terça-feira, 29 de abril de 2025

Mente condicionada | O que é liberdade? | Inteligência Espiritual | Aprender sobre Autoconhecimento

O ser humano vive confuso. O propósito desses encontros aqui é investigar tudo isso: se podemos, na vida, tomar ciência da realidade dela, sem essa confusão toda em que nós nos envolvemos, em que nós nos encontramos.

Agora, isso requer uma qualidade de mente e de coração totalmente diferente do que nós conhecemos. E é isso que estamos com você aqui explorando, investigando, tendo uma aproximação a respeito disso. O nosso enfoque aqui consiste no despertar desta real consciência, desta nova consciência.

Aqui a expressão consciência, ela carrega um sentido também novo dentro desse contexto de falas que nós temos aqui. A consciência que nós conhecemos é esta consciência mental, que é exatamente esta consciência que se situa nesse contexto de vida humana em confusão. Podemos descartar esta consciência? O que é a verdade desta consciência? Qual é a verdade desta consciência? A consciência que nós conhecemos é a consciência da mente.

É esta mente que nós temos. E esta mente, como nós conhecemos, esta consciência mental que nós trazemos é a mente condicionada, é a consciência condicionada. Então, vamos com calma olhar para isso aqui, dentro desse encontro com você.

A sua forma de atuar na vida, ou seja, a sua forma de ação, é invariavelmente a ação aprendida. Esta ação nasce de um modelo de estrutura social humanista, de coletividade, de conjunto, de história humana. E esta ação é uma ação que tem, por princípio, esse modelo psicológico em que nós nos encontramos.

Esse modelo é o condicionamento cultural, social, é o condicionamento psicológico, é o condicionamento filosófico, é o condicionamento religioso. Então, nós temos diversas formas de representações de ações na vida que têm, por princípio, algum nível de condicionamento. Toquei, por exemplo, aqui na questão desse condicionamento religioso.

Nós nem nos damos conta do quanto psicologicamente estamos presos a um padrão de comportamento condicionado, sobretudo nesse formato, no formato de crenças religiosas que nós recebemos dessa estrutura social, dessa tradição de propaganda religiosa, de tradição familiar também religiosa. Quando você nasce em um país, você nasce recebendo tudo aquilo que o país tem como ensinamentos.

Esses ensinamentos são conhecimentos que nós adquirimos e que nos dão uma formação de condicionamento. Assim, o que fazemos nesta vida é manter a continuidade desse conhecimento a partir dessas ações condicionadas. Condicionadas por essa estrutura psicológica, filosófica, religiosa, política.

Assim, nós estamos vivendo dentro de um padrão de mente condicionada. Esse é um dos assuntos que nós tratamos aqui com você, abordamos aqui com você, exploramos aqui com você: se podemos romper com esta mente condicionada para uma mente nova, se podemos romper com essa consciência. Ess mente está dentro desse contexto de consciência, como nós conhecemos.

Então, essa consciência que nós conhecemos carrega essa mente. Assim, a mente condicionada é esse cérebro condicionado, porque o cérebro está dentro dessa estrutura da mente. Assim, nós temos o cérebro condicionado, a mente condicionada, o modelo de consciência condicionada.

Portanto, nossas ações são ações que nascem de um fundo de estrutura psicológica, social. Então, podemos romper com esse condicionamento mental para esta liberdade. Me refiro a uma liberdade que nós desconhecemos. Aqui, quando usamos a expressão liberdade, nós temos enfatizado isso aqui com você, não se trata da liberdade para alguma coisa, para fazer alguma coisa, para realizar alguma coisa, para conquistar alguma coisa. E nem se trata da liberdade de alguma coisa. A liberdade especificamente disso ou daquilo, ou daquela outra coisa, da qual queremos nos livrar.

Aqui eu me refiro a uma qualidade de existência, de vida, onde estamos diante de uma liberdade que é incondicional, que é indescritível e, portanto, é algo impensável e jamais desejado ou imaginado pelo pensamento, que é a liberdade do seu Ser. Nós não temos ciência, nem de longe, da possibilidade desta real liberdade, porque ela se refere à estrutura e natureza do nosso próprio Ser, que é essencialmente livre, feliz, capaz de atender à vida, às ações da vida, dentro de um aspecto de inteligência que o pensamento em nós, o conhecimento em nós, a experiência em nós jamais pôde suspeitar, jamais pôde imaginar, jamais teve qualquer ideia disso.

E é exatamente isso que estamos abordando aqui com você. Dizendo que o fim para essa mente condicionada, para esse cérebro condicionado, para esse intelecto condicionado, para essa consciência presa a esse padrão de comportamento, que é o comportamento que carregamos na vida, por 40, 50, 80 anos de vida. A condição nova, o fim para esta velha condição, é o acesso a essa real liberdade, que é a liberdade de Deus.

Então, quando as pessoas têm perguntas do tipo: o que é liberdade? Em geral, elas fazem essa pergunta se referindo à liberdade que elas suspeitam, que deveriam ter, que precisam ter, que buscam ter, sem a compreensão de que, quando há a real liberdade, ela é incondicional. Ela é a liberdade que alcança todos os níveis da vida. O nosso modo, que é esse modo condicionado de pensar, nos coloca vendo essa questão da liberdade só nesse aspecto ou naquele outro.

Aqui, com você, nós estamos lhe mostrando que há uma liberdade, sim, possível para cada um de nós, mas é exatamente a liberdade desta mente condicionada, desta consciência condicionada. A mente e a consciência como nós conhecemos, elas operam em um nível bastante conhecido de todos nós, que é o nível do conhecimento e da experiência.

É onde fazemos uso, exercitamos a inteligência como nós conhecemos, para a ação ou as atividades que nós conhecemos. Aqui estamos juntos vendo também essa questão da inteligência, mas não dessa inteligência que se assenta no conhecimento e na experiência e que nos coloca nessa atuação na vida dentro já desse modelo pré-estabelecido pelo passado, que é esse condicionamento que nós temos.

Assim, estamos abordando com você a questão da verdade sobre a inteligência, sobre esse despertar da inteligência, dessa inteligência espiritual, dessa inteligência divina. Quando há liberdade, essa incondicional liberdade, essa verdadeira liberdade, temos a presença desta inteligência. Aqui, juntos, o nosso propósito consiste nesta autodescoberta, nesta autoconstatação, na constatação desta verdade que trazemos, quando temos, por base, a compreensão de nós mesmos.

Assim, estudar aquilo que se passa conosco, estudar a nós próprios, ficar ciente de como nós funcionamos, de como romper com esse padrão de funcionamento que temos, que nos mantém dentro desse padrão de confusão humana, é a única coisa que importa na vida. E é isso que estamos juntos, aqui com você, explorando, investigando com você.

Portanto, o que torna possível isso? O que torna possível esta ciência da real liberdade? O que é que traz a realidade dessa inteligência espiritual para as nossas vidas? E por que eu diferencio inteligência espiritual dessa inteligência comum? Porque a inteligência comum nós já temos. Nós somos hoje capazes de viagens intercontinentais, somos capazes de fazer viagem para o espaço sideral, em razão dos meios de locomoção dos veículos de transporte que nós temos. Então, a ciência evoluiu, a tecnologia evoluiu, e nós temos uma grande habilidade de lidar com assuntos neste sonho de existência, que é essa existência onde acreditamos estar dentro dela, como alguém separado dela. Repare, isso é parte de um sonho que nós temos, que é esse sonho da separação entre nós e a vida, entre você e Deus, entre você e a existência.

E neste sonho de vida, neste sonho de existência, nós conseguimos dar conta, sim, desses assuntos tecnológicos, científicos, porque nós já trazemos essa inteligência do conhecimento, da experiência, da habilidade de lidar com esses assuntos, mas não temos a verdadeira inteligência divina, a verdadeira inteligência espiritual. Então, isso nos coloca em uma condição onde, como seres humanos, nós estamos confusos, desorientados, perplexos, carregados de problemas de todos os tipos, e esses problemas de todos os tipos, essencialmente, carregam uma única marca. A marca de todos esses problemas é a nossa confusão mental, é a nossa confusão psicológica, é a nossa desordem interna.

Isso porque, basicamente, nós não nos conhecemos. Então, nós conhecemos o mundo externo. Nós inventamos grandes máquinas.

Nós temos hoje acesso a esse cérebro eletrônico com sua inteligência eletrônica. Fazemos uso dessa assim chamada inteligência artificial. Então, nós temos essa inteligência humana e temos essa inteligência artificial, mas não temos a ciência da verdade sobre quem nós somos.

Portanto, nos falta essa inteligência divina, que é a inteligência do nosso Ser, que é a verdade sobre quem nós somos. A ciência dessa verdade nos coloca além do sonho, deste sonho de existência humana, neste mundo humano, em meio a essa tecnologia, a essa ciência, a essas maravilhas desse intelecto que temos. E tudo isso, de uma certa forma, é algo maravilhoso. Mas o fato é que nada disso resolveu, de fato, o maior de todos os problemas que nós temos, a maior de todas as questões que nós trazemos.

Isso jamais foi respondido e jamais será respondido pelo pensamento. O maior problema que temos, que o pensamento não responde, não alcança, não resolve, não soluciona, é a verdade sobre quem eu sou. Eu não sei quem eu sou.

Eu não sei o que é a vida. Eu não sei o que é a morte. Eu tenho teorias Eu tenho conceitos, eu tenho crenças sobre tudo isso.

Alguns já me explicaram, os livros me falam sobre todo esse tipo de coisa, mas tudo que o livro me diz é teórico, é intelectual, é algo que agora é parte desse conceito que eu tenho sobre quem é Deus, sobre o que é a vida, sobre o que é a morte, sobre quem eu sou. Tudo isso o intelecto tem procurado explicar e encontrado explicações através da fala, da comunicação escrita ou falada. E nós temos escutado tudo isso.

Nesse escutar, estamos apenas ouvindo o que eles nos dizem e fazendo edições daquilo que escutamos, ficamos apenas nesse concordar ou discordar, acrescentando mais conhecimento aos conhecimentos que nós já temos. Então, do ponto de vista tecnológico, científico, nesse contexto de evolução humana, o conhecimento é fundamental.

Ele é necessário, sim, e ele tem operado grandes maravilhas, mas ele não resolve essa questão quando procura se envolver com questões de ordem interna, quando teologicamente ou filosoficamente ou psicologicamente tentamos dar explicações e trazer todos esses conceitos e conhecimentos para explicar aquilo que está além do conhecimento, além das palavras, além de todas essas fraseologias, de toda essa estrutura verbal que temos, de comunicação, nós não conseguimos. Ou seja, o conhecimento aqui não entra, a palavra aqui não entra, os verbos, as expressões verbais não funcionam. Eu não posso lhe falar e lhe fazer ciente da realidade divina com palavras.

Eu posso apenas lhe dar novas crenças. E é isso que nós temos feito. Nós recebemos novas crenças e substituímos com essas novas as antigas.

Então o ser humano troca de religião. Então o ser humano troca de crenças, troca de conceitos espiritualistas, filosóficos, psicológicos, teológicos, mas as crenças estão sempre girando em torno desse conhecimento de palavras, de frases, de verbos, de expressões de comunicação oral ou escrita. É nesse nível que as crenças estão presentes.

Crença não é sabedoria. Inteligência real não é conceito. A verdade de Deus não é o conceito sobre Deus, a crença sobre Deus, um conjunto de palavras explicando Deus.

A realidade divina, a realidade de Deus, é algo além da palavra Deus, da palavra que se aprende quando se escuta. É algo além da crença que o pensamento estabelece, criando imagens sobre esta realidade divina.

O que nós aprendemos gira em torno de conceitos que nos dão uma formação de crença. Aqui juntos nós precisamos ter uma ciência desse aprender sobre o Autoconhecimento. Porque o que lhe dá a base para a visão real de Deus é a presença dessa inteligência divina que floresce, que desperta quando nós nos aproximamos do Autoconhecimento, da verdade sobre isso. Porque é somente quando nos aproximamos do Autoconhecimento que nos liberamos de nós todo esse contexto de condicionamento mental, de consciência condicionada, que é o passado. Tudo aquilo que nos foi dado, nos foi ensinado, que aprendemos, que é parte desse conjunto de conceitos, ideias, posicionamentos, conclusões e crenças, tudo isso é o passado. O contato com a realidade da vida é o contato com a realidade de Deus. Isso é possível quando nós temos o fim para esse condicionamento que deu formação a esse "eu", a esse ego.

Então, nós precisamos ter um contato com esse aprender sobre nós mesmos. E esse aprender é agora, quando temos um contato com a vida sem o passado, sem esse fundo de condicionamento, sem esse padrão que nós adquirimos, de conhecimento, de informação, de teorias, de crenças. Um trabalho direto, real, de aproximação disso, requer essa nova forma de aprender.

Não é esse aprender adquirindo conhecimento e experiência, que nos abaliza com crenças, com conceitos, com ideias, conclusões, afirmações, e tudo isso a nível ainda desse intelecto condicionado, nesta mente condicionada. Uma aproximação da vida nesse momento requer esse aprender, e o aprender requer descobrir o que é olhar para isso que surge nesse instante, aqui, externamente e internamente.

Aprender a olhar para aquilo que surge aqui como parte dessa expressão da vida, como ela acontece. Aprender a olhar requer a presença de um olhar livre desta mente condicionada, livre deste cérebro condicionado.

Aqui é como reagimos, quais são nossas reações, como nos deixamos envolver com pensamentos, emoções, sentimentos e representações mentais que vêm do passado. Então, se nós não nos dermos conta disso, estaremos sempre presos ao passado. E presos no passado não podemos aprender sobre nós mesmos.

Nós estaremos apenas dando continuidade a esta consciência do "eu", que é o ego, que é esse mim, que está dentro desse padrão de prisão psicológica, naturalmente de desordem, sofrimento e confusão. Podemos descobrir o que é olhar sem o passado? Olhar sem esse cérebro condicionado? Sem essa mente condicionada? E, portanto, livre desta consciência, desta velha consciência do "eu"? É o que estamos trabalhando aqui com você. Esse novo olhar requer a presença de um constatar sem se envolver com isso que surge.

Quando você escuta alguém, você pode ouvir esta pessoa a partir da pessoa que você é. Ou você pode apenas escutar sem a pessoa que você é. Reparem a simplicidade disso e, ao mesmo tempo, a beleza e complexidade também do que acabamos de colocar.

Quando você escuta o seu marido, você pode apenas escutar o marido. Ou você pode estar presente sendo uma pessoa, com uma autoimagem de esposa. Veja, são duas coisas bastante diferentes.

Uma coisa é ouvir, e esse ouvir é quando a esposa escuta o marido. A esposa é a pessoa que tem de si mesma uma imagem dela própria, assim como tem uma imagem do outro. Quando olhamos para alguém, olhamos a partir do passado que temos dele ou dela.

Quando ouvimos alguém, ouvimos a partir do passado, que temos dele ou dela e que temos de nós mesmos. Então, está presente esta autoimagem. As nossas relações estão ocorrendo o tempo todo dessa forma. Então, nós não aprendemos sobre nós mesmos porque esse elemento, que é o "eu", está presente. Esse "eu" é essa autoimagem. Então, eu escuto o que você tem para me dizer, a partir do fundo que eu tenho sobre quem é você, sobre quem eu sou.

Então, há um ouvir e não um real escutar. Então, esse elemento pessoal, que é o ego, que é o "eu", está envolvido na relação. Então, nós estamos agindo, vivendo, nos relacionando com o momento presente, aqui no caso com o outro, assim há muito tempo.

Então, não existe essa aproximação desse aprender sobre nós mesmos. Mas, se coloco, nesse momento, apenas o escutar, então, o que quer que ele ou ela esteja dizendo, nesse instante, há só o escutar. Não tem alguém aqui para concordar ou discordar, para gostar ou não gostar, para reprovar ou aprovar o que o outro diz. Isso requer a presença de uma atenção sobre nós mesmos, para que esse cérebro esteja trabalhando de uma outra forma, para que esta mente esteja funcionando de uma outra maneira, para que esta consciência seja uma nova consciência nesta aproximação. Então, temos uma aproximação desse aprender sobre nós mesmos.

Isso é Autoconhecimento. É quando podemos romper com esse velho padrão de mente condicionada, de consciência condicionada, de cérebro condicionado. Isso requer a presença do silêncio.

Quando a mente está em silêncio, o cérebro se aquieta. Então, não existe nenhum movimento do passado, para avaliar, julgar, comparar, aceitar, rejeitar, nesse encontro, nesse escutar, nesse olhar.

Então, essa é a forma real de uma aproximação com o momento presente, onde, de fato, nos aproximamos de algo novo. É isso que estamos propondo aqui para você. Esse algo novo é a presença da meditação quando tem, por princípio, a base desse aprender sobre nós mesmos, sobre como atuamos, sobre como reagimos, sobre como respondemos a esse momento.

Aqui no canal nós temos diversos vídeos aprofundando isso com você. Além disso, nós temos encontros online nos finais de semana. Sábado e domingo estamos juntos.

Quero deixar aqui um convite para você, para aprofundarmos mais isso tudo, para trabalharmos isso juntos. Você tem aqui na descrição do vídeo o nosso link do WhatsApp para participar desses encontros online nos finais de semana. Além disso, nós temos encontros presenciais e também retiros.

Se isso que você acaba de ouvir é algo que faz sentido para você. Fica aqui um convite, deixe aqui o seu like, se inscreva no canal e coloca aqui no comentário: sim, isso faz sentido. Ok? E a gente se vê. Valeu pelo encontro e até a próxima.

Janeiro de 2025
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quinta-feira, 24 de abril de 2025

O que é o pensar? O que é o pensamento? Sabedoria inteligência conhecimento. Condicionamento mental.

Tudo o que temos tratado aqui com você tem uma grande relevância uma vez que você compreenda a importância disso. No entanto, nós temos aqui essa dificuldade. É a dificuldade da não compreensão da importância e do valor desses assuntos que nós abordamos aqui.

Em geral, o ser humano tem um modelo de vida bastante superficial. Isso porque nós temos sido orientados, já desde pequenos, para uma busca na vida ligada a realizações externas. Toda a nossa busca ou procura na vida, é para realizarmos nossos anseios, desejos, sonhos e propósitos.

E, em geral, todos eles estão ligados a uma realização materialista, a uma aquisição a nível de padrão de mundo de valores humanos, de valores mundanos. Aqui nós nos deparamos exatamente com essa dificuldade. Conseguir avaliar o valor de uma fala como essa, requer que algo em você esteja aí dentro, queimando por algo além disso tudo.

Além de tudo isso que nos foi mostrado, nos foi mostrado pela sociedade, pelo mundo, por essa cultura mental, por essa cultura psicológica em que nós fomos educados, treinados para viver. Aqui com você nós estamos investigando como assumir nesta vida a realidade daquilo que verdadeiramente nós somos.

Então nós temos um aspecto bem visível, claro, bastante delineado dentro desse contexto cultural, humano, social, político, religioso, filosófico, que é essa forma de se comportar na vida, sendo alguém dentro dela. Então, há em todos nós um impulso, em razão desse fundo que recebemos de cultura humana, para irmos em direção, em busca de realizações externas. Assim, o nosso padrão de comportamento é de condicionamento mental, é de condicionamento psicológico.

Então, psicologicamente, nós estamos condicionados. Nós estamos programados para uma forma de agir, de sentir, de pensar, de realizar coisas, sempre externamente. Assim, nós não nos importamos com a descoberta da verdade sobre quem ou sobre o que realmente é a vida. Sobre quem esse "eu" é, sobre quem eu sou e sobre o que é a vida. Aqui o nosso empenho juntos consiste nessa autodescoberta. Nós estamos aqui propondo um encontro real com a verdade sobre você.

Então, o primeiro aspecto aqui, como acabei de colocar, bem claro, delineado, que se mostra semelhante a todo padrão humano, é o padrão desta identidade do "eu", desta pessoa, como nós nos comportamos na vida, como nós nos situamos na vida. E aqui nós estamos com você explorando a ciência da verdade, daquilo que está presente, mas que nós desconhecemos, que é a verdade divina, que é a verdade do nosso Ser. Portanto, nosso propósito juntos, dentro desses encontros, é descobrirmos algo além de tudo isso.

Nós temos uma playlist aqui no canal investigando com você como ter uma aproximação da verdade da sabedoria. A relação entre sabedoria, inteligência e conhecimento. A forma como nós nos comportamos no mundo, a partir do pensamento, é a partir de um padrão de condicionamento psicológico.

Então, todo o nosso comportamento, que se assenta no conhecimento, naturalmente na experiência, uma vez que esse conhecimento, experiência foi moldado pela sociedade, moldado pelo mundo, todo o nosso comportamento não é de real inteligência. Aqui eu me refiro a essa espiritual inteligência, a essa divina inteligência.

Nós temos a inteligência para lidar com assuntos do dia a dia, mas não temos a inteligência para a sabedoria. Então, há uma relação entre verdadeira inteligência, divina inteligência, espiritual inteligência e sabedoria. O ser humano pode ter a habilidade, a capacidade de lidar com todos os assuntos do seu dia a dia.

No que diz respeito a assuntos técnicos, funcionais, práticos, mas ele não sabe lidar com a sua psique, com o seu modelo de pensamento, sentimento, emoção, sensação e modo de percepção. Então, a ausência desta forma de compreender como você funciona, é a não visão da vida, como ela acontece. Assim, nós temos ausência da sabedoria.

Como ter uma aproximação da verdade dessa inteligência espiritual, dessa inteligência divina? Qual o valor disso e qual é a importância disso? Primeiro, antes de tudo, a base para essa inteligência espiritual é a ciência de como você funciona. E esse elemento principal em você, nessa sua forma de ser, algo que, de repente, você nunca tentou para isso, com clareza, com verdade, é a questão do pensamento. Você não sabe o que é o pensar em você, nem o que é o pensamento.

Então, antes de tudo: o que é esse pensamento? Observe em você o pensamento. Não há qualquer pensamento em você sem a lembrança, sem o conhecimento, sem a memória de alguém, de alguma coisa, de uma dada situação, de um dado acontecimento. A presença do pensamento em você é a presença da memória.

Veja, estamos diante de algo muito básico, de fácil compreensão intelectual. Mas aqui nos deparamos com uma grande dificuldade também, de não subestimarmos essa questão do pensamento, nem de como acontece conosco esse processo em nós do pensar. Por exemplo, você está aqui neste instante e um pensamento surge.

Você não sabe exatamente o que provocou o aparecimento desse pensamento. Em segundo lugar, você não percebe que quando o pensamento surge, ele carrega com ele um sentimento, ou uma emoção ou uma sensação.

E, quando isso chega, o seu estado emocional, sentimental, muda por completo. E, quando ele muda, você é impulsionado para determinadas ações. Observe, tudo isso ocorre de uma forma completamente insciente, inconsciente da sua parte.

O pensamento surge, você não sabe porquê. Ele traz um sentimento, você também não sabe exatamente porquê. Esse sentimento assume essa estrutura psicofísica, que é você, esse corpo e mente, e você toma ações.

Assim nós vivemos nossas vidas, vidas movidas pelo pensamento, sem a percepção de como o pensamento funciona. Assim não sabemos o que é esse processo em nós, que é o processo do pensar. Acabamos de colocar para você aqui o que é exatamente esse pensar.

É o surgimento do pensamento. Movimento que ocorre de uma forma inconsciente, mecânica, não voluntariosa. É algo que simplesmente acontece.

Isso é o pensar. Uma vez que você receba um certo estímulo, externo ou interno, esse processo desencadeia. Isso impulsiona a ação.

Então, é um assunto que nós temos que investigar aqui, aprofundar aqui, compreender aqui, porque nossas ações estão sendo o tempo inteiro direcionadas pelo pensamento, pelo sentimento, pela sensação, pela emoção, por esse sentir. E tudo isso se processa aqui e agora nesse movimento para alguém. Qual é a verdade desse alguém? Quem é esse "eu" presente aqui, dentro desse processo, que é o processo do pensar? O pensamento em nós funciona de uma forma inconsciente, como acabei de colocar, não voluntariosa. Nós temos um pensamento equivocado a respeito do pensamento e desse processo do pensar.

Porque a nossa crença, a nossa ideia sobre isso é que você é o elemento principal nesta ação, quando a ação acontece. No entanto, o elemento principal nessa ação, seja a ação que for que você tome na vida, o elemento principal sempre será o pensamento. É a presença do pensamento, do sentimento, emoção ou sensação que irá lhe impulsionar para a ação.

O elemento principal na ação é o pensamento. Portanto, a ideia de ter alguém presente na ação é algo equivocado. Nós somos impulsionados o tempo inteiro para ações, a partir dessas internas atitudes que ocorrem dentro de cada um de nós.

Mas nenhuma dessas atitudes, e naturalmente dessas ações, tem a verdade de alguém senhor dessas ações, no controle dessas ações. O que temos aqui, na verdade, é um impulso ego-centrado. Centrado nesse sentido do "eu", nesse sentido do ego.

Mas o que é esse ego? Esse ego ou esse "eu" não é outra coisa a não ser um condicionamento, uma forma de comportamento que nós temos. O ponto é que esse formato de ação, de comportamento, impulsionado pelo pensamento, sentimento, sensação, percepção, onde está, por detrás disso, esse sentido do "eu", esse sentido do ego, é algo que está constantemente, em nossas vidas, produzindo confusão, desordem, sofrimento. Então, esse é o primeiro aspecto que nós temos, algo bem delineado nesse contexto de existência humana que nós temos. Então, não há essa verdade da sabedoria, porque não temos a presença dessa inteligência divina por detrás desse comportamento. O que nós temos por detrás desse comportamento, ação, pensamento é uma forma de condicionamento de atuação na vida.

Nós estamos constantemente repetindo nossos padrões de pensar, de sentir e de agir. Podemos ter na vida uma real aproximação dela sem esse padrão, que é o padrão do "eu", que é o padrão do ego, de ação, de comportamento e, portanto, de condicionamento psicológico, de condicionamento mental, de condicionamento de pensamento? É isso que estamos propondo aqui para você.

Uma vida em sabedoria, em real e divina inteligência é uma vida livre do ego, livre do "eu". É nesse sentido que nós usamos aqui a expressão: livre do ego, livre do "eu". Em que nível o pensamento se faz necessário em nossas vidas para uma base de ação? E em que nível ele é desnecessário? Por exemplo, em nossas relações com as pessoas, ele é completamente desnecessário.

Veja a implicação do que estamos colocando aqui para você. Seu contato com o marido, com a esposa, o seu contato com a família, o seu contato com amigos de trabalho, o seu contato com você mesmo. Isso dispensa esse padrão de condicionamento psicológico de comportamento. Tudo o que você precisa nesse nível é a presença dessa inteligência divina, desta sabedoria.

Nos falta esta visão da vida nas relações. O resultado disso é a confusão, é a desordem, é o sofrimento, é a contradição. A não compreensão dos sentimentos em você produzem contradições dentro das ações.

Você, por exemplo, tem um sentimento de gostar de alguém enquanto ele lhe é agradável, enquanto ele lhe confere prazer. Assim, a sua ação sempre será ditada por uma qualidade de sentimento presente naquele dado momento. Se aquela pessoa deixa de lhe dar prazer ou algum nível de preenchimento ou de satisfação, seu estado interno de sentimento e emoção, por ela, muda. E, naturalmente, seu comportamento muda.

Essa é a qualidade de ação e comportamento centrada nesse "eu", neste ego, neste condicionamento mental. Nesse nível não há inteligência nem sabedoria nas relações. Primeiro porque o elemento em você que altera, que muda, esse elemento vive autocentrado.

Ele vive dentro de uma ignorância a respeito do seu próprio movimento. Isso porque, basicamente, nós não nos conhecemos. Não conhecemos a pessoa que nós somos.

Sem essa base, que é a compreensão da verdade sobre quem é você, toda a sua atuação na vida será essa atuação que estará sempre se baseando em conhecimento e experiências adquiridas dentro desse contexto de programação de identidade egoica, que é como nós nos comportamos na vida. Nós precisamos do conhecimento e da experiência. Nesse sentido, o pensamento tem um certo lugar. Nós precisamos de um conhecimento técnico para lidar com assuntos profissionais, por exemplo.

Então, nesse nível, o pensamento se faz necessário, o conhecimento se faz necessário, a experiência precisa estar lá. Mas nesse contato de relações humanas, ou de relação com a vida, ou com as situações, ou nesse contato com objetos, essa perspectiva ou essa visão particular deste centro que é o "eu", esse "mim", nesse nível, nossas relações são um desastre. Porque no ego você vive nesse sentido ilusório de identidade, separada do outro, separada da vida, separada das situações.

E nesse isolacionismo egocentrado, todo o nosso comportamento que é o comportamento que nós recebemos desse condicionamento de cultura humana, todo esse comportamento de egocentramento é de autointeresse. Então, o sentido do "eu" presente, ele é separatista, isolacionista. E a presença dessa separação e desse isolacionismo nos coloca em relação com o outro, em relação com a vida, em relação com nós mesmos, de uma forma inteiramente equivocada, produzindo sofrimento, produzindo confusão, em razão desse egocentrismo. Então, em um certo nível, a ação que se baseia no pensamento, no conhecimento e na experiência se faz necessária. Para trabalhar numa profissão, para realizar alguma coisa externamente, como um projeto, você precisa de ideia, plano e execução. Então, temos aqui algo muito básico, muito simples. Se eu tenho uma casa para construir, se eu sou um engenheiro e preciso de um projeto, eu elaboro o projeto. E depois vamos executar o projeto.

Mas, a nível psicológico, qualquer ideia que eu tenha sobre quem é o outro, sobre quem eu sou, isso se baseia em um equívoco. É algo que se baseia naquilo que o pensamento diz sobre quem ele é. Sobre quem eu sou. E observe o pensamento em nós, o pensamento não é algo que lida com o momento.

O pensamento é algo que busca ajustar o momento a um retrato que ele traz do passado. Todo pensamento é assim. Você não tem nenhum pensamento que possa, com ele, compreender a vida como ela acontece nesse instante.

Porque o pensamento é só um retrato de algo que aconteceu, é uma memória, é uma lembrança. Quando você se encontra com alguém, você tem dela uma lembrança, uma fotografia, um retrato. Você não está com a pessoa. Você está com a sua pessoa. Porque o que você tem dela é um retrato seu, uma imagem sua, uma crença sua, um conceito seu sobre quem ela é. Reparem o quanto isso é importante aqui de ser compreendido. A imagem que você tem sobre você é tão ilusória quanto a imagem que você tem sobre quem é o outro.

Você não se conhece, você não se compreende, porque você não se conhece. E como pode compreender o outro? E como pode conhecer o outro? Assim é esse nosso contato com a vida. A vida é aquilo que está acontecendo aqui e agora.

Não é algo que aconteceu e não é algo que acontecerá. É algo que está acontecendo aqui e agora.

E tudo que você tem na mente, nesta mente condicionada, nessa forma condicionada de existência, centrada nesse modelo desse pensar, desse pensamento, é uma fotografia. Isso não retrata a realidade do momento, mas é assim que estamos entrando em contato com a vida nesse momento.

Então, tecnicamente, o conhecimento, a experiência, a memória, o pensamento, essa fotografia é algo funcional. Por exemplo, para consertar uma pane de um automóvel, de um avião, para lidar com um assunto profissional precisamos desse conhecimento, dessa experiência, dessa habilidade prévia. Mas nesse contato com algo vivo, dinâmico, que é sempre novo, como é o outro, a vida ou os acontecimentos, essa nossa forma pessoal, particular, egocentrada de contato com isso é confusão na certa, é divisão e, portanto, sofrimento. Nós desconhecemos a beleza da importância dessa inteligência espiritual. É essa inteligência divina, nesta visão da sabedoria, que pode lhe fazer se aproximar da vida agora, como ela é. Isso requer a ausência desse sentido do "eu", desse sentido do ego, desse antigo modelo de pensar e de pensamento, naturalmente de sentimento, de emoção, sensação.

É isso que estamos abordando aqui com você. Tendo um olhar próximo aqui com você de tudo isso. A ciência de Deus requer a compreensão da verdade sobre você.

Então, compreender esse aspecto desse sentido do "eu" presente, do ego, e descobrir algo além desse ego, desse "eu", que é a verdade de sua natureza essencial, que, essencialmente, é inteligência divina e sabedoria, isso presente, temos a verdade do Despertar Espiritual, da Iluminação Espiritual. É apenas nesse sentido que usamos aqui essa expressão: Iluminação espiritual ou Despertar Espiritual. Uma visão de totalidade da vida, e uma ação livre de alguém presente nesta ação. Então, temos a vida em seu próprio movimento.

É quando o seu contato com o outro, com ele ou ela, assim como o seu contato com situações, circunstâncias ou acontecimentos, é algo que ocorre de uma forma inteiramente nova, porque não temos mais esse elemento que se separa e que olha a partir desse sentido de separação. Uma visão da vida sem o sentido de alguém nessa visão é um olhar livre do "eu", livre do ego. É um perceber livre do ego, livre do "eu".

É um sentir livre desse elemento que se vê separado e que tem esse padrão de comportamento egocentrado. É isso que estamos com você aqui, aprofundando com você, trabalhando com você.

Nós temos esses encontros aqui online nos finais de semana. Sábado e domingo estamos juntos, aprofundando isso com você. Você tem aqui na descrição do vídeo o nosso link do WhatsApp para participar desses encontros e trabalhar isso.

Então, um final de semana juntos. Fica aqui um convite. Além disso, temos encontros presenciais e também retiros.

Se isso que você acaba de ouvir faz sentido para você, fica aqui um convite. Já deixe aqui o seu like, se inscreva no canal, coloque aqui no comentário: sim isso faz sentido. Ok? E a gente se vê. Valeu pelo encontro e até a próxima.

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terça-feira, 22 de abril de 2025

Como alcançar a felicidade? | Como encontrar Deus? | Sobre Autoconhecimento | Fugas psicologia

Nós passamos pela vida sem uma real aproximação do que ela representa, porque nós estamos constantemente nos deparando com momentos com os quais não sabemos lidar, e todo o nosso movimento não é o movimento da compreensão da vida como ela acontece. Em razão do desconforto que sentimos, desse sofrimento presente, dessa perturbação que ocorre conosco, a primeira medida é procurar escapar disso, é procurar fugir disso. Então, existe um movimento psicológico em nós de fuga. Então, existe esse movimento de escape ou de tentativa de escapar dos problemas.

Então, essa fuga, em psicologia, é algo que já foi identificado, algo que está presente em nós. Há todo um movimento em nós de busca, de escape da condição em que nós nos encontramos, porque não existe uma forma mais rápida de lidar com a dor do que escapar. Essa é a proposta que o pensamento nos passa. O pensamento presente em você é uma forma de condicionamento de comportamento, algo aprendido. Nós aprendemos, desde pequenos, a evitar a dor. Então, para nós, a dor é algo indesejável e o prazer é altamente desejável, algo que se busca.

Então, nós vivemos constantemente na vida sem a ciência do que a vida representa, porque estamos constantemente dentro de um padrão de comportamento de não compreensão daquilo que aqui está presente. Esse escape da dor e essa busca do prazer é o movimento que nós conhecemos, que o pensamento nos diz que é o mais fácil para se viver. Aqui nos deparamos com uma condição incrivelmente deplorável, que é a condição dessa egoidentidade, dessa "pessoa", nesse contexto das relações.

A vida como ela acontece são relações surgindo a todo momento. Você está em relação com os próprios pensamentos, com os próprios sentimentos, com as emoções que tem. O contato com alguém, ele ou ela desperta em você, faz aflorar em você esses pensamentos, esses sentimentos, essas emoções. Quando isso desperta, se isso é agradável, você corresponde a essa condição de uma forma prazerosa, então você gosta disso, você procura mais disso nele ou nela. Isso cria vinculações de dependência emocional, e aqui, mais uma vez, você se depara com um comportamento de não compreensão da vida, de sustentação dessa identidade pessoal, desse sentido do "eu", dentro dessa relação.

Aqui, juntos, nós precisamos explorar a vida, investigar a vida, compreender a vida, ter uma aproximação real dela. Explorar a vida é explorar a nós mesmos, é se aventurar nessa investigação da Verdade sobre quem nós somos, explorar essa ciência do viver, essa ciência da própria vida. Por que isso que estamos colocando é de essencial importância para cada um de nós? Porque existe em nós uma constante busca ou procura de satisfação, de realização, de completude, de preenchimento na vida. Então, nós não exploramos a ciência da vida, não nos aproximamos dela, não exploramos a vida como ela acontece, e vivemos dentro dessa incompletude, insatisfação. Por que isso está presente? Porque nós não assumimos a Verdade sobre quem nós somos.

Existem dois aspectos aqui fundamentais. O primeiro é a compreensão de quem nós somos, porque demonstramos ser isso, parecemos ser isso, estamos vivendo nisso dessa forma. Esse primeiro aspecto é o aspecto dessa "pessoa" que está presente, desse "eu" que está presente. Se aproximar dessa Verdade sobre quem nós somos é compreender que isso que nós somos, nós somos porque demonstramos, porque parecemos, porque acreditamos, porque estamos vivendo assim. E o outro aspecto é a ciência da Realidade d'Aquilo que verdadeiramente somos quando o sentido desse "eu", dessa "pessoa", que vive nesse velho padrão, nesse velho modelo de constante busca de prazer e fuga da dor, não está mais presente.

Portanto, aquilo que nós trabalhamos aqui com você é a Verdade da Revelação desse conhecer a nós mesmos. O nosso trabalho aqui está em cima desta visão sobre o Autoconhecimento. É isso que estamos com você aqui explorando, investigando. Sem termos essa base, nós não temos a menor condição de ter uma real visão daquilo que as pessoas estão buscando, procurando, tentando alcançar ou encontrar na vida, sem explorar a Verdade sobre a Vida. Eu me refiro a essa procura pela Felicidade.

Quando você se aproxima e pergunta: "Como alcançar a Felicidade?" Será que é a Verdade da Felicidade que estamos buscando? Ou será que aquilo que estamos buscando é algo que possa nos trazer um preenchimento e uma satisfação permanente, para não termos mais que continuar fugindo da dor quando ela aparece, quando ela surge? Nós não temos nenhuma referência do que é a Felicidade. Toda referência que temos na vida, em razão da ausência de uma investigação, de uma exploração, de uma averiguação da vida, a referência que temos é a do prazer. Se sentimos prazer, nós queremos - há uma constante busca, não pela Felicidade.

O ser humano não está em busca da Verdade da Felicidade; desconhecemos a Verdade da Felicidade. Nós temos é a satisfação, é esse preenchimento, é esse resultado imediato de prazer em uma boa comida, em um relacionamento amoroso, em uma conquista material, como a compra de um carro ou de um apartamento, ou quando o time de futebol ganha o campeonato. Toda a nossa referência é de prazer, não é de Felicidade. Mas nós chamamos de felicidade uma satisfação preenchida, momentaneamente, no prazer. Então, quando você pergunta como alcançar a Felicidade: é a Felicidade que se busca ou é a satisfação?

Em geral, a satisfação se mostra impermanente. Então, chega um momento que, para alguns, essa satisfação impermanente do prazer é insuficiente; é quando o próprio pensamento projeta, ele imagina, uma outra qualidade de satisfação, que é a satisfação permanente. Essa satisfação permanente é projetada, ela é imaginada, ela é idealizada, no pensamento, por uma conquista que seja eterna. Então se fala do amor eterno, se fala de Deus, se fala da conquista do céu, do paraíso, ou de algum lugar onde não haja mais sofrimento. Notem, é sempre o pensamento imaginando uma satisfação permanente, criando a imagem de um ideal para ser alcançado. Tudo isso envolve, notem, a presença do pensamento.

É o pensamento que busca suas realizações externas, de satisfação impermanente, na realização das coisas e dos objetivos diversos que ele projeta, e é o pensamento que idealiza essa, assim chamada, "satisfação permanente", "eterna". A diferença é que aqui se projeta para fora do mundo, mas essa projeção, como ela é ainda uma projeção do pensamento, está dentro da imaginação, está dentro desse círculo, que é o círculo das ideias, das crenças, dos conceitos.

O encontro com a Realidade Divina é a ciência do seu Ser, e isso é algo além do conhecido. Sendo conhecido, esse próprio movimento do pensamento, que lida com essa ideia da satisfação, que o pensamento denomina de felicidade, de amor, ou neste mundo ou em outro mundo que ele imagina. Um contato real com a Verdade do seu Ser é a ciência da Revelação d'Aquilo que realmente é Deus, é o Amor, é a Felicidade, mas Isso não faz parte do pensamento. Nenhum pensamento pode alcançar Isso, imaginar Isso, se projetar n'Isso. É inalcançável pelo pensamento, é inalcançável por todo esse modelo que a mente conhece, dentro daquilo que ela conhece - parte do que ela conhece é o que ela imagina, nesse mundo ou em outros mundos, no paraíso, no céu.

O contato com a Realidade Divina é a ciência da Realidade que está presente nesse instante. Esse é o Real encontro ou a constatação direta da Felicidade. Isso diz respeito à Verdade de como encontrar Deus. Veja, diz respeito à Verdade de como encontrar Deus. O pensamento se separa quando imagina Deus. O pensamento projeta a imagem sobre Deus. Assim, em nós, existe um elemento, que é a presença desse pensador, que nesse formato de pensamento se projeta com a imagem de Deus. Então, esse pensador, esse "eu", essa "pessoa", idealiza esse encontro, projeta esse encontro, imagina esse encontro. Aqui estamos diante, ainda, do próprio movimento do pensamento, porque não existe nenhuma separação, nessa imagem que o pensamento cria, desse pensador que também ele cria. Não há nenhuma separação entre esse pensador e esse pensamento. Nós achamos que o pensador é anterior ao pensamento que tem, o que não é verdade.

O pensamento é o elemento que chega, e depois que ele chega - e o pensamento chega em razão de uma memória, de uma lembrança, de uma imagem, algo que já está presente nesse cérebro, nessa estrutura de memória -, então, quando o pensamento surge, ele se separa, criando o "pensador". Então, o pensador ainda é parte do pensamento. Então nós temos o pensamento sobre Deus e o pensador sobre Deus, mas ambos fazem parte de um único movimento, que é o movimento do pensamento. É tão simples essa constatação.

Quando não existe nenhum pensamento sobre Deus, onde está esse pensador? Onde está esse "eu" que pensa? A presença do pensador é a presença do pensamento, a presença desse "eu", que quer encontrar a Felicidade, que quer encontrar o Amor, que quer encontrar Deus, a presença desse "eu" requer a presença desse pensamento. Aqui, a primeira coisa é eliminarmos essa ilusão, a ilusão de uma identidade para encontrar Deus, para encontrar a Felicidade. Essa identidade é parte dessa ilusão da pessoa. Como podemos tomar ciência disso? Pelo Autoconhecimento, nesse explorar a ciência da vida como ela acontece. Isso requer que esse olhar para o pensamento seja sem interferência.

Nós precisamos aprender a arte de olhar para as nossas reações, que são pensamentos, sentimentos, emoções. Parte desses pensamentos são essas imagens que o pensamento constrói sobre o Amor, sobre Deus, sobre a Felicidade. Quando aprendemos a olhar sem interferir, esse olhar põe fim a esse pensamento, põe fim a esse pensador. Então, algo novo está presente quando há só o olhar.

A nossa dificuldade é que estamos constantemente inscientes de todo esse processo, que é o processo do pensamento ocorrendo. Quando o pensamento ocorre, de imediato, ele cria já um observador, um experimentador, um pensador para esse pensamento; e quando isso ocorre, estamos sempre sendo capturados, vez após vez, após vez, nesse sentido desse "eu". Então, esse "eu" é o elemento que é o experimentador, esse "eu" é o elemento que é o pensador, esse "eu" é o elemento que é o observador. Trazer para esse instante uma atenção, uma presença, um olhar para o pensamento quando surge, para o sentimento quando surge, para a emoção quando aparece, se aproximar desse instante, sem interferir com ele, é olhar a vida, é observar o que surge. Por isso que usei aqui o termo "explorar"; explorar no sentido de se aproximar e olhar de perto, se dar conta, tomar ciência, apenas olhar, apenas observar.

Então, a real forma de uma aproximação para o fim dessa ilusória condição psicológica, onde existe esse sentido do "eu" nesse constante movimento de busca de prazer, de preenchimento, de realização. Ele dá nomes diferentes para isso; nós colocamos esses nomes bonitos, chamamos de amor, de paz, de felicidade, nós chamamos de Deus. Mas tudo que o pensamento sabe fazer é se projetar a partir desse pensador, desse "eu", em um ideal, o ideal imaginário que o pensamento construiu de satisfação permanente, de preenchimento permanente, de realização permanente.

O contato com a vida nesse momento é o contato daquilo que aqui está, e isso não está no tempo, isso não é algo impermanente ou permanente, como ocorre com a satisfação, como ocorre com a questão do prazer, como ocorre com a questão da dor, ou desses objetivos diversos para escapar dessa dor. A ciência da Vida nesse instante é a ciência daquilo que está fora do conhecido e, portanto, fora do pensamento, fora do tempo. É a Realidade Divina, é a Realidade deste Ser, que é Você em sua Natureza Divina, que é Você em sua Natureza Real, em sua Natureza Essencial.

Assim, a beleza desse encontro com Deus consiste na Revelação daquilo que aqui está presente, fora do "eu", fora dessa "pessoa", fora do pensamento. Quando se aprende a olhar sem o observador, estamos diante desse aprender sobre o Autoconhecimento. Quando se aprende a olhar sem o pensador, sem o experimentador, essa ciência da Verdade deste Ser se revela. Aqui não se trata desse "meu ser", desse "seu ser", aqui trata-se desta Realidade indescritível, que está além dessa separação entre "eu" e "você". Não existe, nessa Realidade Divina, qualquer separação entre Ela e a Felicidade, entre Ela e Deus, entre Ela e Você. É apenas essa ilusão dessa imagem que o pensamento tem construído, que é a imagem da "pessoa", desse observador, desse experimentador, desse pensador, que se dissolve, que desaparece.

Aqui, de uma forma direta, estamos apresentando para você a possibilidade dessa investigação, desse real encontro com a vida como ela acontece. Quando as pessoas idealizam a felicidade lá fora, para ser alcançada um dia em realizações externas, elas estão diante de um modelo equivocado de pensamento. Quando as pessoas imaginam esse encontro com Deus em algum momento, estão dentro desse equivocado modelo das ideias, das crenças, colocando a Realidade Divina, a Verdade de Deus, no tempo.

Aquilo que é Real não pode deixar de ser Real. Aquilo que é Real não está no tempo para, em algum momento, ser Real, porque não é real nesse instante. Aquilo que é Real é Real e está aqui e agora e além dessa noção que o pensamento tem sobre esse aqui e agora. Essa é a Verdade de Deus, essa é a Verdade do amor, essa é a Verdade da Felicidade, essa é a ciência deste Ser. Assim, podemos, na vida, assumir essa Realidade, para uma vida além dessa procura do prazer, dessa fuga da dor e dessa imaginação a respeito desse encontro com Deus no futuro e com a Felicidade amanhã? Podemos ir além dessa psicológica condição de crenças, de pensamentos, de ideias?

Observe que tudo isso nos foi dado dentro da cultura. Podemos ir além dessa cultura, desse modelo de cultura mental, de cultura, assim chamada, mística, esotérica, espiritualista ou mundana, para essa ciência da Revelação do Amor, da Sabedoria, da Verdade e, portanto, da Real Felicidade? É o que estamos juntos, aqui, trabalhando nesses encontros. A Presença do seu Ser é a Presença de Deus; não é "alguém" presente, é Deus presente, é a Vida presente, é a Liberdade presente, é Aquilo que é indescritível, que está além das palavras, além dos pensamentos, nesse instante, aqui, presente.

Aqui nesses encontros online, nos finais de semana, nós estamos trabalhando isso com você. São dois dias juntos, em um encontro online, e através de perguntas e respostas nós estamos explorando isso, aprofundando isso, tomando ciência dessa Vida, dessa Real Vida como Ela é, onde está presente essa ciência de Deus, essa ciência do Amor. Você tem aqui na descrição do vídeo o nosso link do WhatsApp para participar desses encontros online nos finais de semana. Fora esses encontros temos encontros presenciais e, também, retiros. Se isso que você acaba de ouvir faz algum sentido pra você, fica aqui um convite. Já deixe o seu like, se inscreva no canal. Ok? E a gente se vê! Valeu pelo encontro e até a próxima!

Março de 2025
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quinta-feira, 17 de abril de 2025

Joel Goldsmith | Vivendo entre dois mundos | O observador e a coisa observada | Marcos Gualberto

GC: Olá, pessoal! Estamos aqui para mais um videocast. Novamente, o Mestre Gualberto aqui conosco. Gratidão, Mestre, pela presença.

Hoje, eu vou ler um trecho do livro do Joel Goldsmith chamado Vivendo Entre Dois Mundos. Num trecho desse livro, Mestre, o Joel faz o seguinte comentário: "Aos poucos, nos descobrimos vivendo como observadores, observando Deus viver sua vida como nós". Sobre esse assunto do observar, o Mestre pode compartilhar a sua visão sobre o observador e a coisa observada?

MG: Gilson, aqui nós nos deparamos com um aspecto psicológico presente em nós, de que nós não nos damos conta. Nós nunca atentamos para isso, nunca olhamos de perto, nunca nos aproximamos disso: do simples fato de que, quando você está sobrecarregado, por exemplo, de preocupações, não existe qualquer separação entre você preocupado e a preocupação acontecendo. Não existe uma separação aí. Agora, por que não nos damos conta disso? Porque nós estamos insistentemente com a ideia, a crença, de que temos que nos livrar da preocupação. A crença é de que nós somos "alguém preocupado". Então, tem a preocupação e tem "alguém"; essa é a nossa crença.

Quando você tem, por exemplo, pensamentos acontecendo aí, a nossa crença, a sua crença, é de que você é o pensador e o pensamento é um elemento separado de você. Veja, isso é um equívoco! O que nós temos presente, quando o pensamento está presente, é o pensamento. Não há separação entre esse pensador e o pensamento, assim como não há separação entre essa preocupação e esse preocupado. Então, isso é algo que requer que você aprenda a olhar para as reações para perceber que não existe essa separação. Como nós nunca olhamos para isso, nós nunca nos libertamos da preocupação definitivamente.

Nós sempre temos uma ou outra forma de preocupação em nossas vidas e não sabemos lidar com a preocupação, porque não sabemos lidar com esse elemento que se vê separado da preocupação, que é o preocupado, que é esse "mim", esse "eu". Não existe, Gilson, separação entre o pensador e o pensamento, assim como não existe separação entre a preocupação e o preocupado. Essa é uma crença que nós temos. Quando você está triste, não tem alguém triste, temos a presença da tristeza, mas nós temos a ilusão de que estamos tristes, alimentamos essa ilusão. Então, tem esse "eu" e a tristeza, como se estivéssemos diante de dois fenômenos separados, de duas coisas separadas, de duas situações. Não temos duas situações, não temos duas coisas, não temos dois fenômenos. Há um único fenômeno, e esse fenômeno é a tristeza, e esse fenômeno é o pensamento, e esse fenômeno é a preocupação, porque não existe essa separação. Isso é uma crença!

Podemos descobrir a verdade sobre isso? Podemos nos dar conta de que é o pensamento, o próprio pensamento, que cria a ideia de um pensador por detrás dele? Podemos nos dar conta de que a própria preocupação, por essa força de hábito em nós, nos dá a ideia de alguém preocupado? Veja, tudo isso é só um jogo do pensamento. O pensamento cria o pensador, o pensamento cria esse preocupado, o pensamento de tristeza cria esse triste, essa "pessoa". É isso que estamos aqui, com você, explorando, investigando, nos dando conta disso: a compreensão de que não existe tal coisa como essa separação. Isso põe fim à preocupação, isso põe fim ao pensamento, isso põe fim à tristeza.

É que nós estamos condicionados nesse velho modelo de se ver presente na vida, ou seja, dentro da experiência da vida, como um elemento separado dela, para lidar com as situações. Então, estamos sempre impondo uma crença a essa experiência deste instante, e essa crença é a crença desse experimentador separado da experiência. É essa dualidade que sustenta em nossas vidas a psicológica condição de não compreensão da Vida como Ela acontece. Essa não compreensão é a ignorância, e se está presente a ignorância, nós temos a presença do problema, da confusão, do sofrimento, da tristeza, da preocupação, do medo, dessa inquietude psicológica que o pensamento produz. Tudo isso em razão dessa não compreensão de que o pensamento é o próprio pensador, de que a tristeza é o próprio triste, a compreensão de que o medo não está separado desse que é o medroso. Descobrir isso é eliminar essa dualidade e, portanto, os problemas envolvidos nessa ignorância, dentro dessa ilusão.

Um trabalho em direção à Verdade da revelação sobre tudo isso requer esse olhar sem a separação, apenas olhar sem a separação. Esse tipo de atitude que nós temos tido, que estamos tendo há milênios, nos coloca numa condição onde acreditamos que nós precisamos mudar as situações, nos coloca numa situação em que nós acreditamos poder mudar as situações. Notem, a vida acontece como um grande fenômeno existencial. Esse "sentido de alguém" que se vê separado da vida para monitorar, controlar, ajustar, resolver, fazer algo com a vida, isso está sustentando em nós a ilusão desse ego, desse "eu", desse "mim".

Assim, não sabemos lidar com a Vida como Ela acontece, porque acreditamos poder lidar com ela como um elemento separado dela. É como se nós fôssemos assistir a um filme e acreditássemos poder nos envolver com os eventos e acontecimentos dentro desse filme, isso porque nos vemos como parte integrante do filme, com o poder de comando, de controle, de atuação dentro do filme. A verdade é que, diante de um filme, você é só um espectador, mas esse espectador transcende essa dualidade, ele transcende essa ideia de observador e coisa observada, de pensador e pensamento, de alguém no sentir e o sentimento. Então, tudo que ocorre dentro desse filme está ocorrendo dentro do filme, não existe um elemento capaz de se envolver com o que ocorre no filme.

Essa ciência desse olhar sem o observador, desse escutar sem esse elemento no ouvir, desse perceber sem esse elemento na percepção, é o fim dessa dualidade, é o fim dessa tentativa de mudar, alterar, ajustar, consertar, avaliar, julgar, gostar ou não gostar do que acontece. Isso é o fim do "eu". Então, temos o princípio de uma visão livre desse modelo de egoidentidade; é quando nos aproximamos da ciência da Meditação, que nos dá esse olhar livre da pessoa, livre dessa noção de tempo e espaço.

Veja, estamos colocando algo aqui, para você, que requer uma aproximação muito direta, muito real desse assunto, para evidenciarmos de uma forma prática o que estamos colocando. Não dá para ficarmos aqui na abstração, na teoria. Temos que nos aproximar e aprender a olhar, a escutar, a perceber dessa forma. É por isso que aqui, no canal, nós estamos trabalhando com você essa aproximação, para, nesta vida, [ter] essa Ciência de Deus, essa Ciência do Despertar, da Realização Divina.

GC: Mestre, nós temos uma pergunta de um inscrito aqui no canal, do Daniel, exatamente sobre esse tema da observação. Ele faz o seguinte comentário e pergunta: "Mestre Gualberto, como observar sem o observador? O ato de observar não depende de alguém observando?"

MG: Gilson, aqui a pergunta é: "Esse observar não requer a presença do observador?" Veja, observar requer olhar. Observar requer observar, não requer a presença de um elemento para avaliar, julgar, comparar, aceitar, rejeitar, dizer o nome, classificar aquilo que observa. Veja, esse observar não requer, necessariamente, o observador. Esse observador é o elemento que surge para dizer "isso é feio", "isso é bonito", "eu gosto", "eu não gosto". Esse é o elemento presente em nós, esse observador, que julga, classifica, nomeia a experiência.

Nós estamos sempre, Gilson, diante da Vida como Ela acontece, só como Ela acontece. Então, estamos diante daquilo que são fatos na Vida, evidências na Vida, acontecimentos na Vida, mas a nossa aproximação, em geral, é a aproximação daquele que opina, tem ideias, tem conclusões, tem crenças. Assim, as nossas opiniões, conclusões, crenças e ideias. isso está dentro desse observador.

Então, percebam, é assim que nós, equivocadamente, nos aproximamos da vida: a partir do observador. Esse é o equívoco! Porque essa ideia de alguém presente como observador está nos colocando em uma condição onde não percebemos que esse observador, o que ele está vendo, na verdade, é parte dele mesmo. É ele que está avaliando, julgando, comparando, então esse julgamento, avaliação e comparação são parte dele. Não estamos diante da Realidade d'Aquilo que é, dessa forma; estamos diante de um conceito, de uma crença, de uma opinião, de uma conclusão, de um julgamento.

Então, é importante nós aprendermos, é fundamental nós aprendermos a olhar sem o observador, porque é quando estamos em contato com a Vida como Ela acontece. É a Visão, Gilson, da Verdade, que liberta, e nós não temos a Visão da Verdade quando o olhar é a partir desse que observa, que é o "eu", que é o ego, que é o observador.

Por que não sabemos lidar com pensamentos? Porque não sabemos apenas olhar. Nós sempre colocamos alguém envolvido no pensamento, com o pensamento, para o pensamento. Ao fazermos isso, estamos colocando a presença do observador, que é a presença do pensador, que é a presença desse "eu". Um exemplo simples disso é quando você olha para a sua esposa. Você não a vê como ela é, você a vê como você acredita que ela seja. Você a vê a partir do pensamento que você tem dela. Essa é a visão equivocada do observador, essa é a visão equivocada do "eu", do ego. E nós estamos constantemente vivendo assim dentro das nossas relações, com marido, com amigos, com pessoas, com nós mesmos, com aquilo que acontece na vida, porque nós vivemos constantemente nessa ilusão do "eu", nessa ilusão desse observador, desse ego, desse elemento que aparece dentro da experiência para corrigir, consertar, opinar, tentar mudar. Isso produz confusão, isso produz desordem e sofrimento! Essa é a vida do ego. Espero que esteja ficando claro isso aqui para você.

A nossa condição de condicionamento mental é olhar para a vida a partir dessa janela, que é a janela do observador. E aqui estamos dizendo para você que não existe tal coisa como a necessidade dessa janela. Há uma forma de olhar para a vida sem essa janela, e olhar para a vida sem essa janela é olhar para o outro sem o "eu", é lidar com a vida sem o "eu", é lidar com o momento sem o "eu". Então, o ego não entra, porque o observador não entra, essa desfiguração criada pelo pensamento do observador não aparece. Então, nós temos o fim da comparação, o fim da avaliação, o fim desse sentido egoico. Então, temos o fim desse sentido do "eu", que envolve pensamento, sentimento, emoção e tudo o mais. Temos um contato com a Vida a partir do que Ela é, e não nesse conceito ou crença de como Ela deveria ser, porque estamos lidando com evidências, com os fatos, com o que acontece.

Então, colocando aqui claramente a resposta para você: esse ato de observar não requer a presença do observador. Agora, o ato de julgar, avaliar, comparar, gostar, não gostar, sim, isso exige a presença do observador. Mas essa ação do observar é uma ação nova quando o "eu" não está, quando o ego não está, quando o observador não está. É quando, de fato, nesse observar, você está lidando com a vida, com o outro, consigo mesmo, sem essa ilusão dessa autoimagem, desse centro ilusório.

Nós temos, no canal, diversos vídeos sobre esses assuntos aqui: o assunto da autoimagem, dessa visão equivocada do ego, que é a visão do observador, esse assunto desse olhar sem o observador. São playlists que nós temos aqui. Podemos aprofundar isso, tomar ciência disso e realizar a Verdade de que não existe esse observador. Ele é o elemento que está aparecendo criando confusão, desordem e sofrimento em nossas vidas; criando, na verdade, essa particular vida do ego, essa vida do "eu".

GC: Mestre, nós temos uma outra pergunta, de um outro inscrito aqui no canal. O Vanderli faz a seguinte pergunta: "Como posso dominar meu ego?"

MG: Reparem como nós formulamos nossas perguntas. "Como posso dominar o ego?" A nossa ideia é que existe uma separação entre esse "eu" e o ego. Eu tenho visto as pessoas usarem a expressão "eu" como esse "Eu Sou", esse "Eu Maior". A ideia é que existe uma separação entre esse "eu" e o ego. Isso é real? Quando você pergunta "como posso dominar o ego?", existe alguma separação entre esse que domina e aquilo que é dominado, esse que controla e aquilo que é controlado? Como acabamos de colocar agora aqui, dentro do próprio vídeo, há uma separação entre esse observador e a coisa observada, ou estamos diante de um único fenômeno? Então, quando falamos em dominar o ego, quem é esse elemento que quer dominar o ego? Há uma separação entre esse elemento e o ego? Há uma separação entre esse que vê e aquilo que ele está vendo? Quando você está aborrecido, há uma separação entre você e o aborrecimento? Ou com raiva? Quando você está aborrecido, existe uma separação entre o aborrecimento e você?

Observe isso com calma. No momento da raiva, existe uma separação entre você e a raiva? Ou é só alguns minutos depois que a raiva diminui que o pensamento surge falando de alguém com raiva? Repare, quando há raiva, é só raiva. Quando há medo, nesse momento do medo. não é só quando o medo diminui que você percebe que você está com medo? Porque quando o medo está presente, é medo; não há separação entre o medo e você. Você é o medo! Quando há raiva, é só raiva presente; quando há tristeza, não tem alguém ali dizendo "estou triste". Quando você começa a dizer "estou triste", já não está triste! Essa separação já ocorreu! Essa separação é algo que o pensamento está produzindo, assim como essa ideia de controlar a raiva, de controlar o medo. Temos a ideia de controlar o ego, de se livrar do ego, de dominar o ego. Tudo isso está dentro desse movimento equivocado, que é essa ilusão entre o observador e a coisa observada. Não existe tal separação, não existe tal divisão.

Eu recomendo a vocês darem uma olhada aqui no canal a respeito desse assunto. Essas playlists diversas que nós temos aqui tratam e abordam essa questão do fim para essa ilusão da separação e, naturalmente, do fim dessa ilusão do "eu". E por que usamos a expressão "ilusão do 'eu'"? Porque não estamos lidando com uma realidade separada da ilusão. Esse "eu" é a própria ilusão. Enquanto houver ilusão, haverá esse sentido do "eu". Não existe aqui, também, qualquer separação; a presença da ilusão é a presença do "eu". No entanto, essa realidade do "eu" é uma ilusão. Veja, essa realidade do "eu" é uma ilusão, porque esse "eu" é constituído de crenças, opiniões, julgamentos, avaliações, um conjunto de condicionamento de pensamento, sentimento e ação. Quando nós temos o fim desse condicionamento, temos o fim dessa ilusão; isso é o fim do "eu".

Então, um trabalho, se faz necessário, se torna fundamental. Temos que investigar a verdade sobre quem nós somos, para irmos além dessa ilusão. É isso que estamos propondo aqui para você, dentro deste canal.

GC: Gratidão, Mestre, já fechou o nosso tempo. Gratidão por mais este videocast.

E, para você que está acompanhando o videocast até o final, eu quero deixar aqui um convite: se você tem o desejo real e sincero em se aprofundar nessas verdades, aqui no primeiro comentário, fixado, tem o link do WhatsApp para entrar no grupo e participar dos encontros que o Mestre Gualberto proporciona. São encontros intensivos de final de semana. Tem no formato on-line, tem no formato presencial e também retiros de vários dias. Nesses encontros, que são muito mais profundos do que qualquer vídeo aqui no YouTube, o Mestre Gualberto responde diretamente às nossas perguntas ao vivo. E, além disso - e, principalmente -, o Mestre, por já viver nesse Estado Desperto de Consciência, compartilha esse Estado de Presença, e, nesse compartilhar, há um Poder, uma Energia e uma Graça que nos ajudam demais nessa autoinvestigação, porque a gente acaba entrando de carona nessa Energia. Então, no primeiro comentário, fixado, tem o link para poder participar desses encontros.

Além disso, já dá um "like" no vídeo, já traz um comentário, com perguntas, para a gente trazer para os próximos videocasts, e se não for inscrito no canal, já se inscreve.

E, mais uma vez, Mestre, gratidão pelo videocast.

Janeiro de 2025
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terça-feira, 15 de abril de 2025

Relações humanas | As questões fundamentais da vida | Autoimagem | Aprender sobre Autoconhecimento

Aqui, juntos, nós estamos explorando essas diversas questões, que são as questões fundamentais na vida, e nós estamos com você explorando cada uma delas. E uma dessas questões é a questão das relações humanas. Nós não sabemos nada sobre isso, ou não temos investigado isso com profundidade.

Observe que a vida consiste de relações acontecendo. Nós estamos constantemente, a cada instante, em contato com coisas, em lugares, com pessoas, com pensamentos, com sentimentos, emoções e sensações. Assim, a nossa vida consiste de relações acontecendo. E, em particular, essa questão das relações humanas, que são os nossos contatos que temos com outras pessoas, nós não temos investigado isso, nós não temos nos aproximado disso, nós não temos explorado essa questão.

A confusão na vida não consiste em a vida ser confusa, desordeira, problemática. A confusão na vida consiste nessa particular vida presente nesse contexto de nossas relações, de nossas relações humanas. Nós não temos problema com os objetos ou com as situações quando elas não são desfavoráveis para nós, mas uma vez que esses acontecimentos sejam desfavoráveis para esse "mim", neste momento está estabelecido o conflito.

Mas, em especial, nossas relações com as pessoas são conflituosas na maior parte das vezes; isso porque está presente em cada um de nós um modelo de ser, de existir como alguém, vivendo dentro de um autocentramento, de um autointeresse. Nesse interesse egocêntrico, interessado como estamos em nós mesmos e o outro também, cada um está defendendo ou procurando defender aquilo que deseja para si mesmo, isso é algo típico desse padrão de egocentramento, de autocentramento egocêntrico.

Nós podemos descobrir, na vida, a Vida Real dentro dessas relações, onde esteja presente Algo fora desse contexto de confusão, de desordem, conflito e sofrimento? É isso que estamos trabalhando aqui com você. Investigar a natureza do "eu", a verdade sobre si mesmo, aprender sobre si mesmo, é aprender sobre o Autoconhecimento; descobrir como você funciona, como sua mente funciona, suas emoções, seus sentimentos, suas sensações, se dar conta desse padrão egocêntrico de ser alguém, se dar conta disso.

É interessante essa colocação aqui, porque se dar conta disso, tomar ciência disso não é para mudar isso a partir de um ajustamento, autodisciplina, para se tornar uma pessoa diferente ou uma pessoa melhor, mas é se dar conta para que isso se rompa, para que haja um rompimento com essa psicológica condição de identidade do "eu", de identidade egoica. Esse é o propósito real da investigação da natureza do "eu".

É nesse sentido que nós usamos aqui a expressão "Autoconhecimento", compreender esse sentido do "eu", esse movimento de separação da vida, do outro, de si mesmo, para o fim dessa psicológica condição, para o início de algo novo. Esse algo novo é aquilo que alguns chamam de Despertar da consciência ou Iluminação espiritual, é uma qualidade de vida desconhecida do pensamento.

Há um propósito na vida, e esse propósito consiste na própria vida sendo vivida livre desse sentido de alguém presente dentro dela. Veja, é exatamente o que você acaba de ouvir: é a vida em expressão; não é alguém vivo em expressão, é a própria vida em expressão, nessa natural Inteligência Divina dentro das relações. E como boa parte dessas relações são as nossas relações humanas, a visão da Realidade sobre você é a visão da Realidade d'Aquilo que é Você livre do "eu", livre desse "mim"; e esse Você é algo fora do conhecido, é a Realidade Divina.

Portanto, nós precisamos aprender sobre nós mesmos tomando ciência dessa construção do pensamento dentro de cada um de nós. O pensamento tem construído em nós uma representação que procura manter a sua continuidade a partir de um centro que ele tem estabelecido, que é esse "eu". Essa é a construção do pensamento em cada um de nós; ele construiu uma ideia, um quadro, uma representação mental dele mesmo: é essa autoimagem.

Veja, estamos colocando aqui para você algo que não é uma teoria, não é um conceito, não é uma crença, é um fato. A pessoa como você se vê, como você sente ser, é uma autoimagem, uma imagem que o pensamento construiu. Então, essa construção do pensamento tem estabelecido dentro de cada um de nós essa figura central; ela está interessada exclusivamente nela mesma, ela não tem uma visão inclusiva da vida e, sim, exclusiva.

Uma observação direta do movimento do pensamento em você, uma simples e direta observação, irá lhe mostrar que os seus pensamentos giram em torno dessa ambição que você tem, desse desejo que você tem, dessa procura que você tem, dessa busca que você tem por algum nível de satisfação, de realização, de preenchimento.

Assim, esse padrão exclusivo de ser é algo centrado, girando em torno dessa autoimagem. Quando você usa o pronome "eu" ou a expressão, dentro de um contexto de fala, como "mim", "eu mesmo", você está sempre se referindo a essa autoimagem. O modo como você se relaciona com o outro, seja ele o marido, a esposa, os filhos ou a família, o patrão, o colega de trabalho, toda a sua relação com o mundo é a relação desse centro, dessa autoimagem. Assim, você vê o mundo a partir das suas conclusões, opiniões, inclinações, desejos, motivações e escolhas.

Essa forma autocentrada de se sustentar na vida como sendo alguém nos coloca dentro de um isolacionismo. Esse padrão exclusivo, egocêntrico, isolacionista de ser alguém, todos estão vivendo dessa forma, então estamos separados uns dos outros. Nós podemos até nos unir para realizar propósitos comuns, mas mesmo nessa união, nós não temos a presença de uma verdadeira comunhão, porque o que impera é um idealismo ainda de grupo - "o meu grupo tem esse propósito, mas o outro grupo tem um outro propósito".

Então, esse modelo de identidade do "eu" pode ser pessoal ou pode ser de grupo, mas estamos sempre trabalhando em prol desse isolacionismo, dessa separação; e dentro dessa separação, nós sustentamos algum nível de desordem, de contradição, de conflito. Acompanhe isso com calma. Podemos nos libertar, nesta vida, desse sentido do "eu", do ego, desse "mim"? Podemos nos livrar dessa autoimagem?

O marido vê a esposa a partir desse lugar, e ela o vê a partir desse lugar. Se a visão que você faz do outro é a partir da imagem que você tem de si mesmo, a visão que você tem dele é a visão particular de uma escolha, daquilo que você gosta ou não gosta dele ou dela, portanto, está estabelecido o conflito, está estabelecido o sofrimento.

Podemos nos livrar, nesta vida, dessa autoimagem e, portanto, desse "eu", desse ego? Observe que essa é uma das questões fundamentais da vida, porque uma vez livres desse sentido do "eu", do ego, nós estamos livres do sofrimento, de sustentar sofrimento em nós. E reparem, uma vez livre do sofrimento em você, você não cria sofrimento no mundo. É apenas quando você é infeliz e está sofrendo que você produz sofrimento e infelicidade à sua volta.

O encontro com a Verdade d'Aquilo que é Você é o fim dessa autoimagem, porque aqui estamos dizendo para você que existe Algo aqui presente que se mantém desconhecida e que não pode se revelar até que tenhamos um fim para essa psicológica condição em que nós nos encontramos, de autocentramento, de autoimagem. Esta Realidade é a Realidade Divina. Por isso que a base para a compreensão dessa Realidade requer a presença do conhecimento de nós mesmos.

Aprender sobre o Autoconhecimento é descartar a ilusão desse sentido do "eu", do ego, dessa imagem que o pensamento tem estabelecido como sendo real em cada um de nós, para uma compreensão de algo que está além da mente, além do "eu", além do ego. A estrutura do ego, a base do ego, é esse padrão de pensamento presente em cada um de nós: um pensamento não observado, um sentimento não constatado, uma emoção não vista; precisamos nos dar conta dessas reações, tomar ciência dessas reações.

A observação do pensamento, do sentimento, da emoção, assim como dos seus gestos, palavras e ações, se dar conta disso, tomar ciência disso. Descobrir o que é olhar para tudo isso é investigar o movimento desse centro ilusório, desse falso "eu", desse ilusório "eu", desse autoimagem; é quando pela primeira vez nos aproximamos, pelo Autoconhecimento, da Revelação da ciência de Deus, da ciência do seu Ser. A Meditação é esta ciência.

Nós não sabemos o que é a Meditação. Qual é a verdade sobre a Meditação? O que é Real Meditação? Como meditar de forma correta? O que é esta ciência da Revelação de Deus, chamada Meditação? Evidente que nós não estamos tratando aqui da meditação tradicional, daquilo que as pessoas aí fora chamam de meditação. Estamos falando de algo do qual você se aproxima a partir do Autoconhecimento, a partir dessa Relação quando aprende a observar pensamentos, sentimentos, emoções, percepções, gestos, ações, sem reagir a isso, ou seja, sem esse elemento, que é o próprio "eu".

Aprender a olhar, a observar, a perceber: perceber sem o percebedor, olhar sem esse elemento que olha, observar sem o observador. É assim que descobrimos como descartar essa autoimagem, esse autocentramento, para uma vida livre de todo esse padrão de comportamento do "eu". É o que estamos vendo aqui, trabalhando aqui com você. Aquilo que nos dá a real base para essa aproximação é a arte desse olhar, dessa autoinvestigação, dessa autoinquirição.

Cada um desses assuntos, nós estamos trabalhando aqui com você. Assim, estamos somando aqui centenas de falas, todas abordando essa possibilidade de, nesta vida, você realizar a Verdade d'Aquilo que é Você. A natureza do seu Ser não é a pessoa que você acredita ser. Essa Realidade presente é a Realidade da própria Vida, e em linha com ela não há conflito, não há desordem, não há confusão, não há sofrimento. Você nasceu para realizar Isso, para assumir, na vida, a Verdade da Vida.

Podemos estabelecer, em nossas relações, a Verdade da relação? A beleza desta Verdade é a presença da comunhão, onde não existe mais esse "eu" e o outro, esse nós e eles. Um olhar para o movimento da vida sem o passado, sem o pensador, sem o experimentador, sem esse centro que se sustenta a partir de crenças, conclusões, avaliações, julgamentos e escolhas. Uma vida livre do sentido de separação é a Vida de Deus, em Inteligência.

Essa é a Realidade do Amor. Aquilo que nós temos identificado ou com o qual nós estamos nos identificando aqui fora nessa ideia de amor é completamente ilusório. A Realidade do Amor é Aquilo que está presente quando o "eu" não está, quando não há mais esse fundo, esse elemento, essa ideia de alguém presente nesse contato com o outro. Assim, a Verdade da relação é a presença da comunhão; nessa comunhão está presente o Amor, e se o Amor está presente, não há mais confusão, desordem ou sofrimento.

Uma Vida Divina é uma Vida em Inteligência, em Liberdade. Alguns chamam isso de o Despertar Espiritual ou Iluminação Espiritual, e esse é o nosso assunto aqui dentro do canal. Aqui nesses encontros, sábado e domingo - são dois dias juntos, de forma online -, nós estamos aprofundando isso com você. Então fica aqui esse convite.

Janeiro de 2025
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quinta-feira, 10 de abril de 2025

O que é o pensar? | O que é o pensamento? | Sabedoria, inteligência e conhecimento | O que é avidya?

Aquilo que temos colocado aqui pra você é algo muito básico, é muito simples. O ser humano vive alienado da verdade sobre quem ele é. Ele não toma ciência daquilo que ele confia, acredita e demonstra ser em suas relações.

Então, não há compreensão disso. Então nós temos aqui dois aspectos. O primeiro é esta ignorância.

Há uma expressão indiana para essa ignorância no ser humano que lhe mantém em uma condição de vida, de existência, em sofrimento. Isso é direto da visão dos antigos sábios da antiga Índia. Aqui a expressão é Avidya.

Avidya é uma expressão com palavras diferentes, todas as religiões do mundo tratam desta mesma questão, que é a questão da ignorância, e a palavra Avidya, para a pergunta: o que é Avidya? Avidya é essa expressão, dentro do contexto da cultura dos Vedas, para ignorância.

É a ignorância que sustenta o ser humano em uma vida de sofrimento, é o que aprisiona, é o que mantém, é o que estabelece, é aquilo que dá essa base para uma vida em sofrimento para o ser humano. Então, esse é o primeiro aspecto.

A ignorância é aquilo que está presente em razão da ausência da verdade sobre a ignorância. E a verdade sobre a ignorância, a compreensão desta ignorância, a clara visão do significado dela, nos traz esse segundo aspecto que nós estamos investigando, estudando, aprofundando aqui com você que é o aspecto da realização divina, que é o aspecto do Despertar da Consciência, algo presente quando há Autoconhecimento.

Assim, o Autoconhecimento, a verdade daquilo que é você em sua natureza essencial, em sua natureza real, é esse segundo aspecto, é esta visão da verdade sobre você. E o que é que nos sustenta, nos mantém, nos abaliza dentro desta complexidade psicológica de problemas na vida, onde está presente a ansiedade, a depressão, a angústia, o medo, as diversas formas de sofrimento dentro desse contexto de relações com o mundo à nossa volta?

Aquilo que sustenta tudo isso é a forma como psicologicamente respondemos à vida como ela acontece. Nós temos uma forma de dar respostas para a vida. A vida é um acontecimento nesse instante.

A vida não é algo que aconteceu. A vida não é algo que acontecerá. A vida é algo que está aqui e agora, de uma forma misteriosa, inexplicável, inédita, desconhecida, se mostrando, nesse momento. E você não tem como atender à vida.

Esse é o ponto. Você não tem como atender à vida. Apenas a vida pode dar a ela mesma uma resposta.

Porque ela é por demais misteriosa. Ela está além desta pessoa, desse "eu", deste "mim". A pessoa, o "eu", o "mim", é exatamente Avidya, a ignorância.

Aqui com você, nós estamos colocando de uma forma muito clara que há uma verdade presente e essa não é a verdade da pessoa, do "eu", do "mim". É a própria vida. A presença dessa própria vida, a ciência disso, é sabedoria, inteligência e real conhecimento.

Essa é uma playlist aqui no canal. Sabedoria, inteligência, conhecimento. Nós temos um conhecimento para fins objetivos e práticos na vida.

Agora, aqui mesmo, o uso da fala requer o conhecimento da linguagem, palavras são aprendidas. Então, nós temos uma forma de aproximação da vida, como ela acontece, a todo momento, desta forma única e estamos extraindo da vida um nível de conhecimento e de experiência.

Isso ocorre com base no modelo do pensamento. Então, em um certo nível, o conhecimento, a experiência e o pensamento é algo fundamental para essa atuação ou para esta movimentação nesta vida. Mas, veja, isso fica só a nível bem superficial, a nível periférico, a nível de sonho, a nível de superfície, de existência, a assim chamada existência humana. Então, o conhecimento, a experiência e o pensamento, é algo presente em você que lhe habilita a lidar com os assuntos triviais da vida, de superfície, de aparência, de uma forma eficiente. Você precisa disso. Precisa do conhecimento. Dirigir um carro requer conhecimento. Falar uma língua requer conhecimento.

Escrever requer conhecimento. Trabalhar em uma determinada profissão requer conhecimento, que é experiência, que é pensamento. O problema com o ser humano é que ele está tentando ajustar isso à totalidade da vida.

Veja, acabamos de dar aqui alguns exemplos. Para trabalhar em uma profissão, para se comunicar, para realizar um projeto, para fazer algo ou deixar de fazer algo na periferia, na superfície desta assim chamada vida ou existência, o pensamento se faz necessário, o conhecimento se faz necessário, a experiência se faz necessária. Mas, do ponto de vista íntimo, interno, profundo, do ponto de vista da totalidade da vida, o pensamento não se faz necessário.

Esse nível de conhecimento não se faz necessário e de experiência também. Aqui estamos tocando em algo além desta periferia, além desta superfície, estamos tocando em algo mais íntimo, profundo, significativo, por demais misterioso, que é o contato com a vida como ela acontece, aqui e agora, neste instante. Por exemplo, em nossas relações com pessoas, o pensamento, o conhecimento e a experiência é um desastre.

É algo que cria confusão, desordem e toda forma de sofrimento. Veja como é simples termos clareza sobre isso. Basta observarmos isso.

Basta olharmos o que ocorre conosco em nossas relações. Quando, por exemplo, eu estou em contato com ele ou ela, o meu contato com ele ou ela é com base no pensamento, no conhecimento e na experiência que já tive com ele ou ela. Veja, tudo isso eu já tive com ele ou ela.

É algo que vem do passado. Uma experiência é algo que vem do passado. Um conhecimento é algo que vem do passado.

Um pensamento é algo que vem do passado. Mas eu estou com ele ou ela agora, aqui, pela primeira vez. Repare que isso nos escapa, a verdade de que a vida está acontecendo agora. E eu estou trazendo sempre do passado esse elemento que é o pensamento, a experiência, o conhecimento para lidar com a vida nesse instante.

Ao fazer isso, estamos dando uma resposta irregular, inadequada, incompleta para esse momento presente, nesse contato com ele ou ela ou com situações ou acontecimentos. Mas é exatamente assim que estamos estruturando, temos estruturado, estamos estruturando e continuaremos estruturando essa história de pessoa, de identidade, que é a identidade do "eu", dentro da vida, dentro das relações. Então, isso explica todo problema, toda confusão, todo sofrimento, toda desordem presente.

Esta é a presença de Avidya, a presença da ignorância. Isso porque a vida, nesse momento, é um desafio. Quando você se encontra com o marido, você está se encontrando com uma ideia que você tem dele ou dela, se é esposa, com o filho ou com a filha, com o colega de trabalho, com o chefe, com qualquer pessoa que você reconhece.

Esse reconhecimento é um elemento presente em razão da presença do pensamento. E o pensamento não é outra coisa, a não ser uma memória que vem do passado. Portanto, o seu contato com ele ou ela é só uma memória, uma lembrança, uma fotografia presente nesse instante.

Essa fotografia, essa memória, esse pensamento é uma cortina, entre você e ele, entre você e ela. Assim não temos um contato, notem, um contato com a vida aqui e agora porque há em nós presente um elemento que funciona como uma cortina.

Esse elemento está sempre trazendo uma cortina. É como se você procurasse saber o que está acontecendo do lado de fora da casa, mas tentando saber, apenas escutando, tendo a oportunidade de simplesmente se livrar da cortina e abrir a janela, você está tentando, do lado de cá, sem abrir a cortina, sem abrir a janela, está tentando, do lado de cá, pela audição, adivinhar o que está acontecendo do lado de fora. Por que você não abre a cortina e não abre a janela e toma ciência do que está acontecendo do lado de fora? Por que ficar tentando adivinhar o que está acontecendo na vida, através do pensamento, das crenças, opiniões, ideias, conceitos, julgamentos e avaliações particulares?

O nosso contato com o outro é exatamente assim. Assim nós estamos tentando adivinhar o que está acontecendo do lado de fora da casa. Estamos tentando adivinhar se está chovendo ou fazendo sol, ou se está nevando, se existe um ar fresco do lado de fora ou não. Podemos estar aqui, do lado de cá, com a janela fechada e as cortinas, e apenas imaginando algo sobre isso, sem saber o que está acontecendo do lado de fora.

O nosso contato com a vida é assim. O nosso contato com o outro é assim. Nós estamos olhando a partir do pensamento, que o pensamento é a cortina. Então, o que é o pensamento? Essa é uma playlist aqui no canal. O que é o pensamento? O pensamento é a memória, é a lembrança, é a recordação, é a ideia, é a imaginação.

Nenhum pensamento lida com o que é. Reparem isso, ele não lida com o que está aqui. Porque o princípio do pensamento é a memória, algo que vem do passado.

Então o pensamento sempre lida com o que foi, não com o que é. O pensamento se projeta no futuro, no que deveria ser ou poderia ser. Ou ele lida com o passado, no que foi ou no que deveria ter sido.

Mas ele não lida com o momento presente. Veja como é básico isso. Duas pessoas conversando, elas não estão conversando sobre o que está aqui.

Elas estão conversando sobre o que aconteceu. Nós não podemos, nesse exato instante, nesse exato momento, neste exato segundo ter uma visão e uma declaração verbal descritiva do que é. Tudo o que podemos descrever já foi, já passou há um minuto atrás, há cinco segundos atrás, há dois segundos atrás. Reparem que a vida, nesse momento, é indescritível. Ela está além da descrição nesse instante. Ela não está passiva de ser descrita.

Assim, o nosso contato com a vida, como ela acontece, nessa relação com o outro, nesta relação com situações, quando nós trazemos esse elemento que vem do passado para se envolver com isso, o que estamos fazendo é colocando a presença desta cortina, desta janela. Assim, nós não temos a ciência da verdade sobre quem nós somos. Em nossa natureza real a vida é aquilo que está presente sendo a própria vida.

Apenas com esta presença daquilo que é você em sua natureza essencial é que se tem uma resposta completa para esse momento. Assim, o contato que temos com o outro não é a verdade sobre ele ou ela. É a ideia, é o pensamento, é a imaginação sobre ele ou ela que eu tenho, que esse "mim" tem, que essa pessoa tem. Aqui estamos juntos vendo a possibilidade de irmos além desta ignorância, que é esta condição, onde o pensamento é o elemento principal que dita as regras.

Acabamos de colocar para você isso. Do ponto de vista prático, nesse modelo de sonho de existência, esse contato com o pensamento, nesse nível, tudo bem. Mas, a nível de realidade, e aqui abarca esta totalidade da vida, esta ciência das relações, onde uma ação nova se faz necessária, que é esta ação desta sabedoria, desta inteligência divina, deste real conhecimento, esse velho modelo do pensamento não funciona, não se aplica.

Aqui estamos com você investigando o que é o despertar da sabedoria, dessa inteligência e desse conhecimento. Então, o conhecimento, com base no pensamento e na experiência, para efeitos práticos, nesta relação com o trabalho, com algumas áreas específicas da vida, é algo perfeito.

Mas a presença do pensamento, acabamos de dar um exemplo, nessas relações com pessoas, com nós mesmos, com os acontecimentos, com tudo que ocorre na vida, não funciona. Aqui estamos com você, trabalhando o despertar desta sabedoria, desta visão da realidade divina.

Aqui, nossa ênfase consiste nesta autodescoberta, nesta aproximação de nós mesmos, no descarte desse modelo do pensamento, algo muito próximo dessa questão do pensamento. Me parece que vai ficando claro aqui para você, dentro dessa mesma fala, que o pensamento em você não é outra coisa, a não ser um conhecimento adquirido e, portanto, uma memória guardada em você. E o seu contato com a vida, como ela acontece aqui e agora, esse elemento que é o pensamento, não irá funcionar.

Assim, o nosso grande desafio na vida é o desafio da própria vida, da resposta a ser dada à própria vida. E, nesse formato do pensamento, como nós fomos educados para viver sem a compreensão da verdade sobre o pensamento, não conseguimos atender isso. A forma real de atender à vida é livre do pensamento.

É aqui que entra essa outra questão, a questão do que é o pensar. Pensar, em você, é um funcionamento mecânico, a lembrança de uma memória, de uma recordação, de uma imagem. Essa lembrança ocorre em razão desse processo do pensar.

Então, quando você está tendo uma lembrança, o cérebro está dando uma resposta. Ele recebeu um estímulo, um impulso, um desafio e está dando uma resposta. Então, aqui, a questão agora é termos muito claro essa diferença entre o pensar e o pensamento.

O que é o pensar? O pensar é uma resposta que o cérebro reage com base na memória, trazendo essa resposta. Isso é o pensar. Ao se lembrar de alguém essa lembrança é o pensar, mas é o cérebro trazendo essa lembrança, porque a Avidya pressupõe essa ignorância, a não visão da realidade e, portanto, dessa ilusão.

Essa é a proposta de Avidya nessa ignorância e, nessa ignorância a ideia é de alguém pensando. Não existe alguém presente no pensar. O pensar é uma atividade do próprio cérebro, do próprio mecanismo, trazendo a memória, trazendo a recordação.

Então, quando o pensamento surge, ele aparece em razão desse pensar. Mas, não há alguém nesse pensar. Você não é a pessoa, o pensador desse pensar.

O pensar acontece em resposta a um estímulo, a um desafio. Então, aparece a lembrança, aparece a memória. Você olha para uma fotografia e tem a lembrança de uma outra pessoa.

Ela tem traços no rosto de uma outra pessoa. E, nesse momento, o cérebro processa, traz, expressa, manifesta esta imagem. Não tem você nisso.

Mas aqui nos deparamos com essa ilusão, a ilusão de alguém presente nesse pensar. Só há o pensar, assim como só há o pensamento, não existe esse pensador. Essa é uma mecânica cerebral, é um processo de reconhecimento do próprio cérebro em razão do fundo que ele tem de lembrança, de memória.

Aqui nesse trabalho nós estamos aprofundando isso com você. Se aproximar de uma visão de si mesmo, tomar ciência de suas reações, é ir além da ilusão de alguém presente nessas reações. É quando, nesse momento, eliminamos a ilusão desta cortina de pensamento, onde eliminamos esta janela onde eliminamos esta separação, então, nesse instante, fica a ciência desse observar sem o pensador, sem o observador.

É quando a vida, nesse instante, nesta relação com ele ou ela, ou com situações, ou acontecimentos, é a vida acontecendo onde há esse experimentar sem o experimentador. Onde há esta visão de que o pensamento pode estar presente, mas ele não tem a presença do pensador. Então, nesse momento, é possível reconhecer o outro sem a ideia de um pensador por detrás desse reconhecimento porque não existe mais esta autoimagem. Então, é observar sem o observador. É o pensamento sem o pensador. É a experiência sem o experimentador.

E, quando temos a experiência desse momento sem o experimentador, não temos mais a experiência, é só o experimentar. Quando temos a ciência do pensamento, sem o pensador, não temos mais o pensamento. É só esse novo pensar. Quando temos a ciência desse olhar, sem esse elemento no olhar, temos só a observação, sem o observador. Reparem, é quando podemos ter um contato com a vida nesse momento, dando a ela uma resposta real, livre do passado, livre desse sentido de alguém presente, que é o "eu", que é o pensador, que é o experimentador, que é esta pessoa.

Isso é o fim para a Avidya. Isso é o fim para essa ilusão da separação. Aqui, a forma direta desta aproximação requer a presença desse estudar a nós mesmos, aprender o que é olhar, perceber, tomar ciência do momento, sem colocarmos esse elemento presente, que é o "eu", que é esse "mim".

É o que estamos trabalhando aqui, lhe apresentando aqui. Então, a verdade da sabedoria é aquilo que está presente quando há esta inteligência divina, essa inteligência real, nesta verdadeira compreensão da vida, sem o sentido de alguém nisso.

Então, a verdade desse florescer, que é o florescer de sua natureza divina, é o fim da ignorância, é o fim desta separação, desta cortina que o pensamento tem estabelecido dentro das relações, dentro desta totalidade da vida.

Então, este é o nosso trabalho aqui nos finais de semana. Sábado e domingo estamos juntos, aprofundando este assunto com você, tendo uma aproximação desta revelação da verdade sobre quem nós somos.

Você tem aqui na descrição do vídeo o nosso link do WhatsApp, para participar desses encontros online nos finais de semana. Além disso, temos encontros presenciais e também retiros.

Se isso é algo que faz algum sentido para você, já fica aqui o convite. Já deixe aqui o seu like, se inscreva no canal e coloca aqui no comentário: sim isso faz sentido. Ok? E a gente se vê. Valeu pelo encontro e até a próxima.

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