segunda-feira, 28 de março de 2022

O segredo da Felicidade

Aí vai uma pergunta com a qual eu tenho me deparado algumas vezes. A pergunta é "qual é o segredo da Felicidade?"

Primeiro, precisamos descartar qualquer ideia sobre Felicidade. Felicidade é algo completamente diferente de tudo o que o pensamento pode idealizar, pode estar à procura, pode acreditar, pode estar buscando.

Quando falamos de Felicidade, estamos falando da Natureza do nosso Ser, estamos falando de nossa Natureza Divina, da Verdade Daquilo que somos.

O que me coloca agora, aqui, com você, compartilhando com você isso, é porque o que eu tenho presenciado é esse estado equivocado, em que a "pessoa" tem vivido.

Primeiro, temos que descartar por completo a ilusão dessa assim chamada "pessoa". Se queremos ter uma aproximação do que é a Verdade da Felicidade, precisamos saber tudo sobre esse "mim", sobre esse "eu". Portanto, se a sua pergunta é sobre a Felicidade, você precisa perguntar sobre quem você é.

O que eu tenho para lhe dizer, e é isso que me traz a esses encontros, é que a Felicidade é a sua Natureza Verdadeira, é a sua Natureza Divina, Isso é o seu Ser.

Então, qual é o segredo da Felicidade? É permanecer em Si mesmo, livre dessa falsa identidade, desse falso centro, desse falso "eu". Uma postura psicológica, uma postura na vida egocentrada, é uma postura profundamente miserável.

Não é possível a Felicidade para essa falsa identidade. Não é possível a Felicidade para o ego. Então, Felicidade é o seu Ser, é a sua Natureza, e essa Natureza, que é o seu Ser, é Divina, Ela não carrega egocentrismo.

Estar livre, em seu Ser, representa Real Felicidade. Então, o segredo da Felicidade é permanecer livre dessa ilusão, a ilusão de ser quem, na verdade, você não é.

Quando você se vê nessa autoimagem, quando você se vê como uma entidade separada, quando você se vê como alguém que precisa alcançar, conquistar, fazer, realizar, obter, controlar, escolher… quando você se vê dessa forma, está se vendo de uma forma completamente equivocada, fora do seu Ser, fora da Verdade que Você é, então não é possível o reconhecimento do Amor, da Paz, da Verdadeira Alegria, desta Felicidade de Ser.

O segredo da Felicidade é uma vida Divina, é uma vida em Amor, é uma vida em Compaixão, uma vida total e completamente livre do medo, e, quando não há medo, não há sofrimento.

Então, o segredo da Felicidade é o descobrimento da Verdade, da Verdade Divina, da Verdade de Deus, aqui e agora, não em algum lugar distante, mas aqui e agora, em Si mesmo.

Seu Ser é essa Realidade Divina, e seu Ser é Felicidade, é Amor, é Inteligência, é Consciência. Esse é o segredo da Felicidade: permanecer em seu Ser, permanecer em Deus.

Janeiro de 2022
Gravatá-PE
Mais informações

quinta-feira, 24 de março de 2022

Apreciação e rejeição

Vamos falar um pouco sobre essa questão da apreciação e da rejeição. Se você busca a apreciação, é inevitável que você carregue o medo da rejeição.

Agora vamos resolver isso de uma forma bem definitiva. Quem, em você, é esse que ama ser apreciado, e que, portanto, se não for apreciado, se não for visto, se não for reconhecido ou, o pior, se for rejeitado, se sofrer depreciação, sofre? Quem é esse?

Então aqui é que estamos diante do ponto mais importante. A verdade sobre isso é que é sempre a autoimagem que se sente apreciada ou rejeitada, e é essa autoimagem que busca a apreciação e foge ou rejeita, rechaça, a rejeição.

Portanto, o seu trabalho é tomar ciência da Verdade sobre quem Você é e parar, de uma forma definitiva, de se confundir com esse personagem que você acredita ser, com essa imagem que a mente está formando, está segurando, está sustentando sobre você.

O fato é que você passa a vida inteira vivenciando estados internos, de sentimentos, baseados na autoimagem. Então, suas relações são todas baseadas nessa autoimagem. Você lida com o mundo à sua volta com base na autoimagem. O problema com a autoimagem é que ela pode ter uma extrema implicação, uma extraordinária e drástica implicação. Pessoas chegam a cometer loucuras em razão dessa autoimagem.

Então, não é só a questão da depreciação ou autoapreciação. A questão da solidão, a questão de toda forma de medo, de toda forma de ansiedade, de rejeição, é algo que o pensamento formula dentro de você e sustenta com base nessa imagem, na imagem que ele forma sobre quem você é.

Então, tudo isso são construções do próprio pensamento. Olhar de uma forma direta o que o pensamento está produzindo e parar de se confundir com o que ele diz, é essencial. Não há como acontecer essa Liberação sem essa atenção sobre si mesmo, sobre si mesma. É preciso ficar livre dessa imagem, é preciso ficar livre dessa autoimagem, é preciso ficar livre desse falso "eu", dessa imaginação que o pensamento constrói sobre quem é você.

Viver sob essa sujeição é viver basicamente em sofrimento. Nosso trabalho juntos é um trabalho de investigação disso, de quebra desse modelo. É com essa base que as pessoas estão tendo uma vida completamente infeliz, porque elas baseiam suas vidas em crenças, em ideias, na imagem que elas fazem de si mesmas e na imagem que elas têm do outro, têm do mundo.

Então, basicamente a vida centrada, estabelecida, no pensamento é uma vida conflituosa, uma vida sustentada no medo. Basicamente, o ego é medo e, quando falamos de ego, estamos tratando desse personagem fictício, dessa imaginação que tratamos como "eu", "mim". Quando usamos esse pronome "eu", em geral, o que o pensamento está fazendo é dando a si mesmo um rótulo, uma nomeação. É a nomeação dessa falsa identidade, dessa falsa imagem. Tudo bem?

Se desidentificar disso, ou seja, abandonar essa identidade, essa identificação, com esse modelo, com esse movimento de pensamento, é o fim para essa condição de busca de aceitação e medo de rejeição.

Janeiro de 2022
Gravatá-PE
Mais informações

segunda-feira, 21 de março de 2022

A necessidade de segurança

A procura pela segurança é uma procura comum. Então, há uma necessidade de segurança, a qual está simplesmente baseada no medo. Enquanto houver medo, haverá essa assim chamada "necessidade de segurança".

A questão básica aqui é que não investigamos a natureza daquele que se sente inseguro, daquele que carrega essa condição de medo, daquele que está, na verdade, em busca ou na procura desta segurança. A pergunta é: "Quem sou eu? Para quem é essa acima chamada segurança? Para quem é essa necessidade da segurança?".

O ego vive sempre no medo. Medo é a natureza egoica. Então, esse sentido de separação, esse sentido de dualidade, onde há você e o mundo, e o mundo se mostra hostil para esse "você" que você acredita ser, isso requer essa assim chamada "necessidade", a necessidade de tranquilidade, de paz, de conforto, que nós chamamos de "segurança". Mas, enquanto houver esse sentido de separação entre "eu" e o mundo, haverá necessariamente o medo, e, nesse medo, a insegurança.

Eu estou dizendo que a assim chamada "segurança", que a mente projeta, que ela idealiza, é impossível. Então, essa necessidade de segurança é inteiramente impossível enquanto a mente egoica estiver presente.

A Vida é o que Ela é, e Ela não requer nenhuma segurança. Ela carrega toda essa imprevisibilidade e é um grande mistério, que permanece, e sempre permanecerá, desconhecido da mente egoica, Então, toda essa tentativa da procura da segurança, da estabilidade da segurança, da tranquilidade do conhecido, isso é algo impossível no ego, é algo impossível na mente egoica.

Eu quero que você se aproxime da Verdade sobre si mesmo, sobre si mesma, e descubra que, em seu Ser, não há essa necessidade, porque em seu Ser não há medo.

Então, o medo cria essa ilusão, a ilusão da necessidade de estar seguro, da necessidade de viver dentro de uma condição onde tudo seja previsível, conhecido, e onde nada, absolutamente nada, que contrarie essa personalidade, esse senso egoico, aconteça.

Então, estamos diante de algo impossível. A Verdade sobre quem Você é, é a completa libertação do medo e, portanto, a libertação dessa necessidade: a necessidade de um "ego seguro", de uma "pessoa segura".

Quando há Amor, quando há Paz, quando há Liberdade, quando há esse Sentido Real de Ser, que é Consciência, não há medo e, portanto, não há essa necessidade, porque não há o sentido de separação, não há conflito, não há sofrimento. Isso representa o fim de toda a necessidade, inclusive a necessidade de segurança. A Felicidade é o fim para tudo isso, é o início de algo inteiramente novo, algo inteiramente desconhecido, que é essa Liberdade de Ser o que Você é, sem medo e sem a necessidade de se sentir seguro.

Janeiro de 2022
Gravatá-PE
Mais informações

quarta-feira, 16 de março de 2022

Dimensão da Quietude

Muito bem, há esse interesse por essa, assim chamada, "Dimensão da Quietude". Então, é algo que muitos têm esse interesse, o interesse de descobrir o que Isso significa, o que Isso representa, e, aí, colocam como propósito alcançar essa Dimensão, colocam como objetivo alcançar essa, assim chamada, "Dimensão da Quietude".

Veja, Quietude não é um alvo, não é um objetivo. Não tratamos, aqui, de algo que possa ser alcançado. Então, todo esse interesse nessa, assim chamada, "Dimensão da Quietude", é algo que precisa ser compreendido. A base do seu Ser é o Silêncio, e o Silêncio já representa essa Quietude, mas você não alcança Isso, você não alcança o Silêncio, você não alcança o seu Ser.

Aqui, se trata de constatar Aquilo que já está presente. Portanto, a Quietude não é uma "dimensão", no sentido de algo a ser alcançado. Estamos tratando de algo a ser visto, a ser reconhecido, a ser constatado.

Esse Silêncio, essa Paz, essa Quietude, essa "Dimensão", como alguns procuram chamar, é, na verdade, a Natureza do Ser. Então, se trata da Natureza da Consciência. Então, não é um objeto, não é um objetivo, não é um alvo, mas é uma constatação. Nesse sentido, aqui se trata mais de um descarte daquilo que não é do que, na verdade, o alcance de algo que já é. Aqui, o descarte está na ilusão do sentido egoico, no sentido de separação, em todo o conflito existente nessa, assim chamada, "dimensão do conflito", nessa assim chamada "dimensão da desordem".

Então, o interesse por essa Dimensão da Quietude se torna verdadeiro, se torna real, quando há o interesse de investigar aquilo que impede o florescimento ou o surgimento dessa Quietude, dessa Dimensão, e, aqui, se trata dessa egoidentidade, desse sentido de separação. Isso é muito fácil de ser visto quando você olha para você e percebe todo esse conflito existente, todo esse movimento da mente, todo esse movimento de inquietude produzido pelo pensamento, porque toda inquietude interna é a inquietude psicológica. O seu Ser, Nele mesmo, já é essa Dimensão nova e desconhecida, a Dimensão da Quietude.

Então, essa inquietude toda é a inquietude da mente; é a mente egoica, em sua inquietude, produzindo conflito, produzindo problemas, produzindo dificuldades. Então, o interesse por essa Dimensão da Quietude deve ser o interesse real pela constatação Daquilo que Você é. Então, o afastamento da ilusão pela atenção a si mesmo, pela observação de todo esse movimento egoico, de todo esse movimento de pensamentos de inquietude produzida pelo pensamento... a observação direta disso pode revelar algo fora disso, que é a Verdade Daquilo que Você é, a Verdade de Quem, na verdade, Você é.

Então, não podemos mais falar da Dimensão da Quietude como algo a ser alcançado, mas como a Verdade a ser constatada, aqui, presente, nesse instante: a Verdade do seu Ser, a Verdade Daquilo que Você é. É simplesmente isso.

Janeiro de 2022
Gravatá-PE
Mais informações

segunda-feira, 14 de março de 2022

O Amor e o apego

Em geral, nós usamos a palavra "amor" numa conotação lincada diretamente à sensação de prazer, àquilo que mais pode ser associado a apego do que amor.

O Amor não conhece a busca de preenchimento, a busca de sensação, a busca de satisfação ou de realização de ordem pessoal.

Então, o sentido de pessoalidade na relação é apego, não é Amor.

O Amor não está dentro dessa dualidade entre prazer e desprazer, entre amar e odiar; e repare que as relações, como nós as conhecemos, as relações entre pessoas estão baseadas exatamente nisso, na busca, na procura, na forma, na essa necessidade de preenchimento psicológico nas relações, e isso é apego, não é Amor.

No Amor não existe pessoa; no Amor não existem condições.

Aquilo que tem sido chamado de "amor", nas relações comuns, nas relações humanas... essas relações estão todas mescladas com prazer e dor, com preenchimento e busca de preenchimento ou falta de preenchimento, então é uma questão de necessidade psicológica, de busca de satisfação, de realização e de uma ou de outra forma de preenchimento.

Isso não tem nada a ver com Amor. Então, podemos chamar isso de prazer, podemos chamar isso de afetividade, de cumplicidade, de companheirismo, mas quando a situação muda, essa relação sofre, ela altera também.

Então toda relação da mente é sempre a relação de objetos, é sempre a relação de preenchimento, é sempre a relação da realização da satisfação.

E quando falamos de Amor, estamos falando de algo atemporal, de algo fora da mente, de algo fora dessa condição. Então, o Amor é sempre impessoal, o Amor é sempre incondicional, o Amor não vê objetos, o Amor não existe numa relação egoica.

Quando o Amor está, o ego não está. Quando a Verdade do Amor floresce e está presente, não há conflito, não há sofrimento, não há apego.

Portanto, Amor não é apego, Amor é algo completamente diferente de tudo o que a mente conhece.

É possível saber o que é Amor? Sim. A resposta é sim, mas o Amor só é possível ser compreendido na sua inteireza quando a mente não está, quando a mente egoica não está envolvida, então estamos, na verdade, diante do Real Amor. De outra forma, o que temos, e isso é muito comum, é essa relação do apego, a base do conflito, a base do sofrimento, a base do medo.

Quando há Amor, não há medo. O Amor não perde, o Amor não sofre por afastamento, o Amor não sofre. Amor é Amor! Quando há Amor, não há sofrimento.

Então, Amor é algo completamente diferente daquilo que nós conhecemos por "amor".

Amor é algo completamente diferente de apego, de desejo e de medo.

Janeiro de 2022
Gravatá-PE
Mais informações

quinta-feira, 10 de março de 2022

Vida mundana

A questão, agora, é sobre essa assim chamada "vida mundana". Como conciliar essa assim chamada "vida mundana" com o trabalho da Autorrealização ou da Realização de Deus? Essa é uma outra questão que temos aqui.

Veja, essa divisão entre vida mundana e não mundana é algo muito artificial. Eu chamaria de "mundanidade" estar identificado com a mente egoica. Isso, basicamente, é mundanidade. Não tem nada a ver com tarefas ou atividades no mundo. Então, há essa ideia, existe essa crença, de que para Realizar Deus, para realizar um trabalho nessa direção, você tem que conciliar essa assim chamada "vida mundana" com esse trabalho.

O que eu estou dizendo aqui é que não existe nenhuma separação entre qualquer atividade externa, qualquer atividade no mundo, e o trabalho em si de Autorrealização, que basicamente é a observação do movimento da mente egoica dentro de você. Isso não tem nada a ver com o afastamento de atividades externas.

Aqui, a coisa básica é estar cônscio de si, de si mesmo, é se tornar ciente de todo esse movimento interno, de todo esse movimento da mente, e isso não tem nada a ver com atividades externas, com atividades no mundo. Você pode desempenhar todas as atividades, estar ocupado com qualquer trabalho, com qualquer ocupação externa e, ao mesmo, cônscio, ciente, de todo e qualquer movimento dentro de você.

Então, quando, por exemplo, eu falo sobre a importância da Meditação, estou falando exatamente sobre isso. Se você está dirigindo um carro, se você está caminhando, se você está ocupado com uma tarefa de escrever alguma coisa ou em qualquer uma outra atividade física, que você chamaria de "atividade mundana" – eu chamaria isso apenas de uma ação, uma ação da Vida, um acontecimento da Vida... Você pode estar muito bem atento a todo o movimento interno que se passa dentro de você.

Então, a Meditação é, basicamente, uma atividade, ou uma não atividade, silenciosa, uma constatação, uma observação daquilo que se passa, aqui e agora, dentro de você. Você não coloca identidade nessa observação. Você não coloca um experimentador nessa observação. Você não coloca alguém se ocupando, de uma forma positiva ou negativa, com essa observação. Você é apenas uma testemunha que observa o movimento da mente e não se identifica com esse movimento. E isso não tem nada, absolutamente, nada a ver com qualquer atividade ou tarefa externa, com a qual o corpo está ocupado. Então, não importa qual o tipo de trabalho você esteja fazendo ou com o que o corpo esteja ocupado naquele dado momento.

Então, quando você pergunta sobre como conciliar, eu não vejo por que exista qualquer necessidade de conciliação, porque uma coisa não está contra a outra, não há um contraste entre a Real Meditação e a ação ou a atividade do corpo. O corpo está ativo em suas tarefas, e você permanece nesta ciência da Verdade do que se passa, aqui e agora, dentro de você, se desidentificando dos pensamentos – o que é, basicamente, se desidentificar dos pensamentos. E essa é a única... o único trabalho real, única tarefa real a "ser feita". Porque, na verdade, nada se faz nessa observação. A tarefa ou esse "fazer" é a constatação, sem dizer sim ou não àquilo que é observado.

Então, você não julga, você não compara, você não aceita, você não rejeita, você não luta contra aquilo que aparece, você apenas observa, você apenas se torna cônscio daquilo que vem. Repare: "daquilo que vem", porque aquilo irá embora, enquanto você permanece como esta Consciência, sendo o que Você é, ou seja, uma testemunha, uma testemunha desse movimento. Então, não importa com o que o corpo esteja ocupado, não importa o que representa a sua vida externa, o que esteja acontecendo fisicamente no mundo à sua volta, ou com o que o seu corpo esteja ocupado.

Então, eu não vejo essa necessidade de conciliar, porque não existe nenhuma contradição entre esse Natural Estado de atenção sobre si mesmo – que é algo que acontece sem qualquer esforço, é apenas uma constatação do que se passa aqui e agora internamente – e toda e qualquer atividade física, toda e qualquer atividade externa. Então, não existe essa questão de mundano e não mundano.

Repetindo isso, mais uma vez, para você: a questão da mundanidade é a identificação com a mente egoica. Se você está se identificando constantemente com a mente egoica, você está perdido nessa mundanidade. Uma vez que você se desidentifique da mente egoica, não importa o quanto do mundo esteja aparecendo à sua volta e com que atividade você esteja ocupado.

Ok?

Janeiro de 2022
Gravatá-PE
Mais informações

segunda-feira, 7 de março de 2022

Por que existe a tristeza?

Eu quero falar agora sobre essa questão da tristeza, porque a pergunta que surge, que eu tenho aqui comigo, é "por que existe a tristeza?".

Veja bem, tristeza é um estado. Se você experimenta estados como prazer ou alegria, porque não experimentaria a tristeza? Qual é o problema com a tristeza?

Quando tratamos de estados, estamos tratando de algo que vem e vai. Sentimentos são assim, emoções são assim e pensamentos também são assim.

Então, quando tratamos de fenômenos, eles são aparições que aparecem e desaparecem. Por que ter algum problema com isso? Me parece que o único problema aqui não são essas aparições: nem a aparição do prazer, nem a aparição da tristeza, nem a aparição da dor, nem essa aparição do pensamento. Me parece que o problema aqui é estar se confundindo psicologicamente com isso, norteando uma identidade presente nessa experiência. É isso que se faz completamente desnecessário. "Desnecessário", foi o que eu disse.

A mente egoica, nessa ilusão de ser "alguém" e se posicionar na vida como "alguém", isso coloca você numa condição completamente artificial. Nessa condição, você se identifica com os sentimentos, se identifica com sensações, se identifica com pensamentos e, naturalmente, se identifica com estados, e aqui o estado é o estado de tristeza.

O ego quer o estado de prazer e não o estado de dor; ele quer o estado de alegria e não o estado de tristeza; ele vive criando essa cisão – completamente ilusória, porque você não separa, na realidade, uma coisa da outra.

Uma coisa que talvez você não tenha observado é que por detrás dessa assim chamada "alegria", há uma tristeza oculta, e por detrás da assim chamada "tristeza", existe um certo prazer ou regozijo, ainda também egoico.

Então, o que você precisa é descobrir a Verdade sobre quem Você é. É isso que lhe dá a Liberdade de não mais se identificar, de não mais dar identidade a experiências tão voláteis, tão passageiras, tão temporárias, como são os estados.

Por toda a vida, você tem se identificado com esses estados, tem se confundido com esses estados e, naturalmente, alguns você aprecia e outros você rejeita.

Então, a questão da tristeza, se você pergunta se é possível o fim da tristeza, eu diria para você que é possível o fim da ilusão, e quando a ilusão termina, aquilo que, em geral, o ego chama de "tristeza" também desaparece, mas também desaparece aquilo que o ego também considera "alegria".

Nesses encontros, eu tenho enfatizado a importância da Felicidade, do Amor, da Paz, e é Isso que eu considero Real Alegria. Real Alegria não é algo circunstancial, não é algo que carrega oculta, ainda, alguma forma de dor, alguma forma de tristeza. Então, a Real Alegria está fora dessa dualidade entre alegria e tristeza, prazer e dor.

A Real Alegria é a Alegria de Ser, de Ser o que Você é. Essa Alegria é a Alegria de sua Identidade Verdadeira, é a Alegria do seu Ser.

Então, Satsang revela a Felicidade de quem é Você. Isso é Real Alegria, Isso é Real Amor, Isso é Real Paz, e, com certeza, não se refere a estados, esses assim chamados estados de prazer, dor, alegria, tristeza...

Percebem o que queremos dizer? Percebem qual é a diferença aqui? Então, o seu problema não é a ausência de alegria ou a presença da tristeza, o seu problema é a ilusão sobre quem você é, a falta desse reconhecimento da Verdade sobre si mesmo, sobre si mesma.

Janeiro de 2022
Gravatá-PE
Mais informações

quinta-feira, 3 de março de 2022

Advaita Vedanta

Muito bem! A palavra "Advaita" significa não dualidade. Então, eu queria tratar um pouco desse assunto aqui com você; sobre Advaita Vedanta e a não dualidade.

Então, basicamente, o que é isso? Só há uma Realidade! Colocando aqui, assim, de uma forma muito básica, muito simples, só há uma Realidade: é a Realidade Divina! Tudo mais são ideias, tudo mais são crenças. Então, o que o pensamento produz sobre essa única Realidade Divina são crenças.

O sentido de separação ou de dualidade, portanto, é algo produzido pelo pensamento, porque não existe a dualidade, a psicológica dualidade que o pensamento, em sua imaginação, tem produzido.

Então, basicamente, a Verdade é a Verdade Divina. Só há Deus, só há essa Presença, ou essa Consciência, e Ela é não dual. Essa é basicamente, também, de forma bem natural, a sua Natureza Verdadeira. A Natureza do nosso Ser é a Natureza Não Dual, Divina. Então, a Natureza do Ser é a Verdade de Deus.

Por isso, esse assunto, ou aquilo que tratamos em Satsang, é algo fundamental. Você sabe: a palavra "Satsang" significa "encontro com o Real", ou "encontro com a Verdade", e esse encontro com a Verdade não é nada além dessa constatação da Verdade não dual do seu Ser.

A grandiosidade disso, a singularidade disso, é o fato de que não há nada separado Daquilo que é Deus, não há nada separado Daquilo que é esse Ser. Isso é algo muito singular, porque tratamos aqui, então, da Felicidade inerente à Realidade Divina, ou a Paz inerente a essa Realidade Divina. E quando falamos, então, de Deus, estamos falando Daquilo que Você é.

A constatação direta Disso, essa visão direta Disso, que é Meditação, que é o seu Ser, que é essa Consciência, isso é o fim para toda contradição e para todo o conflito produzido pela crença na dualidade, pela confiança que se dá à dualidade, a esse sentido de separação.

Então, o que Você é, é Aquilo que Eu sou, e Isso é Aquilo que Deus é, porque Isso é a única Realidade presente. Então, tudo mais que presenciamos pelos sentidos está dentro desta única Consciência, desta única Realidade, desta única Não Dualidade.

Então, onde há espaço, portanto, para o conflito, para o sofrimento, para essa ilusão da separação? Veja, tudo isso é algo produzido pelo pensamento. Então, é necessário compreender o fim do pensamento, e aqui falamos desse pensamento dualista, desse pensamento que está produzindo esse sentido de separação.

Como uma manifestação existencial, o pensamento é só um fenômeno, algo, na verdade, inofensivo, mas quando esse pensamento fica a serviço dessa crença, dessa confiança que se dá a essa separação entre "eu" e o mundo, "eu" e Deus, "eu" e a vida, nós temos o conflito.

Então, eu quero lhe convidar a constatar Isso, a constatar a Verdade do seu Ser, a Verdade de sua Natureza Divina. Isso é possível em um trabalho direto em Satsang. É necessário ter um foco nessa direção, e tem que ser um foco muito claro nessa atenção sobre si mesmo, naquilo que se passa aqui e agora, naquilo que está criando essa postura ou essa posição ilusória de separação, criando essa falsidade, criando essa ilusão.

Então, o trabalho de Autorrealização ou o trabalho real de Autoconhecimento – e aqui é conhecimento no sentido de constatação direta do seu Ser, Daquilo que Você é – tem como propósito isso: revelar a Verdade do seu Ser, revelar a Verdade não dual, que é a sua Natureza Divina.

Então, Advaita Vedanta, na Índia, é conhecido como a ciência que investiga isso, que explora esse assunto, que se aproxima disso através de uma investigação, através de uma observação. Então, existe esse aspecto mais teórico e existe esse aspecto mais direto. Veja, a importância da autoinvestigação é que isso lhe coloca frente a frente, de uma forma direta, com Isso. Então, a ciência que trata da importância desse trabalho, na Índia, é conhecida como "Advaita Vedanta".

Então, quando tratamos, aqui, da questão da não dualidade, estamos tratando desta ciência: a ciência da Verdade do seu Ser, a ciência da Verdade de quem Somos, a ciência da Verdade de sua Natureza Divina.

Janeiro de 2022
Gravatá-PE
Mais informações

Compartilhe com outros corações