GC: Olá, pessoal! Estamos aqui para mais um videocast. Novamente, o Mestre Gualberto aqui conosco. Gratidão, Mestre, pela presença. Hoje eu vou ler um trecho de um livro do Joel Goldsmith chamado "Os Fundamentos do Misticismo". Em um trecho desse livro, Mestre, o Joel faz o seguinte comentário: "Então descobrimos que alcançamos um maior conhecimento da consciência espiritual, um maior alcance da própria consciência". Dentro deste trecho, o Joel fala em alcançarmos um maior conhecimento da consciência espiritual. Sobre essa questão, o Mestre pode compartilhar conosco a sua visão sobre o Autoconhecimento, sobre o que é o Autoconhecimento?
MG: Gilson, a mais profunda e significativa descoberta na vida - uma delas, para não dizer a maior de todas as descobertas - consiste na compreensão da verdade sobre quem somos. Esta compreensão requer a presença de um olhar para si mesmo, inteiramente novo. É assim que nos aproximamos da verdade sobre quem nós somos. A aproximação dessa verdade sobre quem nós somos nos dá uma visão clara da realidade que trazemos, da realidade que está presente. Então, a presença do Autoconhecimento é algo fundamental. A sua pergunta é: "O que é Autoconhecimento?" Autoconhecimento é a ciência da verdade daquilo que nós somos neste instante, neste momento. Existem dois aspectos aqui, Gilson. O primeiro é a verdade que está presente naquilo que, neste instante expressamos, dentro desse contexto da vida. A vida consiste em relações acontecendo: relações com objetos, com ideias, com pessoas, com situações, coisas que surgem, acontecem. Assim, há uma relação direta de nós mesmos com tudo isso. Nós desconhecemos a verdade dessas relações, do que de fato está ocorrendo, acontecendo, porque nós desconhecemos aquilo que nós somos neste contexto.
O primeiro aspecto da compreensão da Verdade, da Realidade, é a verdade sobre quem nós somos nesse contexto, e o segundo é a Realidade, que também está presente, mas permanece desconhecida pela maioria de nós. Essa Realidade se revela no Despertar da Consciência, nesta real visão da vida, mas não podemos ter essa real visão da vida, vivendo na ignorância. A ausência da compreensão da Verdade sobre nós mesmos é a presença da ignorância; precisamos nos livrar da ignorância. Assim, nós precisamos, basicamente, desse aprender sobre nós mesmos, ficar ciente daquilo que você é. Há uma diferença entre tomar ciência daquilo que você é, nisso que você expressa ser, nisso que você demonstra ser, nisso que você parece ser, e ter uma ideia do que você gostaria de ser, ter um ideal de como você deveria ser ou precisa ser. O que é que está presente aqui, neste instante, dentro das nossas relações? Quem é você? Aqui a pergunta é: Quem sou eu? Nós estamos em um modelo de vida onde temos uma mente condicionada, já programada pelo pensamento a manter uma forma de expressão que continua. Nós não temos ciência da vida neste instante, porque estamos olhando para a vida a partir desse modelo, desta mente condicionada, desse cérebro condicionado.
Nossas respostas são respostas para a vida - respostas que vêm do passado, dessa forma como nós nos sentimos ser, acreditamos ser, parecemos ser. Você se sente alguém na relação com o outro. Esse alguém, em razão desse condicionamento que nós trazemos, carrega medo, carrega inveja, ciúme, ambição. carrega tristeza, preocupações, ansiedade, depressão. Nós temos diversos problemas lincados a esta psicológica condição de mente condicionada. Essa é a verdade sobre quem nós somos nesse contexto com a vida, nesta relação com ela, nessa relação com o outro, nesta relação com as ideias que temos, com nós mesmos e com as situações que acontecem. Assim, nós temos esse aspecto presente que precisa ser compreendido, investigado, esclarecido. Daí a necessidade da compreensão de nós mesmos, o que requer a presença do Autoconhecimento. Porque, com base nesta visão sobre quem nós somos, sobre quem se expressa aqui, neste instante, dentro da vida, nas experiências, podemos ir além desta psicológica condição de mente condicionada, de cérebro condicionado, de consciência já programada para atuar na vida desta forma.
Então, a verdade da revelação do Autoconhecimento é o fim desta psicológica condição daquilo que é você, como você se vê, para essa Realidade d'Aquilo que é você em sua Natureza Divina, em sua Natureza Essencial. Essa é a Verdade sobre você quando a ilusão desse "eu", desse "mim", desta pessoa, é desfeita. Você está assumindo uma verdade sobre você, com base naquilo que o pensamento está ditando, com base no condicionamento que você tem recebido, dentro de uma visão equivocada sobre si mesmo.
Assim, nós estamos diante de algo fundamental aqui, que é a presença da compreensão da Verdade sobre nós mesmos. Essa nova forma de aprender sobre nós mesmos é diferente de tudo que você já aprendeu aí fora, sobre outras coisas.
Você aprende a dirigir um carro praticando direção; você aprende uma língua estudando gramática e praticando conversações; você aprende ciência pesquisando, olhando através de um microscópio para a movimentação das células em um laboratório. Essa forma de aprender que nós temos, técnica, sobre qualquer um outro assunto aí fora, é completamente diferente desse aprender sobre nós mesmos. Isso requer um olhar diferente para esse experimento, para essa experimentação - aqui o laboratório é você. A observação é a observação de todo esse movimento interno, que é o movimento da consciência. Isso requer um instrumento muito limpo para olhar, para tomar ciência de como nós funcionamos. Por isso, nós descartamos, já de início, essa ideia do que nós deveríamos ser, do que nós precisamos ser, do que nós podemos ser, como, em geral, se faz.
Para a maioria das pessoas, Autoconhecimento é uma prática, é uma técnica, é um exercício, é algo que se aprende para mudar a pessoa, para transformar a pessoa em uma pessoa melhor. Aqui, quando colocamos a expressão "Autoconhecimento", colocamos como a base para o Despertar da Inteligência Divina, da Sabedoria de Deus, da Verdade sobre essa Realidade Divina, além da mente. Assim, Autoconhecimento, aqui, requer um olhar sem qualquer ideal, alvo, propósito ou objetivo. É diretamente, simplesmente, olhar para aquilo que se passa aqui e agora, dentro de você, para as suas reações. É quando você se aproxima de si mesmo, e olha, e percebe com clareza a presença da inveja, do ciúme, do medo, da ambição, da raiva, de todo esse movimento interno de pensamento gerando preocupações, desejos conflituosos e todo tipo de desordem. Aprender a olhar para si mesmo sem qualquer intenção, para mudar, modificar, resolver coisas, escolher. nessa ideia do que você precisa fazer ou necessita mudar.
Estamos diante de uma nova forma de olhar para as nossas reações. É olhar sem esse elemento que, ao olhar, discorda, não gosta, quer mudar, faz escolhas. Isso requer a presença de uma atenção sobre as nossas reações. Aqui, quando tocamos com você na beleza da atenção, estamos falando de um olhar sem o observador. Essa é a forma real desse aprender sobre nós mesmos. É isso que estamos explorando aqui, com você, aprofundando aqui, com você. Então, algo além dessa condição surge, algo além desse "eu" - essa é a autodescoberta desse novo aprender. Temos diversos vídeos aqui no canal, aprofundando esse assunto.
GC: Mestre, nós temos uma pergunta de um inscrito aqui no canal. Ele faz a seguinte pergunta: "Quanto mais experiências com a Realidade, mais iluminada a pessoa é?"
MG: Não, Gilson, não se trata de uma experiência, não é uma experiência! Uma experiência requer a presença de um elemento presente, tendo experiências. O Despertar é exatamente o descarte desse experimentador. A visão que se tem é de acumular conhecimento e experiência, porque a crença é que isso vai dar uma formação para alguém alcançar o Despertar. A Realidade do Despertar é a Ciência da Verdade deste instante, sem alguém. Portanto, não se trata de experiências. Um outro ponto, aqui, importante é saber que essas experiências que a pessoa adquire, agora fazem parte da estrutura desta pessoa, desse experimentador. E essas experiências só são reconhecidas porque fazem parte de um conhecimento prévio que ele já tem, que ele já traz. Esse reconhecedor é o experimentador, e essas experiências ainda fazem parte de uma condição lincada ao passado. Você tem ciência reconhecendo aquilo que você já tem como conhecimento prévio, como informação já adquirida.
O elemento presente em todo esse processo é o ego, é o "eu", enquanto que a Realidade desse Florescer é o fim do experimentador e, portanto, é o fim da experiência. Estamos diante de algo completamente diferente daquilo que o pensamento idealiza, procura, busca ou possa experimentar e, naturalmente, guardar como parte do seu acervo, daquilo que ele tem, daquilo que ele conhece, daquilo que ele, depois, vai reconhecer. Aqui se trata, exatamente, do descarte dessa qualidade de pensamento, dessa qualidade de experiência. Isso é o fim do "eu", é o fim do ego, é o fim desse experimentador.
O que nós precisamos, neste instante, é de ciência da verdade sobre o Autoconhecimento, e não de experiências. Não se trata de experiências, se trata de um novo aprender sobre nós mesmos, aqui e agora.
GC: Mestre, nós temos outra pergunta de outro inscrito aqui no canal. O Durval faz o seguinte comentário, perguntando: "Ótima questão. O tempo existe sem o pensamento?"
MG: Gilson, o tempo é o pensamento. A ideia de tempo é uma ideia que o pensamento construiu. Não existe tal coisa como o amanhã psicológico, como o passado psicológico. As lembranças que você tem são lembranças que estão ocorrendo aqui, neste instante; são lembranças de episódios que ocorreram no tempo cronológico. Em algum momento, no passado cronológico, você passou por alguma experiência. Essa experiência foi guardada no cérebro, ela agora é parte de uma informação que o pensamento tem, de algo que ocorreu no passado. Mas é no passado cronológico, em algum momento, dois dias atrás, dois meses atrás, dois anos atrás, ou há vinte anos! Esse é o tempo cronológico. Então, ao passar por uma experiência, o cérebro registrou aquela experiência. Agora, essa experiência é uma memória, é uma lembrança, é, portanto, um pensamento. Ao se lembrar disso aqui, neste instante, a lembrança é de algo que aconteceu no passado, mas no passado cronológico.
Não existe tal coisa como um passado psicológico nem um futuro psicológico, nem um presente para esse "mim", para esse "eu", que seria um presente, um momento presente psicológico. Não existe tal coisa, nós estamos diante apenas do pensamento. É o pensamento que nos fala do futuro ou do passado, mas o que o pensamento está nos dizendo, diz respeito a ele mesmo, e não ao futuro, não é real esse futuro, e não ao passado, porque não é real esse passado. Aqui estamos diante de algo fundamental para ser compreendido, porque as diversas formas de problemas que temos, se situam na condição em que o pensamento se encontra. É o pensamento que está produzindo em você ansiedade, preocupação, medo, desejos. e tudo isso implica a presença do tempo. O seu medo é de algo que possa lhe acontecer amanhã.
Veja, neste instante o pensamento se projetou no futuro, ele está imaginando um amanhã onde alguma coisa ruim pode lhe acontecer. Esse sofrimento é um sofrimento psíquico, é um sofrimento mental, é um sofrimento que tem, por princípio, o pensamento. O pensamento trouxe o tempo, projetou o futuro; o pensamento está sustentando o medo. Não há tal coisa como o medo sem o pensamento. Então, estamos diante de algo fundamental para ser visto. A presença do medo, esse é só um exemplo, mas todos esses quadros de sofrimento psíquico que nós conhecemos: ansiedade, angústia, depressão, culpa, raiva de alguém. tudo isso, quando você olha de perto, isso de uma forma clara, isso está presente em razão da presença do tempo, que o pensamento está construindo. É a presença do pensamento a presença do tempo. A presença do tempo, que é pensamento, é a presença da raiva de alguém, de medo de alguém, de medo do futuro, de medo do passado, de medo de perder coisas. É fundamental para o fim do sofrimento - desse sofrimento psíquico - o fim desta psicológica condição, que é a condição criada pelo pensamento, sustentando o tempo.
Esse encontro com a Realidade deste Ser, esse encontro com a Realidade do Divino, é a revelação d'Aquilo que está presente fora da mente, fora do pensamento e, portanto, fora do tempo. A ciência de Deus, a ciência do Despertar é a visão da vida, que é atemporal, que não se situa na memória, que não se situa na ideia de passado, de presente ou futuro.
Portanto, de fato, não existe qualquer tempo sem pensamento, a não ser o tempo cronológico.
Você tem um compromisso amanhã à tarde; amanhã será um outro dia. Então, nós temos o tempo do calendário, nós temos o tempo do relógio, porque o compromisso vai ser em uma determinada hora. Nós temos o tempo do relógio, temos o tempo do calendário, nós temos o tempo sendo marcado no cronômetro. Entre o nascer do sol e o pôr do sol, nós temos o tempo, mas não existe tal coisa como esse tempo psicológico. Esse tempo psicológico, em nós, está sendo monitorado, registrado por um movimento equivocado do pensamento. Esse pensamento que monitora, controla, gerencia esse tempo, que é o tempo psicológico, é o pensamento psicológico. É esse elemento presente, aí em você, que sustenta a ideia de um "eu", de uma pessoa, desse "mim". Olhe para a sua cabeça e você irá perceber que, durante o dia, boa parte do tempo cronológico - que é entre o nascer do sol e o pôr do sol - psicologicamente você está ocupado com o tempo mental, com o tempo da mente, indo para o passado ou indo para o futuro. Assim, a mente está constantemente nesse movimento de pensamento, nessa tagarelice interna. Esse é o movimento do tempo psicológico, onde vive o "eu", onde vive o ego.
Aqui, a real aproximação da vida neste instante, é a beleza da ciência desse encontro com este instante, onde não há tempo, onde não há mais esse movimento de pensamento psicológico, sustentando a ilusão de uma entidade presente que é a pessoa, que está sempre indo para o passado ou para o futuro, vivendo no pensamento. É isso que estamos com você, aqui, trabalhando, tomando ciência. Precisamos descobrir a Verdade da Vida, da real Vida Divina, da real Vida livre do tempo, livre do pensamento.
GC: Gratidão, Mestre, já deu nosso tempo. Gratidão por mais este videocast. E, para você que está acompanhando o videocast até o final, e deseja realmente viver essas verdades, fica o convite para participar dos encontros que o Mestre Gualberto proporciona.
São encontros intensivos de final de semana. Existem no formato on-line, presencial e também retiros de vários dias. Nesses encontros, além do Mestre responder diretamente às nossas perguntas, acontece algo muito mais profundo e poderoso. Pelo Mestre já viver nesse Estado Desperto de Consciência, Ele compartilha um campo de energia à sua volta. E, nesses encontros, a gente acaba entrando neste campo de energia com o Mestre; a gente acaba pegando uma carona nessa energia de Presença do Mestre. E, nessa carona, de maneira espontânea e natural, aquietamos nossas mentes, entramos no estado de Meditação, podemos ter uma visão do que está além de toda a limitação do nosso conhecimento intelectual.
Então, fica o convite. No primeiro comentário, fixado, tem o link do WhatsApp, para poder participar desses encontros. Além disso, já dá o like do vídeo, se inscreve no canal. E, mais uma vez, Mestre: gratidão pelo videocast.
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