Diante de pensamentos, não se importe com eles -são só pensamentos. A coisa mais difícil não é se livrar do sentido de virtude, mas sim livrar-se do sentido de culpa. Você fica muito mais vivo na culpa do que na virtude. O ego ama muito mais ser culpado do que ser o herói. A culpa demora muito mais tempo para ser desfrutada pelo ego. Ser herói é uma coisa rápida, pois logo todos esquecem. Porém, ao ser culpado você vai poder trabalhar muito por isso, além de ter muito ganho em cima disso.
Participante 01: Quando a gente vê a mente como uma coisa só, fica mais fácil perceber que os pensamentos não são seus. Não são produção "minha."
Mestre Gualberto: Não tem "minha" mente ou a "sua" mente. Só tem a mente. É só a mente. Não é a "sua" mente. Não foi você, pois você é uma fantasia; é essa "pessoa" que se sentiu culpada ou se sentiu mal por isso. Não tem uma pessoa sentindo-se mal por isso; é uma fantasia de "alguém" sentindo-se mal por isso.
Participante 02: Mestre, também não tem "alguém" para sentir vergonha do que pensa, não é?
Mestre Gualberto: absolutamente! Não dá para ter vergonha. Você tem que ser alguém importante demais para ter vergonha disso. Você tem que ser "alguém" muito importante e trabalhar forte por isso, para ter essa vergonha. Ao ser sem ego, você não tem ganho nenhum. Ser ego dá muito ganho; dá o ganho da vergonha, da culpa.
Participante 02: Mestre, esse pensamento vem de onde?
Mestre Gualberto: Esse pensamento vem da mente. De onde vem essa mente? Da Consciência. De qualquer forma, ainda não é problema de alguém particular.
Participante 01: Os pensamentos de culpa, de arrogância, de inveja, libido estão todos passando. Só surge o arrogante, o libidinoso e o culpado quando você se apossa de um desses pensamentos.
Participante 03: Os pensamentos estão passando, mas parece que eles são adequados a cada um, a cada mecanismo.
Mestre Gualberto: Sim, por um tempo, porque há um condicionamento de cada mecanismo para sempre acolher, como essa suposta identidade, esses pensamentos. Se esse vício começa a cair, já não são mais acolhidos, começa a haver uma configuração nova na máquina, e isso para de se repetir. Esse processo para de se repetir, e é por isso que cai, desaparece. Esses pensamentos são viciosos e estão aparecendo para um viciado, mas, se o viciado já não está mais presente, eles vão perder a força, desaparecer, procurar outro corpo. Vai haver um exorcismo aí, porque você, como Consciência, estará exorcizando essa suposta entidade separada. Sem essa entidade separada, os pensamentos são convidados não gratos, porque eles terminam não sendo aceitos, hospedados, e vão desistir de você.
Você não mata o ego. O ego é uma ilusão. Se você para de alimentar a ideia de um ego presente, os pensamentos desaparecem. Você não pode matar o ego, mas pode sustentar a vida de um ego, sustentando pensamentos – pensamentos como esses ou como aqueles.
Estou dando a chave para você viver sem ego. Agora, você tem que usar essa chave. Quanto mais você a usa, mais fácil fica para ela entrar na fechadura; ela amacia. Cada vez fica mais fácil abrir a porta, mas tem que trabalhar isso. Esse trabalho não é seu, porque você não está aí. É um trabalho da Consciência, da Graça, de Deus... um trabalho do Mestre. É um trabalho que acontece naturalmente.
Participante 02: Mestre, quando o Senhor diz que não é um trabalho nosso, eu percebo claramente que não é nosso. Mas a gente constata as coisas acontecendo. Seria a mente constatando isso? Se isso acontece pela mente, ainda, é a mente se analisando?
Mestre Gualberto: Onde o constatar acontece? Será que a mente pode constatar "ela mesma"? Constatar é uma coisa, analisar é outra. Você constata e deixa solto. Se você analisa, você captura, está aí, é o ego – e já foi capturado. O constatar é um trabalho da Consciência. Não é você, é a Consciência. Não é você ego, é você como Consciência.
Então, o trabalho, realmente, é só seu, mas não é do ego, não é da pessoa. Constatar é um trabalho da Graça. Todo o meu trabalho com você em Satsang é exercitar essa chama chamada Consciência. A gente passa dois dias aqui exercitando isso. Amanhã a gente faz um retiro, exercitando Consciência. Exercitar Consciência é só exercitar esse poder de perceber, e isso basta.
Você apenas percebe, não salta sobre esse pensamento, não veste a carapuça. Pronto! O trabalho é esse. Esses pensamentos "vindo" é o que na Índia eles chamam de vasana, que são as tendências latentes da mente. Elas podem ser acolhidas ou podem, apenas, ser presenciadas. Se forem somente presenciadas, elas vão terminar cansando de aparecer e vão desaparecer, porque elas não terão uma casa para se hospedar.
Chega um tempo em que a vasana não bate mais na porta. Enquanto ela estiver batendo na porta, OK!... paciência, paciência e paciência. Chega um momento em que ela não bate mais. Assim é quando você começa a descobrir que sumiu esse ou aquele padrão, mas nem sabe para onde foi. E por que não sabe? Porque você não estava lá... Ele nunca foi seu mesmo. Trabalho de quem? Da Graça, da Consciência ou do Mestre – dá no mesmo. Por isso quando se diz que é o Mestre quem lhe dá a Iluminação, é Ele mesmo. É a Consciência.
Então, vamos lá. Constatar é um trabalho da Consciência. Apoderar-se daquilo que está aparecendo é trabalho seu. Esse "seu trabalho" é o trabalho de ser "alguém", e é aí que fica essa coisa: "me senti mal, me senti bem". Porque passou um segundo, a "coisa" já capturou você... Aí, pronto, começa a análise...
Participante 02: Só que isso é muito rápido. Quando você vê, você já está capturado.
Mestre Gualberto: Muito rápido. Ver um pensamento e não se identificar... Ver uma sensação e não se identificar... Ver uma história e não se identificar... Isso não é trabalho seu, e sim trabalho da Graça. Aqui, você fica dizendo assim: "é muito claro diante do Mestre, é muito claro Isso!". E você pergunta: "por que lá fora não é claro?" – Porque você está muito viciado em "ser alguém" lá fora. E aqui, o poder dessa Presença é tão grande, que isso desmonta e você diz que aqui é fácil e lá não. Aqui, basta Eu olhar para os seus olhos e desmonta, porque há muita Presença aqui.
Sabe aquele fogo que vem queimando tudo? É isso. Você aqui está sob um fogareiro. Eu estou trazendo você para o fogo. Sua mente se distrai, e eu trago você para o fogo. Então, não tem espaço para o ego, porque você não me encontra no ego, você me encontra como Consciência. Você está lidando com a Consciência na forma. E isso é muito atrativo.
Participante 01: Quando a gente vê a mente como uma coisa só, fica mais fácil perceber que os pensamentos não são seus. Não são produção "minha."
Mestre Gualberto: Não tem "minha" mente ou a "sua" mente. Só tem a mente. É só a mente. Não é a "sua" mente. Não foi você, pois você é uma fantasia; é essa "pessoa" que se sentiu culpada ou se sentiu mal por isso. Não tem uma pessoa sentindo-se mal por isso; é uma fantasia de "alguém" sentindo-se mal por isso.
Participante 02: Mestre, também não tem "alguém" para sentir vergonha do que pensa, não é?
Mestre Gualberto: absolutamente! Não dá para ter vergonha. Você tem que ser alguém importante demais para ter vergonha disso. Você tem que ser "alguém" muito importante e trabalhar forte por isso, para ter essa vergonha. Ao ser sem ego, você não tem ganho nenhum. Ser ego dá muito ganho; dá o ganho da vergonha, da culpa.
Participante 02: Mestre, esse pensamento vem de onde?
Mestre Gualberto: Esse pensamento vem da mente. De onde vem essa mente? Da Consciência. De qualquer forma, ainda não é problema de alguém particular.
Participante 01: Os pensamentos de culpa, de arrogância, de inveja, libido estão todos passando. Só surge o arrogante, o libidinoso e o culpado quando você se apossa de um desses pensamentos.
Participante 03: Os pensamentos estão passando, mas parece que eles são adequados a cada um, a cada mecanismo.
Mestre Gualberto: Sim, por um tempo, porque há um condicionamento de cada mecanismo para sempre acolher, como essa suposta identidade, esses pensamentos. Se esse vício começa a cair, já não são mais acolhidos, começa a haver uma configuração nova na máquina, e isso para de se repetir. Esse processo para de se repetir, e é por isso que cai, desaparece. Esses pensamentos são viciosos e estão aparecendo para um viciado, mas, se o viciado já não está mais presente, eles vão perder a força, desaparecer, procurar outro corpo. Vai haver um exorcismo aí, porque você, como Consciência, estará exorcizando essa suposta entidade separada. Sem essa entidade separada, os pensamentos são convidados não gratos, porque eles terminam não sendo aceitos, hospedados, e vão desistir de você.
Você não mata o ego. O ego é uma ilusão. Se você para de alimentar a ideia de um ego presente, os pensamentos desaparecem. Você não pode matar o ego, mas pode sustentar a vida de um ego, sustentando pensamentos – pensamentos como esses ou como aqueles.
Estou dando a chave para você viver sem ego. Agora, você tem que usar essa chave. Quanto mais você a usa, mais fácil fica para ela entrar na fechadura; ela amacia. Cada vez fica mais fácil abrir a porta, mas tem que trabalhar isso. Esse trabalho não é seu, porque você não está aí. É um trabalho da Consciência, da Graça, de Deus... um trabalho do Mestre. É um trabalho que acontece naturalmente.
Participante 02: Mestre, quando o Senhor diz que não é um trabalho nosso, eu percebo claramente que não é nosso. Mas a gente constata as coisas acontecendo. Seria a mente constatando isso? Se isso acontece pela mente, ainda, é a mente se analisando?
Mestre Gualberto: Onde o constatar acontece? Será que a mente pode constatar "ela mesma"? Constatar é uma coisa, analisar é outra. Você constata e deixa solto. Se você analisa, você captura, está aí, é o ego – e já foi capturado. O constatar é um trabalho da Consciência. Não é você, é a Consciência. Não é você ego, é você como Consciência.
Então, o trabalho, realmente, é só seu, mas não é do ego, não é da pessoa. Constatar é um trabalho da Graça. Todo o meu trabalho com você em Satsang é exercitar essa chama chamada Consciência. A gente passa dois dias aqui exercitando isso. Amanhã a gente faz um retiro, exercitando Consciência. Exercitar Consciência é só exercitar esse poder de perceber, e isso basta.
Você apenas percebe, não salta sobre esse pensamento, não veste a carapuça. Pronto! O trabalho é esse. Esses pensamentos "vindo" é o que na Índia eles chamam de vasana, que são as tendências latentes da mente. Elas podem ser acolhidas ou podem, apenas, ser presenciadas. Se forem somente presenciadas, elas vão terminar cansando de aparecer e vão desaparecer, porque elas não terão uma casa para se hospedar.
Chega um tempo em que a vasana não bate mais na porta. Enquanto ela estiver batendo na porta, OK!... paciência, paciência e paciência. Chega um momento em que ela não bate mais. Assim é quando você começa a descobrir que sumiu esse ou aquele padrão, mas nem sabe para onde foi. E por que não sabe? Porque você não estava lá... Ele nunca foi seu mesmo. Trabalho de quem? Da Graça, da Consciência ou do Mestre – dá no mesmo. Por isso quando se diz que é o Mestre quem lhe dá a Iluminação, é Ele mesmo. É a Consciência.
Então, vamos lá. Constatar é um trabalho da Consciência. Apoderar-se daquilo que está aparecendo é trabalho seu. Esse "seu trabalho" é o trabalho de ser "alguém", e é aí que fica essa coisa: "me senti mal, me senti bem". Porque passou um segundo, a "coisa" já capturou você... Aí, pronto, começa a análise...
Participante 02: Só que isso é muito rápido. Quando você vê, você já está capturado.
Mestre Gualberto: Muito rápido. Ver um pensamento e não se identificar... Ver uma sensação e não se identificar... Ver uma história e não se identificar... Isso não é trabalho seu, e sim trabalho da Graça. Aqui, você fica dizendo assim: "é muito claro diante do Mestre, é muito claro Isso!". E você pergunta: "por que lá fora não é claro?" – Porque você está muito viciado em "ser alguém" lá fora. E aqui, o poder dessa Presença é tão grande, que isso desmonta e você diz que aqui é fácil e lá não. Aqui, basta Eu olhar para os seus olhos e desmonta, porque há muita Presença aqui.
Sabe aquele fogo que vem queimando tudo? É isso. Você aqui está sob um fogareiro. Eu estou trazendo você para o fogo. Sua mente se distrai, e eu trago você para o fogo. Então, não tem espaço para o ego, porque você não me encontra no ego, você me encontra como Consciência. Você está lidando com a Consciência na forma. E isso é muito atrativo.
*Transcrito de uma fala ocorrida em dezembro de 2014, num encontro presencial, na cidade do São Paulo/SP. Para informações sobre os nossos encontros, clique aqui.
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