… onde está o problema sem o problemático? Onde está o problemático sem o problema?

Repare que isso sempre aparece junto, essa dualidade está sempre... são duas asas de uma única ave. Essa ave chama-se... esse pássaro, essa ave, esse pássaro chama-se “a ilusão da dualidade”. Sim, ilusão, porque a única Realidade é a Realidade da Consciência, da Presença, do Ser, de Deus, da Verdade. Então, não há problemas; então, não há medo; então, não há confusão; então, não há sofrimento, não há depressão, não há angústia, não há a dor da solidão.

Tudo isso se sustenta nessa dualidade, nessa ave, nesse pássaro, nessa ilusão da dualidade; isso se assenta nesse “mim”, nesse “eu”, nesse ego. Então, a aproximação pelo Autoconhecimento é o descarte da ilusão desse “eu”, então se assenta o seu Estado Natural, que é Meditação. Eu tenho chamado de Real Meditação Prática.

Nós temos aqui uma playlist, em nosso canal, trabalhando essa questão do Autoconhecimento com você e da Real Meditação Prática. São duas playlists bem interessantes para você dar uma olhada, mas todos os assuntos aqui dentro do canal são muito esclarecedores a respeito do fim dessa dualidade, desse “mim”, desse “eu”, desse ego e, portanto, o fim para tudo isso.

Se isso é algo que faz sentido para você, deixa aí o seu “like”, se inscreve no canal... Quero lembrar a você: nós temos encontros on-line e, também, encontros presenciais e, também, retiros, onde estamos trabalhando isso com aqueles que se aproximam.

Se isso faz sentido para você, a gente se vê no próximo.

Dezembro de 2022
Gravatá-PE
Mais informações

terça-feira, 25 de abril de 2023

Egocentrismo e o Autoconhecimento | Sofrimento e desordem psicológica | Infelicidade interna

O egocentrismo e o Autoconhecimento. Essa questão do egocentrismo, desse movimento em nós a partir desse centro, desse “eu”, desse “mim” e a questão do Autoconhecimento...

Vejam a validade, a importância e o valor do Autoconhecimento para a Compreensão d’Aquilo que nós somos, porque, em geral, nossa ação… e eu quero falar sobre esse movimento de ação que nós conhecemos. Nós nem concebemos a ideia da possibilidade de uma vida livre do esforço, livre da luta, livre desses objetivos criados pelo pensamento para realizarmos alguma coisa. É sempre o desejo e a motivação para realizarmos alguma coisa, tendo por base o esforço e a luta, e nós nem mesmo concebemos uma vida livre de esforço, uma vida livre de luta.

Isso explica por que nossa vida é tão tensa, tão estressada, tão conflituosa – porque uma vida que se baseia, como em geral acontece com todos nós ou com a maioria de nós… uma vida que se baseia no pensamento e nessa luta, e nesse esforço, tem que, necessariamente, ser estressada, conflituosa, porque é uma vida que se baseia no movimento desse egocentrismo, desse sentido do “eu” presente buscando realizar alguma coisa.

Eu quero trabalhar isso aqui com você nesses poucos minutos. De uma certa forma, para você realizar alguma coisa na vida, alguma coisa técnica – você tem um problema técnico, ou um problema de engenharia –, você precisa, sim, de disciplina, de foco, para atender àquele problema e, naturalmente, nesse nível, um certo esforço para dar solução àquele problema.

Então, nesse aspecto físico é razoável a compreensão da necessidade do esforço. E, aqui, eu não uso a palavra “luta”, e sim “disciplina” – uma certa disciplina, foco e esforço para a resolução daquele problema técnico, daquele problema de engenharia, por exemplo, ou para qualquer realização um pouco mais complexa.

Mas, aqui, eu me refiro a, internamente, psicologicamente, como tem sido nossas vidas: uma vida de esforço, uma vida de luta. Uma vida que se baseia no pensamento é uma vida que se baseia no desejo de alcançar algo, de realizar algo, de obter algo para um autopreenchimento psicológico. É aqui que nos deparamos com o conflito, com o sofrimento que carregamos.

Em geral, nossa vida… nós nem mesmo concebemos uma vida assim – uma vida sem sofrimento psicológico, sem contradição, sem conflito. E, aqui, eu quero lhe dizer: isso é possível, sim, quando você Realiza seu Ser, quando você Realiza sua Verdadeira Natureza. Alguns chamam Isso de Iluminação ou Despertar Espiritual; é quando a Verdade d’Aquilo que Você é se revela agora aqui, então não há esforço, não há luta e, porque não há esforço, não há luta, não há estresse, não há conflito, não há sofrimento.

Então, a possibilidade de uma vida psicologicamente livre, internamente livre, é uma realidade para todos aqueles que se voltam para a importante questão da Revelação do seu próprio Ser. É aqui que entramos com o valor do Autoconhecimento. Sem o Autoconhecimento, você não tem a ciência daquilo que está aqui neste instante, na mente, produzindo contradição.

O Autoconhecimento lhe coloca diante dessa visão daquilo que você é e, portanto, dessa contradição que o pensamento tem produzido entre aquilo que você tem agora aqui e aquilo que você deseja realizar – é aqui que está o esforço, é aqui que está a luta. Aquilo que você é agora aqui pode ser visto, compreendido e, portanto, dissolvido, sem luta, sem esforço. Por exemplo: a questão do medo presente, a questão do estresse presente, da ansiedade presente ou de qualquer forma de movimento nesse sentido egoico, qualquer forma de movimento conflituoso dentro desse egocentrismo, que é essa proposta da mente egoica… olhar para aquilo que se apresenta agora aqui e descobrir a Liberdade sem luta, sem esforço.

Nós precisamos de um certo nível de esforço, disciplina e foco, como eu disse agora há pouco, para resolver um problema matemático ou um problema tecnológico ou um problema de engenharia. Mas, aqui, eu me refiro, psicologicamente, à não necessidade de qualquer esforço para o fim, por exemplo, do medo, da ansiedade, do estresse ou de qualquer desordem psicológica, de qualquer sofrimento psicológico.

Quando finda, quando termina esse movimento de egocentrismo, esse movimento do ego, da egoidentidade, aquilo que permanece é Você em seu Ser, e, em sua Natureza Real, em sua Real Natureza, Verdadeira, você está fluindo com a Vida e não em luta, e não em conflito, e não dentro de um esforço.

Nós fomos condicionados, desde pequenos, desde crianças ainda, para objetivos, para realizar objetivos, sempre com a ideia da necessidade imperiosa do esforço, da luta. Então, termina que nós transferimos aquilo que nós vimos em nós mesmos, quando criança ainda, a dificuldade de realizar certas tarefas, como resolver um problema matemático ou qualquer um outro… transferimos isso para esse sentido interno, psicológico, e acreditamos que também precisamos de esforço e luta para resolver.

Na verdade, nós só fizemos uso de esforço e foco e uma certa disciplina para resolver aquilo. A luta surge quando há uma resistência dentro de nós para lidar com aquela situação. Então, quando você diz para uma criança: “Olha, resolva esse problema!”, ela precisa só de um certo esforço, foco e disciplina. Mas, desde pequenos, nós temos cultivado uma resistência psicológica quando nos deparamos com adversidades, com dificuldades, com problemas, e nós temos aplicados isso em nossa vida.

Então, desde pequenos, nós estamos vivendo uma vida com muito esforço e com muita luta e, portanto, uma vida em conflito, tentando resolver os problemas de ordem psicológica exatamente dessa mesma forma. Nos deparamos com a tristeza, com a angústia, com o vazio da solidão, nos deparamos com o tédio que é a nossa vida de rotina, nos deparamos com esses quadros internos psicológicos que a mente egoica tem nos dado, e, assim, a nossa vida é uma vida infeliz e estamos à procura da felicidade pelo esforço, pela luta.

Aqui, eu quero lhe dizer que, psicologicamente, é quando exatamente não há esforço, não há luta, que todo e qualquer problema psicológico, interno, todo e qualquer sofrimento interno, todo e qualquer quadro de infelicidade, e isso é interno, tudo isso se resolve quando há uma dissolução, quando há um desaparecimento natural dessa condição psicológica, que, por sinal, se sustenta quando há dualidade, separação entre aquilo que se mostra e um “eu” que deseja fazer algo com aquilo.

Então, as pessoas, por exemplo, têm perguntas do tipo: “Como vencer o medo?”. É sempre a ideia da luta, do esforço, é sempre a ideia de um trabalho a partir de uma vitória, da realização de uma conquista, da realização de uma vitória sobre um peso. É porque sempre existe ideia de alguém para vencer, alguém para conquistar. Então, psicologicamente, nós estamos lidando com nós mesmos exatamente dessa forma: “como vencer o medo?”, “como vencer os pensamentos obsessivos, repetitivos, negativos, impuros, os maus pensamentos?”, “como vencer a dor da solidão?”, “como vencer o apego, o desejo?”. É sempre a ideia de vencer, alguém que irá vencer, e isso requer esforço e luta.

Quando nós, aqui, estamos lidando com o sentido do ego, que é esse sentido do “eu”, não se requer esforço, não se requer luta. Todos os problemas em nós, internamente… Um problema de engenharia é um problema técnico, um problema matemático é um problema de lógica, um problema que ocorre com o seu carro é um problema mecânico. Eu não me refiro a problemas nesse nível, eu me refiro a esses problemas internos, a esses problemas psicológicos. Se o seu corpo está doente, ele precisa ser tratado, cuidado. Esse é um problema no corpo, para os especialistas que cuidam desse tipo de problema, que são os médicos.

Mas, internamente, nós estamos criando uma condição de contradição, de conflito, quando há luta, quando há esforço para resolvermos problemas de ordem psicológica. Quando nos colocamos para resolver problemas nesse nível, estamos nos deparando com um impasse: o medo não se vence, o pensamento não se vence, a dor da solidão não se vence, a dor da separação não se vence. A compreensão de um sentido de um “eu” presente nessa experiência resistindo ao que é, à Vida como Ela está se mostrando aqui e agora, tentando fazer algo contra aquilo… é isso que está sustentando o medo.

O medo está presente quando o sentido de “alguém”, no medo, está presente. O medo não existe em si mesmo, por si mesmo; o medo é sempre algo presente para “alguém” presente – o “eu” no medo. A tristeza não existe nela mesma; é “alguém” triste. Se não há “alguém”, não há tristeza; se não há alguém, não há medo. Para a ansiedade é a mesma coisa. A ansiedade não existe por si só, sem esse “eu” com pensamentos formulando quadros de medo.

É sempre o sentido do “eu” presente na experiência que dá continuidade à experiência; é a experiência para o experimentador. Então, essa resistência ao que é, é o que sustenta essa condição psicológica do “eu” em seu movimento de egocentrismo. Então, a infelicidade psicológica é um movimento do ego. Isso está dentro desse egocentrismo, desse sentido do “eu”. É esse sentido do “eu” que alimenta a continuidade da experiência para esse “mim”, para esse experimentador.

Então, eu quero lhe convidar a compreender que aquilo que é, está presente para ser visto. Se não é visto, se é rejeitado, se você luta contra aquilo, cria uma ideia sobre aquilo, resiste, nessa resistência se sustenta o conflito, o sofrimento. É por isso que nós temos essa ideia falsa, que é a ideia de vencer aquilo. E vencer como? Pelo esforço, pela luta. O resultado disso é que nunca acontece, nunca ficamos definitivamente livre do medo.

O medo tem aspectos diversos. O ser humano vive no medo. Isso pode se tornar grave até precisarmos, em razão disso, de uma ajuda médica, até chegarmos ao ponto de precisarmos de uma ajuda para lidarmos com aquele medo, para lidarmos com aquilo, porque isso desorganiza completamente o corpo e a mente – a questão do medo.

Existe o medo da esposa, existe o medo do escuro, existe o medo de fracassar, existe o medo de não ser amado, existe o medo de ser abandonado, existe o medo da traição, que provoca ciúme, agressão, violência. Enfim, é muito complexa a vida psicológica desse “mim”, desse “eu”, desse “ego”, em seu egocentrismo. E não podemos lidar com isso a partir desse equívoco, dessa ilusão, pensando em esforço, em luta. Olhar para aquilo que surge aqui e agora e não resistir a esse movimento, olhar sem o sentido de “alguém” querendo fazer algo com o que se mostra, com aquilo que se apresenta, é o fim disso, é o fim dessa experiência.

É o pensamento dentro de você, é o sentimento dentro de você, é, na realidade, esse casamento entre pensamento e sentimento dentro de você, algo que vem do passado… Pensamento é algo que sempre vem do passado, é algo que sempre vem da memória, criando expectativas negativas de derrota para esse “mim”, para esse “eu”, de sofrimento para esse “mim”, para esse “eu”, o que está sustentando o medo. Olhar para aquilo que se apresenta aqui e agora… olhar, se aproximar disso sem esforço, sem luta, sem colocar o sentido de “alguém” para triunfar sobre isso, para vencer isso… Nós não temos, nós não recebemos esse tipo de ensino.

Desde pequenos, nós fomos sempre motivados a lutar, a nos esforçar, a tentar vencer. E, aqui, eu estou lhe dizendo: apenas olhe para isso, acolha aquilo que agora está aqui sem resistência; perceba que é um pensamento, é um sentimento, é uma emoção, é uma sensação; apenas não coloque a identidade presente para julgar, para rejeitar, para lutar contra aquilo, então não haverá esforço.

Essa aproximação é Autoconhecimento. Sem isso, você não tem uma base real, verdadeira, para se aproximar da Meditação. A Meditação é o contato com a Realidade do seu Ser, de sua Natureza Essencial, que está livre do que é, que está livre dessa experiência com seu experimentador, está livre desse pensamento com esse pensador, está livre desse medo com aquele que sente esse medo, está livre do ego, está livre do sentido do “eu” e, portanto, livre do egocentrismo.

O contato com a Meditação é o contato com a Realidade do seu Ser agora aqui. Então, nessa aproximação, ao olhar para aquilo que surge sem impor algo, nenhuma volição, nenhum querer, nenhum desejo de ser diferente, de fazer diferente, de vir a ser diferente, acontece essa Liberação – isso é o fim do medo.

Veja, não é a fuga do medo, não é a solução do medo, é o fim da ilusão de uma identidade presente nessa experiência. E, como essa experiência não se sustenta sem essa identidade, há uma solução de continuidade para essa experiência, porque não existe mais o “eu”. Quando o “eu” não está, esse “mim”, esse senso de egoidentidade, não há mais o sentido de separação, portanto não há mais sofrimento.

Então, é possível uma vida livre do estresse, do medo, livre da ansiedade, livre de todos e qualquer quadro psicológico de sofrimento, livre de qualquer quadro de infelicidade interna, quando há essa Constatação. Então, o Autoconhecimento é se aproximar daquilo que aqui está. Você se aproxima disso e se aproxima, simultaneamente, da Real Meditação.

Aqui, em nosso canal, nós temos uma playlist extensa explicando essa questão do Autoconhecimento e da Real Meditação, da Real Meditação Prática. É esse contato agora aqui com aquilo que é, com aquilo que se apresenta. Diferente das diversas formas ou práticas de meditação conhecidas, você tem oportunidade de, agora, estar aqui em direto contato com a Verdadeira Meditação, e, quando há Meditação, em razão desse Autoconhecimento, não há esforço. Esse condicionamento psicológico, essa programação psicológica de resistência, de esforço e luta, tudo isso desaparece. Quando isso se realiza, se Realiza seu Ser, o fim do sofrimento. Alguns chamam Isso de Iluminação Espiritual ou o Despertar Espiritual.

Esse é o assunto desse canal, é o assunto que nós tratamos com você: a possibilidade de ir além do sentido do “eu” e, portanto, ir além do sofrimento. OK?

Se isso é algo que faz sentido para você, deixa aí seu “like”, se inscreve no canal… Quero lembrar a você: nós temos encontros on-line e, também, retiros… retiros para trabalharmos isso juntos. Fica aí o convite. OK?

Até o próximo encontro.

Novembro de 2022
Gravatá-PE
Mais informações

quinta-feira, 20 de abril de 2023

Joel Goldsmith | O que é Deus? | Como realizar Deus? | Satsang com Mestre Gualberto

Gilson – O que é Deus? Como realizar Deus?

Para responder a essas perguntas, está aqui conosco o Mestre Gualberto. Novamente, Mestre, te agradeço por mais esta oportunidade de estar aqui conosco no canal, esclarecendo dúvidas e trazendo o que é a vivência desse Estado Natural, a vivência da experiência sem o sentido de um experimentador.

Para quem não conhece o Mestre Gualberto, pela Graça de seu mestre Ramana [Maharshi], depois de vinte e um anos de um processo intenso de autoinvestigação, aconteceu a explosão da bomba, onde esse sentido de um “eu” presente desapareceu e o Estado Natural se assentou. [Estado Natural] também chamado de Iluminação Espiritual, Despertar da Consciência ou Realização de Deus.

Para quem não conhece o Marcos Gualberto, eu o conheci ano passado, depois de um período de quietude, onde eu me afastei aqui do canal, me afastei dos estudos e acabou que, pela Graça, apareceu para mim um vídeo do Mestre Gualberto, do canal dele [“Mestre Gualberto”], que trata exatamente do mesmo tema que o Joel, onde o foco é Iluminação Espiritual. E em um vídeo, o Mestre falando sobre esse tema, senti algo além das palavras. Então surgiu uma curiosidade, até pelo nome “Mestre”. O meu ego ficou “como assim, Mestre”? Me despertou uma curiosidade, vi que tinham encontros tanto online como presenciais. Participei de um intensivo de final de semana online e então pude “entender”, perceber o que está além das palavras, o que está além dos conceitos. Porque na presença do Marcos uma Real Meditação, como ele traz, se assentou, que é um Silêncio, uma Quietude, uma sensação de ausência de “alguém” presente, mas a experiência acontecendo.

Daí por diante eu venho participando de todos os encontros e a sensação — que que é muito forte aqui — é que a busca, essa busca por Deus que vinha há muitos anos na minha história, encerrou. Existe, sim, agora um trabalho a ser feito. Um trabalho a cada instante. Um trabalho podendo observar a atividade desse ilusório “eu”, desse ego, que está sempre julgando, classificando, gostando e não gostando. Vendo essa ilusão, eu tenho percebido que o que está além da ilusão também aparece, que é esta Realidade, que é o Estado Natural.

Trazendo aqui para as perguntas, Mestre — O que é Deus? E como Realizar Deus? —, antes de você responder, eu gostaria de ler um trecho do livro do Joel “A Arte de Curar pelo Espírito”, onde o Joel traz bem assim: “Leitor, vá a um parque onde brota capim novo, onde nascem folhas nas árvores ou, mais tarde, quando aparecem as flores. Contempla aí como Deus É a cada momento, em folhas, flores e frutos e coisa maravilhosa ninguém pede para que assim seja, ninguém diz adeus quando Ele necessita destas coisas, das frutas, do verde capim, do gado sobre as colinas, e no entanto, Deus faz aparecer tudo isso.”

A palavra está contigo Mestre.

Mestre – A sua pergunta é: “Como realizar Deus?” A essa pergunta eu diria para você: pare de interferir, pare de se ocupar com a ideia de “alguém” presente. Quando você para de se ocupar com isso, ou seja, você se desocupa, você para de interferir, a Realidade de Deus se apresenta. Não se trata de você realizar Deus, se trata de Deus assumir o “seu” lugar, esse “seu” lugar. Você tem ocupado um lugar indevido nesse contexto da vida, da existência.

Gilson, é muito curioso a expressão que nós usamos: “minha vida”. Essa “minha” vida contém “meus negócios”, “minha casa”, “minha família”, “meus relacionamentos”. Essa “minha” e “meu” está dentro desse “eu”. Esse “eu” é o único problema para esta ciência da Verdade de que a única realidade presente é Deus. Então, Realizar Deus significa se desrealizar no “eu”. Então, o trabalho da Realização de Deus é a desrealização desse “eu”. É o fim da ilusão desse “eu”.

Esse “eu” é um condicionamento, é uma crença, é uma ideia, é um pensamento, é uma sugestão hipnótica. É esse “eu” que tem o “meu”, que tem a “minha vida”, a “minha casa”, a “minha família”, os “meus bens”. Esse “eu” é uma fraude. Enquanto esse “eu” permanece presente, os problemas estão presentes, o sofrimento está presente, o medo está presente. O medo tem por base esse sentido, o sentido de um “eu” presente. Esse “eu” se separa, ele se apropria, ele é um “falso centro”.

Uma roda tem um centro, toda roda tem um centro. É o eixo, chama-se eixo. A força do movimento da roda é colocada naquele eixo, naquele centro. O volume de força aplicado ao centro da roda, ao eixo, vai determinar a velocidade da roda. Esse centro, esse eixo é falso. Todo movimento dessa roda que você chama “minha vida”, no qual gira dentro dessa roda “minha casa”, “meus negócios”, “minha família”, “meu corpo”, “minha saúde”, “minha doença”, “minha vida”, é completamente falso. Isso está em cima desse eixo ilusório, desse falso centro, desse falso “eu”, desse “mim”. É a presença desse “mim” todo o impedimento.

Quando você investiga a natureza desse “mim”, desse “eu”, não encontra ele lá. Então, veja: é um eixo de uma roda que não existe. É um centro para uma roda que não está lá, não existe “minha casa”, “meus negócios”, “minha família”, “minha vida”. Isso é uma ideia, uma crença, é um pensamento, uma imaginação desse “falso centro”.

Então, Gilson, o que é realizar Deus? É assumir a Verdade de que só há Deus. Tão simples assim. Isso requer a compreensão da ilusão deste “eu”. É necessário se aproximar olhando, investigando, observando, se tornando ciente desse movimento do “eu”, desse ilusório movimento desse eixo, desse falso centro. O caminho direto para isso? Meditação. O trabalho direto para isso? Satsang.

A palavra “Satsang” significa encontro com o Ser. Na Índia, isso é empregado no sentido do encontro com o Ser, que é Deus numa forma. Na forma de um professor que realizou Deus, que está lá sem esse centro falso. Não existe mais uma identidade presente ali. Quando você se depara com um professor, com Ser Realizado, com um Mestre vivo, você está em Satsang.

Em Satsang, ele [um Ser Realizado] investiga com você a ilusão da crença que você tem, que você traz, sobre quem você é. Então, ele questiona você, ele investiga com você suas próprias crenças. Todas as ideias que você traz diante dele, ele descarta lhe mostrando que são apenas ideias, são crenças. Então, você trabalha com ele essa autoinvestigação e ele, em sua Presença, o estado de Meditação — que é o que ele lhe mostra, o que significa Meditação Real de uma forma prática — acontece de uma forma natural.

Então, um Sábio na Índia, Shankara, dizia que “O barco eficiente para atravessar o mar do samsara, da ilusão, é o barco chamado Satsang”. Aqui, neste momento, estamos diante de um momento de investigação da ilusão. Estamos observando a ilusão daquilo que acreditamos ser. Isso é Satsang. Um encontro com a investigação da ilusão é um encontro no qual nele você se depara com a Verdade. Ver a ilusão é compreender a Verdade. Não ver a ilusão é se manter dentro de um estado hipnótico, de identificação egoica, de sonho, onde o que prevalece é o medo, é o sofrimento, é a ignorância.

Então, você pergunta: “Como realizar Deus?” Desistindo desse “eu”. Note o que eu estou dizendo: você não vai encontrar Deus, você não pode encontrar Deus, você é uma fraude, você é uma fraude. É Ele que te encontra. Na verdade, você está aqui nesse canal porque você já foi encontrado. Ele te encontrou. Apenas Deus clama por Deus. Apenas Deus busca a Deus. Apenas Deus reconhece Deus. Apenas Deus realiza Deus. Então, não se trata desse “mim”, desse “eu”, desse sentido de “alguém” presente para encontrar algo chamado Deus.

Então, ficamos nessa viagem. O ego tem isso. Ele projeta Deus, ele idealiza Deus, ele quer Deus. Ele quer Deus do jeito dele. Ele chega a dizer “eu sinto Deus”. O que ele quer dizer com “sinto Deus”? Escutem o que eu vou dizer: quando Deus está, não tem o ego sentindo nada. Quando Deus está, não há ego, porque o ego é uma fraude, é uma ilusão. Deus é a realidade.

Então, o ego não pode chegar a Deus. Ele idealiza, ele imagina, ele acredita, ele vai buscar. Então, as pessoas perguntam, Gilson, isso: “Como ou o que fazer para realizar Deus?” Não existe esse “como”. Não existe “o que fazer”. Nada pode ser feito que já não esteja pronto e o que está pronto? Deus. Deus sendo quem Ele É aí.

Aqui, a investigação da ilusão não é para construir a Verdade. A investigação da ilusão é para constatar a ilusão e a constatação da ilusão é a Verdade. Então, não é um esforço para alcançar Deus que vai te levar a Deus. É a percepção da ilusão desse “eu” que se desfaz nessa Realização de Deus.

Gilson – Mestre, é engraçado como é bem comum e falo de mim. O ego pega conceitos espirituais e toma posse daquele conceito. Por exemplo, como o Mestre falou, entender que só há Deus. Ah! Daí o ego fala: “Entendi! Só há Deus. Só há Deus. Eu sou Deus. Tudo é Deus”. Só que isso é só um conceito. É o próprio ego com aquele conceito — e falo por mim. Eu venho há muitos anos nessa busca, os últimos anos focados nesse estudo do Joel, e eu estava cheio de “conceitos da Verdade”, de ”conceitos de Deus”, de “princípios espirituais”. Só que era “eu” que estava, ou seja, essa identidade egoica “Gilson” estava se apropriando da Verdade, se apropriando do entendimento de Deus, de sentir Deus, “eu” sentindo Deus.

Mestre, é só por um ato da Graça, é só nesse encontro com a Verdade, como você bem disse, em Satsang [para perceber isso]. Porque o ego, por si próprio, que chance teria de conseguir enxergar a própria ilusão que é ele mesmo?

Então, eu tenho uma gratidão que é indizível nessa aproximação contigo, nesses encontros intensivos de Satsang onde, como você bem disse, é investigado a fundo isso. Mas a investigação não é apenas com palavras. É nesse — que eu chamo — compartilhar de consciência, esse mergulhar na Presença, na sua Presença — que é a Presença da Graça, que é a Presença de Deus —, onde esse olhar é um olhar onde eu vejo a mim mesmo, não o “mim” mesmo Gilson, mas esse Ser Infinito, esse aí sim, onde só há Deus.

Não há um “eu” experimentando ou sentindo Deus. Há Deus. É algo sem palavras, é algo indizível, é algo, como você citou, é “o barco que nos faz atravessar esse samsara, essa ilusão”.

Mestre – Você tem a Realidade presente e é só a Realidade presente. Não há o “eu”. Não há esse “mim”, esse ego, essa pessoa. Aqui a rendição não é a rendição de um ego, no ego, pelo ego. Aqui a rendição é a compreensão da Verdade nessa ilusão, nessa ilusão do “eu”, nessa ilusão do “ego”. Então, Aquilo que é Real se mostra. Então, a palavra “rendição”, ou se “render” a Deus, essa e diversas outras palavras empregadas não é dentro dessa terminologia religiosa. Isso precisa ser visto também.

Nós cultivamos muito palavras e temos muitas imagens lincadas a sentimentos, emoções, sensações. Ligadas a palavras, sobretudo, palavras religiosas. Isso é confortante. Isso nos anima, nos dá esperança, nos consola, até nos dá uma certa quietude, mas não resolve. Não resolve. Isso ainda não é a Realização. A Realização é o fim para o “mim”, para o “eu” que se sente confortável, que ama ouvir.

Notem como é interessante: o ser humano ama ouvir sobre Deus — alguns, não é? As pessoas religiosas amam ouvir sobre isso, mas ouvir é uma coisa inofensiva, muito inofensiva. É necessário um trabalho direto de rendição à Verdade. É aqui que agora usamos a palavra [rendição]. Render-se à Verdade.

Apreciar um vídeo como esse, ouvir essas palavras e dizer: “Mas isso é muito bonito”, não resolve. Fica a nível emocional, a nível do sentimento. E um detalhe: se torna mais uma ideia, mais um conceito, mais uma crença.

O contato com Satsang ou o contato com a Realidade de um trabalho direto é, de verdade, algo que funciona, porque destrói essa coisa mais romântica, mais sentimental, mais envolvida com sentimento, pensamento e emoção do que com a Verdade da autoinvestigação, da auto-observação e da entrega ou da rendição a essa Verdade.

Somos muito, Gilson, da teoria. Eu tenho dito — se não tenho dito, vou dizer agora —: essas palavras são para ser experimentadas, vivenciadas. Não são para serem guardadas no intelecto, admiradas. “Oh! Como eles falam bonito. Aquele menino do bigode fala tão bonito. Aquele outro também de camisa amarela fala tão bonito”. Não é para a gente ficar nisso. Você tem que viver isso, sentir isso. Quando eu digo sentir isso é se deixar viver, se permitir. Não resistir a essa Verdade desse chamado Divino para essa rendição, para essa entrega. Então, algo é possível. Algo se torna possível e esse algo possível é a própria Presença da Graça tornando possível isso aí. Deus assumindo o lugar que é Dele. Ele lhe atrai. Ele lhe toca e Ele Realiza todo o trabalho.

O que você faz? Você fica quieto. Você desiste. Você sai de cena e você sai de cena quando se depara com Satsang, quando se depara com esta auto-observação, esta Real Meditação agora, aqui.

Isso é um interesse Real, Gilson, profundo, verdadeiro, pelo descobrimento d’Aquilo que está presente, mas não está sendo constatado porque ficamos muito no teórico, na emoção ou no sentimento. Viva Isso, experimente Isso, constate Isso, venha para Satsang. Se envolva com a Verdade.

“Aquele que não nascer de novo — nas palavras do Cristo — não pode entrar no Reino de Deus” e “nascer de novo” significa que o homem velho desapareceu. De alguma forma, ele não está mais para algo novo surgir o que é velho se foi. Então, o sentido de um “eu” — que é o passado, que é esse “mim”, todo esse fundo de condicionamento psicológico — precisa ser desfeito. Isso é assumir a Verdade do seu Ser. Isso é ficar quieto para Deus assumir o lugar que é Dele. Isso é Deus nesta Realização. É a Realização de Deus em Deus.

Quando esse sentido do “eu” não está, Aquilo que está presente é a Realidade de Deus. Não é você presente, é Deus presente. Só há Ele. Você não é um instrumento, você não é um veículo, você não é… Você é Deus, essa é a natureza do seu Ser. Quando Isso assume, Deus está aí e quando Deus está aí, não há mais sofrimento. Quando Deus está aí, não existe mais confusão, não há mais problemas.

Gilson – Como as palavras estão na dualidade e o ego usa delas para se manter vivo.

Mestre – Sim.

Gilson – Palavras, como você falou: “rendição”. “Olha que ego maravilhoso, um ego que se rende”. Não é o ego. Ele incorpora aquilo ali e fala: “eu me rendo”. Se tem um “eu” querendo se render, quem é esse “eu” que está se rendendo? É a atividade dessa ilusória identidade se rendendo ou, como você comentou agora [há pouco], sendo um instrumento de Deus ou uma transparência de Deus. Então, existe um “eu muito importante” sendo instrumento de Deus. Como ele é muito safado, esse ego.

Mestre – Nós temos que tomar cuidado com as palavras, Gilson. As palavras são muito tinhosas. As palavras são muito tinhosas, sabe, as palavras são perigosas. A gente tem que tomar cuidado com a palavra. Se você intelectualiza, elas assumem um sentido muito peculiar para o próprio ego. Ele se apropria daquelas palavras e transforma aquilo em algo dele. As palavras são perigosas.

A gente tem que ir além das palavras, como dizia o próprio Joel, “além das palavras e dos pensamentos”. Então, o que a gente diz não importa. É o que a gente vive fora da mente que importa. E fora da mente, o que você vive não é você. É a Verdade se revelando, porque não tem você. Exatamente! Não tem você. Fora da mente, aquilo que é vivido não é você vivendo, é a Consciência, é o Cristo, é a Verdade, o nome que você queira dar para isso. É Deus, é o Cristo, é a Consciência, é o Ser.

O que eu notei Gilson, o que eu tenho notado… Eu fui criado num ambiente profundamente religioso, desde criança. Essa é minha história, desde criança a história do Gualberto… E a gente é muito apaixonado por palavras como Jesus, como Deus. Porque são palavras que realmente criam uma emoção ou provocam uma emoção, mas a gente tem que ter uma aproximação real de que a palavra não é bem a coisa e que esse sentimento ainda é ainda pessoal, muito particular.

Existe algo além desse sentimento, além dessa palavra, que é a Verdade, que é Deus, que é o Cristo e quando Cristo chega, a ilusão termina. Todo esse romantismo, toda essa coisa melosa, toda essa coisa assustada, medrosa, preconceituosa, particular, que o próprio ego transformou como algo para ele dessa, assim chamada, “vida religiosa”, ou “esotérica”, ou “mística”, ou o sentido de ser um “instrumento”, um “veículo”, uma “expressão do Divino”, tudo isso desaparece, porque só há Deus. Se só há Deus, é só Deus. É Deus falando, é Deus realizando, é Deus quieto, é Deus se expressando, é Deus assumindo completamente essa, assim chamada, “história desse mim”. Não tem “mim”, não tem mais história.

Então, o sentido do “eu” desaparece com o “meu”, com a “minha”, [com] as “minhas coisas”, [com] o “meu”. É tão estranho “meu”, “o meu carro”. Gente, “a minha casa”, como assim “minha casa”? “Os meus negócios”, como assim? “A minha família”. Gente, não tem nada que seja seu, tudo isso desaparece.

Existem aqueles que até chegam a dizer “o meu Deus”, “o nosso Deus”. Como assim “o nosso Deus”? “O meu Deus”? É tão infantil isso tudo da nossa parte. Então precisamos realizar a Verdade que só há Deus e, quando só há Deus, não existe nada que seja “meu” ou que seja “nosso”.

Deus é a Realidade de tudo, em todos. Só há Ele. Então, agora sim, Deus é a Realidade dessa casa, dessa família, desses negócios, desse corpo. Olha como é diferente! Não é dizer “meu corpo”, “minha casa”, “minha família”, “meus filhos”. Não! Deus É a Realidade dessas crianças, dessa esposa, desse marido. Deus É a Realidade desta Vida, é a Realidade do seu Ser. Então, [a pergunta] “Como Realizar Deus?” não entra, porque você não vai até Ele, Ele já chegou. Apenas fique quieto. Fique quieto. Está lá no Salmo 46: “Ficai quieto e sabei que Eu sou Deus”.

Você não fica quieto. Você não fica quieto. Você está sempre se movimentando. Sempre querendo, sempre buscando, preso à ambição, inveja, desejos, medos, ansiedades, controle, manipulação, posse. Você não fica quieto. Fique quieto. “Ficai quieto e sabei que Eu sou Deus”. Ele já É. Apenas fique quieto, ou seja, cai fora.

Auto-observação é autoinvestigação. Isso é a base do Autoconhecimento, da Real Meditação de uma forma prática. Então, Deus se apresenta. Isso é Deus.

Gilson – Gratidão! Gratidão, Mestre. Nosso tempo já “bateu”. Gratidão por mais esse Satsang, esse encontro com a Verdade, com esse Estado, não é a melhor palavra, mas com Isso que está além das palavras, dos pensamentos. É uma verdadeira — se podemos dizer assim — Graça esse mistério da Graça.

Gratidão! gratidão!

O pessoal que está acompanhando o vídeo, deixe seu like, deixe um comentário. E quem “sentir” algo ao focar nos olhos do Mestre Gualberto, fica o convite para estar em Satsang. Nos sábados pela manhã os encontros são abertos — gratuitos — e, para quem tiver interesse em se aprofundar nesta investigação e nesse Estado de Real Meditação, tem o final de semana intensivo [sábado e domingo], além dos encontros presenciais e, também, os retiros.

Gratidão! Gratidão, Mestre.

Fevereiro de 2023
Gravatá-PE
Mais informações

terça-feira, 18 de abril de 2023

Osho: "O falso centro" | A busca por Deus | Ego (identidade egoica) | Atividade egocêntrica do "eu"

Ok, vamos lá! Este é um assunto do qual a gente precisa se aproximar com bastante cuidado. Vamos tratar com você sobre essa importante questão da busca, da busca pela Verdade, da busca por Deus, da busca da Realidade. Nós não sabemos o que isso representa! Temos uma crença – essa é uma crença entre as diversas crenças que nós temos: essa crença de que estamos, na verdade, na busca pela Verdade ou na busca por Deus.

O ser humano se sente infeliz. Há dentro de nós o sentido de falta de algo, de alguma coisa. Essa falta, esse sentido de falta de algo… nós podemos dar muitos nomes para isso. Então, há, na verdade, um modelo interno, psicológico – e é totalmente psicológico isso –, de insatisfação, de desordem emocional, de sofrimento psicológico, de infelicidade interna, de pobreza interior, que nos impele à procura de algo além disso que tem se tornado nossas vidas.

Nossas vidas têm se tornado tediosas, angustiadas, aflitivas, desorientadas. Há um profundo senso de incompletude, de desordem emocional e psicológica. Podemos ter algum conforto material, uma certa estabilidade… no caso de alguns, em especial, estabilidade financeira, uma família equilibrada ou relativamente equilibrada, uma qualidade de vida externa com um certo conforto… para alguns, em especial, um certo nome, uma certa apreciação por parte de outros, do que a vida dele ou dela representa…

Então, pode haver até um certo grau de respeitabilidade pública e de sucesso, conforto, uma casa boa, um apartamento bonito, um carro do ano, uma empresa, alguns negócios, uma certa satisfação temporária no conforto material e na aparente segurança – para alguns, em especial; sempre para alguns, em especial – financeira. Mas, apesar disso tudo, há dentro do ser humano uma inquietude, uma dor, uma insatisfação que nada satisfaz, um vazio que nada preenche, uma dor que não termina. Nem o conforto material, nem o poder, nem a respeitabilidade pública, nem toda a possibilidade de desfrutar prazer nas relações, nada disso resolve. Então, há dentro do ser humano a procura por algo além dessa condição de vida.

Vamos trabalhar com você hoje, aqui, neste encontro, isso: essa questão dessa busca por Deus, essa busca pela Verdade ou essa busca pela Felicidade. A procura por Deus tem esse aspecto para aquele que tem uma inclinação religiosa. A procura pela Verdade é para aquele que tem uma inclinação mais filosófica. Tem algo nele como uma aspiração de reflexão e de compreensão intelectual da existência. Então, é mais para o filósofo essa coisa de compreender a vida, de compreender a Verdade. E tem essa procura pela Felicidade, para aqueles que já realizaram tudo: têm nome, têm fama, têm poder, têm dinheiro, têm prestígio… mas sabem, internamente, que ainda estão carregando uma dor que não se resolve, não tem uma solução de continuidade, não termina! Então, há essa procura pela Felicidade.

O que vamos ver aqui hoje é algo, talvez, um pouco diferente, então tenha um pouco de paciência em nos acompanhar aqui. O ser humano não está, na verdade, à procura de Deus, à procura da Felicidade, nem à procura da Verdade. O ser humano, no “eu”, nesse “mim”, nesse ego, está inquieto! O que ele quer é se livrar disso! Mas ele quer se livrar disso – e aqui é que nos deparamos com um equívoco da parte do ser humano… ele quer se livrar disso substituindo isso por alguma outra coisa. Então, ele quer se ver livre disso para encontrar uma experiência que seja mais rica, profunda e livre dessa dor que alguém poderia chamar de ausência da Felicidade, ou alguém chamaria de ausência de Deus, e um outro chamaria de ausência da Verdade. Ele quer encontrar uma experiência profunda, que lhe enriqueça a vida de tal forma que aconteça o fim para essa dor.

Aqui, eu quero lhe chamar atenção para um ponto, e é aqui que mora o equívoco, o problema: o sentido de um “eu” presente é a razão disso. Nada que possa lhe ser dado vai resolver. Então, o ser humano vive nessa busca, nessa procura. Essa busca é uma busca que ele quer, sente de realizar… ele quer, deseja, sente de realizar no tempo. É no tempo que ele irá alcançar isso. Fazendo escolhas ele irá alcançar isso. Sempre através do esforço ele irá alcançar isso.

Então, nós temos que nos esforçar, nós temos que fazer nossas escolhas certas, temos que nos envolver nisso de uma forma muito certa, muito segura, porque é só em razão do tempo que isso irá se realizar. Então, precisamos do tempo, da escolha e do esforço para alcançarmos algo que acrescente a “mim”, a esse “eu”, essa coisa.

E, aqui, eu quero lhe dizer: é quando o sentido do “eu” não está que, na verdade, nos deparamos com algo que não é essa imagem que as pessoas religiosas fazem de Deus, essa imagem que os filósofos fazem da Verdade e essa imagem que as pessoas ligadas a esse modelo de materialismo comum a todos fazem da Felicidade. Estamos falando da Realidade de Deus, da Realidade da Felicidade, da Realidade da Verdade. Mas Isso está presente quando o sentido de um “eu” não está mais. E Isso não requer busca, portanto não requer escolha, não requer tempo e não requer esforço.

Deixe eu falar um pouco mais sobre essa questão de escolha, tempo e esforço. A escolha do “eu”, desse “mim”, desse ego – isso é bem particular para cada modelo de pessoa, seja ela ligada ao materialismo, seja ela ligada ao espiritualismo, seja ela ligada à filosofia – é muito particular. Esse fundo de condicionamento psicológico em nós, presente nesse “mim”, nesse “eu”, nesse ego… é com base nesse fundo que o ser humano faz suas escolhas. Então, ele se dispõe a realizar o que ele chama de Deus ou Verdade, ou Felicidade, com base em suas escolhas. E essas escolhas estão assentadas nesse velho “eu”, nesse ego, nesse “mim”.

O que é esse “mim”, esse ego, esse “eu”? Um fundo de condicionamento psicológico que o ser humano vem cultivando há milênios, todo esse conjunto de crenças que o ser humano tem dentro de si mesmo, que ele tem guardado ao longo de todos esses anos – se ele tem 30, 40, 50, 60 anos… além de todos esses aspectos internos dos quais ele nem tem ciência clara, que é o condicionamento cultural, que já vem há milênios com ele. Com base nisso, nós fazemos nossas escolhas. Então, toda a disciplina assim chamada espiritual, baseada nessa escolha, está, naturalmente, baseada no “eu”, no ego.

Então, existe essa ilusão de que vamos realizar algo chamado Deus. Deus é uma Realidade, sim, mas ela está fora do tempo. Então, a mente idealiza realizar Deus no tempo, coloca dentro desse projeto de busca assim chamada “espiritual”. E, se você não é religioso, mas ligado a essa busca dessa assim chamada “felicidade” no mundo, em realizações externas, em ideais e projetos, em sonhos – além dos que já realizou e não funcionou, você tem outros projetos e sonhos –, você idealiza essa “felicidade” como algo também no tempo.

E, aqui, eu quero lhe dizer: Felicidade não é algo no tempo, não é algo para o “eu”. Então, essas escolhas sendo feitas para realizar Isso, essa assim chamada Felicidade, também não irá jamais ocorrer no tempo, com base nesse fundo psicológico de escolhas, de condicionamento, de crenças.

O nosso trabalho aqui é lhe mostrar isso: que não é por esse projeto, não é nesse formato de escolha, com base nesse condicionamento psicológico, que se torna possível realizar essa Felicidade. Isso é o mesmo no que diz respeito à Verdade. Então, essas escolhas, com base nesse fundo de condicionamento que cada um traz, cada um tem dentro de si mesmo – e que, em cada um, funciona de uma forma relativamente diferente, mas basicamente é um condicionamento de cultura, um condicionamento psicológico –, nada disso funciona. Então, as escolhas e o esforço, e o tempo, não são o fator que torna Isso possível. Na realidade, todo esse movimento ainda é um movimento do “eu”, do ego.

O ser humano passa muito tempo de sua vida dentro dessa procura. Ele está sempre nessa procura. Ele projeta aquilo que ele idealiza. Ele vai em busca dessa ideação e essa ideação é um fundo de condicionamento, uma crença, um ideal. Então, há o ideal de Deus no tempo, através da escolha, do esforço; o ideal de Felicidade na escolha, no esforço, no tempo; o ideal da Verdade na escolha, no esforço, no tempo… E esse ideal é uma projeção idealizada pelo pensamento, criada pelo pensamento. Nada disso é a Verdade.

Quero lhe dizer que é possível, sim, realizar a Realidade que está além do tempo e, portanto, além de qualquer escolha e além de qualquer esforço. E vamos chamá-la, também, de Deus, de Verdade e de Felicidade. Mas isso é algo desconhecido da mente e, portanto, não faz parte do projeto desse “eu”. Isso é algo que está presente exatamente quando esse “eu” não está.

Por isso precisamos de uma mente livre. Eu tenho falado sobre isso: a aproximação da Verdade do seu Ser, a aproximação da Realidade de Deus, requer uma mente livre. Uma mente livre é uma mente nova, uma mente divina, uma mente que está fora desse movimento do tempo, uma mente livre de toda forma de condicionamento psicológico.

Então, quando a mente passa por um trabalho interno de transformação, de mudança real – isso ocorre quando há um esvaziamento de todo esse conteúdo interno, que é quando a mente fica livre de todo esse conteúdo egoico, de todo esse conteúdo psicológico, de todo esse condicionamento psicológico –, quando a mente é esvaziada de todo esse conteúdo, temos uma mente inteiramente desconhecida, nova, livre, fora do modelo comum. Então, essa mente está livre para esse encontro com a Realidade que está fora do tempo. É quando o Silêncio da Verdade, de Deus, da Felicidade, se torna presente.

Notem o que estamos apontando aqui para vocês, percebam isso: estamos falando do fim do “eu”, do ego, do fim desse modelo de identidade egoica, do sentido de alguém presente aqui, neste instante, na vida. Então, a Realidade de Deus, da Verdade, da Felicidade está aqui e agora. Isso não é uma experiência que chega para enriquecer o “eu”. Isso é o fim da ilusão de um experimentador presente, é o fim do “eu”, do ego, é a libertação desse “mim”. É quando está presente a Realidade do seu Ser, livre de toda essa atividade egocêntrica, que é a atividade do “eu”, do ego. Esse “eu”, esse ego, é o falso centro – essa é uma expressão muito usada pelo Osho. Esse falso centro é o “eu”.

Nossa vida está “segura” nessa ilusão. Essa interna insegurança psicológica, esse medo, todo esse sofrimento está presente em razão dessa “segurança insegura” nesse falso centro. Esse falso centro é o ego – essa é uma expressão do Osho. É um falso centro. Então, nós temos o mundo à nossa volta, a vida acontecendo, as pessoas, os lugares, as coisas, os pensamentos, os sentimentos, as emoções, as sensações… e temos esse falso centro, em torno do qual tudo isso está acontecendo. Isso é completamente ilusório! É esse falso centro que está nessa ilusória busca da Felicidade, de Deus e da Verdade. É esse falso centro que está nessa segurança ilusória, sustentando toda forma de insegurança, de medo, de desejos, de conflitos, de contradições.

Então, essa abordagem nossa é lhe mostrando que é possível a Realização da Verdade d’Aquilo que é Você. Não é um “falso centro”, como dizia Osho. Esse falso centro é o ego. Aqui, estamos tratando com você da Realidade Divina, da Realidade de Deus. Essa Realidade está presente quando não há mais busca, quando não há mais qualquer movimento em torno desse centro ilusório, desse falso centro. Estamos diante da Realidade, que é Amor, que é Paz, que é Felicidade, nessa ausência do “eu”, nessa ausência do ego, nessa ausência desse falso centro. Então, a única Realidade presente é a Realidade de Deus, é Aquilo que é Tudo em tudo. Então, eu quero convidá-lo a se aproximar d’Isso, a olhar para Isso. Para se aproximar da Verdade do seu Ser, é necessário compreender a ilusão desse “mim”, desse “eu”, desse falso centro, dessa falsa identidade. Então, estamos, na verdade, em Deus, que é Felicidade.

Esse é o assunto que estamos trazendo aqui no canal para você que tem se aproximado. Esse é o assunto que estamos trazendo aqui para você dentro desse canal. Estamos compartilhando com você a Verdade do seu Ser, que é a Felicidade, que é Deus, que é a Verdade. Esse é o nosso assunto aqui com você. Se isso é algo que faz sentido para você, deixe aí o seu “like”, se inscreva no canal… Quero lembrar a você: nós temos encontros on-line, encontros presenciais e, também, retiros, onde estamos trabalhando isso juntos. OK? Valeu pelo encontro e até a próxima, a gente se vê.

Fevereiro de 2023
Gravatá-PE
Mais informações

sábado, 15 de abril de 2023

Condicionamento psicológico | A mente condicionada | Observação | Real Meditação | Autoconhecimento

Olá, pessoal! Sejam bem-vindos a mais um encontro aqui no nosso canal.

Afinal, qual será o propósito desses encontros que nós temos aqui? Será que é ver de novo aquilo que nós já vimos dentro de um livro, dentro de uma palestra, aprender aquilo que a gente já sabe?

Podemos nos sentar aqui e ouvir de novo uma fala de alguma coisa com que tenhamos a tendência de concordar, porque, de uma certa forma, já conhecemos o assunto e apreciamos o assunto, e o admiramos, porque já lemos isso, já ouvimos falar sobre isso, já aprendemos sobre isso de alguém, de algum livro.

Então, a gente se assenta aqui e termina tendo essa concordância; se põe a ouvir uma fala como essa para ter uma concordância intelectual, para ter uma concordância verbal. Será que é esse o propósito nosso? Pois é… Eu quero dizer para você que, hoje, eu quero colocar para você, como sempre tenho tentado colocar dentro desses encontros, que aqui não estamos tratando de ideias, tratando de conclusões, tratando de ensinamentos, no sentido em que os livros nos comunicam isso, no sentido em que as palestras nos comunicam isso.

Precisamos descobrir algo diferente de simplesmente aprender de alguém alguma coisa, de aprender de um livro, aprender de um palestrante, de aprender de alguém que tem algo para nos comunicar, como um ensinamento.

Eu quero falar com você sobre a importância de aprendermos com nós mesmos; é disso que nós precisamos! Precisamos descobrir a Verdade sobre quem nós somos, e isso alguém não pode nos dar, um palestrante não pode nos dar isso, um livro não pode nos dar isso. Afinal, o que significa aprender com nós mesmos? O que isso implica? Por que é tão importante esse aprendizado? Eu quero falar, hoje, com você sobre isso – como é importante esse Autodescobrimento.

Esse Autodescobrimento é possível quando há esse Autoconhecimento. Autoconhecimento é o Reconhecimento da Verdade sobre quem Você é. Uma outra pessoa não vai lhe dar isso. Você pode ler centenas de livros, ouvir centenas de palestras de Filosofia, Psicologia, Espiritualidade, e nada, absolutamente nada, irá lhe comunicar a Verdade que você tem a facilidade ou o desafio de descobrir por si mesmo, em si mesmo, e isso só é possível quando você se auto-observa. É muito importante isso, descobrir a beleza do Autoconhecimento pela auto-observação.

Nós precisamos de uma mudança, de uma profunda mudança psicológica. Quando eu me refiro a essa mudança psicológica, como eu tenho feito aqui em nossos encontros, eu me refiro a uma mudança da própria mente, e aqui a mente inclui pensamentos, sentimentos, emoções, sensações, percepções; inclui o próprio cérebro passando por uma mudança, por uma transformação.

Essa é a forma real da mudança da mente. Se há uma mudança nessa estrutura da mente, haverá uma mudança nessa própria visão da Vida. A visão que temos tido da Vida, até hoje, até esse dado momento, é uma visão, toda ela, baseada naquilo que nós aprendemos, aprendemos com a nossa cultura, aprendemos com a nossa civilização, aprendemos com os nossos pais, com os nossos avós, com os nossos bisavós, com os nossos educadores, com todo o modelo à nossa volta, e esse modelo nos colocou dentro de uma condição de mente presa a um padrão de profundo condicionamento psicológico. Precisamos de uma mudança profunda dentro de cada um de nós. Essa mudança se faz necessária, porque vivemos, como toda a nossa cultura, como toda a nossa sociedade, como todo esse mundo à nossa volta, presos a uma condição psicológica interna, interior, de infelicidade. A inveja é infelicidade, o ciúme é infelicidade, o desejo e o medo, tudo isso é parte da infelicidade, e esse tem sido o padrão de nossas vidas.

Nos falta uma mudança, uma transformação interna. Essa transformação só é possível quando há Autoconhecimento, e esse Autoconhecimento nasce desse aprender, desse aprender sobre nós mesmos. E eu quero lhe dizer aqui que isso é possível, e a gente só precisa descobrir como isso se torna possível.

Então, se há um ensino aqui, esse ensino é o ensino da necessidade de nos Autodescobrirmos, de descobrirmos sobre nós mesmos, quem somos, quem verdadeiramente nós somos.

Precisamos descobrir a Verdade, a Verdade Divina que trazemos, a Verdade de nosso Ser, ou então continuaremos como criaturas humanas presas a esse padrão egocêntrico, limitado, estreito, na verdade infeliz. Podemos cobrir tudo isso, mascarar tudo isso – é assim que temos feito.

Nós mascaramos tudo isso, cobrimos tudo isso, com realizações externas, realizações profissionais, realizações familiares, realizações financeiras, realizações afetivas… São diversas as áreas de realizações que temos em nossas vidas, que trabalhamos por elas, buscamos todas elas e, infelizmente, nos realizamos superficialmente nelas, e tudo, na verdade, ainda se mantém – essa velha e antiga condição de egoidentidade, de egocentrismo. Eu quero lhe convidar a um Reconhecimento da Verdade sobre quem Você é e, portanto, ao Descobrimento de algo dentro de você além dessa condição.

Esse algo é a Verdade do seu Ser, é sua Verdade Divina. Então, os nossos encontros, eles têm como propósito lhe comunicar algo que não está na fala, que não está aqui numa troca de ideias. Se você para aqui, se assenta para ouvir essa fala e entra dentro dessa condição de apenas concordância daquilo que você está ouvindo, nada novo resultará disso.

A mera concordância verbal, a mera concordância intelectual, se constitui em mais uma forma de condicionamento psicológico, mais uma forma de ajustamento dessa antiga condição de opiniões, conclusões e crenças a algo que irá se repetir. Você terá apenas um reforço dessas antigas opiniões, conclusões e crenças. Nós precisamos descobrir a Verdade sobre quem nós somos, e isso só é possível quando há esse Autodescobrimento, essa auto-observação. Ramana Maharshi chamava isso de auto-inquirição. A pergunta “quem sou eu?” não é uma pergunta que você deve formular simplesmente teoricamente, intelectualmente, verbalmente para si mesmo.

A pergunta “quem sou eu?” aponta para esse Silêncio – “afinal, quem eu sou?” –, descartando todas essas opiniões, conclusões e crenças, todo esse condicionamento de cultura, de civilização, de mundo, essa herança dos pais, dos educadores, daqueles que nos cercam desde a infância, abrindo mão disso tudo, largando tudo isso, olhando para dentro de nós mesmos – “afinal, quem sou eu?”

Aqui, o trabalho se constitui na Arte da Meditação, e a Meditação é essa aproximação de si mesma, é essa aproximação de si mesmo, esse aprender consigo próprio, e aprender significa olhar para aquilo que está aqui, olhar exatamente esse modelo, o que nos faz ambiciosos, o que nos faz ciumentos, o que nos faz possessivos, o que nos faz apegados, criaturas com medos, presos a padrões de ansiedade, de desejos, presos a conclusões, a opiniões, a avaliações, basicamente de critérios preconceituosos.

Precisamos descartar isso, precisamos descobrir algo além desse egocentrismo, desta condição de ilusão, de identificação equivocada sobre quem somos.

O nosso trabalho, o nosso encontro, é lhe propor a possibilidade de Realizar a Verdade, a Verdade sobre o seu próprio Ser, a Verdade sobre a sua Natureza Divina, sobre a sua Identidade Real. Assim, esse encontro quer lhe mostrar que é possível pela auto-observação… A auto-observação é o início, é o fundamento da Meditação. E notem: Meditação não é simplesmente fechar os olhos sentado numa determinada posição, ouvindo uma música suave, num ambiente silencioso, procurando controlar a respiração e colocar a mente sobre o controle. Tudo isso pode ser de um grande auxílio, de uma grande ajuda, para essa saúde interna, para essa saúde psicológica. Então, isso acalma, isso tranquiliza, isso relaxa, isso traz um bem-estar emocional e físico, sem dúvida, mas isso não é o que eu considero Real Meditação.

Real Meditação é a ciência da Verdade sobre quem Você é, aqui e agora, no seu viver, no seu dia a dia. A auto-observação te coloca nessa condição nova. Se você pode se observar caminhando, falando com alguém, dirigindo seu carro; se você pode se observar quando sente uma palavra sendo dirigida a você, lhe criando alguma forma de conflito, como tristeza, aborrecimento, contrariedade, lhe deixando tenso, lhe deixando nervoso, essa direta observação, apenas essa observação dessa reação surgindo nesse dado momento, nesse instante…

Isso só irá acontecer quando você está em contato com a Vida como Ela é, como Ela se mostra, aqui e agora, à sua volta, não quando você está assentado num determinado lugar, relaxando, respirando, observando simplesmente os pensamentos surgindo. Isso não é a exclusão dessa prática, mas é dizer para você que há uma prática de Meditação muito mais eficiente, muito mais poderosa, e, na verdade, a única Meditação para esse real processo de descondicionamento psicológico, que é essa Meditação – no seu viver, no seu dia a dia, se tornar ciente de si mesmo observando a mente, observando as suas reações, observando as palavras que você diz, observando os pensamentos que surgem, observando as palavras que você escuta, observando as imagens diante dos seus olhos provocando alguma forma de sensação agradável ou desagradável.

Essa observação feita sem escolha, sem julgamento, sem comparação, apenas essa direta observação, essa observação é a Observação Real, quando não há essa separação dentro de você, essa dualidade interna dentro de você. Que dualidade é essa? É aquela que dentro de você aparece quando aquilo que é visto internamente é interpretado como sendo visto por você e rejeitado; sendo visto por você e aceito. Aquilo que você escuta… surge essa interpretação equivocada: “gosto disso”, “não gosto disso”. Aquilo que você vê, aquilo que você escuta, aquilo que você sente… Percebam, esse sentir é algo no corpo, é algo nessa estrutura do cérebro, é algo dentro dessa estrutura da mente… esse sentir. Mas, nesse momento, um pensamento surge e cria essa ilusória divisão, essa artificial divisão, essa dualidade interna, e diz “não gosto disso” ou “eu gosto disso”. Então, estamos o tempo inteiro, internamente, concordando e discordando de pensamentos, de sentimentos, de sensações, de percepções, e sempre estamos colocando esse elemento, que é esse elemento de condicionamento psicológico, esse “mim”, esse “eu”, concordando, discordando, julgando, avaliando, rejeitando… Esse padrão de comportamento é o padrão de comportamento dessa egoidentidade, dessa “pessoa” que acreditamos ser.

Então, a Meditação é a arte de se auto-observar e não se confundir com aquilo que surge, com aquilo que aparece. Então, aquilo que está presente é aquilo que é. Qualquer ideia, qualquer sugestão, qualquer avaliação, julgamento, condenação, lhe coloca de novo no terreno da mente condicionada, dessa mente no antigo e velho padrão, dessa identidade que você acredita ser, e, nesse momento, você está fora daquilo que eu tenho chamado aqui de Real Meditação, porque a Meditação é a arte de simplesmente Ser, se tornar cônscio de si agora, aqui. Esta auto-observação é tudo que se faz necessário para essa arte da Meditação. Isso é aprender consigo mesmo. A beleza disso é que isso põe fim a esse sentido ilusório interno de divisão. Esse sentido interno de ilusão é o sentido de separação, de dualidade, entre você e essa experiência. O ser humano vive dentro desse contexto de inveja, de ciúme, de medo, de preocupações, de julgamentos, de avaliações. Isso acontece dentro em razão desse condicionamento, dessa ilusória divisão – esse sentido do “eu e o outro”, esse sentido do “eu” nesse gostar, nesse não gostar, nesse “eu quero”, nesse “eu não quero”.

O sentido de dualidade, o sentido de separação, cria a ilusão de separação entre você e o outro, entre você e a vida, entre você e essa experiência completa, agora, aqui acontecendo. Portanto, o que estamos tratando com você aqui não é algo passível de concordância ou discordância, porque é algo que você pode observar, é algo que você precisa observar em si mesmo. Como? De novo, de novo e de novo, no seu viver, no seu dia a dia.

Esse padrão de isolacionismo egoico, de posicionamento pessoal… como isso está interferindo nessas relações? A Vida é composta de relações. Nós estamos em relação com tudo à nossa volta. A Vida é pura relação. Transformamos essa relação com a Vida nesse relacionamento, nesse sentido de uma identidade presente dentro dessa relação, aceitando, rejeitando, concordando… Então, há esse concordar, discordar, esse gostar, não gostar… Assim, há sempre esta posição de uma identidade sendo pessoal, assumindo essa pessoalidade. A Vida acontece como Ela é, mas essa ideia de ser alguém presente, dentro desse contexto, tem sido a causa de muita infelicidade, de muita miséria, de muito sofrimento. O Autoconhecimento, que tem essa auto-observação como princípio de tudo, só é possível quando há Real Meditação.

Quando há essa Real Meditação, você tem o contato com algo em você além dessa dualidade, além desse princípio ilusório de separação, além desse ponto particular e pessoal de querer, não querer, gostar, não gostar, de desejo e medo. Então, você tem o contato com algo em você, em razão da presença da Meditação… Você tem o contato em você com algo que está além da mente egoica, além desta mente condicionada. Então, se torna possível uma transformação em toda essa estrutura psicológica, porque acontece uma mudança na mente – e a mente representa pensamentos, sensações, percepções, sentimentos, como eu disse agora há pouco –, e o próprio cérebro sofrendo uma mudança para algo inteiramente novo surgir, para um estado inteiramente novo e desconhecido da grande maioria surgir: a Verdade Daquilo que está presente agora e aqui, a Verdade do seu Ser, Daquilo que é sem nome, Daquilo que está além do tempo, Daquilo que está além do corpo e além da mente.

Então, algo novo surge, e esse algo novo é essa Transformação, é esse Reconhecimento da Realidade Divina. Observe o que estamos dizendo aqui para você. Nós nunca entramos em contato direto com a experiência, estamos sempre nos protegendo através desta posição de dualidade, de separação. Existe sempre esse mecanismo de autodefesa, este “mim”, este “eu”, e ele está sempre pronto – e esse é um padrão de condicionamento desde a infância que todos nós temos –, ele está sempre pronto para se defender, para se resguardar. E ele faz isso exatamente como eu disse agora há pouco: querendo, não querendo, gostando, não gostando, preferindo, tendo opiniões, assumindo conclusões, acreditando no controle…

Isso nos torna criaturas humanas aquém da Realidade do nosso próprio Ser; isso nos torna criaturas humanas possessivas, agressivas, tensas, ansiosas, enciumadas, controladoras. E, com o passar dos anos, na razão em que o corpo vai envelhecendo e a necessidade dessa Compreensão não aparece, não surge… Esse corpo envelhece, toda essa estrutura do corpo e da mente vai passando por uma mudança de decrepitude, e vamos nos tornando, com o passar dos anos, criaturas ainda mais presas a esses antigos modelos. Nos tornamos senhoras e senhores, pessoas mais velhas, ranzinzas, nos tornamos criaturas agressivas, possessivas, enciumadas, violentas… Precisamos desta mudança, dessa transformação, precisamos desta Consciência da Verdade sobre quem nós somos. Portanto, os nossos encontros têm como propósito nos mostrar a importância da Autorrealização – alguns chamam isso de Iluminação Espiritual; é a Consciência da Verdade do nosso próprio Ser, um estado livre desta egoidentidade, desta identidade egoica, uma condição de Plenitude, de Completude Interna, de Amor, de Paz, de Felicidade.

Então, você, em seu Ser, é uma Alegria, é uma Bênção do seu círculo de relacionamento, porque esses relacionamentos não estão mais a serviço de uma identidade que se isola, que se separa e que exige dessa relação alguma coisa. Então, eu diria que essa é a forma real de nos relacionarmos com o mundo, com a vida, com o outro, com aquilo que está à nossa volta, porque nesse momento não há mais esse sentido do “eu”, esse sentido de dualidade, esse sentido de separação, e quando isso não está mais presente, não há mais esse egocentrismo, não há mais esse sentido do “eu” como centro dessa experiência.

Percebam a beleza disso, percebam a beleza disso, a importância disso. A relação com o marido, com a esposa, com os filhos, com os funcionários, com o chefe no trabalho, com a vida como ela é, com o outro como ele é, sem esse elemento de contradição e desordem, de confusão; esse elemento que é o “eu”, esse “eu” que cria a ilusão do outro, se separa para exigir, para cobrar, para controlar, para possuir. Essa condição egoica, essa condição de separação de ilusão, é infelicidade.

Vivendo dentro dessa condição, porque não há Autoconhecimento, porque não há auto-observação, porque não há Meditação, essa inclinação desse falso centro, desse falso “eu”, é para ir se isolando cada vez mais para estados de infelicidade, como ansiedade, depressão, solidão, tédio, medo. Então, eu quero lhe convidar a se compreender, a se ver, a olhar para dentro de si mesmo, ir além desta condição, desse padrão, neste Autorreconhecimento da Verdade sobre quem é Você. OK? Esse é o nosso assunto, é o assunto do nosso interesse aqui dentro desse canal. Se isso faz sentido para você, deixa aí o seu “like”, se inscreve no canal e vamos trabalhar isso juntos. OK? Valeu pelo encontro.

Agosto de 2022
Gravatá-PE
Mais informações

terça-feira, 11 de abril de 2023

Atma Vichara: a chave para o Despertar da Kundalini | A ilusão do tempo psicológico e o sofrimento

Olá, pessoal! Sejam bem-vindos a mais um encontro aqui em nosso canal, falando com você sobre o fim para a ilusão do tempo. Sim, isso mesmo: o fim para a ilusão do tempo.

O ser humano vive no tempo, aquilo que nós chamamos de presente, passado e futuro. Essa é a condição do ser humano, de vida para o ser humano. Nós vivemos psicologicamente no tempo. Todo o peso de medo, de conflito, de contradição, de ansiedade, de depressão, de tédio, solidão, inveja, ocorre no tempo. Tudo isso e muito mais... de tudo aquilo que nós queremos nos livrar, desejamos nos livrar, porque nos faz sofrer. Tudo isso está intimamente ligado a essa questão do tempo – presente, passado e futuro.

É nessa noção de presente, que você acredita estar, que surgem lembranças do que você acredita ter vivido ontem, lhe trazendo toda essa questão do sofrimento, da inveja, do ciúme, do medo, do desejo, do remorso, da culpa... Então, o passado carrega isso, e o futuro também. E onde basicamente isso se situa? Nesta questão do assim chamado "tempo". Aqui, eu me refiro ao tempo psicológico.

A pergunta é: é possível irmos além dessa condição? Da condição de vida preso, presa, a essa noção de tempo? A vida presa ao tempo, você preso ao tempo, esse "mim", esse "eu", essa "pessoa".

Aqui, a pergunta é "quem sou eu?" É possível investigarmos isso juntos? Colocarmos claramente, para nós mesmos, o que esse tempo psicológico representa, para irmos além dele pela autoinvestigação, pela observação direta do que isso representa?

Veja, a compreensão dessa ciência, Ramana chamava de autoinquirição ou Atma Vichara. Essa é a chave para o Despertar Espiritual, para a Iluminação Espiritual, para o Despertar da Kundalini.

Nós temos diversos vídeos aqui no canal tratando dessa questão da Kundalini – o que é Kundalini e o que ela representa. Kundalini é sinônimo de Consciência, Consciência Divina em Você, Presença Divina em Você.

Se essa Consciência Divina não aflora, não desperta; se essa Presença da Consciência, que é essa Presença Divina, não assume o lugar dela aí, nesse organismo, nesse mecanismo, nesse corpo-mente, tudo continua da mesmíssima forma, a condição de vida dentro dessa ego identidade.

Então, aqui nós estamos tratando com você sobre o que é a autoinquirição, essa chave para o Despertar da Kundalini. Kundalini é essa Energia potencial que você traz em si mesmo. Ela está em estado potencial, ela ainda não se atualizou, ela ainda não se manifestou, ela dorme aí no corpo, nesse mecanismo. Se faz necessária uma mudança em toda essa estrutura psicofísica, nesse organismo, que está sempre respondendo de forma reativa dentro desse contexto para esse falso "eu", para esse "mim", para essa "pessoa" que o pensamento diz aí, dentro de você, que é você. Por isso entra a pergunta "quem sou eu?".

Você precisa compreender a Verdade sobre quem Você é. Então, a autoinvestigação lhe aproxima, de uma forma legítima, desse Descobrimento, dessa Descoberta, e essa Descoberta não é outra coisa a não ser o próprio Despertar desta Energia, deste Poder Divino, desta Presença Divina, que é Kundalini.

Então, essa Energia opera uma mudança nesse organismo, e quando ela efetua uma mudança aqui nesse organismo, ela muda completamente toda essa estrutura psicofísica para uma nova condição, onde o corpo e a mente não respondem mais de uma forma reativa às antigas e velhas propostas da mente egoica, da mente dualista, da mente separatista.

Eu falo dessa mente condicionada, programada pela cultura, pela sociedade, de todos esses padrões dentro dos quais nós fomos criados para pensar e sentir. Então, há um novo pensar, há um novo sentir, há uma nova forma de responder, sem a antiga e velha reatividade programada nesse mecanismo, nesse organismo, porque ele passou por uma mudança, ele passou por uma transformação, com o Despertar desta Energia que alguns chamam de Kundalini.

Isso é assim conhecido pela Yoga e pelo Tantra. Então, dentro da ciência do Tantra, dentro da ciência do Yoga, quando acontece o Despertar da Kundalini, há uma mudança radical, trazendo, assim, a Iluminação Espiritual.

Agora, é importante que eu diga para você o que Isso de verdade representa, porque há muitos que falam que... existem muitos dizendo "ah, a Kundalini despertou", "ah, mas eu vi a Kundalini despertar", "quando a Kundalini despertou em mim"... Toda essa linguagem, todas essas expressões, elas na verdade não representam absolutamente nada, porque as pessoas estão apenas imaginando alguma coisa.

O Despertar da Kundalini não é uma imaginação, não é uma crença, não é uma ideia. É porque a pessoa sentiu um certo formigamento no corpo durante uma prática, assim, de meditação ou uma prática mística de alguma ordem, uma prática esotérica ou espiritualista...

Ela sentiu um formigamento no corpo, um calor no corpo, ou alguma sensação, ou alguma espécie de dor na cabeça, ou teve alguns sintomas estranhos acontecendo, ocorrendo dentro dessa experiência ali, naquela determinada prática, que depois ela diz "olha, minha Kundalini já despertou".

Quando há o Real Despertar da Kundalini, existe o fim para todo o sofrimento. Me refiro a todo sofrimento! Isso mesmo: a todo sofrimento! Se você diz "ah, a Kundalini despertou", mas quando você recebe uma conta para pagar... e você fica tenso, nervoso, estressado, ou com muita raiva do seu credor, a quem você deve, porque ele botou juros, porque ele cobrou a mais, ou ele cobrou antes da hora, segundo você acredita, embora a conta chegou no prazo;

se há alguma mudança psicológica, interna, quando vicissitudes, adversidades, quando isso surge, quando isso acontece, e você fica estressado, nervoso, com raiva, xingando, brigando com todos, e você diz "minha Kundalini despertou tal dia, enquanto eu fazia uma meditação, um retiro", você está numa viagem, numa ilusão. Eu tenho chamado isso de "viagem do ego", porque quando Kundalini desperta, existe o fim para essa egoidentidade, então existe o fim definitivo para o sofrimento.

Se a sua esposa fugiu com outro, sua namorada lhe traiu com outro, fugiu com o melhor amigo, ou só em você ver essa possibilidade de ocorrer e internalizar já uma imagem disso acontecendo, e surgir medo e alguma forma de sofrimento... quando isso acontece, isso demonstra claramente que não houve uma mudança psicofísica dessa ordem da qual estou falando aqui.

Então, há muita gente hoje em dia dizendo "minha Kundalini despertou", mas elas continuam sendo "pessoas", se situando no tempo e no espaço como entidades separadas, se vendo ainda separado da Vida, do Todo, de Deus, desconhecendo Aquilo eu tenho chamado de Verdadeira Felicidade, desconhecendo Compaixão, Amor, Liberdade, desconhecendo o que aqui eu chamo de fim de todo sofrimento.

Então, nós temos que descartar isso, logo, essa imaginação, essa fantasia, sobre aquilo que alguns consideram Kundalini ou "Kundalini que despertou". Aqui, eu me refiro ao fim do sentido de separação entre você e a Vida, entre você e Deus, entre você e a Realidade, entre você e o Amor; acontece o fim. Com o Despertar desse seu Estado Natural, surge esta Presença ou esta Suprema Inteligência.

Se isso lhe trouxe a esse momento, se isso representa algo importante para você, se inscreve aqui no canal, aproveita e deixa o seu "like" no vídeo. Se você conhece alguém que está trabalhando isso ou em busca disso, compartilhe isso também com ele. Valeu pelo encontro e a gente se vê no próximo.

Maio de 2022
Gravatá-PE
Mais informações

sexta-feira, 7 de abril de 2023

Eckhart Tolle: o Poder do Agora | Krishnamurti | Ramana Maharshi | Nisargadatta | Advaita Vedanta

OK. Vamos lá, então! A Realidade… no que ela consiste? Vamos trabalhar com você hoje, aqui, colocando: afinal, o que é essa Liberação? O que é esse Estado de Liberação? As pessoas perguntam, e essa é uma pergunta muito frequente: “Afinal, o que é o Despertar Espiritual?” O que é o Despertar Espiritual? O Despertar Espiritual é o acordar para a Realidade presente aqui e agora. Aquilo que está presente agora, aqui, é esse eterno Agora. Não há qualquer outra coisa a não ser esse instante aqui. Esse instante aqui é o instante da Consciência. A única Realidade em toda essa manifestação – eu diria que em toda essa manifestação aparente – é Aquilo que não se apresenta e, no entanto, não está ausente. Eu me refiro a esse instante, a esse momento presente. Esse momento presente é o eterno Agora.

O Despertar Espiritual, a Iluminação Espiritual, é a Consciência desse momento presente, acontecendo livre de toda a intervenção, de toda a interferência do pensamento. Quando ocorre o pensamento, nós temos a introdução ou o aparecimento do tempo. O tempo só aparece quando o pensamento aparece. A noção que o ser humano tem de tempo é uma noção baseada no pensamento. Observe em você mesmo isso: a presença do pensamento determina a noção de tempo. Quanto mais agitada, agitado internamente você se encontra, psicologicamente você se encontra, quanto maior o volume de pensamentos presentes, maior é essa noção de existir dentro do tempo.

A suavidade do pensamento, ou a não presença do pensamento, lhe causa uma sensação muito clara de que toda a noção de tempo se foi. Você não sabe se foram exatamente dez minutos ou meia hora ou um minuto. Quando a mente não está, ou esse movimento relativo da mente egoica não está presente, toda a noção de tempo é algo completamente diferente ou completamente neutra; ela não aparece, a noção de tempo não aparece. Em sono profundo, você não tem essa noção da presença do tempo, isso porque a mente, de uma certa forma, não está presente. Se a mente egoica não está presente com o seu movimento, não há essa noção de tempo. A sua noção de tempo durante o sonho é completamente diferente da sua noção de tempo durante o estado de vigília. Isso nos mostra a irrealidade do tempo.

Eu tenho dito que o tempo psicológico é uma ilusão. Toda a noção de tempo psicológico está nessa ligação muito estreita com o movimento do pensamento. Quando as pessoas usam a expressão “consciência”, elas estão se referindo a esse movimento de pensamento.

Quando acontece o movimento de pensamento e elas têm consciência desse movimento, elas chamam isso de consciência. Mas repare que coisa interessante: quando há Real Consciência, não há noção de movimento de pensamento. Portanto, a Verdadeira Consciência não é consciente, ela transcende “estar consciente”.

Todo o peso existencial do ser humano é em razão desse “estar consciente”. Ele está consciente dos seus pensamentos. Em outras palavras, ele está identificado e se identificando com esse movimento da consciência chamado pensamento. Portanto, esse movimento de pensamento é a ausência da visão desse eterno Agora, desta Realidade presente quando o pensamento não está, quando a mente não está.

Então, Aquilo que está presente é esse eterno Agora – esta é a Realidade da Consciência.

Por isso é importante você compreender a diferença entre estar consciente e ser Consciência. E eu tenho falado isso aqui com vocês, dentro dessas falas aqui no canal. O ser humano vive consciente, mas ele não assume a Verdade sobre quem ele é, e, se ele não assume a Verdade sobre si mesmo, ele não é “ser Consciência”, ele apenas está consciente. E quais são as indicações de estar consciente? Quando se está consciente, aquilo que está consciente é o sentido da experiência presente nessa memória. As experiências pelas quais você passa, as experiências que você tem, deixam uma cicatriz, deixam uma marca, deixam uma memória, e, quando você está consciente, aquilo em você que está consciente é essa própria memória, é essa própria lembrança, é esse próprio movimento do pensamento.

É interessante observarmos isso. O pensamento é basicamente memória, e, portanto, o pensamento é experiência, e essa experiência termina sendo registrada aí. Então, toda a sua experiência de estar consciente é, basicamente, estar consciente da memória, é a memória em seu próprio movimento, e isso não é Real Consciência.

A Real Consciência transcende esse movimento do pensamento, esse movimento da experiência, esse movimento da memória. Você está aqui como Consciência, mas você não é essa memória. Essa memória é apenas lembrança, recordação, experiência guardada nesse corpo e nessa mente. Então, quando você usa a expressão, o pronome, “eu”, você está sempre se referindo a essa experiência, a experiência de uma suposta identidade presente que, de fato, não existe.

Essa entidade é composta de lembranças, ela é composta de memórias, ela é composta de recordações. Quando você se confunde com isso, você está em sofrimento, porque você se vê como uma identidade, como uma pessoa, como alguém separado da Vida, separado da Existência. Você tem situações na vida para resolver, essas situações são problemas que estão presentes em razão da ilusão de uma identidade querendo resolver problemas. E por que eu posso afirmar isso? Eu posso afirmar isso com base na Visão da Verdade daqueles que Realizaram em Si mesmos a Verdade de ser Consciência. Em ser Consciência, a vida tem representações, ela tem desafios, ela tem situações, mas ela não tem problemas, não tem alguém para resolver os problemas, porque os problemas não são reais quando esse “sentido de alguém” já não está mais presente, já que esse “sentido de alguém” tem como base a memória, as ideias, as lembranças, os pensamentos, as crenças. Se você constata a Verdade sobre o seu o próprio Ser, você transcende tudo isso que o pensamento tem produzido e, portanto, transcende essa ilusão.

Você está além dessa ilusão, da ilusão do tempo psicológico e, portanto, dessa crença de alguém que tem problemas. Mas, se isso não se resolve, você se deita para dormir, passa o dia tentando resolver problemas que supostamente são seus, de uma identidade separada tentando vencer, tentando resolver, tentando solucionar. O resultado disso é que você passa o dia se ocupando psicologicamente com essa memória, com essa lembrança, se identificando com isso, e quando você se deita para dormir, toda essa tarefa ainda continua presente. Ela nunca se resolve, porque psicologicamente o sentido de um “eu” está presente querendo resolver as situações.

A Vida consiste naquilo que ela é, e não naquilo que o pensamento deseja que ela seja ou procura fazer dela. Como você se confunde com o pensamento, você está sempre se sentindo em conflito, em luta, em resistência à Vida como ela é, e o que na verdade está acontecendo é que esse é apenas o movimento do pensamento com o qual você se identifica, e estabelece, assim, uma identidade interior. Então, esse sentido interior, esse sentido interno de identidade, se baseia no pensamento.

Então, o sofrimento do ser humano tem como base sua memória, suas lembranças, seus desejos e seus medos. Se você se sente como uma entidade separada, se você carrega esse sentido de identidade interior, de identidade interna, existe sempre essa ideia, por exemplo, de desenvolvimento.

Você acredita no desenvolvimento pessoal, você acredita em uma pessoa para se desenvolver, se desenvolver em diversas áreas, em diversas esferas da vida, se desenvolver sentimentalmente, emocionalmente, psicologicamente, intelectualmente, profissionalmente… Então, há sempre a ideia de uma identidade para crescer, para mudar. Isso é, basicamente, a ilusão de uma identidade separada no tempo. Então, todo o problema consiste na ilusão desse sentido de identidade interior, de identidade interna – nesse “eu” está o problema. Então, a Vida é como ela é, esse eterno momento, esse presente momento, consiste em uma única Realidade, que é a própria Consciência. Portanto, ser Consciência consiste estar nessa Unicidade com a Vida. E aqui nós tocamos em um assunto tratado na Vedanta.

Dentro da Vedanta, que são as escrituras do Sábios indianos… a última parte dos Vedas é a Vedanta, e na Vedanta há uma parte que consiste na investigação da natureza ilusória desse sentido de separação entre você e a Realidade, entre você e a Vida, entre você e a Consciência – é chamada de Advaita Vedanta. Na visão da Advaita ou da não dualidade… e aqui eu me refiro à não dualidade, ou seja, não existe a ilusão de duas realidades presentes nessa manifestação. A única Realidade nessa manifestação é esse eterno Presente, é esse Agora aqui, que é Consciência.

Dentro dessa Dimensão de Existência, não há mais o sentido de uma egoidentidade se separando. Isso é o fim da ilusão da dualidade. Isso é o fim da ilusão do tempo psicológico, então não há mais essa prisão psicológica para essa suposta identidade. Quando não há mais essa suposta identidade, quando não há mais esse suposto “eu”, essa suposta identidade interna, não há mais prisão, não existe mais essa prisão psicológica. Nisso consiste o Estado de Liberação. Na Índia, eles chamam de Moksha – o Estado de Liberação, a Liberação em vida. Aqueles que Realizam esse Estado assumem esse seu Natural Estado de ser Consciência.

Portanto, ser Consciência, percebam, é diferente de estar consciente. Quando se está consciente, os problemas estão presentes, o sofrimento está presente. Ansiedade é sofrimento, e isso é infelicidade; angústia é sofrimento, e isso é infelicidade; desejo é sofrimento, e isso é infelicidade; medo é sofrimento, e isso é infelicidade. Todas essas desordens psicológicas, todos esses quadros de ausência de saúde mental, são infelicidade, são estados internos de infelicidade, de psicológica infelicidade, e isso está presente quando essa egoidentidade está presente, quando esse sentido de separação está presente, quando tudo o que você tem de si mesmo é estar consciente.

Sim, você pode estar consciente. Você está consciente do sonho enquanto o sonho está presente, e, quando acorda, percebe que o sonho era uma ilusão. Você está consciente desse estado de vigília. Isso para você é algo muito real, mas quando você entra no estado de sonho, esse mundo do estado de vigília desapareceu – você não está mais consciente do estado de vigília. Sua experiência agora, que é a experiência desse “eu” interno, é a experiência do sonho, e, quando não há sonho e nem estado de vigília, a mente desaparece em sono profundo e o sentido desse “eu” interno desaparece junto com a mente.

Então, ali você não está consciente e, no entanto, no estado de vigília, no estado de sonho e no estado de sono profundo… em nenhum desses momentos você deixa de ser quem verdadeiramente Você é, e quem Você é transcende todos esses três estados: vigília, sonho e sono profundo.

Seu estado de Consciência, que é ser Consciência, é agora, aqui, nesse eterno momento. Eu chamaria esse momento de atemporal momento. Seu Estado de Ser é desta grandeza, é deste Silêncio, é desta Verdade, é desta Transcendência atemporal, e esse Estado é o Estado que transcende vigília, sonho e sono profundo. Eu tenho falado desse Estado aqui dentro do canal. Na Índia, eles chamam “Turiya”.

Turiya é o quarto estado possível ao homem, mas você não nasce tendo acesso a esse estado sem um trabalho. É necessário um trabalho para você, de verdade, ter acesso a esse Estado, que é o Estado de plena Consciência, de total Consciência, de ser Consciência. O ser humano nasce, cresce, se torna adolescente, jovem, namora, casa, tem filhos, se torna avô, avó, e vive sua vida por 50, 70, 80 anos, e morre sem a Verdade da Revelação do seu próprio Ser, porque tudo ocorreu ou transcorreu enquanto ele estava nesses três estados: vigília, sonho e sono profundo. Os Sábios têm chamado isso de estado de sono. O ser humano vive neste sono. Então, neste sono, ele nasce, cresce, casa, tem filhos, é avô, adoece, envelhece, ou até antes disso morre, em seu estado de sono, porque não Acordou. Por que chamaram aquele homem, chamado Sakyamuni, de Buda? Porque ele Acordou! A Verdade sobre quem é Você, a Verdade sobre o seu Ser, é esse Estado Desperto, é esse Estado Acordado, e esse é o Estado de Turiya.

Então, aqui, quando nós usamos a expressão Iluminação Espiritual ou Despertar Espiritual ou Despertar da Consciência… essas expressões têm sido usadas de uma forma muito generalizada dizendo diversas coisas. Aqui, neste canal, eu coloco apenas nesse sentido, no sentido desse Acordar para essa Consciência, para o seu próprio Ser. Inclusive, a palavra “acordar” também tem sido usada de diversas formas, e aqui eu uso apenas nesse sentido, no sentido de ir além desse sentido de egoidentidade, de ir além desse sentido de separação.

Então, há um trabalho nessa direção. É necessário um trabalho nessa direção, porque esse estado de Turiya – na Índia, também é chamado de Samadhi, Samadhi Natural, Sahaja Samadhi – é o Estado de plena Consciência, é ser Consciência, como eu tenho colocado aqui, e isso é estar agora aqui, estar nesse presente momento, viver neste presente momento, viver assentado em seu Ser agora. Essa é uma expressão muito usada por Eckhart Tolle: “estar no Agora”. É uma belíssima expressão. Profundamente no Agora… Porque é como eu tenho colocado aqui para vocês, dentro das falas. Na verdade, esse movimento da mente é sempre do tempo, é sempre do tempo, é sempre do passado, presente e futuro, e isso é movimento apenas de memória, de imaginação, de lembranças.

A Realidade que Você é, é Consciência, e Isso está agora aqui. Eckhart Tolle usa uma expressão belíssima, a expressão é: “o Poder do Agora”. Há o Poder presente em permanecer livre do tempo psicológico. Aquilo que estamos compartilhando, veja, é algo possível a você, não apenas a Ramana Maharshi, não apenas a Eckhart Tolle… mas é possível a você. Toda a revelação dada com palavras diferentes por muitos anos, durante muitos anos… Krishnamurti deixou um recado, e tudo o que ele queria dizer, e o que as pessoas parecem não ter compreendido, é que a única Realidade é essa Consciência, é ser Consciência. Essa é a mensagem de Krishnamurti, essa é a mensagem de Eckhart Tolle, essa é a mensagem de Ramana Maharshi, de Nisargadatta Maharaj.

A Realidade do seu Ser se revela nesse eterno momento. As diversas complicações… todas estão dentro da ilusão do tempo. Toda a miséria humana, todo o sofrimento humano, todo o conflito existencial humano está dentro disso. O que torna possível esse Despertar para ser Consciência é o toque da Graça nesse organismo, nesse mecanismo. Então, um trabalho acontece nesse corpo-mente. Você pode se aproximar disso aqui no canal, em nossa playlist chamada “O Despertar da Kundalini”. Quando acontece um trabalho nesse corpo, acontece uma mudança para que esse Estado se assente. Nós estamos juntos trabalhando isso com aqueles que se aproximam aqui no canal, em encontros on-line e, também, encontros presenciais e, inclusive, em retiros. Se isso é algo que faz sentido para você, deixe aí o seu “like” no vídeo, se inscreve no canal e vamos trabalhar isso juntos!

Agosto de 2022
Gravatá-PE
Mais informações

Compartilhe com outros corações