terça-feira, 17 de janeiro de 2023

Advaita Vedanta | Não Dualidade | Pensamento psicológico | Pensamento prático | Pensamento obsessivo

Muito bem! O que é o pensamento obsessivo, ou o pensamento acelerado, ou o pensamento intrusivo? O que é isso? Como lidar com isso? Na realidade, o que é o pensamento? Como lidar com o pensamento?

Vamos com você agora aqui, neste momento, investigar um pouco essa questão do pensamento. O pensamento em nós – como, afinal, ele funciona? Esse é o modelo da identidade pessoal, da identidade egoica, é o modelo do pensar.

Então, não sabemos lidar com o pensamento, porque nós não sabemos o que é o pensamento. Nós nunca investigamos a Verdade sobre quem nós somos. Nós estamos nos confundindo com o pensamento; isso ocorre o tempo todo! E o pensamento sempre nos conduz a uma determinada forma de ação, que é, basicamente, a ação centrada no “eu”, no ego, no “mim”.

Então, nossas ações, quando nascem do pensamento, estão nascendo desse “mim”, desse “eu”, desse ego, reproduzindo em nossas vidas contradições, arrependimento, culpa, se movendo de uma forma agressiva, violenta. Então, nossas ações baseadas no pensamento são, basicamente, conflito em nossas relações. Acrescido a isso, nós temos o fato desse modelo de pensamento internalizado, o pensamento acelerado, repetitivo, continuado, obsessivo, produzindo toda forma de sofrimento dentro de cada um de nós.

Nós não sabemos, na verdade, o que é o pensamento. E, hoje, nós vamos, aqui com você, nesses poucos minutos, lhe dar uma resposta para isso. Vamos ver se é possível nos livrarmos do pensamento – aqui eu me refiro a esse pensamento psicológico, esse pensamento que dá vida ao ego, ao “eu”, a essa pessoa com a qual nos confundimos, com a qual nós nos identificamos.

A pessoa que acreditamos ser, está vivendo no pensamento, vivendo do pensamento. Toda infelicidade psicológica deriva do pensamento.. E, aqui, quando “eu” me refiro a pensamento, eu me refiro também a sentimento atrelado a esse modelo de pensamento, que é o pensamento psicológico.

Notem, o pensamento é só uma reação da memória. Nenhum pensamento, absolutamente nenhum pensamento consegue lidar com o momento presente; ele só consegue lidar com o que aqui está com base numa reação do passado, uma reação de memória, porque pensamento é memória.

Então, estamos presos a esse tempo psicológico, criado pelo pensamento psicológico. É o pensamento que produz contradição, conflito e sofrimento em nossas vidas. Ele é intrusivo, ele é obsessivo, ele é repetitivo… internamente, produzindo sofrimento, e, externamente, produzindo ações egocêntricas. Nossas motivações baseadas no pensamento-sentimento são egocêntricas.

Nesse canal, nós estamos lhe mostrando como é possível Realizar a Verdade, como Isso é possível, como Isso se torna possível – a Verdade, a Realidade sobre quem Você é –, porque essa condição psicológica, essa condição de memória psicológica, de tempo psicológico, de pensamento psicológico, é uma condição de insanidade.

O que nós não queremos admitir é que o ego, o sentido egoico, é uma patologia. Não há nenhuma Verdade no sentido de uma identidade presente agora aqui, naquilo que está acontecendo neste instante.

Então, o ego se constitui de uma desordem psicológica, de uma contradição psicológica; então, é impossível o fim para a miséria, para a infelicidade, para essa dor existencial de ser “alguém”. Há uma dor nisso, e é impossível o fim para essa dor de ser “alguém” enquanto o ego permanece se manifestando nessa “sua vida”. O pensamento “minha vida” está todo investido dentro dessa proposta, desse contrato de identidade egoica, então a miséria psicológica, o sofrimento psicológico não termina.

Então, o medo é uma sina, a ansiedade, a depressão… É um modelo de existência que levamos conosco até o final dos nossos dias, a não ser que ocorra uma mudança, uma transformação fundamental nessa própria estrutura da mente. A mente é esse projeto que sustenta esse modelo – essa é a consciência mental em todos nós, a consciência egoica.

O sentido de individualidade presente agora aqui é uma ilusão estabelecida nesse modelo.

O trabalho da Autorrealização é o trabalho da Percepção da Realidade do seu Ser agora aqui – Isso é o Despertar Espiritual, a Iluminação Espiritual, a Verdade Divina sobre Você, sobre quem é Você agora aqui. Isso é o fim da miséria psicológica, do sofrimento psicológico, é o fim do ego, do “mim”, do “eu”.

Então, o pensamento, o que é? O que é o pensamento? Uma reação da memória. Ao passar por uma experiência – e a gente vem passando por experiências desde a infância –, essas experiências vão sendo registradas no cérebro como um conhecimento, como uma informação, como um saber. Com base nesse saber, conhecimento, experiência, as ações acontecem. Essas ações estão sendo motivadas, empreendidas, pelo pensamento, por essa memória e, portanto, é algo que vem do passado sustentando o ego, o “mim” o “eu”.

É possível uma ação livre do ego, do “mim”, do “eu"? É possível uma ação livre do sentido de identidade presente com essa sensação de ser o fazedor, o pensador, o realizador?

Nossa proposta aqui para você é lhe mostrar que é possível, sim, uma vida livre do ego e, portanto, uma ação livre do tempo psicológico, da memória, do pensamento, do passado. Uma ação que corresponde ao desafio desse instante é uma ação livre do “eu”, uma ação sem propósito.

Em alguns momentos, na sua vida, ocorrem ações assim, só que você mesmo nem percebe que são ações que, naturalmente, acontecem sem o sentido de “alguém” presente. O sentido de “alguém” presente é ambição, é desejo, é impulso para adquirir, para possuir, para conseguir ou para se livrar, rechaçar, afastar. Essas são as ações nascidas da egoidentidade, mas há uma qualidade de ação em você que ocorre de forma espontânea, natural e livre; essa é a ação livre do ego, do “mim”, do “eu”, são ações que estão presentes quando o pensamento não está.

Estar sentado à beira de uma praia, olhando o mar, sentado naquela areia… Naquele momento, existe o olhar, o ouvir o som daquelas águas, daquelas ondas, da água chegando na areia e voltando… Naquele momento, há um espaço novo se abrindo dentro de você, diante daquela luminosidade do céu e daquele sol que brilha diante dos seus olhos ali, sentado naquela areia. Naquele momento, há uma ação acontecendo, uma ação da Consciência. Olhar, sentir, ouvir… Nesse momento, não há pensamento, não há nenhuma motivação egoica, nenhuma motivação egocêntrica, nenhuma ambição, nenhuma inveja, também não há nenhuma preocupação, não há nenhum passado, nenhuma lembrança – a lembrança do escritório, do consultório ou da casa, ou da família –, há um Silêncio presente, a ausência do sentido do “eu”. Essa é uma ação livre da identidade egoica, uma ação espontânea e natural. Nesse momento, estar presente é algo além do tempo psicológico, além do “mim” do “eu”, do ego.

É por isso que nós amamos viajar, estar em lugares novos, em praias desconhecidas, em cachoeiras desconhecidas, em trilhas desconhecidas, fazer trilha, caminhar numa montanha, viajar para um outro país, porque, nesse momento, há um esvaziamento dessa identidade egoica, de toda essa afirmação do pensamento que tem, como base, a memória do “experimentador”, do “mim”, do “eu”, do ego.

Então, nesse momento, ocorre algo novo, que é a Meditação, que é a Presença da Consciência, então há uma Paz que não é uma paz que tem um oposto, o conflito como o seu oposto; há um Amor presente, mas é um Amor sem objetos, não tem ali uma pessoa, não tem ali algo, algum objeto. Em geral, nós chamamos uma sensação, a experiência com um objeto, ou com um pequeno animal, um pet, um cachorro, um gato, um animalzinho de estimação, ou uma pessoa… nós confundimos essa sensação de prazer, de preenchimento, de satisfação, de alegria, com a presença dele ou dela, com o Amor. E, nesse instante, não. Nesse instante, não tem alguém, não tem nenhum objeto, nenhum animalzinho, nenhuma pessoa, é só essa Presença, a Presença da Paz, a Presença do Amor, a Presença da Consciência.

Essa é a ação livre do sentido do “eu”, do sentido egoico. Notem que, nesse momento, não há pensamentos de nenhum tipo, de nenhuma qualidade – nem pensamentos negativos, nem pensamentos positivos; nem pensamentos calmos, nem pensamentos acelerados; nem pensamentos obsessivos, nem pensamentos comuns –, há uma ausência completa do “mim”, do “eu”, do ego, uma ação livre do sentido egoico. Então, essa ação é possível; é a ação da Meditação, é a ação da Real Meditação.

Agora, vamos colocar isso no nosso viver. Não estamos mais numa praia, na beira de um rio ou caminhando numa floresta, ou numa trilha, ou numa montanha, estamos dirigindo o carro, indo para o trabalho, indo para o escritório, para o consultório… É possível trazer essa ação para esse instante? É possível haver um esvaziamento completo de toda a motivação baseada no pensamento e, portanto, de toda ambição, inveja, desejo? Estarmos, nesse instante, libertos de toda forma de pensamento – esses assim chamados pensamentos negativos, obsessivos, repetitivos, intrusivos? É possível estarmos livre do pensamento?

Sim, através dessa arte que é a arte de ser Consciência, como eu tenho chamado. Ali na praia e, agora, aqui no carro, dirigindo para o trabalho, para o escritório, para o consultório, ou no consultório, no escritório, ou em casa, na relação com a família, com os filhos no seu viver, no seu dia a dia, momento a momento, é possível essa Presença, que é a Meditação; é possível essa ação livre do ego, do sentido egoico; é possível esse Amor presente, sem objeto, sem pessoas, sem algo; é possível o Amor livre da sensação, livre do sentimento, da emoção, livre da necessidade de uma percepção e de uma interação nessa ilusão de sujeito e objeto.

Então, estamos diante da ilusão quando isso ocorre. Se há sujeito e objeto, existe a dualidade, o sentido de separação. É assim que se processa o pensamento repetitivo, continuado, intrusivo, obsessivo, esse modelo de identidade egoica na experiência – há o pensador e o pensamento.

Mas é possível estarmos livres disso, então estamos livres do sentido de dualidade, estamos no Natural Estado de Não Dualidade, de Não Separação, onde há uma só Realidade presente.

A palavra Advaita significa “o primeiro sem o segundo”. Isso é direto da Advaita Vedanta. Nós temos investigado essa importante questão aqui, da Não Dualidade, que é o seu Estado de Puro Ser, de Pura Consciência.

Então, acontece ali esse contato com a natureza e acontece aqui, no seu viver, no seu dia a dia, enquanto você escova os dentes, indo para o trabalho, enquanto você lê algo, enquanto você assiste a alguma coisa, enquanto você acessa o seu celular ou no contato com uma experiência de uma notícia chegando… no viver, no dia a dia, momento a momento, é possível o Estado livre do ego, do “mim”, do “eu”, desse senso de pensador com esse volume de pensamentos, sentimentos, emoções, sensações, o fim dessa ilusão desse “eu” nessas experiências, o fim do ego. Então, temos uma ação que não nasce mais de uma reação da memória. Compreendem isso?

Temos, então, uma ação agora aqui… uma ação livre do medo, livre do sofrimento, e isso é Amor. Não é o amor, como eu disse agora há pouco, da sensação, onde existe o sujeito e o objeto. Eu falo do Amor sem oposto e do Amor sem a ilusão do sujeito; é o Amor, o Real Amor, a Real Presença da Consciência, é a Real Presença do Amor, um Amor no qual tudo está incluso, toda e qualquer experiência, mas não há o “experimentador”; uma ação presente, mas sem o “autor” das ações.

Uma vida livre do ego, livre do “eu”, é uma vida livre desse modelo de movimento reativo da memória e, portanto, livre do pensamento; é quando o pensamento cessa. Eu não me refiro, aqui, ao pensamento funcional, técnico, prático, para ler alguma coisa… Você faz uso do pensamento; é o pensamento presente, é o pensamento verbalizado, sendo intelectualmente compreendido. Então, isso é algo técnico.

É possível uma vida livre do ego, tendo apenas esse modelo de pensamento técnico funcionando nesse organismo, nesse mecanismo, não aquele antigo e velho modelo de egoidentidade, de pensamentos psicológicos, pensamentos que se baseiam em crenças, em opiniões, em julgamentos, em desejos, em medos, em diferenças, em divergências, em conflito. Vocês sabem do que estamos falando.

Ao olhar para você e ter a lembrança de ter sido ofendido, essa lembrança é um pensamento, é uma qualidade de pensamento psicológico; não é um pensamento objetivo, prático, técnico, é um pensamento egoico. “Eu tenho um inimigo” ou “eu tenho um amigo” está nessa base do pensamento psicológico, do pensamento reativo. Amigo é aquele que me afaga, me agrada, me elogia, é aquele que gosta de mim; inimigo é aquele que não gosta de mim, que me critica, que me condena, que me censura. Então, eu vivo dentro desse modelo egoico de pensamento psicológico, pensamento reativo. Nossas ações, nesse modelo, são ações egocêntricas.

Está claro isso?

Estamos aqui lhe mostrando que é possível uma ação livre do ego e, portanto, livre dessa noção. Notem, essa noção de amigos e inimigos, de gostar de uns, não gostar de outros… ressentimento, mágoa, ansiedade, depressão, culpa, remorso são estados de infelicidade dentro desse pensamento, que é o pensamento psicológico; não é o pensamento prático, objetivo, não é aquele pensamento meramente intelectual para se compreender uma voz, para se compreender uma fala, para se compreender uma leitura, para se entender o que se diz, para se compreender o que está sendo colocado.

Precisamos desse pensamento funcional, precisamos dessa qualidade de memória, sim, claro. Mas que lugar, que espaço tem, dentro de nós, a qualidade de memória que nos leva a uma ação baseada no passado reativo, egoico, produzindo sofrimento para nós mesmos e, também, para o outro, para o mundo à nossa volta?

Então, a Iluminação Espiritual, o Despertar Espiritual, é a Visão Vivencial da Advaita, da Não Dualidade, da Não Separação. Isso é Real Advaita Vedanta, a Vivência do seu Natural Estado, que é Ser, que é Iluminação Espiritual, o Despertar da Consciência. E, aqui, há uma outra palavra no lugar de Consciência: é o Despertar da Kundalini. É a mesmíssima coisa, é a mesma Energia presente, criando uma mudança nesse mecanismo, nesse corpo-mente, inclusive no cérebro, nas próprias células cerebrais, se livrando, definitivamente, dessa condição de estar sempre acumulando o pensamento psicológico, a qualidade de pensamento que produz sofrimento, que dá identidade a esse “eu”, que fortalece esse sentido de separação, a qualidade de pensamento dentro dessa consciência egoica, dentro dessa consciência mental presente na humanidade, presente no ser humano.

Ramana Maharshi chega a dizer… Ele repete, citando os Upanishads e as escrituras. Ele diz: “Segundo os Upanishads” – essas são palavras de Ramana Maharshi – “o ser humano, sem a Realização de Deus, não passa de um animal”. Sim, porque o ser humano vive dentro dessa consciência mental. E ele continua dizendo: “Só que ele é um pouco pior que os animais”. Sim, em razão dessa consciência egoica, que é essa qualidade de pensamento psicológico que nós estamos cultivando há milênios. Nossos pais viveram assim, os pais dos nossos pais e os pais dos pais deles… a humanidade vive dentro dessa condição.

Sem o Despertar, sem a Consciência da Verdade do seu Ser, nossas ações não são ações que nascem desse Natural Estado de Puro Ser, que é Meditação, onde há Amor, onde há Paz, onde há Verdade, onde há Beleza.

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Outubro de 2022
Gravatá-PE
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