segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Autoconhecimento

Muito bem! Quando nós usamos a expressão "autoconhecimento" – e esse é um assunto, aqui, que queremos tratar com você –, é preciso se tomar um devido cuidado com essa expressão.

Em geral, quando alguns usam essa expressão, "autoconhecimento", elas estão tratando desse conhecimento do "eu", da "pessoa", dessa "personalidade". Então, a intenção de se entender ou compreender o "eu" faz com que essas pessoas usem essa expressão. Mas, veja, a Verdade sobre o Autoconhecimento é que não existe qualquer "eu" ou qualquer "pessoa" ou qualquer entidade presente aí, aqui, para ser conhecido.

Então, a tentativa de se conhecer, de conhecer a si mesmo, nesse sentido de compreender melhor a "personalidade", a "pessoa", esse "senso do eu", é algo que não faz sentido quando nós estamos tratando da Verdadeira Constatação Daquilo que somos, porque a Compreensão Daquilo que somos é o que poderíamos chamar de Verdadeiro Autoconhecimento. No entanto, nesse Autoconhecimento, não fica um "eu" para ser conhecido.

É aqui que nos deparamos com uma ilusão, a ilusão de entender ou de compreender esse "eu", essa "pessoa", essa "personalidade", porque, se você vai em busca dessa "pessoa", desse "eu", você não o encontra. Não é possível encontrá-lo, porque ele não é real.

Então, Autorrealização é a Constatação da não existência desse "eu". Então, nesse sentido, o Verdadeiro Autoconhecimento é a Compreensão de que não existe nenhum "eu" para ser conhecido, nenhum "eu" para ser compreendido.

O interessante de tudo isso é que se, de verdade, você carrega o conflito desse "eu", o conflito dessa "pessoa", dessa entidade separada que você acredita ser; se você vai em busca disso, investigando a natureza da mente, que é a que está produzindo isso tudo, dessa mente egoica, dessa mente separatista, dessa mente dualista, dessa mente ilusória; se você vai em busca da Verdade sobre ela, numa auto-observação de si mesmo, você constata que esse "eu" não é real, que com o desaparecimento dessa ilusão, a ilusão dessa "entidade", dessa "pessoa", desaparecem também todos os conflitos. Então, o sentido do "eu" é a ilusão que perpetua todos os conflitos.

Então, quando se tem a intenção do Autoconhecimento para se livrar do conflito, é preciso que se compreenda que é necessário ir em direção a esse senso do "eu", a esse sentido do "eu", e não pelo estudo, e não pela compreensão desse "eu", mas pela investigação sobre a natureza real desse "eu". Então, é nesse sentido que a autoinvestigação se torna a ferramenta mais importante.

Quando falamos de autoinvestigação, estamos falando dessa auto-observação. A palavra mais adequada, eu tenho dito, é auto-observação, porque não se trata da investigação de algo que não existe ou algo que não está presente. Então, aqui se trata da auto-observação, daquilo que aqui está presente, daquilo que aqui existe. Essa auto-observação é a Verdadeira Constatação da Verdade sobre quem é Você, ou sobre O que Você é.

A expressão "O que Você é" ainda é mais precisa do que essa "quem Você é", porque não há alguém. Então, é possível a Constatação da Realidade Daquilo que é Você, não de "quem" Você é. Por isso, dessa forma, podemos empregar essa palavra de uma forma legítima, tendo por compreensão que, aqui, a palavra "Autoconhecimento" é a revelação da ilusão de um "eu" para ser conhecido, de uma entidade separada para ser compreendida. Então, o trabalho da Realização Divina, da Realização da Verdade, da Realização de Deus, é a Constatação de que não há nenhum "eu", ou qualquer "eu" para ser conhecido.

É como essa questão da própria mente, que, em geral, as pessoas usam. Elas dizem "minha mente". O que, na verdade, está presente é todo um movimento de pensamentos repetitivos e condicionados, que carregam um certo padrão de movimento. Se isso é olhado de perto, se isso é investigado, fica claro que não há essa coisa chamada "minha mente". O que nós temos presente são apenas pensamentos. Se isso é visto, isso desaparece, essa assim chamada "mente" se dissolve. E, aqui, quando eu digo "se dissolve" é esse condicionamento, esse padrão de movimento repetitivo, continuado, mecânico e inconsciente.

Então, essa é a Verdadeira Compreensão de "Si", de "Si mesmo", desse "Mim", dessa Verdade Daquilo que "Eu" Sou.

Janeiro de 2022
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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Um prisioneiro da mente

Uma vez que você começa a confiar naquilo que o pensamento diz… Reparem, isso é algo que vem acontecendo desde a infância. Desde a mais tenra idade, você vem dando credibilidade ao pensamento. Tudo o que fazemos é confiar naquilo que o pensamento diz. Carregamos até mesmo a ilusão de que somos nós os autores desses pensamentos, que esses pensamentos são produções nossas, o que, de fato, não é verdade. Pensamento é algo aprendido, pensamento é algo copiado.

Outra coisa acerca do pensamento é que o pensamento é só um fenômeno de aparição, enquanto Você é imutável, embora o seu corpo mude e toda a estrutura psicológica esteja em constante mudança. Você permanece inalterado em seu Ser.

Então, a sua Realidade Divina não altera, não muda, mas o pensamento é algo presente que está mudando o tempo todo, assim como os sentimentos e as emoções e as próprias sensações do corpo.

Então, uma vez que você comece a confiar no pensamento, o que vem acontecendo desde a infância, você se torna um prisioneiro da mente – essa é que é a expressão. A mente se torna uma prisão.

Então, o seu Ser, que, paradoxalmente, permanece inteiramente dissociado e livre, ele experimenta, temporariamente, uma prisão. Uma vez que você esteja se identificando com o que o pensamento diz, você se torna um prisioneiro da mente.

A observação desse movimento, a atenção sobre esse movimento, é a base para a Meditação, para o descarte dessa identificação. Então, você pode se dissociar daquilo que não é Você.

Então, toda essa história que o pensamento tem sobre quem você é, ao longo de todo esse tempo, formou dentro de você uma imagem, que é a imagem que você tem de si mesmo, que você tem de si mesma. Com base nessa imagem, você está dentro de uma prisão.

O seu trabalho de Autorrealização é o trabalho da constatação de sua Natureza Divina, que, por sinal, não irá se autorrealizar. Ela permanece completamente dissociada e já livre, mas, paradoxalmente, repito, não é assim que você se vê, porque você se vê com base nessa autoimagem, nesta prisão, a prisão da mente, na qual você se move como um prisioneiro.

Portanto, a ansiedade, a solidão, a angústia, toda e qualquer forma de sofrimento de ordem psicológica, isso está nesta ignorância. A base disso está no fato dessa ilusão presente, a ilusão de uma suposta entidade, e agora eu posso dizer, um suposto prisioneiro da mente, se posicionando assim.

A autoinvestigação, que é a base para essa Meditação, que é essa atenção sobre todo esse movimento interno, aí dentro de você, é aquilo que lhe possibilita ver toda essa ilusão, tudo aquilo que o pensamento tem engendrado, tem moldado, tem produzido, em cima da ilusão dessa autoimagem

É aqui que se encontra a possibilidade de uma resposta direta para o fim da confusão interna, para o fim de toda essa desordem, para o fim desse sofrimento, para o fim dessa angústia, desses estados de pessimismo, de derrotismo, de negativismo, assim como também o fim para a ilusão do orgulho, da inveja, da acepção de pessoas, da ilusão de ser uma pessoa e tudo mais.

Então, o ponto aqui é: descubra a Verdade sobre quem Você é e vá além da ilusão, dessa ilusão de prisioneiro, de prisioneiro da mente, de prisioneiro de tudo aquilo que ela representa.

Janeiro de 2022
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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Como observar a mente?

A pergunta, agora, é: como observar a mente? Está aqui essa pergunta: como observar a mente? Se tornando cônscio do movimento dela!

Então, vamos colocar isso de uma forma muito simples: a constatação da Verdade sobre quem Você é, está na atenção sobre si mesma, sobre si mesmo. A condição da mente egoica, a condição da mente comum, a condição desse sentido de separação, que é o sentido do "eu"... Primeiro, é preciso que isso seja visto, que você se torne ciente disso, e você jamais irá se tornar ciente disso se você não se tornar consciente do movimento da mente!

Então, eu chego aqui e digo: você não existe como acredita existir. Você não é uma pessoa. O "sentido de pessoa" é uma fraude, é uma ilusão. Então, você escuta e pode até, a princípio, achar estranho ou, até mesmo, interessante, mas enquanto você não der atenção a esse movimento interno, que é esse movimento de observação de toda essa proposta do pensamento, de tudo que o pensamento representa, de tudo que ele significa, de toda esta flutuação interna de lembranças, de memórias, de sentimentos, de emoções... enquanto você não observar isso, você não se torna, de verdade, ciente da Verdade simples de que não há "pessoa" alguma.

Você se move, com esse "sentido de pessoa", apenas se movendo como uma condição de memória. Essa condição de memória tem formulado uma imagem dela mesma. Essa imagem dela mesma é aquilo que você acredita ser.

Então, quando você se refere a si mesmo usando esse pronome "eu", na verdade você não sabe o que isso representa. Você está se referindo a esse movimento de memória, a esse sentido de personalidade, algo adquirido ao longo de todos esses anos.

Então, se você vem e me pergunta: "Como observar?"... Observando! É necessário dar essa atenção a si mesmo. Um pensamento não é quem Você é; um sentimento não é quem Você é; uma emoção que surge não é quem Você é. Portanto, tudo isso pode ser observado. Assim como você pode observar uma sensação de frio no corpo – e você vai e pega o cobertor e se agasalha, buscando naturalmente o conforto –, essa sensação de frio, da mesma forma, pode ser observada no corpo, e se ela pode ser observada no corpo, o que quer que se passe, também, em sua mente, pode ser observado. Porque, assim como o corpo não é Você, que é essa Consciência que testemunha, que observa, que presencia essa sensação no corpo, essa mesma Consciência é a Verdade que testemunha, que observa, que pode se tornar inteiramente cônscia de todo o assim chamado "movimento da mente".

E isso é fundamental, isso é essencial! Você jamais conhecerá a Liberdade do seu próprio Ser, jamais conhecerá a Felicidade de sua Natureza Verdadeira, que é a sua Natureza Divina, enquanto permanecer se confundindo, se embolando… eu tenho usado a expressão "se identificando" com a mente egoica. Da mesma forma, uma vez que você se identifica com a mente, você termina, também, se identificando com o corpo.

Agora há pouco, eu usei o exemplo do frio. Uma sensação de calor ou frio no corpo é uma sensação num objeto, testemunhado pela Consciência. Mas, como esse hábito de se identificar com a mente egoica é tão arraigado e tão forte, que você também termina se confundindo com o corpo.

Veja, o corpo é uma aparição nessa Consciência, assim como a mente é uma aparição nessa Consciência, mas essa Consciência, que é Você, que é o seu Ser Real, que é a sua "Identidade" Real, não se confunde com isso.

A importância da observação do movimento da mente... isso lhe dá, com o passar do tempo, também, a libertação da identificação com o corpo. Você se desidentifica da mente, você se desidentifica do corpo. Essa identificação com o corpo é quebrada, essa identificação com a mente é quebrada. Então, se sua pergunta é: "Como observar a mente?"... Dando atenção a isso!

Quando um pensamento surge, quando um sentimento surge, isso é o mesmo que uma sensação no corpo surgindo – é algo que pode ser observado, testemunhado, por essa Consciência. Então, o caminho para a Liberação dessa complexidade egoica, deste sofrimento, desta falsa identidade, o caminho passa por esta atenção, por essa observação sobre "quem sou eu", ou sobre "o que sou eu", aqui e agora.

Janeiro de 2022
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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

A Sabedoria do Silêncio

Eu tenho enfatizado muito a questão da Meditação, porque a Meditação é algo fundamental, porque a Meditação é a base para a Sabedoria. A Meditação é aquilo que lhe dá a Constatação da Verdade sobre quem Você é.

Então, livre completamente de toda ilusão que o pensamento produz, você entra em contato direto com a Sabedoria do Silêncio, que é a Sabedoria do seu Ser.

Seu Ser é Silêncio! Essa é a Verdade sobre quem Você é: Silêncio, ausência completa de história, de memória. Toda essa história, toda essa memória, é algo atrelado e ligado a essa forma física, a esse mecanismo, a esse organismo, e não há "você". A sua Natureza é o Silêncio. Eu diria que a sua Natureza Verdadeira é a Sabedoria do Silêncio.

Então, a Meditação é a base para essa Constatação. A autenticidade do seu Ser Divino é esse Silêncio. Quando há Silêncio, nesse Silêncio, a Inteligência se mostra, a Inteligência se revela.

É curioso dizer que a Inteligência é sinônimo de Amor, Real Amor. Quando há essa Inteligência, que é esse Silêncio, estamos diante do Verdadeiro Amor, do Incondicional e Real Amor Divino.

Eu tenho enfatizado muito a importância desse trabalho em si mesmo. Você está aqui para realizar Isso, para realizar a Constatação deste Silêncio, do Silêncio do seu Ser, do Silêncio da Sabedoria.

A Compreensão Divina, a Verdade de Deus, essa Unicidade, essa Realidade Divina, é a Realidade da Meditação. Veja, não é a Meditação como uma técnica ou como uma prática, não é disso que estamos falando. Estamos falando da Meditação como um aparecimento, ou como um surgimento, que, na verdade, poderíamos colocar melhor como o florescimento do seu Ser.

Esse é o seu Estado Real, Natural, de Meditação, que é Consciência, que é o que eu acabo de chamar de Silêncio da Sabedoria, o Silêncio do seu Ser, a Verdade sobre quem Você é.

Todo o sofrimento que você vivencia, ou tem vivenciado até então, é em razão desse afastamento, do afastamento da Verdade sobre você mesma, sobre você mesmo. Ocupado com o que a mente diz, você se afasta e sofre. É o sofrimento de uma falsa identidade, que não é Você, porque a sua Natureza Verdadeira é a Natureza do Silêncio, que é Sabedoria, que é Amor, que é Paz, que é Felicidade.

Janeiro de 2022
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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Viva sem preocupações

A minha recomendação para você é para que você viva livre e se mantenha livre de ocupações psicológicas.

A base de toda preocupação são essas ocupações psicológicas. Tudo que a mente faz é construir ocupações psicológicas, e, com isso, ela sobrevive, dentro dessa condição dela.

A Liberdade de Ser o que Você é o livra completamente dessa ocupação psicológica e, portanto, o livra de toda forma de preocupação. A preocupação é algo que é só uma antecipação do pensamento a alguma situação negativa que pode ocorrer, mas que não, necessariamente, irá ocorrer.

O que eu quero dizer é que muitas das ocupações psicológicas que você tem, podem ou não acontecer, e o pensamento vive construindo isso o tempo todo.

Uma das estratégias do ego, dessa falsa identidade, é se manter vivo pelo sofrimento, e o pensamento de antecipação de algo negativo, que é o que produz preocupações, é uma das formas que a mente egoica se utiliza para se manter viva aí.

A medida para isso é, mais uma vez, se tornar cônscio desse movimento, que é o movimento dessa egoidentidade, que é o movimento desse falso centro, desse falso "eu". A mente vive e se alimenta de conflito. O ego vive e se alimenta de problemas, e pensamentos são problemas. A sua Natureza Real, a sua Natureza Verdadeira, dispensa o movimento do pensamento. Ela é assertiva em lidar com aquilo que acontece aqui e agora. Ela sempre, de uma forma inteligente, viva, real, sabe e pode lidar com aquilo que acontece aqui e agora.

Mas o que o pensamento faz? Por uma questão de hábito, já há muito tempo você vem se identificando com esse processo de pensamentos, em especial de pensamentos negativos, de fracasso, de derrota, de inadequação, de não resultados… Mas, na verdade, o pensamento é sempre pensamento. Quer seja positivo ou negativo, ele é algo, na verdade, inútil, do ponto de vista da Consciência, do ponto de vista da Realidade.

Aprender a lidar consigo mesmo, aprender a responder ao desafio que se mostra aqui e agora, é algo que você precisa fazer e é algo que, naturalmente, acontece quando você está em seu Ser. É algo preciso, é algo completo, é algo sem sofrimento.

Então, a minha recomendação para você é: viva sem preocupações! Viva livre da mente! Viva em seu Ser! Permaneça em seu Ser! O Silêncio é o resultado disso. O Silêncio é aquele que lhe traz, de uma forma direta, a resposta adequada a essa ou aquela situação.

A Vida é completa! Uma vez que você se renda ao Divino, se renda à Verdade, Ele cuidará de tudo. Em outras palavras, Deus é a Verdade do seu Ser. Deus é a Verdade em tudo, e é Ele quem cuida de tudo. Que espaço, que lugar, tem a sua preocupação, sua ansiedade? Que lugar, que espaço, tem o seu modelo de pensamento? Portanto, abandone o pensamento! Viva em seu Ser! Então, toda ação será a ação da Graça, será a ação da Inteligência, será a ação da Verdade.

Nós não podemos mudar o que foi, e, em nossa ilusão – eu digo na ilusão que o pensamento constrói, falando aqui como um representante da humanidade –, nós temos construído um modelo no qual acreditamos que somos capazes de fazer as coisas. Isso não é verdade! Só há um Poder fazendo tudo, só há um Poder resolvendo tudo, solucionando tudo e colocando, também, tudo em xeque, e fazendo como sempre lhe apraz. Esse Poder é o Poder Divino, é o Poder da Graça, é o Poder da Verdade! Permaneça aí, permaneça Nela, e tudo encontra o seu lugar certo, seu lugar adequado.

Portanto, não se preocupe. Confie na Graça, renda-se à Verdade. Viva a Verdade e seja Feliz. Essa é a sua Natureza, para isso você está aqui: para viver Isso, para viver a Verdade, para viver em Deus!

Janeiro de 2022
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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

Prazer e medo

Veja, o medo é algo inerente a esse sentido de dualidade, a esse sentido de separação. Então, enquanto permanece a ilusão de uma identidade se separando da vida, se separando da existência, o medo permanece.

O medo é algo que incomoda, é algo que perturba, é algo que aflige. O medo é uma forma muito densa, muito pesada, de sofrimento, mas esse sofrimento é algo inerente a esse ser psicológico, a essa falsa identidade.

Então, a gente não consegue se livrar do medo, como "pessoa". Nós nos livramos da ilusão do "sentido de pessoa," e isso é o fim do medo.

Há todo um movimento interno nesse "sentido de pessoa", nesse "sentido de um eu", de uma "identidade separada", para o qual já ficou clara a dificuldade de lidar com o medo. Então, para superar isso, ele vive numa contínua busca pelo prazer. Ele sempre vai tentar substituir o medo pelo prazer; el vai sempre em busca de mais satisfação, mais realização, mais preenchimento no prazer, para afastar o medo, e isso não resolve!

Então, temos, na verdade, o medo e o prazer como dois lados de uma única moeda. Essa moeda chama-se "sentido de separatividade". A sua dor, que é a dor do medo, você procura superar pela satisfação, pelo preenchimento do prazer. Isso é essa única moeda, a moeda do "sentido de separação", desse "sentido de separatividade".

Então, é inerente a essa dualidade, a esse "eu", vivenciar prazer e medo, viver nessa constante procura do afastamento do medo, nessa busca constante por prazer. Então, estamos tratando de algo inerente a esse "sentido de ser" psicológico, a esse falso centro. O ego é isso, basicamente. Podemos substituir a palavra "medo", também, por "dor". Então, a gente tem aqui prazer e dor ou prazer e medo.

Podemos ir além disso, podemos compreender o que isso representa, e essa é a forma da liberação ou da libertação desaa condição de prazer e dor ou prazer e medo. Quando tratamos de prazer e medo ou prazer e dor, estamos tratando de algo que é parte da ilusão, desse "sentido de separação". Então, a Iluminação, o Despertar ou o Florescer de sua Natureza Real, é o fim disso.

Quando meu Mestre apareceu, ele me mostrou que a Liberação estava no reconhecimento da Verdade sobre quem Eu Sou, e esse reconhecimento seria o fim da ilusão de quem eu acreditava ser. Então, é disso que estamos tratando com você. O reconhecimento da Verdade sobre Si é o fim da ilusão, da ideia, da crença, da imagem que você tem sobre quem é você.

Então, se temos real interesse na Verdade de quem somos, já estamos maduros o suficiente para a Felicidade, para o fim do medo; medo esse presente, repito, nesse "sentido de separação". Então, a causa de tudo isso, a razão de tudo isso, dessa constante procura pelo prazer e de fuga do medo, está nessa ilusão: na ilusão desse falso "eu". É basicamente isso. É basicamente assim.

Janeiro de 2022
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terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Resistência à mudança

É muito comum alguns se aproximarem e perguntarem sobre a importância da mudança e essa questão da resistência à mudança. Veja, o meu enfoque aqui com você não é nessa questão.

O estado egoico é um estado de inadequação e, em razão disso, ele sofre, e a alternativa que ele cria é a de uma suposta necessidade: a necessidade da mudança. Depois, ele vem com essa outra questão da resistência à mudança.

Então, primeiro, ele acredita que precisa de uma mudança. Depois, ele vê a dificuldade e diz: "Por que há tanta resistência? Qual é a razão dessa resistência à mudança?".

Aqui, meu enfoque com você está na atenção a esse movimento egoico, e não na tentativa de que esse modelo egoico mude. Se ele muda, ele apenas é o mesmo, de uma forma diferente.

A pergunta que eu quero lhe fazer é: o que aconteceria se você apenas testemunhasse esse movimento, se colocasse Consciência sobre esse movimento inconsciente da mente egoica? É nisso que estamos interessados em Satsang.

Essa Consciência sobre si mesmo se torna responsável pelo fim dessa antiga e velha condição. Eu não chamaria isso de mudança, eu chamaria isso de reconhecimento da Verdade.

Você tem tido toda uma postura centrada nessa falsa identidade em razão da ignorância. Essa ignorância é inconsciência, e esse é o estado comum dessa egoidentidade, com a qual você se confunde, com a qual você se identifica. Mas, se você coloca atenção sobre esse movimento da mente, que está produzindo essas imagens, essas crenças e esses padrões de comportamento, tudo isso é quebrado, tudo isso é desfeito, tudo isso desaparece, porque a base disso é essa inconsciência.

Então, não é de mudança que você precisa, é de reconhecimento sobre quem ou o que, na verdade, é Você, "o que Eu sou?", "quem "Eu sou?". Uma vez que isso não esteja claro, você estará sempre se confundindo, se identificando, com o que você não é. Em razão disso, todo esse comportamento equivocado.

Esse comportamento é uma externalização desse equívoco interno, dessa identificação com toda essa confusão interna, psicológica. Então, estar se confundindo com esse falso centro é a causa da desordem, é a causa do sofrimento. Então, aqui a questão é: "Quem Sou Eu?", e não: "Como devo ser?", "O que preciso ser?", "Aonde tenho que chegar?", "O que preciso fazer?", "O quanto eu preciso mudar?" Portanto, não se trata disso. Trata-se, basicamente, desse reconhecimento Daquilo que é Você, aqui e agora. Isso é a resposta! É aqui que está o final para essa confusão! É isso que importa! O reconhecimento da Verdade sobre Si mesmo é tudo o que você, de fato, precisa.

Janeiro de 2022
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