Participante: Qual é a atitude correta para nos aproximarmos do Mestre?
Mestre: Se você for convidado para entrar no palácio real, na Inglaterra, para ver a rainha, você vai receber algumas aulas de etiqueta, de como se comportar diante da rainha. Qualquer comportamento fora disso pode ser considerado um insulto, e isso significa que, no mínimo, você pode ser expulso da sala diante dela.
Nesse encontro com a rainha, quem é a autoridade, quem está no poder, quem tem o reino, quem concede e quem recebe o favor? Me parece que vem tudo dela! É dela que vem o favor, a hospitalidade, a graça. Ela é a rainha! Você não vai tentar explicar para ela como governar o seu próprio reino. Você não faz parte do governo nem para opinar, nem para colocar seu voto acerca de decisões a serem tomadas. Você é só um visitante.
Então, como deve ser visitar o Guru, a Presença, a Consciência na forma? Você vai chamar essa Consciência na forma de mentirosa? Ou você vai discutir a forma como o Guru faz ou deixa de fazer o trabalho dele? Não! Vocês não podem vir ao meu reino e discutir como eu o governo. Se eu expulso alguém do reino, se eu maltrato um dos meus súditos... Vocês não têm o poder de fazer isso. Eu sou o dono do reino, eu sou o rei, eu governo do jeito que eu decido governar. Quando você faz isso, você para de fazer parte do reino. Essa é a forma arrogante de se comportar diante do Guru. O Guru aceita quem ele quer e expulsa quem ele quer! Ver justiça ou injustiça nisso é para quem está fora do reino. Se você faz parte do reino, você não discute sobre as decisões do rei.
Então, qual é a forma de estar diante de Deus, que é a Presença, que é a Consciência? Sem mente! Sem opiniões, sem julgamentos, sem comparações, sem conclusões... Porque você está diante da Graça! Vocês dependem dessa Graça! E vocês não podem esquecer isso: vocês estão vindo a mim, não sou eu que estou indo a vocês! Vocês estão vindo a mim para receber esse favor, essa Graça, que é a liberação dessa mentira, dessa arrogância. Então, a maneira real de estar aqui é sabendo o que significa estar diante de um Sábio, diante da Presença, diante da Graça!
Essa arrogância afasta vocês de si mesmos! Vocês têm que chegar aqui com lágrimas, não com gritos, e com uma tristeza interna no coração, por estar vendo tudo com um fundo de medo, de frustração, de decepção, de raiva... Não é hora de gritar, é hora de chorar, de se arrepender. É hora de perguntar: "Mestre, o que está acontecendo? O medo está aqui, a dor está aqui, me ajude a sair disso!" Essa é a atitude que vocês devem ter quando estiverem comigo! Se é verdade que você só tem a mim para ajudá-lo a sair desse lamaçal de prepotência, de arrogância, de vaidade, de medo, então, aprenda a olhar para mim. Chegue aqui e diga: "Mestre me ajude a sair disso!" Faça isso aqui, fisicamente, e também quando estiver longe! Você não está falando com uma forma física, mas sim com a Consciência, com Deus!
Você não vai ao Guru para questioná-lo. Você vai ao Guru para desistir de ser "alguém" diante da sua graciosa Presença, dadivosa Presença, iluminada Presença. Servir ao Guru não é servir a outro, é se render à Verdade! Quando há essa rendição à Verdade, o Guru oculto no coração do discípulo se revela como o seu próprio Ser. Isso é Iluminação! Isso é Realização!
Não me cobrem realização, mereçam isso! Mereçam essa Graça – embora Graça não seja algo recebido por merecimento. Quando vocês estiverem "merecendo" essa Realização, a receberão por Graça, e não porque a mereceram. É assim que a iluminação acontece: tem que chegar ao fim, aí, então, não fica "alguém", somente a iluminação.
Você pode ver a história daqueles que se realizaram pelo Zen: ouvindo coisas absurdas do Guru, recebendo puxão no nariz, sendo jogado pela janela, socos, bastonadas, sentados diante de uma parede, presenciando e ouvindo coisas absurdas, como os koans. Tudo isso durante muitos e muitos anos! E, aparentemente, como se nada estivesse acontecendo, nem um tapinha nas costas vindo do mestre dizendo: "você está bem, você está evoluindo"; nem reconhecimento, nem aplausos pelos feitos, pela obediência. Ao contrário, a "corda" fica cada vez mais curta, as exigências cada vez maiores, ano após ano. Questionar o Guru, nunca! Duvidar do Guru, jamais! Cogitar a deserção, nem pensar! Ano após ano! Aparentemente, não tem nada acontecendo, e um belo dia, como que em um tropeção – ou em um tropeção literal –, numa pequena pedra – e o ego vai ao chão!
O discípulo deixa de ser discípulo, quando se faz merecedor dessa Graça, por meio da entrega. Essa Graça vem, sem merecimento, para um discípulo que deixa de ser discípulo, somente porque o Guru interno aflorou, assumiu... Porque o "rei" voltou ao trono e reconheceu sua realeza. Por Graça? Sim. Por merecimento? Sim. Por merecimento? Não. Por todos aqueles anos? Sim. Por todos aqueles anos? Não.
Não vá ao Guru pedindo-lhe o que você não pode receber, mesmo que ele tenha para lhe dar. Vá até ele e se renda, se entregue, mereça tocar em seus pés, se habilite a isso. Não é possível realizar Deus sendo alguém. Não é possível realizar Deus tendo muitos sonhos ainda, estando muito apegado a outras coisas ainda.
Seu lugar é nesse espaço: no espaço da meditação, da entrega, da renúncia, da liberação do mundo e das suas fantasias de paraíso, de felicidade, na terra. Esse é o caminho da Graça: a entrega. É a única forma de merecer o que você pode receber sem merecimento algum. Ou você acredita em você ou confia na Graça na forma do Guru.
Um dia, Cristo disse: "aquele que permanecer até o fim será livre, será salvo; se permanecerem verdadeiramente em minhas palavras, verdadeiramente serão meus discípulos, então conhecerão a Verdade, e a Verdade será essa Liberdade, e a Verdade vos libertará."
Um dia, Buda disse, em seu último sermão: "sejam uma luz para si mesmos." Isso é possível? No ego, não! Na Consciência, sim! E a Consciência está presente quando o Guru está presente, quando a Graça está presente, quando a Verdade está presente. Então, a Luz está aí.
É um grande erro ver o Guru somente como mais uma pessoa. O guru não é só mais uma pessoa, ele é Deus, é a Consciência, é infalível, é um caso acabado!
Quando você vai a um Mestre vivo, você está indo se deparar com a Liberdade. Você não pode roubar isso Dele. Você não vai compreendê-lo, não vai tirar um pedacinho Dele e levar com você; não vai aprender alguma coisa com Ele. Você não tem nada que possa tirar Dele, mas Ele é tão generoso quanto o mar para receber você em suas águas. Você não pode roubar nada Dele. Ou você desiste de fazer isso com a água do mar e se joga no mar, ou então você vai cair nessa ilusão de tentar levar uma parte, que vai terminar voltando para ela. Então, quando você for a um Mestre vivo, é melhor que se banhe nas águas de Sua Liberdade e seja livre com Ele.
Você tem que vir a mim para ser Um comigo, e não para tirar conclusões de quem eu sou, de quem você é, do que eu sei ou não sei, do que eu aprendi ou não, do que eu posso ou não... Isso é bobagem! Você tem que vir a mim para estar nesse Silêncio, para mergulhar em meus olhos, em meu coração, em minha ausência, em minha Presença. Mergulhar nessa Meditação que é onde estou, que é onde sou O que Sou.
Pare de pensar em sua vidinha pessoal, particular, de relacionamento, onde você tem coisas para esconder ou para dizer no privado, no particular. Quando você vier para estar comigo, venha para mergulhar nesse mar, venha para esquecer essa história de "alguém". "Alguém" que tem que viajar, tem que se distrair... Para quê? Venha para esse mar, viaje para dentro desse oceano de Liberdade! Senão, você continua levando esse seu ego para viajar.
Viva sem ego! Viva sem o sentido de separação! Viva em Felicidade Suprema, em Liberdade! Viva sem medo, sem conflito, sem desejos, sem ansiedade quanto ao futuro, sem preocupação quanto ao passado, sem historinhas pessoais! Quando você vier, venha para mergulhar nesta minha arte, na arte de Ser, na arte de ser nada, de ser ninguém! Sem nascer e sem morrer! Ninguém nunca nasce e ninguém nunca morre! Ninguém nunca casa, ninguém nunca separa! Ninguém nunca é ou deixa de ser...
Isso é tão simples..., mas vocês complicam tudo...
Mestre: Se você for convidado para entrar no palácio real, na Inglaterra, para ver a rainha, você vai receber algumas aulas de etiqueta, de como se comportar diante da rainha. Qualquer comportamento fora disso pode ser considerado um insulto, e isso significa que, no mínimo, você pode ser expulso da sala diante dela.
Nesse encontro com a rainha, quem é a autoridade, quem está no poder, quem tem o reino, quem concede e quem recebe o favor? Me parece que vem tudo dela! É dela que vem o favor, a hospitalidade, a graça. Ela é a rainha! Você não vai tentar explicar para ela como governar o seu próprio reino. Você não faz parte do governo nem para opinar, nem para colocar seu voto acerca de decisões a serem tomadas. Você é só um visitante.
Então, como deve ser visitar o Guru, a Presença, a Consciência na forma? Você vai chamar essa Consciência na forma de mentirosa? Ou você vai discutir a forma como o Guru faz ou deixa de fazer o trabalho dele? Não! Vocês não podem vir ao meu reino e discutir como eu o governo. Se eu expulso alguém do reino, se eu maltrato um dos meus súditos... Vocês não têm o poder de fazer isso. Eu sou o dono do reino, eu sou o rei, eu governo do jeito que eu decido governar. Quando você faz isso, você para de fazer parte do reino. Essa é a forma arrogante de se comportar diante do Guru. O Guru aceita quem ele quer e expulsa quem ele quer! Ver justiça ou injustiça nisso é para quem está fora do reino. Se você faz parte do reino, você não discute sobre as decisões do rei.
Então, qual é a forma de estar diante de Deus, que é a Presença, que é a Consciência? Sem mente! Sem opiniões, sem julgamentos, sem comparações, sem conclusões... Porque você está diante da Graça! Vocês dependem dessa Graça! E vocês não podem esquecer isso: vocês estão vindo a mim, não sou eu que estou indo a vocês! Vocês estão vindo a mim para receber esse favor, essa Graça, que é a liberação dessa mentira, dessa arrogância. Então, a maneira real de estar aqui é sabendo o que significa estar diante de um Sábio, diante da Presença, diante da Graça!
Essa arrogância afasta vocês de si mesmos! Vocês têm que chegar aqui com lágrimas, não com gritos, e com uma tristeza interna no coração, por estar vendo tudo com um fundo de medo, de frustração, de decepção, de raiva... Não é hora de gritar, é hora de chorar, de se arrepender. É hora de perguntar: "Mestre, o que está acontecendo? O medo está aqui, a dor está aqui, me ajude a sair disso!" Essa é a atitude que vocês devem ter quando estiverem comigo! Se é verdade que você só tem a mim para ajudá-lo a sair desse lamaçal de prepotência, de arrogância, de vaidade, de medo, então, aprenda a olhar para mim. Chegue aqui e diga: "Mestre me ajude a sair disso!" Faça isso aqui, fisicamente, e também quando estiver longe! Você não está falando com uma forma física, mas sim com a Consciência, com Deus!
Você não vai ao Guru para questioná-lo. Você vai ao Guru para desistir de ser "alguém" diante da sua graciosa Presença, dadivosa Presença, iluminada Presença. Servir ao Guru não é servir a outro, é se render à Verdade! Quando há essa rendição à Verdade, o Guru oculto no coração do discípulo se revela como o seu próprio Ser. Isso é Iluminação! Isso é Realização!
Não me cobrem realização, mereçam isso! Mereçam essa Graça – embora Graça não seja algo recebido por merecimento. Quando vocês estiverem "merecendo" essa Realização, a receberão por Graça, e não porque a mereceram. É assim que a iluminação acontece: tem que chegar ao fim, aí, então, não fica "alguém", somente a iluminação.
Você pode ver a história daqueles que se realizaram pelo Zen: ouvindo coisas absurdas do Guru, recebendo puxão no nariz, sendo jogado pela janela, socos, bastonadas, sentados diante de uma parede, presenciando e ouvindo coisas absurdas, como os koans. Tudo isso durante muitos e muitos anos! E, aparentemente, como se nada estivesse acontecendo, nem um tapinha nas costas vindo do mestre dizendo: "você está bem, você está evoluindo"; nem reconhecimento, nem aplausos pelos feitos, pela obediência. Ao contrário, a "corda" fica cada vez mais curta, as exigências cada vez maiores, ano após ano. Questionar o Guru, nunca! Duvidar do Guru, jamais! Cogitar a deserção, nem pensar! Ano após ano! Aparentemente, não tem nada acontecendo, e um belo dia, como que em um tropeção – ou em um tropeção literal –, numa pequena pedra – e o ego vai ao chão!
O discípulo deixa de ser discípulo, quando se faz merecedor dessa Graça, por meio da entrega. Essa Graça vem, sem merecimento, para um discípulo que deixa de ser discípulo, somente porque o Guru interno aflorou, assumiu... Porque o "rei" voltou ao trono e reconheceu sua realeza. Por Graça? Sim. Por merecimento? Sim. Por merecimento? Não. Por todos aqueles anos? Sim. Por todos aqueles anos? Não.
Não vá ao Guru pedindo-lhe o que você não pode receber, mesmo que ele tenha para lhe dar. Vá até ele e se renda, se entregue, mereça tocar em seus pés, se habilite a isso. Não é possível realizar Deus sendo alguém. Não é possível realizar Deus tendo muitos sonhos ainda, estando muito apegado a outras coisas ainda.
Seu lugar é nesse espaço: no espaço da meditação, da entrega, da renúncia, da liberação do mundo e das suas fantasias de paraíso, de felicidade, na terra. Esse é o caminho da Graça: a entrega. É a única forma de merecer o que você pode receber sem merecimento algum. Ou você acredita em você ou confia na Graça na forma do Guru.
Um dia, Cristo disse: "aquele que permanecer até o fim será livre, será salvo; se permanecerem verdadeiramente em minhas palavras, verdadeiramente serão meus discípulos, então conhecerão a Verdade, e a Verdade será essa Liberdade, e a Verdade vos libertará."
Um dia, Buda disse, em seu último sermão: "sejam uma luz para si mesmos." Isso é possível? No ego, não! Na Consciência, sim! E a Consciência está presente quando o Guru está presente, quando a Graça está presente, quando a Verdade está presente. Então, a Luz está aí.
É um grande erro ver o Guru somente como mais uma pessoa. O guru não é só mais uma pessoa, ele é Deus, é a Consciência, é infalível, é um caso acabado!
Quando você vai a um Mestre vivo, você está indo se deparar com a Liberdade. Você não pode roubar isso Dele. Você não vai compreendê-lo, não vai tirar um pedacinho Dele e levar com você; não vai aprender alguma coisa com Ele. Você não tem nada que possa tirar Dele, mas Ele é tão generoso quanto o mar para receber você em suas águas. Você não pode roubar nada Dele. Ou você desiste de fazer isso com a água do mar e se joga no mar, ou então você vai cair nessa ilusão de tentar levar uma parte, que vai terminar voltando para ela. Então, quando você for a um Mestre vivo, é melhor que se banhe nas águas de Sua Liberdade e seja livre com Ele.
Você tem que vir a mim para ser Um comigo, e não para tirar conclusões de quem eu sou, de quem você é, do que eu sei ou não sei, do que eu aprendi ou não, do que eu posso ou não... Isso é bobagem! Você tem que vir a mim para estar nesse Silêncio, para mergulhar em meus olhos, em meu coração, em minha ausência, em minha Presença. Mergulhar nessa Meditação que é onde estou, que é onde sou O que Sou.
Pare de pensar em sua vidinha pessoal, particular, de relacionamento, onde você tem coisas para esconder ou para dizer no privado, no particular. Quando você vier para estar comigo, venha para mergulhar nesse mar, venha para esquecer essa história de "alguém". "Alguém" que tem que viajar, tem que se distrair... Para quê? Venha para esse mar, viaje para dentro desse oceano de Liberdade! Senão, você continua levando esse seu ego para viajar.
Viva sem ego! Viva sem o sentido de separação! Viva em Felicidade Suprema, em Liberdade! Viva sem medo, sem conflito, sem desejos, sem ansiedade quanto ao futuro, sem preocupação quanto ao passado, sem historinhas pessoais! Quando você vier, venha para mergulhar nesta minha arte, na arte de Ser, na arte de ser nada, de ser ninguém! Sem nascer e sem morrer! Ninguém nunca nasce e ninguém nunca morre! Ninguém nunca casa, ninguém nunca separa! Ninguém nunca é ou deixa de ser...
Isso é tão simples..., mas vocês complicam tudo...
*Transcrito de uma fala ocorrida em janeiro de 2016, num encontro presencial, na cidade de Fortaleza/CE. Para informações sobre os nossos encontros, clique aqui.