Quanto a essa questão, de “como reconhecer o Guru Real nesse mercado de gurus que cada dia aumenta mais”, não se preocupe com isso, não! Você vai se enganar, se quiser saber “quem é quem”. Você não vai se enganar, somente, se deixar Deus fazer isso por você. Se você for real, Deus jamais vai ser irreal para você. Se você for real, Deus é Real e Deus é Real quando você é real. Quando você é real, tudo está no lugar, tudo está aparecendo para você como tem que aparecer. É o que você precisa no momento.
Quando Ramana apareceu, eu tinha tudo para rejeitá-lo... Toda minha formação intelectual e teológica era para rejeitar a presença de um Mestre que não fosse Jesus Cristo, e o pior, sem corpo, já morto. Um homem sem corpo, morto! Mas havia algo aqui que era autêntico. O desejo por Deus e pela liberação era autêntico, então, não podia ser uma ilusão ou algo vindo do mal, do demônio, do diabo. Se eu estava orando a Cristo e, naqueles dias, em jejum de 24 horas, como eu fazia naquela época, todo sábado, para encontrar Deus, não podia ser o diabo que estava aparecendo para mim, naquele momento.
Ou eu ficava com essa confiança na oração ou ficava com os pensamentos da teologia, que eu havia estudado durante tanto tempo, lendo a Bíblia e tinha escutado no seminário... Eu ficava com o que aquecia meu coração e me preenchia de um amor indizível e de um silêncio indescritível, ou ficava com os pensamentos em tumulto, em dúvida, em confusão, em medo, como: “É Cristo ou é o diabo?” ou “o que é isso que está acontecendo?”. Vinham, também, pensamentos como: ”Você está ficando louco”, “O que é isso? Isso é doideira”, ”Você está perdendo o juízo!”, “Você está... Você está...!” Ou eu ficava com estes pensamentos ou ficava aqui, nesse Espaço de indizível e indescritível silêncio e alegria, invadido por um amor que eu nunca havia sentido antes, por nada, por ninguém, por coisa alguma nesse mundo.
Não se preocupe, não! Não se preocupe! Deus vai saber cuidar disso. Ele sempre soube cuidar de tudo.
O desafio... O grande desafio é que, com essa Presença, a “pessoa” morre e ela não quer morrer, não quer sair do controle. Um Mestre vivo é a última estação do metrô, é a última parada — desembarque obrigatório! Lá vem uma voz dizendo assim: “Senhores passageiros, chega de viajar! Estação Terminal!” E o medo de enfrentar o que está depois da porta, do lado de fora? "Será um mundo real? Será uma vida real? Será que ainda estarei vivo, ou morto, se eu sair por esta porta, que acabou de abrir, ouvindo essa voz que diz: 'Desembarque obrigatório!'?" Esse é o desafio!
Diante da Verdade (que é o Guru Real) não vai haver escolha, você não quer escolha, se o que queimou aí, durante todo esse tempo, foi o fogo pela Verdade e se você não está brincando com essa coisa, se não está mentindo, não quer mais a mentira. Então, não se preocupe! Preocupe-se, não! Como falamos, agora há pouco, o sono aconteceu e sair do sono também só acontece. Ele cuida disso! Deixe tudo com Bhagavan. Ele dizia: "Bhagavan cuida!". Essa foi uma de suas promessas. Essa é a promessa de Bhagavan, é a promessa do Satguru.
Esse é um caminho que nem os loucos erram. Na Bíblia há um versículo assim: "Nem os loucos errarão o caminho!" Sem ego, aí, você não pode ver ego aqui. Lembra o exemplo do espelho? Quando olha para o espelho, você não vê o espelho, vê a si mesma (si mesmo). Então, o problema não está lá, o problema está aqui.
A pergunta que eu faço para você é: Você pode confiar nisso? Você pode confiar em uma mente que está, há milênios, só contando historinhas e fazendo um mundo de histórias, dizendo que você é feio, que não merece, não vale nada, ou que você é um pecador, merecedor do inferno? Ou que está dizendo o oposto, que você é muito importante, é uma alma preciosa, é mais bonito do que todo mundo e mais merecedor, do que todos à sua volta, do melhor de todas as coisas? A pergunta é: Você pode confiar nesses sentimentos? Você pode confiar? Uma hora você está alegre, outra hora está triste; uma hora você está bem, outra hora está mal; uma hora você está amando, outra está odiando; uma hora você está tão seguro da verdade e outra hora está tão decepcionado, sentindo-se frustrado por acreditar que foi enganado.
Dá para você confiar nas emoções? Dá para confiar nas sensações? Está calor ou está frio? Dá para confiar nessas conclusões acerca do que é e do que não é? Dá para confiar nesse movimento da mente? Hein? Dá para confiar nisso? Dá para confiar que está ou que não está? Que iluminou ou que não iluminou? Dá para confiar? Dá para confiar no que você diz, no que escreve ou no que outros lhe dizem, ou no que você lê do que outros escreveram? Dá para confiar? Dá para confiar em si mesma, em si mesmo? Dá para confiar? Ok! Então, despreocupe-se! Despreocupe-se! Relaxe! Isso não é assunto seu!
Quando eu falo de entrega, o ego fica assombrado (para não dizer assustado, fica assombrado), porque tudo o que ele quer é se manter no controle. Quando eu falo de entrega, falo exatamente isso que estou colocando para você: abandonar-se, lançar-se, soltar-se aos pés da Graça, de Deus... "Mas, aí, quando você usa a palavra Deus, do que você está falando, Mestre?"... "Oh, Guru, do que você está falando? Eu fico tão confortável quando você usa a palavra Deus, e, quando usa a palavra Consciência, fico um pouco, ainda. Quando usa a palavra Guru, me desconserta todo!"... "Oh, Guru, onde estão seus pés, para que eu me lance aos seus pés? Se me lançar aos seus pés, estarei me lançando aos pés de quem?".
Toda essa briga com palavras, que você tem aí, tem que cair, porque isso está, também, nesta autoconfiança, nessa ilusão de acreditar que sabe. Sabe nada! Se soubesse já tinha resolvido tudo. Se você soubesse alguma coisa sobre a verdade, já estaria livre, porque a Verdade não vem em partes; não é como as prestações das Casas Bahia, que você vai pagando até liquidar um dia. A verdade é como um bloco assim: oh... boom... Ele cai sobre você e o esmaga. Você não sabe o que é a Verdade, mas tem essa arrogância de acreditar que sabe: onde está e não está a verdade; onde está Deus e onde Ele não está; o que é verdadeiro, o que é falso, o que é real e o que não é real para si mesma. No entanto, você está como uma barata tonta.
Quando eu falo de entrega, estou falando dessa coisa de desistir... Desistir de confiar em si mesmo. Repare que isso é o oposto de tudo o que vocês aprenderam durante a vida inteira - a autoafirmação. Desistam de tudo o que vocês ouviram, já leram "sobre", aprenderam, no curso de autoajuda, em livro de autoajuda, em terapias, ajudas para se curarem (Do que? De quem? Que cura é essa? Quem pode ser curado? Quem pode ser salvo? Quem sabe?). Quem aí conhece a Verdade? Quando eu falo de entrega, estou falando de desistir disso tudo, de deixar que essa Consciência, essa Presença, esse Guru (dê qualquer nome para isso), cuide... Cuide do assunto... Cuide desse assunto. Ramana dizia: "Deixe com Bhagavan, que Bhagavan cuida!"
Treze de abril do ano de mil novecentos e cinquenta (13/04/1950), era uma manhã... O sol estava preenchendo toda aquela montanha, as nuvens de uma beleza extraordinária no céu azul, os pássaros cantando... Todos em volta de Ramana, naquela manhã, tremendamente preocupados com aquele quadro. Nas últimas noites, aquele que dormia com Bhagavan tinha comentado que seu corpo gemia sob aquela dor, debaixo daquela dor do câncer, daquela doença fatal. Todos estavam preocupados naquela manhã! Ele abre a boca, olhando para todos, com olhar indescritível, num profundo silêncio, numa completa desidentificação com o corpo, e diz para todos ali: "Por que vocês estão tão preocupados? Tudo estará bem amanhã! Amanhã tudo ficará bem!".
O dia seguinte chega... Quatorze de abril, um dia de Presença indizível no Ashram, um Silêncio, uma Graça, um poder imperioso, banhando toda aquela montanha de Arunachala. O sol se põe naquele dia e, às 20h47min (naquele dia, 14 de abril de 1950, um minuto antes), o pavão faz aquele barulho comum, que todos os pavões fazem... Um deles faz aquele barulho, aquele som, uma mistura de cântico com um grito ensurdecedor. Ramana, que estava deitado, faz um esforço para se assentar (e alguns o ajudam naquele momento)... Ele ainda consegue se assentar, naquele 1 minuto antes (20h47min), e, depois daquele som do pavão, suas últimas palavras são: "Já deram comida para ele?". Ele repete, perguntando pela segunda vez: "Vocês já deram comida para ele?". Aquele Silêncio volta novamente e eles percebem, sentem, que é o momento de deixar o Mestre assentado. Naquele instante, tudo fica bem! Acontece sua última inspiração.
Não se preocupem! O Guru sempre é real, se a devoção é real! Ele sempre é a Verdade, se você é a Verdade. Tudo termina ficando bem, muito bem, sempre bem!
Quando Ramana apareceu, eu tinha tudo para rejeitá-lo... Toda minha formação intelectual e teológica era para rejeitar a presença de um Mestre que não fosse Jesus Cristo, e o pior, sem corpo, já morto. Um homem sem corpo, morto! Mas havia algo aqui que era autêntico. O desejo por Deus e pela liberação era autêntico, então, não podia ser uma ilusão ou algo vindo do mal, do demônio, do diabo. Se eu estava orando a Cristo e, naqueles dias, em jejum de 24 horas, como eu fazia naquela época, todo sábado, para encontrar Deus, não podia ser o diabo que estava aparecendo para mim, naquele momento.
Ou eu ficava com essa confiança na oração ou ficava com os pensamentos da teologia, que eu havia estudado durante tanto tempo, lendo a Bíblia e tinha escutado no seminário... Eu ficava com o que aquecia meu coração e me preenchia de um amor indizível e de um silêncio indescritível, ou ficava com os pensamentos em tumulto, em dúvida, em confusão, em medo, como: “É Cristo ou é o diabo?” ou “o que é isso que está acontecendo?”. Vinham, também, pensamentos como: ”Você está ficando louco”, “O que é isso? Isso é doideira”, ”Você está perdendo o juízo!”, “Você está... Você está...!” Ou eu ficava com estes pensamentos ou ficava aqui, nesse Espaço de indizível e indescritível silêncio e alegria, invadido por um amor que eu nunca havia sentido antes, por nada, por ninguém, por coisa alguma nesse mundo.
Não se preocupe, não! Não se preocupe! Deus vai saber cuidar disso. Ele sempre soube cuidar de tudo.
O desafio... O grande desafio é que, com essa Presença, a “pessoa” morre e ela não quer morrer, não quer sair do controle. Um Mestre vivo é a última estação do metrô, é a última parada — desembarque obrigatório! Lá vem uma voz dizendo assim: “Senhores passageiros, chega de viajar! Estação Terminal!” E o medo de enfrentar o que está depois da porta, do lado de fora? "Será um mundo real? Será uma vida real? Será que ainda estarei vivo, ou morto, se eu sair por esta porta, que acabou de abrir, ouvindo essa voz que diz: 'Desembarque obrigatório!'?" Esse é o desafio!
Diante da Verdade (que é o Guru Real) não vai haver escolha, você não quer escolha, se o que queimou aí, durante todo esse tempo, foi o fogo pela Verdade e se você não está brincando com essa coisa, se não está mentindo, não quer mais a mentira. Então, não se preocupe! Preocupe-se, não! Como falamos, agora há pouco, o sono aconteceu e sair do sono também só acontece. Ele cuida disso! Deixe tudo com Bhagavan. Ele dizia: "Bhagavan cuida!". Essa foi uma de suas promessas. Essa é a promessa de Bhagavan, é a promessa do Satguru.
Esse é um caminho que nem os loucos erram. Na Bíblia há um versículo assim: "Nem os loucos errarão o caminho!" Sem ego, aí, você não pode ver ego aqui. Lembra o exemplo do espelho? Quando olha para o espelho, você não vê o espelho, vê a si mesma (si mesmo). Então, o problema não está lá, o problema está aqui.
A pergunta que eu faço para você é: Você pode confiar nisso? Você pode confiar em uma mente que está, há milênios, só contando historinhas e fazendo um mundo de histórias, dizendo que você é feio, que não merece, não vale nada, ou que você é um pecador, merecedor do inferno? Ou que está dizendo o oposto, que você é muito importante, é uma alma preciosa, é mais bonito do que todo mundo e mais merecedor, do que todos à sua volta, do melhor de todas as coisas? A pergunta é: Você pode confiar nesses sentimentos? Você pode confiar? Uma hora você está alegre, outra hora está triste; uma hora você está bem, outra hora está mal; uma hora você está amando, outra está odiando; uma hora você está tão seguro da verdade e outra hora está tão decepcionado, sentindo-se frustrado por acreditar que foi enganado.
Dá para você confiar nas emoções? Dá para confiar nas sensações? Está calor ou está frio? Dá para confiar nessas conclusões acerca do que é e do que não é? Dá para confiar nesse movimento da mente? Hein? Dá para confiar nisso? Dá para confiar que está ou que não está? Que iluminou ou que não iluminou? Dá para confiar? Dá para confiar no que você diz, no que escreve ou no que outros lhe dizem, ou no que você lê do que outros escreveram? Dá para confiar? Dá para confiar em si mesma, em si mesmo? Dá para confiar? Ok! Então, despreocupe-se! Despreocupe-se! Relaxe! Isso não é assunto seu!
Quando eu falo de entrega, o ego fica assombrado (para não dizer assustado, fica assombrado), porque tudo o que ele quer é se manter no controle. Quando eu falo de entrega, falo exatamente isso que estou colocando para você: abandonar-se, lançar-se, soltar-se aos pés da Graça, de Deus... "Mas, aí, quando você usa a palavra Deus, do que você está falando, Mestre?"... "Oh, Guru, do que você está falando? Eu fico tão confortável quando você usa a palavra Deus, e, quando usa a palavra Consciência, fico um pouco, ainda. Quando usa a palavra Guru, me desconserta todo!"... "Oh, Guru, onde estão seus pés, para que eu me lance aos seus pés? Se me lançar aos seus pés, estarei me lançando aos pés de quem?".
Toda essa briga com palavras, que você tem aí, tem que cair, porque isso está, também, nesta autoconfiança, nessa ilusão de acreditar que sabe. Sabe nada! Se soubesse já tinha resolvido tudo. Se você soubesse alguma coisa sobre a verdade, já estaria livre, porque a Verdade não vem em partes; não é como as prestações das Casas Bahia, que você vai pagando até liquidar um dia. A verdade é como um bloco assim: oh... boom... Ele cai sobre você e o esmaga. Você não sabe o que é a Verdade, mas tem essa arrogância de acreditar que sabe: onde está e não está a verdade; onde está Deus e onde Ele não está; o que é verdadeiro, o que é falso, o que é real e o que não é real para si mesma. No entanto, você está como uma barata tonta.
Quando eu falo de entrega, estou falando dessa coisa de desistir... Desistir de confiar em si mesmo. Repare que isso é o oposto de tudo o que vocês aprenderam durante a vida inteira - a autoafirmação. Desistam de tudo o que vocês ouviram, já leram "sobre", aprenderam, no curso de autoajuda, em livro de autoajuda, em terapias, ajudas para se curarem (Do que? De quem? Que cura é essa? Quem pode ser curado? Quem pode ser salvo? Quem sabe?). Quem aí conhece a Verdade? Quando eu falo de entrega, estou falando de desistir disso tudo, de deixar que essa Consciência, essa Presença, esse Guru (dê qualquer nome para isso), cuide... Cuide do assunto... Cuide desse assunto. Ramana dizia: "Deixe com Bhagavan, que Bhagavan cuida!"
Treze de abril do ano de mil novecentos e cinquenta (13/04/1950), era uma manhã... O sol estava preenchendo toda aquela montanha, as nuvens de uma beleza extraordinária no céu azul, os pássaros cantando... Todos em volta de Ramana, naquela manhã, tremendamente preocupados com aquele quadro. Nas últimas noites, aquele que dormia com Bhagavan tinha comentado que seu corpo gemia sob aquela dor, debaixo daquela dor do câncer, daquela doença fatal. Todos estavam preocupados naquela manhã! Ele abre a boca, olhando para todos, com olhar indescritível, num profundo silêncio, numa completa desidentificação com o corpo, e diz para todos ali: "Por que vocês estão tão preocupados? Tudo estará bem amanhã! Amanhã tudo ficará bem!".
O dia seguinte chega... Quatorze de abril, um dia de Presença indizível no Ashram, um Silêncio, uma Graça, um poder imperioso, banhando toda aquela montanha de Arunachala. O sol se põe naquele dia e, às 20h47min (naquele dia, 14 de abril de 1950, um minuto antes), o pavão faz aquele barulho comum, que todos os pavões fazem... Um deles faz aquele barulho, aquele som, uma mistura de cântico com um grito ensurdecedor. Ramana, que estava deitado, faz um esforço para se assentar (e alguns o ajudam naquele momento)... Ele ainda consegue se assentar, naquele 1 minuto antes (20h47min), e, depois daquele som do pavão, suas últimas palavras são: "Já deram comida para ele?". Ele repete, perguntando pela segunda vez: "Vocês já deram comida para ele?". Aquele Silêncio volta novamente e eles percebem, sentem, que é o momento de deixar o Mestre assentado. Naquele instante, tudo fica bem! Acontece sua última inspiração.
Não se preocupem! O Guru sempre é real, se a devoção é real! Ele sempre é a Verdade, se você é a Verdade. Tudo termina ficando bem, muito bem, sempre bem!
*Transcrito a partir de uma fala em um encontro presencial na cidade de Campos do Jordão, no Ramanashram Gualberto, em Junho se 2016. Acesse a nossa agenda e se programa para estar conosco: http://mestregualberto.com/agenda/agenda-satsang.