Talvez você me pergunte o que é meditação. Meditação? Não medite sobre isso. Se alguém lhe manda parar de pensar, e você se esforça nessa direção, você logo descobre que não há como. Isso porque o pensamento acontece sem você. E aqui nós temos algo interessante a ser dito: da mesma forma, a meditação é algo que acontece sem você. Assim como o esforço não faz o pensamento parar de acontecer, a meditação não requer esforço para que aconteça.
O seu Estado Natural já é meditativo, quando não há identificação com a mente. Quando não há essa obsessão, essa fixação, essa importância indevida que temos dado ao pensamento, a meditação está presente; e isso é muito natural.
Escute com calma isso. Eu estou dizendo que, quando você olha alguma coisa, o pensamento não está presente, mas um segundo depois ele surge, e, quando surge, diz "eu quero", ou "eu não quero"; "eu gosto" ou "não gosto"; ou qualquer outra coisa. Porém, nesse momento do olhar, nesse instante do olhar, não há pensamento. É assim também essa coisa de ouvir. Você ouve um som, e nesse momento exato de escuta não há qualquer interpretação dele, nenhum "gosto", "não gosto", "me perturba", "não me perturba", "é bom" ou "é ruim". Assim sendo, eu quero convidá-lo a ficar aí, apenas no ouvir, sem julgar, sem traduzir, sem interpretar. Ficar aí no olhar, no ver, sem dizer "gosto" ou "não gosto". Isso é possível quando você está atento a esse movimento do pensamento que acontece. Essa atenção põe fim a este padrão condicionado, que é um padrão mental, que está sempre nos colocando nesse desafio não natural de "ser alguém", de "ser alguma coisa" – "alguém" que gosta ou não gosta de algo, que escuta, ou que vê algo. Vocês acompanharam o que eu disse?
Ser natural é não ser "alguém" aqui, neste instante. Isso, gente, é tão simples... Isso é muito simples! Esse é o trabalho. Reparem: não é o seu trabalho, é só o trabalho. Porque, se você entra para fazer alguma coisa, você destrói isso. Você não entra aí, o trabalho acontece sem você. Você não está inserido nisso, não está envolvido nisso, não tem nada a ver com isso.
Nós temos isso, muito forte dentro de cada um de nós, que é essa coisa de aparecer, sempre. Sobretudo quando não somos solicitados, nós temos que aparecer! Você não tem que se envolver com qualquer coisa, nem se envolver com tudo, mas a mente está sempre se envolvendo com qualquer coisa, sempre se envolvendo com tudo, e isso quebra, desfaz, sua naturalidade, seu Estado Natural, que é Silêncio, que é Quietude, que é Paz.
Então, eu quero dizer a você: fique aí! Mesmo quando você sair e estiver do "lado de fora" falando, conversando, tendo que tomar posições, ter suas posições, mesmo que você tiver que estar aí do "lado de fora", não saia de casa, permaneça aí! Essa é a arte de Ser, de ser você mesmo, ser você mesma. Isso é natural, muito natural. Há uma "disciplina" presente, mas é uma disciplina de uma ordem nova – é a disciplina da autoinvestigação, da meditação e da entrega. Está claro isso? Isso vem naturalmente, tão natural quanto o peixe a nadar, a ave a voar e o sol a brilhar. Isso é ser natural.
O seu Estado Natural já é meditativo, quando não há identificação com a mente. Quando não há essa obsessão, essa fixação, essa importância indevida que temos dado ao pensamento, a meditação está presente; e isso é muito natural.
Escute com calma isso. Eu estou dizendo que, quando você olha alguma coisa, o pensamento não está presente, mas um segundo depois ele surge, e, quando surge, diz "eu quero", ou "eu não quero"; "eu gosto" ou "não gosto"; ou qualquer outra coisa. Porém, nesse momento do olhar, nesse instante do olhar, não há pensamento. É assim também essa coisa de ouvir. Você ouve um som, e nesse momento exato de escuta não há qualquer interpretação dele, nenhum "gosto", "não gosto", "me perturba", "não me perturba", "é bom" ou "é ruim". Assim sendo, eu quero convidá-lo a ficar aí, apenas no ouvir, sem julgar, sem traduzir, sem interpretar. Ficar aí no olhar, no ver, sem dizer "gosto" ou "não gosto". Isso é possível quando você está atento a esse movimento do pensamento que acontece. Essa atenção põe fim a este padrão condicionado, que é um padrão mental, que está sempre nos colocando nesse desafio não natural de "ser alguém", de "ser alguma coisa" – "alguém" que gosta ou não gosta de algo, que escuta, ou que vê algo. Vocês acompanharam o que eu disse?
Ser natural é não ser "alguém" aqui, neste instante. Isso, gente, é tão simples... Isso é muito simples! Esse é o trabalho. Reparem: não é o seu trabalho, é só o trabalho. Porque, se você entra para fazer alguma coisa, você destrói isso. Você não entra aí, o trabalho acontece sem você. Você não está inserido nisso, não está envolvido nisso, não tem nada a ver com isso.
Nós temos isso, muito forte dentro de cada um de nós, que é essa coisa de aparecer, sempre. Sobretudo quando não somos solicitados, nós temos que aparecer! Você não tem que se envolver com qualquer coisa, nem se envolver com tudo, mas a mente está sempre se envolvendo com qualquer coisa, sempre se envolvendo com tudo, e isso quebra, desfaz, sua naturalidade, seu Estado Natural, que é Silêncio, que é Quietude, que é Paz.
Então, eu quero dizer a você: fique aí! Mesmo quando você sair e estiver do "lado de fora" falando, conversando, tendo que tomar posições, ter suas posições, mesmo que você tiver que estar aí do "lado de fora", não saia de casa, permaneça aí! Essa é a arte de Ser, de ser você mesmo, ser você mesma. Isso é natural, muito natural. Há uma "disciplina" presente, mas é uma disciplina de uma ordem nova – é a disciplina da autoinvestigação, da meditação e da entrega. Está claro isso? Isso vem naturalmente, tão natural quanto o peixe a nadar, a ave a voar e o sol a brilhar. Isso é ser natural.
*Transcrito de uma fala ocorrida em fevereiro de 2012. Para informações sobre os nossos encontros, clique aqui.
Simplesmente lindo!
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