A pergunta é: como alcançar a paz interior? Nós vamos tratar com você sobre a beleza da vida livre do conflito. Nós desconhecemos o que é uma vida realmente livre de toda forma de sofrimento. E aqui, você sempre se depara com esse desafio, que é de investigar algo sobre você que, em geral, não vê no mundo aí fora. E o seu desafio aqui é tomar ciência de que isso é possível para você.
Agora, por exemplo, o assunto é o fim do sofrimento. Como se livrar do sofrimento? Como alcançar a paz interior? Qual será a verdade de uma vida livre de confusão, de problemas, desordem e, naturalmente, de medo? Porque tudo isso faz parte do sofrimento e tudo isso faz parte do conflito. Então, como se aproximar de si mesmo e tomar ciência disso?
Repare que na sua relação com pessoas há uma espécie de fundo psicológico, interno, dentro de você, que você mal se dá conta, mas está presente. E esse fundo te coloca num estado de alerta que, na realidade, é uma forma de medo. E quando é que isso se mostra presente e muito claro? Quando, por exemplo, você é repreendido ou lhe chamam a atenção para alguma coisa, lhe fazem uma correção.
Vocês já observaram que nós não queremos ser corrigidos? Não queremos ter nossas opiniões, ideias e crenças contrariadas? Então há uma certa expectativa interna, um sinal de alerta, de autodefesa. E quando isso ocorre, ficamos contrariados, isso suscita de dentro de nós raiva, conflito. Então o conflito já está estabelecido, mesmo sem aparecer, porque a presença do medo lá está. Essa é a nossa condição psicológica de ser alguém.
O que estamos fazendo aqui? Estamos investigando a verdade daquilo que nós somos para descobrir a possibilidade da ciência da Verdade sobre nós mesmos. Assim, nós temos a verdade sobre quem nós somos e temos também a ciência da Realidade sobre nós mesmos. Então, temos duas coisas aqui.
Esse contato direto dessa verdade sobre quem nós somos irá revelar a presença do medo, da dor, da contrariedade e do conflito. A clareza sobre isso, para que isso se processe, nós temos que tomar ciência da Verdade pelo Autoconhecimento. É isso que revela essa verdade sobre quem nós somos. Então, essa é a porta para a Verdade que se oculta por detrás disso que nós somos, que é a Verdade Divina.
Nós temos uma expressão, um formato, uma maneira de ser, enquanto que também trazemos uma Realidade oculta, desconhecida, de nós mesmos, mas que também está presente. Mas essa Realidade é desconhecida. Então, um trabalho de Revelação daquilo que somos nos revela Aquilo que está além do conhecido, que é a natureza deste Ser, que é a natureza de Deus.
Podemos lidar com o outro sem medo? Isso requer uma compreensão desse elemento em nós, que somos nós, no medo. Do que ele é constituído? Do que ele é feito? Como é que ele se faz presente hoje, aqui, nesta vida? Essa “minha vida” é a vida da pessoa. Assim, é a vida dessa dor, dessa contrariedade, desse conflito.
Como podemos romper com essa condição? Rompendo com a pessoa que somos, para a Verdade da Realidade Divina que trazemos, onde está presente esta Realidade desconhecida do nosso Ser Real, do nosso Ser Verdadeiro. Aqui estamos dizendo para você, de uma forma muito clara, que você não nasceu para sofrer, para a infelicidade, para a dor, para o conflito, para o sofrimento.
Você nasceu para Realizar Deus, nasceu para tomar ciência da Verdade d’Aquilo que é indescritível, inominável, que está além desse corpo, que está além desse mundo, que está além dessa particular visão de vida, onde vivemos como criaturas assustadas, egocêntricas, possessivas, agressivas, violentas, num movimento de atividade onde o autointeresse está sempre produzindo sofrimento para nós mesmos e para o outro.
Assim, toda essa aproximação que temos do outro, dessa vida particular que temos, é a aproximação do equívoco. E por que isso está presente? Porque estamos vivendo na ignorância, e nunca entramos em contato direto com essa ignorância. Você não pode compreender aquilo do qual você não se aproxima. Não há como você tomar ciência de algo que você desconhece.
É necessário uma aproximação, essa aproximação lhe revela a Verdade sobre isso. E quando há compreensão da Verdade sobre isso, esta Verdade lhe traz a clareza, e isso é o fim da ignorância, é o fim da escuridão, é o fim da ilusão. Então, nós precisamos conhecer a nós mesmos, conhecer a verdade que se processa dentro de cada um de nós.
Temos que ter resposta para perguntas do tipo: por que o medo aqui? Por que a tristeza aqui? A angústia, a solidão, essa dor presente desse vazio existencial? Por que esse formato de desejo e medo presente aqui? Nós não nos conhecemos.
Nós não nos conhecemos porque nós não nos estudamos, não aprendemos sobre nós mesmos, não descobrimos o que é olhar para nossas reações, pensamentos, emoções, sentimentos, sensações, no contato com o marido, com a família, com o mundo a nossa volta, no contato com nós mesmos. Nós não olhamos, não nos aproximamos.
Então, nos falta essa visão. A falta dessa visão nos coloca dentro desse formato de ignorância. Aqui estamos, na vida, para a Felicidade, repito, Liberdade, Amor, ciência de Deus. No entanto, isso requer Inteligência, a Presença do Despertar da Inteligência. Aqui me refiro à Inteligência Espiritual, à Verdade da Revelação dessa Inteligência Divina, que é a ciência de Deus.
Quando há o Despertar da Inteligência, nós temos, nesse Despertar, a clareza, a lucidez, a Real Vida se Revelando. Essa condição de separação entre você e a Vida, entre você e Deus, entre você e o outro, isso se dissolve quando há uma compreensão, que nasce dessa Inteligência, de que só há uma Realidade presente, e que essa Realidade é a Realidade de Deus.
Um sábio no sul da Índia, chamado Ramana Maharshi, indicava a Atma Vichara para todos que se aproximavam dele, na busca ou na procura dessa Realidade Divina, nesse propósito do Despertar deste Ser, desta Real Inteligência Espiritual. A famosa Atma Vichara de Ramana Maharshi: a autoinquirição, a resposta para a pergunta “Quem sou eu?”
Evidente que isso requer um olhar, um “se aproximar”. Nessa aproximação e olhar direto para esse movimento interno que se processa dentro de cada um de nós, aqui e agora, nesse instante, revela essa condição psicológica de ser alguém, algo que o pensamento produziu e está sustentando, e nessa sustentação está presente o medo, o conflito, o sofrimento. Porque a verdade d’Aquilo que é Você, livre dessa ilusão desse ser alguém, como você se vê, como você sente ser, essa Realidade de sua Natureza Essencial é a Verdade Divina.
Assim, um olhar direto para esse “mim”, para esse “eu”, sem um elemento que se apresenta para julgar, comparar, avaliar, rejeitar, criticar, fazer alguma coisa com isso que observa, apenas o olhar, o direto a olhar, é Atma Vichara. Então, essa é a forma, segundo Ramana Maharshi, mais direta para a Realização de Deus nesta vida.
É isso que estamos trabalhando aqui com você. Assim, a importância do Autoconhecimento reside nessa aproximação de si mesmo, nessa autorrevelação, nessa autodescoberta, na compreensão d’Aquilo que está fora desse medo, desse conflito, desse sofrimento. Então nós temos a resposta para a Paz interior. Veja, alcançar a Paz interior é a Verdade da Revelação de que a Paz está presente.
Não se trata de algo para se obter no futuro, de algo para se alcançar no futuro, mas se trata da ciência d’Aquilo que está presente aqui, nesse instante, quando não há mais esse sentido de separação, quando esse elemento construído pelo pensamento, que é o “eu”, é desfeito; ele não está mais presente. Tomar ciência de Deus é ter a Revelação deste Ser.
A Realidade Divina é indescritível, o pensamento não alcança, não explica. O que você descobre dentro desse trabalho que estamos propondo aqui para você é que toda confusão, toda desordem, todo problema consiste nesse sentimento-pensamento-sensação “eu”, e é isso que é descartado pela autoinvestigação, por essa observação, por esse modo de olhar sem o “eu”, sem o observador, sem o experimentador.
Então, autoinquirição é esse observar. Atma Vichara é esse observar, e isso descarta a ilusão para a Revelação d’Aquilo que está presente, que é essa Paz, que é essa Felicidade, que é esse Amor. Nesta clareza, nesta Sabedoria, não temos mais essa particular vida de alguém, mas essa Real Vida Divina, que é a Real Vida de Deus.
Então, tudo que se faz necessário, aqui e agora, consiste em termos uma aproximação de nós mesmos e descobrir o que é olhar para essa dor, olhar para esse elemento presente que se contraria, que se revolta, e que olha a partir de suas próprias escolhas, opiniões, desejos e, naturalmente, conflita e sofre. Podemos abrir mão disso, podemos soltar esse elemento, podemos descobrir, nesta vida, a vida sem o “eu”?
É por isso que estamos trabalhando com você aqui e em encontros online aos sábados e domingos, estamos juntos, olhando para isso, trabalhando com você, investigando tudo isso, lhe mostrando como é possível, sim, uma vida livre do ego, uma vida livre desse “mim”, desse sofredor, desse elemento que carrega esse medo, essa dor, esse conflito. Então, sábado e domingo estamos juntos em um encontro online. Além disso, temos encontros presenciais e, também, retiros.