quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Advaita, a Não Dualidade | Egocentrismo | A causa de todos os problemas | Autoconhecimento

Muito bem!

Pode parecer desafiador tudo isso que temos apresentado aqui nesse canal para você. Até porque nós estamos falando de algo muito, muito novo para muitos de vocês. Nós estamos falando sobre o fim dessa confusão.

Notem, nós somos criaturas humanas muito complicadas, cheias de problemas. Reparem que a nossa vida humana, apesar de toda essa assim chamada “inteligência” do ser humano, tem se tornado um problema. Nós temos problemas sociais, temos problemas econômicos, temos problemas políticos, temos problemas religiosos, temos problemas filosóficos e temos problemas internos, psicológicos. Então, a nossa vida tem se tornado uma vida muito complexa, muito complicada.

Então, se torna desafiador aquilo que estamos colocando aqui para você, dentro desse canal. Estamos falando com você sobre a possibilidade de presenciarmos o fim para os problemas. E é interessante: aqui, se trata não de resolver os problemas, mas de compreender o fim para eles.

Então, nós vamos trabalhar, nesses poucos minutos aqui, com você, lhe mostrando que é possível uma Vida em Amor, Paz, Liberdade, Felicidade. Isso está presente quando não há problema. Problema representa infelicidade. Os estados internos, psicológicos, conflituosos, aflitivos, sofridos, problemáticos que temos são estados de infelicidade. Então, não é possível uma Vida em Amor, em Liberdade, em Alegria, em Paz, se não há Felicidade. Isso significa o fim para esses problemas.

Os problemas que temos de ordem social, política, religiosa, filosófica, os problemas diversos que temos em nossas relações uns com os outros, todos eles se assentam, basicamente, num único problema básico, que é o problema do ser humano. Não há sociedade sem o ser humano, não há política sem o ser humano, não há religião sem o ser humano, não há filosofia sem o ser humano, não há problemas econômicos sem o ser humano. Nós, como seres humanos, somos a base de todos os problemas em nossas vidas, em diversas áreas de nossas vidas.

Basicamente, o problema nasce dessa confusão psicológica dentro de nós. Então, se queremos nos aproximar do fim para os problemas, temos que resolver, basicamente, esse problema. O problema é: “Quem sou eu?”

Então, nós queremos dar solução para os problemas diversos que temos. No entanto, esses problemas diversos que temos só existem porque esse problema básico, que é esse “eu” em sua confusão, desordem e ilusão, está presente.

Então, nós queremos lidar com os problemas, queremos resolver os problemas. Nós precisamos, primeiro, resolver quem somos, qual é a verdade sobre esse “eu”, porque esse “eu” é o problema.

O que eu tenho dito, que é bem desafiador, é que só há um único problema, e esse problema é você: você como se vê, você como acredita ser, você como se confunde em ser, você como se mostra ser. O problema é esse “mim”, esse “eu”, esse “você”, esse sentido egoico, presente em nós.

Assim, o nosso trabalho aqui dentro deste encontro, o nosso trabalho aqui dentro deste espaço – isso ocorre também em encontros on-line, em encontros presenciais – é investigarmos a natureza ilusória, complicada, conflituosa, não resolvida, desse “eu”, desse “você”, desse “mim”. Então, é possível nos aproximarmos da vida – e é aqui que nos deparamos com o grande desafio… é possível nos aproximarmos da vida sem essa postura, esse posicionamento egocentrado, sem esse egocentrismo.

É sempre o sentido de um “eu” presente olhando para o mundo a partir desse falso centro, interpretando, julgando, avaliando, exigindo, cobrando, buscando algo dele e, portanto, produzindo problemas, cultivando problemas e aumentando os problemas.

Então, não há Amor, não há Paz, não há Verdade, não há Felicidade em nossas vidas, porque “a minha relação com a esposa”, sua relação com o marido, sua relação com a família, sua relação com os negócios, sua relação com questões sociais, sua relação com o mundo externo parte de um princípio completamente falso: o princípio de que você é “alguém”, é uma “pessoa”.

Há esse sentido de separação entre você e aquela dada experiência. Então, o sentido do ego está centrado, e ele é exigente, ele é preconceituoso, ele é vaidoso, ele é orgulhoso, ele é invejoso, ele é ambicioso, ele é agressivo. Esse “eu”, esse “mim”, esse ego… ele é prepotente, ele é autocentrado, autointeressado, vive seus autointeresses diversos, tudo tem que girar em torno daquilo que ele quer, daquilo que ele busca, daquilo que ele deseja. E, assim, a nossa relação com o externo, com o mundo, é sempre conflituosa, porque, basicamente, você é o problema, o ego é o problema, o “eu” é o problema.

Então, se queremos resolver os problemas do mundo, com que base iremos fazer isso se esse “eu” está centrado em si mesmo e nos seus diversos autointeresses? Portanto, é fundamental nos livrarmos dessa ilusão, da ilusão de uma identidade presente nessa experiência, centrada nela mesma. Isso é possível através do Autoconhecimento.

Quando entramos em contato direto com aquilo que somos agora aqui, percebemos a inveja, percebemos o desejo, percebemos o medo, percebemos esse autocentramento, esse autointeresse, percebemos essa ambição, essa inveja, percebemos essa dor, essa carência, essa busca de preenchimento psicológico nas realizações. Então, entramos em contato direto com esse ego, com esse posicionamento de separação, de separatividade, de reação à Vida, de luta contra aquilo que agora está aqui. Então, entramos em contato direto com a causa, a razão, a base de todos os problemas, que é o “eu”, o ego.

Então, se tornam algo desafiador esses encontros, porque você precisa se aproximar de si mesmo e olhar. Nós falamos de amor a Deus, falamos de amor à família, de amor à pátria, de amor a… e, no entanto, estamos vivendo carregados de problemas com relação, exatamente, a tudo isso, porque a nossa visão tem por base um equívoco: a ilusão de uma identidade presente… e que, nesse condicionamento psicológico, nessa consciência egoica, que é essa consciência mental, aquilo que prevalece é todo esse padrão, que é o padrão da cultura, que é o padrão da humanidade, que é o padrão do ser humano, que há milênios vem vivendo em conflitos, em dilemas, em problemas, porque vem vivendo de uma forma egoísta, nesse autocentramento.

Então, nesse contato, através do Autoconhecimento, você percebe em si… Apenas esse olhar profundamente interessado em investigar a natureza ilusória desse “mim”, desse “eu”... isso se torna a base para o fim para tudo isso.

Então, estamos atacando diretamente o coração de todos os problemas. O coração de todos os problemas é o ego, o “eu”, esse “mim”. Se você não resolve a questão “quem sou eu?”, esse problema básico, se você não sabe a Verdade sobre si mesmo, se você não estudou isso, se aproximou disso, pelo Autoconhecimento, e não resolveu isso, os problemas continuarão.

Quando você realiza a Verdade Divina, quando você realiza a Verdade do seu Ser, os problemas desaparecem. Aqui, não se trata de resolver os problemas, mas de perceber a ilusão dos problemas. Quando o sentido de um “eu”, não está, os problemas não estão; quando o sentido do ego não está, não há conflito, não há luta, não há problemas.

Então, é algo desafiador? Sim, é algo desafiador viver em Amor, viver em Paz, viver em Liberdade, viver nesta Consciência de Deus, nesta Unicidade, nesta Não Separação. Nesse seu Estado Natural, aquilo que prevalece é a Verdade, e tudo está no lugar quando a Verdade está presente. Tudo aquilo que o ser humano está buscando lá fora, através de suas lutas, de seus desejos, ambições, anseios, anelos, o que o torna agressivo, violento, possessivo, dominador e criador de problemas, em razão desse ego… o que o ser humano está buscando já está aqui presente, n’Aquilo que ele é, como Consciência, sem ir para fora, sem agredir, sem violentar, sem produzir problemas.

Você realiza o seu Ser e você realiza a Felicidade, realiza a Abundância, realiza a Prosperidade, realiza o Amor, realiza a Paz, realiza a Verdade de Deus, Aquilo que Você é. O que Você é, é Consciência-Ser-Felicidade — sua Real Consciência, não essa consciência egoica, essa consciência mental.

Então, o nosso assunto é a Realização do seu Ser, é a Realização de Deus, é o seu Estado de

Não Separação. Isso é chamado de Advaita, a Não Separação, a Não Dualidade. Não há esse “eu e o mundo”, não há esse “eu e o outro”, não há esse “eu” com os seus conflitos, não há esse “eu"! Só há essa Realidade, que é a Consciência, que é Deus, que é a Sua Vida. Vida, Consciência, Deus, Ser, Presença, Felicidade são sinônimos, e é Isso que a Verdade declara, vivencialmente, quando Ela se estabelece aí nesse corpo, nessa mente. OK?

Esse é o assunto que estamos tratando com você aqui neste canal! Se isso faz sentido para você, se isso representa algo aí dentro, nós estamos trabalhando isso aqui juntos.

Deixe aí o seu “like”, se inscreva no canal… Quero lembrar: nós temos encontros on-line e, também, encontros presenciais e, também, retiros, para trabalharmos isso juntos! OK?

Se isso faz sentido, a gente se vê no próximo.

Dezembro de 2022
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terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

Como a mente funciona? | O observador e a coisa observada | Advaita Vedanta | A dualidade

A pergunta seria a seguinte: o que é a mente? O que é que nós entendemos por mente? Esse processo em nós, de reconhecimento, é o que nós poderíamos chamar de mente... o simples reconhecimento. O que é o reconhecimento? Aquilo que se mostra para você é visto e reconhecido. Se um objeto lhe é mostrado e você o reconhece, significa que a presença desse reconhecimento é a presença da mente.

Vamos ver como é que acontece essa coisa do reconhecimento. Se você vê um objeto e o reconhece é porque você já teve uma experiência com ele. Então, você tem uma determinada experiência e, quando o objeto, aquele dado objeto, lhe é mostrado, você o reconhece. Esse é o sentido daquilo que nós chamamos de mente.

É assim que nós funcionamos internamente. O pensamento em nós é um simples reconhecimento de uma experiência pela qual passamos. Nós passamos por uma experiência e essa experiência é reconhecida em nós, dentro de nós, nesse formato que é o pensamento.

Vou exemplificar: você vê alguém e, ao encontrá-lo novamente, você o reconhece. Você só o reconhece porque você tem o pensamento – que é, na verdade memória – daquela experiência pela qual você passou. Isso é reconhecimento. Você reconhece a pessoa, e esse reconhecimento é a mente.

A presença do reconhecimento de uma dada experiência só é possível porque você tem uma memória, você tem uma lembrança, você tem um conhecimento prévio, você tem um pensamento sobre aquilo, sobre aquela experiência, ou sobre aquela pessoa, ou sobre aquela dada situação.

Então, o que é a mente? É esse processo de reconhecimento de experiência. Como a mente funciona? A resposta para isso é: fazendo isso o tempo todo! Então, a mente em nós vive fazendo isso o tempo todo; é assim que nós funcionamos psicologicamente, internamente, interiormente. Nós temos a expressão “minha mente”... Na verdade, é a mente em Você. É esse processo de consciência em Você que nós chamamos de mente. Eu tenho chamado esse processo de “consciência mental”, porque é a presença da mente, que é consciência.

Toda a nossa consciência mental é a consciência do reconhecimento. Então, nós temos a experiência, temos a lembrança, temos o pensamento… e aquilo, quando se faz importante, se mostra como um reconhecimento quando algo se apresenta. É basicamente assim que a mente funciona, que essa consciência mental funciona.

Até aí, tudo bem, precisamos disso para esse sonho de vida, como eu tenho chamado essa vida nossa. Porque isso aqui é um sonho, semelhante ao sonho que a gente tem à noite. Isso aqui também é um sonho. À noite, a gente dorme e tem um sonho; a gente vê o mundo e a gente reconhece o mundo. Mesmo quando, no sonho, nos aparecem pessoas desconhecidas, nós temos o reconhecimento de que são pessoas. Esse é um reconhecimento que tem por base a experiência de sempre reconhecer pessoas quando elas se mostram.

Esse é o processo da consciência mental. A gente tem essa consciência no sonho à noite, quando dorme, e tem essa consciência agora aqui, acordados, no estado de vigília. Até aí, OK; até aí, tudo bem. O problema é que essa consciência mental… além dessa memória simples, de puro reconhecimento de experiências, de lembranças, de imagens, de memória, nós temos uma qualidade de memória, uma qualidade de pensamento, uma qualidade de reconhecimento, completamente equivocada; algo bastante insano, bastante louco.

Nós colocamos, em nossa experiência de vida, aquilo que não tem nenhuma realidade de uma simples e direta experiência de memória objetiva, de memória de objetos, pessoas, coisas e situações. Eu chamaria de “memória dos fatos”. Fora essa memória dos fatos, que é bem natural, nós temos uma memória psicológica; essa memória é o problema! Essa memória é o fundamento da confusão psicológica em que vivemos.

Então, internamente, estamos vivendo dilemas, contradições, desordem, sofrimento; estamos vivendo quadros de insanidade, de perturbação, em razão da presença dessa qualidade de memória – são nossas memórias psicológicas. O sentido do ego está presente, o sentido do “eu” está presente.

A expressão “ego”, “eu”, pode ter diversos significados. Eu não sei bem qual é o significado que a psicologia dá a esse termo. Agora, aqui, eu coloco no sentido da ilusão de “alguém” no reconhecimento. Vamos esclarecer isso para vocês.

Existe esse reconhecimento. Isso é a presença da consciência mental, é o simples reconhecimento. Ao ver um rosto, ao ver uma pessoa, ao ver um objeto, há um natural reconhecimento desse fato, dessa coisa simples e objetiva; essa é a memória normal, a memória natural, uma coisa que nós precisamos dela, até para trabalhar, para funcionar no mundo, pelo menos nesse sonho chamado “vida humana”. Precisamos saber o endereço de nossa casa, precisamos ter a clara lembrança do nosso nome, reconhecer o rosto da esposa… porque, se você confunde a sua esposa com uma outra mulher, você vai ter problemas. Então, precisamos ter essa memória! Tem algo errado com você se isso acontece! Então, nós precisamos disso!

Então, a memória dos fatos é simples. Só que nós temos um problema aqui – eu chamaria isso de falso reconhecimento, a ilusão desse reconhecimento. É aqui que surgem os problemas para todos nós. O sentido do “eu”, do ego, dessa identidade… e, aqui, eu uso essa expressão “ego” nesse sentido: no sentido de uma identidade presente dentro de um falso reconhecimento. OK?

Se eu lhe mostro um objeto, há o reconhecimento simples e direto. Você diz “isso é um copo”, “isso é uma mesa”. Se eu lhe mostro uma foto, você diz “essa é a minha esposa” ou “esse é o meu filho”. Esse é o reconhecimento natural. Isso requer um cérebro funcionando perfeitamente bem, para que isso seja possível. Mas existe esse reconhecimento falso, esse reconhecimento que eu chamaria de reconhecimento em dualidade. Seria alguém reconhecendo a experiência se vendo separado da experiência.

Os problemas que nós temos, todos eles, estão em cima desse reconhecimento da dualidade, ou melhor, desse reconhecimento em dualidade, no qual existe você e aquilo que se mostra, você e aquilo que se apresenta. Todo o nosso fundo psicológico – que nos causa sofrimento no nosso viver, no nosso dia a dia, nos persegue no estado de vigília e nos persegue também nos sonhos à noite – está nesse princípio de que existe esse “eu”, esse “mim”, esse ego, vendo isso, sentindo isso, disso querendo se livrar, disso querendo se proteger, dessa determinada coisa, julgando, avaliando, comparando com outras… Isso é possível dentro desse princípio de reconhecimento (como estou chamando agora aqui) em dualidade: o sentido de um “eu”, presente nessa experiência.

A sensação presente do medo, por exemplo, ou da raiva, do ódio, da ansiedade, dessa ânsia por mais, toda forma de desconforto presente, psicológico, em nós, está em razão desse princípio ilusório de reconhecimento em dualidade.

Nós não temos só o pensamento claro, objetivo, funcional, que se faz necessário para uma vida nesse mundo de sonho, natural. Nós temos também esse conjunto de memórias, de lembranças, de pensamentos, psicológico.

Nessa qualidade de pensamento, nós somos “alguém” especial. Esse “mim” precisa se preencher em suas experiências. Então, tem ele – esse “mim”, esse “eu” – e a experiência para preenchê-lo. Nessa divisão, se estabelece o sofrimento, se estabelece o conflito.

Então, quando o medo está presente, quando a raiva está presente, o ódio está presente, é esse “eu” presente rejeitando, lutando, em contradição com essa dada experiência, querendo fazer algo com aquilo. Isso sustenta em nós essa falsa identidade, que é o “eu”, que é o ego, que é esse sentido de “alguém”.

Então, há essa ilusão de “observador e coisa observada”; o observador e a coisa observada... O pensamento em você diz coisas que não tem a menor realidade. Isso passa a ser muito real para você quando você se vê como sendo “alguém” que está pensando aquilo. Então, não é só um reconhecimento, é “alguém” se separando daquele pensamento, tentando lidar com aquilo, tentando fazer alguma coisa com relação àquilo.

As imagens que nós temos uns dos outros: “eu gosto de você”; “não gosto dele”; “eu quero isso”; “eu não quero aquilo”; “sinto muita falta disso”; “sem isso, eu não consigo ser feliz”... Esses pensamentos todos denotam a presença desse falso reconhecimento, desse reconhecimento em dualidade. Nosso comportamento egoísta, nosso comportamento egocêntrico, nosso comportamento se separando para exigir, para cobrar, para tentar mudar, sustenta em nós a raiva, sustenta em nós o ódio, sustenta em nós o conflito em nossas relações.

Esse comportamento é o comportamento do “eu”, do ego, é a qualidade de reconhecimento em dualidade, o sentido de “alguém” presente querendo mudar o mundo, querendo mudar as coisas, querendo mudar o outro. Então, há sempre em nós esse problema: o problema do “eu”; isso é o ego.

A vida não está completa, ela não é uma vida onde não há qualquer separação, onde está tudo certo, onde está tudo correto, onde está tudo no lugar. Há sempre o sentido de “alguém” se separando dentro desse reconhecimento, se vendo separado daquilo que se mostra, exigindo algo, cobrando algo, reclamando de algo, tentando modificar alguma coisa para se autopreencher. Esse é o sentido do ego presente!

Então, como a mente egoica funciona? Dentro dessa condição! Isso implica infelicidade, isso implica sofrimento; a implicação disso é inquietude psicológica. Então, nós temos uma mente inquieta, tagarela, onde os pensamentos são descontrolados, repetitivos; onde as imagens surgem sem qualquer controle, sem qualquer percepção de nossa parte, porque elas estão ali criando, em nós, estados, se sustentando em estados emocionais e de sentimentos em nós, nesse corpo, nesse mecanismo, e a gente não sabe lidar com isso. Tudo isso em razão dessa não compreensão de como a mente funciona.

Olhar para aquilo que a mente traz agora aqui e perceber o aparecimento dessa separação entre o observador e a coisa observada, entre o medo e “eu”; ver essa separação desse “eu” e o medo, ver essa separação entre “eu” e a imagem que tenho de alguém, o julgamento que faço dela, a crítica que faço sobre ela, o quanto ela me ofende, o quanto ela me magoa, o quanto ela me me entristece; perceber que ela é um objeto e eu sou o sujeito passivo dessa aparente experiência, recebendo consequências disso; ver esse quadro, que é o quadro da identidade egoica, desse “eu”... Perceber isso é perceber como a mente egoica funciona.

Tudo que você precisa é descobrir como a mente funciona – e, aqui, eu quero me referir a essa mente em dualidade, não à mente de que nós fazemos uso no dia a dia de uma forma muito direta, à mente de que nós precisamos para escrever uma carta, para fazer qualquer atividade, mas a essa mente conflituosa, essa mente caótica, desordenada, essa mente dentro dessa insanidade, dentro dessa loucura, sustentando divisão, separação, em nossas relações.

Um exemplo muito simples é a relação entre pessoas, entre nós. Numa relação, você tem o reconhecimento de uma imagem: a imagem do marido, da esposa, dos filhos, do patrão, do empregado… E, ao olhar para ele, você gosta, não gosta, ou é indiferente, ou se sente ameaçado, ou triste com a presença dele ou dela… Isso só é possível porque você se separa como sendo o observador, se separando dessa imagem, que o próprio pensamento está construindo e sustentando em suas relações.

As nossas relações com as pessoas estão baseadas nessas crenças, nesses modelos. A pergunta é: é possível termos, no contato com alguém, apenas o direto reconhecimento do rosto, do nome, do lugar que ela ocupa em nossas relações, mas sem esse fundo de condicionamento psicológico, sem esse fundo de separação? É possível a gente lidar com as pessoas como elas são, não como o pensamento, dentro de nós, idealiza que elas deveriam ser, ou poderiam ser, ou precisariam ser, para nós?

Ficou claro, agora, o que é essa dualidade? Isso é direto da Advaita Vedanta. O sentido de dualidade não tem Verdade. Só há Consciência, e essa Consciência é Aquilo que Você é em seu Ser. Não existe uma segunda coisa, não existe o mundo, não existe a “pessoa”, não existe o “eu”, não existe esse “mim”. Se há esse “eu”, tem o outro; se há esse “mim”, tem o mundo. Só há essa Consciência! Isso é Advaita, a não dualidade.

Quando a mente está em seu Natural Estado Real, de Pura Consciência, ela é como um lago, um lago sem agitação, um lago plácido, calmo… Eu chamaria isso de Mente Divina, a mente em seu Natural Estado, onde essa Consciência funciona de uma forma real. Essa Consciência é a Verdade da Não Dualidade.

Então, é possível vivermos livres das imagens, desses quadros, desses pensamentos… vivermos livres dessa condição psicológica de reconhecimento em dualidade (“eu e ele”, “eu e ela”)? Viver além desse “gostar”, “não gostar”, “essa é uma boa pessoa”, “aquela é uma má pessoa”...? Viver sem essa ilusão de amigos, inimigos? Viver sem esse sentido do “eu”, do “mim”, do ego?

A possibilidade disso está em perceber em si mesmo, olhar para dentro de si mesmo e ver esse movimento da mente e o que ela está produzindo nessa condição de memória psicológica… esse tipo de memória, né? Ficou claro aqui para vocês: a memória que sustenta esse “mim”, esse “eu”, esse ego.

Esse é o assunto aqui para vocês, esse é o assunto que nós investigamos juntos dentro desse encontro. OK? Ficou claro isso aí?

Valeu pelo encontro. Até a próxima!

Dezembro de 2022
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terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

Condicionamento psicológico | Autoconhecimento e auto-observação | Iluminação | Vazio Existencial

É possível uma vida livre completamente, totalmente livre do sofrimento? A resposta para isso é: sim. Isso requer uma mente livre de toda essa contradição, algo tão comum à grande maioria das pessoas à nossa volta. Precisamos de uma mente inteiramente nova, de uma nova visão da vida, de uma nova visão sobre nós mesmos, sobre quem nós somos. Nós precisamos estudar a nós mesmos.

Nós somos muito apegados ao conhecimento, ao conhecimento dos livros, ao conhecimento, também, adquirido em razão do que outros estão dizendo, falando, ensinando e nos mostrando, porque, intelectualmente, sabem alguma coisa e podem explicar alguma coisa. E nós adquirimos aquilo, absorvemos aquilo e nós apreciamos esse tipo de conhecimento.

Aqui, eu quero lhe propor uma nova forma de conhecer. A forma comum de conhecer, que nós temos, é essa forma de acumulação – nós lemos algo, ouvimos algo e guardamos algo dentro de nós para depois atuarmos, agirmos em cima daquilo, com base nesse conhecimento, com base nessa formação. Então, o nosso conhecer em geral é esse.

Aqui, eu quero lhe mostrar uma outra forma de conhecer, de aprender – é o conhecer livre da acumulação, é o conhecer livre das palavras, das palavras escritas, das palavras faladas, das experiências dos outros e da própria experiência que você adquire e termina guardando dentro de você; isso, por sinal, passa a ser parte também de um conhecimento que você adquiriu. Será que há uma outra forma de conhecer, de aprender?

Vamos falar sobre isso nos próximos minutos aqui com você. O primeiro tipo de conhecimento lhe dá “saber”; já esse Conhecimento que vou colocar aqui para você lhe confere Sabedoria. Uma coisa é a ação que nasce do saber, que nasce do conhecimento, que nasce da experiência, outra coisa é a ação que nasce da Inteligência, que nasce desse novo aprender, desse novo conhecer.

Tudo que você precisa na sua vida, para que de fato ocorra o fim do sofrimento, para toda forma de sofrimento psicológico… tudo que você precisa na vida é do Autoconhecimento, conhecer a si mesmo, estudar a si mesmo, se aproximar de si mesmo e descobrir como você funciona. Por que você sente o que sente? Por que você pensa no que pensa? O que são esses pensamentos dentro de você? O que são esses sentimentos dentro de você? O que são essas imagens que surgem aqui no estado de vigília e, também, à noite, enquanto você sonha deitado na cama? Por que esses sonhos aparecem? Por que esses pensamentos agora aqui aparecem? Por que esses sentimentos estão aqui presentes? O que é isso que sinto, penso? Qual é a verdade sobre mim, sobre esse “eu” que eu acredito ser? Quem sou eu?

Então, aqui estamos abordando com você, nesse canal, investigando com você, nesse canal, a extraordinária questão do Despertar Espiritual, da Iluminação Espiritual, da Constatação da Verdade do seu Ser, d’Aquilo que, verdadeiramente, Você é. Esse canal tem essa proposta. A proposta aqui é Despertar a Sabedoria, a Visão Clara da Vida, a Visão Real sobre Si mesmo, sobre quem, na verdade, Você é – é o seu Natural Estado, livre do ego, desse senso do “eu”. Notem como isso é fundamental para cada um de nós.

Somos seres humanos agressivos, possessivos, violentos, ensimesmados, enciumados, ansiosos, entediados, depressivos, melancólicos… Carregamos a agonia do medo, a dor da solidão. Temos juntamente com isso alguns momentos de prazer, de alegria, de preenchimento, de satisfação, de paz, mas é uma paz que vem vai, é uma alegria que vem vai, é uma satisfação que é dependente de circunstâncias, de pessoas, de acontecimentos, de eventos. E tudo isso do lado de fora, fora d’Aquilo que somos, algo completamente fora de qualquer controle de nossa parte, e temos uma identidade ilusória, um ego, que exige controle.

O fato é que nós não nos conhecemos e por isso sofremos. Então, as pessoas perguntam “como parar de sofrer?”, ou elas perguntam “o que é o sofrimento?”, ou perguntas parecidas com essas, sempre na tentativa de encontrar um caminho para irem além dessa condição tediosa que é a vida, que tem sido a vida delas.

Aqui, nesse canal, estamos trabalhando com você, assim como em encontros on-line, também temos encontros presenciais, inclusive retiros… estamos trabalhando o fim para a ilusão desse “mim”, desse “eu”, desse ego, estamos trabalhando essa questão da Iluminação Espiritual, dizendo que Isso é possível, e Isso é o fim para o sofrimento. Isso ocorre quando o fim desse “eu” ocorre, porque é a ilusão desse “eu” que sustenta o sofrimento. Curiosamente, é o sofrimento que sustenta esse “eu”.

Nós temos aqui uma dualidade. Sempre, na vida, psicologicamente, internamente, estamos vivendo dentro dessa dualidade. A não ser que o Despertar aconteça, a Iluminação aconteça, do nascimento até a morte, você continuará vivendo dentro dessa condição de dualidade: alegria e tristeza, amor e ódio, paz e guerra serenidade e inquietude.

Os estados psicológicos em nós são conflituosos, são contraditórios. O estado mental, em cada um de nós, é de inquietude; não há serenidade, não há paz, não conhecemos uma mente livre do peso de condicionamento psicológico, condicionamento esse que comporta todos esses quadros de infelicidade: insônia, depressão, ansiedade, medo, desejos, contradições diversas.

Há um tagarelar interno dentro do ser humano, há um descontrole completo com relação a movimentos, por exemplo, de pensamentos. Eles estão acontecendo o tempo inteiro! Você passa o dia inteiro com milhares de pensamentos. 99% desses pensamentos são completamente um desgaste de energia, são inúteis.

Você tem alguns pensamentos, durante o dia… alguns pensamentos práticos. A lembrança de um compromisso é um pensamento. Fora esse pensamento útil e funcional – esse ocupa apenas 1%, ou um pouco mais, dessa estrutura psicológica, porque o restante do dia são pensamentos inúteis, um tagarelar constante dentro de você… Ele é de tal qualidade que, quando às vezes eu digo para as pessoas “você pensa muito!”, elas olham para mim e dizem “Como assim?”. Quando eu pergunto “você tem muitos pensamentos?”, elas dizem “não, eu não tenho”.

Nós nem ciência temos do quanto pensamos, do volume de pensamentos que temos durante, por exemplo, 5 minutos. Você está simplesmente assentado em um lugar… não há por que se ocupar psicologicamente com pensamentos e, no entanto, há uma quantidade enorme de pensamentos passando. E você nem ciência tem do volume de pensamentos que tem, por exemplo, durante 5 minutos ou 10 minutos. E um dia inteiro?

Isso é um desperdício enorme de energia, de Presença, de Consciência, de Inteligência. Então, somos criaturas superficiais, criaturas humanas envolvidas em pensamentos, sentimentos, emoções e sensações, que nem mesmo têm ciência da presença de tudo isso.

E, quando você deita para dormir, aí surgem os sonhos que, por sua vez, também acontecem sem serem percebidos. Não há qualquer ciência, qualquer compreensão da importância do que esses sonhos estão dizendo, assim como do que os pensamentos, durante o dia, disseram para você, porque você nem tem ciência da presença deles.

Então, nós vivemos, psicologicamente, num estado de inquietude e, naturalmente, em sofrimento, porque estamos dando identidade a essa experiência, que é o pensamento. Então, o pensamento… É o próprio pensamento que cria essa identidade, a identidade do “eu”. Então, essa identidade do “eu” sustenta essa manifestação inconsciente, mecânica, automática, desgastante, que é esse movimento psicológico de pensamento dentro de nós, dentro de você.

Então, essa voz interna falando, tagarelando, às vezes se separa, ela se divide em 2, em 3, e começam a discutir dentro de você. Você nunca se pegou discutindo com você mesmo, como se houvesse 2 pessoas dentro da sua cabeça discutindo, e você com uma terceira pessoa querendo também interferir? Esse é o movimento do ego, esse é o movimento da mente. Isso é um sinal clássico de insanidade psicológica, e essa é a condição do ser humano, não importa se ele é um pós-graduado de uma famosa universidade no Brasil ou em Harvard, não importa o grau de cultura, de educação, de formação. Essa é a condição psicológica quando não há a Visão da Verdade sobre quem é você.

Uma forma real de nos aproximarmos da Verdade sobre quem nós somos é a única forma que nos capacita a aprendermos com nós mesmos: é o Autoconhecimento, a auto-observação. Ramana chamava de Atma Vichara. Atma Vichara é a auto-observação – “quem sou eu?”.

Um pensamento surge e você observa esse pensamento, você não deixa escapar esse pensamento. Você tem inúmeros pensamentos, só que eles são sequenciais. Você não percebe… são muitos pensamentos, mas eles vêm um de cada vez.

Quando você começa a observar o movimento do pensamento, há uma desaceleração desse movimento, porque você está trazendo consciência para este instante, consciência para este momento presente, consciência para si mesmo agora aqui. Então, é possível perceber esse movimento, ver como você funciona, ver como esse “mim” esse “eu” se posiciona, perceber que esse “eu” é o próprio pensamento, perceber que esse pensamento é o próprio “eu”. Quando um aparece, o outro simultaneamente aparece para se separar e sustentar uma identidade ilusória se passando por você, que você acredita que é você.

Você está agora aprendendo consigo mesmo, você agora está descobrindo, em si mesmo, esse movimento, o movimento do “eu”, do ego, do “mim”.

Então, é possível descobrir o que é esse pensamento agora, o que é esse sentimento agora, o que é essa imaginação agora; perceber que você se movimenta sempre do passado para o futuro – sim, do passado para o futuro. Todo pensamento em você é apenas a memória, uma lembrança, uma recordação tentando se projetar através da porta deste instante, deste momento presente, para o futuro. O sentimento de um “eu” indo para algum lugar – é assim que o ego, esse “mim”, esse “eu”, se move, essa é a atividade egocêntrica do sentido do “eu”, essa é a atividade egocêntrica do sentido da “pessoa”.

O ego, em sua atividade egocêntrica, se move dentro desse movimento de passado, presente e futuro, o que representa pensamentos. Agora aqui, neste instante, não há pensamento. A Vida não requer pensamento. A Vida sempre requer ação, e não pensamento.

No entanto, nós estamos sempre atuando a partir do pensamento. Assim, nossas ações não são ações livres, mas são ações – porque se baseiam no pensamento – reativas, porque nascem da memória. Elas não representam uma adequação perfeita a este instante. Por isso que as nossas ações são sempre egocêntricas, são sempre centradas nesse falso centro – porque são ações determinadas por esse passado, que é essa consciência egoica sustentando a ilusão de uma individualidade; sim, a ilusão de uma individualidade no falar, no fazer, no sentir, no se relacionar, e isso sustenta o sofrimento.

Então, o ser humano vive em ansiedade em razão disso; em depressão em razão disso; na dor da solidão em razão disso. Há um vazio existencial porque há sempre essa ilusão, a ilusão de um “eu” querendo algo, precisando de algo, tendo que realizar algo, e sempre insatisfeito com o que está agora aqui. Então, há esse vazio… Nunca é satisfatório este instante, este momento, então o sofrimento está presente em suas variadas formas, e o medo é uma forma clássica da presença desse sofrimento em cada um de nós.

O nosso trabalho, aqui, é nos tornarmos cientes disso tudo, cônscios de nós mesmos, então é possível ir além do “mim”, do “eu”, do ego, porque haverá essa compreensão desse movimento psicológico. E, quando há essa compreensão, esse movimento psicológico, que tem se revelado como o real problema do sofrimento em nossas vidas, do medo em nossas vidas, se dissolve.

Aqui, a indicação é nos aproximarmos de nós mesmos, aprendermos com nós próprios, olhando para aquilo que se passa aqui e agora, momento a momento, cada pensamento que surge, cada sentimento que surge, cada emoção, cada lembrança… Ao perceber que essa lembrança, esse pensamento, esse sentimento é uma resposta de reação de memória, ao perceber que não há uma identidade nisso, que é apenas o passado, sem qualquer realidade com aquilo que está agora aqui, ao perceber isso, isso se desfaz.

Se você não coloca uma identidade presente, por exemplo, no ciúme… Percebam, o que é o ciúme? Por que o ser humano carrega isso? Nossa relação com objetos não é diferente das nossas relações com pessoas. Nós não temos ciúmes apenas de pessoas, temos ciúmes também de objetos, porque, na realidade, psicologicamente, não existe, para a mente egoica, qualquer diferença em suas fixações.

Para alguns, alguns objetos são muito mais importantes para dar a eles a ilusão de uma identidade presente dominadora, controladora, do que pessoas. Então, existem aqueles que têm mais ciúmes de objetos do que de pessoas. Então, ciúme não é Amor, é posse, é controle, é poder, é preenchimento do “eu” naquele objeto ou naquela pessoa – que, para o ego, também ainda é um objeto do seu controle, do seu domínio, que ele diz amar.

Eu sei que isso choca, mas, quando há Amor, não há ódio, não há agressão, não há violência, não há domínio, não há poder. Portanto, quando há Amor, não pode haver ciúme. Isso é um fato, é uma realidade.

Por que não percebemos isso e outros aspectos do ego em nossas vidas? Porque não investigamos, não olhamos para nós mesmos, não olhamos para aquilo que somos nessas relações com objetos e com pessoas e com nós mesmos, então o sofrimento permanece presente nesse senso do “eu”.

É um sofrimento que compartilho com os que estão à minha volta – sou agressivo, sou violento, sou possessivo, sou dominador. Chamo isso de amor, de cuidado, de carinho, de zelo. É importante a compreensão da Verdade sobre quem nós somos. Isso é o fim do ego, é o fim de todo esse tipo de comportamento, é o fim de toda essa atividade egocêntrica, de toda essa atividade do ego, do “mim”, isso é o fim da ilusão.

Só então é possível o Amor, o Real Amor em nossas relações. Quando você floresce em Amor, seu contato com objetos, lugares e pessoas é Amor. Só há Amor presente nessa Consciência que é o seu Ser, que é a sua Natureza Divina. Ela não possui, Ela não controla, Ela não domina, Ela não é invejosa, Ela não é ciumenta. No Amor, não há isso; no Amor, não existe essa dualidade.

Se isso é algo que faz sentido para você, deixa aí o seu “like”, se inscreve no canal… Quero lembrar a você: nós temos encontros também on-line e encontros presenciais, inclusive retiros, para trabalharmos isso juntos.

Se faz sentido para você, fica o convite e podemos trabalhar isso juntos.

OK? Valeu pelo encontro. Até a próxima!

Outubro de 2022
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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

O que é Autorrealização? Autoconsciência. O Poder da Kundalini. A Não Dualidade. Prática Jnana Yoga

Olá, pessoal! Sejam bem-vindos a mais um encontro aqui em nosso canal. Autorrealização… o que é a Autorrealização? Essa é a pergunta.

Autorrealização é a Constatação da Verdade sobre quem é Você. Uma vez livre da ilusão sobre quem você é, aquilo que fica presente é aquilo que nós poderíamos chamar de Autorrealização. O sentido de “alguém” presente na Vida, na Existência, nessa experiência agora, aqui, no presente momento, nesse presente momento, a ilusão de “alguém” presente… Uma vez isto sendo visto, uma vez que isso seja percebido, estamos diante da Autorrealização, porque a percepção disso é a percepção de que não há esse “eu” presente, não há “alguém” presente agora, nessa experiência.

Isso poderíamos chamar de Autorrealização: a Realização da Verdade sobre Você. Você é Consciência. Não se trata de idealizar isso, ter um objetivo para conquistar isso, para objetivar isso, para realizar isso. É paradoxal, porque a expressão é “Autorrealização”, mas não há “alguém” para se realizar. Então, não se trata de um projeto, não se trata de um objetivo, se trata de uma Constatação, a direta Constatação da Verdade sobre o seu Ser agora – Aquilo que já está presente, Aquilo que é agora, aqui… Você!

O caminho direto é a autoinquirição. Não há nada mais direto para essa Constatação do que o Autoconhecimento.

O Autoconhecimento é a possibilidade dessa aproximação nesta auto-observação. Esta auto-observação é essa atenção dada a si mesmo, essa atenção sobre si. Essa atenção sobre si mesmo é a aproximação real do Autoconhecimento. Isso é feito pela autoinquirição. A pergunta é “quem sou eu?” Não é que você irá formular isso, como eu tenho dito aqui inúmeras vezes. Ramana deixou uma pergunta. Ele chamava de Atma Vichara, a autoinquirição. Autoinquirição ou Atma Vichara significa auto-observação, a auto-observação desse “quem sou eu?”. Não é uma pergunta intelectual formulada verbalmente.

Essa autoconsciência assenta a base para o Autoconhecimento. Nesse Autoconhecimento, você tem esse contato com a Verdadeira Meditação. A Meditação é uma aproximação de si mesmo, de si mesma, é um contato com a Realidade do seu Ser. Isso ocorre quando, nessa atenção sobre si, nessa autoconsciência, se percebe a ilusão da dualidade.

A dualidade é essa interna dualidade dentro da mente, dessa mente condicionada, dessa mente programada para pensar em termos de “eu e o mundo”, “eu e o outro”, “eu e Deus”, “eu e esse sentimento”, “eu e esse pensamento”, “eu e o medo”, “eu e o desejo”, “o que eu quero”, “o que eu não quero”, “o que eu gosto”, “o que eu não gosto”. Esse “gostar” é o objeto, esse “eu” é o sujeito. Esse “eu” é o sujeito, o medo é esse objeto, é essa experiência.

Então, de um lado, você tem a experiência; do outro lado, você tem o experimentador – é esse “eu”. Esse é o condicionamento psicológico que recebemos desde a infância. Isso é percebido quando você dá essa atenção a si mesmo.

Nesta auto-observação, nesta autoinquirição. você percebe o jogo, você se aproxima de si, mas, nesse momento, você não julga mais a experiência, não compara, não rejeita, não aceita, não é contra nem a favor daquilo que aparece agora aqui.

Se o medo está presente, é só o medo, não tem “alguém” com medo; se o pensamento está presente, é só o pensamento, não há um “pensador” pensando; se um determinado sentimento está presente, você se aproxima disso, mas não coloca “alguém” para rejeitar esse sentimento, para lutar contra esse sentimento, para buscar controlar, moldar, fazer algo contra essa experiência. Só há a experiência, não há esse “eu”.

Então, isso quebra esse modelo de condicionamento psicológico, isso quebra esse sentido de separação, esse sentido de dualidade, e, quando isso é quebrado, Aquilo que fica é essa Pura Consciência, é Aquilo que eu tenho chamado de Ser-Consciência. Isso é Autorrealização: a Constatação da Verdade sobre Você agora, aqui. Essa ilusão desse centro falso, desse “mim”, desse “eu”, já não está mais presente. A beleza da Autorrealização é que Autorrealização implica Felicidade, Amor, Paz. Então, esta Realidade sem nome, esta Coisa extraordinária, a Presença desse Desconhecido mais íntimo, mais próximo do seu Ser, que é Deus, se revela.

Só há Deus, só há Consciência, e isso é Ser, isso é Autorrealização, isso é Iluminação Espiritual, isso é o Despertar Espiritual, essa é a Transformação dada pelo Poder da Consciência, que é o Poder da Kundalini. Autorrealização significa uma mudança nessa estrutura, nesse corpo e nessa mente, para algo inteiramente novo, novo e desconhecido, inominável, que é a Verdade de Deus se revelando. Portanto, a Verdade sobre quem Você é se revela nessa Constatação.

Toda essa luta interna, toda essa confusão interna, toda essa complexidade psicológica, carregada de medo, inveja, ciúme, ansiedade, solidão, depressão, angústia… todo esse peso, toda essa dor, isso é algo que se assenta na ignorância, na ilusão sobre quem você é. Aqui, a expressão é Jnana. Jnana significa o Conhecimento da Verdade. Então, o caminho direto para a Autorrealização está na Jnana Yoga, no Reconhecimento da Verdade, através dessa União, desse acesso a Si mesmo. Então, a verdadeira prática da Jnana Yoga está neste Autoconhecimento, neste claro discernimento daquilo que é ilusório. Isso é possível quando essa ilusão de separação é quebrada, desaparece.

Então, aquilo que é ilusório se vai e, aqui, o ilusório é esse sentido de dualidade, é esse sentido de separação, porque a única Realidade é Advaita. Isso é direto dos Vedas. Na última parte do Vedas, você encontra a Advaita Vedanta, a Visão dos Sábios a respeito da Realidade da Vida, de toda a Manifestação. Só há Um, sem o segundo – isso é Advaita.

Então, a Verdade é a Não Dualidade. A Verdade é esse Estado Real de Pura Consciência, de Puro Ser, Não Dual. Portanto, esse é o nosso propósito, esse é o nosso trabalho aqui; portanto, é isso que estamos trabalhando junto com você. Isso é Verdadeira Completude, a beleza desse Senso de Totalidade, de Unicidade.

De uma forma prática, aqui está presente a Não Dualidade. Sim, a Não Dualidade, a Não Separatividade, o Estado Não Dual. Isso é Autorrealização. Se isso é algo que faz sentido para você, eu quero deixar aqui para você esse recado: nós temos encontros presenciais, encontros on-line, além de retiros. Se faz sentido para você, deixa o seu “like”, se inscreve no canal, e podemos trabalhar isso juntos. OK? Até o próximo encontro.

Agosto de 2022
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