quinta-feira, 29 de maio de 2025

Relações humanas | Autoimagem psicologia | Aprender sobre Autoconhecimento | O que é Atenção Plena?

Se existe algo que nós precisamos ter aqui é uma aproximação da verdade das nossas relações. O que são essas relações, o que são esses nossos relacionamentos humanos? A verdade sobre isso é que, para a maioria de nós, relacionamento é medo; é medo porque se sustenta em algum tipo de dependência, ou dependência física ou dependência psicológica. Algum nível de dependência física está presente na maioria dos relacionamentos, assim como dependência psicológica, e nós não sabemos lidar com isso, porque não sabemos lidar com nós mesmos.

Assim, a base para uma vida livre dentro dessas relações humanas requer a presença de uma visão de si mesmo, uma visão clara e livre, o que é absolutamente impossível enquanto o modelo do pensamento permanece intacto. Esse modelo do pensamento estabelecido em nós, como seres humanos há milênios, precisa ser investigado.

Nós precisamos de Silêncio. O Silêncio é algo que se torna presente quando há Liberdade. Então, sem essa Liberdade para sentir, para pensar, nós não temos esse Silêncio. Sem a presença desse Silêncio, não há essa Verdade da compreensão das nossas relações. Então nós estamos aqui com você explorando essa questão das relações humanas.

A vida é real quando há Liberdade. Repito, a Liberdade requer a presença desse Silêncio. Apenas quando a mente compreende a vida como ela acontece é que temos essa visão ou essa ciência da Liberdade desse sentir, da Liberdade desse pensar; é quando os relacionamentos, que são essas relações humanas, não oferecem mais problemas. De outra forma, estamos sempre dentro dessa oferta de problemas em nossos relacionamentos, e isso ocorre porque o pensamento está presente. Eu me refiro a esse padrão, a esse formato, a esse modelo de pensamento.

Quando, por exemplo, você gosta de mim - reparem que coisa estranha temos aqui -, você não tem a menor ciência do porquê desse gostar; você gosta de mim porque eu lhe proporciono algo para esse padrão de pensamento, para esse modelo de pensamento que está presente em você, que é o pensamento condicionado.

Nesse padrão de pensamento condicionado, você quer ser aceito, alguém entrando em concordância com os seus desejos, alguém lhe apreciando, lhe elogiando, lhe reconhecendo. Nós damos a isso o nome de amor. Então você se sente amado, é quando você gosta de mim.

Qual é a verdade sobre isso? Há por detrás desse gostar um preenchimento, uma satisfação, uma realização emocional, sentimental, intelectual, ou nesse aspecto de preenchimento ou realização física, sexual, financeira. Então, do ponto de vista psicológico, há esse assim chamado amor, mas repare, não há verdade no pensamento. No momento em que eu mudar com você, você vai deixar de me amar, porque não estarei preenchendo suas expectativas, seus anseios, desejos.

Então, você funciona assim, eu funciono assim, o mundo funciona assim. Isto é a ausência da Liberdade, é a ausência desse Silêncio, é a ausência do Amor. Quando existe o Real Amor, que é Silêncio, que nasce, floresce em Liberdade, esse sentido do "eu", do ego, em mim e em você, não está presente; então, nesse momento, há um encontro real com você, mas você não é mais uma pessoa.

Pessoa é ser carente, necessitado, é estar em busca de preenchimento, satisfação, realização no outro. Tudo isso desaparece quando há essa visão da Realidade, da Vida, sem o "eu", sem o ego. Então, qual é a verdade de uma relação ou de um relacionamento com o outro? É a verdade do contato, da comunhão, do compartilhar do Amor, da Alegria, da Felicidade, desse Silêncio, dessa Liberdade, então não há medo, não há dependência, não há essa busca de preenchimento.

Aqui nós estamos juntos investigando isso. A expressão "o Despertar da Consciência" é o Despertar dessa Divina e Real Consciência. Aquilo que temos como consciência está em estado de sono, de inconsciência. É assim que o pensamento tem funcionado em cada um de nós, esse é o programa, esse é o modelo. Nós estamos respondendo à vida a partir desse programa, desse modelo e, portanto, inscientes de todo esse processo que se passa conosco dentro dessas relações humanas, dentro desses relacionamentos.

Então, o ser humano vive possuindo, controlando, dominando. O medo de perder esse controle provoca suspeita, ciúme, raiva, ressentimento, rancor. Tudo isso está dentro de nossas relações humanas quando esse princípio do "eu", do ego, está presente.

O ponto é que nós chamamos isso de amor - a dependência mútua, a troca de gratificação, de preenchimento, a troca de aceitação -, mas quando a divergência ocorre, e ela ocorre com muita frequência, nós saímos dessa relação para uma outra, desse relacionamento para o próximo, isso porque estamos internamente insuficientes, carentes, infelizes, porque nos falta a visão da Verdade sobre Deus.

Deus não é uma Realidade distante, mas é uma Realidade presente quando o "eu" não está, quando o ego não está. O nosso amor é o amor que o pensamento expressa o tempo todo. Repare o que nós fizemos com essa expressão: usamos a expressão "amor à pátria", "amor ao time", "amor ao filme", "amor ao livro", "eu amo esse filme", "eu amo esse livro", "eu amo o meu time", "eu amo o meu país", "eu amo você". Sim, "eu amo tudo isso", mas quem é esse "eu" que ama tudo isso?

Esse "amor" que tenho por você, como acabamos de colocar, há muita coisa envolvida para que esse amor continue presente. Então, é a presença do prazer que você me proporciona, que me faz te amar, que me faz te aceitar, querer estar perto de você. Mas há envolvido em tudo isso algo que não nos damos conta, que é a presença desse sentido do "eu", que é por estrutura e natureza isolacionista, separatista e, portanto, egocentrado, sempre interessado nele mesmo, no que vai lhe dar prazer, no que vai lhe dar preenchimento, realização, satisfação, como acabamos de colocar.

Podemos romper com tudo isso para uma vida livre em Deus? Uma vida livre em Deus é uma vida livre em seu Ser, é quando o sentido do "eu", do ego, desse "mim" não está mais presente. É quando esse modelo comum de cultura social, de padrão de mundo, não está mais presente que temos a presença do Amor, porque temos uma única presença, e essa presença está quando o "eu" não está, quando esse "mim" não está.

Assim, o meu contato com ele ou ela é um contato onde temos a presença da comunhão, a presença da Liberdade, a presença da Paz, a presença do Amor, porque esse sentido de ego centramento, esse sentido de identidade isolacionista, separatista, autointeresseira, não está mais presente. Podemos trazer para as nossas vidas a ciência do Amor?

Uma vida livre desse autocentramento é uma vida onde está presente essa ciência, mas isso está presente quando Deus está. Você não irá encontrar Isso, Isso é algo que se revela quando você toma ciência de suas reações dentro das relações, quando você toma ciência de como você funciona. Ao tomar ciência disso, você pode descartar essa psicológica condição de egocentramento; isso requer a presença de uma atenção sobre suas reações.

Aqui surge a pergunta: o que é Atenção Plena? É se tornar ciente dessas reações, nesse instante, se dando conta desse sentido do "eu" presente, desse "mim", desse ego. Apenas olhar para essas reações, o pensamento, o sentimento, a emoção, a sensação, a percepção, o modo como você lida com o outro, tomar ciência dessa autoimagem presente.

Veja, isso já ficou claro em psicologia, mas apenas no aspecto teórico, conceitual. Aqui não estamos interessados em teorias, em conceitos, mas em uma visão direta do que essa autoimagem representa. O fim para essa autoimagem é o surgimento de algo novo. Essa autoimagem é o "eu", o "mim", o ego, o sentido de alguém presente. O fim para essa condição é a Verdade Divina se mostrando, é a Verdade de Deus se revelando.

Assim, uma das coisas que temos tratado aqui com você é essa questão da Atenção Plena. Há uma confusão muito grande na cabeça das pessoas; para elas, essa questão da atenção é uma ferramenta para algum propósito, para algum objetivo de aperfeiçoamento ou melhoramento da pessoa, e isso não é verdade.

Tomar ciência de suas reações, aqui, nesse instante, nesse momento, de um pensamento que surge, um sentimento que surge, uma emoção, uma sensação, uma percepção, tomar ciência dessa imagem quando surge nesse contato com ele ou ela requer a presença de uma atenção completa, de uma Atenção Plena, isso é a Atenção Plena.

E a presença dessa Atenção não é para melhorar a pessoa. A Verdade dessa Atenção é o descarte dessa pessoa, desse sentido do "eu". Então, esse propósito de uma técnica ou prática de atenção para o aperfeiçoamento desse "mim", desse "eu", não se aplica - estamos ainda diante de uma ilusão. Tomar ciência de suas reações é a base do Autoconhecimento, e quando há essa aproximação do Autoconhecimento, nós temos o descarte dessa autoimagem, desse "eu". Então isso é a aproximação desse aprender sobre o Autoconhecimento.

Nós precisamos, na vida, a vida nessas relações - relações com pessoas, que chamamos de relacionamentos - da presença do Amor, a presença da Verdade. A Realidade dessas relações é, repito, a Comunhão, onde esse sentido de "pessoa" perde completamente a importância. Temos uma relação entre seres humanos, entre nós, a relação com ele ou ela, mas não mais nesse sentido do "eu", desse "mim", desse ego, dessa assim chamada "pessoa".

É isso que estamos trabalhando aqui com você, aprofundando aqui com você. A ciência do seu Ser é o Despertar Espiritual, é o Despertar de Deus, é o fim desse movimento, que é o movimento do "eu", que é o movimento do ego, é o fim para essa autoimagem.

Assim, a verdade dessas relações, desses relacionamentos, é a presença da Graça, é a presença Divina, é a presença de Deus, onde não temos mais esse modelo de autoimagem, onde não temos mais esse modelo do pensamento, essa condição onde o sentido do "eu", do ego, vive em sua busca de alguma coisa. Isso não está mais.

Então, esse é o nosso trabalho aqui com você. Esses encontros que nós temos aqui nos finais de semana, sábado e domingo, têm esse propósito. Fora isso temos encontros presenciais e, também, retiros. Então, se isso é algo que faz sentido para você, fica aqui esse convite.

Fevereiro de 2025
Gravatá-PE
Mais informações

terça-feira, 27 de maio de 2025

Joel Goldsmith | Um Parêntese na Eternidade | O que é Meditação? | Marcos Gualberto

GC: Olá, pessoal! Estamos aqui para mais um videocast. Novamente, o Mestre Gualberto aqui conosco. Gratidão, Mestre, pela presença. Hoje eu vou ler um trecho do livro do Joel Goldsmith chamado "Um Parêntese na Eternidade". Num trecho desse livro, Mestre, o Joel faz o seguinte comentário: "Somente através da meditação você pode ir profundamente para dentro do seu ser". Sobre esse assunto da meditação, o Mestre pode compartilhar a sua visão sobre o que é a meditação?

MG: Gilson, a Meditação é a aproximação da Vida. A real aproximação da Vida consiste na visão da não separação, da não dualidade; essa visão da não dualidade, da não separação, é Meditação. Nós não podemos colocar em palavras, exatamente, o que é a Meditação - veja, acabamos de fazer uma colocação aqui que não diz muita coisa. O que nós precisamos fazer, no que diz respeito a essa questão da Meditação, é tomar ciência do que não é a Meditação. A própria investigação, a própria averiguação ou esse estudo dessa psicológica condição em que nós nos encontramos, para o descarte disso, já faz parte de uma real aproximação da Meditação.

Todas as vezes em que aqui colocamos para você esses diversos aspectos desse sentido do "eu" e a ilusão que isso representa, nós estamos nos aproximando da Meditação, porque, na razão em que você comece a tomar ciência, a perceber a ilusão desse movimento, que é o movimento da mente condicionada, com seus velhos padrões de crenças, de comportamentos, de visões equivocadas, de opiniões e avaliações, na razão em que isso vai ficando claro para você, mais você se aproxima da possibilidade do esvaziamento dessa psicológica condição de mente condicionada.

Portanto, quando você pergunta: "O que é a meditação?"... investigando aquilo que não é a Meditação, nos aproximamos da resposta do que a Meditação é, do que a Meditação representa, porque a verdade da Meditação é Aquilo que o pensamento não alcança, é Aquilo que está presente quando, exatamente, o pensamento, no seu velho padrão, desapareceu. Se aproximar da Realidade de Deus, ter a ciência dessa Presença aqui e agora, livre da mente egoica, é Meditação. Assim, nós temos que nos aproximar da Verdade da Meditação da mesma forma que nos aproximamos da Realidade de Deus.

Nós não podemos ter uma descrição sobre Deus. Toda e qualquer descrição lida com palavras. Palavras são pensamentos expressos; um conjunto de pensamentos forma uma ideia. Com base nisso, as pessoas estão tentando descrever Deus. É muito comum as pessoas falarem dos atributos de Deus. Veja, estamos apenas jogando com palavras. Essa Realidade, que chamamos de Deus, está além da fala, está além da palavra, está além do pensamento. Então, o que quer que tenhamos para dizer ou estejamos dizendo não faz jus, ainda estamos lidando com ideias, com conceitos, com crenças. Assim, a Verdade da Meditação é algo para ser constatado, mas não é algo para ser descrito.

Tudo que podemos dizer para você, aqui, é o que a Meditação não é. Por exemplo, qualquer movimento que nós façamos ainda será um movimento calculado, idealizado, planejado, ajustado dentro de um programa de pensamento, para uma técnica, para um sistema, para uma prática da meditação. Portanto, estamos diante de algo mecânico. O que eu posso lhe dizer é que isso não é Meditação; no entanto, as pessoas estão fazendo uso desses mecanismos. O que elas encontram nessa assim chamada "prática", "técnica de meditação", é relaxamento. Elas têm um momento de quietude, de silêncio, de relaxamento, mas esse é um silenciamento, uma quietude e um relaxamento mecânico, técnico.

Por que isso não nos dá uma base real para a verdade da Meditação? Isso porque a verdade da Meditação requer a ausência de todo o movimento do "eu". Então, estamos diante de algo fora do conhecido, fora da mente, portanto não pode ser algo mecânico. Não podemos ter presente, na verdade da Meditação, um elemento na prática. Então, o que é a Meditação? É a presença d'Aquilo que é a Realidade, sem o meditador. Quando a Meditação se revela, não existe o "eu", portanto qualquer coisa técnica, qualquer coisa prática, requer a presença de um sistema, de um programa, de um modelo. A verdadeira aproximação da Meditação é, exatamente, esse trabalho do esvaziamento de todo esse padrão de comportamento inconsciente, voluntarioso, mecânico, do próprio "eu". É por isso que temos mostrado para vocês que a base para a Meditação é trazer para este momento a visão daquilo que se passa com você neste instante. Veja, isso não é algo mecânico, isso requer a presença de uma Atenção sobre nossas reações.

Todo esse movimento em nós é algo que tem esse dinamismo, é algo que está acontecendo a todo momento. A cada momento, algo novo está surgindo para ser visto, constatado, observado. Então, a verdade da aproximação da Meditação requer a presença do Autoconhecimento, e Autoconhecimento é esse olhar para aquilo que se passa conosco aqui e agora, não é algo separado do próprio movimento da Vida. Então, você não separa um momento para meditar, o momento da Meditação está aqui, neste instante, a todo momento. Quando o pensamento surge, uma emoção surge, uma sensação surge; quando a vida surge, quando tudo acontece neste instante, esse encontro com o surgimento de tudo isso é o encontro a partir desse olhar livre do passado, ou a partir desse fundo de condicionamento de memória, de reação de pensamento. Quando isso ocorre nesse formato, não há Meditação. O encontro com este momento é novo, e nós estamos sempre trazendo do passado nossas respostas que vêm desse fundo de memória, desse fundo de pensamento. Então, atender a este instante requer uma aproximação, deste momento, livre do passado.

Então, essa é a base dessa Atenção que traz a visão do Autoconhecimento e que abre esse portal para a verdade da Meditação. E, reparem que coisa interessante: enquanto você fala com alguém, enquanto você dirige o seu carro, enquanto você executa um trabalho intelectual, físico, nesse momento estamos diante da Vida, atendendo e dando respostas a esse mundo externo, e estamos, também, em contato com nossas reações surgindo internamente.

Podemos nos aproximar do mundo externo e desse mundo interno - do mundo externo de atividades, trabalho, ocupações físicas e intelectuais, e desse mundo interno de pensamentos, sentimentos e emoções -, podemos nos aproximar de tudo isso sem trazer uma resposta desse fundo que é a ideia de alguém presente nisso, que é esse "mim", esse "eu"? Apenas olhar, observar, sem reagir? Apenas se dar conta daquilo que se passa internamente e externamente? Essa, Gilson, é a forma real da aproximação do Autoconhecimento, da Meditação. Assim, não temos nada mecânico aqui. É necessário atender a este instante. Isso requer essa energia de Atenção para as nossas reações, para não nos confundirmos com isso, não colocarmos uma identidade presente nesse constatar. Um pensamento aparece, uma emoção surge, uma sensação acontece, e há só o olhar, o escutar, o observar, sem o "eu".

Então, você pergunta o que é a meditação. Estamos lhe mostrando que essa Meditação requer a presença dessa Atenção. Essa Atenção presente é a presença do Autoconhecimento. Agora, o que a Meditação revela está além dessa psicológica condição, e só podemos tomar ciência disso a partir desse observar, constatar e escutar o momento presente sem interferir, sem se envolver com isso. Nós temos trabalhado isso em nossos encontros on-line, em nossos encontros presenciais, em nossos retiros: como ter da Vida, na Vida, uma aproximação d'Ela sem o "eu". Então, isso é a Meditação. Então, essa é a forma real dessa aproximação da Vida, dessa Vida Divina, dessa Vida de Deus.

GC: Mestre, nós temos uma pergunta aqui, de um inscrito no canal. O Juan faz o seguinte comentário e pergunta: "Oi, Mestre Gualberto. Já faz cinco anos que senti a eternidade no meu espírito, mas eu me desconectei dessa essência e eu não estou conseguindo voltar. Estou me sentindo muito deprimido com isso. Eu ainda posso voltar a essa essência?"

MG: Então, pela sua descrição, o que você teve foi uma experiência. Nós podemos ter, em alguns momentos, alguns vislumbres de algo além do conhecido, de algo além da mente, mas esses vislumbres aparecem e desaparecem. Quando desaparecem, eles ficam assim, eles ficam na memória. Você diz: "Há cinco anos eu vivi isso", ou seja, uma memória, uma lembrança. Assim são as nossas experiências. Veja, Gilson, nós não precisamos de experiências, nós precisamos, neste instante, de uma aproximação direta daquilo que está presente aqui e agora, surgindo como pensamentos, sentimentos, emoções, como a Vida acontecendo externamente e internamente. Precisamos aprender a nos aproximar disso para essa constatação. É quando, de fato, podemos romper com esse elemento, que é o elemento que vive de experiências, que vive de recordações.

Então, nós podemos passar uma vida inteira tendo vislumbres de estados fora da mente egoica, mas são apenas vislumbres. Sim, a Natureza do Ser, a Natureza da Verdade, em cada um de nós, é essa Realidade fora do "eu", fora do ego, mas nós precisamos é do descarte dessa ilusão, dessa egoidentidade, e isso não é possível apenas tendo vislumbres, passando por experiências. Nós precisamos, sim, é de nos aproximarmos de nós mesmos, para estudarmos nossas reações; e, aqui, estudar é se dar conta delas, aprendendo a olhar para elas sem se confundir com elas, sem se embolar com elas. Então, sim, nos aproximamos da base para uma visão além do "eu", mas não se trata de um vislumbre. Nós precisamos trazer isso para o dia a dia, para o nosso viver diário.

No máximo, as pessoas, em alguns momentos, podem ter vislumbres, sobretudo quando elas se dedicam a algumas práticas de respiração, de meditação. mas isso sempre fica ao nível de memória. É por isso que eu tenho sempre insistido na importância de uma aproximação da Meditação neste instante, aqui e agora, porque é neste momento que se revela a Vida acontecendo. Então, você pode estar se identificando com isso ou desidentificado disso; você pode aprender a olhar sem o observador, ou você pode continuar se confundindo com esse elemento que olha a partir do próprio pensador, do próprio observador, que é isso que temos feito. Se aproximar deste instante sem esse fundo é a base para irmos além das experiências.

Então, aqui eu recomendo a você que deixemos de lado essas experiências. Essas experiências são só memórias! Vamos deixar isso de lado, vamos trabalhar neste instante para essa visão daquilo que está aqui e agora, sem esse fundo que é o "eu", o "mim," o ego, que é esse pensador, esse observador, esse que olha e avalia, compara, julga, gosta, não gosta. Trazer Atenção para este momento é nos colocarmos na base para o Autoconhecimento, para essa aproximação da Meditação. Veja, nós colocamos dessa forma, mas, na realidade, é algo acontecendo de uma forma simultânea. Nós não temos aqui um passo a passo, nós temos algo surgindo neste momento, em bloco. A ciência dessa Atenção é o Autoconhecimento; isso é Meditação, Real Meditação. Portanto, não se trata - quero repetir isso - não se trata de experiências. Experiências são assim mesmo, ficam como memórias, como lembranças. Vamos deixar de lado essas experiências. Vamos descobrir, neste instante, essa ciência se revelando aqui e agora.

GC: Mestre, nós temos uma outra pergunta, de outro inscrito aqui no canal. de uma inscrita, na realidade, a Ione. Ela faz o seguinte comentário e pergunta: "Deixa eu te fazer uma pergunta: Como viver em estado de paz sempre? Como não se abater com palavras negativas? Como estar sempre de bem com a luz?"

MG: Gilson, repare na pergunta: "Como viver em estado de paz sempre, sem se deixar abater por palavras? Como não se deixar abater por palavras negativas?" Veja, a nossa ideia é equivocada. Nós precisamos trabalhar o fim dessa autoimagem, dessa imagem que temos sobre nós mesmos, para, de fato, nos livrarmos da imagem que temos do outro. Quando estamos livres dessa autoimagem, que é a imagem que o pensamento tem construído dentro de cada um de nós sobre quem nós somos, nos livramos da imagem que temos sobre o outro. Nesse momento, rompemos com essa mente condicionada que se magoa, que se entristece, que se aborrece, que fica triste, que está sempre reagindo ao outro, com base nessas reações, que são as reações dessa autoimagem.

Uma aproximação, Gilson, da Verdade sobre nós mesmos é o fim dessa autoimagem. E, se Isso está presente, você não fica mais como "alguém" presente para se sentir ofendido, magoado, triste, com raiva do outro. Então, a eliminação desse sentido do "eu", do ego, que é essa autoimagem, é a presença da Paz.

Nós queremos uma fórmula para encontrarmos essa Paz para sempre, para nunca mais sermos feridos, ofendidos e magoados pelo outro. Reparem, enquanto houver essa autoimagem, esse sentido do "eu", do ego, presente, todo esse nosso movimento será um movimento de autodefesa, se sustentando no medo, no medo de ser ferido, no medo de ser magoado.

A Realidade Divina, a Realidade do seu Ser, não é essa mente do "eu", não é essa mente egoica, que vive sendo ferida, magoada, ofendida, e que depois se reconcilia, perdoa. Então, nós temos diversos truques para continuarmos mantendo nossas relações, que são relações que ocorrem entre imagens: a imagem que eu tenho sobre quem sou nessa relação com a imagem que eu faço dele ou dela. Enquanto isso estiver presente, sempre seremos feridos, magoados, estaremos sempre magoando e ferindo, e vivendo dentro dessa condição, que é a condição do ego. A aproximação do Autoconhecimento é o descarte dessa psicológica condição, que é a condição do "eu", que é a condição da autoimagem. Será possível uma vida livre do ego para nunca mais sermos feridos, magoados, ofendidos, [ficarmos] com raiva, inveja, ciúme, medo?

Reparem, isso requer a presença de algo além do "eu", além do ego, além dessa autoimagem, e Isso se revela quando nós nos aproximamos do Autoconhecimento, da base para uma Real Visão de Deus, da base para a Ciência da Felicidade, do Amor, da Liberdade, da Inteligência, tudo isso presente dentro das relações com o mundo, com o outro. Mas, Gilson, tudo isso começa, antes de tudo, em nós mesmos. Todo esse contato que temos com o mundo à nossa volta apenas nos mostra nossa real condição psicológica de dependência e medo, de sofrimento e de sentido de separação, e dessa autoimagem que está sempre presa a esse padrão, a esse velho modelo de sofrimento. Romper com tudo isso é tomar ciência da Realidade Divina, é tomar ciência da Realidade de Deus. É isso que estamos trabalhando aqui com você, é isso que estamos vendo juntos nesses encontros.

GC: Gratidão, Mestre, fechou nosso tempo. Gratidão por mais este videocast.

E, para você que está acompanhando o videocast até o final e tem um desejo de se aprofundar e viver essas verdades, o convite é para participar dos encontros que o Mestre Gualberto proporciona. São encontros intensivos de final de semana no formato on-line, presenciais e também retiros. Nesses encontros, o Mestre Gualberto responde diretamente, ao vivo, às nossas perguntas, além de compartilhar esse Estado de Presença que o Mestre vive, porque, nesse compartilhar, a gente acaba entrando de carona nessa energia, e isso ajuda demais para a gente investigar a nós mesmos, observar essa mente doida, cheia de pensamentos. Então, fica o convite. No primeiro comentário, fixado, tem o link do WhatsApp para poder participar desses encontros.

E, Mestre, mais uma vez, gratidão pelo videocast.

Janeiro de 2025
Gravatá-PE
Mais informações

quinta-feira, 22 de maio de 2025

Tempo psicológico e tempo cronológico. Como encontrar Deus? Aprender sobre Autoconhecimento. Advaita

Existe uma coisa aqui que eu gostaria de investigar com você, é a questão de como encontrar Deus. Repare, quando você olha para Deus a partir de uma ideia que você tem, você parte de um princípio equivocado, de que o pensamento em você é capaz de retratar ou fazer um retrato fiel dessa Verdade, que é a Verdade Divina.

Então, quando nós falamos desse encontro com Deus, quando nós formulamos a pergunta "como encontrar Deus", nós não colocamos isso em relevância. É como quando você não sabe onde deixou a chave do seu carro; você sabe que está dentro de casa, mas não sabe exatamente onde você colocou, e você se propõe nessa busca, nessa procura, porque você tem que sair com o carro.

Então essa procura pressupõe duas coisas: a primeira delas é que você sabe onde a chave está, mesmo que ela esteja perdida, ela está perdida dentro de casa, então você sabe exatamente onde procurar; e a segunda coisa aqui é que até encontrar a chave, isso irá levar alguns segundos ou alguns minutos. Então nós temos aqui um outro elemento presente, que é o elemento tempo. E nós estamos empregando o mesmo princípio aqui para esse encontro com Deus, quando nós temos em mente a imagem de Deus em algum lugar, e algo assim, que é Deus, para ser encontrado no tempo.

Aqui estamos diante de um equívoco, porque a Realidade Divina não é uma Realidade que você encontra, é uma Realidade que se revela. Ela se revela fora do tempo, então o tempo aqui não entra; e é Algo que se revela fora de toda essa noção de localização de espaço, é Algo que está nesse momento, aqui. Então a Realidade Divina é aqui, não está no espaço; e esta Realidade Divina é agora, também não pertence ao tempo.

É isso que os sábios, os santos, aqueles que Realizaram a Verdade, constataram, e é exatamente isso que estamos mostrando aqui para você, dentro deste canal. Nós precisamos, sim, de um encontro com Deus, mas esse encontro com Deus é uma revelação, é uma constatação, não é algo para ser encontrado, porque não é algo que está perdido. Além disso, nós temos um outro fator aqui muito importante, que é a presença desse que está na procura, que está na busca; não existe esse elemento, que é o "eu", esse "mim". Nós precisamos tomar ciência da verdade sobre a ilusão do tempo psicológico.

Nós temos o tempo cronológico, mas nós não temos o tempo psicológico. Quando você, por exemplo, diz: "Ontem eu fui a tal lugar e fiz isso, aquilo e aquilo outro", aqui estamos lidando com uma expressão formulada pelo pensamento. É o pensamento que nos fala desse ontem e é o pensamento que nos fala desse "eu", ontem: isso é uma ideia. A ideia de ser alguém, aqui e agora, é algo que o pensamento está criando. Não existe esse "mim", esse "eu", esse "alguém". Tudo isso tem que ser investigado.

A ilusão desse "eu", desse "mim", desse "alguém", uma ilusão criada pelo pensamento, nos coloca também na ilusão de um tempo criado pelo pensamento, que foi o ontem. Sim, coisas aconteceram ontem, mas é a vida acontecendo, e o que você tem agora, aqui, sobre o ontem é só uma memória, uma recordação, uma lembrança. Na verdade, o que você tem aqui e agora é só um pensamento. A ideia de alguém presente aqui, como ontem ou amanhã, é a ideia desse futuro psicológico, algo que o pensamento está produzindo, e nós estamos vivendo assim há milênios.

Se você tem quarenta, cinquenta, sessenta anos, você está vivendo assim há sessenta anos, na ideia de que você é alguém que vive nesse tempo: passado, presente e futuro. Isso é uma ilusão. Portanto, a primeira coisa aqui que nós temos que investigar é a verdade sobre a ilusão do "eu", isto requer a presença do Autoconhecimento, da compreensão de como, internamente e externamente, você funciona: como você atua a partir de gestos, palavras, ações, atividades e, internamente, como isso se processa dentro de você, que são os pensamentos, os sentimentos, as emoções, as formas de reações, como tudo isso se processa.

Então, aprender sobre o Autoconhecimento é a base para a compreensão desse fim do tempo psicológico. Aqui eu me refiro ao fim dessa ilusão, que é a ilusão desse tempo, porque o fim do tempo psicológico é o fim da ilusão, algo que o pensamento está estabelecendo como sendo real, como sendo um fato, o que não é; é uma imaginação, é uma construção idealizada pela imaginação. Nós aqui estamos, com você, explorando isso, investigando isso, trabalhando com você essa Realização da Verdade de Deus.

A vida é aquilo que está aqui acontecendo, nesse momento; ela não é algo que aconteceu no passado. A ideia da vida no passado é a ideia, é a lembrança, é a memória, é o pensamento nesse momento. A vida para o futuro é a ideia, é a imaginação, é a projeção do pensamento para o amanhã. Esse elemento tempo tem assumido um valor desmedido, muito, muito grande em nossas vidas.

Nós não sabemos lidar com essa questão do tempo. Nós precisamos, sim, do tempo, mas apenas do tempo do relógio, do tempo cronológico. Atender um compromisso, atender a agenda, o horário está anotado lá, o dia também. Então nós temos uma agenda, nós temos um calendário, nós temos um horário; nesse sentido, nós precisamos do tempo cronológico. Mas aqui a confusão consiste na ideia de um tempo que o pensamento constrói para ideais e propósitos, e um desses ideais, um desses propósitos é ter um encontro com Deus.

Repare, nós temos uma lista de ideais, uma lista de propósitos. Alguns colocam no topo dessa lista encontrar Deus e formulam a pergunta: "Como encontrar Deus?" Mas nós precisamos compreender com clareza isso, de que é apenas o pensamento em você que está lhe dando essa noção de tempo. Repare, observe, à noite, enquanto você dorme, toda essa noção de tempo desaparece. Você dorme oito horas de relógio, e ao acordar você não tem a noção do tempo, porque não há registro.

Reparem que essa noção de tempo é algo atrelada a um movimento de pensamento em você. Quando há um movimento de pensamento, você tem uma certa noção de tempo; essa noção de tempo é em razão da presença do pensamento. Isso porque o pensamento é tempo. Enquanto você sonha, por exemplo, à noite, você não tem qualquer noção de tempo, não há memória, não há registro, não há história de percepção de tempo.

Toda a nossa noção de tempo está associada à movimentação de pensamentos. É o movimento do pensamento nessa consciência, e essa consciência é esse sentido do "eu" que se separa do próprio pensamento na sensação, na experiência, no experimentar, nesse sentido de dualidade entre esse "eu" e o pensamento, que surge essa noção de tempo.

Observe que quando você está em uma tarefa desagradável o tempo passa muito devagar. Isso porque a sua ansiedade para terminar a tarefa é muito grande. Então existe esse você e a tarefa, há uma separação entre esse "eu" e aquela ação acontecendo; como ela é desagradável para o "eu", o "eu" está ansioso para terminar. Nesta ânsia por terminar a tarefa, a noção de tempo está presente e parece que o tempo não passa, assim como parece que a tarefa não vai terminar. Esse estado de separação determina essa noção psicológica de tempo.

Assim, o tempo é o pensamento. É a noção de pensamento em separação, a partir desse "eu", desse pensador, desse "mim", que nos dá essa noção de tempo. Então nós temos o tempo psicológico e temos o tempo cronológico, e nós estamos vivendo nesse tempo psicológico. Esse tempo psicológico está produzindo confusão, desordem, sofrimento.

Nos falta uma visão da verdade sobre quem nós somos. Portanto, aprender sobre o Autoconhecimento é a base para nos desvencilharmos dessa ideia de tempo, desse modelo de pensamento, desse modelo de estrutura do "eu", onde está presente essa separação, onde está presente esse "gostar" e "não gostar" e, portanto, toda essa noção de passado, presente e futuro.

Podemos descobrir a vida acontecendo agora, aqui, sem esse "eu" e, portanto, sem esse tempo, que tem sua estrutura no pensamento? É importante que se diga isso aqui para você: esse pensamento é algo que vem e aparece em razão de registros do passado. Não há qualquer pensamento nesse instante sem o passado. Mas o passado não é outra coisa a não ser a lembrança, a memória. Se aprendermos a lidar com a vida nesse momento sem o sentido do "eu", e isso, naturalmente, requer a presença da verdade sobre como você funciona, sobre como nós funcionamos, estaremos livres do pensamento.

Será possível atender a vida nesse momento livre do pensamento? Isso requer a presença de uma visão da vida livre do "eu", livre do ego. Esta visão é a presença da Inteligência. Uma resposta para esse momento, uma real resposta, uma verdadeira resposta para esse momento, sem confusão, sem desordem, sem sofrimento, requer a presença de uma adequada resposta; essa adequada resposta nasce dessa Inteligência, de uma ação livre do pensador, do pensamento, do experimentador com suas experiências passadas. É isso que estamos propondo aqui para você.

Uma vida livre do ego é uma vida livre do tempo psicológico, livre desse modelo de tempo, onde está presente essa dualidade. Então, esse é um assunto aqui no canal, descobrir, aprofundar isso, a verdade da Revelação da Não dualidade, aquilo que os sábios na antiga Índia chamavam de Advaita, a Não separação.

Há uma Realidade presente aqui e agora; essa Realidade é a Realidade Divina, essa Realidade é a Verdade deste Ser. Não é algo ligado a esse "eu", a esse "mim", é Aquilo que está presente quando, exatamente, esse "mim", esse "eu", essa forma de pensamento psicológico, de tempo psicológico, não está mais presente. Então temos a presença dessa Realidade, que é Advaita, a Não dualidade.

A natureza do seu Ser é Amor, Felicidade, Paz, Liberdade, Sabedoria, Inteligência. É o que estamos com você aqui explorando, investigando, aprofundando. Precisamos, na vida, nos dar conta da Vida, tomar ciência da Vida, assumir a Realidade da Vida, que é a Natureza do seu Ser, que é a Natureza de Deus. Então aqui não se trata de encontrar no futuro, de realizar no futuro, de descobrir no futuro.

Assim, a resposta para a pergunta "como encontrar Deus" reside na compreensão da ausência do "eu", desse tempo psicológico, dessa ilusão que o pensamento está sustentando em cada um de nós: "eu fui, eu sou e eu serei". Por isso nós precisamos de uma aproximação da ciência da Meditação, porque a Meditação é essa aproximação que revela Aquilo que está fora do pensamento e, portanto, fora de tudo aquilo que o pensamento tem estabelecido como parte daquilo que ele conhece.

Portanto é isso que estamos, com você, investigando, aprofundando, tomando ciência, nesses encontros que nós temos aqui aos sábados e domingos - são encontros online; neles nós estamos explorando com você essa questão dessa Realização, que é a Realização de Deus nesta vida.

Janeiro de 2025
Gravatá-PE
Mais informações

terça-feira, 20 de maio de 2025

Joel Goldsmith | Deixe Suas Redes | O que é a atenção? | Marcos Gualberto

GC: Olá, pessoal! Estamos aqui para mais um videocast; novamente o Mestre Gualberto aqui conosco. Gratidão, Mestre, pela presença. Hoje eu vou ler um trecho do livro do Joel Goldsmith chamado "Deixe Suas Redes". Num trecho desse livro, Mestre, o Joel Goldsmith faz o seguinte comentário: "A Graça e a paz estão aqui e agora, mas somente quando você retira a sua atenção daquilo que já está manifesto no mundo e desiste de tentar dividi-lo." Nesse trecho o Joel cita a atenção. O Mestre pode compartilhar a sua visão sobre o que é a atenção?

MG: Gilson, essa expressão "atenção", repare, é algo muito, muito importante dentro deste contexto deste trabalho do Despertar, uma vez que é a presença desta atenção que revela a Verdade sobre o Autoconhecimento. Se existe um elemento fundamental nessa compreensão, nesta visão, nesse esclarecimento a respeito de quem somos, de quem nós somos - que é a presença do Autoconhecimento, que é a presença desta clareza sobre nós mesmos - um dos elementos essenciais no Autoconhecimento é esta atenção. Aqui se trata de uma completa atenção, de uma perfeita atenção. Ela não pode estar dividida, se ela está dividida, não é essa atenção completa.

Alguns têm uma expressão para essa atenção completa: é "mindfulness", é "atenção plena". Mas repare, isso tem sido mal compreendido pela maioria das pessoas, porque elas olham para essa questão desta atenção, desta plena atenção, como um elemento ou uma ferramenta para objetivos dentro do próprio "eu", dentro do próprio ego. Então, não é a Verdade da revelação do "eu", não é algo dentro desta ciência do Autoconhecimento. É algo que as pessoas interpretam como uma ferramenta, um elemento para dele fazerem uso para objetivos dentro do próprio movimento do "eu". A ideia é a pessoa encontrar resultados a partir de uma técnica chamada de atenção plena.

Uma outra palavra atrelada a essa confusão é "autoconhecimento". Aqui se trata, dentro desse equívoco, de conhecer nosso temperamento, nosso modo de lidar com o outro, de aprender a se relacionar a partir de um conhecimento de quem nós somos, mas na ideia do conhecimento de alguém, para mudar, alterar, melhorar como pessoa. Então, são dois termos que nós fazemos uso aqui, fundamentais, uma vez compreendidos de uma forma clara o significado deles para o Despertar da Consciência, para a Realização de Deus. E, no entanto, as pessoas estão utilizando esses termos dentro de uma visão equivocada, como modelos ou princípios de técnicas para melhorarem como pessoas, para se autoaperfeiçoarem.

Então vamos lá, qual é a verdade desta atenção? A verdade da atenção é aquilo que lhe aproxima desse observar sem o "eu", desse observar sem o observador. Veja, nós estamos diante de algo muito, muito natural; uma criança, ainda pequena, faz uso desta atenção plena. Veja, não existe nenhuma técnica, nenhuma prática, nenhum exercício que lhe foi ensinado para que ela colocasse em evidência esta ciência desse olhar sem o "eu". O interesse de uma criança em olhar para as árvores, para os passarinhos, para aquele gramado verde onde as formigas estão passeando, veja, esse é um interesse na criança e é um interesse em cada um de nós. Mesmo como adultos, nós continuamos nos utilizando de uma forma espontânea e natural desta ciência desse olhar sem o "eu".

Quando você se encontra com a natureza, o seu momento de encontro com a natureza, de relação com a natureza, ocorre por alguns segundos, mas são esses segundos onde o pensamento não está presente, onde suas emoções ou sentimentos não estão presentes. Temos, diante desse encontro com a natureza, a presença de um olhar sem o observador. Todos nós sabemos o que é isso. Nós amamos estar em lugares novos, porque em lugares novos você olha sem a interpretação de um fundo, você olha a partir de uma curiosidade natural. Esse interesse de olhar te coloca em um estado interno de Quietude, de Silêncio, de Paz. Em razão desta atenção, a palavra "mindfulness" é a mente alerta. E atenção não é outra coisa, é a mente alerta. Quando a mente está alerta, ela não tem pensamentos, há apenas a ciência do constatar aquele som do pássaro cantando, a dança daquelas folhas naquela árvore, o barulho do mar com suas ondas. Nesse momento você está em atenção plena.

Veja, não houve qualquer exercício, prática ou técnica. Nesse momento você está nesse olhar, nesse observar. Portanto, esse olhar para si mesmo sem reagir àquilo que se observa, é a verdadeira aproximação desta atenção plena do Autoconhecimento. Nós precisamos, na vida, aprender a nos aproximarmos, a olhar, a perceber a vida a partir dessa atenção plena. E nós começamos a aprender sobre a vida quando começamos a investigar a Verdade sobre nós mesmos, quando aprendemos a olhar quem nós somos, aquilo que nós somos. E esse olhar requer um olhar livre do observador.

Esse elemento em nós que, a partir do olhar, gosta, não gosta, compara, julga, avalia, nomeia, classifica, esse elemento em nós é o observador. O nosso modo de relação com nós mesmos, o nosso modo de relação com o outro, também com a vida, com os eventos, acontecimentos e circunstâncias, tudo isso ocorre dentro desse equívoco, a partir desse observador. A nossa prática de vida, a nossa maneira de viver, é a partir desse observador; esse observador é o "eu", é o ego. Quando isso está presente não existe atenção, não existe essa atenção que é esse olhar sem o passado.

O observador em nós é o elemento que vem do passado. Ele está o tempo todo respondendo à vida, àquilo que está aqui acontecendo, a partir da interpretação do passado. É assim que estamos respondendo à vida; nossa resposta para o outro, nossa resposta para as situações, nossa resposta para nós mesmos, tem por princípio esse modelo, que é o modelo do observador, que é o modelo do "eu". Assim, a nossa condição psicológica de vida, de existência, é a existência centrada nesta egoidentidade. A verdade sobre isso é que não existe esta ciência da Verdade sobre quem nós somos além do "eu", além do ego. Tudo que sabemos sobre nós se assenta no "eu", se assenta no ego, se assenta nesta psicológica condição de condicionamento, de pensamento, de avaliação, de julgamento, de aceitação e rejeição. Essa é a vida do "eu".

Portanto, qual é a importância desta atenção? É a importância de um olhar livre do passado, é a importância de se atender o instante, sem alguém envolvido nisso. Então, a verdade da aproximação da atenção é aquilo que nos facilita esta ciência da auto-observação, do Autoconhecimento, para que isso se realize. Assim, nós temos como princípio, para a Verdade da Meditação, a aproximação do Autoconhecimento; e, do Autoconhecimento, uma aproximação a partir dessa atenção. Uma coisa importante nesta atenção: não há esforço. Quando uma pessoa diz para a outra assim: "Preste atenção!", veja, o que ela está pedindo para a outra é uma intenção ou interesse a partir do esforço. Porque se houvesse, já, o interesse natural dele ou dela, você não iria pedir isso a ele ou ela.

Esse interesse natural lhe coloca nessa atenção, de acompanhar aquilo ali, de acompanhar o assunto, de estar presente por inteiro naquele momento. Mas porque a pessoa está dividida entre estar ali e um outro interesse, nós dizemos para ela: "Preste atenção!". Mas aqui o que estamos exigindo dela é concentração. Reparem a diferença entre a concentração e a atenção. Essa atenção é sem esforço, já a concentração é quando estamos divididos e precisamos ter interesse, também, na outra coisa, então nós nos concentramos, mas concentração não é atenção. Uma real aproximação da meditação não requer concentração, requer simplesmente atenção. Veja, essa também é uma confusão na cabeça das pessoas: elas não sabem o que é Meditação.

Elas procuram afastar pensamentos ou se concentrar em pensamentos. Elas querem se livrar de distrações - que são os pensamentos que elas querem afastar - e elas querem se envolver nesse ou naquele pensamento ou mantra para a concentração, para estabelecer aquele pensamento como a base da meditação. Isso não é Meditação. A Meditação é aquilo que está presente quando há um completo esvaziamento de todo esse conteúdo do "eu", do ego. Na ausência do pensamento, do pensador, do meditador, nós temos a presença da Meditação. Aqui, juntos, estamos investigando isso: como ter uma aproximação da vida livre do "eu", livre do ego, pela atenção, pelo Autoconhecimento, pela Meditação.

GC: Mestre, nós temos uma pergunta de um inscrito aqui no canal. O Vinícius fez a seguinte pergunta: "Como se livrar dos pensamentos obsessivos?"

MG: Então, Gilson, aqui a pergunta é: "Como se livrar dos pensamentos obsessivos?" Uma real compreensão disso é uma real compreensão do movimento do pensamento. Como ele acontece? Como ele se estabelece nesse modelo psicológico de existência em cada um de nós? Qual é a natureza do pensamento? Como ele surge? Aqui a primeira coisa é se dar conta de que não existe tal coisa como esse que está aí, que pode se livrar do pensamento. Esse que está aí quando o pensamento obsessivo está presente, é o próprio pensamento nesse formato de alguém, que nós denominamos de "eu".

Então, repare, a ilusão consiste na ideia desse "eu" que está pensando e que pode se livrar dos pensamentos. A ideia central é alguém no controle dos pensamentos, que pode se livrar dos pensamentos. A maior prova de que isso é completamente ilusório é que o ser humano não se livra desses pensamentos obsessivos. O máximo que temos conseguido é, temporariamente, nos distrairmos deles em razão de um padrão de comportamento de fuga. Nós podemos estabelecer hábitos de fuga, padrões de fugas para esses pensamentos e é isso que temos feito. O ser humano vem escapando, fugindo dos pensamentos obsessivos.

Qualquer qualidade de pensamento presente, na verdade, é algo que está presente sem ser solicitado. Nesse sentido, todo tipo de pensamento é obsessivo, é uma mania, é um vício, é uma prática, é um hábito que o cérebro tem, em particular em algumas pessoas, de sustentar esse vício, essa continuidade de estar constantemente reproduzindo pensamentos. Nós precisamos, Gilson, investigar a verdade sobre essa ideia, essa ilusão desse "eu", desse pensador. Então, nós temos que descobrir a verdade, primeiro, sobre o que é o pensamento.

Ligado a isso, temos uma outra pergunta: "O que é o pensar?" Nós não sabemos nada sobre isso. E nós não podemos ter uma fórmula mágica para nos livrarmos dos pensamentos, sem compreender que esse elemento que quer se livrar dos pensamentos é uma fraude, é uma ilusão. Esse próprio elemento é, ainda, parte do pensamento. É que o pensamento, na verdade, vem em bloco, em conjunto, e quando ele aparece ele se separa, ele se divide, ele cria um fragmento de todo esse conjunto, separa esse fragmento que nós chamamos de "eu", de "mim", de pessoa, de pensador.

Só há uma forma real de nos livrarmos de todos os conflitos, desordens, sofrimentos estabelecidos pelo pensamento: é tomarmos ciência da Verdade sobre nossa essencial Natureza, que não é o pensador, o "eu", o "mim", a pessoa, o ego. De outra forma, estaremos sempre encontrando expedientes de, temporariamente, escaparmos de algum nível de contradição, desconforto, conflito ou sofrimento. É isso que estamos vendo aqui com vocês. Você nasceu para realizar o seu Ser, e em sua Natureza Real não há sofrimento.

Aqui, precisamos da aproximação da Meditação, então dá uma olhadinha no canal. Nós temos uma playlist sobre esta ciência da Meditação e o que é esse "aprender sobre o Autoconhecimento". É isso que nos dá a base para uma vida livre de todo esse sofrimento psíquico, de todo esse sofrimento psicológico. Temos que investigar isso, ir além desta psicológica condição de desordem e sofrimento que o pensamento tem estabelecido em nós. A boa notícia é que você pode realizar isso, você nasceu para realizar isso.

GC: Mestre, nós temos uma outra pergunta de um outro inscrito. O Elivelton fez a seguinte pergunta: "Mestre, o pensamento não está separado do pensador?"

MG: Então Gilson, repare, nós temos aqui mais uma outra pergunta bem interessante. E a verdade sobre esta questão é que, de fato, não existe qualquer separação entre o pensamento e o pensador. É que, em razão de todo esse condicionamento que nós recebemos de vida, nesse contexto de visão coletiva, de estrutura de condicionamento social, cultural, educacional que nós recebemos, nós temos a ilusão de um pensador; um pensador produzindo pensamentos. Nós temos essa ilusão, a ilusão de alguém presente dentro da experiência, sendo o experimentador; alguém presente olhando, sendo o observador; alguém presente sentindo, sendo esse que sente; alguém percebendo, sendo esse alguém o percebedor.

Veja, nós estamos diante de uma ideia, de um conceito, de uma crença. Assim, nós temos também a ideia de pensamentos a partir de um pensador. Olhe para você e me responda isso: se realmente você fosse o pensador dos pensamentos, você estaria pensando, tendo pensamentos ruins, desagradáveis, como, por exemplo, esses pensamentos obsessivos de que falamos agora há pouco? Você estaria sendo o pensador, fabricando pensamentos de sofrimento, de preocupação, que produzem medo? Reparem, estamos falando que tudo isso são pensamentos que vêm da memória, algo que vem do passado.

Repare, você não fabrica pensamentos; eles surgem, eles aparecem, e eles aparecem em razão desse fundo que é o passado, que é uma memória. Então, você não pensa, pensamentos aparecem em razão de um estímulo, de um desafio. Quando eu pergunto algo a você, você responde, mas você responde com base na estrutura do passado. Essa é a estrutura do pensamento e essa resposta é uma resposta que o seu cérebro está dando. Não tem esse pensador pensando, tem só o pensamento se processando, acontecendo. E, um detalhe importante: todo esse pensamento que surge está vindo do passado. Você não pode pensar sobre o que desconhece, todo o seu pensamento está dentro do modelo do conhecido.

É assim que nós pensamos, mas esse "nós pensamos" é o cérebro funcionando. É a resposta cerebral de reação a esse estímulo, que é a pergunta ou alguma cena que você vê. Então, nós temos estímulos externos e estímulos internos. Nós estamos vivendo nessa condição, como seres humanos, sem a menor ciência de como nós funcionamos. É por isso que nós precisamos tomar ciência de nossas reações. É quando, de fato, descobrimos que esta consciência é a consciência do "eu", é a consciência do ego, é a consciência desta pessoa. E essa consciência não é outra coisa a não ser um conteúdo de memória, de lembranças, de recordações. Assim são essas respostas, as nossas respostas. Ir além desta condição psicológica de consciência do "eu" é a Liberação, é a ciência da Verdade do seu Ser.

Assim, não existe tal separação entre o pensamento e o pensador. Uma vez que você descubra a Verdade desse olhar sem o "eu", desse perceber sem o percebedor, desse "se dar conta" sem esse elemento que é o "eu" envolvido nisso, fica claro que a presença do pensamento é a presença do pensador. E, quando você aprende a olhar para isso, aqui temos a resposta para o fim do pensamento como nós conhecemos. É quando essa condição de desordem psicológica, chamada "pensamentos compulsivos", ou "obsessivos", ou "negativos", desaparecem.

Assim, a nossa psicológica condição de desordem é algo que está presente em razão desta ilusão. Nós estamos sustentando a ideia de um pensador. Enquanto essa ideia estiver presente, os pensamentos estarão aí. Livres da ideia do pensador, livres da ideia, da continuidade, da continuação desse modelo de pensamento como nós conhecemos, então temos uma Liberação completa, uma Libertação total desta desordem, desta confusão. Se aproximar da realidade da vida neste momento, sem esta psicológica condição, que é a condição do "eu", que é a condição do ego, é o fim para esta condição interna de desordem mental, de desordem psicológica. Então nós temos o fim para esta separação e, portanto, para essa ilusão, tanto da continuidade do pensador quanto desse modelo, que é o modelo do pensamento - inquieto, tagarela, obsessivo, possessivo, de preocupação, que sustenta medos, conflitos de desejos e todo tipo de coisa. Então, a visão real da vida é a Liberação, é a ciência do seu Ser, é a ciência de Deus.

GC: Gratidão, Mestre, já fechou o nosso tempo. Gratidão por mais este videocast. E, para você que está acompanhando o videocast até o final, e tem esse desejo real e sincero em vivenciar essas Verdades, fica o convite para participar dos encontros intensivos que o Mestre Gualberto proporciona. São encontros on-line e existem também encontros presenciais e retiros. Nesses encontros, o Mestre Gualberto responde diretamente às nossas perguntas, e muito mais do que isso. Por ele já viver nesse Estado Desperto de Consciência, ele compartilha esse estado de Presença que ele vive, e nesse compartilhar, a gente acaba entrando de carona nessa Energia e nesse Poder. E isso é um facilitador incrível para estudarmos a nós mesmos, para podermos observar a nossa mente e termos uma visão do que está além da compreensão, além do entendimento intelectual.

Então, fica o convite. No primeiro comentário, fixado, tem o link do WhatsApp para poder participar desses encontros. Além disso, já dá o like no vídeo, se inscreve no canal e faz comentário aqui trazendo perguntas, para a gente trazer para os próximos videocasts. E mais uma vez, gratidão Mestre!

Janeiro de 2025
Gravatá-PE
Mais informações

quinta-feira, 15 de maio de 2025

A arte da meditação | O que é o pensamento? | O que é meditação? | Mente condicionada

Aquilo que se mostra fundamental na vida é a compreensão de como todo esse processo de relação acontece. Observe que a vida não é outra coisa a não ser contatos. Contatos implicam a presença de relações.

Observe que você está em uma relação muito íntima, estreita e direta consigo mesmo. É uma relação muito estreita, íntima da qual você não consegue escapar. Repare que quando você está em algum nível de sofrimento, de desordem emocional, de complicação interna, de sofrimento psíquico, tudo o que você quer é se ver livre daquela condição.

Mas, repare, essa é uma condição dentro de você. É com você mesmo. Então, há uma relação muito estreita, particular e íntima com os próprios pensamentos.

Notem que são os pensamentos presentes em você, que estão causando esta dor, causando esse desconforto, sustentando esse quadro de sofrimento. Então, há uma relação consigo mesmo.

E não sabemos lidar com isso, porque não sabemos lidar com o pensamento. A ciência de todo esse processo de relação requer a compreensão de como o pensamento tem se estabelecido em nós. Em regra, em geral, norteando nossos estados internos, tanto emocionais, e essas emoções terminam nos levando a ações, quanto intelectuais nos levando à condição de resposta adequada ou não a uma dada situação que requer a presença de um pensamento lógico, claro, inteligente.

Nós não temos isso, em razão da verdade de que não sabemos lidar com nós mesmos. Não sabemos lidar com os pensamentos. Então, aqui, a pergunta é: o que é o pensamento? Por que precisamos desta ciência sobre o pensamento? Porque, sem a ciência sobre o pensamento, não temos a visão do que é em nós, o pensar, o sentir.

Como acabamos de colocar, não sabemos lidar com situações que requerem um intelecto, preciso, inteligente, capaz de uma resposta intelectual ou lógica de uma forma precisa. Precisamos desta ciência do pensar, porque precisamos ter um contato com aquilo que se passa dentro de cada um de nós, a ponto de não sofrermos essas psicológicas condições que as emoções e os sentimentos conflituosos representam. Assim, qual é a verdade sobre o pensamento? Qual é a verdade sobre o pensar? O que é pensar? O que é sentir? O que é agir? O que é se mover na vida atendendo a questões tanto intelectuais quanto emocionais, dentro dessa relação com nós mesmos, nessa relação com o outro, nessa relação com a vida, como podemos lidar com tudo isso sem uma inteira compreensão de como nós funcionamos, de como nós processamos tudo isso? Então, a verdade sobre o pensamento é que o pensamento em nós tem sido a base e está sendo a base da vida, como nós conhecemos. Tudo que você já realizou na vida, realizou a partir do pensamento.

Todas as decisões que tomou vieram do pensamento. Todas as ações que ocorreram na sua vida foram ações norteadas pelo pensamento. As não decisões, esse não fazer, tudo isso também surgiu em razão da presença do pensamento, ou da ausência desse claro pensar, desse simples e direto e objetivo e inteligente pensar.

Quando nós olhamos para todo esse movimento interno dentro de cada um de nós. Nós temos chamado isso de mente. Essa mente, como nós conhecemos, é a base desta consciência presente em nós. E não sabemos lidar com isso.

Não sabemos nos situar na vida como ela acontece, quando toda diretriz que temos é a diretriz, é o direcionamento do pensamento, nesse formato como ele acontece. Essa inquietude interna não se resolve, esse medo não se resolve, a ansiedade presente, a depressão presente, a preocupação presente, essa interna tagarelice criada pelo pensamento, sustentada em nós por essa inconsciência.

Tudo isso é o que nós conhecemos como parte desta mente, desta consciência. Será que podemos descobrir em nós um cérebro quieto, uma mente silenciosa, uma precisão de pensar, onde temos a presença de um inteligente, cirúrgico e preciso movimento de pensamento, a ponto de que ele possa apenas surgir quando se fizer necessário, e não de estarmos constantemente envolvidos com toda esta tagarelice interna com essa inquietude interna do cérebro como, em geral, estamos vivendo. Observe que a condição psicológica no ser humano é de pensamentos repetitivos, obsessivos, compulsivos.

Os nossos sentimentos e emoções carregados de quadros de lembranças do passado, criando estados internos o tempo todo. Qual será a verdade da vida acontecendo numa relação direta aqui nela, com ela, sem esse fundo, sem essa inquietude? É isso que estamos investigando aqui com você. Precisamos, na vida, olhar para ela sem o pensamento. Observe que quando você está em contato com pessoas, o seu contato não é o contato com ele ou ela.

É só o contato que o pensamento tem em você, dele ou dela. Seu contato com coisas que acontecem na vida, esse contato, em geral, você particulariza para esse mim, para esse "eu".

Essa particularização é uma forma como o cérebro em nós tem funcionado. Aqui estamos dizendo para você que todo esse mau funcionamento psicológico presente em nós, em razão do fato de que estamos vivendo com uma mente dentro de um padrão, dentro de um formato, dentro de uma forma específica de atuação, algo que nós carregamos conosco desde a infância, esse é o padrão da mente condicionada. Nós temos uma mente condicionada, um cérebro condicionado, um intelecto condicionado, uma resposta para a vida.

Aqui a vida inclui nossa relação com nós mesmos, nossa relação com o outro, nossa relação com acontecimentos e situações. Nós temos uma resposta para a vida condicionada. Podemos ir além desta mente condicionada deste intelecto condicionado, deste cérebro condicionado, deste pensamento condicionado?

Acabamos de dar um exemplo para você. Toda a resposta que você tem para a esposa, para o marido, ela vem da inteligência e a presença da inteligência requer um cérebro livre do passado. Notem isso.

Livre dessas reações da memória. Essas reações da memória são os momentos de prazer e dor que você viveu com ele ou ela. É assim que estamos respondendo o tempo todo dentro desse contexto de relação com ele ou ela.

Então, o nosso cérebro está condicionado a dar respostas dessa qualidade nesse contexto de relação. E, se isso ocorre, está estabelecido dentro da relação a confusão, o sofrimento, algum nível de contradição. Você diz algo e esse dizer está vindo desse fundo.

Essa é a resposta do "eu", é a resposta desse mim, desse ego. O ego é constituído de pensamentos, de memórias e lembranças, de experiências guardadas em você, que não se concluíram. Você está aborrecido, você está chateado, essa resposta é uma resposta que vem do passado. Você está sentindo prazer ou preenchimento nesse contato com ele ou ela, isso em razão de experiências do passado.

Experiências inacabadas. Nós precisamos explorar essa questão da experiência que registramos dentro de cada um de nós. Porque essas experiências registradas em nós estão sendo registradas porque elas não se concluem.

Elas não terminam quando acontecem. Nós, esse sentido do "eu", do ego, desta mente condicionada, registra isso, e faz uso desse registro na próxima oportunidade, nesse contato de novo com ele ou ela. Reparem o que estamos colocando aqui para você: tudo o que temos dentro das nossas relações, é o passado, é a continuidade de uma experiência que não se concluiu.

Nós não temos um contato com a vida como ela acontece nesse momento, é o contato que temos com a vida a partir desse fundo de registro, de memória, de experiências que não se concluíram. Isso é o "eu", isso é o ego. Podemos encontrar a vida nesse instante, sem o passado, sem esse fundo, sem esse mim? O encontro com a vida, nesse instante, é o encontro com a ciência do seu próprio Ser.

Aqui, com vocês, estamos trabalhando esta arte da meditação, a arte da aproximação da vida, a arte da aproximação da liberdade, a arte da aproximação da inteligência, a arte da aproximação, da presença do amor no contexto das relações. Essa é a resposta para a pergunta: o que é meditação? Meditação é o encontro com a liberdade, é o encontro com a felicidade, é o encontro com o amor. É o encontro possível na ausência desta mente condicionada, na ausência desse fundo de condicionamento egoico, dessa ilusão desse "eu". Enquanto permanece esse sentimento de ser alguém, nesse contato com ele ou ela, estará presente esse autocentramento, esse sentido de mente condicionada, de padrão de comportamento, de fala, de ação, de sentir e pensar sobre o outro com base no passado, com base nessa velha estrutura do "eu".

Eu não sei se isso está claro para você ou está muito confuso. Mas é possível que uma primeira aproximação desse assunto nos pareça muito, muito estranho. Então, tenha um pouco de paciência para acompanhar isso.

Nós não temos um cérebro capaz de investigar isso a princípio, porque todo o nosso treinamento é o treinamento desse pensar padronizado pela cultura, pela sociedade, onde está presente exatamente esse padrão de pensamento não compreendido, não visto, não percebido. Assim, juntos aqui, nós estamos com você, aprofundando isso, descobrindo o que é esta mente livre, o que é esta mente onde não está mais presente essa forma condicionada, programada, já repetitiva e continuada de se sustentar. Um olhar direto para esse momento, um perceber direto para esse instante, nesse contato com o outro, sem a imagem que vem do passado, sem aquela experiência inacabada, que estamos trazendo do passado é um contato com ele ou ela, de uma outra ordem, de um outro tipo.

Quando você me magoa, me aborrece, me ofende, me entristece, eu guardo isso. Os nossos contatos, nesse nível de mente padronizada, de mente condicionada, são assim.

Nós estamos constantemente sendo feridos, magoados, ficando ofendidos. Estamos constantemente ferindo o outro, magoando, aborrecendo, chateando o outro. E ele reserva, ele guarda, ele registra isso de nós.

E nós registramos isso dele. Então, o que temos presente é um cérebro que está o tempo inteiro registrando, fotografando. Então, o cérebro está sendo ferido, magoado, ofendido, guardando isso.

Então, o cérebro está condicionado. Todo esse movimento psicológico de lembranças e memórias é aquilo que nós chamamos de mente em nós. Então, essa mente está condicionada.

É isso que encontra o outro da próxima vez. É esse condicionamento. Veja como é importante compreendermos isso.

Ao me encontrar com você, esse "eu" não é outra coisa, a não ser esse ressentimento, esse aborrecimento, essa frustração, essa mágoa. Ao me encontrar com você, estamos diante de uma experiência que não se concluiu.

Veja, estamos fazendo isso o tempo todo. Então, para uma relação onde o prazer está presente ou o sofrimento está presente, o processo é o mesmo. Ao me encontrar com você, eu gosto de você, porque da última vez que eu te vi, você me elogiou, me deu crédito, me deu honra.

Você preencheu psicologicamente aqui uma carência, uma necessidade. Então, eu gosto de você, e vice-versa.

Então, nos próximos encontros, esses encontros entre nós são encontros desta qualidade. Então, nós vivemos nesse "eu", nesse "mim", nesse ego, em experiências que não se concluíram. Vivemos sempre em uma dependência psicológica de prazer na relação.

Vivemos sempre nessa dependência psicológica de dor dentro da relação. Assim ocorrem os encontros entre pessoas. Podemos descobrir a vida como ela é sem esse fundo psicológico de cérebro condicionado, de mente condicionada, tendo uma resposta para esse momento livre do passado? Eu posso olhar para ele ou ela sem esse fundo? Será que podemos, nesse momento, permitir que toda experiência se conclua, para não carregarmos isso conosco, para não haver registro? Para que, nesse próximo encontro, estejamos diante de algo novo, que é a vida como ela está acontecendo nesse instante, estejamos diante dele ou dela, ele ou ela sendo visto, ela sendo vista pela primeira vez? Posso me encontrar com o momento sem a ilusão de uma identidade que avalia, julga, compara, que dá colorido a esse momento com base nessa estrutura de registro, de passado, de memória?

Assim, a verdade da meditação é o encontro com esta arte de ser. Qual é a realidade sobre a arte da meditação? É a arte de responder a esse instante, sem o fundo. Uma resposta para ele ou ela, sem o passado. Experimente isso. Não carregar a lisonja, o elogio, os aplausos, a aceitação do outro.

Experimente não carregar isso. Não coloque o sentido desse "eu", desse "mim", dentro dessa experiência, porque ao fazer isso, naturalmente, toda essa programação do cérebro é de registrar, de novo, para manter a continuidade desse seu condicionamento. O cérebro registra.

Esse sentido do "eu", do ego, faz isso em busca de segurança. Podemos abrir mão desta segurança e, portanto, desse condicionamento para não registrar? Não registrar o momento agradável. Permitir que esse momento termine. Veja, o encontro com o fim para esse momento, do ponto de vista psicológico, é um encontro com a morte.

Esse encontro com a morte da continuação do "eu", da continuidade, do condicionamento, é um encontro com a vida. Assim podemos eliminar o prazer e a dor, do ponto de vista psicológico, que o outro me dá, que o outro me traz. Assim temos uma aproximação da vida como ela acontece. E ela acontece e termina. Não há registro.

Não existe a continuação do passado. Isso é o fim do ego. Isso é o fim do "eu", aqui.

Podemos realizar isso nesta vida? A realização disso é o encontro com a ciência da meditação. Com a arte da meditação.

Percebam a beleza do que estamos colocando aqui para você. Permitir que cada momento termine, que cada experiência se conclua. Se isso ocorre, não fica o experimentador, não fica o "eu", não fica o ego.

Podemos ter um escutar livre do passado, um olhar livre do passado, um falar com ele ou ela livre do passado? Podemos encontrar esse momento aqui, sendo ele o que de fato ele é? Um momento sem o passado. Tudo que nós temos vivido na vida até hoje é a continuação do "eu", é a continuação do ego, é a continuação do passado. Nós não temos um encontro com esse momento livre do passado, porque estamos cultivando a memória, a lembrança, a estrutura desse condicionamento de cultura humana e esse condicionamento de percepção particular desse cérebro programado, condicionado.

A beleza desse encontro com esse instante é a verdade divina se revelando nesse contato com a vida sem o passado. A vida é a realidade que está presente aqui e agora.

E ela se mostra presente quando existe a morte para a continuidade do "eu". A morte para a continuidade desta memória psicológica, que é a memória desta egoidentidade.

Por que será que as pessoas temem? Por que as pessoas carregam o medo? Por que as pessoas carregam preocupações? Por que elas carregam insegurança no contato com o outro, com a vida, com tudo o que acontece? Porque elas carregam esse fundo de condicionamento mental, essa mente condicionada. O encontro com a realidade da vida é um encontro com a ciência, com a arte da meditação. Isso está presente quando o "eu" não está.

Talvez você pergunte: como isso se realiza? Isso se realiza quando você aprende sobre si mesmo, como olhar suas reações, como se dar conta de como você funciona nesse contato com você, com o outro e com a vida. Portanto, a base, o fundamento para a meditação não é uma hora reservada, não é um lugar silencioso, não é uma música, para relaxar.

A base, o fundamento, consiste em observar suas reações, em estar cônscio de como, psicologicamente, você funciona nesse instante, nesse encontro com a vida como ela acontece. Então, o Autoconhecimento é o fundamento, é isso que nos dá a estrutura para a ciência desse florescer da arte da meditação. E a meditação é esta ciência que revela a verdade desse instante, que é a verdade divina, que é a verdade do seu Ser.

Aqui, nesses encontros, nos finais de semana, estamos trabalhando isso. Assim, nós temos sábado e domingo juntos. São dois dias.

Fica aqui um convite para você. Você tem aqui na descrição do vídeo o nosso link, o Whatsapp, para participar desses encontros online nos finais de semana. Fora esses encontros, nós temos encontros presenciais e também retiros.

Então se isso é algo que faz sentido para você, já deixe aqui o seu like, se inscreva no canal, coloque aqui no comentário: sim, isso faz sentido. Ok? E a gente se vê. Valeu pelo encontro e até a próxima.

Janeiro de 2025
Gravatá-PE
Mais informações

terça-feira, 13 de maio de 2025

O sofrimento psíquico | O que é o pensamento? | O que é Meditação? | Tempo psicológico e cronológico

Aqui nós estamos juntos, com você, aprofundando questões básicas para o Florescer da Inteligência, para o Florescer da Sabedoria.

E nós temos que ter uma clara distinção entre a Verdade da Sabedoria e a mera experiência que também nos coloca dentro de ações bastante acertadas na vida. A experiência, ela nos dá um certo know-how, ou conhecimento, que nos prepara para ações corretas ou acertadas. Mas, por mais perfeitas que sejam essas ações, por mais harmoniosas e felizes que elas estejam acontecendo, ainda está incompleto algo, uma vez que essas ações, elas estão nascendo de um fundo. Veja, vamos explorar com você aqui a questão da meditação e a Verdade da ação, sobre a ação.

Observe que todas as nossas ações, elas nascem de um impulso de emoção, sentimento, pensamento. Tudo que você faz, faz a partir de um padrão de pensamento, de sentimento, de emoção. Nós somos impulsionados para agir a partir dessas três coisas: pensamentos, sentimentos e emoções. Isso nos impulsiona para a ação!

Aqui, estamos, com você, investigando a qualidade da ação que nasce da Sabedoria. E qual é a diferença dessa qualidade de ação que nasce da Sabedoria e a ação como nós conhecemos? A ação como nós conhecemos, elas são contraditórias. Elas são ações que nascem exatamente do passado, porque o pensamento, o sentimento e a emoção, tudo isso é o resultado do passado presente em cada um de nós.

Então, por mais inteligente que seja essa qualidade de ação, ela é ainda uma ação incompleta. E, portanto, quer tenhamos consciência disso ou não, uma ação que nasce do passado, ela não representa uma resposta de Real Inteligência, de Real Sabedoria, de Real Verdade nesse momento. Vamos esclarecer isso aqui para você.

Nós estamos juntos trabalhando a Realização de Deus, a Realização da Verdade. A ciência de uma vida onde está presente a beleza do Amor, da Paz, da Liberdade, da Felicidade. É por isso que nós precisamos saber o que é a meditação e que relação isso tem com as ações. E qual é a relação entre pensamento e ação, entre meditação, inteligência, ação e sabedoria? Tudo isso é o fruto, é o resultado do Despertar da Consciência, da Iluminação Espiritual.

Então, vamos em parte, vamos colocar aqui isso com bastante cuidado para você, de uma forma muito esclarecedora para você. Primeiro, qual é a importância da meditação? A meditação é aquilo que revela o seu Ser, a verdade sobre você. Sem essa verdade - daí a importância da meditação - sem essa verdade, que é a verdade do seu Ser, a sua ação sempre será uma ação que nasce do pensamento, da emoção e do sentimento; algo que vem do passado, deste "mim", deste "eu", desta "pessoa".

Nós passamos uma vida inteira sem a compreensão da verdade sobre quem nós somos, porque estamos vivendo nesse passado. Estamos situando o nosso modelo de vida, de existência, nesse passado. Rompendo com esse passado, rompemos com este "eu", este "mim", este "ego". Então, o seu contato com o mundo a sua volta, com as pessoas, não será mais um contato com base em uma ação que nasce do passado e, portanto, uma ação egocêntrica, uma ação nascida do "eu", nascida do "ego".

Então, haverá um perfume novo em suas relações. Então, na relação com ele ou ela, na relação com o outro, na relação com você mesmo, sem essa condição psicológica do "ego", que é esse elemento em nós presentes, que sustenta a vida, essa vida de relações, essa vida com ele mesmo, essa vida com tudo a sua volta, sustenta isso no pensamento.

Veja: nós não compreendemos o que é a meditação. Nós não compreendemos a importância de uma vida livre do "ego", porque nunca investigamos as complicações que o pensamento cria dentro de cada um de nós. Agora, a grande verdade é que nós sentimos, sim, os efeitos disso. Todos nós sabemos o que é ansiedade; o que é raiva; o que é medo; o que é frustração; o que é insegurança; o que é tédio. Todos nós sabemos o que é o ciúme; o apego; a dor da separação. Todos nós sabemos o que é o medo.

Então, veja, nós estamos sempre em um contato na vida, no viver, com esses quadros internos de sofrimento psíquico. E a maioria ainda não se deu conta - a maioria de nós ainda não se deu conta - de que isso está presente em razão desse modelo de pensamento que nós temos. Então, se não investigarmos essa questão do pensamento presente em nós - porque é ele que está fomentando tudo isso. Vejam como é simples tomar ciência disso, aqui, numa fala como essa.

Você não tem nenhum problema, a não ser o problema que o pensamento retrata para você, lhe traz, lhe mostra. Por exemplo, você não tem raiva das pessoas, a não ser que o pensamento lhe fale de alguém e lhe mostre alguém, criando problemas para você. Veja, é o pensamento que lhe mostra aquela "pessoa" de quem você tem que ter raiva, porque é "ela" que está lhe prejudicando. E o que é que você tem dessa "pessoa"? Uma imagem, um pensamento!

De algumas pessoas você gosta, de outras pessoas você não gosta. E quem está fazendo essa diferenciação dentro de você? É o pensamento! Você tem preocupações de perder as coisas. E quem é que diz para você que você tem essas coisas? Quem é que lhe diz e lhe dá a garantia de que essas coisas, de verdade, são suas? Esse sentimento de ter e esse medo de perder, isso está ou não baseado no pensamento? Quando você está dormindo, em sono profundo, você tem coisas para ganhar ou coisas para perder? Quando você não tem a lembrança do carro, você tem um carro? Quando você não tem a lembrança de uma conta para pagar, você tem alguma conta para pagar, para se preocupar com ela? Sem a lembrança, sem a memória, sem o pensamento, nós temos problemas? Repare, pode soar até um pouco engraçado isso, mas onde está o seu problema quando o pensamento não lhe mostra? Então, a nossa vida, ela se assenta no pensamento. Veja como é simples isso! Nós nunca investigamos a questão do pensamento.

Então, não sabemos, na verdade, o que é o pensamento. Isso é algo para ser investigado, para ser compreendido. Porque se você descobre como lidar com o pensamento - e essa é uma outra pergunta: "como lidar com os pensamentos?". Você pode ir além deles. Sim, isso mesmo, você pode ir além deles. Vejam a beleza disso, porque ir além dos pensamentos significa ir além de ter e não ter, de amigos e inimigos, de ganhar, de perder, de preocupações, de problemas. Então, o que é lidar com os pensamentos? O que é o pensamento?

A maioria das pessoas passam uma vida toda, uma vida inteira, sem investigar a Verdade sobre elas mesmas e sem compreender como elas funcionam. E se você não sabe como você funciona, você é afligido por pensamentos. Acabei de colocar isso agora há pouco. Os problemas que você tem, todos se assentam no pensamento. A raiva de alguém, o medo, a inveja, o ciúme, as preocupações, essa tagarelice interna, essa inquietude dentro de você. Esse movimento de pensamento dos quais você quer se livrar e você não consegue.

Então, não sabemos lidar com os pensamentos. Não sabemos o que é o pensamento. Então, o que é o pensamento? É memória. É lembrança. É recordação. Então, não sabemos lidar com os pensamentos e não sabemos como eles se instalam aqui, nesse corpo-mente, nesse cérebro. E estamos sempre reagindo à experiência do momento presente com base nesse pensamento.

Assim, nossas ações, notem, elas nascem do pensamento. Mas também os nossos sentimentos, as nossas emoções - e dentro de cada um de nós isso funciona de uma forma muito complicada. Porque são pensamentos que se contradizem, sentimentos contraditórios e emoções que estão sempre criando conflito, dentro de cada um de nós. O modelo desse sentido do "eu", do "ego", é de desordem no pensamento, no sentimento, na emoção e, naturalmente, nas ações.

Nós vivemos, internamente, em razão da desordem psicológica que trazemos, em razão da ignorância a respeito de como o pensamento se processa, de como lidar com os pensamentos, nós vivemos internamente em estados de contradição. Você pensa uma coisa, deseja uma outra coisa, sente uma outra coisa e na ação você faz algo completamente diferente de tudo isso. Então, tomamos ações das quais, depois, nos arrependemos. Mas já foram tomadas. A gente não consegue resolver uma ação, uma vez que ela já está terminada. Mas isso produz, em cada um de nós, a culpa, o remorso, o arrependimento; ou realizamos ações das quais depois iremos ter medo dos resultados, das consequências.

Então, o nosso estado de ignorância a respeito de quem somos e, naturalmente, de como atuamos na vida, é algo muito claro. Nós estamos confusos, desorientados, em desordem, em sofrimento. Isso é, na verdade, muito claro. Claro, sendo colocado aqui, agora, para você; mas nós não temos nenhuma clareza a respeito disso, no dia a dia. Isso por quê? Porque nós não nos conhecemos. Nós não temos uma aproximação, da verdade, daquilo que somos, psicologicamente.

A nossa vida, ela tem se situado, ela está se situando nesse tempo que eu tenho chamado de "tempo psicológico", que é quando aqui, nesse instante, tudo que você tem a dizer sobre você é algo que vem da memória e, portanto, do passado. Então, o que é o pensamento? Uma recordação, uma memória, uma lembrança. Você não tem nenhum outro pensamento, a não ser uma recordação, uma lembrança, uma memória do que já foi, do que ouviu, do que leu, do que aprendeu, do que viveu. Isso foi reservado, foi guardado, foi registrado. E agora está aqui se mostrando como uma lembrança, como um pensamento, e isso está lhe impulsionando para ações.

Então, as nossas ações são movidas pelo passado, porque são movidas pelo pensamento. Reparem o problema que isso representa. No contato com a esposa, ela me ofendeu. No contato com o marido, ele me magoou. Quando encontro ela novamente, ou quando encontro ele novamente, esse sentimento de ofensa está presente em mim, ao me encontrar com ela. Isso ainda está vivo em mim.

Repare, é algo que vem do passado, é uma memória, uma lembrança, mas está aqui. Ao me encontrar com ele, esse aborrecimento, essa contrariedade, ainda está aqui. Então, esse registro está aqui. Esse é o modelo do pensamento como nós temos funcionado, estamos funcionando. Então, o que eu tenho agora, aqui, nesse encontro com ela, ou com ele, é o passado! Assim, a minha resposta para esse momento, nesse encontro, será uma resposta que vem do passado, uma ação que vem desse registro de memória. Essa é a atividade do "eu", desse "mim", desse "ego". Então, esta ação ou essa atividade será egocêntrica.

Isso explica toda a confusão que nós temos na relação com as pessoas. Porque estamos, antes de tudo, num conflito dentro de nós mesmos. Porque estamos magoados, ofendidos, aborrecidos, contrariados, de mau humor. Algo que vem do passado está presente aqui. Não sabemos lidar com isso, não sabemos romper com essa condição. Não sabemos o que é a vida livre desse padrão egocêntrico de ser "alguém".

Assim, o meu contato com o mundo à minha volta, com a esposa, com o marido, com os filhos, com o chefe no trabalho, com os amigos de trabalho, com os vizinhos, com os parentes - eu sempre os vejo a partir da imagem que eu tenho deles; dos momentos bons e ruins que já vivi com eles, que agora, aqui, dentro de "mim" são só lembranças, é só o passado. Mas é algo que estou sempre trazendo de volta, dando vida novamente a isso, nessas relações. E está sempre presente, repare, nessas relações, nossas ações.

Vamos acompanhar isso com calma. Essas ações são ações sem espaço. Veja: não existe a beleza de um espaço amplo, luminoso, claro. É um estreito espaço. É um espaço escuro, complicado, onde "eu" o vejo a partir de uma imagem que tenho "dele" ou "dela". Reparem: isso é exatamente a ausência da beleza, do amor nas relações. É assim que nós temos nos situado no mundo.

Isso explica toda a presença de violência, de ambição, de inveja, de despeito, de agressão. Há todo tipo de confusão presente em nosso contato com o mundo, com o outro. Porque isso, antes de tudo, está presente dentro de nós mesmos. E tudo isso porque não há amor, não há sabedoria; não há amor, não há sabedoria porque não há esse espaço, esse amplo espaço, luminoso espaço, esclarecido espaço da Inteligência, da Presença de Deus, da Presença da Verdade - algo que surge quando o "ego" não está. Então, essa é a beleza do encontro com a verdade da meditação. Porque, o que é a meditação?

A meditação é o esvaziamento desse psicológico conteúdo que sustenta essa identidade egocêntrica presente na vida, no viver. Então, o fim de todo esse conteúdo de pensamento, sentimento e emoção, que dá sustentação a essa imagem, essa autoimagem que dá sustentação a esse sentido do "ego", que vive nesses estados de contradição, de desordem, de sentimento, de emoção, de pensamento. O fim para isso é a Presença da meditação.

Aqui, nós temos dado relevância a isso, a estudar isso com você, a tomar ciência desta Natureza Divina, que é a Natureza de Deus. Isso requer um esvaziamento de todo esse velho conteúdo do "eu", do "ego". Isso requer estar na vida sem continuar sustentando mais essa ilusão. Isso requer estar na Vida sem o sentido do "eu", do "ego", desse elemento que está sempre registrando e cultivando esse modelo de memória psicológica, fazendo escolhas, tomando decisões, e resoluções a partir desse "centro" ilusório, desta falsa identidade. Porque isso não tem nenhuma realidade, a não ser a realidade que o pensamento está construindo. Podemos viver uma vida livre do "ego" e, portanto, livre desse sentido do "eu" presente, numa qualidade de ação onde essa Inteligência - que é a Presença da Graça, que é a Presença de Deus - esteja presente? Então, temos uma Vida em Sabedoria. Então, temos uma Vida em Amor, uma Vida em Liberdade, uma Vida em Felicidade.

Então, nós precisamos descobrir o que é lidar com esse tempo psicológico, o que é lidar com esse pensamento que sustenta esse tempo psicológico. Temos que descobrir como nos livrar desse tempo psicológico, desse modelo de pensamento - ele precisa cessar, ele precisa desaparecer. Esse modelo de pensamento que sustenta esse tempo psicológico.

Então, nós temos o tempo psicológico e o tempo cronológico. O cronológico, nós fazemos uso dele. Precisamos do tempo do relógio. Fazemos uso do calendário. Tudo isso faz parte dessa noção de tempo cronológico. De uma forma prática, nós precisamos disso, fazer uso desse modelo de tempo. Mas não precisamos do tempo psicológico, dessa ilusão de passado, presente e futuro para esse "mim", para esse "eu". Podemos descobrir a vida agora, aqui, nesse instante?

Então, nesse contato com o mundo, com ele ou ela, está sempre livre do modelo do pensamento psicológico e, portanto, desse tempo psicológico. Então, temos um contato com a vida agora, aqui. Isso é a vida livre do "ego". Isso é a vida livre do "eu". Onde temos a presença da Meditação. Então, a Meditação é você em seu Estado Natural. Não é uma prática para alguns momentos reservados do dia, durante o dia ou a noite. É aqui, nesse instante, descobrir a vida livre do pensamento psicológico, do tempo psicológico, é a revelação do seu Natural Estado de Ser, que é Amor, que é Felicidade, que é Meditação.

Então, esse é o nosso assunto aqui com você. O que você acaba de ouvir é a Revelação da Verdade sobre quem é você, quando o "eu", o "ego", não está. Nos finais de semana nós estamos juntos aprofundando isso aqui com você. Sábado e domingo estamos juntos. Você tem aqui o link do WhatsApp para participar desses encontros nos finais de semana, para aprofundar isso, tomar Ciência da Verdade, sobre você. Tomar ciência dessa Realidade Divina para, nesta vida, realizar o seu Despertar, o fim do sentido do "eu".

Então, se isso é algo que faz sentido para você, nós temos encontros presenciais também e retiros, em alguns períodos do ano. Faz sentido pra você? Já deixa aqui o seu like, se inscreve no canal e coloca aqui no comentário. Sim, isso faz sentido. Ok? E a gente se vê. Valeu pelo encontro e até a próxima.

Janeiro de 2025
Gravatá-PE
Mais informações

quinta-feira, 8 de maio de 2025

Advaita Vedanta | O que é o Despertar da Kundalini? | Como alcançar maturidade espiritual?

É possível que essa seja a sua primeira vez aqui conosco, mas aqueles que já estão conosco acompanhando essas falas já perceberam que aqui a nossa intenção é termos um olhar, uma forma de aproximação em que, de fato, isso faça sentido não teoricamente, verbalmente, intelectualmente, mas vivencialmente. Notem que é muito comum nós, como seres humanos, nessa procura pelo aprendizado, pela descoberta, pela compreensão de alguma coisa, termos de início uma busca intelectual do assunto. Reparem que a nossa inclinação, por exemplo, para as leituras é porque em nossa ideia, e isso, repare, é algo que nos foi ensinado dentro dessa cultura nossa, nessa educação que recebemos, que nós precisamos primeiro intelectualmente compreender alguma coisa, para que depois tenhamos uma visão vivencial daquilo.

De uma certa forma sim, isso procede. Em diversos aspectos da vida nós precisamos primeiro de uma base teórica e depois de uma visão ou aproximação prática. Mas aqui nós estamos questionando com você isso, dentro desse princípio que nos é mostrado aqui dentro do canal.

Uma vez que não estamos tratando de algo que se compreende separado do viver. Não podemos teorizar antes um assunto como esse, para termos uma compreensão direta disso depois. E há diversas razões por que isso acontece, dentro desta visão que nos aproximamos aqui para investigar.

Aqui estamos tratando com você do Despertar da Consciência. Qualquer ideia, teoria, conceito ou aprendizado sobre isso é meramente intelectual. Estaremos só lidando com palavras, com pensamentos, com ideias e conceitos.

A não ser que ocorra um processo interno de mudança psicológica dentro de cada um de nós, toda essa teoria não serve absolutamente para nada. Apenas é algo que nos causa ainda mais condicionamento. Aqui nós estamos tratando com você do fim desse condicionamento, desse psicológico condicionamento, que tem nos colocado dentro de uma posição onde estamos dentro desse modelo social, de cultura humana, de sociedade humana.

Essa condição é a condição da inconsciência, a condição norteada pelo modelo do pensamento, daquilo que todos nós conhecemos. Notem que todo pensamento em nós é apenas algo que é parte daquilo que essa consciência que nós temos reconhece.

Então, vamos investigar tudo isso aqui com você. Vamos compreender a beleza de termos uma aproximação direta daquilo que eu tenho chamado de compreensão. Notem que há uma diferença entre a compreensão, que é algo direto, vivencial, experimental, e o mero entendimento de conhecimento intelectual e verbal. Eu tenho dado alguns exemplos aqui, embora não sejam de exemplos que nós precisamos.

Nós precisamos de uma vivência direta daquilo que é colocado aqui como um exemplo. Porque isso também se torna apenas mais uma teoria dentro de nós, sem uma direta vivência.

Eu vou lhe dar um exemplo. Vamos supor que eu lhe apresente uma fruta exótica. A partir daquele momento, você tem o conhecimento visual e, portanto, a memória e a lembrança daquela fruta.

Quando alguém lhe apresentar novamente aquela fruta, de fato, você a conhece, de memória, de lembrança, visual. Mas no dia que lhe foi apresentada aquela fruta pela primeira vez, e agora pela segunda, você nunca provou a fruta.

Então, repare, essa é a diferença entre o entendimento, que é meramente intelectual, verbal, visual, de memória, para uma compreensão. Uma coisa é você ter a compreensão do que aquela fruta é. E isso só é possível quando você experimenta a fruta. Então, de fato, você conhece a fruta.

Não intelectualmente, mas experimentalmente. Aqui estamos trabalhando com você a visão da realidade divina, esta ciência de Deus, esta ciência do seu Ser.

Assim, estamos mostrando aqui para você a verdade sobre a Advaita Vedanta, mas não o aspecto teórico, verbal, intelectual desse assunto, mas a vivência do que isso representa. Então, não se trata de conhecer essa fruta exótica, se trata de experimentar isso, tomar ciência diretamente disso.

Então essa é a diferença entre o intelectualismo e a compreensão direta. Uma visão verdadeira, real, autêntica, da não dualidade, da não separação, requer a ciência da realidade do seu Ser, que é a realidade divina. Veja como isso aqui é importante.

As pessoas usam a expressão Deus, mas a expressão Deus, a palavra Deus, não é a realidade de Deus. É só uma palavra, um símbolo, uma expressão oral, verbal. Você junta algumas letras, elas se transformam em sílabas e nós temos a palavra. Mas a palavra não é aquilo que a palavra representa.

A realidade divina, a realidade de Deus é aquilo que é vivencial. Apenas quando há uma vivência, e aqui é importante também que se diga isso para você. não vamos confundir uma vivência direta com a realidade de Deus, com uma sensação, um sentimento ou uma emoção. Emoção, sentimento e sensação ocorrem a nível, ainda, psicofísico. A realidade divina é algo experimental, mas o sentido do "eu", notem, não está envolvido nesse processo de memória, de lembrança, de recordação.

Então vamos compreender uma coisa aqui. Quando as pessoas usam expressões tipo: eu experimentei Deus, ou eu tive uma experiência com Deus. Reparem, uma experiência é uma lembrança, uma memória, algo reservado nesse cérebro, nesse corpo, mente, a nível de uma sensação, sentimento e emoção.

Aqui não estamos dizendo que essa sensação, sentimento, emoção não seja algo prazeroso, algo preenchedor quando ocorre. Mas estamos diante apenas de uma experiência e a realidade divina não está dentro de uma experiência. Assim como o sabor daquela fruta exótica não pode ser descrito por palavras, porque palavras não representam o sabor.A realidade divina, a realidade de Deus, não é uma experiência. Então, um contato com a verdade do seu Ser é o despertar desta natureza divina.

Então, aqui estamos dizendo para você que o despertar da Kundalini, as pessoas usam essa expressão e dão a essa expressão diversos significados, e um deles, o principal dentre todos esses significados está um sentimento, uma sensação, uma percepção a nível de experiência. E aqui estamos dizendo para você que o despertar de sua real consciência, que é a natureza divina em você, que é a natureza de Deus em você, é o despertar da Kundalini.

Mas isso não é uma experiência, não é algo pelo qual você passa e depois o descreve. O experimentar da realidade divina é ter a compreensão direta desta coisa inominável, indescritível. Então, a realidade do seu Ser é a realidade desta consciência. Quando isso floresce, temos o despertar da Kundalini.

Mas não é uma experiência. Não há alguém envolvido nisso. E não fica alguém para relatar algo sobre isso quando isso ocorre. Quando as pessoas perguntam: o que é o despertar da Kundalini, como despertar a Kundalini? Primeiro elas querem ter uma ideia do que isso seja. E é possível o pensamento criar uma ideia, mas todo pensamento, ele apenas representa aquilo que essa consciência do "eu", do ego, da própria mente reconhece. E, portanto, aquilo que o pensamento cria como ideia de Kundalini não é real.

As pessoas falam muito sobre esse despertar da Kundalini, sempre atrelando isso às sensações, sentimentos, emoções ou experiências no corpo. Sim, a verdade daquilo que é você em seu Ser, como real consciência, quando floresce, opera uma mudança nessa estrutura psicofísica. Então, a nível de corpo e mente, um processo se realiza, um processo de mudança acontece.

Mas isso é o que nós temos de menor importância. Porque a verdade do despertar da Kundalini, o que há de real importância nisso, é que quando isso de fato ocorre, isso termina com o sentido de separação, de dualidade. A palavra dualidade nos Vedas é Advaita.

Esse é um assunto aqui no canal, um dos principais assuntos abordados aqui com você. A não dualidade. O despertar da Kundalini é o fim da dualidade.

É o fim desta identidade do "eu", desse mim, desse ego, onde há um pensamento de separação e um sentimento de separação presente nesta autoimagem. Esta autoimagem é a imagem que o pensamento tem construído sobre ele, como sendo o experimentador que passa por experiências.

Assim sendo, aquilo que alguém denomina minha Kundalini, ou minha experiência de Kundalini, é algo atrelado ainda ao sentido do "eu", deste ego, desta auto-imagem, desse experimentador. Espero que isso se torne claro para você.

Há um trabalho se processando nessa estrutura, nesse corpo-mente, para o florescer desse natural estado de ser, para o rompimento com essa condição de separação ou de dualidade. Então, vamos compreender de uma forma clara isso aqui.

Se a sua pergunta é: o que é Iluminação Espiritual? A Iluminação Espiritual é algo do qual você pode e precisa se aproximar, mas de uma forma diferente. Não pode ser com base em conceitos, em teorias, em crenças, em ideias. Não se trata de estudar os livros sagrados, não se trata de ler os Vedas. Aqui se trata de compreender aquilo que se passa aqui com você. Há uma pergunta comum também por parte das pessoas: como alcançar a maturidade espiritual?

Vamos compreender uma coisa também a respeito disso aqui. Veja, não é entender a respeito disso, mas é compreender. E agora ficou claro, compreender é ter um experimentar direto.

Não se trata de passar por uma experiência. Uma experiência, notem, ainda faz parte do mero conhecimento a nível do sentimento, emoção e sensação. A realidade desse florescer da Kundalini, ou a realidade desta maturidade espiritual, requer um estado novo de presença, de real consciência, aqui, neste instante.

Então, o que é essa maturidade espiritual? Primeiro temos que limpar completamente essa ideia equivocada do que as pessoas chamam de espiritual. Acabamos de dar alguns exemplos aqui. Você pode passar por algumas experiências místicas ou psíquicas. O contato com o extrafísico ou com o assim chamado mundo espiritual e chamar isso de espiritual. Aqui quando usamos a expressão espiritual ou maturidade, a expressão maturidade não requer a presença do tempo, mas requer a presença da ciência direta, real daquilo. É nesse sentido que aqui a palavra maturidade é usada.

Então, quando alguém pergunta assim: como alcançar essa maturidade espiritual? Eu não sei o que elas entendem por maturidade e também não sei bem o que elas entendem por espiritual, uma vez que espiritual aqui não se trata de uma experiência mística, assim chamada espiritual, ou extrafísica, ou com esse assim chamado mundo da espiritualidade.

Aqui, o espiritual é aquilo que está fora da mente e, portanto, fora do pensamento. E, uma vez que o pensamento não está, estamos lidando com algo que é desconhecido. Se é desconhecido, não pode fazer parte do registro, da memória, da lembrança. Então, não se trata de uma experiência. Como alcançar a maturidade espiritual? Tomando ciência daquilo que é o desconhecido. Então, nós temos a verdade da compreensão sobre aquilo que é a real espiritualidade, que é a ciência do seu Ser, que é a ciência de Deus.

Então, observem, aqui no canal nós não tratamos com você de teorias, mas da possibilidade de um experimentar, nesse instante, desta realidade. E por que nesse instante? Porque esta realidade divina está presente. Mas não é algo que alguém possa experimentar, mas é algo que está presente, que se revela quando alguém, o "mim", o "eu", o ego, não está presente.

Então, aqui, a pergunta real é: como conhecer a si mesmo? Então, veja. Autoconhecimento é como conhecer a si mesmo. Assim, essa verdade da revelação daquilo que é você em seu Ser, requer uma compreensão direta.

E agora sabemos o que é esta compreensão direta. É o experimentar diretamente essa fruta. Estamos aqui tratando com você de algo que está fora do conhecido.

Assim estamos lhe apresentando algo que não faz parte do movimento do pensamento. Assim, de verdade estamos diante de algo inusitado. E o experimentar real disso requer Autoconhecimento.

O Autoconhecimento é aquilo que temos quando está presente esta ciência de olhar para todo esse movimento, que é o movimento do "eu", da mente dualista, da mente egoica. Descobrir como olhar para esse movimento é Autoconhecimento. O grande detalhe aqui é que ter uma aproximação real disso requer o aprender. E também uma nova forma de aprender.

Para nós, o aprender é através do estudo dos livros, de ouvir palestras e ensinamentos a respeito daquela dada coisa. Aqui, essa dada coisa, que é esta visão sobre quem é você, não é possível aprender com alguém ou nos livros. Esse compreender a si mesmo requer um estudar da verdade sobre você em si mesmo. Então, se trata de estudar a si mesmo. Aprender como estudar a si mesmo é Autoconhecimento. Isso é algo que ocorre nesse momento.

Não é algo que você aprende para depois. Então, não se trata de algo que você lê ou escuta a respeito para depois entender. Aqui se trata de descobrir o que é olhar para esse movimento, que é o movimento do "eu", compreendendo a mente, como ela processa pensamentos, sentimentos, emoções, sensações, percepções. E esse aprender é agora.

Então, não se trata de acumular conhecimentos e informações para depois fazer uso. Se trata de descobrir, nesse momento, como suas reações acontecem. Descobrindo que esse elemento que vem do passado, que é o pensador, que é exatamente esse elemento que está sempre à procura de novas experiências, que é o "eu" funciona. Portanto, esse contato com a realidade do seu Ser, com a realidade divina, com o florescer de sua natureza essencial, não é uma experiência para um experimentador. O contato com isso nasce do Autoconhecimento e esse Autoconhecimento é compreender o movimento desse "eu". Como temos colocado aqui para você, essa expressão Autoconhecimento não é o "eu" se conhecendo, é a verdade da liberação dessa ilusória identidade, que é a identidade egoica, que é esse "eu". Quando há uma ciência do próprio movimento do pensamento condicionado, que dá formação a esse movimento egoico da consciência dualista, que é a consciência egoica, que é a consciência do "eu", isso termina.

E quando isso termina, nesse corpo-mente se processa uma mudança. E essa mudança é a presença desta verdade de Deus se revelando. Então, aquilo que é real, que está presente agora aqui, se revela quando esse sentido ilusório de uma identidade que se assenta, que se baseia no movimento de inconsciência, que é esse movimento de pensamento que vem do passado, não está mais presente. Então, um olhar direto para todo esse movimento do "eu" é Autoconhecimento. Então, esse contato com essa realidade divina, que é a realidade deste Ser que está fora desta mente egoica, desse sentido de separação, isso lhe dá o real sabor da compreensão direta de sua natureza essencial, de sua natureza divina.

Então, estamos, de fato, diante da realidade do florescer de sua natureza essencial, de sua natureza divina. Isso é o real despertar da Kundalini. Essa é a verdade da revelação sobre esta maturidade espiritual.

É apenas nesse sentido que nós usamos expressões aqui como: Kundalini, Autoconhecimento, maturidade ou espiritual. É no sentido da realidade presente aqui, nesse momento. Não se trata de um processo de graduação, de aquisição de mais, mais e mais, de um amadurecimento no tempo ou de uma visão da realidade sendo confundida com práticas assim chamadas espirituais ou espiritualização da pessoa. Assim, essa realidade divina é aquilo que é indescritível, que está fora do conhecido, que está fora da mente e, portanto, do pensamento.

Portanto, esse é o nosso assunto aqui com você, dentro desse canal e também em nosso outro canal, chamado Marcos Gualberto. Depois você dá uma olhadinha também em nosso outro canal. Então, estamos trabalhando com você isso.

Além desses vídeos que nós temos aqui nesse canal e também em nosso outro canal, nós temos os nossos encontros online que ocorrem nos finais de semana. Sábado e domingo estamos juntos, aprofundando esses assuntos aqui com você, tomando ciência disso, para uma compreensão direta disso. Você tem aqui, na descrição do vídeo, o nosso link do WhatsApp para participar desses encontros online.

São dois dias juntos, sábado e domingo, de uma forma online, estamos juntos. Além disso, temos encontros presenciais e também retiros em alguns períodos do ano. Se isso que você acaba de ouvir aqui é algo que faz sentido para você, já fica aqui um convite. Já deixe aqui o seu like, se inscreva no canal, coloque aqui no comentário: sim, faz sentido. Ok? E a gente se vê. Valeu pelo encontro e até a próxima.

Janeiro de 2025
Gravatá-PE
Mais informações

Compartilhe com outros corações