terça-feira, 2 de setembro de 2025

O que é introspecção? | Desenvolvimento pessoal | Observador e coisa observada | Se auto-observar

Aqui, com você, eu gostaria de investigar um assunto. Será que é verdade que nós precisamos, realmente, de desenvolvimento pessoal? O que é a pessoa se desenvolvendo? O que é isso que nós chamamos de alguém, de mim, de eu? Qual será a verdade sobre a pessoa? Você tem uma imagem, uma construção, dentro da sua cabeça, sobre esse alguém, sobre esse mim, sobre esse eu, sobre a pessoa que você acredita ser.

Talvez você diga: "Não, eu preciso me desenvolver, porque eu preciso ser uma melhor versão de mim mesmo". Notem que essas colocações podem parecer bastante razoáveis, mas a partir do momento em que você investiga, se aproxima para olhar de perto essa questão - e a questão é: qual é a verdade sobre esse mim, sobre esse eu, sobre essa pessoa -, fica claro que esse sentido de pessoa é um conjunto de conclusões, opiniões, crenças, ideias e, portanto, uma mera imaginação sobre você.

Nós precisamos, de fato, dessa pessoa, que é uma mera construção mental, uma mera imaginação que temos sobre nós mesmos? Precisamos dessa pessoa se ampliando, crescendo, evoluindo? Afinal, o que isso significa? Qual o significado disso? Aqui, uma outra pergunta é sobre essa questão da introspecção. Algumas pessoas perguntam: "O que é introspecção e qual a importância, qual é o valor disso?" Essa introspecção é algo estritamente ligado à ideia dessa pessoa em desenvolvimento, para se desenvolver.

A introspecção é olhar para dentro de si mesmo para melhorar como pessoa. Mas quem é esse elemento que olha para dentro de si mesmo? Isso não é uma ideia? Não é, também, um pensamento, uma crença? Não é essa assim chamada pessoa que está olhando para si mesma? E o que ela pode aplicar para ela mesma a partir dessa introspecção que possa, de verdade, realizar uma mudança profunda e radical nela mesma? O que seria? O que ela poderia aplicar? Autodisciplina, conhecimentos emprestados, na tentativa de se ajustar a eles, criando novos hábitos, novos padrões de comportamento?

Reparem, aqui, com você, nós estamos investigando exatamente a natureza, a estrutura da pessoa. A pessoa é, na verdade, o "eu", esse "mim". E o que é esse "mim"? Como acabamos de colocar: um conjunto de ideias, de crenças, de conclusões, de opiniões, uma imagem que o pensamento em você construiu sobre você. Quando você é elogiado, é a pessoa que se sente feliz, ela incha como um balão; mas quando você é criticado, censurado, rejeitado, você se sente triste, infeliz ou com raiva. Esse é o movimento da pessoa.

Mas esse movimento da pessoa, o que é exatamente? Uma imagem, é apenas uma imagem; uma imagem que o pensamento estabeleceu sobre quem é você, e você está se confundindo com isso, vivendo momentos de prazer e de dor, de alegria e de tristeza, de se sentir amado, de se sentir rejeitado, e tudo isso está dentro dessa sujeição dessa construção do pensamento, que é esta autoimagem.

Aqui, juntos, nós estamos descobrindo a beleza do descarte dessa autoimagem e, portanto, o descarte dessa ilusão, que é a ilusão desse "mim", desse "eu", desse alguém, isso porque, de fato, nós não precisamos de uma versão melhor desse "mim", não precisamos de uma versão melhor de nós mesmos. Nós precisamos, na vida, da ciência da beleza da Vida. A beleza da Vida consiste na visão da vida sem ilusões. O pensamento em nós é o elemento da ilusão. O pensamento em você é a ideia, é a crença, é o conceito, é uma formulação mental.

Quando você tem um pensamento, você não tem a coisa, você tem a imaginação dela. Todo pensamento se assenta na ilusão. Eu lhe convido a fazer o seguinte agora: veja como é simples isso. Nesse momento, você tem um coelho aí, em cima da sua mesa; ele acabou de se assentar e está olhando para você. Ele tem duas enormes orelhas, ele está aí, assentado perto de você, olhando para você. Ao ouvir isso, o que ocorre dentro de você? Repare, aí está o coelho.

Quando você escuta algo ou vê algo, nesse momento, o cérebro recebe isso como um estímulo. Ao receber esse estímulo, o cérebro reproduz essa visão dentro dele mesmo. Veja, você não está vendo o coelho, ou não estava vendo, mas agora você o vê, porque você acabou de receber uma palavra, uma sugestão, um pensamento chegou até você Como o cérebro conhece coelho, ele não teve dificuldade nenhuma, e ele está agora aí, assentado. Veja, essa sugestão que recebemos a partir do pensamento nos faz ver coisas que não existem, nos faz sentir coisas que não estão aqui.

Assim, qual será a verdade sobre o pensamento? O pensamento em nós lida com a ilusão. A palavra cadeira não é aquele móvel de quatro pernas onde você se assenta. Mas quando usamos a expressão "cadeira", o pensamento reconhece essa expressão e, de imediato, constrói uma cadeira. Agora você tem uma cadeira; ali está a cadeira. E agora você tem um lugar para colocar esse coelhinho sentado.

Veja, qual é a verdade do pensamento? O pensamento não é a coisa, mas ele constrói a coisa; e depois que ele constrói a coisa, você acredita naquilo. E quem é você acreditando naquilo? Uma autoimagem. Assim, a nossa vida psicológica, que é a vida do "eu", é a vida dessa autoimagem - essa é a pessoa.

A pessoa - uma construção do pensamento, essa autoimagem - tem uma cadeira onde ali tem um coelho assentado. O nosso mundo psicológico é o mundo do "eu"; com base nesse mundo do "eu" que estamos vivendo nossas vidas. Esta vida é a ideia particular de vida para essa pessoa. Estamos vivendo dentro de um contexto psicológico de existência.

Podemos entrar em um contato com a vida como ela é, sem esse modelo do pensamento, sem essa construção dessa identidade, que é o "eu", e com a sua cadeira, o seu coelho e todo esse mundo psicológico construído pelo pensamento, estabelecido em nós com base em crenças, em opiniões, conclusões, avaliações? Nessa Realização, nós teremos o fim dessa mente condicionada, dessa psicológica condição de crença, de identidade egoica, de presença de pessoa.

É isso que estamos com você, aqui, investigando: a compreensão de que aquilo que você observa é parte de você - não há qualquer separação entre aquilo que você está vendo e aquilo que você é -, a verdade de que esse que observa sendo um observador está diante daquilo que é observado, não como algo separado dele, mas como algo que é parte dele mesmo.

Essa compreensão real de que o observador é a própria coisa que ele está observando é a base para o fim dessa ilusão, que é a ilusão do pensamento, que é a ilusão da mente como nós conhecemos. Isso é o fim desse estado hipnótico que nos é dado a partir do modelo do pensamento, que nós recebemos dessa cultura, desta sociedade, desse modelo de mundo.

A vida assentada no pensamento é a vida na desordem, na confusão e no sofrimento. Nós não precisamos da pessoa se desenvolvendo, nós precisamos do fim dessa ilusão, dessa imaginação, dessa construção do pensamento em nós, que é a ideia de uma pessoa. Essa pessoa está criando o seu mundo; essa pessoa é o observador com a sua coisa observada, ela não está separada do seu mundo. Esse mundo é parte dela; ela é a ilusão. A presença dela é a presença do seu mundo, é a presença da sua ilusão.

Aqui, juntos, nós estamos descobrindo o que é a vida livre do "eu", livre do ego, livre da pessoa; livre da pessoa, livre dessa cadeira, livre desse coelho, livre desse mundo da pessoa. É nesse mundo da pessoa que está presente o estresse, a ansiedade, o medo, a raiva, as diversas preocupações, as diversas formas de confusões, de sofrimento, de angústia. Está presente nesse mundo da pessoa amar alguns, odiar outros. Esse é o mundo do ego, é o mundo do comportamento centrado no "eu".

Toda essa atividade egocêntrica do comportamento humano é algo que se assenta no modelo do pensamento, em construções do pensamento. Assim, nós estamos vivendo dentro de uma ilusão, que é a ilusão desse "eu", que é a crença desse observador separado da coisa observada, esse observador é a coisa observada. O fim desse observador é a ciência da vida como ela é, sem o modelo do pensamento, sem o modelo do "eu", sem o modelo do ego.

Assim, o que nós precisamos na vida não é de introspecção ou desenvolvimento pessoal; o que nós precisamos na vida é da ciência dessa auto-observação. Se auto-observar é pôr fim a essa psicológica condição de egoidentidade, de ilusória separação entre esse observador e a coisa observada. Isso é o fim dessa separação, é o fim dessa dualidade.

A ciência do seu Ser é a ciência de Deus, é a ciência da Vida Real, é a ciência do Amor, da Liberdade, da Felicidade. É isso que alguns chamam de Iluminação Espiritual ou Despertar Espiritual. É a Verdade deste Ser, que é a Verdade de Deus. Quando Isso está presente, não existem mais essas construções, que são as construções do pensamento, criando uma artificial vida para um centro artificial, para uma identidade artificial, para esta assim chamada pessoa.

O Florescer de sua Natureza Real, o Florescer de sua Natureza Divina é a ciência de Deus, a única Realidade presente, e que se Revela quando esse modelo do pensamento não está mais construindo imaginações, construindo o seu particular mundo para viver nele, se vendo como um elemento separado dele, tendo controle sobre tudo isso. Essa é a ilusão do ego, essa é a ilusão do "eu", essa é a ilusão do pensamento.

É isso que estamos, com você, aqui aprofundando nesses encontros on-line nos finais de semana. São dois dias juntos trabalhando o Despertar da Consciência, dessa Real Consciência, que é a Verdade de Deus. Fora esses encontros, temos encontros presenciais e, também, retiros. Se isso é algo que faz algum sentido para você, fica aqui um convite.

Maio de 2025
Gravatá-PE
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