quinta-feira, 3 de abril de 2025

O que é vida espiritual? | Fuga da realidade, psicologia | Autoconhecimento, Atenção Plena

Aqui nesse canal você já observou que nós estamos tratando de assuntos que são temas que as pessoas procuram saber a respeito deles. Todos atrelados a essa questão desta vida humana. São questões, na verdade, fundamentais como alguns chamam, porque elas envolvem uma profunda mudança interna possível para cada um de nós. E assim estamos diante de uma possibilidade de irmos além da condição em que nós nos encontramos. E é isso que nós estamos investigando aqui com você, averiguando, aprofundando, esclarecendo.

Nós temos diversos temas sendo tratados aqui no canal. Você encontra todos esses temas aqui em playlists.

São dezenas de playlists. E nós estamos, a cada dia, colocando novos vídeos, aprofundando cada um desses assuntos. Nós precisamos ter uma compreensão direta da vida.

Mas também é importante que se diga aqui que essa compreensão não nasce de uma mera aproximação intelectual, teórica ou verbal. Se faz necessário para cada um de nós algo muito maior do que isso. E esse algo é ter uma aproximação desses assuntos, aprendendo a escutar, aprendendo a olhar, aprendendo a perceber, a se dar conta deles.

Na teoria, no conceito, na ideia, nós ficamos apenas no âmbito intelectual, no âmbito verbal. Observe você que a nossa forma de aproximação da vida é muito teórica.

Nós não temos uma aproximação verdadeira. E sem essa aproximação verdadeira, e o que é que eu chamo aqui de aproximação verdadeira? É aquela aproximação onde você sai da teoria para a vivência direta, para o experimentar direto. A não ser que isso ocorra, nós continuaremos sempre nas ideias, no campo das ideias, no terreno da abstração, nessa mera intenção ou visão motivada pelo desejo, pela busca de alguma coisa para esse auto aperfeiçoamento ou auto melhoramento, o que, na verdade, é um equívoco.

Esses assuntos aqui não têm esse propósito. Aqui não se trata dessa ideia de melhorar a pessoa. Aqui nós estamos investigando a natureza da pessoa, a estrutura e natureza do "eu", desse ego, desse mim, dessa pessoa.

A não ser que isso seja compreendido, nós continuaremos sempre na vida sem uma visão real dela. Repare quando as pessoas têm perguntas ou gostariam de ver tratados alguns assuntos, em geral, a forma que temos de aproximação disso tudo é na busca de ver confirmadas nossas crenças, nossas teorias e conceitos.

Então, não temos, de verdade, uma real aproximação. Isso fazemos porque estamos pensando em melhorar como pessoas. Aqui eu tenho algo para dizer para você.

O propósito desse canal é lhe trazer uma visão sobre você, da verdade sobre você. E essa verdade irá lhe revelar algo além da pessoa, além do "eu", além do "mim", além do ego. Portanto, não se trata desta pessoa melhorando.

Se trata de uma visão clara de que esta pessoa é uma ilusão. Aqui estamos com você trabalhando no Despertar da Consciência, no Despertar Espiritual. Alguns chamam de Iluminação Espiritual.

É uma aproximação da vida, da real vida possível para cada um de nós. Então, quando as pessoas perguntam: o que é vida espiritual? É a vida divina, é a vida do seu Ser, é a vida de Deus. Esta é a vida real. É frequente perguntas do tipo: o que é a vida? As pessoas querem um significado para a vida, mas elas não compreendem que não há nenhum outro significado para a vida, a não ser a própria vida.

A não ser que compreendamos o que é a vida, nós continuaremos dentro desses valores, desses motivos, intenções e valorizações de padrões de comportamento totalmente alienados da beleza da vida. Não há separação entre o que é a vida e a vida espiritual.

É que a vida que nós conhecemos é a vida do "eu", é a vida do ego. E nesta vida estamos vivendo em conflitos de todos os tipos. Conflitos que existem em razão da não compreensão da vida de relação com nós mesmos, com o outro, com as situações e episódios e acontecimentos e o próprio mundo.

Então, uma não visão da vida nos coloca dentro de uma relação com o outro, com o mundo, com o que surge, com o que acontece, de uma forma inteiramente equivocada. E, em razão disso, o sofrimento está presente. O ser humano vive em conflito, vive em contradição.

Ele vive esperando algo da vida, mas, ao mesmo tempo, ele está em busca de uma outra coisa. Esse comportamento em contradição, nesta relação com pessoas, com situações, com acontecimentos, com planos, com projetos, nos coloca em um estado de sofrimento, em razão do conflito que se estabelece, entre o ideal de fazer e a execução de algo diferente disso.

Então há uma contradição, e nessa contradição nós temos a presença do sofrimento. Existe algo muito comum, existe algo que já foi percebido por aqueles que observam o próprio movimento da mente, mesmo que de uma forma superficial, nós já nos aproximamos, e essa é a visão que muitos têm dentro de uma visão psicológica, de que realmente nós estamos dentro de um movimento, em razão de todo esse sofrimento, de fuga, de fuga psicológica.

Estamos diante desta fuga da realidade, em psicologia isso é conhecido. Essa realidade é a realidade que nós temos construído. Quando digo nós, eu digo essas razões do pensamento presente em nós, os motivos, os valores do pensamento.

Nós estamos estabelecendo em nossas vidas uma condição psicológica de existência onde estamos constantemente procurando fugir de toda essa dor, de todo esse sofrimento, de todo o resultado desta contradição dentro da qual nós nos comportamos. Então, isso produz sofrimento e depois nós vamos em busca de um alívio, de um afastamento.

Então, nós nunca nos aproximamos da vida para a compreensão dela. Nós estamos vivendo precisamente como todos os outros viveram antes de nós, como todas essas outras pessoas têm vivido há milênios.

Essa tem sido a nossa sina. A nossa forma de comportamento é uma forma de comportamento onde os nossos padrões estão se repetindo. Nós estamos repetindo os padrões dos nossos pais, dos nossos avós, daqueles que chegaram aqui antes de nós.

E nós estamos vivendo exatamente como eles. A não ser que isso seja interrompido, que tenhamos uma visão clara da vida, livre desta condição em que nós nos encontramos, que é a condição desta mente egoica, desta mente da pessoa, desta mente do "eu", nós continuaremos sempre vivendo uma vida em sofrimento e estaremos sempre nesta procura ou nessa busca de fuga da realidade, desta dor, desta complicação.

Aqui com você nós estamos trabalhando o fim desta psicológica condição de vida, o fim desta psicológica condição de existência para realmente uma vida livre, uma vida onde o amor esteja presente, onde a liberdade esteja presente, onde a felicidade esteja aqui, neste instante. Isso é algo possível quando descobrimos algo além desta pessoa, deste "mim", desse "eu".

É por isso que nós precisamos aqui de uma real aproximação da vida. Então, para a pergunta: o que é a vida? A resposta para essa pergunta está na compreensão de como a mente funciona presente em nós. Porque quando nós perguntamos o que é a vida, a ideia é olhar para fora.

Mas, repare, não existe qualquer vida lá fora sem a ideia de alguém presente aqui dentro. Quando olhamos para fora, é porque acreditamos estar dentro, sendo alguém. É quando essa ilusão termina, dessa ideia de ser alguém, de ser esse "eu", de ser essa pessoa, que essa ilusão desta vida lá fora desaparece, porque nós temos o fim desta separação entre você e a vida. Não existe você e a vida. Nós temos uma única presença e essa presença é a presença da vida.

Essa ideia que temos, esse pensamento que trazemos, essa imagem que carregamos em nós, nesse modelo da mente, como ela tem funcionado, é um equívoco. Não existe esse "eu", esse "mim", esse ego, essa pessoa. Essa é a verdade sobre a vida. Então, a resposta para a pergunta o que é a vida, é a resposta para o que é a vida espiritual. Há uma única realidade presente e essa realidade é o divino, é Deus, é a verdade.

É apenas nesse sentido que nós usamos aqui a expressão espiritual. Em geral, se usa essa expressão linkando essa palavra a rituais, cerimônias, práticas místicas ou a coisas esotéricas. Essa assim chamada espiritualidade é algo que o pensamento tem produzido, o pensamento tem criado.

E nós estamos presos a essas ideias. Então, quando as pessoas usam a expressão vida espiritual, elas ligam a essas práticas. A verdade da vida, sobre o que é a vida, é que a vida é divina. É nesse sentido que a vida é espiritual.

No entanto, isso não tem nada a ver com todo esse aparato, toda essa parafernália que o pensamento tem construído, em torno dessa expressão. E é isso que estamos vendo aqui com você, quando tratamos da questão do Despertar da Consciência, que na verdade representa o fim do "eu", o fim do ego, o fim desta pessoa.

De uma forma natural, o fim de tudo o que a mente tem produzido. Portanto, isso é algo que requer a presença de uma visão clara, lúcida, real da vida. E aqui, como foi colocado, não existe você e a vida.

Uma aproximação da vida é uma aproximação de si mesmo. Uma compreensão de si mesmo é a real visão da compreensão da vida. Você é a vida.

A vida, você e essa realidade divina é aquilo que está presente e jamais deixou de estar presente. Nós não temos ciência disso, porque nós vivemos dentro desse quadro de ignorância, de ilusão, de não visão a respeito da realidade sobre quem nós somos. Portanto, o que é que temos enfatizado aqui? Nós temos enfatizado aqui o que é ter uma aproximação da verdade sobre você.

É essa aproximação que lhe permite um olhar direto para a vida como ela é. Repare, a vida como ela é, não como o pensamento em nós procura constantemente fazer uma leitura sobre ela, criar ideias sobre ela. E é exatamente em razão dessa criação de ideias sobre a vida que esse sentido do "eu", do ego, a pessoa, como nós nos reconhecemos ser, que está em conflito com a vida porque se vê separado da vida.

E em razão disso, repito, está presente todo tipo de confusão, todo tipo de desordem, todo tipo de sofrimento. Isso faz com que o ser humano esteja constantemente procurando escapar dessa dor. Essa é a fuga psicológica, é a fuga da realidade.

Porque como seres humanos nós sofremos e não sabemos lidar com o sofrimento, não sabemos nos dar conta disso. Nós não nos movemos de uma forma inteligente em meio aos desafios da vida. Porque é natural que esse sentido do ego não tenha ciência disso, do que é a vida, porque ele se vê separado dela. E em razão do sofrimento, nós estamos tentando amenizar essa dor. E fazemos isso nos envolvendo com vícios, nos envolvendo com buscas de preenchimento e prazer em realizações materiais, em sensações físicas, em formas de satisfações emocionais.

Então, o ser humano vai em busca desse escape da dor para o prazer da comida, do sexo, da bebida e de todo tipo de comportamento que possa afastá-lo temporariamente desta dor, existencial. Então, como não temos a real presença da vida, que é a presença do divino, que é a presença de Deus, nós não temos ciência da beleza do nosso próprio Ser.

E, portanto, se confundindo com a mente egoica, se identificando com o corpo. Há essa constante busca de satisfação sensorial, o que nos lança num modelo de vida egocentrada. Nesse auto-interesse, tudo que o ser humano tem feito é buscar para si mesmo, para o seu próprio eu, aquilo que lhe preencha, que lhe traga satisfação, aquilo que possa lhe afastar dessa dor, desta miséria da mente egoica.

Essa condição de miséria da mente egoica tem nos colocado como seres humanos presos a ambição, a busca de aquisições materiais, emocionais, físicas. Isso gera apego, isso produz o medo. Então, essa é a condição psicológica de neurose. A ansiedade, a depressão, as diversas formas de preocupações, os temores diversos que, nesta mente egoica, todos nós conhecemos, é parte desta condição de miséria do "eu", de miséria da mente. A boa notícia é que há uma realidade presente. E essa realidade não é a mente, não é o ego.

Essa realidade é a bem-aventurança. Não é a miséria. É a felicidade. Não é a dor, o sofrimento, como nós conhecemos nesse sentido do ego, nesse sentido do "eu". Aqui com você nós estamos trabalhando como romper com isso, como ir além desta condição de infelicidade. Isso requer a presença desta atenção sobre as nossas reações. Nós não sabemos lidar com nós mesmos.

Naturalmente não sabemos lidar com o outro dentro das nossas relações, porque essa é a condição em que a mente se encontra nesse egocentramento. Tudo que nós fazemos é para obter para esse "mim" alguma coisa. E todo esse movimento egocêntrico é um movimento que envolve padrões de comportamento de inveja, de ambição, de controle.

Então, isso nos causa sofrimento. E nós não sabemos lidar com isso. Não sabemos lidar com nós mesmos.

E nessas relações com as pessoas mais próximas. Reparem que coisa importante temos aqui para dizer a você. Nós não vivemos isolados. Todos nós fazemos parte de uma família.

A nossa relação com o outro na família, com os filhos, com o marido, com a esposa, a nossa relação com parentes mais próximos e também distantes, são relações onde estamos o tempo inteiro refletindo esta interna condição de desordem emocional, psicológica, confusão, em razão desse autocentramento. E nós estamos comunicando isso dentro das relações, provocando sofrimento, criando mais confusão. Não há inteligência, não há sabedoria, não há uma real visão de nós mesmos, não há uma real visão do outro.

Assim, o nosso comportamento é isolacionista, é fomentador de confusão, porque estamos vivendo no "eu", vivendo no ego, vivendo essa infelicidade psicológica. Não há amor em nossas vidas. Não há paz em nossas vidas. Não há liberdade em nossa mente, em nosso coração.

Assim, trazer atenção para as nossas reações, aprender a olhar, apenas a olhar, não é procurar mudar aquilo que você está vendo, mas olhar.

Olhar o que se passa dentro de você. Se há um pensamento, você se dá conta do pensamento. Toma ciência do pensamento. Se há uma emoção, um sentimento.

Quando nós aprendemos a olhar nossas reações, começamos a ter a verdade da aproximação dentro das nossas relações com essas pessoas mais próximas, a verdade desse "eu", que eu sou. Na razão em que me aproximo para olhar percebo a confusão, percebo o sofrimento, percebo a desordem presente nesse mim, ao perceber isso, nós temos, sim, a possibilidade de romper com essa condição interna, em nós mesmos, para uma relação com ele ou ela, sem esses padrões.

Então, aqui, já tocamos com você nessa questão do Autoconhecimento e desta atenção real.

Quando há Autoconhecimento e essa atenção completa, quando há Autoconhecimento e essa atenção plena, quando tomamos ciência de como nós funcionamos, essa própria ciência rompe com esse modelo, rompe com esse padrão, que é o padrão do "eu". Então, temos uma proximidade da ciência do Autoconhecimento. É apenas nesse sentido que nós usamos aqui essa expressão Autoconhecimento.

Não é uma ferramenta para melhorarmos como pessoa, é a visão do próprio eu. E essa visão do próprio eu, quando ela é real, não existe um elemento para alterar isso, para mudar isso.

Esse elemento ainda seria parte do próprio eu. É por isso que o que as pessoas chamam aí fora de Autoconhecimento é só um ajustamento do "eu" ao próprio eu. É uma mudança do "eu" dentro do próprio eu.

Essa não é a visão da verdade do fim do "eu". É a continuidade do "eu", melhorado, ampliado, aperfeiçoado. Não é nesse sentido que nós usamos aqui essa expressão.

Aqui Autoconhecimento é a ciência do movimento do "eu". Apenas a ciência, sem esse elemento que se separa para olhar.

Então, fica só o olhar, o observar, o perceber. Esta ciência é a ciência da não separação, porque não existe mais esse observador vendo quem ele é, porque esse observador que vê quem ele é, ainda é parte dele, tentando ajustar, corrigir, não é isso. Aqui com vocês estamos lhe mostrando o que é ter uma aproximação da meditação. E se aproximar da meditação, requer uma aproximação sem o "eu", sem o meditador, sem o observador.

É olhar nossas reações, apenas olhar. Quando há um verdadeiro olhar, nós temos uma qualidade nova de energia presente, que rompe com o padrão do "eu", que desfaz desse padrão do ego. Então, algo novo surge, que não é mais a pessoa, o "mim", o "eu", o ego. Temos a presença da realidade.

Portanto, a vida em amor, em liberdade, em felicidade, é a vida espiritual. Mas não é a vida de alguém, é a vida deste Ser, nesta ausência do "eu", nesta ausência do ego.

Então, esse é o nosso propósito aqui com você. Nos finais de semana, nós temos encontros online.

São dois dias juntos, sábado e domingo, onde estamos aprofundando isso com você. Você tem aqui na descrição do vídeo nosso link do WhatsApp para participar desses encontros online, onde estamos aprofundando, explorando isso. Além desses encontros online, nós temos encontros presenciais e também retiros.

Se isso é algo que faz algum sentido pra você, fica aqui um convite, já deixe aqui o seu like, se inscreva no canal. Coloca aqui no comentário: sim, isso faz sentido. Ok? E a gente se vê. Valeu pelo encontro e até a próxima.

Janeiro de 2025
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terça-feira, 1 de abril de 2025

Joel Goldsmith | Os Fundamentos do Misticismo | O que é o pensamento? | Marcos Gualberto

GC: Olá, pessoal! Estamos aqui para mais um videocast. Novamente, o Mestre Gualberto aqui conosco. Gratidão, Mestre, pela presença.

Hoje, eu vou ler um trecho do livro do Joel Goldsmith chamado "Os Fundamentos do Misticismo". Num trecho desse livro, Mestre, o Joel faz o seguinte comentário: "A mente é o instrumento que você usa para propósitos de pensamento, de raciocínio ou qualquer outro objetivo de conhecimento". Nesse trecho, o Joel comenta sobre o pensamento. O Mestre pode trazer a sua visão sobre o que é o pensamento?

MG: Gilson, a pergunta "o que é o pensamento?" é uma pergunta muito importante, na verdade, de grande relevância para todos nós, porque a nossa vida é uma vida que ocorre dentro de relações: relações com pessoas, com lugares, com coisas, com situações, com acontecimentos. e sempre está presente o pensamento, mas não sabemos a verdade sobre o pensamento. Então, vamos investigar com você, aqui, o que isso representa.

Nós temos uma playlist aqui no canal sobre esse assunto, "o que é o pensamento", assim como "o que é o pensar". Há uma estreita relação entre o processo do pensar em nós e a verdade do pensamento. Então, vamos começar pelo pensamento.

O pensamento em você é a memória. Agora mesmo, estamos aqui fazendo uso da fala - você reconhece a língua, você reconhece o idioma. Você reconhece o idioma porque você tem, dentro de você, essa memória, essa lembrança, esse pensamento. Então, você tem o pensamento do idioma. A linguagem falada é o pensamento sendo expresso, é a memória sendo compartilhada; isso é o pensamento. Se eu lhe pergunto alguma coisa, você me dá a resposta. Essa resposta estará vindo, estará surgindo, em razão da memória, em razão da lembrança, em razão da recordação, em razão do pensamento. Então, o pensamento nos dá a resposta - e o pensamento é a memória, é a lembrança -, e essa resposta que você me dá só está presente porque ocorreu, a partir da minha pergunta, um movimento interno em você. Esse movimento interno, cerebral, de busca de informação, esse movimento de busca de informação, essa mecânica, é o pensar.

Então, nós temos o pensar como a mecânica que torna possível a resposta. É todo um trabalho cerebral que ocorre em você. Esse é o pensar! Então, o pensar nos dá o pensamento, nos traz o pensamento; o pensar elabora o pensamento. É daí que surgem as ideias, as crenças, as opiniões, os julgamentos, as avaliações. De um ponto de vista técnico, o raciocínio se faz necessário, a lógica se faz necessária, a dedução, a conclusão. tudo isso se faz necessário de um ponto de vista técnico. É quando o pensamento entra cumprindo uma função muito básica, específica, mas aqui nós nos deparamos com uma outra situação: nós nos deparamos com o pensamento para fazer avaliações, julgamentos, comparações, deduções, tirar conclusões do ponto de vista da totalidade da vida, das relações. Repare onde surge o problema!

Nesse contato que tenho com você, eu não preciso de conclusões, avaliações, julgamentos e comparações, eu preciso unicamente da compreensão dessa relação, e a compreensão dessa relação requer a presença de algo além do pensamento. No entanto, nós estamos colocando o pensamento dentro de nossas relações. É aqui que surge esse sentimento do "eu", esse pensamento do "eu" e toda a confusão estabelecida na vida humana, na vida do ser humano, porque temos a presença de um movimento isolacionista, partidário, pessoal, egocêntrico.

Então, notem isso, nós temos dois níveis aqui: o primeiro nível é o pensamento funcional, esse que é técnico. O conhecimento, a experiência, a especialização, para uma profissão, para lidar com os nomes das pessoas, para contar histórias, que são lembranças e memórias, tudo isso tem um determinado lugar dentro de um contexto técnico funcional. Você precisa de um conhecimento técnico, por exemplo, para consertar um carro. Isso é conhecimento, experiência, memória, pensamento. Mas quando o pensamento entra nas relações humanas, cria problemas, e o problema é porque nós colocamos, dentro das relações humanas, o sentido do ego, o sentido do "eu". Então, existe esse movimento, em "mim", de gostar e não gostar, de amar e odiar, de se ofender e perdoar, de ficar aborrecido e aborrecer, de ficar triste e de entristecer o outro; e tudo isso está ocorrendo em razão da presença, também, do pensamento.

Então, veja, não sabemos lidar com o pensamento. Nós fazemos o uso do pensamento técnico, mas nesse contexto da vida, de relações humanas, de relações com pessoas, com situações, na própria relação "comigo mesmo", o sentido do "eu", do ego, é exatamente esse movimento do pensamento que compara, avalia, julga, aceita, rejeita, gosta, não gosta. Isso é o "eu", isso é o ego. Podemos nos livrar disso? Ou seja, podemos fazer uso do pensamento apenas ao nível técnico, e não ao nível psicológico? Todo o sofrimento do ser humano ocorre ao nível psicológico. Sim, ele passa por dores físicas, problemas de saúde, mas isso é algo físico, é algo pontual no corpo. Quando colocamos o sofrimento psíquico, nós temos um outro elemento presente aqui, que não é esse elemento físico, é esse elemento mental - é aqui que está o sentido do ego. E os nossos mais profundos e contundentes sofrimentos, desordens e problemas estão ocorrendo nesse nível, ao nível psicológico, ao nível do sofrimento psicológico.

Aqui, juntos, nós estamos investigando a verdade sobre o pensamento. Nós precisamos descobrir o que é viver livre do pensamento. Ou seja, ao nível funcional, prático e objetivo na vida, nesse sonho de existência, o pensamento se faz necessário, mas ao nível psicológico, ele não é só desnecessário como disfuncional, porque é algo que está produzindo estados internos, no ser humano, de neurose, então o conflito está presente, o sofrimento está presente. O medo é algo assim, a ansiedade é algo assim, depressão é isso, angústia é isso, o tédio, a dor da solidão e tudo o mais.

Então, qual é a verdade sobre o pensamento? Se dar conta disso, tomar ciência disso, é ir além do pensamento, para uma vida livre do pensamento. Então, quando se fizer necessário o pensamento funcional, ele estará lá, apenas nesse nível. Uma vida com o cérebro quieto, com uma mente silenciosa, onde há essa prontidão de resposta para o momento presente, sem o "eu", sem o ego, sem essa neurose interna; uma resposta para a vida, perfeitamente adequada, real, onde não há mais conflito nas relações, onde não há mais problemas nesse contato com ele ou ela e "comigo mesmo", e com a vida, porque não existe mais essa ilusão do "eu", essa ilusão de uma entidade presente, que é esse "mim", criando essa separação desse "eu" e o "não eu". É isso que estamos propondo aqui, trabalhando aqui com você.

Uma visão da vida requer o fim do pensamento como nós conhecemos. E já ficou claro: eu me refiro a esse pensamento psicológico, que é esse pensamento que se assenta nessa ideia, que é a ideia do "eu", desse "mim".

GC: Mestre, nós temos uma pergunta de uma inscrita aqui no canal. Ela faz o seguinte comentário e pergunta, a Maria: "Mestre, como diferenciar uma ação que está alinhada com o presente de uma ação em resposta ao pensamento? Não sei distinguir".

MG: Então, uma presença de ação livre do pensamento - aqui, a pergunta é como discernir isso. Quem é esse elemento que irá discernir essa ação livre do pensamento, desse fundo de condicionamento psicológico, para essa ação livre? Quem é esse elemento que irá discernir entre a ação condicionada pelo pensamento da ação não condicionada pelo pensamento? Quem é esse elemento?

Então, repare, não se trata de um elemento capaz de fazer essa distinção, porque esse elemento ainda será um elemento que estará avaliando, comparando, julgando, concordando ou discordando, vendo o certo e o errado. E esse elemento só estará presente a partir desse fundo, que é esse fundo de experiência, é esse fundo de julgamento, de avaliação, de aceitação ou rejeição, de ver o certo do errado. Esse elemento ainda é o "eu". Então, não podemos contar com um elemento, em nós, capaz de fazer esse discernimento.

Aqui, a primeira coisa é essa: não podemos ter uma aproximação da Verdade a partir de critérios do próprio "eu", do próprio fundo, do próprio pensamento. Aqui, estamos, com você, lhe mostrando como tomar ciência de suas reações; apenas isso. Uma vez que você tome ciência de suas reações, esse perceber será suficiente. Não é o perceber para avaliar, para julgar, para comparar, para tentar acertar, para tentar discernir. É o perceber! Há uma ação nova quando há esse perceber: é o perceber sem o fundo, sem o pensamento.

Então, essa nova forma de estar em contato com o momento presente, não importa o que esse momento presente represente, pode ser um pensamento que surja neste instante, uma emoção, uma sensação, um modo específico de sentir sobre alguma coisa ou sobre alguém... Será que podemos nos aproximar desse momento sem esse fundo? É isso que estamos propondo aqui para você. Essa é a forma real de perceber sem o percebedor, de estar cônscio sem alguém cônscio, de tomar ciência sem alguém adquirindo essa ciência, sabendo algo sobre isso. Então, nesse momento, uma qualidade nova de ação surge; essa ação não nasce do pensamento.

Aqui está a resposta para a sua pergunta: não se trata de discernir para saber o que é e o que não é, se trata de tomar ciência de si mesmo, neste instante. Então, nesse momento, surge a compreensão daquilo que não é real, mas sem a ideia sobre isso. Esse olhar, esse constatar, nos mostra a ilusão. Ficar ciente da ilusão já é tomar ciência da Verdade. Veja, não se trata de algo para se fazer com a ilusão. A própria ciência da ilusão é a rejeição dela, a própria ciência do falso é a rejeição do falso, porque temos presente a Verdade. Então, como podemos nos aproximar dessa qualidade de ação livre do pensamento - desse pensamento do "eu", que é esse pensamento de fundo condicionado, sempre programado para julgar, comparar, avaliar, para interferir no momento presente? Como tomar ciência disso? Observação, percepção, olhar, perceber. Não é alguém olhando, não é alguém percebendo, é trazer para este momento essa Atenção, então haverá clareza e, naturalmente, uma ação nova irá acontecer, estará acontecendo.

A ação real não é premeditada pelo pensamento, ela não nasce de um impulso que vem do passado. A ação real é aquela que responde a este momento presente sem o passado, e é isso que estamos vendo aqui com você. Uma fala como esta lhe aponta algo fora do pensamento. Esse algo fora do pensamento é a ciência da própria Inteligência, é a ciência do seu Ser. Então, temos uma qualidade de ação que nasce desse novo espaço; não nasce de alguém, não nasce do fundo.

Então, aqui se trata de se aproximar de si mesmo pelo observar. Isso é parte do Autoconhecimento, isso é parte da aproximação da Meditação. Nós temos aqui, no canal, uma playlist sobre a Verdade da Meditação, "O que é Real Meditação na prática" e "A Verdade sobre o Autoconhecimento", essa é uma outra playlist. Uma outra é "Aprender sobre o Autoconhecimento". Nós precisamos aprender sobre o Autoconhecimento. Depois você dá uma olhadinha. Aqui na descrição do vídeo tem essas playlists. Você clica e dá uma olhadinha nessas três playlists.

Ter uma aproximação de si mesmo é tomar ciência da Verdade sobre Você nessa ação nova, nessa ação livre.

GC: Mestre, nós temos outra pergunta, de uma outra inscrita aqui no canal. A Dilma faz o seguinte comentário e pergunta: "Como você fez para ter ideias novas que não são da mente?"

MG: "Como você fez para ter ideias livres da mente?" Se livre da mente! Veja, se livre da mente! Aquilo que nós conhecemos por "mente" é esse movimento que vem do passado, que está a todo momento dentro de nossas cabeças, repetindo sempre as mesmas velhas ladainhas, crenças, opiniões, conclusões e ideias sobre nós mesmos, sobre o outro, sobre a vida.

A Verdade do seu Ser é pura Inteligência, e essa Inteligência se expressa quando há espaço, e esse espaço surge quando há Autoconhecimento. Nós temos que descobrir o que é a Verdade, nós precisamos tomar ciência da Verdade, e só podemos tomar ciência da Verdade quando aprendemos sobre nós mesmos. O que lhe dá a Visão da Vida, o que lhe traz Real Inteligência para uma Vida em Amor, em Liberdade e Felicidade é a Compreensão da Verdade sobre você. O Autoconhecimento é a base da Inteligência; essa Inteligência Divina é a base da Sabedoria.

Então, um contato com a vida neste momento, livre do movimento do pensamento, lhe mostra a Vida como Ela é. É que, por muito tempo, o nosso modelo de vida foi sempre um modelo de vida centrado no pensamento, em ideias, opiniões, conclusões, crenças. Assim, nossas mentes estão abarrotadas de tudo isso. Aqui, se livrar da mente é encontrar a Realidade de uma Mente Nova, de uma qualidade de sentir e pensar totalmente novo e diferente. Isso requer a presença do Autoconhecimento, isso requer a presença da Meditação.

Nesse aprender sobre o Autoconhecimento, temos esse aprender sobre nós mesmos. Então, há algo presente que se revela além do "eu", além desse antigo e velho pensador, que acreditamos que nós somos, que acreditamos existir, e que somos nós mesmos. Não existe tal coisa como alguém sendo o pensador, produzindo pensamentos. Todos os pensamentos são respostas que vêm do passado. Todos os pensamentos são memórias, são lembranças. A Realidade do seu Ser não carrega pensamentos; a Realidade do seu Ser é pura Bem-Aventurança, Felicidade, Amor, Sabedoria.

É isso que estamos aqui, com você, em encontros on-line nos finais de semana, trabalhando; e em encontros presenciais e, também, retiros. Se aproximar da Verdade sobre você é romper com a ilusão de alguém presente no controle da vida, assumindo a vida, entendendo a vida ou procurando entender a vida, lutando pela vida. Aquilo que é a Realidade do seu Ser é a própria Vida, é a própria Sabedoria, é a própria Inteligência, é a própria Liberdade. Essa é a Verdade de Deus, essa é a Verdade do seu Ser.

GC: Gratidão, Mestre, já fechou o nosso tempo. Gratidão por mais este videocast.

E para você que está acompanhando o vídeo até o final e tem o real desejo em se aprofundar e viver esses conhecimentos, fica o convite para participar dos encontros que o Mestre Gualberto proporciona, que são encontros on-line de final de semana ou presenciais, e também retiros. Esses encontros são muito mais profundos do que estes vídeos aqui no YouTube. Primeiro, porque a gente pode perguntar diretamente para o Mestre as nossas dúvidas, e, segundo - e principalmente -, porque nesses encontros o Mestre compartilha esse Estado de Presença em que ele vive, e, nesse compartilhar, a gente acaba entrando de carona nessa energia do Mestre. E isso é um facilitador incrível para a gente poder investigar a nós mesmos, para a gente poder entrar de forma natural e espontânea na Meditação, que é esse Silêncio. Então, fica o convite.

No primeiro comentário, fixado, tem o link do WhatsApp para poder participar desses encontros. Além disso, já dá um "like" no vídeo, traz perguntas aqui nos comentários para a gente trazer para os próximos videocasts.

E mais uma vez, Mestre, gratidão pelo videocast.

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