Esse espaço aqui, esse tipo de encontro, na verdade, não é um encontro. Satsang é o tipo de encontro que é uma grande armadilha. Você é atraído para esse encontro, e depois que se aproxima dele e entra, logo alguns segundos depois, ou alguns minutos depois, você cai nessa armadilha. É quando você desaparece! Olhem que coisa curiosa: Satsang é o único lugar em que você vem para descobrir que você mesmo não veio, que você mesmo não está presente. Então, se algo cai nesta armadilha é a mente. Aqui a mente "desmonta".
É como quando alguém nos pergunta o que fazer com a mente. "Como silenciar a mente? Como meditar?" E por aí vai. Sempre nesta pressuposição de que exista tal coisa chamada "mente"; sempre nesta ideia de que existe "alguém". Quando alguém diz "fale-me sobre Satsang", ou quando alguém nos pergunta o que é Satsang, o que fazemos e o que acontece, todas essas perguntas têm essa base, a ilusória base de que existe "alguém" presente em Satsang, de que há algo para ser feito em Satsang, como uma mente para ser silenciada ou uma meditação, da qual, depois de certo tempo de prática, o participante se torna mestre.
Satsang é o espaço no qual você descobre que "você" não está presente. Então, é o único convite que você recebe e, depois, quando entra na festa, é convidado a se "retirar", a perceber que "você" não está presente. É quando a mente "desmonta" e "cai" nessa armadilha. É esse o instante do milagre; o milagre de perceber que tudo é uma grande ilusão! A ilusão de ser alguém, a ilusão de ter vindo, bem como a ilusão de receber, de conseguir, de obter, de ganhar e de experimentar algo em Satsang. Então, essas perguntas "o que vamos fazer?", "o que é Satsang?", e todas relativas a isso, só têm uma resposta: venha a Satsang, e logo você descobre que "você mesmo" não está presente. Isso é Satsang acontecendo!
Satsang é, basicamente, Consciência de Ser. Eu não disse ideia de ser, eu disse Consciência de Ser. Não há ideia nisso! Ser, aqui, não é ser algo, alguém ou alguma coisa; é, diretamente, Ser! Ser a Presença! E essa Presença é exatamente essa ausência de "ser alguém". É difícil ajustar essa fala a esse padrão comum do intelecto, que caminha com um objetivo, pois nele não há só o "caminhar". Para nós, só o "caminhar" é algo muito insano, despropositado, mas esse tipo de encontro é um convite apenas para o "caminhar", sem mesmo o "caminhante" nele. Então, não há objetivo, não há propósito.
Assim, Satsang é ser sem objetivo, sem propósito, e isso é o "desarmar"; é o "cair na armadilha". O que cai nessa armadilha é somente aquela crença de que havia "alguém", antes de Satsang. Em Satsang fica claro que não havia "alguém". Nunca houve alguém, nunca houve mente para ser silenciada. Então, essas respostas todas não são importantes, porque o perguntador desaparece.
Quando o Satsang está acontecendo a você, e ele está acontecendo agora, o perguntador desaparece em sua Real Natureza, bem como as respostas. Você desaparece! Tudo desaparece! Somente esta Real Natureza – de ser Isso que você É – está presente. Isso é Satsang! Esse lugar não é um lugar físico; é, essencialmente, o seu lugar interno, o seu lugar real, aquilo que você já É em seu Ser, em sua Real Natureza! É o Satsang... É o Satsang!